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DIREITO PROCESSUAL PENAL E ORG. JUDC. E POLICIAL
Aula 1: Noções de Direito Processual Penal
Apresentação
Nesta aula, vamos desenvolver o estudo do Direito Processual Penal e seus aspectos principais, tais como os princípios
constitucionais aplicáveis, os sistemas utilizados no Brasil e a relação desta disciplina com os demais ramos do Direito.
Vamos trabalhar ainda os principais ritos processuais, tais como ordinário e sumário, suas regras, prazos e objetivos.
Objetivos
Distinguir os sistemas processuais inquisitivo e acusatório e suas respectivas implicações na atuação do Gestor de
Segurança Privada;
Reconhecer os conceitos de Direito Processual Penal e princípios constitucionais correlatos, bem como os ritos
processuais mais comuns;
Aplicar os princípios e regras de Direito Processual Penal na atuação pro�ssional como gestor de segurança privada.
Conceito e Finalidades
O Direito Processual Penal é o conjunto de princípios e regras que disciplinam a apuração de um fato delituoso e a aplicação da
lei penal.
O Estado tem o poder-dever de punir aqueles que praticam delitos. Esse poder-dever, de início, é impessoal, pois destina-se à
coletividade.
No momento em que alguém pratica um delito, nasce para o Estado o direito de puni-lo com uma sanção, sendo que o acusado
poderá exercer seu direito de defesa. Esse confronto entre o direito de punir do Estado e o direito de defesa do indivíduo chama-
se lide penal, que será solucionada por meio do processo penal.
Exemplo
Se Fulano pratica um furto (art. 155 do CP), nasce ao Estado o direito de puni-lo por infração à lei. Em contrapartida, Fulano pode
se defender da acusação. A solução de quem está com a razão (Fulano X Estado) se dará por meio do processo penal, daí a
importância de conhecer o Direito Processual Penal. 
Logo, há ligação entre delito, pena e processo. A pena é a consequência para quem pratica um delito, sendo que ela apenas pode
ser aplicada por meio de um processo.
Diferentemente de outras áreas do Direito, no processo penal, o Estado só consegue satisfazer sua pretensão (a de punir o
autor do fato) por meio do processo penal. Não há instrumentos extraprocessuais para isso.
Comentário
A essa altura, você já percebeu a �nalidade do processo penal e, por isso, a importância de conhecê-lo: ele estabelece o conjunto
de regras que devem ser observadas para que o Poder Judiciário possa a�rmar se alguém é inocente ou culpado.
Vamos fazer um paralelo com uma partida de futebol. A partida em si seria o confronto entre o Estado e o réu (o processo). As
regras em que o jogo se desenvolve seriam semelhantes ao Direito Processual Penal. No futebol, o regulamento prevê uma
ordem para que as coisas aconteçam, pois isso gera previsibilidade, segurança.
Com essa mesma �nalidade, o processo penal também tem um conjunto de regras estipulando a ordem com que as coisas
devem acontecer no processo. A isso chamamos de procedimento ou rito.
Você sabe quais são os tipos de procedimento ou rito? Conforme o
Código de Processo Penal (CPP), o procedimento será comum ou
especial. O Art. 394 do CPP divide o procedimento comum em
ordinário, sumário e sumaríssimo. A regra será a aplicação do
procedimento comum, salvo exceção expressa pela lei (art. 394, §2º
do CPP).
O processo penal adotará o procedimento ordinário quando o delito apurado tiver pena máxima igual ou superior a quatro anos
(Art. 394, §1º, I do CPP). Esse procedimento também poderá ser usado de forma subsidiária aos demais procedimentos
quando houver alguma omissão a suprir (Art. 394, §5º do CPP).
Adotaremos o processo sumário quando tivermos por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a quatro anos
de pena privativa de liberdade (Art. 394, §1º, II do CPP). Usaremos do rito sumaríssimo quando o processo versar sobre delitos
de menor potencial ofensivo (Art. 394, §1º, III do CPP), que hoje correspondem àqueles menos graves, ou seja, com pena
máxima não superior a dois anos (Art. 61 da Lei 9.099/95).
Sistemas Processuais: Inquisitivo e Acusatório
Tem-se por sistema inquisitivo aquele em que as atividades de investigar,
acusar e julgar alguém por um delito estão concentradas nas mãos de
apenas uma pessoa e não há simpatia por direitos e garantias processuais
como contraditório e ampla defesa.
Usando uma comparação, seria como o jogador de futebol que bate o escanteio, cabeceia, faz o gol e ainda apita o jogo.
Esse sistema foi adotado pelo Direito Canônico a partir do Século XIII. Com a Revolução Francesa, o Iluminismo defendeu a
necessidade de divisão das tarefas de investigar, acusar e julgar sujeitos processuais distintos, assegurando-se uma decisão
imparcial e com respeito aos direitos e garantias fundamentais. Eis o sistema acusatório.
Embora haja divergência entre doutrinadores (ver por exemplo Lopes Jr., 2019, p. 61), prevaleceu no Brasil a adoção de um
sistema processual misto, pois o nosso sistema por regra tem dois momentos distintos:
A fase pré-processual ou de investigações preliminares é normalmente representada pelo inquérito policial. Nela, há um
predomínio do sistema inquisitivo, pois a autoridade policial conduz o inquérito e o relata, sendo que o grau existente de
ampla defesa e contraditório é mínimo (art. 14, do CPP).
Já na fase processual, uma vez proposta a ação penal, tem-se o predomínio do sistema acusatório, com divisão de
atribuições e observância de contraditório e ampla defesa.
Na sequência, vamos abordar os conceitos de contraditório e ampla defesa, para uma melhor compreensão do conteúdo. Mas,
no momento, basta que você entenda que no sistema inquisitivo não há apreço por eles, ao contrário do sistema acusatório.
O quadro a seguir traz um comparativo entre os sistemas processuais inquisitorial e acusatório:
 Quadro comparativo entre sistemas processuais. Fonte: Lima, 2019
 O Direito Processual Penal e a Constituição Federal
É importante que você saiba a relação entre a Constituição Federal e o Direito Processual Penal. Isso porque os sujeitos do
processo (juiz, acusador, defensor, réu) devem basear a sua atuação nos limites e balizamentos impostos pela Constituição
Federal, em especial com �el observância do sistema de direitos e garantias fundamentais.
 
Para Aury Lopes Jr. (2019, p. 83), o sistema de garantias no qual o juiz atua como garantidor dos direitos do acusado possui
cinco princípios básicos. É sobre esses princípios que vamos falar a seguir.
Clique nos botões para ver as informações.
Embora não haja previsão expressa da análise conjunta da Constituição Federal (Art. 5º, incisos LV, LIV, LVII, art. 93, IX e
art. 129, I da CF), conclui-se que o sistema processual adotado deve ser o acusatório: aquele em que as funções de
investigar, acusar, defender e julgar estão divididas a pessoas diferentes, e não concentradas nas mãos de apenas um dos
sujeitos processuais.
A decorrência da adoção do sistema acusatório é que a produção de provas no processo penal incumbe às partes, e não
ao juiz, garantindo-se uma postura imparcial deste. Voltando ao nosso jogo de futebol, é a vedação de o árbitro substituir-
se ao jogador de um dos times, favorecendo-o.
Princípio acusatório 
É a regra do Art. 5º, LVII da CF, a famosa presunção de inocência. Por ela, ninguém deve ser tratado como culpado até que
haja uma sentença condenando-a de forma de�nitiva (esgotando-se todas as possibilidades de recurso contra a
condenação).
É uma regra de tratamento (ninguém pode ser tratado como culpado antes), de prova (se sou presumido inocente, cabe a
quem acusa provar a minha culpa) e de julgamento (o juiz só pode condenar alguém se tiver a certeza da culpa; na dúvida,
deve absolvê-lo na forma do Art. 386, VII do CPP).
Presunção de inocência (ou um dever de tratamento) 
A ampla defesa é o direito de defender-se da acusação, que contempla a autodefesa (realizada pelo próprio acusado no
interrogatório) e a defesa técnica (aquela feita por advogado ou defensor público), sendo que esta sempre deveráexistir,
mesmo que o acusado não queira. Já o contraditório é o instrumento de exercício do direito de defesa, que se materializa
pelo direito de ter plena ciência da acusação contra ele, da possibilidade de contradizê-la (dar a sua versão sobre o fato) e
de in�uenciar o juiz (produzir prova do que está dizendo);
Contraditório e ampla defesa 
Consagrado no Art. 93, IX da CF, prevê que todas as decisões do Poder Judiciário devem ser fundamentadas. Ou seja,
deve o juiz deixar claras as razões pelas quais está tomando determinada decisão (indicando as provas e os fatos
provados ou não e as respectivas repercussões jurídicas), seja absolvendo ou condenando. Isso deve acontecer
principalmente quando for condenar alguém, pois a motivação é a maneira pela qual a sociedade e o réu podem avaliar se
concordam ou não com a decisão. A ausência dessa motivação torna a decisão nula;
Motivação das decisões judiciais 
É a garantia de que a lide penal seja julgada por um juiz (e não por outro órgão alheio ao Poder Judiciário) natural,
imparcial e guardião dos direitos e garantias fundamentais. Juiz natural é aquele designado pela lei previamente, antes da
prática do fato delituoso. Imparcial é o juiz que não tem preferências por nenhuma das partes, e sim pelo resultado justo.
Por �m, a atuação desse juiz deve ser em total respeito aos direitos e garantias fundamentais, pois os �ns não devem
justi�car os meios.
Princípio do juiz natural (jurisdicionalidade) 
 Princípios processuais aplicáveis à segurança privada
Os cinco princípios que norteiam o sistema processual, além de outros que vamos abordar aqui, também podem, guardadas as
devidas proporções, nortear a sua atuação do gestor de segurança privada. Sabe por quê? Eles são balizas que, se seguidas,
indicam a tomada de decisões justas.
Nesse passo, além daqueles cinco princípios, com base em Lima (2019), princípios como o da publicidade, da busca da
verdade, da inadmissibilidade das provas ilícitas, do nemo tenetur se detegere e o da proporcionalidade devem guiar você na
sua futura pro�ssão. Vejamos como.
Clique nos botões para ver as informações.
Sabendo que não cabe ao juiz a produção de provas, você, na qualidade de gestor de segurança privada, deve atentar para
o fato de que toda acusação contra alguém precisa vir acompanhada de provas. Ademais, é preciso cautela para que as
pessoas sejam tratadas de início como inocentes, ou seja, com dignidade e respeito aos direitos fundamentais, mesmo
em situação de um �agrante delito, evitando-se o uso desnecessário da força.
 À luz do princípio da motivação das decisões judiciais e da jurisdicionalidade, você já sabe que, para o juiz condenar
alguém, é preciso que haja provas da culpa, porque ele terá que se lastrear nessas provas para fundamentar a sentença
condenatória. Assim, um bom gestor de segurança deve atentar para eventuais meios de provas em seu ambiente
pro�ssional.
Sistema acusatório e presunção de inocência 
Deve-se atentar para o fato de que todos os julgamentos do Poder Judiciário serão públicos, podendo a lei limitar a
presença em caso de prejuízo à intimidade do interessado (art. 93, IX, da CF). Este princípio mostra o respeito que o
Estado deve ter para com a intimidade das pessoas, que apenas encontra ressalva quando existe interesse público na
informação. Assim, também deve se pautar o gestor de segurança, preservando a intimidade das pessoas quando não
existir interesse público relevante naquela situação.
 A busca pela verdade pode se traduzir na atividade estatal de tentar descobrir como realmente ocorreu o fato delituoso.
Esse também deve ser um norteador na sua atuação pro�ssional, pautando-se pela análise objetiva dos fatos sem
predileções quanto aos envolvidos.
Princípio da publicidade 
Não pode ocorrer a qualquer custo a busca pela verdade, porque os �ns não justi�cam os meios. Por isso proíbe-se o uso
de provas ilícitas, ou seja, aquelas obtidas com violação de direitos fundamentais (art. 5º, LVI da CF). Daí por que não se
pode tentar esclarecer um fato forçando-se a con�ssão com tortura. Essa con�ssão, se obtida dessa forma, é ilícita e,
portanto, inválida.
Busca da verdade 
É um desdobramento do famoso direito ao silêncio (art. 5º, LXIII da CF). O direito ao silêncio é a garantia que todo
indivíduo tem de permanecer calado diante de uma acusação, sendo que essa postura não pode ser interpretada em seu
desfavor.
 Não vale aqui o brocardo “quem cala consente”. Se o indivíduo pode permanecer em silêncio, como desdobramento
lógico desse direito e da presunção de inocência, tem-se que ninguém também pode ser forçado a produzir prova contra
si mesmo. Essa é uma importante limitação na apuração dos fatos, de sorte que você não pode obrigar ninguém a fazer
prova contra ela mesma na sua atuação pro�ssional, sob pena de essa prova ser considerada ilícita (inválida).
Princípio do nemo tenetur se detegere
(ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo) 
Encontra fundamento no Art. 5º, LIV da CF, na vertente substancial. Todas as medidas estatais devem ser adequadas,
necessárias e proporcionais. Adequada signi�ca aptas a atingirem os efeitos almejados, necessária representa a única
maneira que o Estado tem para conseguir aquilo. Por �m, proporcional em sentido estrito representa análise de ônus X
bônus na adoção daquela medida.
Princípio da proporcionalidade 
Assim, tanto o Estado como você, gestor de segurança, ao adotar medidas constritivas de direitos dos cidadãos, deve se pautar
pelo princípio da proporcionalidade. Ou seja, analisar se a medida tomada é adequada ao �m a que se destina, se é a única
maneira para se conseguir aquele objetivo e se há uma relação favorável de custo x benefício social na adoção daquela
solução.
 Visão Geral do Rito Processual
 Clique no botão acima.
Processo, procedimento e rito processual são de�nições muito importantes, havendo necessidade de analisar as
principais de�nições a respeito do tema.
Como já destacamos, processo é a relação jurídica travada entre os sujeitos processuais (acusação, juiz, defensor,
réu), e procedimento ou rito é a ordem dos atos processuais praticados pelos sujeitos da relação jurídica. Processo é
o jogo de futebol, enquanto procedimento ou rito são as regras daquele jogo.
A fase pré-processual (inquérito policial, por exemplo) se inicia com a notitia criminis, que consiste em levar ao
conhecimento da autoridade policial a prática de um delito. Isso pode ser feito por qualquer das pessoas elencadas no
Art. 5º do CPP.
A partir da notícia do crime, a autoridade policial instaurará o inquérito policial e determinará as diligências necessárias
para a elucidação do fato (Art. 6º do CPP).
Alguns crimes necessitam de uma condição especial para que sejam investigados e processados. São os crimes de
ação penal privada e de ação penal pública condicionada à representação do ofendido (Art. 5º, §§4º e 5º do CPP).
Neles é preciso que a vítima, seu representante legal (se menor de 18 anos) ou seus parentes na situação do Art. 31 do
CPP manifestem expressamente a vontade de investigar e processar o fato ou seu autor.
O próprio boletim de ocorrência ou a comunicação do fato para a autoridade policial, na forma do Art. 5º, II, §1º do CPP
já são su�cientes para aquela manifestação, pois a lei não exige maiores rigores formais.
Quando o crime for de ação penal pública (Art. 100 do Código Penal), o início da fase processual dá-se com a
apresentação de uma denúncia pelo Ministério Público contendo os requisitos do Art. 41 do CPP. Se for um crime de
ação penal pública condicionada à representação, a denúncia deve vir acompanhada da representação da vítima (Art.
38 e 39 do CPP).
Se o delito for de ação penal privada (Art. 100, §2º CPP), o procedimento penal se iniciará com a apresentação de
queixa-crime pela vítima, seu representante ou familiares (na hipótese do Art. 31 do CPP), subscrita por advogado com
poderes especiais (Art. 38 e 44 do CPP).
O prazo parapropositura da queixa-crime (ação penal privada) ou para a representação da vítima na ação penal
pública condicionada é de seis meses a contar da data do conhecimento da autoria do fato (Art. 38 do CPP). Tal prazo
é decadencial, e seu transcurso gera a extinção do direito de punir do Estado (Art. 107, IV do CPP).
É possível que, após a apresentação de representação, haja arrependimento da vítima, e ela se retrate. Por regra, se
isso ocorrer até o oferecimento da denúncia (Art. 25 do CPP), haverá também a extinção do direito de punir pela
retratação do ofendido (Art. 107, VI do CPP). Com a apresentação da denúncia ou da queixa-crime e seu recebimento,
inicia-se a fase processual.
O procedimento ordinário se inicia com a denúncia do réu, no caso de ação penal pública, ou com a queixa-crime, no
caso de ação penal privada. O juiz pode, dentre outras hipóteses, receber a denúncia/ queixa-crime ou rejeitar a petição
inicial por inépcia (Art. 395 do CPP).
Nesse procedimento, é possível arrolar até oito testemunhas. Após citado, o réu terá até 10 dias para apresentar
resposta à acusação. Depois disso, o juiz tem o retorno dos autos para a conclusão, e a audiência, em regra una,
deverá ocorrer dentro de 60 dias (Art. 399 e 400 do CPP ).
O procedimento será sumário quando a pena privativa de liberdade for inferior a quatro anos. Inicia-se da mesma
forma que o procedimento ordinário e somente se diferencia em dois momentos: no prazo para a audiência, que passa
a ser de 30 dias, e no número máximo de testemunhas que podem ser arroladas: 5 por fato.
Por �m, o procedimento será sumaríssimo para as infrações penais de menor potencial ofensivo. Logo, não está
previsto no CPP, e sim nos Art. 77 a 83 da Lei 9.099/95, diferenciando-se bastante dos procedimentos anteriores.
Na primeira audiência, há uma tentativa de conciliação através de transação penal ou composição civil . O número de
testemunhas pode ser de até cinco, em geral.
A transação penal (Art. 76 da Lei 9.099/95) é um acordo entre o autor do fato e o Ministério Público para que
aquele cumpra determinadas condições e, em troca, o Ministério Público deixa de oferecer denúncia contra ele.
Já a composição civil é o acordo entre o autor do fato e a vítima quanto aos danos sofridos por esta em relação ao
fato delituoso.
Não havendo uma conciliação ou transação, será designada uma audiência de instrução e julgamento quando a
defesa deverá apresentar a sua resposta à acusação/ defesa prévia e terá prazo para recurso de apelação em 10 dias
(Art. 81 da Lei 9.099/95). Contra a sentença no Juizado Especial Criminal, cabe recurso de apelação, com prazo de dez
dias (Art. 82 da Lei 9.099/95). Após a defesa prévia, o juiz analisa se recebe ou não a denúncia. Recebendo, nessa
mesma audiência ele já faz a oitiva de vítimas, testemunhas e interrogatório. Em seguida, há os debates entre as
partes e a sentença (Art. 81).
Para alguns crimes, há procedimentos próprios chamados de especiais, a serem observados em substituição ao
comum (Art. 394, §2º do CPP). Por exemplo: para o crime de trá�co de drogas (Art. 33 da Lei 11.343/2006), há
procedimento próprio (Art. 54 e seguintes da Lei 11.343/2006).
A notícia-crime, conhecida pelos operadores de direito como notitia criminis, é uma forma de abertura do inquérito
policial. Pode ser gerada por informação idônea de qualquer pessoa do povo, desde que seja um relato de crime de
ação pública incondicionada.
Essa forma de instauração de inquérito pode ser por boletim de ocorrência ou outros meios, pois não há rigor formal
imposto pela legislação. Diferencia-se da queixa-crime e da representação:
A queixa-crime é a petição inicial da ação privada, e o próprio ofendido deve movimentar a ação. Esse documento
tem prazo estipulado, conforme o Art. 38 do CPP. O prazo decadencial é de seis meses, a contar do dia em que
vier a saber quem é o autor do crime;
Já a representação se encaixa nos crimes de ação penal pública condicionada, ou seja, condicionada à
representação. Até então, o Ministério Público (MP) não pode propor a ação penal. O prazo decadencial é o
mesmo da queixa.
Ela pode ser direcionada ao juiz, à autoridade policial ou ao representante do MP. Pode ser retratada até o tempo
do oferecimento da denúncia, conforme o Art. 25 do CPP: “A representação será irretratável, depois de oferecida a
denúncia”.
Atividade
1. Ao longo do tempo, os sistemas processuais penais tradicionalmente vêm sendo classi�cados como inquisitivo, acusatório e
misto. A de�nição da classi�cação considera as principais características do processo penal e os princípios que o informam.
Considerando as previsões constitucionais e do Código de Processo Penal, o sistema processual penal brasileiro pode ser
classi�cado como:
a) Inquisitivo no momento do inquérito policial, de modo que não pode o advogado do indiciado ter acesso ao inquérito e aos elementos
informativos produzidos, ainda que já documentados, antes de sua conclusão.
b) Acusatório, primordialmente, razão pela qual não se aplica o sistema de prova tarifada, podendo a infração penal que deixa vestígios
ser comprovada por qualquer meio de prova, inclusive, unicamente, a confissão.
c) Acusatório, primordialmente, de modo que não pode o magistrado decretar prisão preventiva, em nenhuma fase processual, de ofício,
sem representação do Ministério Público ou da autoridade policial simples.
d) Inquisitivo no momento do inquérito policial, admitindo-se que seja decretada a prisão temporária, ainda durante as investigações,
pelo prazo inicial de dez dias, em sendo investigada a prática do crime de roubo.
2. Acerca dos princípios penais constitucionais e do Direito Processual Penal à luz da CRFB, julgue os itens a seguir:
 
I. São princípios processuais penais expressos na CRFB a presunção de inocência, o devido processo legal e a ampla
defesa.
II. O direito processual penal compreende o conjunto de normas jurídicas destinadas a regular o modo, os meios e os órgãos
do Estado encarregados do exercício do jus puniendi.
III. O procedimento comum é o mais aplicado no processo penal e poderá ser ordinário, sumário ou sumaríssimo.
IV. De acordo com o princípio da motivação das decisões judiciais, a decisão dos órgãos do Poder Judiciário não
necessariamente precisa ser fundamentada.
 Estão certos apenas os itens:
a) I e II
b) I e IV
c) I, II e III
d) II, III e IV
3. (2016 – VUNESP – TJM-SP - adaptada)
A respeito dos princípios processuais penais, é correto a�rmar que:
a) O direito ao silêncio, que está previsto na Constituição da República, de acordo com entendimento doutrinário, é um direito exercido
pelo acusado de omitir-se ou permanecer em silêncio durante interrogatório.
b) O princípio da busca da verdade constitui princípio supremo no processo penal e leva a entender que os fatos que se buscam podem
ser ditos verdadeiros e atingem uma verdade absoluta.
c) O princípio do contraditório não restará violado se entre a acusação e a sentença inexistir correlação.
d) O princípio da inadmissibilidade de provas ilícitas tem previsão constitucional e também no Direito Processual Penal, sendo válidas,
entretanto, as provas derivadas das provas ilícitas em qualquer ocasião.
Notas
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Referências
CAPEZ, F. Curso de processo penal. 26. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
 
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: volume único. 7. ed. rev. ampl. atual. Salvador: JusPodivm, 2019.
 
LOPESJR., Aury. Direito Processual Penal. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
 
PACELLI, Eugênio. Curso de Processo Penal. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
Próxima aula
Ciclo de polícia e ciclo de persecução criminal;
Investigação criminal e inquérito policial;
Características do inquérito policial.
Explore mais
Direito Penal, Direito Processual Penal e instrumentalidade processual penal (Leonardo Aguiar). Disponível em: :
https://leonardoaaaguiar.jusbrasil.com.br/artigos/324823584/direito-penal-direito-processual-penal-e-instrumentalidade-
processual-penal. Acesso em: 1 jul. 2020.
Princípios processuais penais: importância e aplicabilidade (Arielle Trindade Santiago; Denilson Victor Machado
Teixeira). Disponível em: : https://ambitojuridico.com.br /edicoes/revista-141/principios-processuais -penais-importancia-
e-aplicabilidade/. Acesso em: 1 jul. 2020.
Termo circunstanciado: para compreender e diferenciar de inquérito policial (Frederico Cattani). Canal das Ciências
Criminais. Rio de Janeiro, 30 out. 2018. Disponível em: https://canalciencias criminais.com.br/ termo-circunstanciado -
compreender/. Acesso em: 1 jul. 2020.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL E ORG. JUDC. E POLICIAL
Aula 2: Ciclo de Polícia e Ciclo de Persecução Criminal;
Investigação
Apresentação
Nesta aula, você estudará a investigação penal, bem como o inquérito policial, veri�cando quais são as etapas da atuação
da Polícia e suas atividades principais.
Também conhecerá as caraterísticas basilares do inquérito e sua principal motivação, conferindo ainda quais são os
prazos que a autoridade policial deve cumprir e qual o objetivo principal do inquérito.
Objetivos
Descrever as etapas do inquérito policial, suas características e o que signi�ca a persecução penal;
Identi�car os princípios da persecução penal, as fases da investigação penal e a diferença entre crime de ação
pública e de ação privada;
Reconhecer a abrangência da Polícia, sua atuação e o seu papel na investigação penal, bem como as verdadeiras
etapas do inquérito policial e os princípios utilizados.
Ciclo de Polícia e Ciclo de Persecução Criminal
O Estado, para cumprir sua tarefa de reprimir a criminalidade, criou seus órgãos próprios (Art. 144 da CF). Cada um cumpre
uma função especí�ca para o combate à criminalidade.
O Estado criou o Ministério Público (MP), outorgando-lhe a tarefa de propor ações penais nos casos previstos em lei. Criou
também a Polícia, outorgando-lhe as funções de garantir a ordem pública e investigar os fatos tidos como criminosos. Criou
ainda o Poder Judiciário para julgar, cabendo somente a ele esse poder.
Em relação aos órgãos policiais, a segurança pública está organizada pelo Ciclo de Polícia, que são as fases em que cada
órgão policial atua no combate ao delito.
Nesse sentido, pode-se dizer que há uma atuação preventiva, com vistas a impedir que o delito aconteça.
Exemplo
A Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Militar são bons exemplos de órgãos policiais que atuam naquela fase. Há também a
atuação repressiva, destinada a investigar delitos, de sorte que suas atuações ocorrem após a infração penal. A Polícia Civil e a
Polícia Federal são bons exemplos desse tipo de atuação.
Essa divisão hoje não é mais estanque, porque se percebeu que as duas fases estão interconectadas, já que a atuação na fase
preventiva pode repercutir na fase repressiva e vice-versa. Por exemplo: informações que a PM obtém durante o patrulhamento
podem ajudar a esclarecer crimes já ocorridos, assim como conhecimentos adquiridos pela Polícia Civil sobre o modo como
determinados crimes estão ocorrendo podem auxiliar o patrulhamento preventivo da Polícia Militar.
De qualquer forma, essa divisão em ciclos é didática e pode auxiliar você na compreensão da matéria, mas lembrando que
atualmente os órgãos que atuam na fase preventiva têm reservado uma parte de seus integrantes para atuar na fase repressiva
e vice-versa.
Assim, podemos agrupar em três categorias os tipos de polícia de acordo com suas atividades preponderantes: polícia de
segurança, administrativa e judiciária.
1 Polícia Administrativa: Polícia Aduaneira e Polícia Rodoviária. Tem caráter preventivo, e o objetivo éimpedir a prática de atos lesivos a bens individuais e coletivos; (CAPEZ, 2019)
2
Polícia de Segurança: Polícia Militar. É uma polícia preventiva que existe para inibir a criminalidade. Tem
a função precípua de evitar a ocorrência de delitos e intervir de imediato para fazer cessá-la. O
policiamento ostensivo, armado, tem como uma das características marcantes a discricionariedade, ou
seja, o poder de intervir no momento dos con�itos sem pedir autorização a ninguém (juiz). Quando a
polícia de segurança não consegue evitar a ocorrência do delito, entra em cena a Polícia Civil, que é
judiciária;
3 Polícia Judiciária: Polícia Civil e Polícia Federal. Tem a função de investigar de forma circunstanciada,esclarecendo o fato criminoso. Essa investigação é feita por inquérito policial.
Conforme o caput do Art. 144 da CF, a segurança pública é dever do
Estado e direito e responsabilidade de todos. Seu objetivo é preservar
a ordem pública e a incolumidade (segurança) das pessoas e do
patrimônio que não tangem à competência da União.
Para satisfazê-lo, é necessária a atuação de diversos órgãos, evitando-se a prática de infrações penais (preventivo) ou
reprimindo aquelas já praticadas (repressivo). Essa atividade, vista de forma global, desde a preocupação com a prevenção até
a investigação e o esclarecimento dos delitos, chama-se ciclo completo de polícia.
De outro lado, como você já aprendeu, uma vez praticado um delito por alguém, nasce ao Estado o direito de punir aquele fato.
A isso chamamos de pretensão punitiva. Mas, para que o exercício dessa pretensão punitiva seja legítimo, é preciso observar
as regras do jogo (Direito Processual Penal).
Comentário
Então, é necessário, antes que haja uma investigação sobre o fato, colher provas mínimas que autorizem a propositura de uma
ação penal contra o suspeito e, ao �m, comprovada a culpa dele, haverá uma condenação. Esse é o chamado ciclo de persecução
penal, que envolve todos os sujeitos processuais já mencionados na nossa aula anterior (autoridade policial, acusação, defensor,
juiz e réu).
Logo, as ações policiais e o ciclo de polícia estão ligados à persecução penal. Esta envolve diversos órgãos, sejam eles o
Ministério Público, a Defensoria Pública, a justiça etc. Tem seu início a partir das atividades de polícia, prevenindo e reprimindo
o crime antes de o Ministério Público tomar seu lugar no cenário.
É certo que muitas vezes a lei permite que um caso criminal seja
solucionado sem observância daquele ciclo de persecução penal. Em
determinados tipos de infrações penais, normalmente aqueles de menor
gravidade (seja em razão da quantidade da pena ou por características do
delito, por exemplo, sem violência ou grave ameaça) e quando
características pessoais do suspeito permitirem (sem antecedentes
criminais ou sem personalidade voltada ao crime, por exemplo), a lei admite
a chamada justiça penal negociada.
Ou seja, uma espécie de acordo entre o Ministério Público e o suspeito, no qual este cumpre determinadas condições e, em
troca, pode deixar de ser processado (Art. 76 da Lei 9.099/95 e 28-A, §2º do CPP) ou ter seu processo suspenso com posterior
extinção do direito de punir do Estado, caso o acordo seja cumprido (Art. 89 da Lei 9.099/95).
De qualquer modo, não deixa de ser uma forma autorizada pelo Estado para solucionar o problema gerado com a prática do
delito, de sorte que também devem compor o chamado ciclo de persecução penal.
 Investigação Criminal e Inquérito Policial
A investigação criminal pode ser entendida como um procedimento destinado ao esclarecimento de um fato criminoso, sua
autoria e circunstâncias em que foi praticado. O procedimentoque mais conhecemos é o inquérito policial, mas ele não é o
único.
A conhecida Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI também pode ser uma forma de investigação criminal quando o seu
objeto for um fato criminoso, assim como um procedimento administrativo �scal aberto para investigar sonegação �scal e
também os chamados Procedimentos de Investigação Criminal - PIC instaurados pelo MP para investigar alguns delitos.
Então, podemos dizer que esses instrumentos investigativos podem ser agrupados no conceito de fase de investigação
preliminar ou fase pré-processual, pois antecedem a ação penal e podem servir para subsidiá-la. Por ser o mais recorrente e
também por ser uma fonte inspiradora dos demais, o inquérito policial merece sua especial atenção.
Ele tem previsão nos artigos 4º a 23 do CPP, podendo ser conceituado como:
Procedimento administrativo inquisitório e preparatório
consistente em um conjunto de diligências realizadas pela
polícia investigativa para apuração da infração penal e de sua
autoria, presidido pela autoridade policial a �m de fornecer
elementos de informação para que o titular da ação penal
possa ingressar em juízo.”
- ANTUNES; MISAKA, 2020, p. 204
Desse conceito, podemos extrair as principais características do inquérito policial:
Clique nos botões para ver as informações.
é um instrumento de investigação preliminar para esclarecer o fato criminoso e sua autoria, evitando-se também
acusações infundadas (sem o mínimo de provas);
Instrumental 
embora importante, desde que o autor da ação penal já reúna elementos de prova mínimos da existência de um delito e
da sua autoria, ele não precisa se basear em um inquérito policial. Este será indispensável quando for necessário
esclarecer-se o fato criminoso e sua autoria antes da propositura da ação penal;
Dispensável 
na forma do Art. 20 do CPP, a autoridade irá assegurar no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo
interesse da sociedade. Muitas vezes, o sigilo é essencial para esclarecer os fatos, evitando-se por exemplo que o
suspeito tome medidas para dissipar provas importantes. E quem pode ter acesso ao inquérito? Os agentes policiais que
nele estão atuando, o Ministério Público e o juiz. E o suspeito? Devemos lembrar a súmula vinculante nº 14 do STF: Pelo
teor da súmula, o suspeito e seu advogado podem saber o conteúdo das provas já produzidas no inquérito policial, mas
não aquelas diligências que ainda estão em andamento. Isso é intuitivo, pois não teria sentido que o suspeito soubesse
que seu telefone está interceptado ou que a polícia vai cumprir um mandado de busca na sua casa amanhã, por exemplo.
Se o suspeito souber disso antes que ocorra, a medida pode se tornar ine�caz;
Sigiloso 
o inquérito é um procedimento sem o mesmo grau de contraditório e ampla defesa da ação penal. Nele não há
obrigatoriedade de assistência por advogado, e o suspeito ou o advogado podem sugerir diligências (Art. 14 do CPP),
�cando ao prudente arbítrio da autoridade policial aceitar ou não;
Hoje há uma ressalva a isso no art. 14-A, do CPP, nos casos de inquérito policial contra agente de segurança pública com
o objetivo de investigar o uso de força letal no exercício da sua pro�ssão. Nesse caso, ele deve ser assessorado por um
defensor que ele constituir ou nomeado pelo órgão a que ele pertencer;
Inquisitivo 
as provas colhidas no inquérito policial se prestam a formar o convencimento do Ministério Público quanto à necessidade
ou não de propor uma ação penal contra o suspeito. Uma vez que não há pleno exercício do contraditório e da ampla
defesa sobre aquelas provas, elas por si sós não podem basear uma futura condenação contra o réu (Art. 155 do CPP).
Daí por que se diz que aquilo que foi produzido no inquérito policial são elementos de informação para o autor da ação
penal, e não provas para condenação.
Informativo 
 (Fonte: Shutterstock).
O inquérito policial é presidido pelo delegado de polícia no âmbito da Polícia Civil e pelo delegado federal na Polícia Federal (Art.
4º do CPP), sendo que cada um deles atua dentro das esferas de atribuições que a lei lhes dá. A lei pode limitar essa atuação
de acordo com o assunto (por exemplo: quando há delegacias especializadas) ou a localização (a Polícia Federal do Rio de
Janeiro atuará em crimes praticados naquele município, por exemplo).
O Art. 5º do CPP nos diz quais são as formas de se instaurar um inquérito policial, e isso tem ligação com o tipo de futura ação
penal. Nos crimes de ação penal privada, a instauração depende de pedido do ofendido (Art. 5º, §5º do CPP); a autoridade
policial não pode instaurar de ofício, ou seja, sem esse pedido.
Já no caso de ação penal pública condicionada, na forma do Art. 5º,
§4º do CPP, é preciso também a representação do ofendido ou a
requisição do Ministro da Justiça em crimes desta natureza (Por
exemplo: Art. 141, I e 145, § único do Código Penal).
Quando o crime for de ação penal pública incondicionada, há mais liberdade para o Estado agir. O inquérito policial pode ser
instaurado a pedido do juiz (Art. 5º, II do CPP), do Ministério Público (Art. 5º, II do CPP), do ofendido, de qualquer pessoa (Art. 5,
§3º do CPP) ou de ofício pela autoridade policial ao tomar conhecimento de um delito cuja investigação seja de sua atribuição.
Ele pode tomar conhecimento pelo auto de prisão em �agrante, boletim de ocorrência ou até por noticiários.
Atenção
Destaque-se que, quando o juiz ou o Ministério Público requisitam a instauração de inquérito policial, a autoridade policial deve
instaurá-lo. Nos demais casos, há maior liberdade para a autoridade policial em decidir ou não pela instauração.
Na condução do inquérito policial, a autoridade policial tem discricionariedade para realizar as diligências que entender
necessárias ao esclarecimento do fato e sua autoria (Art. 6º do CPP); não há uma ordem a ser seguida, como na fase
processual.
O prazo para o encerramento do inquérito policial, por regra, será de dez dias se o suspeito estiver preso e de 30 dias se solto
(Art. 10 do CPP). É possível que a autoridade policial solicite ao juiz a prorrogação do prazo de conclusão, desde que justi�que
as diligências que ainda faltam ser realizadas (Art. 10, §3º do CPP). Nos inquéritos da Polícia Federal, os prazos são: 15 dias
para réu preso e 30 dias para solto.
Cuidando-se de investigação de trá�co de drogas, o prazo é de 30 dias para réu preso e de 90 dias para suspeito solto. Em
qualquer hipótese de trá�co de drogas, há possibilidade de duplicarem-se os prazos (Art. 51 da Lei 11.343/2006).
Esgotadas todas as diligências investigativas ou transcorrido o prazo para conclusão do inquérito policial, a autoridade policial
deve fazer um relatório de tudo (Art. 10, §1º do CPP) e encaminhar o inquérito para o Poder Judiciário, que por sua vez
possibilitará ao Ministério Público a manifestação sobre ele.
Nesse momento, o Ministério Público pode adotar uma das seguintes
posturas:
a) Requerer a realização de novas diligências, apontando-as e justi�cando a
sua necessidade (Art. 16 do CPP);
b) Oferecer a ação penal (denúncia) contra o suspeito;
c) Promover o arquivamento do inquérito policial (Art. 17 do CPP).
Caso o juiz concorde com o pedido de novas diligências, o inquérito retornará ao delegado para a realização delas (Art. 13, II do
CPP). Se o Ministério Público oferecer a ação penal, terá início a fase processual.
Já se o juiz concordar com o pedido de arquivamento do inquérito policial, este será encerrado e arquivado, apenas podendo
ser reaberto se novas provas surgirem (Art. 18 do CPP). Interessante que, uma vez arquivado pela autoridade judiciária, não há
recurso contra esta decisão, por exemplo; mesmo que a vítima discorde, o inquérito será arquivado.
É possível também que o juiz discorde do pedido de arquivamento do inquérito policial. Aí ele aplicará o Art. 28 do CPP,
remetendo o procedimento ao Procurador-Geral de Justiça (Ministério Público Estadual) ou Câmara deCoordenação e Revisão
(Ministério Público Federal), que são os órgãos superiores do Ministério Público para análise da manifestação de arquivamento.
Atenção
Se o Procurador-Geral de Justiça ou a Câmara concordarem com o arquivamento, isso ocorrerá mesmo com a discordância do
juiz. Se aqueles órgãos concordarem com o juiz, eles designarão outro membro do Ministério Público para oferecer a ação penal
no lugar daquele que pediu o arquivamento.
Atividade
Assinale a alternativa que apresenta uma descrição correta do inquérito policial:
a) É o único procedimento administrativo e judiciário com previsão legal, conforme a doutrina tradicional.
b) No ordenamento jurídico brasileiro, não há outra forma de investigação criminal que não seja o inquérito policial.
c) É um instrumento de investigação final para definir a penalidade do fato criminoso.
d) É presidido pelo delegado de polícia, no âmbito da Polícia Civil, e pelo delegado federal, no âmbito da Polícia Federal.
2 (FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Uni�cado - VI - Primeira fase) Tício está sendo investigado pela prática do delito de
roubo simples, tipi�cado no Artigo 157, caput do Código Penal. Concluída a investigação, o delegado titular da 41ª Delegacia
Policial envia os autos ao Ministério Público, a �m de que este tome as providências que entender cabíveis. O Parquet, após a
análise dos autos, decide pelo arquivamento do feito, por faltas de provas de autoria. A vítima ingressou em juízo com uma
ação penal privada subsidiária da pública, que foi rejeitada pelo juiz da causa, que, no caso acima, agiu:
a) Erroneamente, tendo em vista que a Lei Processual admite a ação privada nos crimes de ação pública quando esta não for intentada.
b) Corretamente, pois a vítima não tem legitimidade para ajuizar ação penal privada subsidiária da pública.
c) Corretamente, já que a Lei Processual não admite a ação penal privada subsidiária da pública nos casos em que o Ministério Público
não se mantém inerte.
d) Erroneamente, já que a Lei Processual admite, implicitamente, a ação penal privada subsidiária da pública.
3 - (MPE-PR - 2019 - MPE-PR - Promotor Substituto - Adaptada)
Sobre o inquérito policial, controle externo da atividade policial e poder investigatório do Ministério Público, analise as
assertivas abaixo e assinale a alternativa incorreta:
a) O inquérito policial pode ser instaurado de ofício, por requisição do Ministério Público e a requerimento do ofendido em casos de
crime de ação penal pública incondicionada.
b) O membro do “Parquet”, com atuação na área de investigação criminal, pode avocar a presidência do inquérito policial, em sede de
controle difuso da atividade policial.
c) No exercício do controle externo da atividade policial, o membro do “Parquet”, pode requisitar informações, a serem prestadas pela
autoridade, acerca de inquérito policial não concluído no prazo legal, bem como requisitar sua imediata remessa ao Ministério Público ou
Poder Judiciário, no estado em que se encontre.
d) O membro do Ministério Público pode encaminhar peças de informação em seu poder diretamente ao Juizado Especial Criminal, caso a
infração seja de menor potencial ofensivo.
4 - Sobre a persecução penal, assinale a alternativa incorreta:
a) A investigação criminal é a atividade preparatória para o exercício da ação penal, procurando elementos sobre autoria e materialidade,
bem como as circunstâncias que envolvem o delito.
b) O Ministério Público não pode oferecer denúncia com base em peças de informação, mesmo se estas forem suficientes para indicar
elementos de autoria e materialidade de determinado fato típico, sendo necessário requisitar a instauração de inquérito policial.
c) A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não podendo ser considerada para efeitos de
reincidência.
d) O inquérito policial é uma das formas de investigação criminal, não tem rito preestabelecido, nem é providência prévia indispensável ao
início da persecução penal.
e) Na persecução penal, o Estado cria dois órgãos persecutórios que são chamados de Polícia Judiciária, que leva ao conhecimento da
infração e o Ministério Público, que pode dar início à ação penal.
5 - (Polícia Civil do Espírito Santo - PC/ES/ES 2019 - Adaptada)
Considere a seguinte situação: Gerson está respondendo a procedimento investigatório, conduzido por delegado de Polícia
Civil. Em meio à investigação, foi decretado sigilo do inquérito policial para assegurar as investigações.
Levando em conta este caso hipotético, é correto a�rmar que:
a) Apenas no caso de não ser decretado o sigilo dos autos do inquérito, o advogado terá acesso aos autos, caso em que terá que
aguardar a instauração do processo judicial.
b) Os autos do inquérito policial poderão ser examinados pelo advogado, que ainda terá informações sobre os atos de investigação a
serem realizados.
c) O advogado do indiciado não terá acesso aos autos, nos crimes hediondos, para assegurar a proteção das investigações.
d) Ainda que tenha sido decretado o seu sigilo, o advogado poderá examinar os autos do inquérito policial.
e) Tendo em vista a necessidade de preservar a ordem pública, o sigilo decretado no inquérito policial não impede que os meios de
comunicação televisivas tenham acesso.
6 - Marque a assertiva incorreta acerca da investigação no processo penal:
a) O Ministério Público não encontra respaldo em qualquer regulamentação constitucional e legal em relação à autorização de apuração
de infração penal.
b) A condução da investigação criminal cabe ao delegado de polícia e ao promotor de justiça, que têm autoridade policial e procederão à
investigação criminal por meio de inquérito policial ou, ainda, se utilizar de outro procedimento legalmente previsto, com a finalidade de
apurar nas infrações penais suas circunstâncias, sua materialidade e sua autoria.
c) Em alguns estados, a PM lavra um termo circunstanciado de infração penal mesmo em face da determinação legal de o delegado de
polícia presidir a investigação criminal, além de não haver atribuição constitucional e legal para a polícia militar investigar crimes comuns.
d) É possível ao detetive particular contribuir com a investigação criminal.
e) A investigação criminal pode ser conduzida pelo Ministério Público, conforme entendimento expresso do Supremo Tribunal Federal.
7 - (Concurso Agente de Polícia Legislativa, Câmara Legislativa do Distrito Federal, 2018 – Adaptada) Conforme concepção
moderna, o inquérito policial:
a) É procedimento presidido tanto pelo delegado de polícia quanto pelo membro do Ministério Público, se o MP for o órgão responsável
pela investigação.
b) Não poderá acompanhar a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
c) Que apresentar vício poderá contaminar eventual ação penal subsequente proposta com base unicamente nos elementos
contaminados.
d) É um procedimento escrito, obrigatório e preparatório da ação penal, prescindível, em regra, para embasar o oferecimento da
denúncia.
e) É o único procedimento investigatório policial em nosso ordenamento jurídico.
8 - Marque a alternativa que apresenta a�rmação correta sobre a investigação criminal:
a) A inteligência tem como objetivo a produção de conhecimento e investigação criminal se orienta pelo modelo de persecução penal que
encontra previsão e regulamentação em norma processual própria, portanto, a investigação criminal não se confunde com a inteligência.
b) Encontramos inovação no ordenamento jurídico, em relação à possibilidade de realização de investigações criminais por meio do
detetive particular, quando consideramos o texto da lei 13432/17, conhecida como Lei do Detetive Particular.
c) Na investigação criminal, é totalmente vedada a contribuição do detetive particular, mesmo sob autorização do contratante e aceite do
Delegado de Polícia
d) Conforme o Art. 144, §4 da CF, parte final, cabe à Polícia Militar a apuração de crimes comuns.
e) Para a doutrina tradicional, o inquérito policial, que é um método de investigação, é um processoadministrativo sui generis.
9 - (CESPE - 2018 - PC-MA - Médico Legista adaptada) Ao tomar conhecimento da prática de uma infração penal, caberá à
autoridade policial:
1. Dirigir-se ao local, onde deve providenciar para que não se alterem o estado e a conservação das coisas até a chegada
dos peritos criminais.
2. Informar o fato de pronto ao Ministério Público, ao qual compete �scalizar o trabalho policial.
3. Proceder a diligências, no sentido de apurar as circunstâncias do fato criminoso e identi�car a autoria provável.
4. Encerrar a investigação quando não for possível identi�car um suspeito dentro de prazo razoável.
Estão certos apenas os itens:
a) I e II
b) I e III
c) III e IV
d) I, III e IV
e) II, III e IV
Notas
Referências
ANTUNES, Carlos P.; MISAKA, Marcelo Y. Prática penal: do exame da OAB à prática forense. Birigui: Mundial, 2020.
CAPEZ, F. Curso de processo penal. 26. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
Próxima aula
A intervenção da polícia nos crimes de menor potencial ofensivo e nas contravenções penais;
As principais etapas do procedimento sumaríssimo e os seus institutos;
O processo nestes delitos, suas fases, suas consequências e aplicação da pena que não seja privativa de liberdade.
Explore mais
• Assista ao vídeo:
AGU Explica - Ciclos do Poder de Polícia (Clarissa Borges). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=oi-
hRKxwmBM. Acesso em: 2 jul. 2020.
• Leia o artigo:
Primeiras impressões sobre o acordo de não persecução penal (Salvei Alai). Disponível
em:https://www.migalhas.com.br/depeso/320078/primeiras-impressoes-sobre-o-acordo-de-nao-persecucao-penal.
Acesso em: 2 jul. 2020.
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Direito Processual Penal e Org. Judc. e Policial
Aula 3: Termo circunstanciado e os Juizados Especiais
Criminais da Lei número 9.099/95
Apresentação
Esta aula irá aprofundar o estudo dos Juizados Especiais Criminais e seus aspectos principais, tais como os princípios
aplicáveis, os institutos utilizados no âmbito desta lei e as consequências jurídicas da sua aplicação.
Vamos observar também os principais aspectos do procedimento sumaríssimo, tais como a transação penal, a
composição civil dos danos e a suspensão condicional do processo.
Objetivos
Identi�car o procedimento sumaríssimo e sua relação com a Constituição Federal;
Reconhecer a origem, as peculiaridades e a função precípua do processo sumaríssimo;
De�nir o conceito de termo circunstanciado, o papel da Autoridade Policial, como é feito e depois remetido ao
Juizado especial criminal.
A Constituição Federal e os delitos de menor potencial ofensivo
O Art. 98, inciso I da Constituição Federal (CF) autorizou a criação dos Juizados Especiais Criminais para o julgamento das
infrações penais de menor potencial ofensivo. Concretizando aquela autorização, editou-se a Lei 9.099/95 que, nos artigos
60 a 83, tratou do conceito de delitos de menor potencial ofensivo, dos princípios regentes do procedimento sumaríssimo
e do procedimento em si.
O que seria uma infração penal de menor potencial ofensivo?
A Constituição Federal utilizou a expressão infração penal de
menor potencial ofensivo, mas não disse o que era. Você saberia
dizer?
Ela delegou ao legislador o conceito, e o Art. 61 da Lei 9.099/95 de�niu infração de menor potencial ofensivo como as
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos, cumulada ou não com multa.
As contravenções penais estão previstas no Decreto-Lei Nº 3.688/41 e são espécies do gênero delito ou infração penal.
Em essência, essas contravenções não se diferem dos crimes, mas os dois não se confundem. O Art. 1º, da Lei de
Introdução ao Código Penal, faz a distinção pelo tipo de pena: a contravenção penal é punida com pena de prisão simples
ou de multa, ao passo que o crime é punido com pena de reclusão ou detenção, isolada ou cumulativamente, com multa.
Por ser uma infração com sanção mais branda, justamente porque são condutas menos graves, o jurista Nelson Hungria
(1891-1969) chamava as contravenções penais de delito-anão. É possível que alguns delitos tenham pena máxima inferior
a dois anos, mas não sejam considerados de menor potencial ofensivo pelo legislador.
Exemplo
Isso ocorre, por exemplo, com os crimes que envolvam violência doméstica e familiar contra a mulher, pois o Art. 41 da Lei
Maria da Penha (Lei 11.340/2006) expressamente excluiu a incidência da Lei 9.099/95 àqueles delitos.
Princípios reitores do Juizado Especial Criminal
O Art. 2º da Lei 9.099/95 de�niu os princípios que devem nortear o procedimento sumaríssimo: “o processo orientar-se-á
pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que
possível, a conciliação ou a transação”.
É importante ter em mente esses princípios, pois eles devem nortear a atuação no juizado especial criminal e também a
interpretação da Lei 9.099/95.
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Oralidade: signi�ca o predomínio de atos processuais praticados na forma falada em detrimento dos atos por
escrito. Veja, por exemplo, que o Ministério Público oferecerá a denúncia oral (Art. 77 da Lei 9.099/95) e há uma
concentração de atos a serem praticados em uma só audiência, tudo de forma oral (Art. 81 da Lei 9.099/95);
Oralidade 
Informalidade: quem atua nos procedimentos do Juizado Especial Criminal deve-se preocupar mais com a questão
de fundo (resolver o caso, o problema) do que com questões formais (por exemplo: como uma peça processual deve
ser redigida, qual o padrão etc.), desburocratizando ao máximo os atos processuais;
Informalidade 
Economia processual: deve-se conseguir o máximo de proveito com mínimo de atos processuais. (Santos, 2011, p.
53) Por exemplo: há uma concentração de vários atos processuais a serem praticados na audiência, com vistas a
tornar o procedimento mais célere.
Economia processual 
Celeridade: a rápida solução do caso talvez seja a grande meta da Lei 9.099/95 e a razão de ser dos demais
princípios reitores, a�nal o procedimento é sumaríssimo. Então, todos os atos processuais devem objetivar a rápida
solução do caso, sem procrastinações desnecessárias.
Celeridade 
Termo circunstanciado
Você já estudou o inquérito policial. Lembra qual era sua �nalidade? Exatamente: esclarecer o fato criminoso, sua autoria e
todas as circunstâncias importantes sobre ele. O termo circunstanciado tem essa mesma �nalidade, mas é reservado
para os casos de infrações de menor potencial ofensivo.
Embora com a mesma �nalidade do inquérito policial, o termo circunstanciado, inspirado pelos princípios da
informalidade, celeridade e economia processual, é muito mais simples e descomplicado que o inquérito policial.
Nos termos do Art. 69 da Lei 9.099/95, o termo circunstanciado é mais parecido com um boletim de ocorrência. É lavrado
na hora pela autoridade policial que colhe todas as versões dos envolvidos (vítima, autor do fato, testemunhas etc.), e o
expediente remete ao Juizado Especial Criminal.
Saiba mais
Para que você tenha ideia dessa celeridade e simplicidade, em caso de crime de lesões corporais, a autoridade policial não
precisa sequer providenciar o exame de corpo de delito da vítima. Basta que anexe um boletim médico ou documento
equivalente (Art. 77, §1º da Lei 9.099/95).
Pelo texto legal, a autoridade policial competente para lavrar o termo circunstanciado é o delegado de polícia. Contudo,
sempre norteados pelos princípios da informalidade, celeridade e economia processual, há entendimentos no sentido de
que a Polícia Militar também poderia fazê-lo. Isso porque em alguns locais do Brasil é possível que não haja delegacias de
polícia, e nesses casos a PM poderia fazer o termo circunstanciado para imprimir celeridade ao procedimento.
O Fórum Nacional dos Juizados Especiais (FONAJE) é um encontro no qual se discute a interpretação da Lei 9.099/95.
Desse encontro nasceu o enunciado 34 do FONAJE: “Atendidasas peculiaridades locais, o termo circunstanciado poderá
ser lavrado pela Polícia Civil ou Militar”.
Comentário
Você se recorda do ciclo de polícia que já estudamos? E quando falamos que muitas vezes os órgãos que atuam na
prevenção do delito acabam exercendo atividades repressivas também? Eis um exemplo da Polícia Militar elaborando
termo circunstanciado.  
Da audiência preliminar
A vontade do legislador era de que o termo circunstanciado fosse lavrado logo após a ocorrência do delito e remetido em
seguida para a Justiça. Assim, no mesmo dia já seria realizada a audiência preliminar. Contudo, sabendo que muitas vezes
isso não é possível, seja pelo volume de ocorrências policiais ou pela quantidade de casos para agendar audiência, o Art.
70 da Lei 9.099/95 facultou a possibilidade de agendar essa audiência para outra data próxima.
A essa altura você está se perguntando: o que é essa audiência
preliminar? A resposta está no Art. 72 da Lei 9.099/95. No procedimento
desta lei, prestigia-se a solução consensual do caso, seja por meio de
uma composição civil ou pela transação penal. Então, essa audiência
preliminar se destina a isso: tentar uma composição civil ou uma
transação penal.
Composição civil
Em algumas infrações penais de menor potencial ofensivo, como por exemplo uma lesão corporal leve (Art. 129, caput, do
CP) ou uma lesão corporal culposa no trânsito (Art. 303 da Lei 9.503/97), é possível que a vítima esteja indignada com o
fato porque, além do delito que sofreu, ainda experimentou prejuízos �nanceiros. Exemplo: �cou com seu carro dani�cado
com o acidente, quebrou seu aparelho celular durante a agressão etc.
 
Nesses casos, pensando nos interesses da vítima em ser ressarcida, a lei admite que o autor do fato e a vítima cheguem a
um acordo de composição dos danos. A vantagem desse acordo para a vítima é que poderá ter seu prejuízo �nanceiro
ressarcido, ao passo que, para o autor do fato, em determinados crimes, pode importar em cessação do direito do Estado
de puni-lo (Art. 73 e 74 da Lei 9.099/95).
 
Uma vez que a composição civil pode ser boa para ambas as partes, paci�cando-se o con�ito gerado com o crime, a lei
estimula que isso ocorra na audiência preliminar.
Atenção
Em alguns casos, a composição civil não pode ocorrer, seja porque autor e vítima não chegaram a um denominador
comum, seja porque aquele delito não tem vítima certa (por exemplo: no delito de uso de drogas do Art. 28 da Lei
11.343/2006).
Transação penal
Não sendo possível a composição civil e não sendo o caso de arquivamento do termo circunstanciado, ainda naquela
audiência preliminar, será tentada a solução consensual por meio da transação penal (Art. 76 da Lei 9.099/95).
Ela é um acordo entre o órgão acusador e o réu para evitar a instauração do processo penal. (ANTUNES; MISAKA, 2020, p.
256) Você saberia dizer quando é possível a transação penal?
O legislador se preocupou em dizer quando a transação penal não seria cabível (art. 76, §2º, da Lei 9.099/95). Assim, fora
daqueles casos, ela será cabível, desde que se trate de uma infração penal de menor potencial ofensivo.
 
Não é admitida a transação penal quando �car comprovado que:
1. O autor do fato já foi condenado pela prática de crime anterior, de forma de�nitiva, com pena de prisão;
2. O autor do fato já foi bene�ciado por transação penal há menos de cinco anos;
3. Os antecedentes, a conduta social e a personalidade do autor do fato, ou os motivos e as circunstâncias da infração
penal, não recomendam a transação penal.
A transação penal é um acordo; por isso, não basta ser cabível. As duas
partes (autor do fato e Ministério Público) devem aceitar realizar esse
acordo. Caso seja cabível a transação, mas o Ministério Público (MP) se
recuse injusti�cadamente a oferecer a proposta, deve-se usar o Art. 28
do CPP por analogia, assim como na questão do pedido de arquivamento
do inquérito policial, como você deve se recordar.
Quais as condições estipuladas nesse acordo de transação penal? Normalmente, o MP propõe que o autor do fato cumpra
determinadas obrigações, como pagar algum valor em dinheiro para determinada entidade, ressarcir a vítima, frequentar
cursos ou terapias (alcoólicos anônimos por exemplo). Em contrapartida, o Ministério Público se compromete a não
oferecer a ação penal contra o autor do fato caso sejam cumpridas as condições.
A aceitação da proposta pelo autor do fato não implica con�ssão e não será anotada em sua �cha de antecedentes
criminais, a não ser para impedir a concessão de nova transação penal no prazo de cinco anos, como vimos (Art. 76, §§4º
e 6º da Lei 9.099/95).
Caso o autor do fato não cumpra as condições estipuladas no acordo, ele será rescindido, e o Ministério Público irá propor
a ação penal contra ele (súmula vinculante nº 35 do Supremo Tribunal Federal- STF).
Se estivermos diante de um crime de ação penal privada, também é possível a transação penal; contudo quem irá propô-la
é o querelante (a vítima do crime), segundo entendimento do STF (RHC 102.381/BA, Rel. Ministro Felix Fischer, quinta
turma, julgado em 09/10/2018, DJe 17/10/2018).
Atenção
Destaque-se que o autor do fato deve estar assistido por um advogado, constituído por ele ou nomeado pelo juiz, para
aceitar a proposta de transação penal, sob pena de nulidade.
Fase judicial
Não obtidas a composição civil ou a transação penal, nessa mesma audiência preliminar o Ministério Público oferecerá a
denúncia oral contra o autor do fato, se não houver necessidade de diligências (Art. 77 da Lei 9.099/95). Se necessária a
realização de alguma diligência (Art. 77, §2º da Lei 9.099/95), ela será requerida e, depois de realizada, o procedimento
retorna ao Ministério Público. Neste caso, o MP oferecerá a denúncia de forma escrita
Em caso de ação penal privada, conforme previsão do Art. 77, §3º
da Lei 9.099/95, quem irá oferecer a queixa-crime é a vítima, seu
representante legal ou os sucessores legitimados (art. 31 do CPP).
Oferecida a denúncia ou a queixa-crime, oral ou escrita, o acusado será citado e cienti�cado a comparecer na audiência de
instrução e julgamento, devendo ele trazer suas testemunhas ou apresentar requerimento para a intimação delas no
mínimo cinco dias antes da data agendada (Art. 78, §1º da Lei 9.099/95). As testemunhas indicadas pela acusação e
defesa serão noti�cadas a comparecer na mencionada audiência.
Caso o réu não constitua um advogado para defendê-lo, o juiz deverá nomear um defensor a ele (defensor nomeado),
porque a defesa técnica é imprescindível no processo penal.
Iniciada a audiência, o defensor do réu se manifestará
sobre a denúncia, trazendo a(s) tese(s) da defesa. Depois,
o juiz decidirá se recebe ou não a denúncia ou queixa. Em
caso de recebimento, serão ouvidas as vítimas e as
testemunhas de acusação e defesa. Ao �nal, o réu será
interrogado.
Eventual impossibilidade de comparecimento de qualquer
pessoa à audiência deverá ocorrer de forma justi�cada,
oportunidade em que será deliberado sobre a
redesignação de nova audiência.
Encerradas as oitivas e o interrogatório, passa-se para a
fase de debates orais entre as partes, iniciando-se pela
acusação e depois defesa. 
Fonte: succo/ Pixabay
Esse é o momento em que as partes fazem as últimas considerações sobre suas teses e provas produzidas em audiência,
com vistas a convencer o magistrado do acerto das teses trazidas por cada uma das partes. Após os debates, o juiz
proferirá a sentença (Art. 81 da Lei 9.099/95).
É possível que, por algum motivo justi�cado (necessidade de alguma diligência, algum problema no computador da sala
de audiências etc.), o juiz delibere por converter os debates orais em memoriais. Nesse caso, em vez de fazer suas
alegações �nais de forma oral, as partes irão apresentar por escrito suas considerações. São os chamados memoriais.
Em seguida, o juiz também prolatará a sentença de forma escrita.
Atenção
Contra a decisão do juiz que rejeita a peça acusatória (denúncia ou queixa-crime) e contraa sentença de mérito
(absolvendo ou condenando), cabe recurso de apelação com prazo de dez dias a contar da intimação da decisão (Art. 82
da Lei 9.099/95). Esse recurso de apelação será julgado por uma turma composta por três juízes (Art. 82 da Lei 9.099/95).
 
Suspensão condicional do processo
A Lei 9.099/95, com vistas a reduzir o encarceramento, trouxe o instituto da suspensão condicional do processo no seu
artigo 89.
Embora previsto naquela lei, a suspensão condicional do processo nada tem a ver com os delitos de menor potencial
ofensivo, pois, nas palavras do próprio texto legal, ela se aplica às infrações penais previstas ou não naquela lei. Assim:
A suspensão condicional do processo é o acordo entre as
partes para suspender o andamento do processo, desde
que o acusado cumpra determinadas condições por um
período de tempo. Cumprido, haverá a extinção da
punibilidade.
- (ANTUNES; MISAKA, 2020, p. 256).
O Art. 89 da Lei 9.099/95 traz as situações em que é possível a concessão do sursis processual (suspensão condicional
do processo):
Sendo cabível a suspensão condicional do processo, ela será proposta pelo Ministério Público nos crimes de ação penal
pública e pelo querelante nos delitos de ação penal privada. As condições desse acordo estão no Art. 89, §1º da Lei
9.099/95:
1 Reparar o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
2 Proibição de frequentar determinados lugares;
3 Proibição de ausentar-se da comarca onde reside sem autorização do juiz;
4 Comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justi�car suas atividades.
Além dessas condições, é possível que o juiz especi�que outras, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do
acusado (Art. 89, §2º da Lei 9.099/95).
O acusado deverá cumprir essas condições por um prazo de dois a quatro anos. Transcorrido o prazo, será extinta a
punibilidade (Art. 89, §5º da Lei 9.099/95). Se, durante o prazo, houver descumprimento das condições pelo acusado, o
benefício poderá ser revogado, e o processo seguirá seu curso normal (Art. 89, §§3º e 4º da Lei 9.099/95).
Atenção
A suspensão condicional não se confunde com a transação penal. Aquela é concedida para crimes com pena mínima
igual ou inferior a um ano e implica suspensão do processo. Já a transação é para delitos de menor potencial ofensivo e
ocasiona a exclusão do processo (não será processado se cumpridas as condições).
Atividade
1 - Assinale a alternativa que apresenta uma a�rmação que identi�ca corretamente a relação entre o procedimento
sumaríssimo e a Constituição Federal:
a) O procedimento sumaríssimo teve seus princípios definidos integralmente pela Constituição Federal, restando ao Art. 2º da Lei
9.099/95 apenas a sua confirmação.
b) O Art. 98, inciso I da Constituição Federal (CF) dasautorizou a criação dos Juizados Especiais Criminais para o julgamento das
infrações penais de menor potencial ofensivo, o que foi alterado posteriormente por meio de medida provisória.
c) O Art. 2º da Lei 9.099/95 definiu os critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade como
princípios norteadores do procedimento sumaríssimo.
d) O Art. 41 da Lei Maria da Penha (Nº 11.340/2006) inclui a incidência da Lei 9.099/95 aos delitos que envolvam violência doméstica
e familiar contra a mulher.
2 - Pedro, plenamente capaz, apresentou queixa-crime contra Paulo, igualmente capaz, alegando ter sido vítima de injúria.
No juízo criminal, realizada audiência preliminar, não concordaram as partes em conciliar. Ato contínuo, foi oferecida
representação por parte de Pedro e apresentada pelo Ministério Público proposta de transação penal, a qual foi
integralmente aceita por Paulo. Assim, ante a transação penal realizada, restou Paulo obrigado a pagar o valor
correspondente a uma cesta básica em favor de entidade de cunho assistencial, a ser designada pelo juízo.
Considerando este caso e o que estabelece a Lei 9.099/95 em relação à transação penal no contexto do processo
sumaríssimo, assinale a alternativa correta:
a) A transação penal realizada por Paulo gera presunção absoluta de culpa em eventual ação de reparação de dano civil proposta
por Pedro.
b) Com transação penal e aplicação da pena restritiva de direitos imposta pelo juiz a Paulo, a mesma não importará em reincidência
e não terá efeitos civis.
c) Com transação penal e aplicação da pena restritiva de direitos imposta pelo juiz a Paulo, importará em reincidência e terá efeitos
civis.
d) Paulo não poderá, quando da ação de reparação civil, questionar a existência do fato ou sobre quem seja o seu autor, uma vez
que essas questões já se acham decididas no juízo criminal.
3 - Diante da ocorrência de uma infração de menor potencial ofensivo, assinale a alternativa correta para a conduta da
autoridade em relação ao termo circunstanciado:
a) A autoridade que tiver conhecimento da ocorrência do fato lavrará o auto de prisão em flagrante se presentes as circunstâncias
que autorizem a prisão nos termos do Art. 302 do CPP.
b) A autoridade que tomar conhecimento da ocorrência do fato instaurará o inquérito policial por portaria.
c) O policial representará pela prisão temporária.
d) A autoridade que tiver conhecimento do fato lavrará o termo circunstanciado e encaminhará o autor do fato imediatamente ao
juizado especial criminal, quando possível.
4 - Flávio, motorista de táxi, dirigia seu auto por via estreita, que impedia ultrapassagem de autos. Túlio, septuagenário,
seguia com seu veículo à frente do de Flávio, em baixíssima velocidade, causando enorme congestionamento na via.
Quando Túlio parou em semáforo, Flávio desceu de seu táxi e passou a desferir chutes e socos contra a lataria do auto de
Túlio, dani�cando-a. Policiais se acercaram do local e detiveram Flávio, que foi conduzido à delegacia de polícia. Lá, o
delegado entendeu que o crime era de dano, com pena de detenção de um a seis meses ou multa. Iniciou a lavratura do
termo circunstanciado, previsto na Lei Nº 9.099/95. Ao �nalizá-lo, entregou a Flávio para que assinasse o termo de
comparecimento ao Juizado Especial Criminal, o que foi por ele recusado.
Indique o procedimento a ser adotado:
a) Registrar apenas em boletim de ocorrência para futuras providências.
b) Considerando que ocorrera prisão em flagrante, ante a não assinatura do termo de comparecimento ao Jecrim, deve o delegado
de polícia lavrar auto de prisão em flagrante, fixando fiança.
c) Deve o delegado lavrar o auto de prisão em flagrante e permitir que Flávio se livre solto.
d) O termo circunstanciado deve ser remetido ao juízo, mesmo que Flávio não tenha assinado, para que o Magistrado, ouvido o
Ministério Público, tome as providências que julgar cabíveis, podendo até decretar eventual prisão temporária.
e) Na prisão em flagrante, se o infrator não assinar o termo circunstanciado, o delegado de polícia fica impedido de lavrar o auto de
prisão em flagrante.
5 - (CESPE - Defensor Público do Acre - 2017) De acordo com a Lei 9.099/95 e com o entendimento doutrinário e
jurisprudencial dominantes, assinale a alternativa correta em relação à proposta de transação penal:
a) Configura hipótese de retratação da ação penal oferecida.
b) É cabível nos crimes de ação penal privada, caso não haja prévia composição dos danos cíveis.
c) Deve ser ofertada, de ofício, pelo juiz ao autor do crime quando não tiver sido apresentada pelo MP.
d) Depende de consentimento prévio do ofendido ou de quem o represente na ação penal pública condicionada à representação.
e) Dispensa a não ocorrência da prévia composição dos danos civis.
6 - Considere as a�rmativas abaixo em relação à fase preliminar do processo do Juizado Especial Criminal:
I - Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público e as partes acompanhadas por seus advogados,
o juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de
pena privativa de liberdade.
II - A conciliação será conduzida pelo juiz ou porconciliador sob sua orientação.
III - Nos crimes de ação penal pública condicionada à representação, o não oferecimento desta na audiência preliminar
implica decadência do direito.
IV - A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará
imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais
necessários.
Quais estão corretas?
 
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas I e III
d) Apenas II e IV
e) Apenas III e IV
7 - (FCC - 2020 - TJ-MS - Juiz Substituto, adapatada) Em relação aos Juizados Especiais Criminais, é correto a�rmar que:
a) A competência será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal ou pelo domicílio da vítima, a critério desta.
b) É cabível a interposição de recurso em sentido estrito, no prazo de cinco dias, contra a decisão de rejeição da denúncia ou queixa,
com abertura de vista para apresentação das razões em oito dias.
c) Não cabe recurso especial contra decisão proferida por turma recursal, competindo a esta, porém, processar e julgar mandado de
segurança contra ato de juizado especial.
d) Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da semana; é incabível, porém, a
prática em outras comarcas
e) Contra decisão emitida por órgão de segundo grau dos Juizados Especiais cabe recurso especial.
8 - (VUNESP - 2019 - TJ-RJ - Juiz Substituto - adaptada) A aplicação imediata da pena restritiva de direitos ou multa,
conhecida como “transação penal”, tal qual prevista no Art. 76, parágrafo 2° da Lei n° 9.099/95, não será admitida se �car
comprovado:
a) Ter sido o agente beneficiado anteriormente pela aplicação de pena restritiva ou multa na mesma modalidade de “transação
penal”.
b) Ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime ou contravenção, à pena privativa de liberdade transitada em
julgado.
c) Ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime ou contravenção, a pena privativa de liberdade, por sentença
definitiva.
d) Não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser
necessária e suficiente a adoção da medida.
e) Que o crime foi praticado com violência ou grave ameaça à pessoa.
9 - (UEPA - 2013 - PC-PA - Escriturário - Investigador adaptada) Assinale a alternativa correta quanto ao procedimento no
Jecrim:
a) A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência, envolvendo infração penal de menor potencial ofensivo, lavrará
termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições
dos exames periciais necessários.
b) ) Os juizados especiais criminais são competentes para processar e julgar as infrações penais de menor potencial ofensivo,
incluindo as contravenções penais e os crimes que a lei comine pena máxima não superior a quatro anos, cumulada ou não com
multa.
c) Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá
propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, sendo requisito único para a suspensão a inexistência de condenação
anterior do acusado pela prática de outro crime.
d) Na hipótese de composição dos danos civis, homologada pelo juiz, remanesce à vítima o direito de promover a queixa ou
representação, conforme o caso.
e) A competência para processar e julgar a ação penal é definida a partir do lugar do domicílio do autor do ilícito, em sede de
juizado especial criminal.
Notas
CNE 1
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Referências
ANTUNES, Carlos Paschoalik; MISAKA, Marcelo Yukio. Prática penal: do exame da OAB à prática forense. 2. ed., Birigui: GH
St bil 2020
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Stabile, 2020.
 
SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras linhas de Direito Processual Civil. Vol. 2. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
Próxima aula
A fase processual ação penal;
Distinção entre ação penal pública e privada;
Finalidade, classi�cação, titularidade e prazos relacionados à ação penal.
Explore mais
Leia o seguinte artigo:
Termo circunstanciado: para compreender e diferenciar de Inquérito Policial (Frederico Cattani). Disponível em:
https://canalcienciascriminais.com.br/termo-circunstanciado-compreender/
<https://canalcienciascriminais.com.br/termo-circunstanciado-compreender/> . Acesso em: 3 jul. 2020.
 
Leia o livro:
Juizados especiais criminais: teoria e prática- 2. ed. (Beatriz Abraão de Oliveira). Rio de Janeiro: Renovar, 2007.
https://canalcienciascriminais.com.br/termo-circunstanciado-compreender/
https://canalcienciascriminais.com.br/termo-circunstanciado-compreender/
Direito Processual Penal e Org. Judc. e Policial
Aula 4: Ação penal: Finalidade, classi�cação, titularidade e
prazos
Apresentação
Estudaremos a ação penal, conhecendo o conceito, as espécies e a forma como se identi�ca nos crimes, importantes
também para a análise da titularidade por parte do Ministério Público ou do querelante.
Examinaremos também os principais aspectos da ação penal pública, como condicionada à representação ou à
requisição do Ministro da Justiça. No caso da ação penal privada, analisaremos as suas espécies, que são a propriamente
dita, a personalíssima e a subsidiária da pública, visando à aplicação das modalidades a cada tipo penal.
Objetivos
De�nir o conceito, a �nalidade, os pressupostos e as condições da ação penal para a propositura ao juiz;
Identi�car os prazos e as espécies de ação penal, as modalidades, as diferenças e os desdobramentos da ação penal
pública, bem como da ação penal privada, promovida pelo querelante;
Reconhecer os princípios das ações penais pública e privada e seu impacto nos tipos penais.
Conceito de ação penal
Antes de tratarmos das �nalidades da ação penal, devemos primeiramente conhecer
o seu conceito.
A ação penal, disposta no Título VII do Código Penal (CP) e no Título III do
Código de Processo Penal (CPP), é um direito abstrato, autônomo, subjetivo
e público da vítima ou do Estado-acusador de acionar o Poder Judiciário
para que este se pronuncie sobre um fato delituoso. Por que direito abstrato,
autônomo, subjetivo e público?
Abstrato
Porque o exercício da ação penal não depende da procedência ou da improcedência da pretensão acusatória.
Autônomo
Porque, apesar de ser atrelado ao direito material tutelado ou que se pretende tutelar, não pode se confundir com ele.
Subjetivo
Porque o Estado-Juiz será exigido de atividade jurisdicional concreta.
Público
Porque a regra é que a ação penal será pública e as exceções estarão expressas na lei (CRUZ, 2009).
Tal direito de ação , resumidamente o direito de exigir do Estado o exercício da jurisdição, está previsto no artigo 5º, inciso
XXXV da Constituição Federal (CF), quando dispõe que a lesão ou ameaça ao direito não podem ser excluídas da apreciação
do Poder Judiciário.
Ação
É a própria iniciativa da busca pelo exercício do direito e pela prestação da tutela jurisdicional.
Finalidade da ação penal
É pela ação penal que o direito penal objetivo pode ser aplicado a determinado caso concreto. E é por meio dela que o Estado-
Administração exerce o direito público subjetivo ao pleitear ao Estado-Juiz a referida aplicação do direito penal objetivo.
Saiba mais
A regra geral é que a ação penal tem a utilização a cargo do Estado, com legitimação ativa deste. Também segue essa regra a
fase pré-processual da persecução penal, em sua maioria, aos crimes comuns.
O inquérito pode ser dispensável para a propositura da ação penal, pois é possível que a acusação utilize quaisquer outros
elementos informativos.
Nas ações

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