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Sexta-feira, 2 de Dezembro de 2022 23h49min05s BRT Pergunta 1 Resposta Selecionada: Verdadeiro Resposta Correta: Verdadeiro Intérprete de LIBRAS é o profissional ouvinte fluente em LIBRAS e em Língua Portuguesa que realiza a tradução/interpretação simultânea LIBRAS/Português e Português/LIBRAS. Atualmente, a profissão de tradutor/intérprete de LIBRAS é regulamentada e possui um código de ética. Pergunta 2 Resposta Selecionada: Falso Resposta Correta: Falso Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral a partir de 50(dB), aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz. Pergunta 3 Resposta Selecionada: Falso Resposta Correta: Falso A Língua de Sinais utiliza um canal visual gestual; sendo assim, é universal sua compreensão por parte dos surdos de todo o mundo? Pergunta 4 Resposta Selecionada: Falso Resposta Correta: Falso A LIBRAS é uma linguagem apoiada nas regras gramaticais da Língua Portuguesa; sendo assim, é uma forma de Português sinalizado. 0,25 em 0,25 pontos 0,25 em 0,25 pontos 0,25 em 0,25 pontos 0,25 em 0,25 pontos Pergunta 1 Resposta Selecionada: c. Resposta Correta: c. Essas características vão ao encontro da seguinte concepção da Língua de Sinais: Nesta abordagem, a Língua de Sinais passou a ser considerada a língua materna dos surdos congênitos e seu aprendizado, realizado de forma natural. Saiu de cena o discurso clínico e o surdo passou a ser visto como diferente. Nesta abordagem, a LIBRAS passou a ser reconhecida como a segunda língua oficial de nosso país. Disponivel em: http://liliacamposmartins.blogspot.com.br/2010/12/alguma s-siglas.html. Concepção Bilíngue Concepção Bilíngue Pergunta 2 Resposta Selecionada: d. Resposta Correta: d. Essas características correspondem a qual concepção da Língua de Sinais? Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/fonoaudiologia/artigos/33852/filosofias-educacion ais-para-surdos-oralismo. Com foco no treino orofacial e desenvolvimento da fala, proibia o uso de sinais. Seu objetivo primordial era a busca da “normalidade”, através da fala. Oralismo Oralismo Pergunta 3 Resposta Selecionada: c. Resposta Correta: c. Essas características correspondem a qual período histórico? Conforme Márcia Honora e Mary Frizanco (2009), os surdos eram privados do casamento para não gerarem outros “imperfeitos”. Também não tinham direito à escolarização, não era permitido que frequentassem os mesmos locais que os ouvintes e, ainda, não tinham direito ao testamento, pois não possuíam uma língua inteligível. No entanto, nessa época, os nobres, para não dividirem suas heranças com outras famílias, casavam-se entre si, o que gerava grande número de surdos entre eles. Idade Média Idade Média Pergunta 4 Dr. Armando Paiva de Lacerda, diretor do Instituto Nacional de Surdos-Mudos do Rio de Janeiro, em 1930, realizava testes de inteligência nos alunos surdos e, assim, verificava sua aptidão para a oralização. Após esses testes, os alunos eram separados de acordo com a seguinte classificação: 0,25 em 0,25 pontos 0,25 em 0,25 pontos 0,25 em 0,25 pontos 0,25 em 0,25 pontos Sexta-feira, 2 de Dezembro de 2022 23h50min02s BRT Resposta Selecionada: b. Resposta Correta: b. Instituto Nacional de Educação de Surdos surdos-mudos completos, surdos incompletos, semissurdos propriamente ditos e semissurdos. Seu objetivo era que as salas de aulas fossem o mais homogênea possível, para facilitar o trabalho de oralização realizado pelo professor. Esse método foi chamado de: Disponível em: http://liliacamposmartins.blogspot.com.br/2010/11/instituto-nacional-de-educacao-de. html Pedagogia Emendativa do Surdo-Mudo Pedagogia Emendativa do Surdo-Mudo Revisar envio do teste: AS – Unidade IIILíngua Brasileira de Sinais - 40h_Turma_013_122022 Atividades Avaliativas Revisar envio do teste: AS – Unidade III Usuário Rosangela Hul CRUZ_EAD_Pedagogia Para Licenciados (Licenciatura)_1A_20222 Curso Língua Brasileira de Sinais - 40h_Turma_013_122022 Teste AS – Unidade III Iniciado 10/11/22 21:38 Enviado 10/11/22 21:51 Status Completada Resultado da tentativa 1 em 1 pontos Tempo decorrido 12 minutos Resultados exibidos Respostas enviadas, Respostas corretas Pergunta 1 Resposta Selecionada: d. Resposta Correta: d. De acordo com o alfabeto manual apresentado abaixo, selecione a alternativa correspondente a sequência de palavras apresentadas: Escola – Família – Shopping Escola – Família – Shopping Pergunta 2 Resposta Selecionada: d. Resposta Correta: d. Questão 5 - Alternativa A.mov 0:00 / 0:16 1x Os sinais apresentados são respectivamente: Assista, com atenção, a sinalização realizada no vídeo e indique a alternativa correspondente. Professor - Banheiro - Prova Professor - Banheiro - Prova Pergunta 3 O alfabeto manual é utilizado para representar substantivos próprios e termos específicos, quando ainda não existe um sinal em LIBRAS, este alfabeto também pode ser chamado de: 0,25 em 0,25 pontos 0,25 em 0,25 pontos 0,25 em 0,25 pontos https://bb.cruzeirodosulvirtual.com.br/webapps/blackboard/execute/courseMain?course_id=_803561_1 https://bb.cruzeirodosulvirtual.com.br/webapps/blackboard/content/listContent.jsp?course_id=_803561_1&content_id=_12149721_1&mode=reset Sexta-feira, 2 de Dezembro de 2022 23h51min20s BRT Resposta Selecionada: b. Resposta Correta: b. Datilologia Datilologia Pergunta 4 Resposta Selecionada: a. Resposta Correta: a. Questão 3 - Alternativa D.mov 0:00 / 0:14 1x Os sinais apresentados são respectivamente: Serão disponibilizados três sinais e você deverá localizar a alternativa correspondente. Fique atento! Bonito, Feio e Triste Bonito, Feio e Triste ← OK 0,25 em 0,25 pontos Pergunta 1 Resposta Selecionada: b. Resposta Correta: b. Assista, com atenção, ao vídeo abaixo e veja a frase apresentada em LIBRAS. Assinale a alternativa que apresenta sua interpretação em Português. A interpretação correta, em Língua Portuguesa, dessa frase éa seguinte: Estou aprendendo LIBRAS. Estou aprendendo LIBRAS. Pergunta 2 Resposta Selecionada: a. Resposta Correta: a. Assista, com atenção, ao vídeo abaixo e veja a frase apresentada em LIBRAS. Assinale a alternativa que apresenta sua interpretação em Português. A interpretação correta, em Língua Portuguesa, dessa frase é a seguinte: Tenho três filhos. Tenho três filhos. Pergunta 3 Resposta Selecionada: c. Resposta Correta: c. Assista, com atenção, ao vídeo abaixo e veja a frase apresentada em LIBRAS. Assinale a alternativa que apresenta sua interpretação em Português. A interpretação correta, em Língua Portuguesa, dessa frase é a seguinte: Estou aprendendo LIBRAS para conversar com os surdos. Estou aprendendo LIBRAS para conversar com os surdos. Pergunta 4 Resposta Selecionada: b. Resposta Correta: b. Assista, com atenção, ao vídeo abaixo e veja a frase apresentada em LIBRAS. Assinale a alternativa que apresenta sua interpretação em Português. A interpretação correta, em Língua Portuguesa, dessa frase é a seguinte: Por favor, onde fica o banheiro? Por favor, onde fica o banheiro? 0,25 em 0,25 pontos 0,25 em 0,25 pontos 0,25 em 0,25 pontos 0,25 em 0,25 pontos Conteudista: Prof.ª M.ª Juliana Sanros da Silva Revisão Textual: Prof.ª Esp. Vera Lídia de Sá Cicarone Objetivo da Unidade: Esclarecer e discutir algumas questões referentes à pessoa com surdez e à Língua de Sinais, pois, ao longo da história, muitos mitos em relação aos surdos povoaram o imaginário coletivo. Contextualização Material Teórico Material Complementar Referências Mitos e Verdades sobre as Línguas de Sinais e a Pessoa com Surdez Neste momento você já deve estar se perguntando: comunidade surda? Língua de sinais? LIBRAS? E mais: por que é que eu tenho que estudar isso? Talvez esse assunto seja novo para você! É provável que, ao longo da sua carreira, você se depare com surdos, membros da comunidade surda, usuários da Língua Brasileira de Sinais. É importante você saber que, assim como quaisquer outras comunidades, a comunidade surda brasileira não é homogênea. Nela você vai encontrar surdos que oralizam e leem lábios bem e outros que não o fazem, ou não o fazem tão bem; surdos que só sinalizam, surdos que sinalizam e oralizam e, entre estes últimos, aqueles que fazem essas duas coisas ao mesmo tempo. Entretanto, apesar de toda essa heterogeneidade, há um importante laço que une a maioria das pessoas surdas brasileiras e esse laço é a Língua de Sinais, língua através da qual elas se comunicam, expressam seus pensamentos e sentimentos, contam piadas, discutem desde as coisas mais banais do dia a dia até assuntos mais sérios e complexos, como política, por exemplo. Apesar de o reconhecimento oficial da LIBRAS, através do Lei 10.436/2002, ser uma conquista extremamente importante para todos os surdos do Brasil, ele é apenas o primeiro passo! Em outras palavras, não basta reconhecer a LIBRAS como meio de expressão das pessoas surdas e o direito destas de ter acesso à informação por meio dela. É preciso também preparar (formar) todos aqueles que vão atuar diretamente com essa população. Além disso, faz-se necessário que a sociedade como um todo seja conscientizada das lutas e conquistas da comunidade surda. 1 / 4 Contextualização Nesta Unidade, procuramos discutir muitos mitos em relação à pessoa com surdez e à Língua de Sinais e também esclarecer algumas questões que servirão como ponto de partida para o pleno entendimento de toda a disciplina. Indico um belo vídeo de um coral de surdos interpretando, em Língua de Sinais Americana (ASL), a música “Imagine”. Esse vídeo demonstra, de forma emocionante, essa heterogeneidade dentro das comunidades surdas e seu elo inextinguível, que é a Língua de Sinais. Vídeos GLEE Imagine (Full Performance) HD Acesse a interpretação GLEE Imagine (O�cial Music Video) GLEE - Imagine (Full Performance) HD https://www.youtube.com/watch?v=EjmHBCNRInw Introdução O que é mito? Podemos entender “mitos” como falsas ideias, visões ingênuas e/ou distorcidas da realidade. Eles estão em toda parte! Certamente você já deve ter tido a oportunidade de ouvir e/ou ler especialistas em uma determinada área do conhecimento desfazendo “mitos” nos quais muitas pessoas acreditam, não é mesmo? Você já deve ter ouvido e/ou lido médicos esclarecendo que determinadas doenças podem ser contraídas de certa forma, mas não de outras; nutricionistas desmitificando certas ideias sobre formas de perder peso, entre outras situações. Nesta parte do material, vamos tratar de alguns mitos relacionados às Línguas de Sinais e aos surdos que povoam o imaginário da maioria das pessoas. Antes disso, entretanto, convido você a responder às perguntas abaixo. Para isso, peço que tente responder a essas questões unicamente com base nos conhecimentos que você já tinha antes de iniciar a leitura deste material. Caso julgue mais interessante, faça as perguntas abaixo a uma outra pessoa! Vamos lá? 2 / 4 Material Teórico Surdo, surdo-mudo ou deficiente auditivo? Qual o termo correto para nos referirmos a este grupo? Todos os surdos realizam leitura labial? A Língua de Sinais é universal? E então? Acredito que você tenha respondido a algumas questões com facilidade e, em relação a outras, tenha ficado com alguma dúvida. Certo? Na verdade, era exatamente isso o esperado, já que cada pergunta acima se refere a uma das muitas falsas ideias que as pessoas normalmente têm a respeito das Línguas de Sinais e, consequentemente, a respeito da pessoa com surdez. Nesse sentido, convido você a ler as subseções a seguir, nas quais cada pergunta é respondida e discutida. Surdo, Surdo-mudo ou Deficiente Auditivo? Qual o Termo Correto para nos Referirmos a esse Grupo? Ser surdo não é apenas não ouvir ou ouvir pouco; ser surdo vai além da aferição de decibéis através de um audiograma; ser surdo implica uma questão mais linguística do que apenas patológica. Língua de Sinais ou Linguagem de Sinais? As línguas de sinais foram inventadas por ouvintes? As línguas de sinais são baseadas nas línguas orais? As línguas de sinais têm a mesma capacidade expressiva que as línguas orais? As crianças aprendem línguas orais e/ou línguas de sinais de forma semelhante? Quem é o intérprete de LIBRAS? Figura 1 Fonte: Reprodução A esse respeito, o Decreto 5626/2005, em seu artigo 2º, declara: Sendo assim, é considerado surdo todo aquele que tem perda auditiva e utiliza uma Língua de Sinais como forma de comunicação. Para a comunidade surda, este termo é comum. Na verdade, os surdos gostam de ser tratados assim. É um equívoco chamá-los de surdos-mudos, pois surdo-mudo é o indivíduo que possui uma deficiência auditiva e outra no aparelho fonador. Muitos surdos não são oralizados, ou seja, não falam, porém emitem sons; é considerado mudo, apenas o indivíduo que não emite som algum. Alguns surdos possuem dificuldade em desenvolver a fala, pois não escutam, porém seu aparelho fonador é preservado. “Considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais – Libras.” Em relação à deficiência auditiva, o Decreto 5626/2005 declara: Sendo assim, deficiente auditivo é o indivíduo que possui uma perda auditiva bilateral, parcial ou total, porém não pertence à comunidade de surdos. Alguns utilizam a Língua Portuguesa e outros, infelizmente, não desenvolvem nenhum tipo de comunicação, ficando limitados a uma restrição auditiva. O indivíduo surdo possui uma cultura e identidade centrada em sua comunicação espaço visual. Nesse sentido é um grande equivoco chamá-los de surdos-mudos. Todos os Surdos Realizam Leitura Labial? Saiba Mais Oralizar: Normalmente, na área de surdez, usa-se essa palavra para referir-se à articulação da fala pelo surdo. “Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz.” Não. Alguns surdos desenvolvem essa habilidade devido a treinamentos por anos a fio com fonoaudiólogos; outros surdos que perderam a audição tardiamente também apresentam uma facilidade para a leitura labial. De acordo com Audrei Gesser (2009, p. 2009), “A leitura labial e o desenvolvimento da fala vocalizada são habilidades que precisam de treinos árduos e intensos para serem desenvolvidas”. O desenvolvimento da oralização não é uma habilidade natural para o surdo, em especial para os congênitos. A Língua de Sinais é Universal? Não! Uma evidência disso é a existência de uma língua de sinais chamada gestuno ou língua de sinais internacional, que emergiu justamente da necessidade de comunicação entre surdos de diferentes nacionalidades. Figura 2 Fonte: Reprodução Pode-se dizer que, de forma geral, cada país tem a sua própria língua de sinais, havendo países, no entanto, que têm mais de uma. No Brasil, por exemplo, além da Libras, temos notícia da existência de uma língua de sinais indígena usada pelos índios urubu-kaapor, localizados no sul do Maranhão. Não podemos esquecer que a Língua é cultural, possui intima relação com a história de seu país e com a comunidade que a utiliza. A exemplo disso, temos o sinal “cumprimentar”, que é um vocábulo simples e que, porém, não pode ser universalizado, pois diferentes culturas possuem formas distintas de cumprimentos, como se verifica na maneira de cumprimentar de um brasileiro e de um japonês. Para observar isso mais concretamente, veja sinais que significam “homem” em diferentes Línguas de Sinais e responda: eles são todos iguais, semelhantes ou diferentes? Esses sinais contribuem ou não para a argumentação de que a Língua de Sinais não é universal? Figura 3 – Homem (Libras) Fonte: Reprodução #ParaTodosVerem: Avatar de um homem de pele clara, cabelos curtos, veste camisa social de mangas longas na cor preta, sinaliza a palavra homem em libras: mão direita segurando o queixo e movendo para baixo unindo as pontas dos dedos na altura do pescoço. Fim da descrição. Figura 4 – Homem (língua de sinais americana (ASL)) Fonte: Reprodução #ParaTodosVerem: Sinaliza a palavra homem em Língua Americana de sinais Mão espalmada, dedos distendidos e abertos, polegar toca a testa em seguida no meio do peito. Fim da Descrição. Figura 5 – Homem (língua de sinais argentina) Fonte: Reprodução #ParaTodosVerem: Sinaliza a palavra homem em Língua de Sinais Argentina. Mão em G, dedo indicador distendido, gira e toca a lateral do rosto, depois dedo em X próximo a bochecha flutuante. Fim da Descrição. Figura 6 – Homem (língua de sinais britânica) Fonte: Reprodução #ParaTodosVerem: Sinaliza a palavra homem em Língua de Sinais Britânica. Mão em C flutuante na altura do queixo, finalizando em S flutuante na altura do peito. Fim da Descrição. Figura 7 – Homem (língua de sinais húngara) Fonte: Reprodução #ParaTodosVerem: Sinaliza a palavra homem em Língua de Sinais Húngara. Mão fechada com dedo indicador levemente levantado pelo polegar flutuante na altura do ombro move para frente e para trás. Fim da Descrição. Figura 8 – Homem (língua de sinais turca) Fonte: Reprodução #ParaTodosVerem: Sinaliza a palavra homem em Língua de Sinais Turca. Mão fechada dedo polegar distendido toca o queixo. Fim da Descrição. Língua de Sinais ou Linguagem de Sinais? O termo correto é Língua de Sinais. Nosso país utiliza a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), que hoje é reconhecida como a segunda língua oficial em todo o território nacional de acordo com a Lei de LIBRAS 10.436/2002: “Art. 1º. É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais – Libras e outros recursos de expressão a ela associados. Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais – Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.” A Língua de Sinais possui regras gramaticais e parâmetros linguísticos como de qualquer língua oral auditiva. Sendo assim, ela é considerada uma Língua. As Línguas de Sinais Foram Inventadas por Ouvintes? Não! As Línguas de Sinais, assim como as Línguas Orais, emergiram espontaneamente, naturalmente, da necessidade de comunicação entre pessoas surdas. Uma evidência dessa emergência espontânea foi documentada na Nicarágua, onde, até os anos 70, não se tinha notícia da existência de uma Língua de Sinais. Com a criação da primeira escola pública para surdos do país, centenas de crianças surdas foram postas em contato e daí emergiu o que hoje se chama de Língua de Sinais Nicaraguense. Apesar de as Línguas de Sinais não terem sido criadas por ouvintes e doadas aos surdos, esse mito deve ter suas origens no fato de serem usados, até hoje, na educação de crianças surdas, métodos que se pautam em sistemas artificiais de sinais, concebidos (majoritariamente) por educadores ouvintes para fins de alfabetização dessas crianças. Entre esses métodos pode-se citar o inglês sinalizado (Signed English), que consiste, basicamente, em uma versão gestual do inglês falado. As origens desse mito podem estar associadas também ao fato de os surdos fazerem uso do alfabeto manual (conjunto de configurações de mão que representam letras do alfabeto que foi inventado por ouvintes e adaptado por educadores de surdos para fins de sua alfabetização) e de muitos acharem que as Línguas de Sinais se restringem a ele. Entretanto, apesar de ser empregado na sinalização corrente, o alfabeto manual é usado, em geral, quando sinalizadores querem fazer referência a um nome ou a um conceito expresso por uma certa palavra da Língua Oral, mas para o qual não dispõem ainda de um sinal. As Línguas de Sinais são Baseadas nas Línguas Orais? - AUTOR, 2022 | Fonte: https://bit.ly/3w1LyfN https://bit.ly/3w1LyfN O fato de as Línguas de Sinais emergirem naturalmente do contato entre pessoas surdas, como mencionado na seção anterior, já aponta para a sua independência em relação à Língua Oral. A Língua de Sinais não é baseada na Língua Oral; as duas são totalmente independentes. A Língua de Sinais possui um canal visual gestual, ao passo que a Língua Oral possui um canal oral auditivo; sendo assim, são totalmente diferentes. É um equivoco pensar que a LIBRAS é a sinalização da Língua Portuguesa; as duas possuem estados linguísticos, parâmetros e regras distintos. As Línguas de Sinais têm a Mesma Capacidade Expressiva que as Línguas Orais? Sim! As pessoas devem, em geral, pensar que as Línguas de Sinais são menos expressivas porque não veem essas línguas como línguas, mas como uma forma rudimentar de comunicação. Não é à toa que, durante muito tempo na história da educação de surdos, predominou uma corrente denominada oralismo, que tinha como objetivo principal ensinar aos surdos a articulação da fala e a sua compreensão por meio da leitura labial. Os educadores que propuseram essa corrente não concebiam as Línguas de Sinais como línguas naturais e, portanto, defendiam o ensino da fala como forma de dar aos surdos uma língua, já que, segundo sua visão, eles não tinham nenhuma! Entre os argumentos dessas pessoas estava, justamente, a falsa crença de que a comunicação por gestos era presa ao concreto e, como tal, impedia que os surdos atingissem o raciocínio. Entretanto, não é isso que se observa na prática. As Línguas de Sinais não servem apenas para falar de coisas concretas, imediatas e simples. Elas podem ser (e são!) usadas para falar de coisas abstratas e complexas, como política, linguística, filosofia, entre outras. As Crianças Aprendem Línguas Orais e/ou Línguas de Sinais de Forma Semelhante? Vídeos poesia.wmv Para compreender melhor a capacidade expressiva da Libras, indico que assistam à interpretação do Poema “Ou isto ou Aquilo”, de Cecília Meireles, e observem como até uma poesia pode ser expressa sem perder seus elementos constitutivos. poesia.wmv https://www.youtube.com/watch?v=kKBtqTtGivE Sim! Você certamente não se lembra de como aprendeu a falar, mas já deve ter observado outras crianças aprendendo. Depois do segundo aniversário, elas já começam a produzir suas primeiras palavras, depois frases curtas, frases mais complexas, até dominarem a gramática da língua adulta. Você deve ter reparado que isso acontece espontaneamente, ou seja, sem instrução explícita por parte daqueles que interagem com a criança. A criança adquire uma ou mais línguas simplesmente pela exposição a elas através da interação com outros falantes. A mesma coisa acontece com crianças surdas que, desde muito cedo, têm contato com surdos adultos e, através da interação com eles, adquirem a Língua de Sinais. Não é preciso que os sinalizadores que interagem com uma criança surda lhe deem aulas de LIBRAS. Pelo contato, pelas trocas comunicativas, as crianças surdas, logo depois do seu segundo aniversário, (às vezes antes) começam a produzir seus primeiros sinais, frases, e assim por diante. O que particulariza a maioria das crianças surdas é que elas nascem em famílias ouvintes e, portanto, ficam impossibilitadas de adquirir uma língua, já que não ouvem (logo, não têm acesso à língua oral) e seus pais não sabem a Língua de Sinais. A maioria das crianças surdas só adquire uma Língua de Sinais quando entra em uma escola de surdos, ou seja, não adquire língua no mesmo período em que as crianças ouvintes. Livros Mãos ao Vento Mãos ao vento, de Silvia Lia Grespan Neves, é o primeiro romance escrito por uma autora surda no Brasil. Ele conta a história de Paola, uma moça surda, que se envolve com Raul, um rapaz ouvinte. A autora usa a aproximação afetiva dessas duas personagens para apresentar, Quem é o Intérprete de Libras? Intérprete de Libras é o profissional ouvinte fluente em Libras e em Língua Portuguesa que realiza a tradução/interpretação simultânea Libras/Português e Português/Libras. Atualmente, a profissão de tradutor/intérprete de Libras é regulamentada e possui um código de ética. O Ministério da Educação e Cultura, em 2004, publicou dois cadernos com materiais ricos e norteadores para a implantação do Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos. Nele encontramos a seguinte declaração: de forma leve, vários aspectos da cultura surda e várias questões relacionadas à surdez. Sendo assim, o livro é uma grata porta de entrada para o mundo dos surdos. Por ter sido produzido de forma independente, a compra desse livro só pode ser feita na FENEIS-SP (Federação Nacional de Educação e Integração do Surdo). NEVES, S. L. G. Mãos ao Vento. 2010. p. 132 Editora: São Paulo. “Além do domínio das línguas envolvidas no processo de tradução e interpretação, o profissional precisa ter qualificação específica para atuar como tal. Isso significa ter domínio dos processos, dos modelos, das estratégias e técnicas de tradução e interpretação. O profissional intérprete também deve ter formação específica na área de sua atuação (por exemplo, a área da educação).” Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Assim, tendo refletido e discutido sobre essas questões, tenho certeza de que seu olhar frente à comunidade surda terá, a partir de agora, um novo paradigma. Podemos concluir este texto neste instante, sabendo que algumas questões foram respondidas e mitos desconstruídos, porém tenho certeza de que você ainda irá se surpreender muito com esse novo mundo de experiências visuais gestuais. Leitura O Tradutor e Intérprete de Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa Para ter acesso ao documento integral do MEC, que versa sobre o tradutor e intérprete de Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa, acesse a seguir: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/tradutorlibras.pdf Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Sueli Ramalho é Surda e Fala 32 Línguas de Sinais Assista à entrevista da surda Sueli Ramalho no programa do Jô. Ela é surda congênita, filha de pais surdos e, por meio de sua história de vida, ilustra de forma brilhante o conteúdo teórico que discutimos. 3 / 4 Material Complementar Sueli Ramalho é surda e fala 32 línguas de sinais https://www.youtube.com/watch?v=ADBUU4hshYE Jornal Visual 26/09/2011 Jornal diário apresentado em LIBRAS de segunda à sexta, às 07h50 da manhã, na TV BRASIL. Jornal Visual 16/08/2011 Jornal diário apresentado em LIBRAS de segunda à sexta, às 07h50 da manhã, na TV BRASIL. Jornal Visual 26/09/2011 Jornal Visual 16/08/2011 https://www.youtube.com/watch?v=xzHTnRb_nf4 https://www.youtube.com/watch?v=y4ZlR9xgNJ4 GESSER, A. Libras? Que Língua é essa?: crenças e preconceitos em torno da Língua de Sinais e da realidade surda. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. BRASIL. Lei n. 10.436 de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais- Libras e o art. 18 da Lei 10.098 de 19 de dezembro de 2000. ________. O tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais e língua portuguesa/Secretaria de Educação Especial; Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos – Brasília: MEC; SEESP, 2004. ________. Decreto n. 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei n. 10.436 de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais-Libras e o art. 18 da Lei 10.098 de 19 de dezembro de 2000. 4 / 4 Referências Conteudista: Prof.ª M.ª Juliana Sanros da Silva Revisão Textual: Prof.ª Esp. Vera Lídia de Sá Cicarone Objetivos da Unidade: Visitar brevemente à história das pessoas com surdez ao longo dos tempos; Compreender com mais propriedade o momento atual que vivemos; Verificar como essa história tem sido marcada por uma trajetória de lutas e conquistas. Contextualização Material Teórico Material Complementar Referências História da Pessoa com Surdez ao Longo dos Tempos Atualmente a LIBRAS é reconhecida como a segunda língua oficial de nosso país através da Lei 10.436/02. Os surdos possuem direito a uma educação bilíngue que atenda a suas especificidades. Porém nem sempre foi assim. Durante séculos de nossa história, os surdos não tinham direitos como: A história da pessoa com surdez tem sido marcada por grandes lutas e conquistas. Convido você a assistir um emocionante vídeo que retrata um pouco dessa história e das dificuldades enfrentadas por muitos surdos. 1 / 4 Contextualização Utilizar a língua de sinais; Frequentar os mesmos locais que os ouvintes; Casar-se; Testamento, entre outro Vídeos Abertura CAS na 1ª Reunião Técnica – "Breve História do Surdo" Abertura CAS na 1ª Reunião Técnica - "Breve História do Surdo" https://www.youtube.com/watch?v=XVp6Qh6ZXlo História da Pessoa com Surdez ao Longo dos Tempos: Um Percurso de Lutas e Conquistas A partir da oficialização da Lei de LIBRAS 10.436, em 2002, muitos direitos das pessoas com surdez foram conquistados e consolidados. Hoje os surdos possuem uma língua que é reconhecida, em todo o território nacional, como a segunda língua oficial de nosso país. O uso e a difusão da LIBRAS são garantidos legalmente. Porém não foi sempre assim. Por longos períodos, os surdos foram proibidos de usar a Língua de Sinais e, em algumas épocas, eram até mesmo mortos; não tinham direito à vida. Para que você compreenda um pouco dessas lutas e conquistas da comunidade surda, nesta unidade faremos um breve panorama histórico desse percurso ao longo dos tempos. O Surdo na Antiguidade De acordo com Márcia Honora (2009), para os gregos e os romanos, em linhas gerais, os surdos não eram considerados humanos, não tinham direito à vida. A surdez era considerada uma maldição dos deuses e, por isso, muitos surdos eram lançados em precipícios e outros eram lançados nos rios. Nessa época, os surdos que não eram mortos viviam miseravelmente como escravos ou eram abandonados. 2 / 4 Material Teórico Figura 1 Fonte: Getty Images #ParaTodosVerem: Fotografia das ruínas do monumento da Grécia antiga, num fundo de céu azulado com poucas nuvens a imagem mostra, cinco colunas na lateral esquerda, oito na frente e no fundo assim como na parte interna do monumento podemos ver andaimes. Fim da descrição. Para o filósofo Aristóteles, nesse período, o sentido mais importante para o desenvolvimento do pensamento era a audição; assim, os nascidos surdos não poderiam jamais desenvolver o pensamento, estavam reduzidos ao mesmo patamar que os animais. De acordo com Éden Veloso e Valdeci Maia (2009), na China, os surdos eram lançados ao mar ou sacrificados a “Teutates”, por ocasião da festa do Agárico. Nesse período, os surdos eram vistos como miseráveis, doentes, amaldiçoados e incapazes de desenvolver o pensamento. Idade Média Neste período, muitos relatos sobre a pessoa com surdez foram perdidos, pois muitos surdos ainda estavam sendo banidos da sociedade. A concepção de que os surdos eram incapazes e limitados prevalecia. Figura 2 Fonte: Getty Images #ParaTodosVerem: A Figura mostra um campo aberto com algumas árvores um pouco ao fundo, à esquerda, à direita e atrás uma torre. Posicionado levemente à direita, tem homem montado num cavalo de pelos e crina castanho claro, olhando de perfil. Esse homem está trajado de armadura de soldado e capacete típicos da idade média. Fim da descrição. Conforme Márcia Honora e Mary Frizanco (2009), na Idade Média, os surdos eram privados do casamento para não gerarem outros “imperfeitos”. Também não tinham direito à escolarização, não era permitido que frequentassem os mesmos locais que os ouvintes e, ainda, não tinham direito ao testamento, pois não possuíam uma língua inteligível. No entanto, nessa época, os nobres, para não dividirem suas heranças com outras famílias, casavam-se entre si, o que gerava grande número de surdos entre eles. Os surdos também não possuíam acesso à religião, pois, por não terem uma língua inteligível (segundo a sociedade da época), suas almas eram consideradas mortais. A partir da análise desse contexto, a Igreja iniciou uma tentativa de educar e doutrinar os surdos, conforme o relato a seguir: Conforme podemos observar através desse relato, uma das primeiras tentativas de educação dos surdos foi mediada por monges, porém, muitas vezes, a base dessa educação estava centrada em interesses econômicos e religiosos. Vale ressaltar, ainda, que, embora os monges utilizassem uma linguagem gestual, seu foco de trabalho era voltado para oralização dos surdos. Idade Moderna Neste período, os estudos sobre a pessoa com surdez tornaram-se mais disponíveis. Muitos estudiosos renomados começaram a investigar a surdez e traziam diferentes concepções sobre os surdos. Alguns começaram a apontar a importância da Língua de Sinais para o desenvolvimento das pessoas com surdez, porém a maior parte desses estudos ainda trazia a língua oral auditiva como sendo a única capaz de libertar os surdos de seu isolamento e - HONORA, 2009, p. 19 “Os monges que estavam em clausura e haviam feito o Voto do Silêncio para não passar os conhecimentos adquiridos pelo contato com os livros sagrados foram convidados pela Igreja Católica a se tornarem preceptores dos Surdos.” possibilitar-lhes uma forma de comunicação. Muitos filósofos, professores, médicos e pesquisadores da época recomendavam a imposição da língua oral para a educação e comunicação dos surdos, em detrimento da Língua de Sinais. Figura 3 Fonte: Wikimedia Commons #ParaTodosVerem: A Figura mostra a fotografia em preto e branco de um barco com cinco velas sobre o mar. Fim da descrição. De acordo com Moura (2000), a primeira alusão à possibilidade de o surdo aprender por meio da Língua de Sinais ou da língua oral é encontrada em Bartolo della Marca d’Ancona, escritor e advogado do século XIV. Neste período, uma importante declaração foi realizada por Girolamo Cardano (1501-1576), médico e filosofo que reconheceu que a surdez não era um impedimento para a razão e a instrução. Afirma que “... a surdez e mudez não é o impedimento para desenvolver a aprendizagem e que o meio melhor dos surdos aprenderem é através da escrita... e que era um crime não instruir um surdo”, conforme cita Éden Veloso (2009). Figura 4 – Girolamo Cardano (1501-1576) Fonte: Wikimedia Commons #ParaTodosVerem: A Figura mostra a imagem de um quadro em preto e branco com a caricatura em perfil de um homem dentro de uma circunferência oval, de cabelo ondulado, rosto fino, um pouco de barba e boca entreaberta. Fim da descrição. O interesse nos estudos direcionados aos surdos, por parte de Girolamo Cardano, teve início porque seu primeiro filho nasceu surdo. Moura (2000) relata que o verdadeiro início da educação do surdo surgiu com o monge beneditino Pedro Ponce de León (1520-1584), que se dedicou a educar e ensinar os sacramentos sagrados a surdos de famílias nobres. Ele ensinava-os a falar, ler, escrever e rezar. Alguns aprenderam filosofia natural e astrologia e, através de suas faculdades intelectuais, demonstravam que eram capazes de aprender, o que, anteriormente, foi negado por Aristóteles. Figura 5 – Pedro Ponce de León ensinando um aluno Fonte: Wikimedia Commons #ParaTodosVerem: A Figura mostra sobre uma base de pedra arredondada, a estátua de um monge sentado, com a cabeça levemente inclinada para a esquerda, onde está um garoto ao seu lado olhando para ele e sua mão direita. Fim da descrição. León utilizava uma metodologia pautada na escrita, datilologia (alfabeto manual) e oralização. Inicialmente ensinou dois irmãos surdos de uma importante família aristocrata. Na época, havia uma grande preocupação em oralizar os surdos, em especial os primogênitos, pois, legalmente, se estes não aprendessem a falar não teriam direito à herança da família. Conforme Honora (2009), o padre Juan Pablo Bonet (1579-1623) publicou, em 1620, em Madrid, o tratado de ensino de surdos chamado: “Redação das Letras e Artes de Ensinar os Mudos a Falar”. Esse tratado previa a escrita sistematizada do alfabeto como facilitador da oralização. Bonet acreditava que seria mais fácil para os surdos aprenderem a falar e ler se cada letra do alfabeto fosse substituída por uma forma visual. Figura 6 – Reducción de las letras y arte para enseñar a hablar a los mudos (Bonet, 1620) Fonte: Wikimedia Commons #ParaTodosVerem: A Figura mostra oito retângulos com bordas marrons claro posicionados lado a lado desenhado o abecedário manual. Da esquerda para a direita a primeira carta está escrito na parte superior Abecedário, abaixo posicionado dentro de uma moldura colonial temos a mão horizontal fechada, palma para frente, polegar tocando a lateral do indicador, letra A. Na sequência segunda carta com fundo bege, temos as letras B, C, D de cima para baixo demonstradas com a mão em B horizontal, palma para frente, dedos inclinados para a direita; a segunda, mão horizontal, palma para a esquerda, dedos unidos e curvados, polegar paralelo aos demais dedos e curvado; a terceira, mão horizontal dedos unidos em formato oval. A próxima, semelhante a segunda temos as letras E, F, G. Mão horizontal, palma para a esquerda, dedos unidos e mais curvados, polegar paralelo aos demais dedos e reto; mão horizontal, palma para a esquerda, dedos unidos e curvados, polegar reto toca o dedo indicador; mão horizontal, palma para a esquerda, dedos unidos e curvados, dedo indicador esticado para frente e polegar reto toca o dedo do meio. A próxima, semelhante a segunda temos as letras H, J, L. Mão horizontal, palma para a esquerda, dedos unidos e curvados, dedos indicador e médio esticados para frente e polegar reto toca o dedo anelar; mão em I, palma para frente. Mover a mão para baixo, girar a palma para a esquerda, e depois para cima, durante o movimento; Mão vertical fechada, palma para frente com o indicador distendido. A próxima semelhante a segunda temos as letras M, N. Mão vertical fechada, palma para trás, dedos indicador e médio distendidos para baixo; Mão vertical, palma para trás, dedos indicador, médio e anelar distendidos para baixo, demais dedos fechados contra a palma. A próxima semelhante a segunda temos as letras O, P, Q. Mão horizontal, palma para a esquerda, dedo polegar e indicador unidos, demais dedos esticados para frente; mão horizontal, palma para a esquerda, dedos unidos levemente curvados, polegar paralelo aos demais dedos e curvado; mão horizontal, palma para a esquerda, dedos do meio e anelar unidos e curvados, dedo indicador e mínimo distendidos para frente e polegar reto toca o dedo do meio. A próxima semelhante a segunda temos as letras R, S, T. Mão horizontal, palma para frente, dedos distendidos para a frente, dedo do meio dobrado o centro da palma da mão; Mão horizontal, palma para a esquerda, dedo polegar e indicador unidos, dedo indicador e anelar distendidos para frente, dedo mínimo levemente encurvado; Mão horizontal, palma para a esquerda, dedo polegar entrelaçado por detrás do dedo indicador, demais dedos distendidos para frente. A próxima semelhante a segunda temos as letras V, X, Z. Mão vertical fechada, palma para frente com o dedo indicador e médio distendidos, polegar segura os dois dedos, anelar e mínimo que estão dobrados; mão horizontal, palma para a esquerda, dedo mínimo, anelar e médio dobrado com o polegar dentro deles, dedo indicador distendido e levemente encurvado; mão horizontal, palma para a esquerda, dedo mínimo distendido, demais dedos unidos e fechados com polegar os segurando. Fim da descrição. Porém há relatos de que já havia sido publicada uma representação do alfabeto manual pelo monge Melchor de Yebra (1526-1586) aproximadamente trinta anos antes da publicação de Bonet em 1620. É difícil determinar uma época e um nome preciso para a criação do alfabeto manual, uma vez que, como vimos anteriormente, os monges em clausura na Idade Média já utilizam uma forma de linguagem gestual que representava as letras do alfabeto para que não ficassem totalmente incomunicáveis. Não obstante uma das formas mais antigas do alfabeto manual de que se tem notícia era bimanual e utilizava as duas mãos para representá-lo. É utilizado, atualmente pelos surdos no Reino Unido, Austrália, África do Sul, Nova Zelândia e algumas zonas do Canadá. Veja ilustração a seguir: Figura 7 – Alfabeto bimanual Fonte: Wikimedia Commons #ParaTodosVerem: A Figura mostra um quadrado em preto e branco divididos em quadradinhos formando as vinte e seis letras do alfabeto manual utilizando as duas mãos e cada quadradinho apresentam em branco a letra correspondente ao sinal. Mão de apoio espalmada voltada para à direita, mão dominante fechada com dedo indicador distendido tocando o polegar da mão de apoio, letra A; As duas mãos com os dedos unidos tocando o polegar e tocando as extremidades dos dedos, letra B; Mão dominante fechada e dedo indicador e polegar formando um gancho, letra C; Mão de apoio fechada para a direita formando o número um e mão dominante em forma da letra C toca no indicador da mão de apoio, letra D; Mão de apoio espalmada voltada para a direita, mão dominante fechada com dedo indicador distendido tocando o dedo indicador da mão de apoio, letra E; Mão de apoio fechada, dedo indicador e médio unidos e distendidos, a palma da mão para fora inclinada levemente para diagonal direita, mão dominante fechada, dedo indicador e médio unidos e distendidos, palma da mão para fora levemente inclinada para a esquerda com os dedos unidos sobrepostos nos da mão de apoio, letra F; Mãos empunhadas, palma para dentro, dorso da mão dominante sobreposto sobre a mão de apoio, letra G; Mãos de apoio e dominante unidas pelas palmas, dedos espalmados e indicador da mão de apoio entrelaça por dentro do dedo indicador e médio da mão dominante e sobrepõe o dedo anelar, letra H; Mão de apoio espalmada voltada para à direita, mão dominante fechada com dedo indicador distendido tocando o dedo médio da mão de apoio, letra I; Mão de apoio espalmada voltada para frente, mão dominante fechada com dedo indicador desenhando a lera J do meio entre o polegar e o indicador até a ponta do dedo médio da mão de apoio, letra J; Mão de apoio com dedo indicador distendido, mão dominante fechada, dedos enrolados formando um caracol e encaixando no indicador da mão de apoio, letra K; Mão de apoio aberta voltada para frente, mão dominante fechada com dedo indicador distendido tocando o meio da mão de apoio, letra L; Mão de apoio aberta voltada para frente, mão dominante com dedo indicador, médio e anelar distendidos tocando o meio da mão de apoio, letra M; Mão de apoio aberta voltada para frente, mão dominante com dedo indicador, médio distendidos tocando o meio da mão de apoio, letra N; Mão de apoio espalmada voltada para à direita, mão dominante fechada com dedo indicador distendido tocando o dedo anelar da mão de apoio, letra O; Mão de apoio voltada para à direita, dedo indicador distendido, mão dominante fechada dedo polegar e indicador fecham tocando a ponta do dedo indicador da mão de apoio, letra P; Mão de apoio voltada para à direita, dedos fechados formando um círculo, mão dominante fechada, dedo indicador engancha no círculo da mão de apoio, letra Q; Mão de apoio espalmada voltada para frente, mão dominante fechada com dedo indicador em forma de gancho toca o centro da palma da mão de apoio, letra R; Mão de apoio e mão dominante fechadas com os dedos mínimo em formato de gancho entrelaçam, letra S; Mão de apoio aberta voltada para frente, mão dominante fechada com dedo indicador distendido tocando o dorso da mão de apoio, letra T; Mão de apoio espalmada voltada para à direita, mão dominante fechada com dedo indicador distendido tocando o dedo mínimo da mão de apoio, letra U; Mão de apoio espalmada voltada para frente, mão dominante fechada com dedo indicador e médio abertos e distendido tocando o centro da palma da mão de apoio, letra V; Mão de apoio e mão dominante espalmadas ipsilateral dedos entrelaçados, letra W; Mão de apoio e mão dominante fechadas, dedos indicadores distendidos, cruzam, letra X; Mão de apoio espalmada voltada para trás, mão dominante fechada com dedo indicador distendido tocando o vão entre o dedo polegar e o dedo indicador da mão de apoio, letra Y; Mão de apoio espalmada voltada para à direita, mão dominante com dedos unidos formando um ângulo de noventa graus tocando a palma da mão de apoio, letra Z. Fim da descrição. Essa representação do alfabeto é muito distinta da utilizada hoje em nosso país. Em LIBRAS, o alfabeto manual é unimanual, ou seja, é realizado apenas com uma das mãos. Em Éden Veloso e Valdeci Maia (2009), encontramos o nome do medico britânico John Bulwer (1614-1684), pouco divulgado na história das pessoas com surdez. Ele, ao observar dois surdos conversando, compreendeu a importância da língua gestual para a educação da pessoa com surdez. Bulwer foi o primeiro inglês a desenvolver e defender um método de comunicação entre ouvintes e surdos. Figura 8 – John Bulwer (1614-1684) Fonte: Wikimedia Commons #ParaTodosVerem: A Figura mostra um quadro em preto e branco com uma moldura oval com fundo escuro sombreado em cinza, a foto de um homem de pele clara, traços finos com queixo pontiagudo por uma leve barbicha, cabelos ondulados na altura dos ombros dividido ao meio, trajando uma túnica preta com a mostra da gola fechada de uma camisa branca, mão sobre altura do peito. Fim da descrição. Em 1644, publicou o livro A Língua natural da mão e a arte da retórica manual, que defendia o uso do alfabeto manual, da língua de sinais e da leitura labial. Jhon Bulwer acreditava que a Língua de Sinais era capaz de expressar os mesmos conceitos que a língua oral. Tentou criar uma academia de surdos sem ter sido bem sucedido, pois seus estudos, na época, não foram bem vistos por seus contemporâneos, que defendiam a oralização e a língua oral auditiva. De acordo com Moura (2000), outro importante personagem inglês na história dos surdos foi John Wallis (1616-1703), seguidor do método de Bonet. Ele trabalhava com um pequeno grupo de surdos na tentativa de ensiná-los a falar, porém declarou que essa fala se deteriorava, pois o surdo necessitava constantemente de um retorno externo para monitorá-lo. Após abandonar o ensino da fala para os surdos, passou a utilizar a Língua de Sinais para ensiná-los e considerou a língua visual gestual fundamental para o ensino da pessoa com surdez. É muito curioso que, embora Wallis tenha desistido de ensinar os surdos a falar, ele é considerado o fundador do oralismo na Inglaterra. Ainda conforme Moura (2000), um século mais tarde, Thomas Braidwood (1715-1806) leu o trabalho de Wallis e seguiu sua linha de trabalho, defendendo e divulgando a oralização dos surdos. Infelizmente Braidwood considerou apenas a fase oralista das pesquisas de Wallis, não atentando para o fato de que o próprio Wallis, no final de sua vida, desistiu de ensinar os surdos a falarem, rendendo-se à Língua de Sinais e declarando sua importância no desenvolvimento da pessoa com surdez. Braidwood fundou uma escola para surdos em Edimburgo, onde trabalhava com surdos e outras crianças com problema de fala. Suas técnicas incluíam o uso do alfabeto manual, pronúncia e leitura orofacial. Essa escola tornou-se referência na correção dos distúrbios da fala na Europa. Muitas outras escolas foram fundadas com base nas técnicas de Braidwood. Todas elas eram organizadas e dirigidas por membros de sua família, que mantinham suas técnicas em segredo, não dividiam seus métodos, pois não queriam dividir o monopólio financeiro adquirido através de suas técnicas. Moura (2000) conta-nos que Charles Green foi a primeira criança americana a frequentar a escola e obter sucesso no desenvolvimento orofacial. Seu pai, Francis Green, ficou tão motivado com o sucesso do filho que decidiu lutar pela abertura de novas escolas para surdos baseadas nas técnicas de Braidwood. Obviamente não obteve apoio deste, que não desejava divulgar seu método nem dividir seus lucros. Apesar do sucesso obtido no desenvolvimento da fala, quando Charles Green voltou para os Estados Unidos, sua fala regrediu muito e Green passou a defender a Língua de Sinais e a criticar as técnicas de Braidwood. No final da Idade Moderna, um grande nome apareceu: Charles Michel L’Epée (1712 – 1789). Muitos atribuem a ele a criação da Língua de Sinais, porém, como vimos anteriormente, muitos de seus antecessores já acreditavam e divulgavam a Língua de Sinais como sendo uma forma real de desenvolvimento para os surdos. Porém, conforme aponta Moura (2000), um dos grandes diferenciais de L’Epée foi ter a humildade de aprender a Língua de Sinais com os surdos e de considerar o que eles já traziam, Trocando Ideias... É importante ressaltar que não podemos atribuir uma data ou um nome específico para a criação da Língua de Sinais, pois ela existe deste que existem surdos, ou seja, desde o início da humanidade. além de reconhecer os sinais como uma língua que podia, efetivamente, expressar conceitos concretos e abstratos. Éden Veloso e Valdeci Maia (2009) contam que L’Epée manteve contato com surdos carentes que perambulavam pela cidade de Paris (nesse período não era permitido o extermínio dos surdos como na Antiguidade, porém muitos surdos de origem humilde eram abandonados por suas famílias), procurando aprender sua forma de comunicação e sistematizar seus estudos sobre a Língua de Sinais. Seu método combinava os sinais utilizados por seus alunos com a gramática da língua francesa e foram denominados “Sinais Metódicos”, e utilizados até1830. Moura, em seu livro O Surdo: caminhos para uma nova identidade, aponta: Outra importante e desafiadora descoberta feita por L’Epée foi que: - MOURA, 2000, p. 23 “A importância de L’Epée não está somente no fato dele ter desenvolvido um método novo na educação dos Surdos, mas de ter tido a humildade de aprender a Língua de Sinais com os Surdos para poder, através desta língua, montar o seu próprio sistema para educá-los. Ele foi o primeiro a considerar que os Surdos tinham uma língua, ainda que a considerasse falha para ser usada como método de ensino. Através desta visão, em que a língua dos Surdos era reconhecida, ele colocou os Surdos na categoria humana.” L’Epée fundou a primeira escola pública para surdos em Paris , o Instituto Nacional para Surdos- Mudos, em 1760. Ele fazia demonstrações, em praça pública, de seus alunos com perguntas e respostas através da Língua de Sinais e da escrita para provar que seu método funcionava e que os surdos eram capazes de aprender. Dessa forma também arrecadava dinheiro para manter seu trabalho. L’Epée morreu em 1789 quando já havia fundado 21 escolas para surdos na França e em outras partes da Europa. - MOURA, 2000, p. 24 “O treinamento em fala tomava tempo demais dos alunos, tempo este que deveria ser gasto em educação. Além disto considerava que, mesmo para aqueles que poderiam aprender a falar, isto teria pouco utilidade, considerando-se o tempo despendido e a utilidade real desta fala.” Figura 9 – Charles Michel L’Epée (1712 – 1789) Fonte: Wikimedia Commons #ParaTodosVerem: A Figura mostra um quadro em preto e branco fundo cinza, um homem de meio perfil para a esquerda olhando para a frente, cabelos brancos, rosto arredondado, trajando uma batina e uma estola curta branca. Fim da descrição. Idade Contemporânea Você se recorda do Instituto de Surdos-Mudos de Paris fundado por L’Epée? Esse Instituto foi um marco na história dos surdos e no reconhecimento da Língua de Sinais. Mas, após a morte de seu fundador L’Epée, o que aconteceu? A Língua de Sinais foi adotada também por outros professores, médicos e estudiosos? O que você acha? Veremos, agora, o que aconteceu com o renomado Instituto Nacional de Surdos-Mudos de Paris. Moura (2000) relata que, em 1790, Abbé Sicard (1742-1822) assumiu a direção do Instituto Nacional de Surdos-Mudos no lugar de L’Epée. Sicard publicou dois livros: um de gramática geral e outro com um relato de como ensinou Jean Massieu (surdo). Importante! Não se esqueça de que a concepção de surdez da época era diferente da atual e o termo Surdo-Mudo, atualmente, não deve ser utilizado, conforme vimos na unidade anterior. Jean Massieu tornou-se um renomado professor surdo da época e, após a morte de Sicard, foi o nome mais indicado para, naturalmente, assumir a direção do Instituto. Porém isso não aconteceu. Ele foi afastado por Jean-Marc Itard e Baron Joseph Marie de Gérando, que eram grandes opositores da Língua de Sinais. Jean-Marc Itard (1775-1838) tornou-se médico residente do Instituto Nacional de Surdos- Mudos de Paris; buscava entender qual a causa da surdez e constatou que sua origem não era visível. Assim, realizava experiências com os surdos buscando erradicar a surdez. Muitos de seus procedimentos eram desumanos e invasivos e, entre eles, podemos citar: Após anos de trabalho e pesquisa, Itard reconheceu que a melhor forma para o ensino dos surdos era a Língua de Sinais. Uso de sanguessugas para perfurar as membranas timpânicas de alunos surdos; Uso de descargas elétricas nos ouvidos dos surdos; Perfuração de membrana timpânica (levando um aluno à morte por esse motivo). - MOURA, 2000, p. 27 “O próprio Itard, após dezesseis anos de tentativas e experiências frustradas de oralização e remediação da surdez, sem conseguir atingir os objetivos desejados, rendeu-se ao fato de que o Surdo só pode ser educado através da Língua de Sinais. Ele continuaria defendendo a tese de que alguns poucos poderiam se beneficiar do treinamento de fala, mas mesmo para estes ele passou a considerar que a única forma possível de comunicação e de ensino deveria ser a Língua de Sinais.” Um Pouco da História dos Surdos nos Estados Unidos Conforme Moura (2000), Thomas Gallaudet (1787-1851) começou a interessar-se pela surdez após conhecer Alice Cogswell, uma menina surda que era sua vizinha e com a qual tentou estabelecer algum tipo de comunicação através de gestos e apontado objetos. Ao longo do tempo, seu interesse pela surdez só aumentou e ele uniu esforços com outras pessoas para criar uma escola pública para surdos nos Estados Unidos. Gallaudet não conhecia nada sobre a surdez e, por isso, foi para à Europa aprender o método utilizado por Braidwood (que utilizava o método oralista, como vimos anteriormente), porém Braidwood, por interesse financeiro, não quis revelar seu método. Figura 10 – Laurent Clerc (1785-1869) Fonte: Wikimedia Commons #ParaTodosVerem: A Figura mostra um quadro em preto e branco fundo acinzentado, um homem sentado numa cadeira de meio perfil para a direita olhando para a frente, cabelos brancos, rosto quadrado, trajando um fraque, camisa branca, na mão direita segura uma caneta apoiada sobre um papel. Fim da descrição. Por essa razão Gallaudet foi para França para conhecer o método de L’Epée, que utilizava a Língua de Sinais para o ensino dos surdos, como já vimos. No Instituto Nacional para Surdos- Mudos, ele realizou um estágio e começou a aprender a Língua de Sinais e o sistema de Sinais Metódicos. Seu instrutor foi o Laurent Clerc (1785-1869), surdo educado no Instituto desde os doze anos de idade que, posteriormente, se tornou um brilhante e conhecido professor de surdos. Para fundar a primeira escola pública para surdos. Inicialmente eles utilizavam a Língua de Sinais francesa e, gradativamente, foram adaptando e formando a Língua de Sinais Americana. Essa escola recebeu o nome de Hartford School. Muitos surdos de outros estados estudavam nessa escola e depois voltavam para suas cidades de origem. A escola possuía o regime de internato. Em 1869, já existiam trinta escolas para surdos nos Estados Unidos. Em 1864, foi autorizado o funcionamento da primeira faculdade para surdos, localizada em Washington (National Deaf-Mute College, atual Gallaudet University), fundada por Edward Gallaudet, filho de Thomas Gallaudet. Atualmente a Gallaudet University, localizada em Washington, é a única Universidade de artes liberais para surdos no mundo que utiliza a Língua de Sinais como primeira língua. Figura 11 – Gallaudet University Fonte: Wikimedia Commons #ParaTodosVerem: A Figura mostra uma mansão de planta americana, contendo duas torres à esquerda uma maior na frente com a bandeira dos Estados Unidos, outra menos mais atrás. A casa está em tons marrons e detalhes das janelas e portas em branco, na frente algumas árvores pequenas sem folhas, calçada gramada e rua asfaltada. Fim da descrição. Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Não podemos deixar de comentar que um dos mais conhecidos defensores do oralismo da época que foi Alexander Graham Bell (1847-1922), cientista e inventor do telefone. Ele julgava que a Língua de Sinais era inferior à língua oral e que a surdez era um desvio e, ainda, que o casamento entre surdos era um perigo para a sociedade, embora sua própria mãe fosse surda. Éden Veloso (2009) conta que, em 1873, Alexander Graham Bell ministrava aulas de fisiologia da voz para surdos na Universidade de Boston quando conheceu a surda Mabel Gardiner Hulbard, com quem se casou em 1877. Mabel era oralizada e não gostava de estar na presença de outros surdos; para ela os surdos deveriam se passar por ouvintes encaixados no mundo. Graham Bell criou o telefone em 1876, tentando criar um acessório para surdos. Honora (2009) também relata um importante acontecimento nesse período: o I Congresso Internacional de Surdos-Mudos no ano de 1878 em Paris. Nesse evento foi definido que o Site Gallaudet University Para conhecer mais indico a visita ao site oficial, disponível a seguir. https://www.gallaudet.edu/ melhor método para educar os surdos era a oralização e a utilização de gestos nas séries iniciais. Porém dois anos mais tarde, em 1880, aconteceu, em Milão, o II Congresso Mundial de Surdos- Mudos, em que foi promovida uma votação para decidir entre a oralização e a Língua de Sinais. O questionamento em pauta era saber qual seria o melhor método para a educação dos surdos. Após a votação, a oralização venceu e a recomendação oficializada foi do oralismo puro, proibindo-se totalmente o uso de sinais. Honora ainda ressalta que apenas um surdo esteve presente ao congresso, mas não teve o direito a voto, sendo convidado a se retirar da sala de votação. Podemos perceber que esse período foi marcado por lutas e conquistas entre surdos e ouvintes. Muitos dos estudiosos, professores e médicos da época que defendiam a oralização, após anos de trabalho, compreenderam que apenas através da Língua de Sinais o surdo poderia sair de seu isolamento e, realmente, estabelecer um processo comunicativo integral. Infelizmente, na história das pessoas com surdez não foi dado o protagonismo ou a liberdade de escolha para os próprios surdos. Podemos perceber que, durante muito tempo, não foi dada “voz” aos surdos, foi lhes negado o direito de escolha, de decidir sobre sua própria vida. Vimos um pequeno relato do percurso histórico dos surdos ao longo dos tempos em diferentes países. Mas ... como foi esse cenário de lutas e conquistas em nosso país? Vejamos, agora, um pouco da história dos surdos no Brasil. História dos Surdos no Brasil A educação de surdos no Brasil difere da de outros países, pois um de seus idealizadores foi Hernest Huet, ex-aluno surdo do Instituto de Paris. Conforme vimos anteriormente, em outros países a maior parte dos pesquisadores e professores eram ouvintes. Entendemos que ninguém melhor que um surdo para compreender sua realidade e protagonizar sua história. Figura 11 Fonte: Getty Images Conforme Honora (2009), Hernest Huet trouxe documentos importantes referentes à Língua de Sinais Francesa e o alfabeto manual para o nosso país. Dessa forma, ajudou a sistematizar nossa Língua de Sinais, que sofreu grande influência da Língua de Sinais Francesa. Huet notou que, em nosso país, não havia uma escola pública para surdos e, então, solicitou ao Imperador Dom Pedro II um prédio para fundar o Instituto dos Surdos-Mudos do Rio de Janeiro em 26 de Setembro de 1857, atual Instituto Nacional de Educação de Surdos. Atualmente, nessa data, é comemorado o Dia Nacional do Surdo. Figura 12 – Instituto Nacional de Educação de Surdos Fonte: nes.gov.br #ParaTodosVerem: A Figura mostra na diagonal para a esquerda de a foto da fachada da entrada do Instituto Nacional de Educação de Surdos que possui uma estrutura colonial com portas avais em tons amarelo claro e branco. Fim da descrição. Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Dessa forma nossa Língua de Sinais começou a ser sistematizada, Não se esqueça de que, conforme vimos anteriormente, a Língua de Sinais sempre existiu; Huet apenas auxiliou a organização dessa língua através de sua experiência e de importantes documentos trazidos de Paris. Em 1861, Huet deixou a direção do Instituto por problemas pessoais e foi para o México, onde fundou uma escola para surdos. Leitura País tem 10,7 Milhões de Pessoas com Deficiência Auditiva, Diz Estudo Para conhecer mais sobre o “Dia Nacional do Surdo”, veja a reportagem realizada pela NBR Noticias publicada no site a seguir: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-10/brasil-tem-107-milhoes-de-deficientes-auditivos-diz-estudo#:~:text=Estudo%20feito%20em%20conjunto%20pelo,homens%20e%2046%25%20de%20mulheres Após a saída de Huet, muitos diretores com diferentes concepções passaram pelo Instituto, conforme Moura (2000) e Honora (2009). Podemos citar alguns, como: Tabela 1 Nome Ano Características Dr. Manoel de Magalhães Couto 1862 Não era especialista em surdez; realizou apenas um curso de habilitação na França. Dr. Tobias Leite 1873 Regulamentou a educação profissional no Instituto e o ensino da linguagem articulada e leitura labial. Após sete anos de trabalho, ele considerou que os alunos não haviam obtido nenhum rendimento com esse método. Dr. João Paulo de Carvalho 1897 Deu continuidade ao ensino da linguagem articulada, conforme as determinações do Congresso de Milão. Dr. Custódio José Ferreira Martins 1911 Adotou como método para o Instituto o oralismo puro em todas as disciplinas. Após três anos de trabalho percebeu o resultado negativo apresentado pelos alunos e justificou o insucesso pela a entrada tardia dos alunos no Instituto (alunos entre 9 e 14 anos). Assim, solicitou ao governo que as crianças fossem admitidas mais cedo, com 6 anos, porém seu pedido não foi aceito. Nome Ano Características Dr. Armando Paiva de Lacerda 1930 Realizava testes de inteligência nos alunos e relacionava os resultados com a aptidão para a oralização. Após esses testes, os alunos eram separados de acordo com a seguinte classificação: surdos-mudos completos, surdos incompletos, semissurdos propriamente ditos e semissurdos. Seu objetivo era que as salas de aulas fossem o mais homogênea possível para facilitar o trabalho de oralização realizado pelo professor. Nomeou esse método de Pedagogia Emendativa do Surdo-Mudo. Ele considerava que o trabalho dos professores com crianças surdas era difícil e ingrato. Prof.ª Ana Rímoli de Faria Dória 1951 Implantou o Curso Normal de Formação de Professores para Surdos. A metodologia utilizada era o Oralismo. Atualmente, o trabalho do INES foi reformulado e sua concepção de surdez é bilíngue, priorizando o desenvolvimento do surdo por meio da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS. O INES, hoje, é um centro de referência nacional na área da surdez e atende alunos surdos desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. Como você pode perceber, a história das pessoas com surdez foi e ainda continua sendo marcada por lutas e conquistas. Esta visita à história dos surdos ajuda-nos a entender o momento atual em que vivemos. Também podemos perceber que muitos mitos associados ao surdo, que estudamos na unidade anterior, estão alicerçados em sua própria história e também em concepções equivocadas que, ao longo do tempo, foram construídas. Durante muitos anos, a educação de surdos foi essencialmente pautada em uma Concepção Oralista, com foco no treino orofacial e desenvolvimento da fala, proibindo-se o uso de sinais. O objetivo primordial era a busca da “normalidade” e, infelizmente, muitos professores, Vídeos Primeira Turma de Surdos da Faculdade de Pedagogia Para conhecer melhor o Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES – e o trabalho realizado atualmente, acesse esta bela reportagem. Primeira turma de surdos da faculdade de pedagogia https://www.youtube.com/watch?v=8L0zKJAdRTs pesquisadores e cientistas acreditaram que apenas a fala poderia conferir o acesso dos surdos à sociedade. Durante séculos a Língua de Sinais foi considerada inferior à Língua Oral. Conforme Honora (2009), a concepção oralista em nosso país perdeu força em meados de 1970, com os estudos de Ivete Vasconcelos, educadora surda da Universidade de Gallaudet, que trouxe para o Brasil a Concepção da Comunicação Total. Nessa abordagem, os sinais, mímicas, gestos e expressões faciais são permitidos, porém concomitantemente ao uso da Língua Portuguesa; o objetivo principal ainda era fazer com que o surdo desenvolvesse a fala. Apenas a partir de 1980, em nosso país, começou a ser pensada uma Concepção Bilíngue de educação para surdos. Nessa abordagem, a Língua de Sinais passou a ser considerada a língua materna dos surdos congênitos e seu aprendizado, realizado de forma natural. Saiu de cena o discurso clínico e o surdo passou a ser visto como diferente. A Libras foi reconhecida como a segunda língua oficial de nosso país por decreto federal. Ser surdo não é apenas uma condição audiológica, mas sim condição de pertencimento a uma cultura diferenciada; é conceber o mundo através de uma língua visual, que hoje é garantida como meio legal de comunicação e expressão, denotando ao surdo o pertencimento a uma minoria linguística que deve ser respeitada e considerada. Para finalizarmos esta unidade, gostaria de compartilhar com você o seguinte pensamento da professora e neurologista Maria Amim: - MOURA, 2000, p. 27 “O próprio Itard, após dezesseis anos de tentativas e experiências frustradas de oralização e remediação da surdez, sem conseguir atingir os objetivos desejados, rendeu-se ao fato de que o Surdo só pode ser educado através da Língua de Sinais. Ele continuaria defendendo a tese de que alguns poucos poderiam se beneficiar do treinamento de fala, mas mesmo para estes ele passou a considerar que a única forma possível de comunicação e de ensino deveria ser a Língua de Sinais.” Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Mara Gabrilli Entrevista Vanessa Vidal 3 / 4 Material Complementar Mara Gabrilli entrevista Vanessa Vidal https://www.youtube.com/watch?v=QBXR6DtvIfI Conheça Vanessa Vidal, Modelo e Deficiente Auditiva – Programa Especial Professores Surdos Discursam sobre a Educação dos Surdos no Brasil-(Parte 01) COM LEGENDA Assista, ainda, a este depoimento emocionante de um pai de aluno surdo, reivindicando uma educação de qualidade para seu filho. Conheça Vanessa Vidal, modelo e de�ciente auditiva « Programa … Professores surdos discursam sobre a educação dos surdos no Br… https://www.youtube.com/watch?v=aKhKsfGq1FU https://www.youtube.com/watch?v=aXzzQOviUa4 AMIM, M. O que significa ser surdo? Conhecendo um pouco do que significa ser surdo através da discussão do filme “Seu nome é Jonas”. In: Revista virtual de cultura surda e diversidade. Ed. 5. Ano, 2009. Disponível em: <http://www.editora-azul-arara . araral.com.br/revista/relato.php>. Acesso em: 06/12/2011 HONORA, M.; FRIZANCO, M. Livro ilustrado de Língua Brasileira de Sinais: desvendando a comunicação usada pelas pessoas com surdez. São Paulo: Ciranda Cultural, 2009. MOURA, M. C. O Surdo – caminhos para uma Nova Identidade. Editora Revinter - FAPESP, 2000. VELOSO, E.; MAIA, V. Aprenda LIBRAS com eficiência e rapidez. Curitiba: Ed. MãoSinais, 2012. 6. ed. 4 / 4 Referências Conteudista: Prof.ª M.ª Juliana Sanros da Silva Revisão Textual: Prof.ª Esp. Vera Lídia de Sá Cicarone IN TR ODUÇÃO AO TEMA CIN CO PAR ÂMETR OS DA LIB R AS CAMPO SEMÂN TICO R EF ER ÊN CIAS Contextualização Introdução ao Alfabeto Manual em Libras Cinco Parâmetros da Libras Aprofundando seus Conhecimentos Campo Semântico Fundamentos Comunicativos da Língua de Sinais Referências Esta Unidade foi organizada de uma forma diferente, pois nela você encontrará alguns conteúdos teóricos referentes ao Alfabeto Manual e os Cinco Parâmetros da Libras, porém esta unidade tem um maior enfoque prático. Nela você aprenderá muitos sinais que poderão ser utilizados na comunicação com a comunidade de Surdos, os sinais estão divididos por campos semânticos para facilitar seu aprendizado. Aproveite para sinalizar junto com os vídeos, caso tenha dificuldade assista quantas vezes forem necessárias, não fique tímido, tenho certeza que você irá gostar. Para iniciarmos nossa temática indico que assistam ao vídeo com a interpretação da música “Aquarela” em LIBRAS, realizada pela intérprete Natalia Romero. Você vai se surpreender, bons estudos. 1 / 6 Contextualização Vídeos Assista ao vídeo "Toquinho – Aquarela" com Natalia Romera. Aquarela com Natalia Romera https://www.youtube.com/watch?v=C6W4-3dXkZo Aquarela com Natalia Romera https://www.youtube.com/watch?v=C6W4-3dXkZo O alfabeto em Libras, também é chamado de datilologia ou processo datilológico, como vimos na unidade anterior uma das formas mais antigas da representação do alfabeto manual foi produzida por monges que estavam em clausura e haviam feito foto do silêncio para não passarem os conhecimentos adquiridos pelo contado com os livros sagrados. Uma das representações mais antigas que se tem notícia era bimanual e utilizava as duas mãos para representá-lo. É utilizado, atualmente pelos Surdos no Reino Unido, Austrália, África do Sul, Nova Zelândia e algumas zonas do Canadá. O alfabeto utilizado hoje em nosso país é unimanual, ou seja, é realizado apenas com uma das mãos. Veja a seguir algumas características do alfabeto manual em Libras. 2 / 6 Introdução ao Alfabeto Manual em Libras É considerado um empréstimo linguístico da Língua Portuguesa, pois representa visualmente as formas físicas e geométricas do alfabeto em Português; É utilizado para representar substantivos próprios e termos específicos, quando ainda não existente um sinal em Libras; Você pode utilizar para soletrar seu nome, utilizando a mão esquerda ou direita, porém não concomitantemente; Quando você não conhece um sinal em Libras pode soletrar a palavra para o Surdo e pedir que ele lhe ensine o sinal correspondente, ou quando o Surdo sinalizar algo que você não compreenda peça a ele que soletre o sinal para você; Atualmente com a difusão da Libras muitos vocábulos específicos de determinadas áreas já possuem sinais, o uso da datilologia durante a conversação deve ser evitado; Muitos sinais são produzidos a partir de configurações de mão do alfabeto. Em Libras todos os sinais são formados a partir de cinco parâmetros, estes parâmetros devem ser respeitados, pois uma pequena modificação pode mudar totalmente o sentido do sinal. Em Libras para constituição de um sinal os seguintes parâmetros são considerados: Parâmetro: Configuração das Mãos (CM) Conforme Choi et al. (2011), as configurações de mão referem-se às formas que as mãos assumem na produção dos sinais, que podem ter origem no alfabeto manual ou em outras formas. Em Libras são identificadas mais de 60 configurações de mãos veja esta tabela ilustrativa: 3 / 6 Cinco Parâmetros da Libras Parâmetro: Configuração das Mãos (CM); Parâmetro: Ponto de Articulação (PA); Parâmetro: Movimento (M); Parâmetro: Orientação (O); Parâmetro: Expressão Facial e Corporal (EF/C). Figura 1 – Configurações de mãos Fonte: Acessibilidadebrasil.org.br #ParaTodosVerem: A Figura um slide com bordas superior e inferior azul, onde lemos na parte no canto esquerdo em letras garrafais azul clara: “Libras versão 2.1, web, 2008”. Na sequência, “Dicionário da Língua Brasileira de Sinais”. Logo abaixo: “Pesquisa em Libras”. No centro do slide temos setenta e três configurações de mãos da Língua de Sinais distribuídas em cinco linhas, sendo as três primeiras colunas contendo seis linhas, mais onze colunas contendo cinco linhas. Na primeira e as demais configurações subsequentes temos: mão horizontal fechada, palma para a frente, palma do polegar tocando os demais dedos; mão vertical fechada, dedos levemente erguidos, palma para frente, polegar tocando a lateral do indicador; mão em A vertical, palma para frente, dedo indicador destacado; mão em A vertical palma para a frente, dedo polegar destaca mais dedo indicador; mão vertical fechada, palma para frente, polegar tocando a lateral do indicador; mão vertical, palma para frente, dedos curvados contra a palma, polegar dobrado contra palma; mão vertical, palma para frente, dedos curvados contra a palma, polegar estendido; mão horizontal, palma para a esquerda, dedos unidos e curvados, dedo indicador esticado para frente e polegar toca sua lateral; mão com palma para frente, dedos anelar e mínimo fechados, dedo médio e indicador apontando para cima, palma do polegar tocando a lateral do dedo médio; mãos em um vertical, palmas para frente; mão vertical, palma para a frente, indicador distendido, dedo anelar e mínimo fechados contra a palma, dedo médio encurvado unido ao polegar; mão vertical fechada, palma para frente com o indicador distendido; mão vertical fechada, palma para frente com o indicador levemente encurvado; mão vertical fechada, palma para frente com o indicador mais encurvado; mão vertical fechada, palma para a frente, indicador curvado e plogar distendido; mão vertical fechada, palma para a frente, indicador e polegar curvados; mão vertical fechada, palma para a frente, indicador e polegar curvados e unidos pelas pontas; mão vertical fechada, palma para frente, dedo indicador e polegar distendidos e unidos pelas pontas; mão vertical fechada, palma para frente, dedo indicador e polegar distendidos levemente separados; mão vertical fechada, palma para frente, dedo médio, indicador, e polegar distendidos levemente separados; mão vertical fechada, palma para frente, dedo médio, indicador, e polegar distendidos unidos pelas pontas; mão vertical fechada, palma para frente, dedos indicador e médio distendidos e unidos; mão vertical fechada, palma para frente, dedos indicador e médio distendidos e entrelaçados, dorso do indicador tocando a palma do médio; mão vertical fechada, palma para frente, dedos indicador e médio distendidos e entrelaçados, indicador distendido; mão vertical fechada, palma para frente, dedo indicador e médio distendidos e unidos, polegar distendido; mão vertical fechada, palma para frente, dedo indicador e médio distendidos e separados, polegar distendido; mão vertical fechada, palma para frente, dedo indicador, médio e polegar distendidos, separados e encurvados; mão vertical fechada, palma para frente, dedo indicador e médio distendidos, unidos e encurvados, polegar distendido, encurvado une-se aos dedos indicadores e médios; mão vertical fechada, palma para frente, dedo indicador, médio distendidos, separados e encurvados, polegar toca os dedos anelares e mínimo; mão vertical fechada, palma para frente, dedos indicador e médio distendidos e afastados um do outro; mão vertical aberta para frente, dedo médio e polegar unidos pelas pontas; mão vertical aberta para frente, dedo médio distendido e encurvado, polegar toca sua lateral; mão vertical aberta para frente, dedo médio encurvado; mão vertical aberta para frente, dedo médio e anelar encurvados tocando a palma da mão; mão vertical aberta para frente, dedo médio e anelar encurvados tocando a palma da mão, polegar sobre eles; mão vertical fechada, palma para frente, dedo mínimo distendido; mão vertical fechada, palma para frente, dedo mínimo e polegar distendidos; mão vertical fechada, palma para frente, dedo mínimo levemente curvado, polegar distendido; mão em O; mão com palma para cima, polegar distendido para cima, demais dedos unidos e curvados tocando a base do polegar; mão vertical, palma para cima, com as pontas dos dedos unidas; mão vertical, palma para cima, com as pontas dos dedos distendidos e separados, polegar toca a ponta do dedo mínimo; mão vertical, palma para cima, com as pontas dos dedos distendidas, separados e levemente curvados; mão vertical, palma para cima, com as pontas dos dedos distendidas e separados, indicador e polegar unidos pelas pontas; mão vertical, palma para a cima, dedos unidos e curvados; mão vertical, palma para a direita, dedos unidos e curvados em C; mão vertical, palma para a esquerda, dedos unidos, curvados para a palma da mão e polegar distendido; mão vertical, palma para a esquerda, dedos unidos, levemente curvados, polegar distendido; mão vertical, palma para fora, dedo mínimo, anelar e médio distendidos, indicador em 90°, polegar toca dorso do indicador; mão vertical, palma para fora, dedo mínimo, anelar e médio distendidos, indicador e polegar unidos pelas pontas; mão vertical, palma para dentro, dedo mínimo, anelar e médio distendidos, indicador em 90°, polegar toca dorso do indicador; mão vertical, palma para direita, levemente inclinada, dedo mínimo, anelar e médio distendidas e separados, indicador e polegar curvados; mão vertical, palma para frente, dedo mínimo, anelar, médio e indicador distendidos e separados, polegar curvado; mão vertical, palma para frente, dedo anelar, médio e indicador distendidos e separados, polegar e indicador unidos pelas pontas; mão vertical, palma para frente, dedo anelar, médio e indicador distendidos e unidos, polegar segura dedo mínimo; mão vertical, palma para frente, dedos distendidos e unidos, polegar toca palma da mão; mão vertical, palma para frente, dedos distendidos e unidos; mão vertical, palma para frente, dedos distendidos, unidos, polegar distendido e aberto; mão vertical, palma para frente, dedos distendidos e separados; mão vertical fechada, palma para frente, dedos indicador e polegar distendidos, polegar apontando para a esquerda; mão vertical abertas, palma e dedos levemente curvados para cima; mão fechada, palma para direita, dedo indicador e minimo distendidos; mão vertical, palma para frente, dedo mínimo, anelar e indicador distendidos, médio e polegar encurvados; mão em U, palma para frente, dedos curvados, polegar distendido para direita; mão em U, palma para frente, dedos distendidos, polegar distendido para direita; mão vertical fechada, palma para frente, indicador distendido, polegar tocando a lateral do indicador; mão vertical fechada, palma para frente, indicador e polegar distendidos e levemente curvados; mão vertical fechada, palma para frente, indicador e polegar curvados; mão vertical, palma para esquerda dedos unidos levemente curvados; mão vertical, palma para direita, dedos levemente curvados; mão vertical, palma para frente, dedos levemente curvados, polegar distendido; Abaixo na borda azul, no canto esquerdo temos o logo da Acessibilidade Brasil , ao lado está escrito: “crédito, concepção e metodologia, Libras em CD”, www.acessobrasil.org.br. Fim da descrição. Exemplo – CM Para exemplificarmos melhor observe a configuração de mão em F. Com esta configuração podemos realizar diferentes sinais como: Parâmetro: Ponto de Articulação (PA) Conforme Pereira (2011), é o lugar no corpo ou no espaço em que o sinal é posicionado. Observe os sinais abaixo e seu ponto de articulação. Vídeos Configuração das Mãos (CM) Observe que o movimento ou localização dos sinais são diferentes, porém a configuração de mão permanece igual.
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