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Milena Marques 145 Anestesiologia - Anatomia e avaliação das vias aéreas Introdução – relevância do tema: Morte e complicações – maiores causas anestésicas: • 1 em 100.000 a 200.000 procedimentos anestésicos • 40-65% no manuseio das vias aéreas o Ventilação inadequada o Intubação traqueal difícil o Intubação esofágica Principais causas de morte e complicações em vias aéreas: • ASA i e II • Menores de 60 anos • Cirurgias eletivas • Obesidade • Aspiração brônquica é causa de morte • Alta taxa de insucesso na cricotireodostomia • Omissão ou uso incorreto do capnógrafo • Planejamento inadequado. Anatomia e fisiologia: 1) Via aérea superior • Cavidade nasal → duas cavidades ou fossas divididas pelo septo nasal que é composto de cartilagem septal anteriormente e pelos ossos etmoide e vômer. A parede lateral da cavidade nasal estão presentes três conchas que divide a cavidade em três meatos. O meato nasal inferior é a principal local de passagem para os dispositivos nasais de VA. O teto da cavidade nasal é formado pelo osso etmoidal (região cribiforme) e a mucosa é ricamente vascularizada. A cavidade nasal tem sua inervação pelo nervo trigêmeo. • Cavidade oral → conduz a orofaringe, o limite inferior é a lingua e o superior o palato duro e o mole A abertura da boca, Micrognatia e macroglossia podem interferir na manipulação da VA A cavidade oral tem sua inervação pelo nervo glossofaríngeo. • Faringe → estende-se da base do crânio até a cartilagem cricoide, anteriormente e a borda inferior da sexta vertebra cercival, posteriormente. É mais larga na região do osso hioideo e mais estreita no esôfago. É o local mais comum de obstrução após aspiração de corpo estranho A faringe é via comum para alimentação e respiração e é local frequente de obstrução durante sedação e anestesia • Laringe → a laringe é formada por 9 cartilagens (cricoide, tireoide, epiglote, aritenoides, corniculadas e cuneiformes). A inervação da laringe é pelo nervo laríngeo inferior (nervo recorrente) e pelo nervo laríngeo superior, ambos ramos do nervo vago (X). Nervo recorrente → invervação motora de todos os músculos da laringe, com exceção do m. cricotireoideo ➔ Lesão do nervo recorrente laríngeo pode gerar paralisia das cordas vocais em tireidectomia. o Unilateral – pode gerar rouquidão Milena Marques 145 o Bilateral – pode gerar dispneia. Nervo laríngeo superior → responsável pela invervação sensitiva de toda a laringe. • Traqueia → inicia-se na cartilagem cricoide e continua 10-20 cm até a carina. O bronqueio direto é o local mais provável de impactação de corpo estranho e de intubação seletiva. Avaliação das vias aéreas – semiologia • História médica – avaliar o Tumorações o Irradiação → pode gerar fibrose e enrijecimento do espaço submandibular o Mobilidade cervical → avaliação da extensão e flexão o Circunferência cervical o Mobilidade da mandíbula o Abertura da boca o Mallampati • Mobilidade cervical o Pedir para o paciente fletir completamente a cabeça e depois estender, com a cabeça estendida avaliar a distancia tireoide-mento que deve ser acima de 6 cm e a distancia esterno -mento que dever ser acima de 12,5 cm. • Pescoço o 40 cm ou mais já causa um risco maior de via aérea difícil o Colar cervical → dificulta pois não vai conseguir realizar as medidas de verificação de via deficil e a mobilização para entubaçao • Mobilidade da mandíbula o Teste de protusão – pedir para o paciente colocar a mandíbula a frente da maxila, pedir para morder o lábio superior com os dentres de baixo o Dificuldade em pacientes que tem deformidade (prognatismo) o Pacientes micrognatas • Abertura da boca o Idealmente a distancia entre os incisivos (de cima e de baixo) deve ser acima de 3 cm. • Mallampati e Cormack -Lehane → os dois guardam relação de visualização das estruturas: ➔ Classificação de mallampati: o Classe I – pilares amigdalianos + úvula + fauce + palato mole Milena Marques 145 o Classe II – palato mole + fauce + úvula visível o Classe III – palato mole + base da úvula visível o Classe IV – palato mole totalmente não visível. ➔ Classificação de Cormack-Lehane: o Classe I – maior parte das pregas vocais o Classe II A – parte posterior das pregas vocais visíveis o Classe II B – somente cartilagem aritenoide visíveis o Classe III A– epiglote visível e passível de elevação o Classe III B – epiglote aderida a faringe o Classe IV – nenhuma estrutura visível • Sinal da prece → risco de intubação difícil o Pedir para o paciente juntar uma mao com a outra e verificar se as mãos se tocam completamente, se não é um sinal de: ▪ Hiperglicemia crônica ▪ Glicolização de proteínas tissulares o Preditor de baixa mobilidade articular ▪ Coluna ▪ ATM ▪ Laringe • Outros preditores de via aérea difícil o Mal estado da dentição o Amígdalas grau >= 3 o Trauma facial e/ou cervical o Hipotireoidismo o Síndromes genéticas: língua grande o Diabetes – dificuldade de intubação 10x maior o Alterações musculo esqueléticas – boca, nariz, orofaringe o Obesidade o Tórax em barril o Gestação 3º trimestre Preditores de via aérea difícil: Milena Marques 145 Avaliação da via aérea na criança – Escala COPUR Via aérea difícil: • Via aérea 🡪 anestesista treinado; dificuldade na ventição sob MF, DSG ou IT • Ventilação MF ou DSG 🡪 incapacidade de manter a Sat > 90% apesar de O2 a 100% • IT diversas tentativas por laringoscopia direta com ou sem patologia traqueal • Laringoscopia Conarck Lehane 4 após diversas tentativas por laringoscopia direta Fatores preditivos de dificuldade de ventilação sob máscara facial (DVFM): 4x mais chance de dificuldade de intubação • Barba • Ausência de dentes • Idosos • Obesidade • Circunferência cervical > 40cm • História de roncos • Apneia obstrutiva do sono Dificuldade de laringoscopia e/ou intubação traqueal:
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