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Processo Penal I I - Conceito – “É o conjunto de normas e princípios que tem por fim, a aplicação jurisdicional do direito penal objetivo, sistematização dos órgãos jurisdicionais e respectivos auxiliares, bem como cuida persecução penal” Frederico Marques. Hélio Tornaghi – “O processo nada mais é do que: um caminhar para frente (pro cedere), é uma seqüência de atos que se encadeiam numa sucessão lógica e com um fim: de possibilitar, ao juiz, o julgamento”. Direito Processual penal é um conjunto sistemático (sistema rígido a ser cumprido – Ex. IP – Denúncia – há uma ligação) de princípios e normas emanados de um poder competente, coercitivo, comum a todos, regulando a aplicação jurisdicional do Direito Penal (Jurisdição – dizer o direito de cada um – dever do Estado – dar a jurisdição – Poder-dever do Estado em dar a cada um o que lhe pertence como direito), e a estruturação dos órgãos de função jurisdicional, e respectivos auxiliares, bem como a atividade da Polícia Judiciária. II – Fontes do Direito Origem, princípio, causa – de onde provém o Direito Penal. Materiais (De produção) – de que é feito o direito, como é produzido. - O Estado – compete privativamente à União (Art. 22, I CF) legislar sobre Direito Processual Penal, com possibilidade de Lei Complementar autorizar ao Estado Membro legislar em questões específicas e restritas. Formais (De conhecimento) – modo pelo qual o direito se dá a conhecer. Direta ou Imediata = Diante do Princípio da Reserva Legal = Lei Indiretas ou Subsidiárias ou Mediatas = LICC Art. 4.º = Costumes, princípios gerais do direito - COSTUME – É uma regra de conduta praticada de modo geral, constante e uniforme, com a consciência de sua obrigatoriedade. Ex.: Honra, decoro (Art. 140); Ato obsceno (Art.233). A evolução tem levado ao reclamo da extinção ou modificação de alguns crimes. Ex.: Art. 124 e 126 do CP. - PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO – São premissas éticas extraídas da legislação ou do ordenamento jurídico Ex.: Furar orelha de crianças. - EQÜIDADE – É uma forma de interpretação da norma, e não fonte de direito, é uma correspondência jurídica e ética perfeita da norma às circunstâncias do caso concreto a que é aplicada. - ANALOGIA – É uma forma de autointegração da lei, devido a uma lacuna existente (fato não regulado pela lei), aplicando a este fato, uma norma jurídica que disciplina uma hipótese semelhante. Ex.: Aborto praticado por enfermeiro (Art.128 II) ; dano de coisa comum fungível (Art. 156 § 2.º). III - Sistemas Processuais Inquisitivo – amplos poderes investigatórios para o juiz na fase preparatória Acusatório – separação entre a função de acusar e julgar Misto – retirando-se em parte, o juiz da fase investigatória, mesclando com resquícios inquisitivos, conservando o juiz com poderes de investigação. Garantias e Princípios Constitucionais Princípio da Inafastabilidade da Tutela Jurisdicional – Art. 5º XXXV Lesão ou ameaça - probabilidade Princípio do Juiz Natural – Art. 5º LIII Competente – investido com anterioridade ao fato (fixado por lei), em regra do local onde ocorreu o fato. Princípio da Proibição do Juízo de Exceção – Art. 5º XXXVII Juízo só para aquele fato Princípio do Devido Processo Legal – Art. 5º LV Procedimento adequado Princípio do Contraditório – Art. 5º LV Igualdade entre as partes Princípio da Ampla Defesa – Art. 5º LV Possível Princípio da Inadmissibilidade das Provas Obtidas por Meios Ilícitos – Art 5ºLVI Medidas legais Princípio da Inocência – Art. 5º LVII Súm. 9 STJ Princípio da Garantia jurídica ao Necessitado – Art. 5º LXXIV Insuficiência de recursos Princípio da Legalidade da Prisão – Art. 5º LXV, LXVI, LXVII. Verificar se os requisitos foram obedecidos Princípio da Publicidade – Art. 5º LX Publicidade restrita 792 §1º Princípio da garantia da Coisa Julgada – Art. 5º XXXVI Entregar a prestação jurisdicional em forma de sentença Princípio da garantia da Fundamentação das Decisões Judiciais – Art. 93, IX Sem fundamentação = nulidade Princípio do Duplo Grau de Jurisdição – Art. 5º § 2º Levar a causa para instância superior, a fim de ser revisada ou reformulada. Garantias e Prerrogativas da Magistratura – Art. 95, I, II e III. Vitaliciedade, inamovibilidade, irredutibilidade = garantir uma independência no momento de julgar. PRINCÍPIOS QUE REGEM O PROCESSO PENAL Princípio da Verdade Real – toda prova tem valor relativo Princípio da Oficialidade – AP e MP Princípio da Obrigatoriedade Penal – Não pode obedecer conveniências, mas sim critérios técnicos, tudo em razão do cumprimento da lei. Princípio da Iniciativa das Partes – MP – 24 CPP, Querelante – 30 CPP. Princípio do Limite – Art. 128 CPC – Juiz deve julgar o que foi pedido LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO - Art. 1.º Art. 1.º - Jurisdição embutida, possibilidade da aplicação do processo penal “iuris dictio” – dizer o direito – processo = procedimento (andar da ação) = jurisdição – impartível – ação = competência = juiz natural = limitando a jurisdição Interesse Processual – Utilidade, Necessidade, Adequação – Justa Causa. Processo = instrumento da jurisdição Atos processuais - ocorrem no desenvolvimento da ação dentro do processo. Princípio da Territorialidade 5.º CP – A Lei penal só tem aplicação no território do Estado que a editou, pouco importando a nacionalidade do sujeito ativo ou passivo. Absoluta – Só a lei brasileira é aplicável aos crimes cometidos no território nacional. Temperada – A lei penal brasileira aplica-se, em regra, ao crime cometido no território nacional. Excepcionalmente, porém a lei estrangeira é aplicável a delitos cometidos total ou parcialmente em território nacional, quando assim determinarem tratados e convenções internacionais. Território = Solo ocupado pela corporação política; Rios, Mares interiores, golfos, baías e portos; Mar Territorial (12 milhas de largura = Soberania – Passagem Inocente); Zona Contígua (12 à 24 milhas - fiscalização); Zona Econômica Exclusiva (12 à 200 milhas), espaço Aéreo e Cósmico; Navios e Aeronaves Públicas e Privadas (Princípio do Pavilhão ou da Bandeira) Hipóteses De Não Incidência Da Lei A Fatos Cometidos No Brasil Imunidades Diplomáticas – Inviolabilidade pessoal = não pode ser preso sem a autorização de seu país de origem (Convenção de Viena). Agentes Diplomáticos (Embaixador, secretários, pessoal técnico e administrativo); componentes da família, funcionários de Organizações Internacionais (ONU, OEA); Chefe de Estado estrangeiro e sua comitiva. Imunidades Parlamentares – Absolutas (Art. 53, caput CF) e Relativas (Art. 53 §§ 1.º, 3.º e 4.º CF) Inviolabilidade do Advogado = Imunidade Judiciária – Art. 133 CF Art. 7.º § 2.º Lei 8906/94. Art. 7.º CP - Extraterritorialidade – Exceção ao princípio da Territorialidade Incondicionada - I, § 1.º - Aplicação da lei brasileira ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. Condicionada - II e § 3.º - A lei brasileira só será aplicada se estiverem presentes as condições previstas no § 2º. Art. 6.º CP - Lugar do Crime Atividade Teorias Resultado Ubiquidade Considera-se local do crime, tanto o lugar do comportamento (ação ou omissão), como o do resultado. Crimes à Distância – São as infrações em que a ação ou omissão se dá em um país e o resultado ocorre em outro. Ex.: Estelionato Tentativa – Também incide a lei penal brasileira (A expressão deveria ser “bem como onde... deveria produzir-se o resultado”). Crimes Plurilocais = havendo conflito interno o CPP em seus Art. 70 e 71 regulamenta esta questão. Em caos de Lei 9099/95 vide Art. 63 (Atividade). Não se trata de extraterritorialidade, no art.7º verifica-se a extraterritorialidade ao crime ocorrido totalmente no estrangeiro. LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO - Art. 2.º Normalmente o crime é praticadosob a égide de uma lei, e esta será aplicada ao infrator. Entretanto, poderá ocorrer o surgimento de uma lei nova entre o momento da ação e do resultado delituoso, a questão é saber qual lei será aí aplicada. A do tempo da ação ou a do momento do resultado? Se a lei nova não interferir, ela passará a vigorar imediatamente, senão continuará a vigorar até encerrar- se a questão (sobrevida da lei) exceção. 03 Teorias Teoria da Ação ou Atividade (Posição do CP) – o crime ocorre no momento de sua ação, mesmo que seu resultado venha a acontecer posteriormente – Justificativa = quando o agente pratica a ação deve Ter consciência da ilicitude de sue comportamento. Teoria do Resultado – deve ser aplicada à lei vigente no momento em que ocorrer o resultado. Teoria Mista – Ubiqüidade – estabelece que o momento do crime poderá ser o da ação ou do resultado, aplicando-se a lei do momento da ação ou do tempo do resultado. Interpretação da Lei Processual Penal – Art. 3º Consiste em extrair da norma seu exato alcance e real significado, deve buscar a vontade da lei, não importando a vontade de quem a fez. Quanto Ao Sujeito Autêntica – procede da mesma origem que a lei e tem força obrigatória. Ex.: Art. 327, 150 §§ 4.º e 5.º. (Chamada de contextual) Jurisprundencial – Conjunto de manifestações judiciais sobre determinado assunto, exaradas num sentido razoavelmente constante, não tem força vinculativa. Ex.: Súmulas Doutrinária – Constituída do entendimento dos escritores e comentadores do Direito Penal, também não tem força obrigatória. Quanto Ao Meio Empregado Gramatical – Examina-se a letra da lei, literalmente o que está estatuído Lógica – tendo a lei expressado de maneira insuficiente a sua vontade, esta é buscada através da lógica entre os seus dispositivos. Teleológica – Visa a apuração do valor e da finalidade do dispositivo. Quanto Ao Resultado Declarativa – Não amplia e nem restringe o seu significado, apenas verifica aquilo que a norma quer estabelecer. Ex.: “várias pessoas” = mais de duas, quando a lei se contenta com duas ela especifica. Restritiva – Reduz o alcance da lei Ex.: Art. 26 e seu parágrafo Extensiva – Necessário ampliar o sentido e o alcance da lei. Ex.: Art. 240 - Bigamia X Poligamia, Art. 260 - Serviço de estrada de ferro X Metrô. Interpretação Progresiva – Evolução social, científica, jurídica, moral Ex.: Perigo de vida (Art. 129 § 1.º II; Mulher honesta (Art.217) INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA X ANALOGIA Quando fórmulas casuísticas inscritas em um dispositivo legal são seguida de espécies genéricas, utiliza-se a semelhança, para uma correta interpretação destas. Ex.: Art. 71, caput; Art. 61, II, c; Art. 161; Art. 150 § 5.º II Inquérito Policial – Art. 4º ao 23 CPP Conceito É o conjunto de diligências que são realizadas pela Autoridade Policial, com o fim de apurar autoria e materialidade do ilícito penal, permitindo ao autor da Ação Penal (Pública e Privada) manifestar sua pretensão em juízo. Procedimento administrativo visando obter justa causa para a imputação da prática de uma infração penal ao cidadão infrator, sendo um instrumento de garantia e proteção dos bens jurídicos mais relevantes: vida, integridade física, patrimônio, investido nas funções básicas de busca ao fato oculto, salvaguarda da sociedade e evita acusações infundadas. “Procedimento administrativo, persecutório, de instrução provisória, destinado a preparar a ação penal”. Frederico Marques. Indícios + materialidade = possibilitar o exercício da ação penal Polícia Judiciária ( 144 § 4.º CF) - Investigação Policial Definição – é o conjunto de diligências visando o esclarecimento de um fato ocorrido, determinando ou não a existência de uma ocorrência policial. Seguir o rastro, ir na pista, procurar, indagar, pesquisar, etc. Propriamente dita Investigação Instrução – formalização Boa – bom resultado Instrução preparatória Ruim – arquivamento, anulação, absolvição. No passado – intuitiva. Hoje – científica, psicológica, indutiva, dedutiva, sistemática. O óbvio da função policial – Art. 6.º do Código de Processo Penal Diligências – Art. 6º exame do legal de crime; apreensão de provas destinadas ao esclarecimentos do fato e suas circunstâncias; oitiva do ofendido, testemunhas e indiciado; reconhecimento de pessoas e coisas; acareações; exame de corpo de delito e outras perícias; identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, com a juntada da folha de antecedentes; questionário de vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter; obtenção de informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa; reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. Iniciativa do IP Artigo 4.º - divisão do trabalho pela circunscrição De ofício – AP Imediata Portaria Mediata Coercitiva - APF Requisição – MP e Autoridade Judiciária (ato anômalo e não ato jurisdicional) Requerimento - Noticia crime – Ofendido, representante legal e qualquer do povo. VPI – 5.º § 3.º - procedimento prévio - acautelamento possível § 2.º - Recurso administrativo – inominado – Chefe de Polícia Características Procedimento Administrativo - Todo o procedimento que for realizado durante o período da investigação no inquérito policial tem cunho administrativo. Vale mencionar que, Procedimento administrativo não é sinônimo de processo administrativo, são institutos diferentes. Escrito - Todo o inquérito policial deve ser escrito, ou seja, não importa se será feito de modo manual ou digital pelo uso de ferramentas de um computador. Todas as peças que integram o inquérito policial devem ser oficializadas. Art. 9o Autoridade - O Código de Processo Penal decidiu atribuir a competência de elaboração e fiscalização do inquérito policial ao delegado de polícia. Nesse contexto, é a polícia judiciária que realiza toda a investigação, no âmbito estadual quem realiza é a polícia civil, lembrando que, apenas o delegado poderá ser o chefe do inquérito. Lei 12830/13 Sigilo na elaboração e execução - Todo o inquérito deverá ser feito através do sigilo. Os legisladores do Código de Processo Penal decidiram que toda investigação fosse sigilosa para não atrapalhar na busca do agente que cometeu o delito, visto que, se for de conhecimento público, o praticante do crime poderá descobrir meios de destruir qualquer prova existente.Art. 20. Oficiosidade - Só poderá atuar como chefe do inquérito policial quem atua de ofício, nesse caso, só poderá atuar como chefe o delegado de polícia: Art. 5o I – de ofício. Nunca é demais falar que, a autoridade responsável pelo inquérito policial é o delegado de polícia, como salienta o artigo 4º do Código de Processo Penal. Indisponibilidade - A partir do momento em que o inquérito policial for iniciado, a autoridade policial, em outras palavras, o delegado, não poderá arquivar os autos investigativos por vontade própria ou de terceiros. O arquivamento dos autos investigativos só poderá ser realizado através de pedido a uma autoridade judicial competente. Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. Oficialidade - O inquérito policial é conduzido pelo Estado na pessoa do delegado de polícia, a competência é dada apenas para esse cargo, sendo assim, qualquer outro cargo não poderá realizar a investigação. Inquisitivo - Essa característica é antiga, existe desde o período da inquisição. É produzida de forma discricionária, no inquérito policialnão existe o direito de defesa, ouse seja, sem contraditório ou ampla defesa. Isso ocorre pelo fato de que, não existe nenhum acusado, apenas pessoas que estão sendo investigadas, não há conhecimento de quem realizou o delito. DISCRIONARIEDADE Dispensável - Não existe a obrigação da realização de um inquérito policial. Visto que, o inquérito é realizado para encontrar indícios da realização e de quem produziu o crime, caso já se saiba como e quem fez o crime, não é necessária a instauração de um inquérito policial. Sistemático - É um processo realizado através de etapas, dessa forma, não é possível ultrapassar etapas existentes, deve existir um início, meio e o fim. DO INDICIAMENTO Uma vez finda a fase de colheita dos elementos probatórios, que pode ser chamada de fase de “instrução” do inquérito policial, a autoridade policial, mediante análise técnico-jurídica dos fatos, poderá proceder ao ato de indiciamento do (s) investigado (s), quando presentes os indícios de autoria e materialidade, nos termos do parágrafo 6° do artigo 2° da Lei 12.830/2013. O ato de indiciamento é o ato do delegado de polícia, enquanto presidente da investigação, via de regra praticado ao término da mesma, ao considerar concluída a fase de coleta de elementos probatórios do delito investigado, quando é possível concluir-se pela autoria de determinado crime, individualizando-se o autor. Funciona, portanto, como uma das etapas da formação da culpa na investigação criminal, quando os elementos constantes no inquérito policial permitem ao delegado de polícia formar sua convicção de autoria e materialidade na investigação criminal, no processo de filtragem apontado por Lopes Jr (2012, p. 280), “purificar, aperfeiçoar, conhecer o certo”. Bonfim (2006, p. 124) destaca a mudança no status do investigado, de simples suspeito de ter praticado a infração penal passando a ser considerado o provável autor da infração. Trata-se de ato formal, conforme Rosa (2013, p. 120), que consubstancia uma “declaração pelo Estado de que há indicativos convergentes sobre sua responsabilidade penal, com os ônus dai decorrentes” ou, ainda, uma “declaração de autoria provável” (CAPEZ, 2006, p. 92). A Lei 12.830/2013 trouxe, em seu artigo 2°, parágrafo 6º, “o indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias”. Nos parece, portanto, indiscutível que o delegado realize juízo de valoração da conduta no inquérito policial. Como bem pondera Castello Branco (2013), “o papel do delegado de polícia é de juiz do fato. Não é o juiz das linhas do processo, mas do fato bruto”. Essa deve ser a interpretação coerente com o Estado Democrático de Direito. Quanto à sua natureza, pode ser entendido como um ato administrativo com efeitos processuais, cujas consequências são bastante claras. Steiner (1998, p. 307) ressalta que: “O indiciamento formal tem consequências que vão muito além do eventual abalo moral que pudessem vir a sofrer os investigados, eis que estes terão o registro do indiciamento nos Institutos de Identificação, tornando assim público o ato de investigação. Sempre com a devida vênia, não nos parece que a inserção de ocorrências nas folhas de antecedentes comumente solicitadas para a prática dos mais diversos atos da vida civil seja fato irrelevante. E o chamado abalo moral diz, à evidência, com o ferimento à dignidade daquele que, a partir do indiciamento, está sujeito à publicidade do ato”. Saad (2004, p. 262-263) aponta ainda o indiciamento como condição para o exercício do direito de defesa na fase investigatória “a partir do qual se deve, necessariamente, garantir a oportunidade ou ensejo ao exercício do direito de defesa”. Deve ser destacado ainda que o ato de indiciamento no inquérito policial é privativo do presidente da investigação, sendo incabível, no caso, requisição por parte do Ministério Público ou do Poder Judiciário para que o faça, tendo em vista ser ato de seu juízo de valor. Dessa forma, requisições para indiciamento formuladas no bojo da investigação são ilegais e não carecem de cumprimento. PRAZO – Art. 10 Conforme visto, via de regra pelo Código de Processo Penal – CPP, o prazo do Inquérito Policial é de 10 dias para o indiciado preso e 30 dias caso o indiciado esteja solto. Atenção: Este prazo é a regra do CPP. Existem diversas outras exceções quanto ao prazo para conclusão do inquérito policial. Prazo do Inquérito Policial nos Crimes de Competência da Justiça Federal O prazo para conclusão do inquérito nos crimes da Justiça Federal é de 15 dias para indiciado preso e 30 dias para indiciado solto. É a redação do artigo 66 da Lei nº 5.010/66, in verbis: Art. 66. O prazo para conclusão do inquérito policial será de quinze dias, quando o indiciado estiver preso, podendo ser prorrogado por mais quinze dias, a pedido, devidamente fundamentado, da autoridade policial e deferido pelo Juiz a que competir o conhecimento do processo. Prazo do Inquérito Policial na Lei de Drogas O prazo para conclusão do inquérito na Lei de Drogas é de 30 dias para indiciado preso e 90 dias para indiciado solto, podendo, ambos os prazos, serem duplicados. É a redação do artigo 51 da Lei 11.343/2006, in verbis: Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto. Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária. Prazo do Inquérito Policial nos Crimes contra a Economia Popular O prazo para conclusão do inquérito nos Crimes contra e Economia Popular é de 10 dias para o indiciado preso ou solto. É a redação do artigo 10 da Lei 1.521/51, in verbis: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5010.htm#art66 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art51 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art51 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L1521.htm#art10 Art. 10. Terá forma sumária, nos termos do Capítulo V, Título II, Livro II, do Código de Processo Penal, o processo das contravenções e dos crimes contra a economia popular, não submetidos ao julgamento pelo júri. (Vide Decreto-lei nº 2.848, de 1940) § 1º. Os atos policiais (inquérito ou processo iniciado por portaria) deverão terminar no prazo de 10 (dez) dias. Prazo do Inquérito Policial nos Crimes Hediondos Temos uma exceção estabelecida na Lei de Crimes Hediondos. Nos casos de crimes hediondos ou assemelhados – apenas em casos de prisão temporária, o prazo do inquérito será de 30 dias para o indiciado solto, podendo ser prorrogável por mais 30. Observação importante: Como a Lei não faz menção ao indiciado solto, aplica-se a regra geral do CPP. Prazo do Inquérito Policial em Crimes Militares Por fim, fechando a série de prazos especiais para o inquérito policial, temos o prazo estabelecido no artigo 20 do Código de Processo Penal Militar – CPPM, que é de 20 dias, se o indiciado estiver preso, ou 40 dias, quando o indiciado estiver solto. Art 20. O inquérito deverá terminar dentro em vinte dias, se o indiciado estiver preso, contado esse prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão; ou no prazo de quarenta dias, quando o indiciado estiver solto, contados a partir da data em que se instaurar o inquérito. ARQUIVAMENTO – Arts. 17 e 28 Novas provas – art. 18 - Desarquivamento O arquivamento não transita m julgado, a não ser que haja a extinção da punibilidade Explícito Objetivo – fatos Implícito Subjetivo – pessoas NÃO CABE DESARQUIVAMENTO DE OFÍCIO NÃO CABE DESARQUIVAMENTO ATRAVÉS DE AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA NÃO CABE SUSPEIÇÃO DE AUTORIDADE POLICIAL EM IP – Art. 107 CPP ARTIGO SOBRE A MUDANÇA OCORRIDA COM A LEI DOPACOTE ANTICRIME Estabelecia o Código de Processo Penal, antes da Lei n. 13.964/2019, que o arquivamento do inquérito policial apenas poderia ser determinado pela autoridade judicial e desde que houvesse requerimento devidamente fundamentado do órgão ministerial. Tinha-se, portanto, um modelo complexo (ou misto) a envolver dois órgãos distintos para o arquivamento de um inquérito policial que versasse sobre caso penal de iniciativa processual penal pública. Em síntese: requerimento ministerial e decisão judicial. Ademais, em face do pedido de arquivamento realizado por membro do ministério público, o juiz poderia, em regra, adotar duas posturas distintas: a) concordar com a solicitação ministerial e, por conseguinte, encerrar a persecução penal naquela etapa mediante arquivamento do caso; b) discordar do requerimento ministerial e, portanto, remeter o caso para análise da chefia do Ministério Público, nos termos da redação antiga do artigo 28 do CPP, o qual, por sua vez, teria as seguintes opções: b.1.) oferecer denúncia pessoalmente, caso entendesse haver justa causa processual penal (e demais elementos necessários à deflagração da ação penal); b.2.) designar outro órgão do Ministério Público para oferecer denúncia, caso entendesse reunidas todas as condições indispensáveis ao exercício da ação processual penal, porém não desejasse fazê-lo pessoalmente; b.3.) insistir no pedido de arquivamento do inquérito policial, o que vincularia a autoridade judicial (ou seja: o juiz seria obrigado a arquivar o caso); b.4.) requisitar novas diligências à autoridade policial responsável pela presidência do inquérito, as quais tidas como indispensáveis à devida análise da justa causa processual penal na espécie (anote-se que, concluídas as diligências, os autos retornariam para deliberação da chefia da instituição ministerial). https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del1002.htm#art20 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del1002.htm#art20 O procedimento, contudo, foi alterado pela edição da Lei n. 13.964/2019, que excluiu do órgão judicial esse controle a respeito da deliberação ministerial de arquivamento do inquérito policial. Aliás, um reclame antigo de parcela considerável da doutrina, que via nessa sistemática o exercício de uma função judicial “anômala de caráter persecutório”, com viés tipicamente inquisitório, na contramão do modelo constitucional acusatório de 1988. A nova sistemática, constante do artigo 28 do CPP, dispõe que que tanto a decisão quanto os procedimentos correlatos de notificação e revisão decorrentes do arquivamento do inquérito policial, com ou sem recurso da vítima, incumbem ao Ministério Público. Não há mais qualquer interferência do órgão judicial. O controle do arquivamento passa a se realizar no âmbito exclusivo do Ministério Público, atribuindo-se à vítima legitimidade para o questionamento acerca da correção do arquivamento”. Não se pode desconsiderar, ao menos até deliberação plenária do Supremo Tribunal Federal em sentido contrário, que o tema em discussão nesta coluna teve eficácia suspensa por decisão liminar do Min. Luiz Fux, em sede de Medida Cautelar na ADI 6299/2019, proferida na data de 22 de janeiro de 2020. DELEGADO DE POLÍCIA – LEGISLAÇÃO O Código de Processo Penal, Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941, no seu artigo 4º, atribui às autoridades policiais o exercício da polícia judiciária: Título II Do Inquérito Policial Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. A Constituição Federal de 1988, atribuiu aos delegados de carreira das polícias civis as funções de polícia judiciária, ressalvando a competência dos delegados da Polícia Federal (nos crimes da competência da União), definindo, assim, quem são as autoridades policiais previstas no artigo 4º, do Da Segurança Pública Art. 144 § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. DELEGADO DE POLÍCIA – LEI 12830/2013 – REGULAMENTAÇÃO DA ATIVIDADE INVESTIGATIVA Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia. Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado. § 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais. § 2º Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia, informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos. § 3º (VETADO). § 4º O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação. § 5º A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato fundamentado. § 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico- jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. Art. 3º O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito, devendo-lhe ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados. Os Delegados de polícia são, no Brasil, servidores públicos pertencentes aos quadros das Polícias Civis ou da Polícia Federal que, por delegação legal recebida no ato de investidura do cargo, representam os chefes das instituições policiais nas circunscrições de polícia para as quais são designados, exercendo as suas competências e atribuições no desempenho das funções. Por exigência legal, o Delegado de Polícia tem formação jurídica em Bacharel De Direito, sendo o profissional da segurança pública que primeiro toma conhecimento da ocorrência do fato delituoso, desencadeando a ”persecutio criminis”. Assim, exerce ele o papel de anteparo da sociedade, providenciando, imediatamente após o fato, a prisão do acusado ou a instauração do procedimento apuratório respectivo. Não é difícil, portanto, imaginar que este profissional sofra toda espécie de pressão durante as investigações, e até mesmo após concluir o inquérito policial. A garantia da inamovibilidade ao delegado de polícia só trará benefícios para o bom desempenho do cargo, garantindo que ele não será substituído devido aos rumos das investigações isentas. O delegado de polícia no Brasil, prioritariamente, chefia uma Delegacia de Polícia (estadual ou federal), podendo, também, ser nomeado para a direção dos diversos cargos da estrutura administrativa da corporação a que pertence. Em obediência ao artigo 37, inciso II, da Constituição Federal, o cargo é concursado e nos termos das Leis Orgânicas das Polícias Civis, exige-se que o candidato seja Bacharel em Direito. Portanto, desde 1988, ficaram os governos estaduais impedidos de efetuarem nomeações políticas nas Polícias Civis. O cargo foi criado pela Lei nº 261, de 3 de dezembro de 1841, regulamentada pelo Decreto nº 120, de 31 de janeiro de 1842, que alteraram dispositivos do Código de Processo Criminal de 1832, instituindo a figura do chefe de polícia para o município da corte e para cada uma das províncias do Império, bem como, os cargos de delegado e subdelegado. Na capital do Império as três autoridades eram nomeadas pelo Imperador,enquanto nas províncias por seus presidentes. ATRIBUIÇÕES Presidir inquéritos policiais, elaborando portarias, despachos interlocutórios e relatórios finais, termos circunstanciados e autos de prisão em flagrante; Apreender objetos que tiverem relação com o fato delituoso, requisitar perícias em geral para a formalização da prova criminal; Cumprir e fazer cumprir mandados de prisão; Dirigir e orientar a investigação criminal e todos os atos de polícia judiciária de uma delegacia de polícia ou qualquer outro órgão policial; Proceder a verificação e exame dos atos ilícitos chegados a seu conhecimento, tomando as providências jurídicas que o caso requer; Elaborar relatórios, bem como, representar pela decretação judicial de prisões temporárias; Proceder a sindicâncias administrativas, processos administrativos disciplinares; Expedir e fiscalizar a emissão de documentos públicos de sua competência; Gerenciar o órgão policial em que estiver lotado; Realizar atividades afins ou correlatas. Depoimentos e interrogatórios de acusados e testemunhas; Preservação do cenário do crime até a chegada da perícia; Indiciamento e fichamento das pessoas que se envolveram em crimes. LEI 13964/2019 – PACOTE ANTICRIME – PARTE DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL Art. 3º O Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações: “Juiz das Garantias ‘Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação.’ ‘Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente: I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da Constituição Federal; II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o disposto no art. 310 deste Código; III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à sua presença, a qualquer tempo; IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal; V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, observado o disposto no § 1º deste artigo; VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do contraditório em audiência pública e oral, na forma do disposto neste Código ou em legislação especial pertinente; VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral; VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista das razões apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste artigo; IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável para sua instauração ou prosseguimento; X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da investigação; XI - decidir sobre os requerimentos de: a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática ou de outras formas de comunicação; b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; c) busca e apreensão domiciliar; d) acesso a informações sigilosas; e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado; XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art3a http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art3b XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental; XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código; XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao investigado e ao seu defensor de acesso a todos os elementos informativos e provas produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no que concerne, estritamente, às diligências em andamento; XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da perícia; XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de colaboração premiada, quando formalizados durante a investigação; XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo. § 1º (VETADO). § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada.’ ‘Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, exceto as de menor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Código. § 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e julgamento. § 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz da instrução e julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias. § 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias ficarão acautelados na secretaria desse juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e não serão apensados aos autos do processo enviados ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de antecipação de provas, que deverão ser remetidos para apensamento em apartado. § 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na secretaria do juízo das garantias.’ ‘Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de funcionar no processo. Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de rodízio de magistrados, a fim de atender às disposições deste Capítulo.’ ‘Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de organização judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal.’ ‘Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o tratamento dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de responsabilidade civil, administrativa e penal. Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disciplinar, em 180 (cento e oitenta) dias, o modo pelo qual as informações sobre a realização da prisão e a identidade do preso serão, de modo padronizado e respeitada a programação normativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a efetividade da persecução penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão.’” “Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da Constituição Federal figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembrode 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art3c http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art3d http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art3e http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art3f http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art14a http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art23 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art23 § 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da instauração do procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento da citação. § 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para a representação do investigado. § 3º (VETADO). § 4º (VETADO). § 5º (VETADO). § 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores militares vinculados às instituições dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde que os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem.” “Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. § 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. § 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial.” (NR) “Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo; II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do crime; III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do Decreto- Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada. § 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. § 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses: I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei; II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art142 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art28. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art28a http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art46 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art46 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art45 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art45 III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor. § 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor. § 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade. § 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor. § 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal. § 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou quando não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo. § 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia. § 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu descumprimento. § 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal, o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior oferecimento de denúncia. § 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também poderá ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo. § 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo. § 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará a extinção de punibilidade. § 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código.” “Art. 122. Sem prejuízo do disposto no art. 120, as coisas apreendidas serão alienadas nos termos do disposto no art. 133 deste Código. Parágrafo único. (Revogado).” (NR) “Art. 124-A. Na hipótese de decretação de perdimento de obras de arte ou de outros bens de relevante valor cultural ou artístico, se o crime não tiver vítima determinada, poderá haver destinação dos bens a museus públicos.” “Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do interessado ou do Ministério Público, determinaráa avaliação e a venda dos bens em leilão público cujo perdimento tenha sido decretado. § 1º Do dinheiro apurado, será recolhido aos cofres públicos o que não couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé. § 2º O valor apurado deverá ser recolhido ao Fundo Penitenciário Nacional, exceto se houver previsão diversa em lei especial.” (NR) “Art. 133-A. O juiz poderá autorizar, constatado o interesse público, a utilização de bem sequestrado, apreendido ou sujeito a qualquer medida assecuratória pelos órgãos de segurança pública previstos no art. 144 da Constituição Federal, do sistema prisional, do sistema socioeducativo, da Força Nacional de Segurança Pública e do Instituto Geral de Perícia, para o desempenho de suas atividades. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art122. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art124a http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art133. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art133a http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144 § 1º O órgão de segurança pública participante das ações de investigação ou repressão da infração penal que ensejou a constrição do bem terá prioridade na sua utilização. § 2º Fora das hipóteses anteriores, demonstrado o interesse público, o juiz poderá autorizar o uso do bem pelos demais órgãos públicos. § 3º Se o bem a que se refere o caput deste artigo for veículo, embarcação ou aeronave, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento em favor do órgão público beneficiário, o qual estará isento do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores à disponibilização do bem para a sua utilização, que deverão ser cobrados de seu responsável. § 4º Transitada em julgado a sentença penal condenatória com a decretação de perdimento dos bens, ressalvado o direito do lesado ou terceiro de boa-fé, o juiz poderá determinar a transferência definitiva da propriedade ao órgão público beneficiário ao qual foi custodiado o bem.” “Art. 157. ..................................................................................................... ...................................................................................................................... § 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá proferir a sentença ou acórdão.” (NR) “‘CAPÍTULO II DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL’ ...................................................................................................................... ‘Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. § 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio. § 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial fica responsável por sua preservação. § 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal.’ ‘Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes etapas: I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial; II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime; III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo atendimento; IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas características e natureza; V - acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art157%C2%A75 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#livroitituloviicapituloii. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art158a http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art158b VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção de suas características originais, bem como o controle de sua posse; VII - recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu; VIII - processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito; IX - armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a ser processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao número do laudo correspondente; X - descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial.’ ‘Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito oficial, que dará o encaminhamento necessário para a central de custódia, mesmo quando for necessária a realização de exames complementares. § 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem ser tratados como descrito nesta Lei, ficando órgão central de perícia oficial de natureza criminal responsável por detalhar a forma do seu cumprimento. § 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer vestígios de locais de crime antes da liberação por parte do perito responsável, sendo tipificada como fraude processual a sua realização.’ ‘Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado pela natureza do material. § 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o transporte. § 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas características, impedir contaminação e vazamento, ter grau de resistência adequado e espaço para registro de informações sobre seu conteúdo. § 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise e, motivadamente, por pessoa autorizada. § 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de acompanhamento de vestígio o nome e a matrícula do responsável, a data, o local, a finalidade, bem como as informações referentes ao novo lacre utilizado. § 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo recipiente.’ ‘Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de custódia destinada à guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve ser vinculada diretamente ao órgão central de perícia oficialde natureza criminal. § 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com local para conferência, recepção, devolução de materiais e documentos, possibilitando a seleção, a classificação e a distribuição de materiais, devendo ser um espaço seguro e apresentar condições ambientais que não interfiram nas características do vestígio. § 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser protocoladas, consignando-se informações sobre a ocorrência no inquérito que a eles se relacionam. § 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deverão ser identificadas e deverão ser registradas a data e a hora do acesso. § 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações deverão ser registradas, consignando-se a identificação do responsável pela tramitação, a destinação, a data e horário da ação.’ ‘Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à central de custódia, devendo nela permanecer. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art158c http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art158d http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art158e http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art158f Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou condições de armazenar determinado material, deverá a autoridade policial ou judiciária determinar as condições de depósito do referido material em local diverso, mediante requerimento do diretor do órgão central de perícia oficial de natureza criminal.’ ........................................................................................................ “Art. 282. ................................................................................................. .................................................................................................................. § 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público. § 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, para se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias, acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo, e os casos de urgência ou de perigo deverão ser justificados e fundamentados em decisão que contenha elementos do caso concreto que justifiquem essa medida excepcional. § 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva, nos termos do parágrafo único do art. 312 deste Código. § 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. § 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o não cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma individualizada.” (NR) “Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal transitada em julgado. ........................................................................................................ ”(NR) “Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará a prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado, para a realização de audiência de custódia.” (NR) “Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: ................................................................................................................. § 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de revogação. § 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares. § 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de custódia no prazo estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e penalmente pela omissão. § 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo, a não realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva.” (NR) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art282%C2%A72. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art283. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art287. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art310. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art310%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art23i http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art23i “Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial.” (NR) “Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. § 1º ............................................................................................................. § 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada.” (NR) “Art. 313. ........................................................................................... § 1º ................................................................................................... § 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia.” (NR) “Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada e fundamentada. § 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz deverá indicar concretamente a existência de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. § 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I -limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.” (NR) “Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá- la, se sobrevierem razões que a justifiquem. Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.” (NR) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art311. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art312%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art313%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art315... http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art316..