Buscar

Conto de fadas x Fábulas x Apólogos x Lendas x Poesias

Prévia do material em texto

Conto de fadas:
	A Bela adormecida
	ERA UMA VEZ num reino distante, um rei e uma rainha que tiveram uma linda princesinha, a quem chamaram de Aurora.
Para celebrar o seu nascimento, todas as fadas foram convidadas para madrinhas. Cada uma das fadas, como prenda, concedeu à princesinha um dom especial. Todas excepto uma, a fada má, que não foi convidada.
Esta, sabendo que todas as outras fadas tinham sido convidadas para celebrar o nascimento da princesa Aurora, decidiu aparecer na mesma à festa e, em vez de lhe conceder um dom à pequena princesa, lançou-lhe uma maldição:
- Princesa Aurora, no dia em que fizeres 15 anos irás picar-te num fuso e morrerás!
Todos no castelo ficaram muito aflitos. Por sorte, havia uma fada boa que ainda não tinha concedido o seu desejo e, não podendo evitar que Aurora se viesse a picar num fuso, alterou o feitiço da fada má, de modo que a princesinha em vez de morrer, caísse num sono profundo. Este feitiço só poderia ser quebrado ao fim de cem anos, quando um príncipe que por lá passasse se apaixonasse pela princesa e a beijasse.
Mesmo assim, o rei mandou destruir imediatamente todos os fusos e rocas que existiam no reino, para impedir que a sua filha se picasse.
Os anos passaram e a vida continuou sem nenhuma agitação, tornando-se a maldição apenas uma má lembrança.
No dia do seu décimo quinto aniversário a princesa, que brincava no jardim, é estranhamente atraída para a floresta. Lá encontra uma casa abandonada e decide entrar…
Dentro da casa ela encontrou um objeto pontiagudo que não reconhecia.
- Que objeto tão estranho… que será?
Não resistindo à curiosidade pegou nele e acidentalmente picou-se! Imediatamente a princesinha cai num sono profundo.
A fada boa encontra a princesinha adormecida e leva-a para o castelo, deitando-a na sua cama real. A fada decide também adormecer todos os habitantes do castelo, num sono profundo durante cem anos.
Entretanto no reino corre a lenda de uma bela princesa adormecida…
Um belo dia, um jovem e corajoso príncipe consegue atravessar a densa floresta que envolvia o castelo e encontra todos os seus habitantes adormecidos. Sabendo da lenda, dirige-se ao quarto da princesa e descobre a jovem mais bela que alguma vez vira, e não resiste a beijá-la.
Nesse momento, a princesa acorda, assim como todos os seus habitantes. A vida tinha voltado ao castelo!
Nesse mesmo dia celebrou-se o casamento entre a bela princesa Aurora e o corajoso príncipe, que viveram felizes para sempre
Fábula:
A CIGARRA E A FORMIGA:
Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem se preocupar com o futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma folha pesada, perguntou:
– Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente aproveitar! O verão é para gente se divertir!
– Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso trabalhar agora para guardar comida para o inverno.
Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer. Um belo dia, passou de novo perto da formiguinha carregando outra pesada folha.
A cigarra então aconselhou:
– Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos, formiguinha, vamos cantar! Vamos dançar!
A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra levava e ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga. Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la se divertindo, olhou feio para ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha terminado a vidinha boa.
A rainha das formigas falou então para a cigarra:
– Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai passar fome e frio.
A cigarra nem ligou, fez uma reverência para rainha e comentou:
– Hum!! O inverno ainda está longe, querida! Para cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem pensar no amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar alimento? Pura perda de tempo.
Certo dia o inverno chegou, e a cigarra começou a tiritar de frio. Sentia seu corpo gelado e não tinha o que comer. Desesperada, foi bater na casa da formiga. Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta de frio.
Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e deliciosa.
Naquela hora, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra:
– No mundo das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar conosco, cumpra o seu dever: toque e cante para nós. Para cigarra e paras formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas vidas:
Apólogo: 
A Agulha e A Linha.
"Era uma vez, dentro da caixinha da costureira de uma baronesa, uma agulha que disse à linha de um novelo:
– Por que você está com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
– Deixe-me, senhora.
– Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
– Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
– Puxa, como você é orgulhosa!
– Decerto que sou.
– Mas por quê?
– É boa! Por que costuro. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os costura, senão eu?
– Você? Essa agora é melhor. Você que os costura? Você ignora que quem os costura sou eu, e muito eu?
– Você fura o pano, nada mais. Eu é que costuro, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
– Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
–Também os batedores vão adiante do imperador.
– Você, imperador?
– Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante. Vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo,ajunto...
Estavam nisso, quando a costureira da baronesa pegou o pano, pegou a agulha, pegou a linha, enfiou a linha na agulha e entrou a costurar.
Entre os dedos da costureira, uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas. E dizia a agulha:
– Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que essa distinta costureira só se importa comigo? Eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia nada. Ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz e não está para ouvir palavras loucas.
A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura. Não se ouvia mais que o plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira terminou o trabalho.
Veio a noite e, enquanto a baronesa vestia-se para o baile, a linha, para caçoar da agulha, perguntou-lhe:
– Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte o vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira? Vamos, diga lá. 
Parece que a agulha não disse nada. Mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
– Ande, aprende, tola. Cansaste de abrir caminho para ela e ela é que vai gozar a vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. 
Contei essa história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
– Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária! 
Lenda: O Saci:
Por ser um personagem da cultura popular, são muitas as variações da lenda do Saci nos quatro cantos do país. O que não muda nunca é que o Saci é um ser mítico que habita as florestas, sempre muito travesso e pregando peças.
Segundo a lenda do Saci, ele é um ser baixinho, negro e possui apenas uma perna – por isso se locomove pulando rapidamentepela floresta. Outra característica marcante é o seu capuz vermelho.
O Saci é muito brincalhão, agitado e travesso. Por isso ele está sempre realizando travessuras por onde passa. Ele gosta de bagunçar a crina dos cavalos durante a noite, dando nós e fazendo tranças. Esses são sinais de que o Saci passou por ali.
Ele também tem o costume de entrar nas casas para pregar peças nas pessoas. Pode queimar as comidas que estão no fogão, ou fazer objetos desaparecerem. Às vezes até apaga velas e luzes.
O Saci cria um redemoinho quando passa rápido por um lugar, levantando folhas e sujeira. Quando isso acontece, a lenda do Saci conta que é possível capturá-lo lançando uma peneira no meio do redemoinho. Então, quem capturar o Saci deve retirar o seu gorro e colocá-lo dentro de uma garrafa.
LENDA:
O boto Rosa
O boto-cor-de-rosa é uma lenda do folclore brasileiro, sendo muito influente na região Norte do país. Fala de um boto que se transforma em um homem belo e sedutor. Na forma humana, o boto seduz mulheres para engravidá-las. Essas mulheres são abandonadas pelo ser, que retorna para o rio em sua forma animal.
POESIAS:
O GIRASSOL
Sempre que o sol
Pinta de anil
Todo o céu
O girassol
Fica um gentil
Carrossel.
Roda, roda, roda carrossel
Gira, gira, gira girassol
Redondinho como o céu
Marelinho como o sol.
Vinicius de Moraes
POEMINHA DO CONTRA
Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!
Mario Quintana
A CASA
Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia
Entrar nela, não
Porque na casa
Não tinha chão
Ninguém podia
Dormir na rede
Porque na casa
Não tinha parede
Ninguém podia
Fazer pipi
Porque penico
Não tinha ali
Mas era feita
Com muito esmero
Na Rua dos Bobos
Número Zero
Vinicius de Moraes
O MENINO AZUL
O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
– de tudo o que aparecer.
O menino quer um burrinho
que saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.
Cecília Meireles

Continue navegando