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Medidas Cautelares Pessoais

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Direito Processual Penal
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Cícero Robson Coimbra Neves
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Adrielly Camila de Oliveira Rodrigues Vital
Medidas Cautelares Pessoais 
Medidas Cautelares Pessoais
 
 
• Conhecer as espécies de medidas cautelares que recaem sobre o indivíduo, sendo elas as 
que recaem sobre a liberdade de locomoção e que implicam em outras restrições de direitos.
OBJETIVO DE APRENDIZADO 
• Conceito de Medidas Cautelares Pessoais;
• Espécies Medidas Cautelares Pessoais.
UNIDADE Medidas Cautelares Pessoais 
Conceito de Medidas Cautelares Pessoais
Vamos navegar com o conceito trazido por Renato Brasileiro de Lima (2020). 
Para o autor, ainda que não haja uma disposição clara no CPP, por falta de técnica 
de redação, são identificadas 3 espécies de medidas cautelares no processo penal: de 
natureza patrimonial, relativas à prova e de natureza pessoal.
Interessa-nos o conceito da última espécie, sobre a qual o autor dispõe (2020, p. 930):
c) medidas cautelares de natureza pessoal: são aquelas medidas restritivas 
ou privativas de locomoção adotadas contra o imputado durante as inves-
tigações ou no curso do processo, com o objetivo de assegurar a eficácia 
do processo, importando algum grau de sacrifício da liberdade do sujeito 
passivo da cautela, ora em maior grau de intensidade (v.g., prisão pre-
ventiva, temporária), ora com menor lesividade. (v.g. medidas cautelares 
diversas da prisão do Art. 319 do CPP)
Extrai-se, portanto, que as medidas cautelares são constrições impostas pelo 
Poder Judiciário, geralmente a requerimento do Ministério Público ou da autoridade 
policial, a depender da espécie e do momento, que recaem sobre o direito de ir e vir 
do investigado ou réu, de maneira absoluta ou relativa.
Como medida cautelar, sempre é necessário para a sua imposição que se tenha 
indicação suficiente de que o sujeito praticou um crime, uma plausibilidade e não 
certeza (fumus comissi delicti ou fumus boni iuris), e que a não aplicação da medida 
importe em prejuízo para o processo penal (periculum libertatis ou periculum in 
mora). Assim, por exemplo, o juiz apenas decretará a prisão preventiva requerida 
pelo Ministério Público se estiver convencido de que há uma verossimilhança, uma 
forte probabilidade, em conhecimento inicial de que o sujeito tenha praticado o crime 
indicado e, some-se, sua liberdade possa, por exemplo, colocar em risco a instrução 
criminal (destruir provas, ameaçar testemunhas etc.).
Vejamos, então, algumas dessas medidas cautelares pessoais. 
Espécies Medidas Cautelares Pessoais
Veremos a prisão em flagrante, a prisão preventiva a prisão temporária e as 
medidas cautelares diversas da prisão.
Prisão em Flagrante
Já vimos na unidade passada a polícia judiciária e as instituições que a exercem, 
assim como falamos um pouco da atuação investigativa. Vimos, também, que, ocor-
rendo uma infração penal, três possibilidades se inauguram para reprimir, registrar e 
investigar dita infração pelos órgãos detentores de atribuição no ciclo de polícia: o termo 
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circunstanciado (infrações penais de menor potencial ofensivo), auto de prisão em fla-
grante e inquérito policial.
Figura 1
Fonte: Getty Images
Nesse contexto, fizemos alguns comentários sobre a prisão em flagrante, mas, 
agora, iremos tecer comentários com mais detalhes.
Havendo a situação de flagrância e não sendo infração de menor potencial ofen-
sivo, o correto registro será o auto de prisão em flagrante.
Quando alguém estará em flagrante?
A resposta está na própria lei, no art. 302 do CPP (com correlato no art. 244 
do CPPM):
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I – e stá cometendo a infração penal;
II – acaba de cometê-la;
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qual-
quer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou 
papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
Com base nesse artigo – que possui correlato no Art. 244 do CPPM –, pode-se 
enumerar como espécies de flagrância a própria, a imprópria e a ficta ou presumida.
A flagrância propriamente dita (flagrante próprio) é aquela que coincide com o 
momento em que o agente está cometendo o delito (Art. 302, I, do CPP). Ele é surpre-
endido no momento da execução, de modo que a autoridade ou pessoa que o detém 
enxerga claramente a autoria apontada para o detido. Também se denomina flagrante 
próprio quando o agente é surpreendido no momento imediato após o cometimento 
do delito (“acaba de cometê-la” – Art. 302, II, do CPP).
A flagrância imprópria ou quase flagrância (flagrante impróprio) ocorre quando o 
autor é perseguido logo após ter praticado a infração penal, em circunstâncias que 
indiquem sua autoria (Art. 302, III, do CPP).
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UNIDADE Medidas Cautelares Pessoais 
Outra espécie é a flagrância presumida (flagrante presumido ou ficto), que consiste 
naquela em que o agente é surpreendido logo depois da infração penal na posse de 
instrumentos ou objetos que façam presumir ser ele o autor (art. 302, IV, do CPP).
Frise-se que, nas infrações de menor potencial ofensivo do Art. 61 da Lei 
n. 9.099/1995:
Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os 
efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine 
pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
Embora haja a situação de flagrância, não haverá o encarceramento e a lavratura 
do auto de prisão, se o autor for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir 
o compromisso de a ele comparecer, bastando a lavratura do termo circunstanciado. 
Presente uma das três espécies acima, em primeira análise, autoriza-se a prisão 
em flagrante delito, iniciada pela detenção. A detenção, a propósito, pode ser feita 
por qualquer um do povo (flagrante facultativo), mas deve ser feita por autoridade 
e seus agentes (flagrante obrigatório), como dispõe o Art. 301 do CPP (com similar 
previsão do Art. 243 do CPPM).
Ainda podemos identificar algumas outras classificações para a prisão em flagrante 
(ou apenas o “flagrante”).
Temos, primeiro, o flagrante postergado. Com o advento da Lei n. 12.850/2013, 
sagrou-se a modalidade de prisão em flagrante delito conhecida como flagrante 
postergado, ou ação controlada que consiste, nos termos do Art. 8º da Lei, em 
“retardar a intervenção policial ou administrativa relativa à ação praticada por orga-
nização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação e acompa-
nhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação 
de provas e obtenção de informações”. Em suma, essa forma de colheita de prova da 
Lei n. 12.850/2013 autoriza o agente policial a retardar a prisão em flagrante, no 
aguardo de um momento que melhor permita a formação de prova do cometimento 
da infração penal. 
Outa espécie é o flagrante forjado, que se constitui na geração, na criação de uma 
versão fantasiosa pela autoridade, que arquiteta, inventa a ocorrência de um crime, 
imputando-o a uma pessoa e atuando em seguida com a efetivação de sua prisão. Para 
trazer robustez à sua invenção, o forjador chega até mesmo a implantar instrumentos 
e objetos na posse do preso, como drogas, armas etc. Trata-se de um flagrante total-
mente artificial, pois é integralmente composto por terceiros, levando à atipicidade da 
conduta do preso, que jamais pensou ou agiu para praticar o delito que lhe é imputado. 
O agente que forja o flagrante responderá civil, administrativa e penalmente. 
O flagrante preparado ou provocado é outra espécie. Traduz-se na situação em 
que o autor da prisão em flagrante, embora sem coagir fisicamente o agente, adota 
postura de sorte a condicioná-lo à prática do delito. O autor do fato age com suas 
próprias energias e o fato efetivamente ocorre, mas a sua vontade foi viciada por 
uma “armadilha” em que a autoridade “cevou” o ambiente, criando a oportunidade 
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para a prática do delito. Há, para o preso, hipótese de crime impossível, e, para o 
agente provocador, pode restar responsabilização.
Finalmente, há o flagrante esperado, que não se confunde com o flagrante prepa-
rado. Neste, a autoridade age na vontade do agente; naquele, o agente atua por sua 
livre vontade, sem ser condicionado, porém, como a autoridade tem conhecimento 
da prática do ato antes de sua realização, posiciona-se na espreita, aguardando que 
o agente inicie a execução.
Não se pode confundir a situação de flagrância com o auto de prisão em flagrante. 
Aliás, o termo “prisão em flagrante” compreende 4 momentos ou fases: a detenção do 
autor (apenas possível nas situações de flagrância), a condução à autoridade respon-
sável pela lavratura, a lavratura do auto e o encarceramento do autor da infração.
Efetuada a detenção, o procedimento escrito tomará corpo, nos termos do que 
dispõe o Art. 301 e seguintes do CPP – com correlatos no Art. 245 e seguintes do 
CPPM – compondo-se o auto de prisão em flagrante delito (APFD ou APF). 
Sobre a dinâmica do APF, o Art. 304 do CPP dispõe que apresentado:
O preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, des-
de logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de 
entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que 
o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que 
lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, la-
vrando, a autoridade, afinal, o auto.
Esta redação, frise-se, foi trazida pela Lei n. 11.113/2005, pois, antes dela, o fla-
grante era condensado em um único documento, ao final assinado por todos.
Mas vamos nos deter nas ações do procedimento do APF.
Primeiro, a autoridade a que se refere o Art. 304 é a autoridade policial, em regra, 
o Delegado de Polícia Civil ou o Delegado de Polícia Federal, a depender da infração 
praticada, se estadual ou de interesse da União. Não é, portanto, uma prisão decretada 
por juiz, mas encontra amparo no inciso LXI do Art. 5º da Constituição Federal (“nin-
guém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de 
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime 
propriamente militar, definidos em lei”).
Esta autoridade, e xtraindo uma fundada suspeita contra o conduzido, em decor-
rência das respostas versadas, lavrará o auto e recolherá o conduzido à prisão, exceto 
no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança.
Na lavratura:
• Ouvirá o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia 
do termo e recibo de entrega do preso; fique atento, pois o agente de segurança 
poderá ser o condutor de uma detenção por ele efetuada (flagrante obrigatório) ou 
efetuada por qualquer do povo (flagrante facultativo), mas nada impede, embora 
raro, de o cidadão (qualquer do povo) efetuar a detenção e levar o detido até a 
autoridade policial;
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UNIDADE Medidas Cautelares Pessoais 
• Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem; qual-
quer pessoa, em regra, pode ser testemunha e, também, em regra, não pode se 
eximir de testemunhar (Arts. 202 e 206 do CPP);
• Interrogar o acusado (melhor seria o preso ou indiciado) sobre a imputação que 
lhe é feita; deve-se lembrar que o preso não é obrigado a falar, produzindo prova 
contra si, pois lhe assiste o direito constitucional de permanecer calado (Art. 5º, 
LXIII, da Constituição Federal); a rigor, quem já efetua a detenção deve alertar 
o preso, no momento da voz de prisão, de que ele possui esse direito, pois as 
provas (ou elementos) que forem obtidas sem essa observância serão nulas; 
• Após, a oitiva de cada um dos “atores”, colherá as respectivas assinaturas, 
lavrando, afinal, o auto;
• No prazo de 24 horas após a realização da prisão (detenção), deverá a autoridade 
entregar ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, 
com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.
A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; 
mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que 
hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade.
Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto 
de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua 
leitura na presença deste.
Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a 
existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o 
contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
Nos termos da Constituição Federal (Art. 5º, LXII) e do Art. 306 do CPP, a 
prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediata-
mente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa 
por ele indicada.
Sendo comunicado o juiz, em até 24 horas após a realização da prisão, será 
encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado 
não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. 
Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo também de máximo de até 
24 horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia 
com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria 
Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, irá decidir se o preso 
será colocado em liberdade pelo relaxamento de uma prisão ilegal ou concessão de 
liberdade provisória, ou se permanecerá com a liberdade tolhida, diante da conversão 
da prisão em flagrante em prisão preventiva.
Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta, no exer-
cício de suas funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as 
declarações que fizer o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado 
pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a 
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quem couber tomar conhecimento do fato delituoso, se não o for a autoridade que 
houver presidido o auto.
Nã o havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será 
logo apresentado à do lugar mais próximo.
Prisão Preventiva
A prisão preventiva trata-se de: 
[...] espécie de prisão cautelar decretada pela autoridade judiciária com-
petente, mediante representação da autoridade policial ou a requerimen-
to do Ministério Público, do querelante ou do assistente, em qualquer 
fase das investigações ou do processo criminal [...], sempre que estiverem 
preenchidos os requisitos legais (CPP, Art. 313) e ocorrerem os motivos 
autorizadores listados no art. 312 do CPP, e desde que se revelem ina-
dequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão (CPP, 
Art. 319). (LIMA, 2020, p. 1056)
Como se percebe, a prisão preventiva pode ser decretada – sempre por autori-
dade judiciária, com expedição, em regra, do mandado de prisão, o que observa o 
inciso LXI do Art. 5º da CF (“ninguém será preso senão em flagrante delito ou por 
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos 
de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei”) – tanto na 
investigação criminal (inquérito policial e procedimento investigatório criminal do 
Ministério Público), como no processo – após recebimento da denúncia ou queixa-
-crime, inclusive após a sentença condenatória recorrível, pois, quando essa sentença 
não for mais recorrível, a prisão não será mais provisória, e sim definitiva.
Figura 2
Fonte: Getty Images
Como medida cautelar, também é necessário à prisão preventiva a presença do 
fumus comissi delicti e do periculum libertatis.
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UNIDADE Medidas Cautelares Pessoais 
Para decretar a prisão preventiva, primeiro, o juiz deve verificar a prova da existência 
de um crime e o indício suficiente de autoria, conforme o Art. 312 do CPP, dando 
verossimilhança ao alegado,por exemplo, no requerimento do Ministério Público, ou 
seja, é preciso que haja uma segurança de que, em primeira análise, esteja muito forte 
a constatação de que um crime ocorreu e de que o sujeito a ser preso seja seu autor 
(fumus comissi delicti).
Em soma, é preciso que haja um perigo na manutenção da liberdade desse sujeito 
(periculium libertatis), no caso da prisão preventiva, encaixando-se em uma das situ-
ações enumeradas no mesmo Art. 312 do CP: garantia da ordem pública, da ordem 
econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação 
da lei penal.
A garantia da ordem pública será fundamento para a prisão preventiva nos casos 
em que o acusado (indiciado) estiver reiteradamente praticando – ou com possibilidade 
concreta de praticar – outras infrações penais. Em suma, a prática de um delito avilta 
a ordem pública, lesa o “tecido social”, devendo haver mecanismos que evitem essa 
lesão ou, quando não possível, impeçam o agravamento da situação ou recompo-
nham a normalidade. Essa parece ser a lógica da decretação da prisão preventiva 
para garantir (manter e recuperar) a ordem pública.
Muito próximo do conceito de ordem econômica se aproxima do de ordem públi-
ca, cabendo a prisão preventiva quando 
[...]. haja risco de reiteração delituosa em relação a infrações penais que 
perturbem o livre exercício de qualquer atividade econômica, com abuso 
do poder econômico, objetivando a dominação dos mercados, a eliminação 
da concorrência e o aumento arbitrário dos lucros (CF, Art. 173, § 4º). [...]
Também há a possibilidade de ser fundamentada a prisão preventiva na hipótese 
de ser ela conveniente à instrução criminal, ou seja, a liberdade do acusado (indiciado) 
comprometerá a colheita de provas, a realização de diligências, enfim, o curso proba-
tório do feito (inquérito policial militar ou processo penal militar), o que será evidente, 
por exemplo, quando o acusado ameaça ou corrompe testemunhas ou peritos, destrói 
provas ou suas fontes, ameaça o ofendido ou aqueles que atuam na persecução crimi-
nal (autoridade de polícia judiciária, promotor de justiça, juiz de direito) etc.
A aplicação da lei penal estará ameaçada nos casos em que o acusado fuja, 
desapareça; portanto, diante de indícios de que isso possa ocorrer, para assegurar a 
aplicação da lei penal será cabível a decretação da prisão preventiva. 
Presentes esses pressupostos do Art. 312 do CPP, a prisão preventiva poderá 
ser decretada em relação às situações do Art. 313, configurando suas hipóteses 
de admissibilidade. 
A prisão preventiva, assim, será admitida nos crimes dolosos punidos com pena 
privativa de liberdade máxima superior a 4 anos, a exemplo do que ocorre no crime 
de homicídio (Art. 121 do Código Penal). Crime doloso é aquele em que o autor tem 
a vontade livre e consciente de praticar o delito.
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Cabível, também, a prisão preventiva, quando o autor tiver sido condenado por 
outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado se entre a data do 
cumprimento ou extinção da pena da condenação anterior e a infração posterior tiver 
decorrido período superior a 5 anos, computado o período de prova da suspensão ou 
do livramento condicional, se não ocorrer revogação.
Caso o crime envolva violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, 
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das 
medidas protetivas de urgência, também será cabível a prisão preventiva.
Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identida-
de civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la,
devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo 
se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. 
É muito importante frisar que não será admitida a decretação da prisão preventiva
com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência ime-
diata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia, não 
podendo ser automática a essas situações. Igualmente, é fulcral mencionar que a 
prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas 
constantes dos autos ter o agente praticado o fato em estado de necessidade, legítima 
defesa, estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular de um direito.
No que se refere à duração, a prisão preventiva não possui tempo certo, mas, claro, 
deve haver razoabilidade na sua manutenção, não podendo, como já se disse, fun-
cionar como antecipação de pena. Assim, afastados os pressupostos do Art. 312, por 
exemplo, por não mais haver risco à ordem pública, o preso deverá ser colocado em 
liberdade pela revogação da prisão preventiva, com a expedição do alvará de soltura.
Por fim, a prisão preventiva também é prevista para crimes militares, nos Arts. 254 
e seguintes do CPPM, com algumas peculiaridades. Por exemplo, no CPPM não existe 
prisão preventiva para garantir a ordem econômica, mas há para garantir a manu-
tenção de princípios de hierarquia e disciplina. 
Prisão Temporária
A prisão temporária não está prevista no Código de Processo Penal e nem no 
Código de Processo Penal Militar, constando da Lei n. 7.960/1989. Podemos con-
ceituá-la da seguinte forma (LIMA, 2020, p. 1105):
Trata-se de espécie de prisão cautelar decretada pela autoridade judiciária 
competente durante a fase preliminar de investigações, com prazo prees-
tabelecido de duração, quando a privação da liberdade de locomoção do 
indivíduo for indispensável para a obtenção de elementos de informação 
quanto à autoria e a materialidade das infrações penais mencionadas no 
art. 1º, inciso III, da Lei nº 7.960/89, assim como em relação aos crimes 
hediondos e equiparados (Lei nº 8.072/90, art. 2º, § 4º), viabilizando a 
instauração da persecitio criminis injudicio. Como espécie de medida 
cautelar, visa assegurar a eficácia das investigações – tutela-meio –, para, 
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UNIDADE Medidas Cautelares Pessoais 
em momento posterior, fornecer elementos informativos capazes de jus-
tificar o oferecimento de uma denúncia, fornecendo justa causa para a 
instauração de um processo penal, e, enfim, garantir eventual sentença 
condenatória – tutela-fim.
Extrai-se, assim, que, diferentemente da prisão preventiva, a prisão temporária 
apenas pode ser decretada – por autoridade judicial, com expedição de mandado 
de prisão, o que observa o inciso LXI do Art. 5º da CF (“ninguém será preso senão 
em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária 
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, 
definidos em lei”) – na fase de investigação criminal (ex.: inquérito policial), mas 
nunca na fase do processo, após o recebimento da denúncia.
Outra diferença da prisão preventiva é sua duração, que é definida pela Lei. Como 
vimos, a prisão preventiva não tem duração definida na lei. Já a prisão temporária 
possui limite temporal trazido pelo Art. 2º da Lei n. 7.960/1989, que dispõe que a 
prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade 
policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 dias, prorro-
gável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. No caso de 
crimes hediondos, o § 4º do Art. 2º da Lei n. 8.072/1990 dispõe que a prisão tem-
porária terá o prazo de 30 dias, prorrogável por igual período em caso de extrema 
e comprovada necessidade.
Os crimes hediondos são aqueles considerados mais graves na legislação brasileira 
e estão definidos no Art. 1º da Lei n. 8.072/1990, em um rol taxativo, ou seja, não 
existem crimes hediondos fora daqueles ali enumerados. São crimes equiparados aos 
hediondos a tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo 
(Art. 5º, XLIII, Constituição Federal), que possuem o mesmo tratamento.
O crime que fez mudar a Lei de Crimes Hediondos, disponível em: https://bit.ly/31DL4xv
Mais um detalhe importanteé saber que o juiz não decreta a prisão temporária de 
ofício, mas precisa ser provocado por representação da autoridade policial (Delegado 
de Polícia) ou requerimento do Ministério Público.
Como requisitos da prisão temporária, deve-se analisar o Art. 1º da Lei n. 7.960/1989.
Em primeiro lugar, a prisão deve ser imprescindível para as investigações, ou seja, 
é fundamental que se prenda o suposto autor do crime para a colheita de elementos 
de informação atinentes à autoria e materialidade. Um exemplo ocorre quando se 
tem a ocultação de provas pelo indiciado solto, atrapalhando a boa condução de um 
inquérito policial.
Outro requisito para a prisão temporária está presente quando o indiciado (inves-
tigado) não tem residência fixa ou não fornece elementos necessários ao esclareci-
mento de sua identidade. A ausência completa de descrição de um endereço em que 
o investigado possa ser encontrado. No que se refere à prisão para a identificação 
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do investigado, predomina o entendimento de que a Lei que autoriza a identificação 
criminal (Lei n. 12.037/2009) afasta esta possibilidade (LIMA, 2020, p. 1109).
Por fim, como último requisito, deve haver f undadas razões, de acordo com qual-
quer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos 
seguintes crimes:
• Homicídio doloso (Art. 121, caput, e seu § 2°);
• Sequestro ou cárcere privado (Art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);
• Roubo (Art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
• Extorsão (Art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
• Extorsão mediante sequestro (Art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
• Estupro (Art. 213, caput, e sua combinação com o Art. 223, caput, e pará-
grafo único);
• Atentado violento ao pudor (Art. 214, caput, e sua combinação com o Art. 223, 
caput, e parágrafo único);
• Rapto violento (Art. 219, e sua combinação com o Art. 223 caput, e pará-
grafo único);
• Epidemia com resultado de morte (Art. 267, § 1°);
• Envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualifi-
cado pela morte (Art. 270, caput, combinado com Art. 285);
• Quadrilha ou bando (Art. 288), todos do Código Penal;
• Genocídio (Arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em 
qualquer de sua forma típica;
• Tráfico de drogas (Art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);
• Crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986);
• Crimes previstos na Lei de Terrorismo.
Este é o rol taxativo ao qual nos referimos acima. Apenas é cabível a prisão tem-
porária nestes crimes.
Agora, é necessário que estejam presentes os três requisitos para a decretação da 
prisão temporária?
Não. Ainda que haja divergências doutrinárias, prevalece o entendimento de que, 
pelo menos devem estar presentes a imprescindibilidade da prisão para as investigações 
e as fundadas razões da prática ou participação em um dos crimes enumerados.
Medidas Diversas da Prisão
A s prisões provisórias e cautelares, como as acima exemplificadas, não são as 
únicas medidas cautelares pessoais previstas na legislação processual penal. Existem, 
ainda, aquelas diversas da prisão, enumeradas no Art. 319 do CPP: 
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UNIDADE Medidas Cautelares Pessoais 
• Comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, 
para informar e justificar atividades;
• Proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circuns-
tâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante 
desses locais para evitar o risco de novas infrações;
• Proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias 
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;
• Proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente 
ou necessária para a investigação ou instrução;
• Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o inves-
tigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos;
• Suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica 
ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de 
infrações penais;
• Internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com vio-
lência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-
-imputável (Art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;
• Fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos 
do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência 
injustificada à ordem judicial;
• Monitoração eletrônica.
O comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, 
para informar e justificar atividades, como já se infere do nome, consiste na presença 
(pessoal) do autor do fato, por período definido (ex.: mensalmente), na secretaria do 
juízo que determinou a medida (ou outro juízo predefinido pela autoridade judiciária), 
com o objetivo de verificar que a pessoa está à disposição do Poder Judiciário para a 
prática dos atos processuais e para saber das atividades que a pessoa está exercendo.
A proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circuns-
tâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses 
locais para evitar o risco de novas infrações, também se explica pelo título. Consiste 
em uma vedação para que o autor do fato vá a determinados lugares (bares, casa de 
tavolagem etc.) onde a instigação, o induzimento, para que ele pratique determinadas 
infrações seja evidente. Quando a lei fala em acesso, deve-se compreender como o 
simples ato de ingressar no estabelecimento, o que já é vedado.
A proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias 
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante, possui 
algumas utilidades/finalidades. Entre elas, pode-se apontar (LIMA, 2020, p. 1135-6):
• Proteção de determinada(s) pessoa(s), colocadas em situação de risco em virtude 
do comportamento do agente: a título de exemplo, suponha-se que uma pessoa 
esteja sendo vítima de ameaça por parte do agente, ou, ainda, hipótese em que 
um indivíduo esteja sendo ofendido em sua honra subjetiva por meio de ligações 
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telefônicas. Em tais situações, como os crimes de ameaça e de injúria têm pena 
máxima inferior a 4 (quatro) anos, não seria cabível a decretação da prisão pre-
ventiva. Porém, a fim de evitar que haja reiteração da conduta delituosa, poderá 
o juiz determinar que o acusado se abstenha de manter contato com a vítima, 
hipótese em que referida medida seria adotada de modo a evitar a prática de 
novas infrações penais;
• Impedir que, em liberdade total e absoluta, possa o agente influenciar o depoi-
mento de um ofendido e/ou testemunha, causando prejuízo à descoberta dos 
fatos. Neste caso, verificando o magistrado a necessidade da medida para tutelar 
a investigação ou a instrução criminal, protegendo-se uma fonte de prova que 
se sente intimidada pelo rotineiro contato com o acusado, assim como a ade-
quação do provimento, consoante a gravidade do crime, circunstâncias do fato 
e condições pessoais do indiciado ou acusado, poderá o magistrado determinar 
que o investigado ou acusado se abstenha de manter contato com tais pessoas.
A proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente 
ou necessária para a investigação ou instrução também é autoexplicativa e consiste 
na vedação para que o autor do fato deixe a área da jurisdição do juiz da causa, isso 
quando sua permanência for conveniente ou necessária para a investigação criminal 
ou para a instrução do processo. Também pode abranger a proibição de deixar o 
país, o que, certamente, consistiria em ausentar-se da comarca. Claro, em situações 
específicas, é possível que o juíz, embora tenha proibido o autor de sair da Comarca, 
autorize essa saída sob controle se previamente solicitado ao juízo, a exemplo de 
visitas aos pais, trabalho por empreitada em outra cidade etc.O recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o 
investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos, embora menos gravosa que a 
prisão, consiste em medida altamente interventiva no direito de locomoção do indivíduo, 
razão pela qual deve ser utilizada com muita cautela. Como se infere do próprio título, 
impõe-se ao autor do fato que fique em casa durante a noite (se o trabalho não for no-
turno, óbvio) e nos dias em que não estiver trabalhando (finais de semana, feriados etc.).
A suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica 
ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações 
penais, trata-se de medida cautelar que tem o objetivo de impedir que o fato crimi-
noso seja replicado pelo agente, justamente porque foi praticado no desempenho de 
função pública ou de atividade econômica ou financeira. O termo “função pública” é 
genérico e pode ser delineado pelo conceito de funcionário público, do Art. 327 do 
Código Penal. Por ele, considera-se funcionário público quem, embora transitoriamente
ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública, equiparando-se,
ainda, a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade 
paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou con-
veniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. Assim, não 
apenas o servidor público pode ser sujeitado a esta medida cautelar, mas qualquer 
pessoa que se enquadre nas definições acima. A atividade de natureza econômica ou 
financeira, por sua vez, está relacionada à prática de determinados crimes, por exem-
plo, nos crimes contra a economia popular, da Lei n. 1.521/1951. 
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UNIDADE Medidas Cautelares Pessoais 
Internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência 
ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável e 
houver risco de reiteração é medida cautelar bem específica. Como se extrai do pró-
prio título, é aplicada apenas nos casos de inimputabilidade ou semi-imputabilidade.
O inimputável é o agente que, por doença mental ou desenvolvimento men-
tal incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente 
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com 
esse entendimento. O semi-imputável é o agente que, em virtude de perturbação 
de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era 
inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de 
acordo com esse entendimento.
A fiança, nas infrações que a admitem, é medida cautelar diversa da privação de 
liberdade aplicada para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a 
obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial. 
A possibilidade de fiança está nos Arts. 322 e, a contrario sensu, nos Arts. 323 e 
324, todos do CPP, enumeram as situações em que a fiança não será admitida.
A lógica começa pelo Art. 321 do CPP, segundo o qual, ausentes os requisitos 
que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade 
provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no Art. 319 do 
CPP e observados os critérios constantes do Art. 282 também do CPP.
Uma das possibilidades do Art. 319 é justamente a concessão de liberdade 
mediante fiança.
Nos crimes cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 anos, 
o próprio delegado poderá conceder a fiança. Fora isso, a concessão será por auto-
ridade judiciária.
Não será concedida fiança:
• Nos crimes de racismo;
• Nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo 
e nos definidos como crimes hediondos;
• Nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático;
• Aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida 
ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os 
Arts. 327 e 328 do CPP;
• Em caso de prisão civil ou militar;
• Quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva.
Por fim, tem-se a monitoração eletrônica, que consiste na utilização de dispositivo 
eletrônico de monitoramento, regra geral, colocado no corpo da pessoa, a exemplo 
da tornozeleira eletrônica.
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Figura 3
Fonte: Getty Images
Há outras medidas cautelares diversas da prisão, mas estas acima são as princi-
pais, previstas no CPP.
É possível a aplicação conjunta dessas medidas, desde que compatíveis, por exemplo,
a proibição de se ausentar da Comarca com a monitoração eletrônica.
Anote-se que o não cumprimento das medidas cautelares diversas da prisão 
poderá fazer com que o juízo adote outra medida mais severa, inclusive, conforme 
a necessidade, de prisão preventiva.
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UNIDADE Medidas Cautelares Pessoais 
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Manual de Processo Penal
LIMA, R. B. de. Manual de processo penal. Salvador: Jus Podivm, 2020. 
Leitura sobre prisão domiciliar: p. 1123-1131; leitura sobre prisão e outras 
medidas cautelares diversas da prisão: p. 1150-1159.
 Vídeos
Saiba a Diferença entre Prisão Temporária e Prisão Preventiva
https://youtu.be/2Z40KAN9G8M
 Leitura
CNJ Serviço: O que são Crimes Hediondos?
https://bit.ly/2DNq0MF
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Referências
ASSIS, J. C. de. Código de Processo Penal Militar anotado. Curitiba: Juruá, 2004.
________; NEVES, C. R. C.; CUNHA, F. L. Lições de direito para a atividade das 
Polícias Militares e das Forças Armadas. Curitiba: Juruá, 2005.
CINTRA, A. C. de A.; GRINOVER, A. P.; DINAMARCO, C. R. Teoria geral do 
processo. São Paulo: Malheiros, 2007.
FOUREAUX, R. Segurança Pública. Salvador: Jus Podivm, 2019.
LIMA, R. B. de. Manual de processo penal. Salvador: Jus Podivm, 2020.
MORAES, A. de. Direito constitucional. São Paulo: Atlas, 2006.
LAZZARINI, A. Direito administrativo da ordem pública. Rio de Janeiro: 
Forense, 1987.
________. Estudos de direito administrativo. São Paulo: RT, 1999.
________. Da defesa civil e seu poder de polícia. A Força Policial. São Paulo: Polícia 
Militar do Estado de São Paulo, n. 65, p. 11, 2010.
LENZA, P. Direito constitucional esquematizado. 10. ed. São Paulo: Método, 2006.
SILVA JR., A. L. da. Fundamentos jurídicos da atividade policial. São Paulo: 
Suprema Cultura, 2010.
SOARES, A.; SOUZA, O. H. O.; MORETTI, R. de J. Legislação policial militar 
anotada. São Paulo: Atlas, 2000.
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