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Por Breno C. Vizzoni Antidiabéticos! INSULINA É proteína que consiste em duas cadeias peptídicas ligadas por duas pontes de dissulfeto. Cristais de insulina e zinco se agregam dentro das vesículas que armazenam essa enzima, para estabilizá-la. Secreção de insulina A glicose entra na célula pancreática via canais de GLUT, para que ela possa realizar a produção de ATP e posterior liberação no citoplasma. O fechamento dos canais de potássio, resultante do aumento da concentração de ATP dentro do citoplasma, leva à despolarização intracelular e abertura dos canais de cálcio, que induzem a liberação de vesículas de insulina. Efeitos da insulina Fígado Redução da gliconeogênese, haja vista presença de glicose disponível. Aumento de síntese de glicogênio, triglicerídeos e VLDL, para armazenagem de energia, sem desperdício. Redução da degradação de glicogênio, haja vista presença de glicose disponível. Músculo esquelético Aumento de síntese proteica Aumento da síntese de glicogênio Redução da degradação proteica Tecido adiposo Redução da lipólise Aumento do armazenamento de triglicerídeos Aumento da lipogênese No tecido adiposo e no músculo esquelético a insulina aumenta a captação de glicose pela célula – são tecidos insulinodependentes! REGULAÇÃO DA GLICEMIA Em jejum Manutenção de glicose via ácidos graxos pelo fígado. Encéfalo é prioritário ao suprimento de glicose disponível no plasma. Glucagon, em baixa de insulina, aumenta a gliconeogênese em tecido muscular e adiposo. Estado prandial A manutenção da glicose ocorre via alimentação, com redução da formação de novas moléculas de glicose e também aumentando o armazenamento dessas moléculas. Incretinas: quando a glicose chega ao intestino, sua concentração vai ser “verificada” pelas incretinas, para que haja liberação de insulina de maneira proporcional à glicose. CINÉTICA DA LIBERAÇÃO DE INSULINA INSULINA EXÓGENA X ENDÓGENA A insulina endógena sempre tem efeito de primeira passagem, já que do pâncreas ela vai direto ao fígado! Sempre há redução da biodisponibilidade. CRITÉRIOS LABORATORIAIS PARA DIAGNÓSTICO DE DM2 E PRÉ-DIABETES É necessário que dois exames estejam alterados para que o diagnóstico seja conclusivo. Se somente um estiver alterado, deverá ser repetido para confirmação. CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA FATORES DE RISCO Idade, genética, histórico familiar, obesidade e sobrepeso. Aumento de testosterona pode levar à resistência insulínica (pacientes acometidas por ovário policístico). COMPLICAÇÕES DO DM Agudas Cetoacidose diabética por aumento de ácidos graxos e corpos cetônicos com glicemia maior ou igual a 250mg/dL. Estado hiperglicêmico hiperosmolar causa desidratação grave. Mais que 600mg/dL. Hipoglicemia. Crônicas Complicações microvasculares, como retinopatia, nefropatia e neuropatia, pé diabético. Complicações macrovasculares, como insuficiência cardíaca e AVE. ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO MEV! Sempre vai determinar o quanto esse tratamento vai ser bem sucedido. Educação do paciente para autocuidado e monitoramento. Gestão da doença por equipe multiprofissional e farmacoterapia! Medidas farmacológicas DM1 Insulina exógena. DM2 Agentes antidiabéticos, insulina exógena. DG Insulina exógena e metformina. INSULINA Farmacocinética Administração Subcutânea (principal), mas existem alternativas, como intramuscular, intravenosa e inalatória. Metabolização Hepática (60%) e renal (40%). Uso terapêutico DM1, DM2, DG e tratamento de cetoacidose e hiperglicemia grave! Um dos principais problemas no uso de insulina consiste em evitar amplas flutuações nas concentrações plasmáticas e, consequentemente, na glicemia. Formulações Classificadas com tempo de início e de ação. Prandiais Ação rápida e ultrarrápida! Basais Ação intermediária, longa e ultralonga! INSULINAS PRANDIAIS Insulina regular Disponível no SUS, de rápido início e curta duração. Início de ação entre 30 a 60 minutos, com efeito máximo de 2 a 3h. É solução cristalina em pH neutro com zinco em forma de hexâmetro, que pode ser utilizada por via intravenosa. Tem como objetivo o controle da glicemia pós- prandial, administrando-a bem antes da refeição, para que coincidam os picos de insulina e glicemia. Análogos de ação ultra-rápida – lispro, asparte e glulisina Cerca de 15min para começar o efeito, por conta de sua maior hidrossolubilidade, que resulta, além de sua apresentação em forma de monômero, da associação dessas moléculas a proteínas! Isso tudo aumenta sua absorção em via subcutânea! Seu objetivo é reduzir a glicemia pós-prandial, de maneira mais eficiente e rápida que as regulares, podendo ser administrada logo após a refeição. INSULINAS BASAIS Insulina NPH – ação intermediária É intermediária porque é inicialmente turva e complexada ao zinco e protamina em tampão fosfato! Essa protamina precisa deixar o complexo para que a insulina seja liberada aos poucos, de maneira lenta. Portanto, seu objetivo é o controle da glicemia basal. Análogos da insulina de ação intermediária Objetiva o controle da glicemia basal. Detemir Início de ação de 1 a 3h, com associação a ácido carboxílico (graxo). Glargina U100 Início de ação entre 2 a 4h, mas sem pico de ação! Análogos da insulina de ação ultralonga – degludeca, glargina U300 A porção lipossolúvel aqui é maior, prolongando a meia vida de maneira mais acentuada. REAÇÕES ADVERSAS – INSULINA Hipoglicemia! → Paciente consciente: administração de carboidratos de absorção rápida por via oral. → Paciente inconsciente: injeção de glucagon, aumentando glicogenólise. Ganho modesto de peso. Lipohipertrofia. Reações alérgicas – raras! ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO Redução da resistência insulínica, da produção e secreção hepática de glicose e da absorção de glicose pelo TGI. Aumento da secreção de insulina pelo pâncreas e aumento da concentração de incretinas (GIP e GLP-1). MEDICAMENTOS QUE PROMOVEM GLICOSÚRIA INIBIDORES DO SGLT2 – ...glifozina Bloqueiam a ação do cotransportador de sódio e glicose (SGLT2) no TCP, induzindo redução da glicemia e promoção de diurese. Efeitos Redução de peso, da pressão arterial sistólica e redução dos eventos cardiovasculares e de mortalidade de pacientes com doença cardiovascular. Farmacocinética Boa disponibilidade oral, alta associação a proteína plasmática, metabolismo hepático e excreção renal. Efeitos adversos Predisposição a infecções, poliúria, depleção de volume, hipotensão e confusão mental, além de hipoglicemia quando associado a outro medicamento. SULFONILUREIAS Secretagogos da insulina e agentes hipoglicemiantes. Mecanismo de ação Estimulam a liberação de insulina! Ligam-se a sítios específicos no canal de KATP na célula pancreática, inibindo a atividade desse canal. Isso impede a hiperpolarização da célula e consequente liberação de insulina. Pode aumentar a sensibilidade das células b à glicose, reduzir os níveis séricos de glucagon e potencializar a ação da insulina nos tecidos alvo, reduzindo a resistência a esse hormônio. Farmacocinética Boa absorção oral, com alta afinidade a proteínas plasmáticas. Podem atravessar a barreira placentária! Contraindicado a gestantes! Biotransformação hepática e excreção renal. Efeitos adversos Distúrbios GI, reações de hipersensibilidade, aumento do apetite e hipoglicemia. Apresenta falha secundária, com queda de resposta terapêutica a longo prazo. GLINIDAS OU MEGLITINIDAS Mecanismo de ação Idem sulfonilureias. Objetivam controlar a glicose pós-prandial. MEDICAMENTOS QUE NÃO AUMENTAM A SECREÇÃO DE INSULINA São aqueles que se associam a um menor risco de hipoglicemia, em monoterapia,sendo, portanto, de uso preditivo desde o início da doença. INIBIDORES DAS -GLICOSIDASES Mecanismo de ação Reduzem a absorção intestinal do amido, da dextrina e de dissacarídeos por meio da inibição de - glicosidase na borda em escova intestinal. Efeitos farmacológicos Reduz os picos glicêmicos pós-prandiais, estabiliza a glicemia, o peso e protege as células pancreáticas, evitando hiperinsulinemia! Farmacocinética Mínima absorção, com depuração renal. Usos terapêuticos Monoterapia para DM2, mas pode ser associado a outros agentes antidiabéticos orais. Efeitos adversos Transtornos GI intensos! Meteorismo, flatulência e diarreia! BIGUANIDAS – metformina Usos terapêuticos DM2 com resistência insulínica. Monoterapia ou associada com sulfonilureias em pacientes com DM2 com falência secundária. Síndrome do ovário policístico. Mecanismo e ações – em estudo! Inibe o complexo I da cadeia respiratória! Diminui a gliconeogênese! A inibição do complexo mitocondrial reduz a quantidade de ATP produzida e, portanto, aumenta a quantidade de AMP, por prevalência. Esse aumento de AMP leva à inibição da frutose- 1,6-bifosfatase, enzima necessária para produção de glicose a partir de piruvato. O paciente diabético que não apresenta inibição da via de gliconeogênese hepática, apresenta O enterócito absorve menos glicose para a corrente sanguínea, mas ainda continua a absorver a glicose para si. Ele usa a glicose para seu próprio metabolismo, mas não leva essa glicose à corrente sanguínea. Indiretamente, a gliconeogênese hepática também é reduzida. A redução da produção de ATP causa a não formação de novas moléculas de AMPc. O excesso de AMP e redução de AMPc leva à redução da ação de glucagon, porque ocorre inibição do complexo adenilato ciclase, e, portanto, não há início das reações de ação do glucagon. Propriedades farmacocinéticas Absorção Boa absorção oral, com 70 a 80% de biodisponibilidade, meia vida de 4 a 5h e tempo de ação de 10 a 12h. Distribuição Ampla! Entra na célula a nível mitocondrial. Biotransformação Não sofre biotransformação! Passa por todo o corpo sem ser modificada! Excreção Renal, de forma inalterada! Secreção tubular, pode competir com AINE. Excipientes podem ser encontrados nas fezes. Efeitos adversos Distúrbios GI, minimizados quando administrados com alimentos, redução de dose ou continuidade do tratamento. Anorexia, vômitos, diarreia, desconforto abdominal. Acidose lática é rara. GLITAZONAS Usos terapêuticos Pacientes com DM2 e resistência insulínica. Mecanismo de ação Ativam os receptores PPAR-, principalmente os presentes no tecido adiposo. Efeitos farmacológicos Isso aumenta a utilização da glicose nos tecidos periféricos, aumenta a captação e estimulando o metabolismo da glicose. Promove supressão da gliconeogênese hepática. Afeta o metabolismo de lipídeos. Apresenta início de ação relativamente lento, com efeitos máximos sobre a homeostasia da glicose surgindo em até 3 meses! Efeitos adversos Edema leve a intenso, ganho de peso e risco de fraturas! Gravidez e lactação: incerto quanto à segurança! INIBIDORES DA DPP-IV Mecanismo de ação Inibem a ação de DPP-IV, promovendo aumento do nível de GLP-1, com elevação da síntese e secreção de insulina, além da redução de glucagon. Farmacocinética Efetivamente absorvidos pelo intestino, biotransformação hepática e excreção renal e hepatobiliar. AGONISTAS DO RECEPTOR DE GLP-1 Mecanismo de ação Ativam o receptor de GLP-1, aumentando a síntese e secreção de insulina e redução da produção de glucagon. Ativação desses receptores no SNC é responsável pelos efeitos agonistas do receptor sobre a ingestão de alimento e esvaziamento gástrico. Efeitos farmacológicos Aumenta a saciedade e reduz a fome, reduz PAS e a variabilidade da glicose pós-prandial, além de reduzir eventos cardiovasculares e mortalidade de pacientes com DCV. Efeitos adversos Risco de pancreatite por excesso de atividade pancreática, haja vista a ativação constante de receptores.
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