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FACULDADE CATÓLICA SALESIANA ENGENHARIA QUÍMICA LEONARDO MOÇO MOTA AS PERSPECTIVAS DAS INDÚSTRIAS DE FERTILIZANTES NO BRASIL MACAÉ 2021 LEONARDO MOÇO MOTA AS PERSPECTIVAS DAS INDÚSTRIAS DE FERTILIZANTES NO BRASIL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Graduação em Engenharia Química, da Faculdade Católica Salesiana, como requisito parcial à obtenção ao grau de Bacharel em Engenharia Química. Orientador: Prof. M.Sc. Rogério Manhães Soares. Co-orientador: Prof. M.Sc. Warlley Ligorio Antunes MACAÉ 2021 No verso da folha de rosto de forma centralizada será impressa a ficha catalográfica (NBR 14724/2005), elaborada pela Bibliotecária (o). Solicitar a ficha catalográfica para o e-mail biblioteca@salesianamacae.edu.br e enviar os dados abaixo: • Nome completo do autor • Curso • Título • Subtítulo (se houver) • Ano • Número total de páginas • Número das páginas onde está a bibliografia LEONARDO MOÇO MOTA AS PERSPECTIVAS DAS INDÚSTRIAS DE FERTILIZANTES NO BRASIL Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Químico da FSMA – Faculdade Católica Salesiana pela seguinte comissão examinadora: _____________________________________________ Prof. M.Sc. Rogério Manhães Soares _____________________________________________ Prof. M.Sc. Warlley Ligório Antunes _____________________________________________ MACAÉ 2021 AGRADECIMENTOS E no tempo de Deus os sonhos vão se realizando. Chegou o momento final desta longa caminhada. E junto com Ele só gratidão. Primeiramente a Deus, engenheiro de todas as obras, que em todos os momentos da minha vida está presente, me guiando e me capacitando; meu mais sublime agradecimento. E que nesta nova etapa que se inicia, me proteja e me conceda suas graças para que eu possa exercer a minha profissão dignamente. RESUMO A produção de fertilizantes no Brasil está bem abaixo da necessidade atual do mercado interno, a importação tende a crescer cada vez mais e deixar o mercado dependente da flutuação de câmbio, aumentando os valores dos produtos finais no setor, causando déficit comercial no setor de fertilizantes nos últimos anos, o foco da indústria química brasileira está nos commodities. Este trabalho descreve e analisa os aspectos técnicos da produção nacional de fertilizantes e suas dificuldades de suprir o mercado interno. Através de uma compilação de dados bibliográficos, verificou-se que o Brasil produz menos do que utiliza e depende de importações para suprir a necessidade interna. Um dos exemplos é o potássio, que o Brasil necessita de mais de 90% por via de importação. Embora a necessidade de importação seja crescente, a indústria química do Brasil precisa adotar alternativas de extração desses minerais em solo nacional, focando no potencial de extração e de aproveitamento destes minerais sem perder o foco no desenvolvimento sustentável. Palavras-chave: Fertilizantes. Indústria química. Potencial. Importação. Produção. ABSTRACT The production of fertilizers in Brazil is well below the current need of the domestic market, imports to increase more and more and leave the market dependent on exchange rate fluctuation, increase in the values of final products in the sector, causing a trade deficit in the fertilizer sector in the In recent years, the focus of the Brazilian chemical industry is on commodities. This work requirements and analyzes the technical aspects of national fertilizer production and its difficulties in supplying the domestic market. Through a compilation of bibliographic data, it appears that Brazil produces less than it uses and depends on imports to supply the domestic need. One example is potassium, which Brazil needs over 90% of via import. Although the need for imports is growing, the chemical industry in Brazil needs to adopt alternatives for the extraction of these minerals on national soil, focusing on the potential for extraction and use of these minerals without losing the focus on sustainable development. Keywords: Fertilizers. Chemical industry. Potential. Import. Production. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Povos ancestrais dependendo da caça e coleta de alimentos locais ........ 12 Figura 2 - primeira revolução agrícola. Afresco Torre da Águia, Castelo de Buonconsiglio, Trento. Venceslau da Boêmia (1397). ............................................... 13 Figura 3 – Vegebot robô capaz de colher vegetais, automação com contato humano mínimo nos insumos agrícolas. ................................................................................. 14 Figura 4 – Matriz energética brasileira em comparação com a mundial .................... 15 Figura 5 – Produção anual agrícola do Brasil ............................................................ 16 Figura 6 – Faturamento da indústria química mundial em bilhões de dólares ........... 21 Figura 7– Balança comercial brasileira de 2000 a 2019 ............................................ 22 Figura 8 – capacidade de produção de amônia no mundo ........................................ 23 Figura 9 – Fluxograma de produção de fertilizantes minerais ................................... 24 Figura 10 - Balança comercial brasileira de fertilizantes entre 1996 e 2018 ............. 32 Figura 11: Funções do potássio nas plantas. ............................................................ 38 Figura 12: Produção Brasileira de Rocha Fosfáltica.................................................. 40 Figura 13: Produção nacional de enxofre 1998/2012. ............................................... 42 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Faturamento da indústria química com destaque para a produção nacional de fertilizantes em 6º lugar. ......................................................................... 21 Tabela 2 – Mercado brasileiro de fertilizantes em números ...................................... 27 Tabela 3 – reservas e produção de fosfatos do Brasil e outros países ..................... 28 Tabela 4 – produção e reservas de potássio no Brasil .............................................. 28 Tabela 5 – Ranking de produtores de amônia no mundo .......................................... 29 Tabela 6– Reserva de rochas fosfáticas em solo brasileiro em toneladas ................ 31 Tabela 7: Concentração mundial de potássio em Mt................................................. 38 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 9 1.1 Problema ...................................................................................................... 10 1.2 Hipóteses ..................................................................................................... 10 1.3 Objetivos ...................................................................................................... 10 1.3.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 10 1.3.2 Objetivos Específicos ............................................................................ 11 1.4 Justificativas ................................................................................................. 11 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .........................................................................12 2.1 Histórico da Agricultura ................................................................................ 12 2.2 Situação Atual do Brasil em Produção de Insumos ..................................... 14 2.3 Os Fertilizantes e sua Importância Para a Agricultura ................................. 16 2.4 Importância dos Macro e Micronutrientes no Desenvolvimento da Planta ... 17 2.5 Classificação dos Fertilizantes ..................................................................... 18 2.6 O Mercado Atual de Fertilizantes ................................................................. 19 2.7 Perspectivas de Mercado ............................................................................. 22 3. METODOLOGIA ................................................................................................ 34 3.1 Perspectivas do Estudo ................................................................................ 34 3.1.1 Tipo de Pesquisa ................................................................................... 34 3.1.2 Fonte de Dados ..................................................................................... 34 3.1.3 Instrumento de Coleta de Dados ........................................................... 35 3.1.4 Apresentação de Dados ........................................................................ 35 3.1.5 Análise de Dados ................................................................................... 35 3.2 Delimitação do Estudo ................................................................................. 36 4. CENÁRIO BRASILEIRO DOS MINERAIS PARA FERTILIZANTES ................ 37 4.1 POTÁSSIO ................................................................................................... 37 4.2 FOSFATO .................................................................................................... 39 4.3 ENXOFRE .................................................................................................... 40 5. APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIO ENVIADO A EMPRESA ............................ 43 5.1 Dados da empresa ....................................................................................... 43 5.2 Análise das respostas ..................................... Erro! Indicador não definido. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 47 6.1 Sugestões para Trabalhos Futuros .............................................................. 48 6.2 Desafios e Oportunidades para a indústria de fertilizantes no Brasil ........... 48 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 51 APÊNDICE A – PERGUNTAS E RESPOSTAS DA ENTREVISTA .......................... 55 9 1. INTRODUÇÃO O Brasil vem crescendo continuamente na produção agrícola. Reconhecido como o “celeiro do mundo” o país vê a necessidade crescente de insumos agrícolas para melhoramento genético e melhoramento das terras que são utilizadas constantemente safra após safra. O solo após colheita necessita de nutrientes que foram retirados em fase de crescimento e maturidade das plantas para repor as necessidades das novas plantas a serem inseridas. A produção de fertilizantes no Brasil está bem abaixo da necessidade atual do mercado interno, a importação tende a crescer cada vez mais e deixar o mercado dependente da flutuação de câmbio, aumentando os valores dos produtos finais no setor (REETZ, 2016). O agronegócio é um dos principais motores da economia brasileira. Em 2019, a balança comercial brasileira registrou superávit de US $ 48 bilhões, 17,2% menor que o registrado em 2018 e 28,3% menor que em 2017. Porém, em 2019 o setor do agronegócio foi responsável por um superávit de US $ 83 bilhões. Em outro, ou seja, sem o agronegócio, o Brasil registraria déficits recorrentes em sua balança comercial. Soja, milho, e a cana-de-açúcar respondem atualmente por mais de 60% do valor bruto da agricultura (considerando apenas colheitas) (MAPA, 2020). O Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo, atrás da China, Índia, e os EUA. A agricultura desempenha um papel essencial na mitigação das mudanças climáticas: pelo menos 40% do solo do mundo é usado como área de cultivo ou pastagem e o uso de fertilizantes pode contribuir para o carbono do solo sequestro, aumentando a produtividade da biomassa e evitando o desmatamento. Impactos climáticos causados pela intensificação agrícola são preferíveis aos de um sistema com menos insumos e terras A produção de amônia utiliza gás de síntese a partir do ar e o hidrogênio do gás natural em reatores pressurizados, seguindo a síntese de Haber-Bosch em que o monóxido de carbono é convertido em dióxido de carbono e separado da corrente, o hidrogênio do gás natural é combinado com o nitrogênio no ar e assim gera-se a amônia. A Petrobras tem um papel crucial na produção deste tipo de fertilizante (PETROBRAS, 2020). A indústria química do Brasil tem um papel muito importante nesses resultados, indústria esta que cresce lentamente e não acompanha o crescimento do mercado interno. Causando déficit comercial no setor de fertilizantes nos últimos 10 anos, o foco da indústria química brasileira está nos commodities. Com isso, a deficiência da importação de fertilizantes no Brasil chega a 90% para os potássicos e isto afeta o setor de agronegócios, que corresponde a 23% do PIB nacional (COSTA, SILVA, 2020). 1.1 Problema A produção industrial no setor químico do Brasil não acompanhou a evolução do consumo agrícola interno, ocasionando um déficit crescente e persistente no setor graças ao aumento na demanda de importações para países como a China, por exemplo. Os intermediários para fertilizantes, segmento importante da indústria química, são responsáveis por cerca de um terço do déficit, e as perspectivas são de que a demanda por adubos se eleve ainda mais nos próximos anos (COSTA, SILVA, 2012). Diante de tais fatos, de que forma o setor de fertilizantes brasileiro pode contribuir para minimizar ou extinguir este déficit crescente no mercado interno? 1.2 Hipóteses Segundo Faccio (2020), uma das grandes preocupações do mercado Brasileiro é que aproximadamente 70% dos fertilizantes utilizados em solo nacional são importados. E, com o quadro de evolução, nos próximos anos, a expansão do setor deve continuar em linha com o desenvolvimento do agronegócio, muito por conta do seu potencial de aumento de produtividade. 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo Geral O objetivo deste trabalho é demonstrar o potencial da indústria brasileira de fertilizantes, bem como realçar sua importância para o desenvolvimento agrícola nacional. 11 1.3.2 Objetivos Específicos • Avaliar por meio de estudo bibliográfico as perspectivas de desenvolvimento e produção das indústrias de fertilizantes no mercado nacional; • Demonstrar mediante aplicação de questionário a percepção do setor industrial de fertilizantes a respeito do acompanhamento do crescimento interno do mercado; 1.4 Justificativas Com o aumento da produção de insumos agrícolas o campo necessita cada vez mais de fertilizantes, por este motivo o Brasil ainda importa cerca de 70% do fertilizante utilizado no mercado interno. Com isso, existe uma grande demanda e um gap de ganhos de receita para produtores de fertilizantes agrícolas nacionais. E, para que isso ocorra, as empresas produtoras de fertilizantes devem estar alinhadas com o desenvolvimento do agronegócio brasileiro (FACCIO, 2020). 12 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Histórico da Agricultura O ser humano e sociedade dependem da agricultura. Desta forma, pode-se concluir logo de partida que a agricultura é a atividade mais antigado planeta, como denota Sirvinskas (2013). Há cerca de 12 mil anos o homem ainda dependia do nomadismo como forma de obter alimento, sempre se mudando após o fim dos recursos naturais no local instalado como mostra a Figura 01. Após anos a primeira forma de agricultura rudimentar foi realizada próximas a rios e córregos, onde a terra era mais fértil e com sementes, não demandando muito trabalho por parte dos nômades. Seus acampamentos eram montados analisando-se à riqueza da região tanto vegetal quanto animal (passagem de animais ou rios fartos em peixes), com isso podiam permanecer por estações sem se preocupar (CUNHA, 2017). Figura 1 - Povos ancestrais dependendo da caça e coleta de alimentos locais Fonte: TRISTÃO, 2020 Com o desenvolvimento das práticas de cultivo e criação de animais de várias espécies, e se adequando a uma variedade, de acordo com o ecossistema 13 local, permitiu o desenvolvimento das primeiras aldeias e comunidades humanas. Com o aumento da população, começou a necessidade de um aumento na produção de alimentos. Em que pese a natureza possua sistemas próprios de regulação, através do ciclo dos recursos naturais, a intervenção humana desregrada, praticada devido ao antropocentrismo, pode causar um imenso impacto nesses sistemas causando-lhes até mesmo alterações irreversíveis esgotando os recursos (COSTA, 2016). Com a utilização contínua do solo, aparecem as causas de carência de nutrientes, e mesmo mudando de região, o problema se repetia. Começa-se então a aprimorar os cultivos com o uso de ferramentas, fezes de animais, cinzas, ossos, como uma forma de melhorar a terra e assentar-se num único local, como mostra a Figura 02 (CUNHA, 2017). Figura 2 - primeira revolução agrícola. Afresco Torre da Águia, Castelo de Buonconsiglio, Trento. Venceslau da Boêmia (1397). Fonte: NATIONAL GEOGRAPHIC PORTUGAL (2020). Com a revolução agrícola surge a utilização de sistemas hidráulicos como as plantações no leito do Rio Nilo no Egito e logo depois, nos campos europeus. Utilização de ferramentas mais rebuscadas como pás, enxadas, aradores e tração animal. Mas, apenas no século XVII que se inicia a rotação de culturas de cultivo. Já a revolução agrícola atual surgiu em meados do século XX, depois, com a utilização 14 de máquinas motorizadas, mecanização de colheitas, utilização de fertilizantes, alimentos transgênicos, um melhor controle hidráulico da irrigação e até a automação da colheita, como mostra a Figura 03 um robô capaz de colher automaticamente vegetais (MAZOYER; ROUDART, 1997 apud CUNHA, 2017). Figura 3 – Vegebot robô capaz de colher vegetais, automação com contato humano mínimo nos insumos agrícolas. Fonte: REVISTA PLANETA (2019). 2.2 Situação Atual do Brasil em Produção de Insumos Segundo o Centro de Agronegócios da FGV (2020), o Brasil possui aproximadamente 330 milhões de hectares de terras cultiváveis, destes são aproximadamente 170 milhões de hectares para pastagens e 80 milhões de hectares para lavouras anuais ou perenes. Além do Brasil ter uma grande disponibilidade de terreno, o país é gratificado com uma grande parcela da água doce do planeta, aproximadamente 13%, disponível, chuvas regulares, abundância de energias renováveis (solar, eólica, hidráulica, biomassa) Figura 04, diversidade de climas e uma grande predisposição ao desenvolvimento do setor do agronegócio (MATTOS, 2017). 15 Figura 4 – Matriz energética brasileira em comparação com a mundial Fonte: FGV (2019) O Brasil hoje é um dos maiores produtores de soja do mundo, além do café, suco de laranja e açúcar conforme mostrado na Figura 05. Com esse crescimento, o Brasil é um dos maiores consumidores de fertilizantes do mundo. O Brasil, mesmo sendo uma superpotência agrícola devido a abundância de terras e água, se mantém como o quarto maior consumidor de N e o terceiro de P. Por possuir solos com deficiência de K é o segundo maior consumidor do nutriente. Em 2017 o Brasil importou cerca de 2,5 milhões de toneladas de fertilizantes (GOTTEMS, 2018). 16 Figura 5 – Produção anual agrícola do Brasil Fonte: FGV (2019) 2.3 Os Fertilizantes e sua Importância Para a Agricultura Entende-se que, naturalmente, as plantas obtêm alimento do solo que estão inseridas. E, por isso, os solos necessitam de tempo para repor os nutrientes extraídos pelas plantas em sua fase de crescimento até o amadurecimento. Em plantios que têm taxa curta de colheita o desgaste do solo é maior, com isso, aparecem problemas constantes nas próximas safras: como plantas debilitadas ou de menor porte que o normal. Pesquisas são constantemente executadas para entender e desenvolver uma nutrição mineral eficiente e de qualidade para as plantas, compostos compatíveis de acordo com cada espécie vegetal e de fácil aplicação (CUNHA, 2017). O Decreto N. º 4.954/2004 (BRASIL, 2004) determina que “Fertilizantes são substâncias minerais ou orgânicas, naturais ou sintéticas, fornecedoras de um ou mais nutrientes das plantas. ” E, também, que os fertilizantes são compostos por nutrientes essenciais para o desenvolvimento das plantas. Sendo estes macronutrientes primários e secundários e micronutrientes. Os macronutrientes primários são o nitrogênio (N) expresso como nitratos (NO), fósforo (P) expresso como pentóxido de fósforo (P2O5), potássio (K) expresso como óxido de potássio (K2O); os macronutrientes 17 secundários são o cálcio (Ca) expresso como óxido de cálcio (CaO), magnésio (Mg) expresso como óxido de magnésio (MgO) e enxofre (S). Os micronutrientes são o boro (B), cobre (Cu), ferro (Fe), cloro (Cl), molibdênio (Mo), manganês (Mn), zinco (Zn), silício (Si), cobalto (Co), além de outros micronutrientes que variam de acordo com cada espécie de planta. 2.4 Importância dos Macro e Micronutrientes no Desenvolvimento da Planta Entre os macronutrientes, o nitrogênio (N) atua em todas as fases da planta, promovendo a síntese de proteínas, desde o crescimento até a frutificação. A clorofila, composto principal para absorção de energia solar e transformação em energia química para a planta é composta em parte por nitrogênio e é fundamental para o sustento da planta. Porém, o excesso também causa problemas como o escurecimento das folhas, falta de resistência às doenças e diminuição do ciclo de vida. Enquanto em sua carência causa amarelamento, queda das folhas, clorose e ramos escuros. As formas de mais fácil absorção pelas plantas são os íons de nitrato NO3- e amônio NH4+ (DIAS; FERNANDES, 2006 apud CUNHA, 2017). O fósforo (P) é outro macronutriente fundamental para o desenvolvimento da planta, é responsável pela produção de energia, participa ativamente na respiração, divisão celular e influencia todo o metabolismo do vegetal. Sendo o principal constituinte da molécula de adenosina trifosfato (ATP) produtora de energia. Tem como função, também, do desenvolvimento das raízes e dos grãos. Sua forma de mais fácil absorção é a dos íons do ácido fosfórico H2PO4- e o fosfato ácido HPO42-. Quando existe falta desse nutriente, o principal problema é a necrose das folhas (clorose) e mudança de cor das folhas (DIAS; FERNANDES, 2006 apud CUNHA, 2017). O potássio (K) é o principal responsável pelo balanço hídrico na planta e resistência às doenças. Tem como função principal ativar funções enzimáticas e prover manutenção da turgidez celular. A sua presença nos estomas da planta influencia a troca gasosa com a atmosfera e a transpiração do vegetal. A sua carência reduz o crescimento e deixa as folhas amareladas por pouca produção de clorofila. Sua forma mais absorvível é a de íon potássio (K+) (DIAS; FERNANDES, 2006 apud CUNHA, 2017). 18 Enquanto os outros macronutrientes secundários e micronutrientes também mantém a sua importância no desenvolvimento da planta, adepender do solo a ser estudado e das necessidades nutricionais da planta (CEFER, 1980 apud CUNHA, 2017). 2.5 Classificação dos Fertilizantes O nitrogênio, fósforo e potássio são os principais e mais básicos elementos, conhecidos comercialmente na fórmula NPK para os fertilizantes. A ordem NPK indica a quantidade percentual de cada elemento na formulação do fertilizante, por exemplo NPK 15 15 20 significa que em 1 kg deste fertilizante existe 15% de nitrogênio, 15% de fósforo e 20% de potássio. Ainda, de acordo com a legislação DECRETO Nº 4.954/2004 (Brasil, 2004) e Cunha (2017) os fertilizantes são classificados como: Fertilizante orgânico: produto obtido por processos utilizando matéria- prima animal, vegetal, urbana, rural ou industrial proveniente de natureza orgânica, enriquecido ou não com nutrientes minerais; Fertilizante mineral: produto obtido por processos utilizando matéria- prima de natureza mineral, natural ou sintética; Fertilizante mononutriente: este produto contém apenas um dos macronutrientes primários fundamentais para o desenvolvimento das plantas; Fertilizante binário: contém dois dos macronutrientes primários necessários; Fertilizantes ternários: contém dois dos macronutrientes primários necessários; Fertilizante com macronutrientes diversos: contém os macronutrientes secundários, isoladamente ou em misturas destes, ou ainda com outros nutrientes; Fertilizante com micronutrientes: contém micronutrientes isolados ou misturados; Fertilizante mineral simples: formado, fundamentalmente, por um composto químico, contendo um ou mais nutrientes de plantas; Fertilizante mineral misto: produto resultante da mistura física de dois ou mais fertilizantes minerais; (Redação dada pelo Decreto nº 8.384, de 2014); 19 Fertilizante mineral complexo: produto formado de dois ou mais compostos químicos, resultante da reação química de seus componentes, contendo dois ou mais nutrientes; Fertilizante orgânico simples: idem ao fertilizante mineral simples, porém com matéria prima natural e de origem animal ou vegetal; Fertilizante orgânico misto: natureza orgânica animal ou vegetal resultante da mistura de dois ou mais fertilizantes orgânicos simples; Fertilizante orgânico composto: produto obtido por processo físico, químico, físico-químico ou bioquímico, natural ou controlado, a partir de matéria- prima de origem industrial, urbana ou rural, animal ou vegetal, isoladas ou misturadas, podendo ser enriquecido de nutrientes minerais, princípio ativo ou agente capaz de melhorar suas características físicas, químicas ou biológicas; Fertilizante organomineral: produto resultante da mistura física ou combinação de fertilizantes minerais e orgânicos. Além destas definições, também existem as disposições dos fertilizantes em formas de pós (com 95% das partículas com diâmetro menor que 2 mm), farelados (grânulos não-uniformes), granulados (partículas com diâmetro inferior a 4 mm) e líquidos (CEFER, 1980; MALAVOLTA, 1967 apud CUNHA, 2017). 2.6 O Mercado Atual de Fertilizantes O mercado atual de fertilizantes é de aproximadamente 180 milhões de toneladas por ano, com o nitrogênio liderando como o nutriente mais requisitado e consumido durante a produção agrícola. Com a situação atual do clima global e o aquecimento do planeta, os principais problemas a serem enfrentados pela humanidade com o seu crescimento será a fome, a falta de água e aumento da demanda energética. O Brasil tem um papel importante nesse sentido, pois é um dos maiores produtores agrícolas do mundo. Os Estados Unidos da América (EUA) são os maiores produtores de grãos do mundo, a China vem em segundo lugar e a Índia em terceiro. Porém, o Brasil tem um potencial gigante de crescimento com as áreas de pastagens servindo de apoio para ampliação da área agrícola (CELLA, ROSSI 2010). 20 É comumente sabido que com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), aumenta-se a qualidade de vida da população, com isso aumenta o consumo de alimentos como grãos e carnes. Exigindo uma maior demanda do campo para produção de alimentos também para o rebanho. Com isso, a demanda de área plantada aumenta, mas também deve ser feita da maneira mais eficiente possível, com análise da sua utilização. Os fertilizantes são peça principal na utilização da terra para esta prática, pois a prática do plantio e a colheita constante no mesmo terreno requer a reposição dos minerais perdidos e pelo tempo de regeneração curto da terra (CELLA, ROSSI 2010). Infelizmente, a indústria química do Brasil deixou de acompanhar o crescimento do agronegócio e do consumo interno. O que deixou o mercado do agronegócio dependendo de importações de fertilizantes para suprir suas necessidades. E a perspectiva é que essa necessidade de fertilizantes neste mercado seja crescente. O Brasil tem um potencial muito grande no setor agrícola, é um dos maiores fornecedores de cana-de-açúcar, café, carne e grãos do mundo. Com o aumento da população só tende a crescer ainda mais a demanda de recursos. Porém, com a importação de cerca de 60% dos fertilizantes utilizados no mercado nacional, o Brasil depende de flutuações de câmbio e surge o potencial de risco de escassez de insumos mais básicos (COSTA, SILVA, 2020). A indústria química do Brasil ocupou em 2010, o sétimo lugar no ranking mundial com faturamento de cerca de 130 bilhões de dólares. Porém, nos últimos dez anos o crescimento foi desacelerado e apresentou uma taxa de crescimento abaixo da média mundial de 9% para os países em desenvolvimento. Em 2011 a indústria química brasileira chegou a ocupar o 7º lugar no ranking, de acordo com a Figura 06 (COSTA, SILVA, 2020). 21 Figura 6 – Faturamento da indústria química mundial em bilhões de dólares Fonte: ABIQUIM, 2011 apud COSTA, SILVA, 2020 E, ainda de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM, 2011) os fertilizantes ocuparam o 6º lugar da produção nacional, com faturamento de aproximadamente 17 bilhões de dólares de acordo com a Tabela 01. Tabela 1 – Faturamento da indústria química com destaque para a produção nacional de fertilizantes em 6º lugar. Fonte: ABIQUIM, 2011. Porém, mesmo com estes valores, e existir elevada produção nacional o Brasil se mantém necessitado de uma produção de maior escala de matéria-prima e 22 fertilizantes básicos e intermediários. Como é mostrado desde Malavolta (1975) o consumo mundial sempre mostra dominância da necessidade do N sobre o P e o K, desde esta época o consumo do Brasil se mostra crescente em relação aos fertilizantes (COSTA, SILVA, 2020). Até o final do ano de 2019 as exportações brasileiras somaram aproximadamente 7,7 bilhões de dólares e as importações cerca de 1,2 bilhão de dólares, um intervalo de 6,5 bilhões, com o agronegócio como o principal responsável pelo aumento. Mantendo a balança comercial brasileira superavitária, de acordo com a Figura 07 (PAULA, 2020). Figura 7– Balança comercial brasileira de 2000 a 2019 Fonte: PAULA, 2020 2.7 Perspectivas de Mercado A produção mundial de amônia no mundo consegue atender a demanda do mercado, contudo, o setor ainda permite um aumento de produção, segundo a Figura 08. 23 Figura 8 – capacidade de produção de amônia no mundo Fonte: PAULA, 2020. A produção de fertilizantes minerais começa com a produção de amônia a partir do gás natural é a base para o NPK, em seguida com o processo de acidificação com ácido nítrico é produzido o nitrato de amônio, em seguida o nitrocálcio. O enxofre é obtido a partir de minérios de pirita, se produz como produto intermediários o ácido sulfúrico e o sulfato de amônio. O fosfato é obtido pela rocha fosfática e passa pelo processo de termofosfato. Já o potássio é obtido diretamente da rocha potássica e em seguidaé transformado no cloreto de potássio de acordo com o fluxograma da Figura 09 (CUNHA, 2017). 24 Figura 9 – Fluxograma de produção de fertilizantes minerais Fonte: CUNHA, 2017 Entre 2015 e 2016 a baixa nos preços dos commodities agrícolas e o enfraquecimento da atividade econômica influenciaram no preço e a demanda de fertilizantes. Com o surgimento da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA) que tem como objetivo apoiar o setor de fertilizantes dentro do agronegócio com estratégias para difundir e promover as etapas do processo de produção. No Brasil é necessitado de um avanço tecnológico no setor, pois o país tem diversas reservas de nutrientes, tecnologia, recursos humanos, bens capitais para a produção que o mercado interno necessita e deixa de depender de importação de insumos básicos além da flutuação do preço do dólar. Caso isso ocorra, o país deixa de depender de fosfatados (CUNHA, 2017). Já o cenário mundial constitui uma extrapolação direta das tendências existentes. Apesar da tendência de queda observada no crescimento econômico 25 global na última década (culminando em crescimento de apenas 2,4% em 2019 e agravado pela pandemia COVID-19), o século XX nos ensina que é raro uma crise econômica global durar 15 anos. Como tal, a recuperação é esperada nos próximos anos. Nessa perspectiva, espera-se que a China retorne em breve às taxas de crescimento que prevaleceu nos últimos 30 anos. Especialmente no início da década de 2020, as commodities alimentares tendem a permanecer a preços baixos. Preços gradualmente tornam-se mais atraentes à medida que a economia global começa a se recuperar. Exportadores de commodities alimentares com mais economias sólidas (por exemplo, os EUA) provavelmente terão uma participação maior de mercado. Exportadores em desenvolvimento destes commodities, duramente atingidas nos primeiros anos da década de 2020, gradualmente obtêm os recursos de que precisam para competir no mercado global e volte ao bom caminho. Embora O&G já esteja definido para responder por menos da matriz energética mundial até 2035, a transição do estado atual, onde representam 58% de todas as fontes de energia primária, para menos de 45% só ser visto alguns anos depois. A queda nos preços do petróleo visto em janeiro de 2020 coloca temporariamente os freios em vários projetos de energia alternativa. Mesmo assim, o uso de biocombustíveis no Brasil continua a crescer até 2035, quando o biodiesel e o etanol respondem por mais de 30% da energia consumida pelo setor de transporte. Programa Renovabio do governo e preços baixos de commodities alimentares (principalmente no início da década de 2020) impactam positivamente neste cenário, compensando os efeitos do baixo petróleo preços. Essa transição no setor de transportes é praticamente nula (ou mesmo retrocede) entre 2020 e 2024, quando o setor sucroalcooleiro brasileiro enfrenta dificuldades para enfrentar os baixos preços do petróleo. Mais fusões e aquisições são vistas na indústria global de fertilizantes. Apesar das perspectivas de melhoria das condições de demanda nos próximos anos, fatores de produção, como disponibilidade limitada de matérias-primas a preços competitivos, têm um impacto determinante. Empresas que operam nos links de a cadeia mais próxima da mineração e extração e as empresas que atuam mais perto do consumidor mercado forjar alianças estratégicas mais fortes até 2035. A estratégia avassaladora da comoditização (ao invés de investir em novos produtos 26 diferenciados e prestação de serviços) favorece economias de escala. (ANTUNES, et al, 2020. p.6) Conforme Antunes et al (2020, p. 7), a ociosidade acumulada globalmente nos últimos anos dificulta a entrada de novos players no setor. A importância do agronegócio para a economia brasileira continua crescendo a taxas acima do média global. No entanto, a produção agrícola bruta (safras) não atingirá taxas de crescimento anual de 6% entre 2020 e 2035, com média em torno de 4%. Nos primeiros anos após 2020, os preços baixos dos alimentos, investimentos limitados em infraestrutura logística e acesso restrito ao crescimento do setor de aperto de crédito. Governo e indústria falham em trabalhar em uníssono para impulsionar a produção de fertilizantes NPK do país capacidade. Sua capacidade instalada de produção de fertilizantes nitrogenados diminui, a produção de fertilizantes fosfatados estagna e a única mina de potássio ainda em operação está esgotada. Em 2035, o Brasil está importando cerca de 84,5% de suas necessidades de fertilizantes (cerca de 49,2 milhões de toneladas). Em 2035, a economia global estará a todo vapor. A demanda pela produção agrícola brasileira é alta. A indústria de transformação do Brasil perdeu importância neste período de 15 anos. Países como o EUA, Índia e Brasil (e talvez China) disputam os fertilizantes disponíveis no mercado mundial. O Brasil e a Índia estão em uma posição mais vulnerável do que os EUA e a China nesse aspecto. Fertilizante NPK os preços estão subindo e se tornaram uma causa de tensões geopolíticas. Agronegócio (alimentos e energia) fornecimento de fertilizantes está em risco, mas com menos risco do que no Cenário I, porque a demanda nacional por fertilizantes crescido a taxas mais baixas. (ANTUNES, et al, 2020. p.8) Com o Plano Nacional de Fertilizantes a produção já atendia em 1990 59% do consumo interno. Conforme Tabela 02 mostra a variação de crescimento moderado do Brasil no mercado de fertilizantes, havendo um crescimento em 2015 e um recuo no ano seguinte. Algumas empresas surgiram, como a Vale Fertilizantes, Fertilizantes Heringer, Mosaic Fertilizantes do Brasil, Nitrobrás Indústria e Comércio de Fertilizantes, Yara Brasil Fertilizantes, Unifertil Universal Fertilizantes, Paranaíba Fertilizantes Indústria e Comércio, Copebras, Petrobras Fertilizantes, etc. 27 Tabela 2 – Mercado brasileiro de fertilizantes em números Fonte: ANDA, 2017 apud CUNHA 2017. No Brasil existem 320 mil toneladas de P2O5 com sedes em Minas Gerais, nas cidades de Tapira, Araxá, Patos de Minas, Lagamar e produz em média 6.500 toneladas deste mineral por ano, lideradas pelas empresas Vale Fertilizantes e Anglo American e Galvani de acordo com a Tabela 03. 28 Tabela 3 – reservas e produção de fosfatos do Brasil e outros países Fonte: CUNHA, 2017 Para o potássio, o Brasil produz 0,769% da produção mundial, com única empresa produtora deste mineral a Vale Fertilizantes em Sergipe. A produção e reservas estão mostradas na Tabela 04. Tabela 4 – produção e reservas de potássio no Brasil Fonte: CUNHA, 2017 29 De acordo com estes dados, o Brasil não possui reservas promissoras de potássio em solo, necessitando de importação de matéria-prima e dependência direta do mercado mundial. Como alternativa, está a moagem de rochas silicáticas que contenha o mineral flogopita. Sobre a reserva brasileira e produção atual de amônia de gás de síntese (NH3), que é proveniente da reação do nitrogênio (N2) presente no ar e hidrogênio proveniente do gás natural e de derivados do petróleo. O Brasil é um dos menores produtores de amônia do mundo, o setor é dominado pela China, com cerca de 46.000 toneladas/ano, responsável por cerca de 33% da produção mundial. Enquanto o Brasil produz menos de 1.000 toneladas/ano, não aparecendo no ranking da Tabela 05. Tabela 5 – Ranking de produtores de amônia no mundo Fonte: CUNHA, 2017 O processo de produção de fertilizantes no Brasil aconteceu de forma contrária ao natural, pois começou com produtos acabados e só chegando por último no setor de produção de matérias-primas. Com o programa de substituição de importações, a indústria brasileira conseguiu se adequar ao perfil de produtor de 30 matérias-primas básicas como rochas fosfáticas e amônia,intermediários como o ácido sulfúrico, fosfórico e nítrico e nitrogenados. Como dito anteriormente, com exceção dos potássicos, o Brasil conseguiu adequar uma parte do seu mercado interno à sua produção de fertilizantes em parte. O fertilizante fosfatado no Brasil ficou focado nas cinzas de apatitas de chaminés alcalinas, bem mais caro que o que é naturalmente utilizado a partir de fosforitas. Porém, o Brasil ainda apresenta produção de 3,2% da quantidade mundial, mas uma das maiores reservas de rochas fosfáticas do mundo (KRONENBERGER, ALBUQUERQUE, 2020). O Brasil depende de fertilizantes potássicos quase que inteiramente por via de importação. Porém, o crescimento da geração de amônia no país torna potencialmente viável para ser um grande player no cenário mundial. Além da capacidade de geração de fertilizantes fosfatados pela grande reserva de rochas nos territórios do país de acordo com a Tabela 06, merecendo destaque o fosfato bicálcico que é utilizado para ração animal. Com a ampliação da utilização doméstica deste fertilizante e o desenvolvimento de novas tecnologias pode-se diminuir a dependência externa com economia de cerca de 370 bilhões de Reais por ano. 31 Tabela 6– Reserva de rochas fosfáticas em solo brasileiro em toneladas Fonte: KRONENBERGER, ALBUQUERQUE, 2020 Entre 2001 e 2008, o preço das commodities de fertilizantes experimentou taxas de crescimento mais elevadas do que arroz, milho ou trigo e o consumo aparente de fertilizantes brasileiros reduziu em 2004-2006 e 2007–2010. Em 2013, havia vários projetos em andamento com o objetivo de expandir o fertilizante NPK baixa capacidade de produção. Mesmo assim, a produção nacional em 2020 é menor (Figura 10). (ANDA, 2020). 32 Muitos desses empreendimentos paralisados devido a fatores regionais, como a crise política e econômica que atingiu o Brasil nos 2010, causando extrema incerteza ao setor e mantendo os investimentos sob controle. Figura 10 - Balança comercial brasileira de fertilizantes entre 1996 e 2018 Fonte: Anda, 2020. Segundo Antunes et al (2020), nove eventos específicos com impacto significativo na atratividade da indústria de fertilizante brasileiras foram concebidos pelos autores e apresentado a 38 especialistas. Os dados da pesquisa do Questionário Delphi foram coletados em maio e junho de 2020 e a seguinte observação foi adicionada ao questionário: A pandemia contínua causada por COVID-19 pode causar mudanças profundas na sociedade em uma variedade de aspectos (por exemplo, crenças e valores, políticos, institucionais, econômicos, sociais, militares, ambientais, científicos e tecnológicos problemas). No caso de um estudo prospectivo até 2035, este evento não pode ser desconsiderado: a pandemia pode causar mudanças estruturais, e não apenas circunstanciais. No entanto, as respostas para o questionário não devem refletir apenas a situação atual, porque é uma perspectiva de longo prazo estude. A desaceleração da demanda por commodities faz com que seus preços não possam ser mantidos em níveis atrativos níveis para os países exportadores. No 33 entanto, os preços das commodities alimentares sofrem menos do que os industriais commodities. Os preços dos fertilizantes também permanecem em níveis baixos e moderados, especialmente no início da década de 2020. (ANTUNES, et al, 2020. p.8) Como tal, os impactos da disponibilidade e custo dos principais insumos agrícolas (como fertilizantes) em os primeiros anos não são tão significativos no Brasil, efeitos sazonais à parte. No entanto, produtores de commodities alimentares que veem suas moedas perderem valor neste contexto de baixo crescimento econômico ficam mais difíceis impactado pelo custo dos insumos agrícolas (principalmente quando se trata de consumo interno). Nesse mesmo cenário, a disponibilidade global de crédito torna-se um obstáculo para grandes investimentos e novos projetos, restringindo a reestruturação de diferentes cadeias de valor globais, como fertilizantes. Além disso, esta disponibilidade limitada de crédito afeta a agricultura, reduzindo a demanda por fertilizantes NPK. 34 3. METODOLOGIA 3.1 Perspectivas do Estudo 3.1.1 Tipo de Pesquisa Neste trabalho, foram abordados dois tipos de pesquisa: a exploratória e a descritiva. Conforme Prodanov e Freitas (2013), a pesquisa exploratória tem como intuito propiciar mais informações acerca do assunto a ser investigado, uma vez que a pesquisa se encontra em etapa preliminar. Comumente, é realizada por intermédio de pesquisas bibliográficas e estudos de caso, propiciando identificar suas características e facilitar sua definição. Já a pesquisa descritiva tem como finalidade somente registrar e descrever os acontecimentos percebidos, sem haver manipulação dos mesmos. Envolve o emprego de técnicas padronizadas de coleta de dados, dentre as quais se sobressaem a entrevista, o formulário, o questionário e a observação sistêmica. No presente trabalho, abrangem os dois tipos de pesquisa (PRODANOV; FREITAS, 2013). Foi realizada uma vasta pesquisa bibliográfica, com análise comparativa, complementando com um estudo de caso para verificar as perspectivas da indústria de fertilizantes no Brasil e suas dificuldades perante à necessidade contínua de importação. 3.1.2 Fonte de Dados De acordo com Prodanov e Freitas (2013), os dados, em uma pesquisa, referem-se a todas as informações das quais o pesquisador pode empregar nas inúmeras etapas do trabalho. Os dados primários consistem naqueles retirados da realidade, pelo esforço do próprio pesquisador, ou seja, um documento inédito. Geralmente, é obtido por intermédio de entrevistas e questionários. E os dados secundários consistem naqueles já existentes, provenientes de pesquisas finalizadas. Comumente, obtidos através da pesquisa bibliográfica. 35 No presente trabalho, as informações são, na maior parte, dados secundários procedentes de pesquisa bibliográfica, entretanto, será utilizado também de dados primários. 3.1.3 Instrumento de Coleta de Dados A observação direta intensiva e observação direta extensiva consistem nas principais técnicas de pesquisa e coleta de dados. Na primeira observação (direta intensiva), é realizada por meio da observação e entrevista. Já, na segunda observação (direta extensiva), é realizada por meio do questionário, análise de conteúdo, pesquisa de mercado, entre outros (PRODANOV; FREITAS, 2013). Neste trabalho, foi utilizada pesquisa bibliográfica a fim de se obter dados em relação às tendências do mercado para as perspectivas a respeito das indústrias de fertilizantes no país e seu potencial de crescimento, bem como, observação direta intensiva a fim de observar as dificuldades e facilidades diante da necessidade contínua de importação. 3.1.4 Apresentação de Dados Segundo Raupp e Beuren (2006), dados qualitativos constituem análises mais otimizadas em relação ao fenômeno que está sendo pesquisado, à medida que dados quantitativos compreendem na utilização de instrumentos estatísticos, preocupando-se mais com o comportamento geral dos acontecimentos. Neste trabalho, têm-se os dois tipos de dados. Gráficos e estimativas foram empregadas para demonstrar o potencial do mercado de fertilizantes nacional. 3.1.5 Análise de Dados A análise de dados pode ser quantitativa ou qualitativa, conforme a maneira na qual os dados forem apresentados no decorrer do trabalho (KNECHTEL, 2014). No presente trabalho, os dados foram analisados de maneira qualitativa, em que pese em alguns trechos bibliográficos citem-se dados analisados de maneira quantitativa. Como por exemplo, ao citar a situação do mercado atual de produção de insumos. 36 3.2 Delimitação do Estudo A pesquisafoi feita utilizando principalmente periódicos da internet e artigos científicos. Foram levantadas informações a respeito dos aspectos técnicos e do desenvolvimento do mercado nacional de fertilizantes e suas perspectivas futuras. 37 4. CENÁRIO BRASILEIRO DOS MINERAIS PARA FERTILIZANTES 4.1 POTÁSSIO Trata-se do sétimo elemento mais abundante na crosta terrestre. Em que pese nunca se manifeste em sua forma elementar, devido a sua alta reatividade, o termo potássio é utilizado de forma genérica para descrever toda uma variedade de minerais potássicos (DNPM, 2001). Podem ocorrer em rochas, solos, oceanos, entretanto essas ocorrências são raras de acontecerem em teor maior que 10%. Teores mais elevados podem ser encontrados em minerais evaporiticos e nos silicatos de potássio (DNPM, 2001). O símbolo K do potássio advém de origem árabe qali, que significa álcali. Trata-se de um dos metais mais reativos e eletropositivos. Uma curiosidade é que este elemento foi o primeiro metal a ser isolado por eletrólise (VALENTE, 2013). O potássio é utilizado predominantemente como fertilizante, enquanto o restante de sua utilização se divide nas aplicações industriais mais diversas. Sua utilização na agricultura ocorre pois fornece um dos três elementos nutrientes mais importantes para o desenvolvimento das plantas (VALENTE, 2013). O potássio, quando utilizado como nutriente, garante que o organismo vivo recicle os nutrientes necessários ao seu crescimento e auxiliar também no equilíbrio de água e crescimento de meristemas. Meristema pode ser definido como o tecido das plantas com função de crescimento. Vide figura 11: 38 Figura 11: Funções do potássio nas plantas. Fonte: CETEM, 2008. No que diz respeito a concentração mundial de potássio, o Brasil é insignificante neste quesito, correspondendo menos de 1% do total mundial. As principais reservas deste elemento em âmbito nacional estão localizadas em Sergipe e no Amazonas. A principal mina é a do complexo Taquari-Vassouras, no municipio de Rosário do Catete, Sergipe, operada pela Vale SA. Esta mina é de grande porte, com reservas medidas de 482,6 milhões de toneladas e teor médio de 9,2% de K2O equivalentes. (MONTE et al. 2002). Na tabela 7 é possível observar os níveis de concentração mundial de potássio: Tabela 7: Concentração mundial de potássio em Mt. Fonte: USGS, 2013. 39 No que tange à produção, sabe-se que o consumo de fertilizantes obteve um crescimento de 143%, em contrapartida a área cultivada teve aumento de apenas 13%. Conclui-se, diante destas estatísticas que há uma tendência cada vez maior do aumento da utilização de fertilizantes para dar maior eficiência a produtividade agrícola. Especificamente falando sobre o fertilizante a base de potássio, o consumo interno permanece significativamente maior que a produção nacional. Em 2011, a produção doméstica de KCl representou 8,44% do consumo aparente (OLIVEIRA, 2012). Em uma projeção de produção e consumo de fertilizantes a base de potássio, tem-se a expectativa de que novamente a produção interna não seja capaz de suprir a demanda nacional. Como sugestão estratégica deve ocorrer a continuidade dos estudos a respeito de eficiência da agricultura nacional e a possível criação de novos produtos fertilizantes adequados aos recursos disponíveis (KULAIF, 2009). 4.2 FOSFATO Trata-se de elemento encontrado em abundância no planeta como um todo. Encontra-se nas rochas de origens sedimentares ou ígneas. No caso do Brasil sua origem é de rocha fosfática de origem ígnea. Esses fosfatos recém a denominação de fosfato natural. No que diz respeito à realidade das reservas mundiais, a reserva brasileira se torna inexpressiva diante de algumas nações. Atualmente o Brasil têm aproximadamente apenas 4% da produção mundial. Sabe-se que a produção nacional de rochas encontra-se na marca de 6,3 milhões de toneladas. Abaixo é possível notar o índice de produção nacional de rocha fosfáltica: 40 Figura 12: Produção Brasileira de Rocha Fosfáltica. Fonte: KULAIF, 2009. As duas principais empresas com projetos em andamento para produção de rocha fosfática no Brasil passaram a ser então a Vale e a Galvani Fertilizantes, uma vez que a Bunge, outra gigante do ramo, também foi comprada pela multinacional em 2010, por 3,8 bilhões de dólares, negócio que também envolveu 42% do capital total da Fosfertil. (VALENTE, 2013) O principal uso do fosfato no Brasil é na indústria de fertilizantes, Entretanto, a previsão de aumento da capacidade de produção por ano no Brasil deve suprir a previsão associada a produção de ácido fosfórico e fertilizante. 4.3 ENXOFRE Data da década de 60 a classificação do enxofre como elemento químico, entretanto, sua demonstração como substância simples ocorreu somente na primeira metade do século XIX. Sua utilização iniciou antes mesmo da era industrial, sendo usado como pigmento para pinturas em cavernas executadas pelos povos sem escrita. Ademais, também era utilizado em rituais religiosos, através de sua queima para clarear algodão e a lã para fumigação (DNPM. 2009). Sua forma elementar advém dos depósitos vulcânicos, bacias de evaporitos e domos salinos. Por outro lado, na forma de composto ocorre como sulfatos e sulfetos. Ocorre ainda associado ao carvão (pirita), folhelho pirobetuminoso, petróleo e gás natural. Em que pese, configure um elemento essencial à vida, sua correlação com outros elementos pode ocasionar efeitos contaminantes. A sua produção iniciou com 41 a sua utilização na forma elementar, oriunda dos depósitos vulcânicos, após isso passou a ser utilizado e recuperado a partir dos sulfetos e um momento posterior e mais recente sua utilização se dá através do refino do petróleo. Essas últimas formas de produção de enxofre surgiram principalmente para cumprir legislações mais restritivas, quando à redução de emissões de enxofre para a atmosfera no processo de produção de combustíveis, e de reduzir ou eliminar o enxofre durante os processos metalúrgicos para obtenção de outros elementos (VALENTE, 2013). No que tange ao seu uso e aplicações, é grande a variedade em que ocorrem. Entretanto, o principal fim é a sua transformação em ácido sulfúrico, principal insumo na produção de fertilizante, responsável por cerca de 87% de sua utilização. Outras aplicações ocorrem nas indústrias metalúrgicas, de pigmentação, celulose, petróleo, entre outras. Entretanto, na indústria de fertilizantes, através do ácido sulfúrico obtém-se 03 (três) produtos, quais sejam, ácido fosfórico, superfosfato simples e sulfato de amônia. A ausência de quaisquer desses produtos na formulação NPK leva a produção de um produto com escassez de enxofre. Sua utilização na produção de fertilizantes decorre do fato de que referido elemento é essencial no desenvolvimento da proteína da planta, ajudando na produção de enzimas e vitaminas, sendo extremamente necessário na formação da clorofila. Falando em mercado, extrai-se do Sumário Mineral Brasileiro (2008) que as reservas nacionais da substância são próximas de 49 milhões de toneladas de S contido, e estas correspondem a apenas 1,2% das reservas mundiais. No entanto, não há registros de que no Brasil existam reservas de enxofre nativo. Desta forma, a produção brasileira se dá através da recuperação do refino do petróleo, sendo os maiores produtores de ácido sulfúrico a Petrobrás, Anglogold Ashanti, Votorantin Metais, e o grupo Paranapanema (FONSECA, 2012). A figura 13 representa a produção de enxofre nacional entre os anos de 1998 a 2012: 42 Figura 13: Produção nacional de enxofre 1998/2012. Fonte: DNPM, 2009. Do ponto de vista ambiental, há a exigência de combustíveis mais limpos, e o enxofre tem obtido crescimento nos últimos tempos,sendo captado pela Petrobrás. Essa recuperação nos combustíveis derivados do petróleo é realizada para atender a cada vez mais restritiva legislação ambiental. Os maiores produtores de enxofre são Estados Unidos, Canadá, China e Rússia, que juntos representam aproximadamente 45% da produção mundial. Os países que mais exportam são Canadá, Rússia, Arabia Saudita, Japão e Irã, que juntos representam mais de 70% da produção mundial. O Brasil, por outro lado, está entre os maiores importadores (USGS, 2013). Quando se olha para o futuro do enxofre no Brasil, o surgimento de novas jazidas possui pequenas chances de acontecer, portanto, a solução não é empreender esforços a fim de localizar fontes nativas de enxofre. O que pode solucionar parte do problema de escassez de enxofre no Brasil é a utilização de outras fontes da substância, como por eemplo, a partir da distribuição de combustível mais limpo, diminuindo o teor mínimo de enxofre admissível. Ademais, uma alternativa de enxofre que pode ser útil para as lavouras brasileiras e pode ser aplicado de forma isolada é o gipsita. Por fim, diante da inexistência d enxofre nativo no Brasil, os projetos futuros envolvem a obtenção de ácido sulfúrico em novas usinas ou até mesmo a expansão das usinas já existentes. 43 5. APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIO ENVIADO A EMPRESA Nesta fase do trabalho, primeiramente faz-se necessário introduzir com uma breve apresentação da empresa objeto da entrevista, a Fertiliza Ltda. Os resultados apresentados a seguir foram obtidos através do contato direto com a empresa do ramo de fertilizantes, por meio de aplicação de questionário (vide apêndice A). As respostas do referido questionário foram delegadas a um funcionário específico da empresa, o qual estava devidamente autorizado a participar da pesquisa por seus superiores. Colhidas estas informações, foi realizada uma análise crítica dessas respostas. 5.1 Dados da empresa A Fertiliza Ltda, empresa objeto de estudo, é uma grande produtora de fertilizantes, e desde 2000 trabalha na busca de adubos e fertilizantes que auxiliem o produtor na hora de desfrutar do melhor que a terra pode lhe oferecer. Referida empresa é impulsionada pelo fim de contribuir com o agricultor brasileiro. Com isso, a Fertiliza está distribuída de forma a atender da melhor maneira regiões que tem como principal atividade as atividades de pecuária e agricultura. Consciente de seu papel na garantia de uma agricultura eficiente e a correta utilização do solo, a Fertiliza Ltda desenvolve produtos voltados a nutrição dos vegetais, e desta maneira tende a contribuir com a produção de alimentos suficientes para atender as demandas regionais (FERTILIZA, 2020). 44 5.2 Demonstração das respostas A seguir são apresentados comentários sobre as respostas (ver apêndice A) da empresa: a) Fundação da empresa Como maneira de desenvolver uma boa conversa, no início da pesquisa, e propiciar um ambiente confortável para respostas, inicialmente, buscou-se saber mais a respeito da empresa questionada. Desde o início da década de 2000, a empresa trabalha no ramo de produção e comercialização de fertilizantes a base de nitrogênio. Iniciou-se com a ideia de empreender e observação do mercado, e no momento em que os fundadores notaram que o mercado de fertilizantes brasileiro não comportava a necessidade integral do país, tiveram a ideia de empreender neste ramo. Outra motivação foi o fato de que ambos têm origens de família de agricultores. Nesses 20 anos de trajetória, a Fertiliza tem obtido crescimento considerável, visto que se trata de uma área de grande demanda e efetivo crescimento. Cada vez mais o Brasil necessita de fertilizantes e contribuir com esta necessidade que vai além do mercado, mas chega às mesas dos brasileiros é o que motiva a continuidade da empresa. b) Produtividade Quando a empresa ingressou no ramo de fertilizantes, foi possível notar, ao longo do tempo, que no que diz respeito aos fertilizantes, não havia grandes atualizações. O mundo evoluía, mas o setor de fertilizantes permanecia estagnado. Para preencher esta lacuna, através de estudos e pesquisas a Fertiliza desenvolveu produtos que possibilitaram o aumento da produtividade e a redução dos custos efetivos. c) Fatores que influenciaram a atuação no ramo de fertilizantes Referido setor é um dos que possuem maior crescimento considerável e constante. Um dos fatores que influencia este crescimento é o aumento populacional 45 que via de regra traz como consequência o aumento do consumo. E, considerando que as terras frutíferas são limitadas, se faz necessário o melhor uso das terras já utilizadas. Evita-se desta forma, também, o desmatamento de florestas para utilização no cultivo. Este crescimento, já iminente, promete ocorrer por muito tempo. Da mesma senda, a expansão das áreas de plantio incentiva o aumento da demanda por fertilizantes. No que diz respeito, ainda, à produtividade do agricultor, um agricultor com recursos escassos, no entanto, disposto a investir no fertilizante certo, pode melhorar de forma significativa a lucratividade de suas lavouras. d) Percepção sobre o cenário brasileiro de fertilizantes É de conhecimento geral que o Brasil está entre os 5 maiores consumidores de fertilizantes, entretanto, a aplicação de referidos produtos nos solos cultiváveis ainda não é uma realidade geral. Entretanto, a velocidade de crescimento da demanda brasileira tem superado o crescimento mundial. Trata-se de um sinal que este é um campo que está em iminente evolução. Triste fato é que o grande crescimento da demanda em detrimento da baixa produção nacional torna o Brasil um país vulnerável às importações, estando sujeito às variações de mercado e não exercendo controle sobre sua própria produção. e) Sugestão para o problema da questão anterior Para que a indústria nacional aumente a sua participação nas vendas são necessários investimentos e visão como os da vossa empresa. Observando os limites geológicos e as demandas regionais e pautando-se também na infraestrutura logística. Para a empresa questionada, o que fez sentido inicialmente foi produzir e comercializar regionalmente, e depois o crescimento veio como consequência. f) Percepção da influência da produção interna de fertilizantes na economia brasileira Qualquer empreendedor deve possuir visão do mercado em que atua e da realidade que vive. Dito isso, é sabido que o consumo nacional depende quase que 46 exclusivamente do preço recebido pelos agricultores, sendo influenciado também pelo preço relativo dos fertilizantes. Quanto mais próximo o Brasil chegar da autossuficiência maior será o retorno de toda a produtividade nacional. 47 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS O Brasil, como um dos maiores produtores de insumos agrícolas no mundo deve-se atentar ao fato de que precisam de maiores investimentos científicos na área de desenvolvimento de novas metodologias de desenvolvimento de tecnologias para obtenção de fertilizantes para sua cobertura vegetal. Devido ao crescimento acelerado da população mundial, a necessidade de alimento irá crescer e a utilização de terras para agricultura deve ser mais bem aproveitada, por isso a necessidade de fertilizantes eficientes e com preço razoável para que o país não dependa de flutuações de câmbio para poder obter estes recursos. Correndo o risco de perda de safras, perda de empregos e até a escassez de nutrientes do solo. A metodologia de aplicação dos fertilizantes também é outro ponto que deve ser estudada e aprimorada, pois apesar da flutuação da economia mundial a demanda sempre aumenta e a utilização deve-se ser feita de forma moderada. Apesar de produzir 49% do consumo interno, existe perspectivano mercado nacional para a redução das importações. Pois, as reservas naturais permitem a abertura de novas minas e polos de extração com ampliação da produção nas minas e potencial de redução de importação de aproximadamente 20%, chegando a 69% do consumo interno. Claro que isso depende das leis ambientais e a adequação das empresas às necessidades do meio ambiente e sociedade que estão inseridas. O setor de potássio é o mais preocupante, pois o Brasil produz muito menos do que usa, cerca de 90% consumido é importado e apenas a Vale produz este mineral e a mesma vale responde por diversos crimes ambientais. Por isso, caso nenhuma providência seja tomada, a necessidade de fertilizantes no Brasil poderá aumentar de 71% para 82% caso não seja aumentada a produção de gás natural e a aceleração da extração do pré-sal. Mesmo assim, o Brasil não será autossuficiente na produção de matéria- prima para fertilizantes fosfatados, nitrogenados e potássicos. O Brasil pode, como alternativa, implementar novas estratégias para redução da necessidade de importação. 48 6.1 Sugestões para Trabalhos Futuros Como sugestões para trabalhos futuros, recomenda-se abordar os aspectos mercadológicos e analisar as tendências de crescimento da demanda dos fertilizantes no mercado nacional com o aumento da demanda por alimentos e proteína animal que está diretamente ligado com o aumento da população mundial. O Brasil como um dos maiores players do setor e importador deve-se investir bem na indústria nacional de fertilizantes principalmente na área de aproveitamento de recursos. E, por fim, avaliar as outras tendências não abordadas no presente trabalho, a fim de confirmar, ainda mais, a importância do investimento em pesquisa e desenvolvimento na área de fertilizantes nacionais, visando uma menor necessidade de importação de matéria processada e aumento da competitividade do Brasil no cenário mundial. 6.2 Desafios e Oportunidades para a indústria de fertilizantes no Brasil Os acontecimentos recentes podem beneficiar a agroindústria brasileira, principalmente nas exportações - a segurança alimentar pode se tornar um dos principais pontos de cooperação entre o Brasil e a China No entanto, a indústria de biocombustíveis provavelmente será afetada negativamente devido aos baixos preços do petróleo. A indústria brasileira de fertilizantes nitrogenados enfrenta vários desafios locais. É muito comum no brasil para o setor industrial adquirir gás natural a preços acima de US $ 13 / mmBtu. Em comparação a algumas empresas de fertilizantes na Rússia que têm acesso ao gás natural por cerca de US $ 3 / mmBtu. Nos EUA, o Índice Henry-Hub experimentou uma tendência de queda nos últimos anos, caindo abaixo de US $ 3 / mmBtu [9], estimulado pela competitividade do gás de xisto. Em 2019, o Nacional Brasileiro Conselho de Política Energética estabeleceu novas diretrizes a fim de promover a concorrência no gás natural mercado e a modernização do quadro regulatório do gás natural está agora em discussão em o Congresso Nacional. 49 A indústria brasileira de fertilizantes fosfatados e potássicos também enfrenta desafios. As etapas de extração mineral enfrentam as mesmas dificuldades da maior parte da mineração nacional indústria, geralmente localizada em áreas remotas onde a estrutura logística ainda precisa ser desenvolvida. Os depósitos de fosfato são predominantemente de origem ígnea, com baixo teor de fosfato. Em 2018, a empresa Vale optou por sair do mercado de fertilizantes, vendendo seus ativos de fosfato e potássio para Mosaic Company e seus ativos de nitrogênio para a Yara - concentração crescente no mercado global. Existem também depósitos de potássio inexplorados em uma área de extrema sensibilidade ambiental e social: a Amazônia. Além disso, produtores de fertilizantes afirmam que as leis brasileiras não garantem impostos com isonomia entre produtos nacionais e importados - os importados são isentos de impostos, enquanto os nacionais a produção é cobrada em operações interestaduais. Alguns produtos como ureia e cloreto de potássio atingiram seu preço mais baixo dos últimos anos. Porém, no Brasil essa queda de preços não foi sentida com a mesma intensidade, uma vez que o país é fortemente dependente de importações. Os eventos recentes podem beneficiar as agroexportações brasileiras e a segurança alimentar pode se tornar um dos principais pontos de cooperação entre o Brasil e China. Porém, o setor de biocombustíveis provavelmente será impactado negativamente devido ao baixo nível dos preços de petróleo. A indústria brasileira de fertilizantes nitrogenados enfrenta vários desafios locais e é muito comum para setor industrial adquirir gás natural a preços acima de US $ 13 / mmBTU, diminuindo a atratividade das indústrias de nitrogênio, fosfato e potássio. Um fator decisivo em que atrai investimentos para a indústria brasileira de fertilizantes nitrogenados é a disponibilidade de gás natural em preços competitivos. A saída da Petrobras do mercado de fertilizantes pode prejudicar sua atratividade, pois embora reduza a concentração industrial no mercado brasileiro, pode acabar fomentando o aumento da concentração industrial em escala global e pode até prejudicar o abastecimento brasileiro. Na indústria de fosfato e potássio, grande parte da competitividade do Brasil é limitada por fatores de produção, como acesso a matérias-primas e tecnologias de processamento mineral, também como questões de segurança e regulamentação ambiental. 50 Esforços do governo para melhorar o negócio de mineração ambiente pode ser uma vantagem no futuro. Existem fatores de produção locais que afetam o toda a indústria de fertilizantes NPK, como a infraestrutura de logística defeituosa e o custo da energia. 51 REFERÊNCIAS ABIQUIM (org.). Indústria química brasileira tem crescimento. [S. l.], 2011. Disponível em: https://abiquim.org.br/comunicacao/noticia/3794. Acesso em: 2 dez. 2020. ANDA. Associação Nacional para a Difusão de Adubos (org.). CÂMARA TEMÁTICA DE INSUMOS AGROPECUÁRIOS. [S. l.], 2017. 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Iniciou-se com a ideia de empreender e observação do mercado, e no momento em que os fundadores notaram que o mercado de fertilizantes brasileiro não comportava a necessidade integral do país, tiveram a ideia de empreender neste ramo. Outra motivação foi o fato de que ambos têm origens de família de agricultores. Nesses 20 anos de trajetória, a Fertiliza tem obtido crescimento considerável, visto que se trata de uma área de grande demanda e efetivo crescimento. Cada vez mais o Brasil necessita de fertilizantes e contribuir com esta necessidade que vai além do mercado, mas chega às mesas dos brasileiros é o que motiva a continuidade da empresa. b) O que entende como sendo produtividade no ramo em que atuam? Qual seria o diferencial de mercado? R - Quando a empresa ingressou no ramo de fertilizantes, foi possível notar, ao longo do tempo, que no que diz respeito aos fertilizantes, não havia grandes atualizações. O mundo evoluía, mas o setor de fertilizantes permanecia estagnado. Para preencher esta lacuna, através de estudos e pesquisas a Fertiliza desenvolveu produtos que possibilitaram o aumento da produtividade e a redução dos custos efetivos. c) Cite alguns
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