Buscar

Investigação Criminal no Brasil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Teoria Geral da Investigação e
Perícia
Aula 2 - Noções sobre a investigação criminal no Brasil
INTRODUÇÃO
A investigação no direito brasileiro pode ser empreendida por vários instrumentos, mas tem-se no inquérito policial a forma mais
conhecida.
Regulamentado pelo art. 4º do Código de Processo Penal, de 1941 (glossário), o inquérito policial é, se não o principal, talvez o mais
conhecido instrumento de apuração de fatos criminosos.
A investigação busca uma reconstrução histórica dos fatos no sentido de se determinar a verdade dos acontecimentos objetos de
investigação.
Vamos falar mais sobre esse assunto, nesta aula.
Bons estudos!
OBJETIVOS
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689.htm
De�nir o conceito de investigação criminal;
Compreender a investigação inserida em um Estado Democrático de Direito;
Distinguir as consequências do sistema acusatório no inquérito policial.
INVESTIGAÇÃO CRIMINAL
Lopes Jr. (2013, p.224) a�rma que “O CPP de 1941 denomina a investigação preliminar de inquérito policial em clara alusão ao órgão
encarregado da atividade. O inquérito policial é realizado pela polícia judiciária, que será exercida pelas autoridades policiais no território
de suas respectivas circunscrições, e terá por �m a apuração das infrações penais e de sua autoria (art. 4º)”.
Segue o texto do art. 4º do Código de Processo Penal para uma melhor análise:
Art. 4º, CPP. A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no
território de suas respectivas circunscrições e terá por �m a apuração das
infrações penais e da sua autoria (Redação dada pela Lei nº 9.043, de
9.5.1995 (glossário)).
Fonte: Ross Strachan / Shutterstock
Por essa leitura do art. 4º do Código de Processo Penal, temos uma clara alusão ao propósito do inquérito policial, que pode ser estendido
para o próprio �m de toda investigação criminal: a determinação de indícios de autoria e prova da materialidade do delito.
Nessa linha, informa o professor Nicolitt (2014, p.179):
Fonte: Photographee.eu / Shutterstock
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9043.htm
A �nalidade do inquérito é proporcionar ao Ministério Público, ou ao
ofendido no caso de ação penal privada, os elementos necessários para dar
seguimento à persecutio criminis através da ação penal, a saber: indícios de
autoria e materialidade do fato.
Bettiol (1973, p.250), já ensinava que o �m de todo processo será a busca da verdade (glossário) dos fatos, para que sejam provados em
sua subsistência histórica. A busca dessa verdade, no contexto da investigação criminal, seria, nos termos do art. 4º do Código de
Processo Penal, a reconstrução histórica dos fatos, demonstrando-se quem foi o autor do fato criminoso (indícios de autoria) e a própria
existência desse fato criminoso (materialidade do delito).
Nesse momento, já podemos delimitar um breve conceito sobre inquérito policial, que passará pela análise de sua natureza jurídica. Veja a
seguir:
O inquérito, embora seja doutrinariamente o principal instrumento utilizado na investigação, não é o único e, atualmente, talvez seja o
menos prestigiado. Pelo seu excessivo formalismo, produto de uma legislação datada de 1941 (glossário), a sociedade moderna
demandou novos instrumentos investigativos.
Uma dessas inovações foi a edição da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995 (glossário), que, entre outros institutos, criou os chamados
Termos Circunstanciados de Ocorrências, com o objetivo de desburocratizar as investigações e substituir o inquérito policial.
Art. 69, Lei 9.099/95. A autoridade policial que tomar conhecimento da
ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente
ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições
dos exames periciais necessários. 
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele
comparecer, não se imporá prisão em �agrante, nem se exigirá �ança. Em
caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de
cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a
vítima (Redação dada pela Lei nº 10.455, de 13.5.2002).
Fonte: Verkhozina Ekaterina / Shutterstock
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm
Essa maneira de investigação (procedimento investigativo) encontrava-se restrita às infrações penais de menor gravidade chamadas de
pequeno potencial ofensivo, ou de menor potencial ofensivo (glossário). Nesses casos, o inquérito policial era substituído por outro
procedimento investigatório, menos formal, chamado Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).
Fonte:
Embora o inquérito policial e o Termo Circunstanciado apresentem peculiaridades procedimentais distintas, ambos preservam sua
�nalidade como princípio reitor: a busca pela reconstrução história da verdade dos fatos (autoria e materialidade do delito).
Características da investigação criminal
Vejamos algumas características da investigação criminal, também chamada de persecução penal. Essas características são apontadas
pelos doutrinadores como sendo características do inquérito policial, mas se estendem às outras formas procedimentais de investigação.
Esse tema será melhor estudado no conteúdo da disciplina de Processo Penal, mas necessitamos desenvolver antecipadamente algumas
dessas características. Veja, a seguir.
Unidirecional
Essa é a característica do inquérito policial (e de todas as outras formas de investigação). Nicolitt (2014, p. 185), ao estudar essa
característica, a�rmou:
O objetivo único do inquérito policial é apurar os fatos e encaminhar os
resultados à apreciação do Ministério Público.
Fonte da Imagem: Andrey_Popov / Shutterstock
Em razão desse raciocínio, o delegado de polícia não poderia realizar nenhum juízo de valor sobre os elementos informativos do inquérito,
o que na prática não ocorre, já que para o delegado aplicar a lei é necessário realizar uma análise jurídica sobre os fatos. E cada fato ou
ocorrência policial possui peculiaridades do caso concreto, o que forçosamente exige a aplicação do conhecimento jurídico deste
pro�ssional para aplicar a lei ao caso concreto, sejam as normas penais ou processuais penais.
Em algumas ocasiões, a própria lei já deixa essa necessidade de forma expressa, como ocorre no art. 52, I da Lei 11.343/06 (glossário):
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de
polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo: 
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justi�cando as razões
que a levaram à classi�cação do delito, indicando a quantidade e natureza
da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se
desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a
quali�cação e os antecedentes do agente;”
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm
Fonte: Ross Strachan / Shutterstock
A investigação, com base nessa perspectiva controvertida, portanto, tem como seu principal destinatário o Ministério Público (glossário),
órgão com atribuição constitucional para a propositura da ação penal pública em juízo (glossário), ou o próprio ofendido (vítima do crime),
nos casos de ação penal privada.
, Essa concepção não é tão clara assim em relação ao delegado de polícia. No entanto, na 6ª edição de seu livro, Nicolitt (2016, p. 201) alterou seu
entendimento com base na doutrina do professor e Delegado Henrique Hoffmann: “nas edições anteriores a�rmávamos que o inquérito era
unidirecional, no intuito de demonstrar que sua função é exclusivamente direcionada a formar a opinião do MP sobre a propositura ou não da ação
penal. No entanto, a doutrina tem vinculado que o sentido de tal característica seria a impossibilidade do delegado de polícia fazer juízo de valor no
âmbito do inquérito policial. Certo é que, no curso da investigação, a autoridade policial emite inúmeros juízos de valor.”
Inquisitorial ou inquisitivo
O inquérito policial também é inquisitivoou inquisitório, se contrapondo ao processo que, por previsão expressa na Constituição, deve
respeitar o princípio do contraditório (art. 5º, inciso LV, CRFB).
Art. 5º, CRFB. [...] 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes; [...].
O inquérito, bem como as demais formas de investigação, é um procedimento. E como tal, não se encontra abrangido pelo princípio do
contraditório, visto como a organização dialética entre as partes (acusação e defesa). Assim, temos:
Fonte: Ross Strachan / Shutterstock
Por ser inquisitivo e unidirecional, o inquérito policial objetiva unicamente que o órgão acusador promova a acusação em juízo, ou seja,
proponha a ação penal.
Nessa linha, outra característica que se relacionará com o modelo inquisitivo é o sigilo da investigação. Vejamos a seguir.
Sigiloso
O modelo inquisitivo sigiloso é previsto no art. 20 do Código de Processo Penal. Observe:
Art. 20, CPP. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à
elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
Desde a edição do Código de Processo Penal, o sigilo do inquérito sofreu grande mitigação, inclusive ganhando novos contornos e
funções.
Por uma leitura exclusiva do art. 20 do CPP, tem-se um sigilo absoluto, visto sob uma “função utilitarista”, ou seja, com o �m de assegurar
a e�cácia da investigação no interesse da sociedade.
Contudo, modernamente, principalmente após a promulgação da Constituição de 1988 (glossário), a pessoa investigada (suspeita de um
crime) deixa de ser vista como mero objeto de uma investigação, passando a ser observada como sujeito de direitos. Nessa linha,
desenvolve-se uma função garantista do sigilo do inquérito policial, no sentido de garantir a intimidade e dignidade da pessoa investigada
(que tecnicamente se chama indiciado).
Além disso, com a promulgação do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil, Lei 8.906, de 4 de julho de 1994 (glossário), restou
mitigado o sigilo do Inquérito, na medida em que o art. 7º, inciso XIV, concedeu a prerrogativa funcional ao advogado ter acesso à
procedimentos de investigação.
Art. 7º, Lei 8.906/94. São direitos do advogado: 
[...] 
XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir
investigação, mesmo sem procuração, autos de �agrante e de investigações
de qualquer natureza, �ndos ou em andamento, ainda que conclusos à
autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou
digital; (Redação dada pela Lei nº 13.245, de 2016).
O aparente con�ito entre o direito de acesso do advogado a investigações em curso e o sigilo do inquérito policial acabou chegando ao
Supremo Tribunal Federal, que paci�cou o tema com a edição da Súmula Vinculante nº 14, permitindo o acesso do advogado aos
elementos de prova já documentados na investigação, no interesse do exercício de defesa do investigado. Observe:
Súmula Vinculante nº 14 do STF: É direito do defensor, no interesse do
representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito
de defesa.
Escrito
O inquérito policial também possui como característica o fato de ser escrito, conforme dispõe o art. 9º do Código de Processo Penal.
Art. 9º, CPP. Todas as peças do inquérito policial serão, num só
processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso,
rubricadas pela autoridade.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8906.htm
Indisponível
O inquérito policial pode ser, ainda, indisponível, pois uma vez instaurado não pode a Autoridade Policial determinar seu arquivamento,
conforme art. 17 do Código de Processo Penal.
Dispensável
O inquérito policial também pode ser dispensável, pois o titular da ação penal poderá utilizar outras fontes de informação para a
propositura da ação penal.
Art. 17, CPP. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos
de inquérito.
Fonte da Imagem: O�cial / Shutterstock
A investigação criminal é procedimento normalmente conduzido por delegado de polícia, servidor público integrante das Polícias Civis, no
âmbito estadual, ou da Polícia Federal, no âmbito federal.
Contudo, a função de investigar não é monopólio das polícias, conforme interpretação do parágrafo único, art. 4º do CPP e art. 144 da
CRFB. Veja a seguir.
Art. 4º, CPP. A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no
território de suas respectivas circunscrições e terá por �m a apuração das
infrações penais e da sua autoria (Redação dada pela Lei nº 9.043, de
9.5.1995). 
Parágrafo único. A competência de�nida neste artigo não excluirá a de
autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função. 
Art. 144, CRFB. A segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública
e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
órgãos: 
I - polícia federal; 
II - polícia rodoviária federal; 
III - polícia ferroviária federal; 
IV - polícias civis; 
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. 
[...] 
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira,
incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia
judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
O monopólio da investigação penal pela polícia é tema que já chegou aos Tribunais brasileiros. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal
decidiu que ao cuidar das funções de polícia judiciária e investigações criminais atribuídas às Polícias Civis, o texto constitucional do §4º
do art. 144 não utiliza o termo exclusividade (glossário).
Assim, outros órgãos podem realizar investigação criminal. São eles:
Ministério Público
Possui atribuição para praticar atos de investigação por força de interpretação de vários dispositivos legais e
constitucionais esparsos.
Comissão Parlamentar de Inquéritos (CPI)
Possui competência expressa para realizar investigações criminais por força do art. 58, § 3º, da CRFB.
Art. 58, CRFB. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e
temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento
ou no ato de que resultar sua criação. 
[...] 
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios
das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas,
serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou
separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de
fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao
Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
Tribunais
Também poderão, embora excepcionalmente, realizar investigação criminal quando houver indício da prática
de crime por parte de magistrado.
Art. 33, LC 33/79 (Loman). São prerrogativas do magistrado: 
Parágrafo único - Quando, no curso de investigação, houver indício da prática de crime por
parte do magistrado, a autoridade policial, civil ou militar, remeterá os respectivos autos ao
Tribunal ou órgão especial competente para o julgamento, a �m de que prossiga na
investigação.
Como examinamos, o inquérito policial, visto como uma das formas procedimentais mais conhecidas para se realizar a investigação
criminal, é o instrumento utilizado para a busca da verdade dos fatos. Ou seja, por meio da investigação criminal busca-se provar algo.
O vocábulo prova não possui um único sentido, podendo ser entendido de duas maneiras:
Fonte: Ross Strachan / Shutterstock
Desse binômio entre objeto de prova e meio de prova é que ganhará relevância o tema das perícias, vista como um dos meios de prova
mais relevantes na investigação e no processo judicial.
ATIVIDADE
Após compreender os modelos e formas de investigação criminalno Brasil realize a atividade a seguir:
Analise a charge e indique a forma e o órgão mais adequados para realizar a investigação criminal.
Resposta Correta
Denomina-se de sistema acusatório:
a) O sistema processual penal, na qual as funções de investigar, acusar, defender e julgar são exercidas por órgãos distintos.
b) O sistema processual penal, na qual as funções de investigar, acusar, defender e julgar são exercidas um mesmo órgão.
c) O sistema processual penal, na qual as funções de investigar, acusar, defender e julgar são exercidas pela Polícia Judiciária, Ministério Público e o
Judiciário.
d) O sistema processual penal, na qual as funções de acusar, defender e julgar são exercidas pelo Ministério Público e o Judiciário.
e) Sistema processual penal exercido pelo poder judiciário.
Justi�cativa
Pelos estudos do nosso sistema processual penal e uma breve leitura do artigo 26 do Código de Processo Penal: “Art. 26.  A ação penal,
nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em �agrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária ou
policial.”, podemos concluir:
a) É exemplo típico do funcionamento do sistema acusatório.
b) Traduz o atual modelo brasileiro.
c) Traduz um modelo universal, consagrado em quase todos os países do mundo, que adotam o sistema acusatório.
d) Que se trata de uma permissão para que o juiz ou delegado possam dar início a ação penal pública, porém, não mais constitucional porque a
ação penal pública é privativa do Ministério Público.
e) Como está na lei deve ser cumprido.
Justi�cativa
Sobre os estudos do modelo brasileiro de sistema acusatório previsto na Constituição da República, assinale a opção mais adequada, que
explique a redação do art. 155 do Código de Processo Penal:
“Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua
decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas”.
a) A redação traduz um ideal inquisitorial.
b) A redação representa um ideal acusatório.
c) A redação é tipicamente de um sistema de juizado de instrução.
d) Aplica-se a modelos de Códigos tipicamente fascistas.
e) Aplica-se a modelos de Códigos tipicamente nazistas.
Justi�cativa
Glossário
VERDADE
Essa concepção de verdade dos fatos, embora seja amplamente dominante na doutrina jurídica brasileira, vem sendo criticada, cada vez mais, frente à
impossibilidade de se utilizar o método analítico-cientí�co das ciências naturais nas ciências sociais.
Para um aprofundamento no tema, ver KHALED JR., Salah. A busca da verdade no processo penal: para além da ambição inquisitorial. São Paulo: Atlas,
2013.
LEGISLAÇÃO DATADA DE 1941
O inquérito policial encontra-se previsto principalmente no Código de Processo Penal, promulgado pelo Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941.
MENOR POTENCIAL OFENSIVO
O próprio legislador de�niu as infrações de pequeno potencial ofensivo como sendo todas as contravenções penais e os crimes cuja pena máxima
cominada em abstrato não fosse superior a 2 anos, conforme art. 61 da Lei 9.099/95:
“Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena
máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.” (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006).
MINISTÉRIO PÚBLICO
O Ministério Público, por força constitucional, é o órgão responsável pela propositura da ação penal nos crimes de ação pública, conforme art. 129,
inciso I, da CRFB: São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; [...].
AÇÃO PENAL PÚBLICA EM JUÍZO
Somente para uma breve contextualização, necessitamos antecipar alguns conceitos. A doutrina processual penal classi�ca a ação penal como sendo:
crime de ação pública (incondicionada e condicionada) e crimes de ação privada. Nos primeiros (crimes de ação pública), caberá ao próprio Estado,
mediante a atuação do Ministério Público, a propositura da ação penal, mediante uma peça técnica chamada de “denúncia”. Já nos crimes de ação
privada, cabe à própria vítima do crime, chamada de querelante, a propositura da ação penal, mediante a peça técnica chamada de “queixa-crime”. A
repercussão social do crime, de�nida na própria lei, é que determinará se o crime é de ação penal pública (quando o interesse lesado atinge, além da
vítima do crime, a sociedade/Estado/coletividade) ou de ação penal privada (quando o interesse lesado atinge apenas a vítima).
CONSTITUIÇÃO DE 1988
A Constituição de 1988 prevê no art. 1º a dignidade da pessoa humana como fundamento da República.
Art. 1º, CRFB. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
[...] 
III - a dignidade da pessoa humana; [...].
EXCLUSIVIDADE
O tema restou paci�cado no julgamento do RE 593727 (18.05.15), com repercussão geral reconhecida.
ATOS DE INVESTIGAÇÃO
A possibilidade do Ministério Público realizar investigações criminais decorreria da interpretação conjunta do art. 129, VIII, CRFB; Art. 7º e 8º da LC
75/83; art. 26 da Lei 8.625/93; e aplicação da chamada teoria dos poderes implícitos, reproduzido no brocado “quem pode o mais, pode o menos”, na
medida em que se o Ministério Público pode realizar a propositura da ação penal, por ser o titular da ação penal pública, poderia, também, realizar
investigação criminal.

Continue navegando

Outros materiais