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ANATOMIA HUMANA A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo, com unidades presenciais em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória, e com a Educação a Distância presente em todo estado do Espírito Santo, e com polos distribuídos por todo o país. Desde 1999 atua no mercado capixaba, destacando-se pela oferta de cursos de graduação, técnico, pós-graduação e extensão, com qualidade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sempre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho. Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 instituições avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram notas 4 e 5, que são consideradas conceitos de excelência em ensino. Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país. MISSÃO Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de quali- dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores. VISÃO Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida nacionalmente como referência em qualidade educacional. R E I TO R GRUPO MULTIVIX R E I 2 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte) Daniel Vicentini de Oliveira Anatomia Humana / OLIVEIRA, Daniel Vicentini de - Multivix, 2021 Catalogação: Biblioteca Central Multivix 2021 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. 4 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA DE FIGURAS UNIDADE 1 > Demócrito 14 > Hipócrates 15 > Andrea Vesalius 18 > Desenhos anatômicos de Leonardo da Vinci 20 > Sistema esquelético 24 > Topografia do antebraço (membro superior) 25 > Radiografia do pé 26 > Termos anatômicos 31 UNIDADE 2 > Ossos do neurocrânio 40 > Ossos do crânio 41 > Coluna vertebral 42 > Coluna vertebral, costelas e pelve 44 > Esqueleto apendicular 45 > Ossos do membro superior 47 > Ossos do carpo e metacarpo 48 > Ossos do membro inferior 49 > Disco Intervertebral. 52 > Articulação sinovial 53 > Tipos de Músculos 55 > Partes do músculo esquelético 56 > Músculo deltoide 59 > Músculo bíceps braquial 60 > Músculos anteriores do quadril e coxa e internos de coxa 61 > Músculo gastrocnêmio 63 5 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 UNIDADE 3 > Anatomia do Coração 68 > Vasos sanguíneos 71 > Sistema linfático 74 > Sistema respiratório 76 > Anatomia cavidade nasal, faringe e laringe 80 > Laringe, traqueia e brônquios principais 83 > Troca gasosa no alvéolo 85 UNIDADE 4 > Anatomia do sistema digestório 91 > Anatomia da boca 92 > Glândulas salivares maiores 94 > Anatomia da língua 95 > Anatomia do estômago 98 > Pâncreas 101 > Sistema endócrino 103 > Produção hormonal de algumas glândulas 106 UNIDADE 5 > Anatomia do sistema urinário 112 > Anatomia do rim 113 > Bexiga urinária masculina 116 > Sistema reprodutor masculino 119 > Sistema reprodutor feminino 119 > Anatomia do testículo 120 > Anatomia do pênis 123 > Útero, ovários, tubas uterinas e vagina 125 > Pudendo feminino 130 6 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 UNIDADE 6 > Neurônio 136 > Tipos de neurônios – conforme o número de prolongamentos 138 > Células da Glia 139 > Células da glia 142 > Hemisférios cerebrais 143 > Lobos cerebrais 145 > Algumas estruturas do SNC 147 > Algumas estruturas do SNC 150 7 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 1UNIDADE 2UNIDADE 3UNIDADE 4UNIDADE 5UNIDADE 6UNIDADE SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 9 1 INTRODUÇÃO À ANATOMIA HUMANA 11 1.1 INTRODUÇÃO 11 1.2 A ANATOMIA HUMANA 11 1.3 O CORPO HUMANO 32 2 ANATOMIA DO APARELHO LOCOMOTOR 36 2.1 INTRODUÇÃO 36 2.2 SISTEMA ESQUELÉTICO 36 2.3 SISTEMA ARTICULAR 50 2.4 SISTEMA MUSCULAR 54 3 ANATOMIA DO SISTEMA CIRCULATÓRIO E RESPIRATÓRIO 67 3.1 INTRODUÇÃO 67 3.2 SISTEMA CIRCULATÓRIO CARDIOVASCULAR 67 3.3 SISTEMA CIRCULATÓRIO LINFÁTICO 72 3.4 SISTEMA RESPIRATÓRIO 75 4 ANATOMIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO E ENDÓCRINO 90 4.1 INTRODUÇÃO 90 4.2 SISTEMA DIGESTÓRIO 90 4.3 SISTEMA ENDÓCRINO 102 5 ANATOMIA DO SISTEMA URINÁRIO E REPRODUTOR 111 5.1 INTRODUÇÃO 111 5.2 SISTEMA URINÁRIO 111 5.3 SISTEMA REPRODUTOR 118 6 ANATOMIA DO SISTEMA NERVOSO 134 6.1 INTRODUÇÃO 134 6.2 INTRODUÇÃO AO SISTEMA NERVOSO 134 6.3 SISTEMA NERVOSO CENTRAL 143 6.4 SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO 151 8 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOSMÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS ICONOGRAFIA 9 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA A disciplina Anatomia tem o objetivo de compreender as principais estruturas anatômicas dos diversos sistemas orgânicos corporais. Nesta disciplina, você irá adquirir um vasto conhecimento desta ciência bá- sica para a área da saúde. Os conteúdos aqui presentes são abordados em cursos como Educação física, Fisioterapia, Enfermagem, Nutrição, Medicina, Psicologia, Terapia ocupacional, Odontologia, Biomedicina, Farmácia, Ciên- cias Biológicas, dentre outros. Na unidade 1, você irá conhecer a história da Anatomia Humana, da pré-his- tória até a sua oficialização como ciência. Verá ainda sobre a divisão do corpo humano, a posição anatômica, os planos de delimitação do corpo humano, e muito mais. Na unidade 2, o foco será na anatomia do aparelho locomotor, ou seja, estudo dos ossos, articulações e músculos. A unidade 3 está dividida em sistema circulatório (sanguíneo e linfático) e respiratório. Na unidade 4, você estudará sobre a anatomia dos sistemas digestório e endócrino. Já na uni- dade 5, conhecerá sobre as estruturas que fazem parte do sistema urinário e reprodutor masculino e feminino. Por fim, na unidade 6, você estudará sobre a anatomia do sistema nervoso. UNIDADE 1 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 10 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA > Compreender a ética na anatomia humana. > Entender a posição anatômica, a divisão do corpo humano e os planos de delimitação do corpo humano. 11 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA 1 INTRODUÇÃO À ANATOMIA HUMANA 1.1 INTRODUÇÃO Esta unidade traz informações introdutórias a respeito da Anatomia Huma- na, essa ciência que estuda a constituição dos seres humanos. A Anatomia Humana é a base de conhecimento para todos os estudantes das ciências da saúde e acompanha o(a) aluno(a) universitário(a) desde o primeiro ano até a plena formação acadêmica e desempenho das atividades laborais. Portanto, conhecer sua história é fundamental. Você irá conhecê-la nessa unidade. Tudo na vida possui um começo e um desenvolvimento, mas nem sempre o fim. A Anatomia Humana apresenta um início recheado de histórias e persona- gens históricos, que vão desde a existência do homem pré-históricoaté os dias de hoje. Desenhos em cavernas, as primeiras dissecações em animais e com- paração animal com a anatomia do humano, descoberta de estruturas/órgãos, dentre outras conquistas, fazem parte da história da Anatomia Humana. 1.2 A ANATOMIA HUMANA A Anatomia é a ciência que estuda a constituição e o desenvolvimento dos se- res vivo e se restringe ao estudo do homem. A palavra anatomia tem origem no grego (ana = partes; e tome = cortar). No grego antigo, a noção se prendia ao ato de retalhar. Já a palavra dissecar tem origem latina (dis = separar e se- care = cortar), portanto significa cortar e separar em partes. 1.2.1 ÉTICA NA ANATOMIA HUMANA Você conhece Karl Von Rokitansky? Ele foi um médico patologista, nasceu em 19 de fevereiro de 1804, em Hradec Králóve, República Tcheca, e morreu em 28 de julho de 1878, em Viena, na Áustria. Karl desenvolveu o método de autópsia, ainda utilizado hoje em dia. 12 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Ele foi o criador da famosa “Oração ao cadáver desconhecido”, uma reflexão ao respeito que devemos ter ao corpo já sem vida. Leia a oração a seguir: Ao curvar-te com a lâmina rija de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido, lembra-te que este corpo nasceu do amor de duas almas, sorriu e sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos jovens. Por certo amou e foi amado e sentiu saudades dos outros que partiram. Acalentou e esperou um amanhã feliz, e agora jaz (morto) na fria lousa, sem que por ele se tivesse derramado uma lágrima sequer, sem que tivesse uma só prece. Seu nome só DEUS o sabe, mas o destino inexorável (duro) deu-lhe o poder e a grandeza de servir a humanidade que por ele passou indiferente. Aqui é o lugar onde a morte se compraz (alegra) em socorrer a vida. Tu que tiveste teu corpo perturbado por nossas mãos ávidas de saber, e desvendar os mistérios do corpo humano, o nosso agradecimento e o nosso respeito (Karl Von Rokitansky 1804-1878) (DANGELO; FATTINI, 2012, p.10). Nas aulas iniciais de Anatomia, é ético e interessante que os professores leiam essa oração, para que o aluno possa refletir sobre a falta de oportunidade que o dono do corpo a ser estudado teve e que a única forma que encontrou para colaborar com a humanidade foi se doar para o estudo. Outra questão ética, dentro da anatomia humana, refere-se a prática dentro dos laboratórios. Existem normas de segurança e higiene das pessoas usuá- rias no laboratório de anatomia: deve-se sempre utilizar calça comprida, jale- co de manga longa e calçados fechados. Não se alimentar. Não fumar e/ou acender fósforo. Utilizar luvas descartáveis ao manusear o material cadavéri- co. Utilizar máscaras, quando a pessoa for mais sensível ao formol. Não tirar fotos ou filmar dentro do laboratório. Para conservação das peças cadavéricas e/ou do cadáver completo, geral- mente é utilizado formol (formaldeído). Essa técnica é utilizada desde o sécu- lo XIX, sendo de penetração tecidual rápida, com conservação por muito tem- po (anos e até mesmo décadas). Porém, traz como desvantagem o odor forte capaz de irritar as mucosas dos olhos e nariz. É um material tóxico e volátil. O material cadavérico deve ser guardado em tanques com formol diluído a 10%. Outro produto utilizado é a glicerina. Desde 1779, por Karl Schelle, o uso dessa substância gerou um impulso na preparação de peças anatômicas. A glice- rina é um líquido incolor, claro e viscoso, que desidrata as estruturas, a qual se atribui a sua ação antisséptica. Tem a vantagem de não ter o odor forte do formol. Porém, preserva por menos tempo. 13 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA 1.3.1 HISTÓRIA DA ANATOMIA HUMANA Você sabia que os primeiros esboços anatômicos foram observados no perío- do paleolítico? Nas cavernas, foram deixados desenhos de animais e possíveis humanos. Esta pintura rupestre de alguns animais foi encontrada em caver- nas na cidade de Santa Cruz, Patagônia, na Argentina. O primeiro período da Anatomia Humana surgiu nos primórdios da civiliza- ção quando o ser humano conhecido como Homo sapiens, termo latino de significado homem sábio, possuía características anatomicamente moder- nas e originou-se na África há cerca de 200 mil anos, atingindo o comporta- mento moderno há cerca de 50 mil anos. Nessa época, os homens primitivos já viviam em comunidade e a necessidade de comunicação era evidente. O homem já era desenvolvido fisicamente para a produção da fala, daí veio também um significativo desenvolvimento da linguagem e, posteriormente, a fala. Esse desenvolvimento também se deve um pouco à intersecção de duas culturas (neandertal e Homo sapiens) e à necessidade de comunicação entre elas, pois, durante um tempo, ambos viveram na Terra. Antes da fala, o homem primitivo nos deixou outro legado: as pinturas rupestres realizadas na sua maioria nas paredes de cavernas e feitas com sangue de animais, argila e seiva de plantas. A ciência Anatomia começava a dar seus primeiros passos já nos primórdios da his- tória humana. O homem pré-histórico já observava em sua volta a existência de seres que apresentavam diferenças signi- ficantes de seu corpo, e isso despertou o interesse por esses seres cujas diferenças visuais eram consideráveis. Nossos ances- trais passaram a desenhar nas paredes das cavernas e a fazer esculturas das for- mas que viam. Saiba mais Caro estudante, entenda mais sobre a história da anatomia, clicando aqui. https://www.youtube.com/watch?v=IgrnbEIAP5M 14 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Com isso, passaram a notar detalhes, que hoje nos permitem identificar as espécies de animais descritas. Essas representações indicam não somente que a pintura pré-histórica nasceu há muito tempo, mas também que o in- teresse pelo conhecimento do corpo humano relacionava-se com a necessi- dade de desenvolvimento de técnicas mais aprimoradas para caça e abate dos animais. Os primórdios do conhecimento anatômico determinavam os órgãos vitais para abater a caça e as formas mais fáceis e eficientes de retirar a carne do animal. Os seres humanos desse período também sabiam os locais mais vulneráveis em seus próprios corpos e os protegia mais adequadamen- te, tornando-os menos vulneráveis ao ataque desses animais. A Anatomia é, possivelmente, a mais antiga ciência que pode ser relacionada à Medicina. O estudo da Anatomia foi iniciado de maneira mais precisa pelos filósofos na Grécia antiga; eles foram, cientificamente, os primeiros a sentir a necessidade de se estudar o corpo humano para um melhor entendimento. Entre os gregos eles, destaca-se Empédocles (480 a.C.), que realizou o estu- do da anatomia fetal, considerando que a cabeça seria a primeira parte a se desenvolver no corpo humano. Ele era conhecedor do labirinto auditivo. De- mócrito (460 a.C.) era considerado louco pela população, pois passava horas e dias em bosques, realizando dissecação de animais. DEMÓCRITO Fonte : Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos Demócrito. Ele está com roupa preta e marrom, com babado branco no pescoço. Ele está virado para direta, apontando para um globo mundial. 15 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA Porém, foi Hipócrates (460-377 a.C.), médico, o primeiro a dar descrições mais sistemáticas do corpo humano, baseadas em observações pessoais no vivo ou por deduções em animais inferiores. Ele é considerado o fundador da Anatomia. HIPÓCRATES Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos Hipócrates. Ele está com roupa azul e um pano vermelho. Ele está voltado para frente, escrevendo em um papel. Aristóteles (384-323 a.C.) também foi importante, pois estudou a Anatomia Animal Comparada. Porém, pelo que se sabe,não existe nenhum trabalho anatômico em humano descrito por ele. Ele influenciou a ciência médica, as ciências naturais e a filosofia por mais de 2000 anos. Aristóteles teria sugeri- do que o coração era o centro das emoções. É considerado o pai da Zoologia, devido a um profundo estudo do reino animal, e fundou a escola Liceu com estudos voltados para a fauna e flora. Seu pai, Nicômaco, era médico e talvez isso tenha influenciado seu interesse pela Biologia. Aristóteles estudou, com grande riqueza de detalhes, as estru- turas anatômicas de mais de 500 espécies. Dentre suas contribuições, além de ter sido pioneiro na classificação de diferentes tipos de animais, o filóso- fo grego criou eficientes métodos de análises comparativas, adotados até os dias, como o conceito de Anatomia Comparada. 16 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Herófilo (300 a.C.) também merece destaque, tendo sido o verdadeiro funda- dor da Anatomia Humana, pois fez estudos em encéfalos, meninges, olhos e intestinos. Nascido em Calcedônia, ficou conhecido como o primeiro anato- mista da história. É considerado por muitos como o açougueiro de homens por sua prática cruel de estudar em vivos. Ele praticava vivissecção em crimi- nosos da prisão real. Estima-se que ele esfolou vivo mais de 600 seres huma- nos, muitas vezes em demonstrações públicas. Após Herófilo, o estudo da Anatomia tornou-se mais descritivo do que es- peculativo. Herófilo tornou-se o pai da anatomia humana, sendo o primeiro a dissecar cadáveres com o propósito de caracterizar o percurso da doença. Foi, talvez, o primeiro cientista que estudou sistematicamente a Anatomia Humana. Pouco se sabe sobre a sua vida e seus escritos, mas seus livros sobre anatomia (três volumes) foram destruídos juntamente com a biblioteca de Alexandria. Além das descrições anatômicas, outra contribuição importante de Herófilo e Erasístrato, deixada na Faculdade de Alexandria, foi um par de esqueletos completos e montados. Esses esqueletos foram provavelmente os primeiros destinados para o estudo da osteologia. Esses ossos persistiram séculos du- rante os quais serviram de referencial para gerações de médicos. Erasístrato (280 a.C.) realizou estudos no coração e suas válvulas, estabelecen- do teoria importante sobre o conteúdo dos vasos, segundo a qual nas artérias se encontra o ar vital (pneuma) e nas veias o líquido nutriente (sangue). Para interpretar perda de sangue através das artérias, ele considerava a existência de canais entre elas e as veias, o que explicava de maneira satisfatória uma hemorragia arterial. O mais famoso dos anatomistas antigos foi, definitivamente, Galeno (124 a.C.). Depois de conhecer a doutrina aristotélica, aprendeu medicina e anatomia com Sátiro, em Pérgamo, e, com apenas 17 anos, concluiu seus estudos ini- ciais como médico. Após estudar na Ásia Menor e na Grécia, Pérgamo retor- nou à sua cidade como médico, possuindo notável conhecimento de anato- mia humana. Ele escreveu, aproximadamente, 500 obras. Estudou mais em macacos do que em humano e, provavelmente, nunca tenha dissecado um cadáver humano. 17 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA Galeno foi o responsável em produzir vários textos que determinaram o co- nhecimento médico e de anatomia por cerca de 1500 anos. Somente em 1543 sua obra é refutada por Andreas Vesalius. Galeno ainda dividiu os nervos espinhais conforme sua região. Os nervos cranianos foram divididos em sete partes: oculomo- tor, óptico, trigêmeo, troclear, acústico, palatino, facial, vagal e hipoglosso. No século XVI, surge o maior vulto da ana- tomia, Andrea Vesalius. Ele nasceu em 1514, em Bruxelas, sendo descendente de uma quarta geração de médicos. Vesalius fez seus primeiros estudos em Louvain e, em 1534, frequentou a Univer- sidade de Paris, tendo como mestre Sílvio. Apoiou-se também em Galeno. A maioria das obras de Galeno se perdeu. Sabe-se, contudo, que ele investigou Anatomia, Fisiologia, Patologia, Sintomatologia e Terapêutica. Foi o mais destacado médico de seu tempo e o primeiro que conduziu pesquisas fisiológicas. Para saber Vesalius é considerado o pai da Anatomia Moderna, até os dias atuais. 18 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANDREA VESALIUS Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos Andrea Vesalius realizando um procedimento de dissecação em um corpo humano, deitado a sua frente. Vesalius está com roupa azul e amarela. Ao seu redor, temos outras pessoas. Após estudar Anatomia com Galeno, reconheceu uma série de conceitos como conflitantes e imprecisos. Com a aprovação de seu mestre Sílvio, em Pa- ris, começou a dissecar cadáveres, verificando vários erros interpretativos na obra de Galeno (até então, não tinha dissecado cadáveres). O grande mérito de Vesalius foi o de ilustrar suas obras, com a colaboração de diversos artistas da época. Na Basileia, em 1534, publicou a obra De humani corporis fabrica. Vesalius teve alguns importantes contemporâneos: Bartolomeu, Eustáquio, Falópio e Realdo Colombo, seu sucessor na Universidade de Pádua. Após Ve- salius, destacam-se Aranzio (1530-1589), que descreveu na circulação fetal o ducto arterioso e o forame oval; Varólio (1543-1578), que estudou o sistema nervoso, mostrando a origem encefálica de alguns nervos cranianos; Van der Spigel (1578-1625), que estudou o fígado detalhadamente; Willian Harvey (1578-1657), que reconheceu e descreveu a circulação do sangue; Aseli (1581- 1626), que descreveu os vasos quilíferos, contribuindo para o estudo da cir- culação linfática; Malpighi (1628-1694), que descreveu a anatomia dos rins; 19 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA Winslow (1667-1760), que fez importantes estudos na Teratologia; Morgnani (1682-1771), que descreveu a anatomia da laringe, da bexiga e do reto; Bichat (1771-1802), que publicou um Tratado de Anatomia Geral Aplicada à Fisiologia; Scarpa (1747-1832), que realizou importantes estudos da parede abdominal; e Hyrtl (1810-1854), grande histologista, tendo aprofundado os estudos histoló- gicos de órgãos do sistema digestório; dentre outros. De acordo com Gomes et al. (2009) as mudanças materiais ocorridas na Eu- ropa a partir do século XI resultaram em um movimento cultural que recebe o nome de Renascimento. Creio que você lembra dele nas aulas de História, correto? O Renascimento foi encarado como uma volta à rica cultura da gre- ga e romana antigas. A arte tenta representar fielmente a natureza e, para isso, o artista deve estudar as ciências naturais, como a anatomia, para melhor representar o corpo. Começa-se, então, a prática da dissecação e suas repre- sentações. Dentre vários artistas, Leonardo da Vinci é o melhor da época, em que o artista e o cientista se fundem. É o primeiro artista a fazer dissecações e representá- -las visualmente com maestria. Os artistas desse período trazem a ideia do ser humano valorizado, ressaltan- do o corpo e exaltando o belo. Nesse período, surgem nomes importantes da arte como Leonardo da Vinci, relatado anteriormente, e Michelângelo (GO- MES et al., 2009). Leonardo da Vinci (1452-1519) começou um dos mais impressionantes levan- tamentos de Anatomia para entender o funcionamento de órgãos, do esque- leto, dos músculos e tendões. Essa é a história pouco conhecida do artista- -anatomista italiano, que, além de pintor, escultor, músico, cientista, arquiteto, A Renascença foi um período marcado por uma intensa produção artística e pelo choque entre ideais humanistas e os dogmas da igreja. 20 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 engenheiro e inventor, também atuou na Medicina.Ao longo de 15 anos, Le- onardo desenhou órgãos e elementos dos sistemas anatomofuncionais do corpo humano em um estudo que começou pela leitura das obras de autores da Medicina pré-renascentista, como Galeno. DESENHOS ANATÔMICOS DE LEONARDO DA VINCI Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos um desenho embriológico feito por Leonardo da Vinci. Ele também participou de dissecações do corpo humano e de diversos ani- mais. Porém, jamais terminou e publicou a obra que, segundo pesquisadores, poderia ter revolucionado a medicina mais de 20 anos antes que o belga An- dreas Vesalius publicasse seu livro De humani corporis fabrica, em 1543, obra que marca a fase inicial dos estudos modernos sobre Anatomia. 21 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA Leonardo da Vinci foi responsável por diversos estudos e desenhos do esque- leto humano e dos ossos, dos músculos, nervos, coração, vasos sanguíneos, órgãos sexuais, além de outros órgãos internos. Foi ele que realizou um dos primeiros desenhos de um feto no útero, como você pode observar na figura acima. Como um grande artista, ele observou e registrou os efeitos da idade e da emoção dos seres humanos sobre a fisiologia, principalmente os efeitos da raiva. Ele desenhou figuras importantes que tinham sinais de doença ou de- formidades; animais diversos, dissecou aves, vacas, ursos, macacos e rãs, com- parando com a anatomia dos seres humanos. Com certeza, você se lembra da última ceia pintada por Leonardo, representan- do Jesus e os discípulos antes da traição e posterior crucificação, além da “Mona Lisa”. Mas outras obras foram e são im- portantes para a história da Anatomia, pois representam uma nova modalidade de representação das partes anatômicas jamais vistas até então. Das obras anatô- micas, temos “O homem vitruviano”, que Da Vinci desenhou e acompanhava os es- critos em um de seus diários. No caso de estudar os seres pequenos morfologicamente ou as partes pequenas pertencentes à sua anatomia, o material deve permitir uma grande precisão. Para isso, empregam- se bisturis, pinças de alta tecnologia, de ponta e tesouras com as duas pontas agudas e simétricas para um melhor manuseio do corpo em estudo. Para saber O Homem Vitruviano foi inspirado na obra De Architectura, de Marcus Vitruvius Pollio, um arquiteto romano. 22 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 1.4.1 ÁREAS DE ESTUDO E NOMENCLATURA ANATÔMICA A Anatomia estudada no cadáver é a base do conhecimento sobre o corpo humano, sendo o melhor meio para se ter informa- ções sobre a estrutura do ser vivo. Porém, mesmo sem o cadáver, pode-se aprender muito com a observação, palpação ou es- tudando anatomia de superfície. A Anatomia pode ser dividida em grandes áreas: Anatomia Geral (sistêmica e topo- gráfica), Anatomia Microscópica (histolo- gia), Neuroanatomia (sistema nervoso) e Embriologia (desenvolvimento). A Anatomia Sistêmica estuda a constitui- ção geral de um sistema orgânico. Os sis- temas estudados são esses abaixo: Tegumentar pele e seus anexos. Esquelético ossos e cartilagens. Articular articulações e seus anexos. Muscular músculos e seus anexos. Para saber Caro estudante, assista a este vídeo do professor Rogério Gozzi sobre como aprender anatomia de forma mais simples. Clique aqui. https://www.youtube.com/watch?v=CKgzFFgBsGw&t=255s 23 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA Nervoso neurônios, nervos e órgãos do sistema nervoso. Circulatório sangue, linfa, vasos sanguíneos, vasos linfáticos, coração e órgãos linfáticos. Digestório órgãos e glândulas do sistema digestório. Urinário rins, ureter, bexiga, uretra. Respiratório órgão da respiração. Reprodutor órgãos e glândulas sexuais masculinas e femininas. Endócrino glândulas e hormônios. 24 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SISTEMA ESQUELÉTICO Crânio Frontal Mandíbula Clavícula Manúbrio Escápula Esterno Costelas Úmero Ulna Rádio Pelve Carpo Metacarpo Falanges Fêmur Patela Tíbia Fíbula Tarso Metatarso Falanges Vértebra cervical (I-VII) Vértebra torácica (T I - T XII) Vértebra lombar (L I - L V) Sacro Cóccix Coluna vertebral Fonte: Adaptada de Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos um desenho do esqueleto humano, voltado para frente. 25 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA A Anatomia Topográfica também é denominada regional. Nela, estudam-se as seguintes regiões: cabeça, pescoço, tórax, abdome, pelve e períneo, dorso, membro superior e membro inferior. Veja que a Anatomia Topográfica não se tipifica um sistema anatômico em específico, mas se observam partes desses sistemas na região determinada. TOPOGRAFIA DO ANTEBRAÇO (MEMBRO SUPERIOR) Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos dois antebraços direitos. O da direita está com a pele e algumas regiões pouca dissecadas. O da esquerda está totalmente dissecado, estando a mostra os músculos e vasos sanguíneos. Você, com certeza, já tirou radiografia de alguma parte do corpo. O estudo desses métodos radiológicos é de responsabilidade da anatomia por ima- gem. Destacam-se, dentre esses métodos, a tomografia computadorizada, ressonância magnética, cintilografia, ultrassonografia e PET scan. A radiolo- gia, com a utilização dos raios X descobertos por W. Roentgen, permitiu a observação de estruturas esqueléticas, ossos e articulações no ser vivo. Mais tarde, foram introduzidas substâncias radiopacas ou radiotransparentes, que possibilitaram verificar não só a forma dos órgãos tubulares, como também alguns de seus aspectos funcionais puderam ser estudados. 26 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RADIOGRAFIA DO PÉ Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos a radiografia do pé direito. A Anatomia Humana, quando comparada com a anatomia de outros animais (Anatomia Comparada), trouxe grande contribuição para o entendimento de forma e função entre espécies diferentes. Vejamos agora sobre a nomenclatura anatômica. A nômina anatômica constitui o conjunto de termos empregados para indicar e descrever as partes do organis- mo. É a base da linguagem anatômica. A nomenclatura anatômica oficial é escrita em latim, sendo adaptada ou vertida para o vernáculo de cada país. Ela é necessária para o correto entendimento entre todos os que se dedicam ao estudo das ciências básicas e das diversas áreas da saúde. Se- gue abaixo alguns termos anatômicos: Saiba mais Assista a uma super videoaula sobre a introdução da Anatomia Humana. Clique aqui. https://www.youtube.com/watch?v=9y7-Mk31sMo 27 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA Anterior (ventral) próximo à frente do corpo. Posterior (dorsal) distante da frente do corpo. Superior (cranial ou cefálico) próximo à cabeça. Inferior (caudal) voltado em direção ao pé. Medial em direção ao plano mediano. Lateral mais distante do plano mediano. Proximal indica a origem. Distal mais afastado de sua origem. 28 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Intermédio entre medial e lateral. Superficial posição junto ou próximo à superfície externa do corpo. Interno interior de um órgão ou de uma cavidade. Externo oposto a interno. Ipsilateral (homolateral) do mesmo lado do corpo. Contralateral do lado oposto do corpo. Flexão redução de um ângulo entre ossos ou partes corpóreas. Extensão o contrário de flexão.29 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA Abdução movimento que se faz afastando parte do corpo para longe do plano mediano. Adução o contrário de abdução. Oposição movimento em que a polpa digital do polegar é colocada em contato com a polpa digital dos outros dedos. Reposição o contrário de oposição. Protusão posição mais anterior em que a mandíbula é deslocada de sua articulação. Retrusão o contrário de protusão. Elevação elevação de uma parte corpórea. 30 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Depressão o contrário de elevação. Circundução movimento circular. Rotação girar para dentro ou para fora. Eversão movimento que faz a planta do pé para longe do plano mediano. Inversão o contrário de eversão. Pronação movimento em que a palma da mão se volta posteriormente. Supinação o contrário de pronação. 31 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA TERMOS ANATÔMICOS Fonte : Adaptada de Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos dois desenhos de um corpo humano feminino. O da direita está voltado para frente, enquanto o da esquerda está voltado para direita. Há setas que indicam alguns termos anatômicos. Para entender ainda mais sobre os planos anatômicos, assista à videoaula clicando aqui. https://www.youtube.com/watch?v=yIzz0iq3ZqA 32 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 1.3 O CORPO HUMANO 1.3.1 A POSIÇÃO ANATÔMICA Todas as descrições da Anatomia Humana vão se expressar em relação à posi- ção anatômica, a qual é considerada da seguinte forma: homem em posição ereta, olhar fixo no horizonte, estando os braços juntos ao corpo, com as pal- mas da mão voltadas para frente, pernas unidas e os pés voltados para frente. Apesar de não ser uma postura habitual, trata-se de uma referência tanto para descrever as estruturas, como para definir os movimentos realizados pelo ser humano. Na figura anterior, veja a posição anatômica. 1.3.2 DIVISÃO DO CORPO HUMANO O corpo humano é dividido em cabeça, tronco e membros. Essa divisão sim- plificada pode ser detalhada, como visto na figura a seguir. A cabeça compre- ende o crânio e a face; logo após, o pescoço une a cabeça ao tronco, o qual é subdividido em tórax, abdome e pelve. Os membros, tanto superiores quanto inferiores, possuem uma porção radicular e uma porção livre; para o membro superior, a parte radicular corresponde à fixação no ombro, e a parte livre cor- responde a braço, antebraço e mão; para o membro inferior, a parte radicular é o quadril, e a parte livre, a coxa, a perna e o pé. Assista à videoaula da professora Natalia Reineck sobre a posição anatômica e alguns termos de relação. Clique aqui. https://www.youtube.com/watch?v=5c3Pp-b7uwc 33 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA 1.3.3 PLANOS DE DELIMITAÇÃO DO CORPO HUMANO Para as descrições são considerados os planos em que o corpo humano é sec- cionado: mediano (sagital mediano), sagital, coronal e transversal (horizontal). Plano mediano divide o corpo em duas metades por meio de um plano vertical imaginário, que passa pela sutura sagital. As metades esquerda e direita são denominadas antímeros. Planos sagitais são paralelos ao plano mediano; podem ser denominados também como paramedianos. Plano frontal (coronal) plano vertical imaginário, que passa em ângulo reto com o plano sagital mediano, correspondendo à sutura coronal do crânio, dividindo o corpo em partes anterior e posterior. Planos transversais situam-se em ângulos restos com os outros dois planos. Dividem o corpo em partes superior e inferior. 34 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONCLUSÃO A Anatomia Humana estuda a constituição do ser humano, suas partes, loca- lizações e função. Você pôde perceber, nesta aula, que é uma disciplina robus- ta, com termos, conceitos e definições bem específicas, importantes para o perfeito estudo dessa ciência presente em todos os cursos da área da saúde. Sem o conhecimento prévio e introdutório visto, não há como avançar no es- tudo dos diversos sistemas anatômicos. Uma posição anatômica específica deve ser levada em consideração; uma oração criada como forma de respeito ao cadáver a ser estudado; uma nomenclatura correta para universalizar a co- municação, estudo e pesquisa na área. Todas esses, e demais conteúdos, são importantes e devem ser considerados para o estudo da anatomia humana. UNIDADE 2 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 35 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA > Conhecer os ossos do esqueleto humano. > Compreender a anatomia do sistema articular e muscular. 36 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA 2 ANATOMIA DO APARELHO LOCOMOTOR 2.1 INTRODUÇÃO Caro estudante, como vai? Seja bem-vindo a segunda unidade da disciplina de Anatomia Humana. Nela, você estudará três sistemas que, por sinal, são os meus preferidos: o esquelético, o articular e o muscular. Estes três sistemas, juntos, formam o que chamamos de aparelho locomotor, responsável pelo movimento humano, de forma geral. Pense comigo: esta- mos em movimento em praticante todo o momento, seja para comer ou be- ber algo, andar, correr, pular, dançar, praticar exercícios físicos etc. Portanto, preste bastante atenção em cada parte deste material e compreenda esses sistemas anatômicos. Iniciaremos estudando o sistema esquelético e suas particularidades, ou seja, os tipos de ossos, suas funções e localizações. Depois, daremos sequência com o sistema articular e, principalmente, as articulações sinoviais, que são exatamente aquelas responsáveis por movimentar os ossos. Por fim, estuda- remos sobre o sistema muscular, os músculos e seus anexos. 2.2 SISTEMA ESQUELÉTICO Caro estudante, o sistema esquelético, juntamente com o articular e o mus- cular, compõem o aparelho locomotor humano. O esquelético, em particular, é composto pelos ossos. 2.2.1 INTRODUÇÃO AO SISTEMA ESQUELÉTICO Todos os ossos do corpo, no total de 206, formam o esqueleto humano. Cada osso individual é um órgão composto por vários tecidos diferentes que tra- balham em conjunto: osso, cartilagem, tecidos conectivos densos, tecido hemopoético, tecido adiposo e tecido nervoso. Assim, todo o arcabouço de ossos e suas cartilagens constitui o sistema esquelético. 37 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O sistema esquelético estuda o esqueleto e os ossos humanos. O tecido ós- seo e o sistema esquelético realizam várias funções básicas. Observe a seguir quais são elas. Suporte O esqueleto sustenta os tecidos moles do corpo, proporcionando pontos de fixação para os tendões da maioria dos músculos esqueléticos. Proteção O esqueleto exerce função de proteção contra lesões para muitos órgãos internos. Assistência ao movimento Como a maior parte dos músculos esqueléticos está fixada aos ossos, os músculos acabam se contraindo e tracionando os ossos. Assim, trabalhando em conjunto, ossos e músculos produzem movimento. Homeostasia mineral O osso abriga, principalmente, cálcio e fósforo. E, diante da necessidade, o osso libera minerais no sangue, visando à manutenção dos equilíbrios minerais (homeostasia) e acaba distribuindo, também, os minerais para outras regiões do corpo. Produção de eritrócitos A medula óssea vermelha consiste em células sanguíneas em desenvolvimento, adipócitos, fibroblastos e macrófagos. Ela está́ presentenos ossos em desenvolvimento do feto e em alguns ossos adultos, como pelve, costelas, esterno, vértebras, crânio e extremidades dos ossos do braço e da coxa. 38 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA Armazenamento de triglicerídeos A medula óssea amarela consiste, principalmente, em adipócitos que armazenam triglicerídeos. Agora, conheça os tipos de ossos existentes no corpo humano. Os ossos do corpo humano podem ser categorizados em seis classes: Longos Os ossos longos são mais compridos que largos. Eles possuem partes específicas, como as epífises (extremidades) distal e proximal, e a diáfise (o corpo do osso longo). Entre a epífise e a diáfise, há a metáfise, uma cartilagem que assegura o crescimento ósseo. Curtos Os ossos curtos apresentam quase o mesmo comprimento e largura., Como exemplo, há a patela e o tarso (que correspondem a alguns ossos do pé). Planos Os ossos planos são finos e têm formato de lâmina, como os ossos do crânio (frontal e parietal). Há um tecido esponjoso entre duas finas camadas de tecido compacto que formam os ossos do crânio, a díploe. Irregulares Os ossos irregulares apresentam formas complexas e não podem ser inseridos nos grupos anteriores. Um bom exemplo são nossas vértebras. 39 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Sesamoides Ossos sesamoides estão inseridos no interior de tendões. Eles são encontrados na extremidade distal de longos ossos dos membros, onde os tendões cruzam, por exemplo, a patela, no joelho. Ossos sesamoides protegem os tendões do excesso de uso ao reduzir o atrito. Pneumáticos Ossos pneumáticos são ossos que, dotado de cavidades, possuem pequenos orifícios que permitem a passagem do ar chamado forames. Como exemplos, há o osso frontal, o maxilar superior, o etmoide, o esfenoide e o osso temporal. Voltemos a falar sobre um tipo de osso, o osso longo. Os ossos longos pos- suem duas extremidades (epífise) uma distal e uma proximal, separadas pelo corpo do osso, também chamado de diáfise. Externamente e também com mais prevalência na diáfise, o osso longo possui mais osso do tipo compacto, mais resistente. Já nas extremidades predomi- na o chamado osso esponjoso. Caro estudante, o esqueleto humano pode ser dividido em duas porções. Uma mediana, chamada de esqueleto axial, for- mando o eixo do corpo, e composta pelos ossos da cabeça, do pescoço e do tronco (tórax, abdome e dorso). A outra, esquele- to apendicular, forma os membros. Veja primeiro sobre o esqueleto axial. 2.2.2 ESQUELETO AXIAL O esqueleto axial é formado pelos ossos organizados em torno do eixo longi- tudinal do corpo humano. Inicia-se na cabeça e vai até o espaço entre os pés. Os ossos do crânio, ossículos da orelha, osso hioide, costelas, esterno e ossos da coluna vertebral, somando 80 ossos, fazem parte do esqueleto axial. Saiba mais Acesse o link e assista a videoaula sobre a anatomia do sistema esquelético. https://www.youtube.com/watch?v=nfcSF2YoPLE&t=8s 40 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA CRÂNIO O crânio (cabeça) é dividido em neurocrânio, formado pelos oito ossos que estão em contato com o encéfalo e viscerocrânio, formado por 14 ossos re- lacionados com a face e que não têm contato com o encéfalo. Em neona- tos (recém-nascidos) e crianças até dois anos, os ossos do crânio são separados pelos fontículos (fontanelas, ou no popu- lar, “moleiras”). O neurocrânio é formado por um (1) osso frontal, dois (2) parietais, dois (2) tempo- rais, um (1) occipital, um (1) esfenoide e (1) etmoide. Já o viscerocrânio é formado por dois (2) ossos nasais, um (1) vômer, dois (2) palatinos, dois (2) zigomáticos, dois (2) maxilares, uma (1) mandíbula, dois (2) la- crimais, duas (2) conchas nasais inferiores. OSSOS DO NEUROCRÂNIO Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos um crânio com face para direita. Nele, há os ossos com cores diferentes. Em verde, o parietal, em azul escuro o temporal, em vermelho o esfenoide, em amarelo a fossa, em cinza o occipital, e em azul claro o frontal. Saiba mais Acesse o link e assista à videoaula para aprender mais sobre os ossos do crânio. https://www.youtube.com/watch?v=_bt4wrxVkbo&t=15s 41 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 OSSOS DO CRÂNIO Frontal Parietal Nasal Lacrimal Etmoide Esfenoide Occipital Temporal Zigomático Maxila Mandíbula Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos um crânio voltado para esquerda. Nele, há os ossos frontal, parietal, nasal, lacrimal, etmoide, esfenoide, occipital, temporal, zigomático, maxila e mandíbula. OSSOS DO TRONCO – COLUNA VERTEBRAL A coluna vertebral é uma estrutura formada por 33 vértebras, divididas em cinco regiões. São sete vértebras cervicais, 12 torácicas, cinco lombares, cinco sacrais (que formam o osso sacro) e quatro coccígeas (que formam o osso cóccix). Entre as vértebras cervicais torácicas e lombares, há o disco cartilagi- noso intervertebral que funciona como um amortecedor (DANGELO; FATTINI, 2012). 42 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA COLUNA VERTEBRAL Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos uma coluna vertebral em perfil. A região cervical está na cor marrom, a região torácica em azul, a lombar em amarelo, a sacral em verde, e a coccígea em roxo. As vértebras são denominadas conforme a sua posição, utilizando-se a letra inicial da região que ocupa seguida do número de ordem; por exemplo: C4 (quarta vértebra cervical), T12 (décima segunda vértebra torácica), L2 (segun- da vértebra lombar). Por apresentarem características próprias, algumas vér- tebras também são denominadas de modo particular, como no caso da C1 (atlas) e C2 (áxis) (LAROSA, 2016). 43 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A 1ª e 2ª vértebras cervicais são consideradas atípicas e denominadas de atlas (refere-se a um titã grego que carregava o mundo/céu/globo nas costas e áxis (do latim, eixo), respectivamente. As cinco seguintes são consideradas típicas. Com exceção das duas primeiras vértebras da coluna, todas as demais pos- suem as mesmas estruturas típicas. A atlas articula-se com o osso occipital, no crânio, sendo importante para flexão e extensão da cabeça. Já a áxis, por meio do seu processo odontoide (dente do áxis), atua no movimento de ro- tação da cabeça, se articulando com a atlas e com terceira vértebra cervical. A coluna vertebral apresenta curvaturas fisiológicas, quando observada em uma vista lateral, como na figura anterior. A curvatura com concavidade para anterior é denominada lordose, enquanto a curvatura com concavidade para posterior é a cifose (LAROSA, 2016). O sacro, na pessoa adulta, é formado pela fusão de cinco vértebras sacrais. É um osso triangular recurvo, com base superior e ápice inferior e concavidade anterior. Já o cóccix, é o resultado da fusão de três ou quatro vértebras coc- cígeas, sendo um osso irregular, afilado, considerado o vestígio da cauda no extremo inferior da coluna vertebral. OSSOS DO TRONCO – COSTELAS E ESTERNO (TÓRAX) O tórax é uma região formada por 12 pares de costelas, sendo sete de costelas verdadeiras, já que estão ligadas diretamente ao osso esterno por meio de cartilagens próprias; três de costelas falsas, que se interligam em uma única cartilagem para se articularem com o esterno; e dois de costelas flutuantes, que não se articulam ao esterno. O tórax apresenta também o osso esterno, as cartilagens costais e as 12 vértebras torácicas (BECKER, 2018). 44 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicadano D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA COLUNA VERTEBRAL, COSTELAS E PELVE Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos um corpo humano masculino de costas. Há destaque apenas para as costelas, pelve e coluna vertebral. As costelas são ossos arqueados, que se estendem de suas uniões cm a co- luna vertebral à porção anterior da parede do tórax. Já o esterno é um osso localizado na linha mediana (plano mediano) do corpo, na parede anterior do tórax. Ele proporciona inserção anterior às costelas por meio das cartilagens costais. Ele é composto por três partes: manúbrio, corpo e processo xifoide. 45 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 2.2.3 ESQUELETO APENDICULAR O esqueleto apendicular é formado pelos ossos que fazem parte dos mem- bros inferiores, superiores e os ossos que se conectam com os membros do esqueleto axial e possuem 126 ossos (BECKER, 2018). ESQUELETO APENDICULAR Pé Mão Membro inferior Cintura pélvica Membro superior Cintura escapular Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos um esqueleto humano de frente. Os ossos do crânio e do tronco estão na cor branca. Os ossos dos membros superiores e inferiores estão em rosa. 46 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA OSSOS DO MEMBRO SUPERIOR Os membros superiores são formados por quatro segmentos: cíngulo do membro superior e ossos do braço, do antebraço e da mão, que formam a parte livre. O cíngulo do membro superior liga a parte livre do membro supe- rior ao esqueleto axial e é formado pela clavícula e pela escápula (DANGELO; FATINNI, 2012). A escápula é um osso plano e triangular, situado na parte superior do dorso, que tem a função de estabilizar e auxiliar a movimentação dos ombros. Já a clavícula possui uma face superior, lisa e suas extremidades diferem: a medial, que se articula com o esterno, é globosa enquanto a lateral é achatada, e se articula com a escápula. O braço é formado pelo osso úmero, que é um osso longo que se articula su- periormente com a escápula, e inferiormente com os ossos do antebraço (o rádio e a ulna). No antebraço, há os ossos ulna e rádio. A extremidade proximal da ulna asse- melha-se a uma “chave inglesa” e seus acidentes principais podem ser me- lhor identificados examinando-se o osso pela sua face lateral. O rádio, tam- bém um osso longo, possui acidentes ósseos bem característicos também, como a sua cabeça (BECKER, 2018). 47 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 OSSOS DO MEMBRO SUPERIOR Clavícula Escápula Úmero Rádio Ulna Carpo Metacarpo Falanges Acrômio Processo coracoide Tubérculo maior do úmero Cabeça do úmero Tubérculo menor do úmero Fossa coronoide Fossa radial Epicôndilo lateral Capítulo Cabeça do rádio Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos um esqueleto humano do tronco e dos membros superiores. Os ossos dos membros superiores estão na cor amarela. Os do tronco, na cor branca. A mão é formada pelos ossos do carpo, metacarpos e as falanges (proximal, média e distal). Ressalta-se que o primeiro dedo (polegar) só apresenta as falanges proximal e distal. Os oito ossos que constituem o carpo estão articu- lados entre si e são mantidos em posição por fortes ligamentos. Dispõem-se em duas fileiras, proximal e distal. Na fileira proximal estão: escafoide, semilu- nar, piramidal e pisiforme; na fileira distal estão: trapézio, trapezoide, capitato e hamato (GOSLING et al., 2019). 48 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA OSSOS DO CARPO E METACARPO Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos os ossos do metacarpo, em amarelo, e os do carpo, em roxo. Os ossos do metacarpo são numerados de I a V tomando-se por base o lado radial (polegar). O II, III, IV e V podem ser considerados em conjunto. Todos eles apresentam uma base, um corpo e uma cabeça arredondada. As cabe- ças articulam-se com as falanges proximais. OSSOS DO MEMBRO INFERIOR Os membros inferiores são formados pelo cíngulo do membro inferior e os- sos da coxa, joelho, perna e pé. O cíngulo do membro inferior é composto pelo osso do quadril (osso ílio, ísquio e pú- bis) e conecta a parte livre do membro ao esqueleto axial. A união dos dois ossos do quadril (direito e esquerdo), com o osso sacro e o cóccix forma a pelve (na popular “bacia”). Anteriormente, os ossos do qua- dril unem-se na sínfise púbica. Posterior- mente, com o sacro, formam a pelve (LA- ROSA, 2016). O fêmur é um osso longo, considerado o maior osso do corpo humano. Ele apre- senta duas epífises (a proximal e a distal), e um corpo, também chamado de diáfise. Saiba mais Clique aqui para assistir a uma videoaula sobre os ossos do membro inferior https://www.youtube.com/watch?v=fOvfMVLB-zQ 49 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O fêmur articula-se pela sua extremidade proximal com o osso do quadril e pela extremidade distal com a tíbia e a patela. A tíbia e a fíbula são os ossos da perna e classificados como ossos longos. A patela está entre o fêmur e a tíbia e é classificada como um osso sesamoide, e possui forma triangular (GOSLING et al., 2019). OSSOS DO MEMBRO INFERIOR Fêmur Patela Tíbia Fíbula Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos os ossos da pelve e do membro inferior (fêmur, patela, tíbia e fíbula) na cor amarela. O pé possui ossos irregulares articulados entre si, chamados de ossos do tarso. Eles articulam-se com cinco ossos longos, os ossos do metatarso. Por sua vez, os ossos do metatarso articulam-se com as falanges dos dedos. O calcâneo, o tálus, o navicular, o cuboide e os três cuneiformes (medial, lateral e intermé- dio) fazem parte do tarso. Os ossos do metatarso vão de I a V, e as falanges dos dedos compreendem a próxima, média e distal. Apenas o hálux (“dedão do pé”) não possui a falange média. 50 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA 2.3 SISTEMA ARTICULAR Vejamos agora sobre o sistema articular, aquele composto pelas articulações e seus anexos. 2.3.1 INTRODUÇÃO AO SISTEMA ARTICULAR Uma articulação anatômica é formada quando duas superfícies articulares ósseas, revestidas por cartilagem hialina, têm contato e, geralmente, movi- mentam-se entre si. Com isso, os movimentos existentes em cada articulação são determinados pelo formato de suas superfícies articulares. Para classificar as articulações de acordo com suas características estruturais e fun- cionais, deve-se saber se os ossos estão conectados por tecido conjuntivo fibro- so ou cartilagem, se articulam-se entre si dentro de uma cápsula articular e quais são os graus de mobilidade, variando de móvel, pouco móvel ou imóvel. Dessa for- ma, podem ser classificadas em três gran- des grupos: fibrosas, cartilaginosas e sino- viais (DANGELO; FATTINI, 2012). As articulações fibrosas apresentam mo- bilidade reduzida por não terem uma ca- vidade articular e os ossos se interpõem através de tecido conjuntivo fibroso. O espaçamento entre eles pode ser estreito ou largo e podem ser subdividas em três tipos: suturas, sindesmoses ou gonfoses. Por serem estreitas e formadas por uma junção fibrosa, as suturas promovem proteção aos órgãos internos, e seu maior exemplo são as articulações entre os ossos do crânio. Apesar da mobilidade ser reduzida nesse tipo de articula- ção, o tecido conjuntivo interposto proporciona pequeno grau de elasticidade ao crânio. Exceto pela mandíbula, toda estrutura óssea do crânio é unida por estruturas, as quais, juntamente com o tecido conectivo fibroso que as une contribuem na proteção do cérebro e na formaçãodo rosto. Saiba mais Saiba mais sobre os ossos do membro inferior, acesse o link! https://www.youtube.com/watch?v=RsanA4Cb24Q&t=10s 51 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Quanto as sindesmoses, os ossos encontram-se afastados, mas unidos por uma estreita faixa de tecido conjuntivo fibroso (ligamentos) ou por uma ca- mada de tecido denominada membrana interóssea. Como exemplos há ossos lon- gos como os encontrados no antebraço e na perna. Ainda, as gonfoses são as jun- ções fibrosas especializadas existentes entre as raízes dos dentes e seus receptá- culos na mandíbula e no maxilar. Nas articulações cartilaginosas os ossos não possuem cavidade articular e são uni- dos por cartilagem hialina ou fibrocartila- gem, o que permite sua classificação em sincondrose ou sínfise, respectivamente. Em ambas a mobilidade é reduzida. A sincondrose pode ser permanente, como a articulação existente entre o es- terno e as costelas, ou temporária, como ocorre durante o crescimento ósseo, onde a diáfise se une à epífise por meio de cartilagem hialina. A fibrocartilagem é formada por diversos feixes de fibras colágenas o que jus- tifica, em partes, as sínfises suportares maior resistência e força de tração e flexão. Podendo ser faixas estreitas ou largas, exemplos desse tipo de articu- lação incluem a sínfise púbica e os discos intervertebrais que se interpõem entre os corpos das vértebras (GOSLING et al., 2019). Saiba mais Veja o vídeo sobre a anatomia do sistema articular. Clique aqui. https://www.youtube.com/watch?v=RsanA4Cb24Q&t=10s 52 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA DISCO INTERVERTEBRAL. núcleo pulposo ânulo fibroso forame intervertebral corpo vertebral vista lateral vista superior Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos duas peças ósseas. A da direta, em vista superior, uma vértebra com o disco intervertebral logo acima. A da esquerda, duas vértebras em perfil, com um disco intervertebral entre elas. 2.3.2 ARTICULAÇÃO SINOVIAL Diferentemente de todos os outros tipos de articulações, as articulações sino- viais possuem cavidade articular e não se unem por tecidos conjuntivos fibro- sos ou cartilagem. Essa característica promove mobilidade, pois possibilita o deslizamento de uma superfície óssea contra a outra, uma vez que o meio de união entre os ossos nesse tipo de articulação é dado pela cápsula articular e a cavidade da articulação é preenchida por líquido sinovial que lubrifica a articulação. Dessa forma, sua estrutura é formada por cavidade articular (re- coberta pela cartilagem articular), cápsula articular, membrana sinovial (que produz o líquido sinovial) e pelo líquido sinovial, os quais criam um espaço virtual que permite o deslizamento das partes ósseas com o mínimo de atrito e desgaste possível. A cavidade articular dos ossos é recoberta pela cartilagem articular, uma fina camada de cartilagem hialina que promove proteção ao osso subjacente quando um movimento é realizado. Trata-se de um tecido não vascularizado e não inervado, sendo nutrido pelo líquido sinovial. 53 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ARTICULAÇÃO SINOVIAL Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos uma articulação sinovial com algumas de suas estruturas, como a membrana sinovial, a cápsula articular, a cavidade articular e a cartilagem articular. Assim como a cápsula articular, os ligamentos têm o papel mecânico de manter a união dos ossos, impedindo movimentos indesejáveis e limitando a amplitude dos movimentos ao que é considerado normal. Trata-se de uma banda de tecido fibroso que une os ossos adjacentes e pode ser um espessa- mento da cápsula, ser interno a ela, ou externo. Seu papel é passivo, pois não se contraem como ocorre com os músculos, sendo então inextensíveis. Dessa forma, dependendo da posição da articulação, os ligamentos ficam tensos ou relaxados (BECKER, 2018). 54 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA Os ligamentos possuem sensibilidade proprioceptiva, pois possuem recep- tores nervosos sensitivos que informam ao sistema nervoso central informa- ções como velocidade, movimento, posição da articulação, estiramento e dor (CALAIS-GERMAIN, 2010). Já as bolsas sinoviais (ou bursas) atuam como amortecedores em articulações sinoviais. São consideradas fendas presentes no tecido conjuntivo entre os músculos, tendões, ligamentos e ossos. Elas se constituem por sacos fecha- dos de revestimento sinovial e possuem como objetivo facilitar o deslizamen- to de músculo sobre proeminências ósseas ou ligamentosas. Entre as articulações sinoviais, algumas possuem entre as superfícies articu- lares formações de fibrocartilagem denominadas discos e meniscos intra-ar- ticulares que têm por objetivo melhorar a adaptação das superfícies ósseas, aumentando a congruência da articulação. Exemplos de discos interarticula- res podem ser encontrados na articulação temporomandibular, enquanto os meniscos podem ser localizados na articulação do joelho. 2.4 SISTEMA MUSCULAR Para finalizar o aparelho locomotor, vamos agora estudar sobre os músculos. 2.4.1 INTRODUÇÃO AO SISTEMA MUSCULAR Os músculos são formados por conjuntos de células alongadas, que, devido às suas características morfológicas, são denominadas de fibras musculares. Dentre as propriedades das fibras musculares, encontram-se a contratilida- de/relaxamento e a elasticidade, que possibilitam aos músculos, quando es- timulados por um impulso nervoso motor, alterar a sua forma e encurtar-se, caracterizando a contração, e voltar à forma inicial quando cessar a estimu- lação, caracterizando o relaxamento. Estrutural e funcionalmente podem-se identificar três tipos de músculos: músculo liso, músculo estriado cardíaco e músculo estriado esquelético. 55 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 TIPOS DE MÚSCULOS Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos três tipos de músculos, em uma vista histológica, ou seja, microscópica. Na esquerda o músculo esquelético, no centro o músculo liso, na direita o músculo cardíaco. Músculo liso encontrado nos órgãos internos (sistema digestório, respiratório, urinário, reprodutor e parede de vasos sanguíneos). Esse tipo de músculo não apresenta estrias ao microscópio e realiza movimentos lentos, que não estão sujeitos ao controle voluntário, ou seja, são involuntários. Músculo estriado cardíaco encontrado somente no coração. Esse tipo muscular, que revela um aspecto estriado ao microscópio, é de contração rápida e voluntária Músculo estriado esquelético encontrado unido aos ossos do esqueleto. Esse tipo de músculo realiza os movimentos rápidos e voluntários. Vamos focar nos músculos estriados esqueléticos agora. Eles possuem duas partes: o ventre e o tendão. O ventre é a porção carnosa e contrátil, de cor ver- melha, e é constituído por fibras musculares, que são células especializadas as quais se contraem sob estimulação nervosa, possibilitando a realização de movimentos. 56 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA As fibras musculares estriadas esqueléticas que constituem o ventre, como todas as células do corpo, são delicadas, contudo, cabe a elas realizar trabalho que exige grande resistência, em função das reações a que são submetidas durante a contração muscular. Essa resistência é obtida graças a envoltórios de tecido conjuntivo que se associam aos músculos. PARTES DO MÚSCULO ESQUELÉTICO Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos a representação de uma fibra muscular aumentada. Nela háo perimísio, o endomísio, o epimísio, o fascículo, o tendão e o osso. Uma membrana de tecido conjuntivo denso, o epimísio, envolve o músculo todo; dela partem septos de tecido conjuntivo para o interior dos músculos, o que denominamos de perimísio. O perimísio envolve grupos de fibras mus- culares formando os fascículos. Cada fibra muscular, por sua vez, é envolvida Caro estudante, sugiro a você que assista ao vídeo do professor Rogério Gozzi. Ele explica a diferença entre os músculos liso, estriado cardíaco e estriado esquelético. Clique aqui. https://www.youtube.com/watch?v=ChGAO-qi0z8 57 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 por uma membrana delicada de tecido conjuntivo, o endomísio. O epimísio, perimísio e endomísio se prolongam além das fibras musculares e irão formar os tendões musculares (DANGELO; FATTINI, 2012). A fáscia muscular é um anexo do músculo. Ela é uma lâmina de tecido con- juntivo que está localizada envolvendo cada e todo o músculo. Dependendo da sua função, varia-se a espessura da fáscia muscular, de músculo para mús- culos. Tem também como função auxiliar o músculo a exercer eficientemen- te um trabalho de tração ao se contrair. Outra função desempenhada pelas fáscias é permitir o fácil deslizamento dos músculos entre si. Vejamos agora sobre o tendão. O tendão é branco e brilhante, rico em coláge- no, e é a parte passiva do músculo. Muito resistente, fixa os músculos aos os- sos, às cartilagens ou à pele. Quando o tendão é largo e plano, é denominado aponeurose. A maioria dos músculos possui dois tendões, localizando-se um em cada extremidade do ventre, contudo existem músculos constituídos por vários ventres intercalados por tendões. Há também músculos com mais de um tendão nas extremidades do ventre, como o músculo bíceps, que possui dois tendões proximais, e o músculo flexor superficial dos dedos, que possui vários tendões distais. Os pontos de fixação do tendão do músculo no osso, na cartilagem, ou em outros órgãos, são denominados de origem e de inserção. Origem é ponto de fixação proximal, o ponto fixo, que não se desloca durante o movimento. Inserção é o ponto de fixação distal, o ponto móvel, que se desloca em direção à origem. Quer um exemplo? O músculo braquial está preso anteriormente no úmero e na ulna, localizado atravessando a articulação do cotovelo. Na sua contração, ele realiza a flexão do antebraço (cotovelo). Sua extremidade umeral (ou pro- ximal) é a origem e sua extremidade ulnar (ou distal), a inserção. 58 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA 2.4.2 MÚSCULOS DO TRONCO Vamos iniciar pela parte posterior do tronco, o dorso. Os músculos do dorso, ou seja, da região posterior do tronco, estão dispostos em anteriores e poste- riores. Fazem parte dos músculos anteriores pré-vertebrais os músculos do pescoço e os da parede posterior do abdome. Os posteriores, pós-vertebrais, compreen- dem diversos músculos. Mais superficial- mente, estão o trapézio e o latíssimo do dorso; em posição média, estão o m. le- vantador da escápula, os mm. romboide maior e menor, e os mm. serrátil posterior superior e serrátil posterior inferior; mais profundamente, situam-se os músculos do dorso propriamente dito ou pós-verte- brais profundos (DANGELO; FATTINI, 2012). No tórax, os mm. intercostais externos se estendem, em cada espaço intercostal, do ângulo do tubérculo costal à junção costocondral, formando a camada externa. São músculos responsáveis pela inspiração. Já os mm. intercostais internos formam a camada interna e se es- tendem da extremidade medial dos espaços intercostais até o ângulo da cos- tela. São músculos responsáveis pela expiração. Os músculos toracoapendiculares são o peitoral maior, o peitoral menor, o subclávio e o serrátil anterior, os quais fazem a conexão do membro superior com o esqueleto axial e se situam anteriormente. O m. serrátil anterior vai da 1.ª a 8.ª costelas e fica parcialmente coberto pelo m. peitoral menor. Ele atua aproximando a escápula do tórax e elevando as costelas, o que faz dele um potente inspirador (BECKER, 2018). Vejamos agora sobre os músculos abdominais. Três músculos laminares – o oblíquo externo (rotação do tronco), oblíquo interno (rotação do tronco) e o transverso do abdome (sustentação da coluna) – superpõem-se na parede anterolateral do abdome, com as fibras orientadas em sentido oposto ou pelo menos diferente. Saiba mais Clique aqui para ver um vídeo sobre os músculos do dorso. Clique aqui. https://www.youtube.com/watch?v=xe6v-w6Tal8 59 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O 2.º grupo de músculos da parede do abdome situa-se no plano mediano e está constituído pelo m. reto do abdome e pelo m. piramidal. O músculo reto do abdome é um músculo poligástrico, isto é, apresenta diversos ventres musculares. É um potente flexor do tronco. 2.4.3 MÚSCULOS DOS MEMBROS Vamos iniciar pelos músculos do ombro, no membro superior. Todos os mús- culos dessa região (deltoide, supraespinal, infraespinal, redondo menor, re- dondo maior e subescapular) nascem no cíngulo do membro superior e se inserem no úmero. MÚSCULO DELTOIDE Fonte: Wikimedia Commons (2021) #PraCegoVer Na imagem temos um esqueleto humano, da cintura para cima, na cor branca. Em destaque, na cor vermelha, há o músculo deltoide, em ambos os lados. Os músculos da região anterior do braço são o coracobraquial, o braquial e o bíceps braquial. A região posterior tem somente um músculo mais significa- tivo, o tríceps braquial. 60 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA MÚSCULO BÍCEPS BRAQUIAL Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos um esqueleto humano, da cintura para cima, na cor branca. Em destaque, na cor vermelha, há o músculo bíceps braquial, em ambos os lados. No antebraço temos o m. pronador redondo, m. flexor radial do carpo, m. flexor ulnar do carpo, m. flexor superficial dos dedos, m. flexor profundo dos dedos, m. flexor longo do polegar, m. pronador quadrado, m. braquiorradial, mm. extensores radiais longo e curto do carpo, m. extensor ulnar do carpo, m. extensor dos dedos, m. supinador, m. abdutor longo do polegar, m. extensor do indicador e mm. extensores longos e curto do polegar. Vejamos agora sobre o membro inferior, iniciando pelos músculos da pelve. As paredes lateral e posterior da pelve são revestidas pelos mm. obturador interior, piriforme e coccígeo. O assoalho da pelve está revestido por múscu- los que formam o chamado diafragma da pelve ou trígono anal. Essa lâmina muscular que oblitera a abertura inferior da pelve compreende o m. coccígeo e o m. levantador do ânus, muito mais importante. A cavidade pélvica situa-se superiormente ao diafragma da pelve; inferiormente a ele, situa-se o períneo. Comumente, divide-se o m. levantador do ânus em três partes: mm. pubo- coccígeo, puborretal e iliococcígeo. 61 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Entre as fáscias superficial e a membrana do períneo, existe um espaço, com- pletamente fechado, o espaço superficial do períneo. Três músculos ocupam o espaço superficial do períneo, também chamado de trígono urogenital: transverso superficial do períneo, isquiocavernoso e bulboesponjoso. Os músculos da região anterior da coxa são o: iliopsoas, quadríceps femoral (formado pelo m. reto femoral e os mm. vasto lateral, intermédio e medial) e o sartório. MÚSCULOS ANTERIORES DO QUADRIL E COXA E INTERNOS DE COXA Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos alguns músculos internos de coxa, anteriores de coxa e anteriores de quadril, todos na cor vermelha. Os músculos da região medial dacoxa são o pectíneo, o grácil e os adutores longo, curto e magno. 62 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA O m. glúteo máximo é o mais espesso e forte dos glúteos. O m. glúteo médio se origina no ílio, en- tre as linhas glúteas anterior e posterior, e possui inserção na face lateral do tro- cânter maior. Já o m. glúteo mínimo tem origem no ílio, entre as linhas glúteas infe- rior e anterior, insere-se na borda anterior do trocânter maior. Tanto o glúteo médio quanto o mínimo atuam como abdutores e flexores do quadril. O m. tensor da fáscia lata origina-se na espinha ilíaca anterossuperior e no lábio externo da crista ilíaca e insere-se no trato iliotibial. É, principalmente, um flexor da coxa, atuando sinergicamente com o m. iliopsoas. Além disso, auxilia a rota- ção medial da coxa e tensiona a fáscia lata. Os músculos da região posterior da coxa são conhecidos em conjunto como músculos do jarrete ou isquiotibiais, e cruzam, posteriormente, as articula- ções coxofemoral e do joelho. São os m. bíceps femoral (com suas cabeças longa e curta), semitendíneo e semimembranáceo. Os músculos da região posterior da perna são divididos em superficiais e pro- fundos. Os superficiais são o gastrocnêmio e o sóleo, que em conjunto for- mam o tríceps sural, o qual determina a forma e o volume da panturrilha. Também o m. plantar tem posição superficial. Saiba mais Não se esqueça de assistir ao vídeo sobre os músculos do membro inferior. Clique aqui. https://www.youtube.com/watch?v=ChGAO-qi0z8 63 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 MÚSCULO GASTROCNÊMIO Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos os dois músculos gastrocnêmio, um em cada parte posterior da perna, na cor vermelha. Os músculos profundos são: o poplíteo, os flexores longos do hálux e dos dedos e o tibial posterior. Somente dois músculos estão situados na região lateral da perna: os fibulares longo e curto. Os músculos anteriores da perna agem sobre a articulação do tornozelo e as ar- ticulações do tarso, resultando em movi- mento do pé. São eles: m. tibial anterior, extensor longo do hálux, extensor longo dos dedos e fibular terceiro. Saiba mais Veja o vídeo sobre os músculos da coxa. https://www.youtube.com/watch?v=67qS5njUqM8. 64 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA CONCLUSÃO Caro estudante, finalizamos aqui a unidade 2. Você pode perceber que sem o sistema esquelético, o ser humano seria incapaz de se sustentar em pé e sentado, e muito menos de caminhar. É um sistema anatômico robusto, composto por 206 ossos (no adulto), que possui funções vitais. Tratando-se de crânio e face, são 22 ossos que compõem o neurocrânio e o viscerocrânio. A coluna vertebral, formada por 33 vértebras, caracteriza-se como o pilar de sustentação do corpo humano. Na inexistência das articulações, os ossos não poderiam ser conectados, e os músculos não teriam função de movimentação (contração / relaxamento), no caso das sinoviais. Estruturas complexas e dinâmicas formam as articulações, dando a elas capacidades de sustentação e/ou movimentação. Vimos também que o sistema muscular é constituído pelo conjunto de mús- culos localizados ao longo de nosso corpo. Existem 659 músculos no corpo humano, os quais representam em torno de 40 a 50% do peso corporal. Os músculos são capazes de se contrair e de se relaxar, gerando movimentos que nos permitem andar, correr, saltar, nadar, escrever, impulsionar o alimen- to ao longo do tubo digestório, promover a circulação do sangue no organis- mo, urinar, defecar, piscar os olhos, rir e respirar, dentre outras possibilidades. 65 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 UNIDADE 3 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 66 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA > Compreender as estruturas que fazem parte do sistema circulatório. > Estudar a anatomia do sistema respiratório. 67 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA 3 ANATOMIA DO SISTEMA CIRCULATÓRIO E RESPIRATÓRIO 3.1 INTRODUÇÃO Caro estudante, como vai? Seja bem-vindo a terceira unidade da disciplina de Anatomia Humana. Nela, você estudará três sistemas: cardiovascular, linfático e respiratório. Vamos lá? 3.2 SISTEMA CIRCULATÓRIO CARDIOVASCULAR O sistema circulatório compreende o cardiovascular e o linfático. O sistema cardiovascular é composto pelo coração e os vasos, tendo como função a cir- culação do sangue pelos tecidos do corpo para a oxigenação e a nutrição do organismo; pela coleta dos produtos do metabolismo celular (como o dióxi- do de carbono para redistribuição ou eliminação); pela participação nos me- canismos de defesa do corpo; manutenção da temperatura corporal; e pela distribuição de hormônios e via de administração de medicamentos. Vamos iniciar pelo coração? 3.2.1 CORAÇÃO O coração é um órgão muscular oco, contrátil, com formato de cone, com base superior e ápice inferior. Está localizado na cavidade torácica, entre os dois pulmões, superiormente ao músculo diafragma, posteriormente ao osso esterno e cartilagens costais, anteriormente ao esôfago e à coluna vertebral torácica, em um espaço denominado de mediastino. Na base do coração, es- tão os vasos da base do coração, vasos sanguíneos venosos que entram nos átrios e artérias que saem dos ventrículos (DANGELO; FATTINI, 2012). O coração apresenta quatro cavidades: átrios direito e esquerdo; e ventrículos direito e esquerdo. Internamente, os átrios estão separados entre si pelo septo interatrial e os ventrículos pelo septo interventricular. Assim, a comunicação entre as cavidades cardíacas se pelas valvas cardíacas. No lado direito, está a valva atrioventricular direita (tricúspide) e, no lado esquerdo, a valva atrioven- tricular esquerda (bicúspide) (DANGELO; FATTINI, 2012). 68 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA DO CORAÇÃO Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem, há o desenho de um coração humano e suas estruturas internas, e algumas externas. O coração está na cor vermelha clara. As veias estão em azul, enquanto as artérias em vermelho escuro. Na superfície externa do coração, em cada um dos átrios há projeções denominadas aurículas, que amortecem o impacto do sangue que chega até eles. 69 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA As paredes do coração são constituídas por três camadas de tecidos com es- pessuras diferentes: Pericárdio É a camada mais externa. Contribui para a fixação do coração nas estruturas vizinhas na cavidade torácica, e reveste também o início dos vasos da base do coração. Miocárdio É a camada média e mais espessa do coração, formado por músculo estriado cardíaco. Está presente tanto em átrios quanto em ventrículos em espessuras diferentes. Endocárdio É a camada mais interna. Reveste o interior de todas as câmaras cardíacas. No interior das cavidades cardíacas, o miocárdio forma saliências irregulares, denominadas trabéculas cárneas. As que emergem das paredes atriais são denominadas músculos pectíneos e as das paredes ventriculares, os músculos papilares. Nos ápices desses pilares, pren- dem-se as cordas tendíneas, filamentos delgados fixados em uma das extremida- des aos músculos papilares e em outra a cada válvula das valvas atrioventriculares. A camada de tecido conjuntivo e células endoteliais (endotélio) que reveste o in- terior das cavidades cardíacas e as super- fíciesdas valvas do coração é o endocár- dio, impermeável ao sangue e contínuo com o endotélio dos vasos sanguíneos (DANGELO; FATTINI, 2012). Saiba mais Caro estudante, clique no link e assista a uma videoaula sobre a anatomia do sistema cardiovascular. https://www.youtube.com/watch?v=761HjdBB3FA 70 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3.2.2 VASOS SANGUÍNEOS Os vasos sanguíneos representam uma série de tubos de diferentes diâme- tros, formando extensa e complexa rede que se ramifica e se distribui por todos os tecidos do corpo, conduzindo o sangue. Basicamente, existem três tipos de vasos sanguíneos: artérias, veias e capilares. De modo geral, o sangue que circula pelas artérias possui maior concentração de oxigênio (sangue arterial), exceto o tronco pulmonar e suas ramificações que transportam sangue com maior concentração de dióxido de carbono (sangue venoso). De acordo com Moore, Dalley e Agur (2014), as artérias rea- lizam a irrigação do corpo. As pequenas artérias são denominadas arteríolas. As veias são vasos sanguíneos que conduzem o sangue de volta ao coração (retorno venoso), terminando nos átrios. Transportam sangue rico em dióxido de carbono, exceto as veias pulmonares, pois transportam sangue oxigenado dos pulmões para o átrio esquerdo do cora- ção. As veias são mais numerosas do que as artérias e têm localização superficial ou profunda, variando o diâmetro em pe- queno, médio e grande. As veias do corpo unem-se, sucessivamente, e formam as veias cavas superior e inferior e o seio co- ronário, que desembocam no átrio direi- to do coração, e as veias pulmonares, que desembocam no átrio esquerdo. Saiba mais Caro estudante, clique aqui e saiba mais sobre os vasos sanguíneos. https://www.youtube.com/watch?v=yWZtY1grl6Q 71 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA VASOS SANGUÍNEOS Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem, há um esquema que mostra na cor vermelha as artérias, arteríolas e capilares arteriais. Na cor azul, mostra as veias, vênulas e capilares venosos. Já nos capilares é possível a realização de trocas entre o sangue e os tecidos e vice-versa. Desse modo, o oxigênio do sangue passa para o tecido e o dióxido de carbono do tecido incorpora-se ao sangue. O mesmo acontece com os de- mais compostos químicos presentes no sangue e nos tecidos. 3.2.3 CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA O sangue percorre a rede de vasos sanguíneos por dois circuitos fechados diferentes, a pequena circulação ou circulação pulmonar, e a grande circula- ção ou circulação sistêmica. Na circulação pulmonar, o trajeto percorrido pelo sangue venoso presente no átrio direito passa pelo ventrículo direito, tronco pulmonar, por meio das artérias pulmonares direita e esquerda conduzindo aos pulmões, as quais, após ramificações, originam os capilares sanguíneos que permitem a hematose – eliminação do dióxido de carbono e incorpora- ção do oxigênio ao sangue. O sangue retorna ao átrio esquerdo pelas quatro veias pulmonares (LAROSA, 2016). 72 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A circulação sistêmica transporta sangue oxigenado para todos os tecidos do corpo e retorna com o sangue venoso dos tecidos para o átrio direito. Assim, o sangue oxigenado sai do ventrículo esquerdo pela aorta, que se ramifica pelo corpo, originando arteríolas e capilares que permitem as trocas entre o san- gue e os tecidos. À medida que as trocas vão ocorrendo, os capilares unem-se gradativamente, formando vênulas e veias que retornam o sangue ao cora- ção (LAROSA, 2016). 3.3 SISTEMA CIRCULATÓRIO LINFÁTICO Agora vejamos outro sistema circulatório, o linfático. O sistema linfático com- preende os órgãos responsáveis pela drenagem e filtração da linfa para a cir- culação sanguínea, além de órgãos integrantes do sistema imune. É formado pelos capilares, vasos e ductos linfáticos, linfonodos, baço, timo e tonsilas. 3.3.1 LINFA E CAPILARES LINFÁTICOS A linfa é o líquido de composição química semelhante à do plasma sanguíneo presente nos espaços intersticiais, resultante das trocas entre o sangue dos capilares e os tecidos. É drenada por uma rede de capilares e vasos linfáticos paralelos aos vasos sanguíneos. Inicia-se em capilares linfáticos. Os capilares linfáticos são vasos de diminuto calibre de constituição semelhante à dos capilares sanguíneos. Iniciam-se como um tubo “cego” e por confluências formam vasos linfáticos. 73 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA Os vasos linfáticos do membro superior direito e das metades direita do tó- rax, da cabeça e do pescoço, drenam a linfa para o ducto linfático direito, que desemboca na junção das veias subclávia direita e jugular interna direita. Já os vasos linfáticos do membro inferiores, pelve, abdome, membro superior esquerdo e metades esquerda do tórax, do pescoço e da cabeça drenam a linfa para o ducto torácico, que desemboca na junção das veias subclávia es- querda e jugular interna esquerda (MIRANDA NETO, 2012). 3.3.2 BAÇO E TIMO O baço é um órgão de formato oval do sistema linfático localizado na região superolateral esquerda da cavidade abdominal, inferiormente ao músculo diafragma, superior ao rim esquerdo, ao nível da 10ª costela relacionado com o processo imune entre outras funções (DANGELO; FATTINI, 2012). O baço atua como reservatório de sangue, como local de destruição de hemácias velhas e de partículas estranhas, como local de maturação de linfócitos B, participa do sistema imune e no período fetal inicial produz células sanguíneas. 74 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SISTEMA LINFÁTICO Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem, há o desenho de um corpo feminino, olhando para a direita. Há as indicações de estruturas do sistema linfático. Já o timo é um órgão do sistema linfático e uma glândula endócrina encon- trado na cavidade torácica, posteriormente ao osso esterno, sobre o coração. Produz os hormônios timosina e timopoitina e está relacionado com o siste- ma imune (maturação dos linfócitos T). 75 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA 3.3.3 TONSILAS As tonsilas são pequenos órgãos do siste- ma linfático, constituídas de tecido linfoi- de e relacionadas com a defesa do orga- nismo. Na região posterior da parte nasal da faringe, situa-se a tonsila faríngea; na parte nasal da faringe próxima ao óstio faríngeo da tuba auditiva, as tonsilas tu- bárias; na fossa tonsilar do istmo da fauce, situam-se as tonsilas palatinas; e, na face superior da raiz da língua, posteriormen- te ao sulco terminal estão as tonsilas lin- guais (MIRANDA NETO, 2012). 3.4 SISTEMA RESPIRATÓRIO O sistema respiratório é constituído por um conjunto de órgãos tubulares ocos e alveolares, localizados na cabeça, pescoço e cavidade torácica, respon- sáveis pela respiração e fonação. Respiração É o processo de trocas gasosas entre o organismo e o meio ambiente, sendo dividida em duas fases: inspiração e expiração, nas quais ocorrem, respectivamente, a absorção pelo organismo de oxigênio (O2) e a eliminação de gás carbônico (CO2) resultante de oxidações celulares e trocas gasosas indiretas. Fonação Ocorre devido à variação da tensão das pregas vocais, na laringe, quando o ar expirado passa por meio delas e ressoa nas caixas de ressonância do sistema. Saiba mais Caro estudante, clique no link e assista a uma videoaula sobre a anatomia do sistema linfático. https://www.youtube.com/watch?v=7u2HltA4Bpo 76 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Asvias respiratórias são divididas em duas porções: condutora e respiratória. A porção condutora compreende as cavidades nasais, nasofaringe, laringe, traqueia, um par de brônquios principais. SISTEMA RESPIRATÓRIO Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem, há o desenho de um corpo masculino olhando para a direita. Há indicação de estruturas do sistema respiratório. Já a porção respiratória localizada nos pulmões é a parte onde ocorrem as trocas gasosas e são constituídas por bronquíolos respiratórios, ductos alveo- lares, sacos alveolares e alvéolos (MIRANDA NETO, 2012). 77 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA 3.4.1 NARIZ, CAVIDADE NASAL, FARINGE E LARINGE O nariz é uma saliência pirâmide-triangular, ímpar, localizado medianamen- te na face (viscerocrânio). Recobre a entrada da cavidade nasal, apresentando as seguintes partes: ápice, base, raiz, dorso, asas e aberturas denominadas narinas direita e esquerda. Ápice é a região inferior e livre do nariz. Raiz é a região superior e fixa, e encontra-se entre os supercílios. Dorso é a região entre o ápice e a raiz. Asas são as regiões laterais do nariz. Narinas comunicam a cavidade nasal na região do vestíbulo com o meio externo. O vestíbulo do nariz (nasal) é uma pequena depressão, limitada pelas carti- lagens do nariz, revestido internamente por pele que apresenta pelos bem desenvolvidos denominados vibrissas. 78 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O esqueleto do nariz constitui-se de uma parte óssea formada pelo osso na- sal e pelo processo frontal da maxila, uma parte cartilagínea formada pelas cartilagens: do septo do nariz, alar maior, alares menores, lateral do nariz, e pelos músculos da mímica facial, que servem para dilatar as narinas durante as inspirações e comprimir o nariz durante as expirações. O septo nasal divi- de a cavidade nasal em dois compartimentos, direito e esquerdo (DANGELO; FATTINI, 2012). A cavidade nasal é uma escavação situada no interior do viscerocrânio, e apresenta duas aberturas: uma anterior, denominada abertura piriforme, identificável no esqueleto da face, na qual ocorre o nariz externo; e uma pos- terior, denominada coana, que comunica a cavidade nasal com a parte nasal da faringe. Divide-se didaticamente em partes que formam suas quatro paredes. As pa- redes laterais são bastante irregulares e complexas por apresentarem várias saliências e depressões. São formadas por partes dos ossos maxilares, palati- nos, conchas nasais inferiores e etmoide. As saliências são denominadas con- chas nasais superior e média, as quais fazem parte do osso etmoide, e concha nasal inferior, que é um osso independente (DANGELO; FATTINI, 2012). Os espaços situados abaixo das conchas nasais, denominados meatos nasais, são em número de três: meato nasal superior, situado abaixo da concha nasal superior; meato nasal médio, situado abaixo da concha nasal média; e meato nasal inferior, situado abaixo da concha nasal inferior. No meato nasal mé- dio, estão localizados os orifícios que comunicam a cavidade nasal com os seios paranasais. São eles: bolha etmoidal, que comunica essa cavidade com o osso etmoide por ser o local de abertura das células do grupo médio do seio etmoidal; hiato semilunar, que é uma abertura em forma de meia-lua, que O nariz é responsável pela filtração do ar feita pelas vibrissas; umidificação feita pelo muco secretado pelas glândulas presentes na mucosa e aquecimento do ar pelo contato com a mucosa altamente vascularizada da cavidade nasal. 79 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA comunica a cavidade nasal com as células do grupo anterior do seio etmoi- dal e com o seio maxilar; e infundíbulo etmoidal, onde se abre o seio frontal. No meato nasal superior, está localizada a abertura das células etmoidais do grupo posterior. No meato nasal inferior, encontra-se o orifício de abertura do ducto lacrimonasal que comunica a cavidade nasal à cavidade da órbita. Aci- ma e atrás da concha nasal superior, está localizado o recesso esfenoetmoidal, que comunica a cavidade nasal com o seio esfenoidal. Agora, vamos falar sobre a faringe. A faringe é um hemitubo musculomem- branoso afunilado, que se estende da boca até o esôfago, localizada no pesco- ço, entre a base do crânio e a C6. Constitui uma via de entroncamento entre os sistemas digestório e respiratório. É dividida didaticamente em três partes: nasal, oral e laríngea. A maior parte do anel linfático é composta pelas tonsilas: faríngeas, tubárias, linguais e palatinas (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Os seios paranasais são cavidades existentes nos ossos pneumáticos localizados ao redor da cavidade nasal e que se comunicam com ela, abrindo-se ao nível dos meatos do nariz. Os seios paranasais contêm ar no seu interior e recebem o nome dos ossos nos quais estão localizados e, por isso, são denominados: seios frontais, seios maxilares, seios esfenoidais e seios etmoidais. Sua principal função é participar do aquecimento, umidificação e filtração do ar inspirado, sendo considerado um órgão erétil. 80 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA CAVIDADE NASAL, FARINGE E LARINGE Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem, há o a representação de uma cabeça humana pela metade, em um corte mediano, e as indicações de estruturas da cavidade nasal, faringe e laringe. Continuando nas estruturas do sistema respiratório, temos a laringe. A laringe é um órgão ímpar, mediano, simétrico, musculocartilaginoso, localizado na parte mediana do pescoço na altura das vértebras cervicais inferiores, ante- riormente à parte laríngea da faringe, com a qual se comunica por meio do ádito da laringe, e inferiormente se comunica com a traqueia por meio de sua continuidade com esse órgão, sendo maior no homem que na mulher. A laringe funciona como uma válvula durante a deglutição, impedindo a en- trada de alimentos nas vias aéreas inferiores. Mantém aberta a passagem de ar e participa da fonação (DANGELO; FATTINI, 2012). 81 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA Estruturalmente, o arcabouço da laringe é constituído por nove cartilagens, duas membranas, quatro ligamentos, duas articulações e sete músculos, re- vestidos internamente por mucosa. As membranas e os ligamentos do órgão são responsáveis pela fixação das cartilagens ao osso hioide e/ou entre elas próprias, enquanto as articulações unem as cartilagens entre si, permitindo o movimento delas. Durante a deglutição, ocorrem os movimentos verticais, em que a laringe se eleva na passagem do bolo alimentar da cavidade própria da boca para a fa- ringe. Durante o canto, ela se eleva, provocando sons agudos, ou se deprime, provocando sons graves. As cartilagens servem para fixação de membranas, músculos e do próprio órgão, sendo três cartilagens pares localizadas posteriormente na laringe: aritenoidea, corniculada e cuneiforme; e três cartilagens ímpares: tireoidea, cricoidea e epiglótica. As cartilagens tireoidea, cricoidea e aritenoidea são do tipo hialina, podendo sofrer sinostose com o avançar da idade. As demais são do tipo elástica. Cartilagem tireoidea Apresenta o formato de um “H”, formando um escudo anterolateral no órgão, denominado proeminência laríngea (vulgo “pomo de Adão”), palpável no vivente na região anterior do pescoço. Cartilagem cricoidea Possui formato de um anel de sinete e localiza-se na parte inferior da laringe abaixo da cartilagem tireóidea. Cartilagem aritenoidea Tem a forma de uma pirâmide de base inferior e apresenta importante papel na fixação do ligamento vocal e músculos, sendo que seus movimentosmodificam a tensão do ligamento vocal e amplitude da rima glótica. 82 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Cartilagem corniculada Apresenta formato cônico e localiza-se sobre o ápice da cartilagem aritenoidea. Responsável por estender a cartilagem aritenoidea para cima e para trás. Cartilagem cuneiforme Possui formato circular e localiza-se à frente da cartilagem corniculada na prega ariepiglótica, a qual deve endurecer. Cartilagem epiglótica Tem o formato de uma folha de roseira (peciolada), sendo sua margem superior livre e inferiormente fixa na cartilagem tireoidea. Localiza-se no plano frontal, atrás da língua, à frente do ádito da laringe, que é a abertura do órgão, permitindo a passagem do ar, e, durante a deglutição, cobre o ádito da laringe para impedir a entrada de alimentos e corpos estranhos nas vias aéreas inferiores (traqueia, brônquios e pulmões). As pregas vestibulares, vulgarmente conhecidas como cordas vocais falsas, são responsáveis pela proteção das pregas vocais. A rima do vestíbulo é o es- paço entre as duas pregas vestibulares. As pregas vocais estendem-se da car- tilagem tireoidea à cartilagem aritenoidea e controlam a corrente de ar que passa por meio da rima. A glote compreende as pregas vocais, juntamente com o espaço entre elas. A rima da glote é uma fenda com cerca de 2,5 cm no homem, que se abre durante a inspiração e se estreita na expiração, funcionando como um esfíncter na tosse ou espirro, devido à pressão abdominal exercida, e se fecha durante os atos de micção, defecação ou parto. 83 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA A laringe se fecha durante a deglutição, quando a epiglote (cartilagem epi- glótica e seu revestimento mucoso) é empurrada para trás pela língua, des- ce sobre o ádito da laringe e protege as vias respiratórias inferiores contra a entrada de alimentos. Durante a micção e a defecação há o fechamento das pregas vestibulares durante a fonação, em que as pregas vocais se aproxi- mam ou se afastam. 3.4.2 TRAQUEIA E ÁRVORE BRÔNQUICA A traqueia é uma víscera tubular oca, de aspecto cilíndrico, achatada postero- anteriormente, que comunica a laringe com os brônquios, tendo cerca de 10 a 11 cm de comprimento. Situa-se na região torácica mediana, no mediastino superior. É a continuação direta da laringe, estendendo-se da margem infe- rior de 6ª vértebra cervical até a altura de 5ª vértebra torácica, onde se bifurca nos brônquios principais direito e esquerdo. LARINGE, TRAQUEIA E BRÔNQUIOS PRINCIPAIS LARINGE TRAQUEIA CARTILAGEM TRAQUEAL LOCALIZAÇÃODA CARINA BRÔNQUIOS PRINCIPAIS Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem, há a laringe, seguida da traqueia e finalizando nos brônquios principais direito e esquerdo. 84 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A traqueia é responsável pela passagem de ar da laringe até os brônquios. Apresenta duas partes: cervical no pescoço e torácica no tórax. É constituída por 16 a 20 anéis com forma de “C” incompletos posteriormente constituí- dos de cartilagem hialina e denominados cartilagens traqueais. Ligando uma cartilagem traqueal à outra, há o ligamento anular da traqueia, constituído de tecido conjuntivo (LAROSA, 2016). Inferiormente, os brônquios terminam formando uma bifurcação, os brôn- quios principais direito e esquerdo, como você pode ver na figura anterior. Ao nível da bifurcação, a última cartilagem traqueal forma uma projeção interna denominada carina da traqueia, a qual separa a traqueia em dois brônquios principais. Os brônquios são dois condutos tubulares e ocos, direito e esquerdo que re- sultam da bifurcação da traqueia e que continuam até o interior dos pulmões, onde suas ramificações formam a árvore bronquial. Estão localizados no me- diastino superior no interior da cavidade torácica, e sua função é conduzir o ar desde a traqueia até o interior dos pulmões (DANGELO; FATTINI, 2012). O brônquio principal direito é mais curto, apresentando cerca de 2,5 cm de comprimento, mais vertical, mais calibroso, mais próximo à traqueia e menos inclinado que o brônquio principal esquerdo. Ao penetrar no pulmão direito, divide-se dando origem aos três brônquios lobares, e esses se ramificam em 10 brônquios segmentares e distribuem-se para unidades separadas e funcio- nalmente independentes de tecido pulmonar, chamados segmentos bron- copulmonares. O brônquio principal esquerdo é mais longo, apresentando cerca de 5 cm de comprimento, mais oblíquo transversalmente e inclinado, mais distante da traqueia e menos calibroso que o brônquio principal direito. Ao penetrar no pulmão esquerdo, divide-se dando origem a dois brônquios lobares, e esses ramificam-se em nove brônquios segmentares, sendo distribuídos um para cada segmento broncopulmonar. Os brônquios segmentares, por sua vez, continuam a se dividir repetidamen- te até formar os bronquíolos. Esses são pouco calibrosos e também se divi- dem muitas vezes, formando os bronquíolos terminais, cada um dos quais dá origem a diversos bronquíolos respiratórios. Esses se subdividem em vá- rios ductos alveolares que terminam em diminutos sacos de paredes finas, os alvéolos pulmonares. Muitas vezes, diversos alvéolos pulmonares abrem-se numa câmara comum denominada saco alveolar. 85 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA Nos alvéolos é que ocorre a troca de gases. São constituídos de espaços aére- os que permitem a troca de gases entre o sangue e o ar. Para essa finalidade, os alvéolos são circundados por capilares, os quais apresentam uma grande proximidade com o ar inalado. TROCA GASOSA NO ALVÉOLO Alvéolo entrada saída CO sai2 O entra2 Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraCegoVer Na imagem temos o processo de troca gasosa acontecendo entre o alvéolo pulmonar e um capilar sanguíneo. Contamos com cerca de 150 a 250 milhões de alvéolos com uma área superficial aproximada de 75 m². 86 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3.4.3 PULMÃO Para finalizar, temos os pulmões. São ór- gãos pares direito e esquerdo, sendo es- senciais da respiração, visto que neles estão os alvéolos, responsáveis pela he- matose. Estão situados nas partes laterais da cavidade torácica, de cada lado do co- ração, superiormente ao músculo diafrag- ma, limitada lateralmente pelas costelas e medialmente pelo mediastino. Possuem formato cônico, apresentado um ápice dirigido para cima e levemen- te arredondado; uma face diafragmática, que forma a base do órgão e encontra-se sobre o músculo diafragma, é larga e côn- cava; uma face costal, convexa, voltada para as costelas, cartilagens costais e osso esterno, que deixam nessa face depressões denominadas impressões costais; uma face mediastinal, medial, quase plana, voltada para o mediastino e, consequentemente, para o coração, no centro da qual está uma depressão, o hilo do pulmão (DANGELO; FATTINI, 2012). O pulmão direito é maior, mais pesado, cerca de 625 gramas no adulto e mais próximo da traqueia. É dividido por duas fissuras: oblíqua e horizontal; e em três lobos: superior, médio e inferior. Esses lobos visíveis externamente são subdivididos internamente em unidades menores de tecido pulmonar, por traves de tecido conjuntivo, funcio- nalmente independentes, denominadas segmentos broncopulmonares. O pulmão esquerdo: é menor, mais leve, tem o peso mais ou menos de 565 gra- mas no adulto e mais afastado da tra- queia que o direito. É dividido pela fissura oblíqua em dois lobos: superior e inferior; sendo que o lobo superior apresenta uma expansão correspondente ao lobo médio do pulmão direito denominada língula do pulmão esquerdo. Saibamais Caro estudante, clique no link e assista a uma videoaula sobre a anatomia do sistema respiratório. Saiba mais Caro estudante, clique aqui e saiba mais sobre a anatomia do pulmão. https://www.youtube.com/watch?v=6g_saSN-sbc https://www.youtube.com/watch?v=SjnhTa176og 87 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA 88 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONCLUSÃO Caro estudante, finalizamos aqui a Unidade 3. Nela podemos estudar sobre a anatomia das principais estruturas do sistema circulatório cardiovascular e linfático e do sistema respiratório. Se você pode perceber, são sistemas direta- mente relacionados. Vimos que o sistema circulatório compreende o coração, os vasos sanguíneos e o sistema linfático. A circulação do sangue permite o transporte e a distribui- ção de nutrientes, gás oxigênio e hormônios para as células de vários órgãos. O sangue também transporta resíduos do metabolismo para que possam ser eliminados do corpo. Já o sistema linfático compreende os órgãos responsá- veis pela drenagem e filtração da linfa para a circulação sanguínea, além de órgãos integrantes do sistema imune. Por fim, estudamos que o sistema respiratório compreende um conjunto de órgãos tubulares ocos e alveolares, localizados na cabeça, pescoço e cavidade torácica, responsáveis pela respiração e fonação. Assim como todos os siste- mas orgânicos, o sistema respiratório é vital para a sobrevivência e, juntamen- te com o sistema circulatório cardiovascular, é responsável pela circulação pulmonar. UNIDADE 4 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 89 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA > Conhecer a anatomia do sistema digestório; > Compreender o sistema endócrino e sua anatomia. 90 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA 4 ANATOMIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO E ENDÓCRINO 4.1 INTRODUÇÃO Caro estudante, como vai? Seja bem-vindo a quarta unidade da disciplina de Anatomia Humana. Nela, você estudará dois sistemas: o digestório e endócrino. As estruturas que compõem esse sistema possuem, de forma geral, a função de digerir alimentos, absorver nutrientes essenciais para a vida e excretar o que não foi utilizado. A partir desse sistema, em conjunto com outros, somos capa- zes de obter energia por meio dos alimentos que ingerimos dia a dia. Já o sistema endócrino apresenta como atividade característica a produção de secreções denominadas hormônios, que são disponibilizados na circula- ção sanguínea. Vamos lá? 4.2 SISTEMA DIGESTÓRIO O sistema digestório apresenta-se como um tubo de cerca de nove metros de comprimento, aberto nas extremidades por meio da boca e do ânus. É um sistema constituído pela boca, faringe, esôfago, estômago, intes- tino delgado, intestino grosso e órgãos anexos: fígado e pâncreas. Veja na fi- gura essas estruturas: 91 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO Glândula parótida Glândula sublingual Glândula submandibular Língua Boca Fígado Duodeno Intestino delgado Jejuno Glândulas salivares Úvula Ilío Ducto da bile Palato Dentes Vesícula biliar Esôfago Faringe Estômago Pâncreas Ducto pancreático Colo descendente Colo sigmoide Intestino grosso Colo transverso Colo ascendente Reto Apêndice Ânus Fonte: Jmarchn, Wikimedia Commons (2016). #PraCegoVer Na imagem, há a representação das estruturas do sistema digestório: faringe, esôfago, estômago, pâncreas, ducto pancreático, intestino grosso, colo transverso colo ascendente, colo descendente, colo sigmoide, reto, ânus, ílio, apêndice, jejuno, duodeno, intestino delgado, ducto da bile, vesícula biliar, fígado, glândula parótida, glândula submandibular, glândula sublingual, glândulas salivares, dentes, língua, úvula, palato, boca. Vamos entender melhor sobre a anatomia do sistema digestório? Clique aqui e saiba mais! DG: https://www.youtube.com/watch?v=IWeUXw_rNcU&t=8s 92 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA 4.2.1 BOCA, LÍNGUA E ESÔFAGO Caro estudante, vamos iniciar pela parte externa da boca. Os lábios são duas pregas móveis, músculo-fibrosas, apresentando epitélio estratificado pavi- mentoso queratinizado, que limitam a rima da boca, formando de cada lado a comissura labial. Na face sobre o lábio superior, medianamente há um sulco vertical raso denominado filtro, que termina em uma ligeira proeminência, o tubérculo do lábio superior. A face interna dos lábios é unida, no plano sagital mediano, à gengiva por uma prega de mucosa, denominada frênulo. O arcabouço dos lábios é o músculo or- bicular da boca. As glândulas labiais estão situadas entre a mucosa e o músculo orbicular, cujos ductos abrem-se no vestíbulo (DANGELO; FATTINI, 2012). A boca compreende uma porção externa menor, o vestíbulo (veja na figura), e uma porção interna maior, a cavidade própria da boca. O vestíbulo é o espaço limitado pelos lábios e as bochechas, externamente, e os dentes e gengivas, internamente. Já a cavidade própria da boca é limitada anterolateralmente pelos processos alveolares da mandíbula e maxila, dentes e gengivas. Comu- nica-se posteriormente com a parte oral da faringe por meio de uma abertura denominada istmo das fauces (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). ANATOMIA DA BOCA Palato mole Palato duro Vestíbulo Úvula Língua Gengiva Tonsila Fonte: BruceBlaus, Wikimedia Commons (2014). #PraCegoVer Na imagem, há uma boca aberta e as representações de algumas partes anatômicas: palato mole, úvula, língua, gengiva, vestíbulo, tonsila, palato duro. 93 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O teto da cavidade oral é formado pelo palato duro e mole, enquanto o asso- alho da boca é ocupado pela língua e outros tecidos moles (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Próxima aos dentes, a mucosa da face bucal das gengivas eleva- -se em grandes papilas gengivais. O palato forma o teto da boca, sendo seus 2/3 anteriores o palato duro e o 1/3 posterior o palato mole. Palato duro é uma estrutura óssea, formado pelos processos palatinos dos maxilares e pelas lâ- minas horizontais dos ossos palatinos. No adulto, encontra-se ao nível da 1ª vértebra cervical. É recoberto pelo periósteo intimamente unido à mucosa. Apresenta uma rafe mediana que termina anteriormente na papila incisiva. A mucosa da parte anterior é espessa, de cor pálida e enrugada; posterior- mente, é fina, lisa e avermelhada e contém na sua metade posterior, entre a mucosa e o periósteo, numerosas glândulas salivares palatinas (DANGELO; FATTINI, 2012). O sistema digestório também é composto de glândulas. As glândulas saliva- res maiores são as parótidas, submandibulares e sublinguais, e as glândulas salivares menores são as labiais, bucais, palatinas, molares e linguais. O homem apresenta duas dentições composta de dentes incisivos, caninos, pré-molares e molares. A primeira dentição decídua (primária/leite) é formada por 20 dentes, enquanto a dentição permanente (secundária) é formada por 32 dentes. Esses órgãos são responsáveis pelos processos de cortar, roer, triturar, moer e mastigar os alimentos (DANGELO; FATTINI, 2012). 94 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA GLÂNDULAS SALIVARES MAIORES Glândula parótida Glândula submandibularGlândula sublingual Fonte: Goran tek-en, Wikimedia Commons (2020). #PraCegoVer Na imagem, há a representação de parte de um rosto humano, virado para a esquerda. Há as glândulas parótida, submandibular e sublingual.A língua é um órgão músculo-mucoso, relacionado aos processos de masti- gação, deglutição, fonação, sucção, gustação e tato. Localiza-se parte na ca- vidade própria da boca e parte na faringe, apresentando ápice, corpo, raiz, dorso, margens laterais e face inferior. É constituída por quatro músculos ex- trínsecos, responsáveis pelos movimentos do órgão, e quatro músculos, in- trínsecos responsáveis por alterar sua forma (LAROSA, 2016). Posteriormente, na margem lateral da língua, ocorrem as papilas folhadas; nas margens e ápice da língua, ocorrem as papilas fungiformes; e, na mucosa do dorso da língua, ocorrem as papilas filiformes e as papilas circunvaladas em número de seis a 12, dispostas em forma de “V”. Apresentam corpúsculos gustativos em maior número. As papilas circunvaladas constituem o limite entre as porções oral e faríngea da língua. Os botões gustativos são encontra- dos nas papilas fungiformes, folhadas e circunvaladas. Aparecem como cor- púsculos ovais de coloração pálida no epitélio (DANGELO; FATTINI, 2012). 95 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA DA LÍNGUA Tonsilas linguais Face dorsal Papilas circunvaladas Sulco mediano Ápice Borda lateral2/3 anterior (parte móvel da língua) Base da língua Fonte: Jmarchn, Wikimedia Commons (2019). #PraCegoVer Na imagem há uma língua e sua anatomia, destacando as tonsilas linguais, papilas circunvaladas, face dorsal, sulco mediano, borda lateral, ápice, 2/3 anterior (parte móvel da língua) e a base da língua. Após a passagem pela boca, o alimento passará por um canal alimentar. O canal alimentar inicia-se na parte proximal do esôfago e vai até a parte dis- tal do canal anal. É constituído por um tubo oco de diâmetro variado, o qual apresenta a mesma organização estrutural (GOSLING et al., 2019). O esôfago é um órgão tubular, músculo- -mucoso que liga a faringe ao estômago, com cerca de 25 cm de comprimento, iniciando no pescoço, na margem inferior da cartilagem cricoide ao nível da 6ª vér- tebra cervical, posteriormente à traqueia, desce 33 em grande parte na frente e, muito próximo da coluna vertebral, no mediastino, atravessa o m. diafragma na altura da 10ª vértebra torácica e termina na cárdia do estômago ao nível de 12ª vér- tebra torácica. Saiba mais Caro estudante, sugiro a você que assista à videoaula sobre a anatomia do esôfago. https://www.youtube.com/watch?v=bjKycrzveVU 96 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA O esôfago transporta o bolo alimentar ao estômago, além de secretar muco, que auxilia no transporte. O bolo alimentar leva de cinco a 10 segundos para percorrê-lo. De acordo com Miranda Neto (2012), o esôfago apresenta três partes: Cervical Localizada anteriormente à traqueia. Torácica É a maior porção. Cruza posteriormente o arco aórtico e o brônquio principal esquerdo. Abdominal Após atravessar o músculo diafragma. 4.2.2 ESTÔMAGO, INTESTINO GROSSO E INTESTINO DELGADO O estômago é a continuação direta do esôfago, sendo a porção mais dilatada do tubo digestório que recebe o alimento, ao qual acrescenta líquidos por ele secretado, mistura essa massa por ação muscular e, com sua ação química, transforma o conteúdo em uma massa semilíquida denominada quimo, que, juntamente com o muco, passa para o duodeno (GOSLING et al., 2019). O estômago está localizado no abdome, nas regiões umbilical e epigástrica, anterior ao pâncreas e superiormente ao duodeno e à esquerda do fígado. É parcialmente coberto pelas costelas. 97 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Possui forma e capacidade variável de indivíduo para indivíduo, dependendo do biótipo, sendo que em indivíduos longilíneos assemelha-se a um “J” e em brevilíneos assemelha-se a um “U”, tendo capacidade entre 1300 e 1800 mL. Suas partes são: Fundo Compreende a curvatura superior do estômago. Juntamente com o corpo, produz o suco gástrico. Cárdia É uma parte de transição entre o esôfago e estômago. Na cárdia existem glândulas secretoras de muco. Corpo Está situado entre o antro pilórico e o fundo do estômago, compreendendo cerca de ⅔ do volume total do órgão. Piloro Está situado na porção inferior do estômago e se caracteriza por ser uma válvula muscular que comunica o estômago e o intestino delgado. 98 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA ANATOMIA DO ESTÔMAGO Cárdia Fundo Serosa Corpo Lúmen Mucosa rugosa Curvatura maiorAntro pilórico Canal pilórico Duodeno Esfíncter pilórico Curvatura menor Camada oblíqua Camada circular Camada longitudinal Musculatura externa: Esôfago Fonte: CFCF, Wikimedia Commons (2013). #PraCegoVer Na imagem, há a o estômago humano e o destaque para algumas das suas estruturas anatômicas: cárdia, fundo, serosa, corpo, lúmen, mucosa rugosa, curvatura maior, antro pilórico, canal pilórico, duodeno, esfíncter pilórico, curvatura menor, camada oblíqua, camada circular, camada longitudinal, musculatura externa, esôfago. Caro estudante, sugiro a você que acesse o link e assista à videoaula sobre a anatomia do estômago. https://www.youtube.com/watch?v=-uGEDxYfTSY 99 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Continuando o estômago, temos o intestino delgado, que é um órgão tubu- lar com pouco mais de sete metros, músculo membranáceo, localizado no interior da cavidade abdominal ocupando predominantemente as regiões umbilical, ilíaca direita e ilíaca esquerda. É o local onde a digestão é concluída e nele se processam as fases de decomposição dos alimentos e de absorção dos nutrientes. Isso é possível devido à presença das microvilosidades. É for- mado por três partes: duodeno, jejuno e íleo (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Já o intestino grosso estende-se da fossa ilíaca direita até o períneo, tem cerca de 1,5 metros e forma uma moldura em torno das alças intestinais. Respon- sável pela absorção de água, formação e lubrificação das fezes. Apresenta o ceco, com o apêndice vermiforme que é um divertículo; e o colo ascendente, que se dobra para a direita através da flexura cólica direita, constituindo o colo transverso. Esse último, à esquerda, flexiona-se por meio da flexura cólica es- querda, iniciando o colo descendente. Continua-se inferiormente com o colo sigmoide, e na cavidade pélvica com o reto. Os três ou quatro centímetros finais do reto recebem o nome de canal anal, abrindo-se para o meio externo através do ânus (DANGELO; FATTINI, 2012). 100 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA 4.2.3 FÍGADO E PÂNCREAS O fígado é a maior e mais volumosa glândula do corpo humano. No adulto, pesa entre 1.400 e 1.800 gramas. De coloração marrom avermelhada, é alta- mente vascularizado e friável. É um órgão vital, sendo essencial o funciona- mento de pelo menos 1/3 dele. Exerce diversas funções, como: secretar a bile indispensável na digestão das gorduras, metabolizar as substâncias finais da di- gestão, sintetizar, conjugar e transformar substâncias, armazenar e liberar glicose, ferro, cobre e vitaminas, além de hemato- poiese (GOSLING et al., 2019). Localiza-se na região superior do abdo- me, logo abaixo do músculo diafragma, ocupando quase toda a extensão do hi- pocôndrio direito, a maior parte da região epigástrica e parte do hipocôndrio es- querdo (MIRANDA NETO, 2012). O fígado apresenta duas faces: diafragmática e visceral. A face diafragmática é anterossuperiora, lisa e convexa, não totalmente revestida por peritônio, ten- do uma área nua, e apresenta um lobo direito e um lobo esquerdo, separados pelo ligamento falciforme. A face visceral é posteroinferior, côncava, divididaem quatro lobos (direito, quadrado, caudado e esquerdo). Apresenta a fossa da vesícula biliar, que a contém, e a fossa do ducto venoso, contendo o ligamento venoso do fígado, além da incisura do ligamento redondo (LAROSA, 2016). A vesícula biliar é um reservatório músculo-membranáceo cônico que se aloja na fossa da vesícula biliar. É dividida em fundo, corpo e colo. As vias bilíferas extra-hepáticas dividem-se em via bilífera-diverticular, formada pela vesícula biliar e ducto cístico, e via bilífera principal, formada pelos ductos hepáticos di- reito e esquerdo, ducto hepático comum e ducto colédoco, que se abre através da papila maior, na parte descendente do duodeno (DANGELO; FATTINI, 2012). Já o pâncreas é uma glândula anfícrina, mole e achatada no sentido antero- posterior, lobulada, rosa-acinzentada, apresentando de 12 a 14 centímetros de comprimento, e estende-se transversalmente na parede posterior do abdo- me, retroperitonealmente, atrás do estômago, desde o duodeno até o baço, nas regiões epigástrica e hipocôndrio esquerdo. Saiba mais Clique aqui e assista a uma videoaula sobre a anatomia do fígado. https://www.youtube.com/watch?v=-Znm93Z6j-Q 101 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PÂNCREAS Ducto pancreático Cauda do pâncreas Duodeno Cabeça do pâncreasDucto acessório Ducto biliar Fonte: BruceBlaus, Wikimedia Commons (2014). #PraCegoVer Na imagem há a o pâncreas humano, logo abaixo do fígado, com destaque para algumas de suas partes: ducto pancreático, cauda do pâncreas, duodeno, cabeça do pâncreas, ducto acessório e ducto biliar. O pâncreas apresenta faces anterior e posterior. Sua parte endócrina deno- mina-se ilhotas pancreáticas, que secretam hormônios (insulina, glucagon e somatostatina), liberados na corrente sanguínea. A parte exócrina, denomi- nada ácinos pancreáticos, produz suco pancreático, que é conduzido através dos ductos pancreáticos principal e acessório para a parte descendente do duodeno. Divide-se em cabeça que se aloja no duodeno, corpo, colo e cauda presa ao baço (MIRANDA NETO, 2012). 102 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA 4.3 SISTEMA ENDÓCRINO O sistema endócrino é formado pelo conjunto de glândulas que apresentam como atividade característica a produção de hormônios e outras substâncias. As glândulas endócrinas, também chamadas sem ducto ou glândulas de se- creção interna, estão representadas por órgãos relativamente pouco volumo- sos e localizados em regiões diversas do corpo. De acordo com Miranda Neto (2012), os hormônios são os mensageiros quí- micos produzidos nas glândulas endócrinas cuja função, em última análise, é a homeostase, a manutenção de um meio interno sadio para fazer frente a um ambiente externo mutável e, por vezes, agressivo. Embora existam vários hormônios secretados por um outro tipo celular, cito a seguir as glândulas endócrinas: glândula pineal, glândula hipófise, glândula tireoide, glândulas paratireoides, timo, glândulas suprarrenais, ilhotas pancreáticas, ovários e tes- tículos (gônadas). Por não possuírem ducto ou ductos excretores, as glândulas endócrinas lançam seus respectivos produtos de secreção, hormônios ou substâncias químicas sintetizadas parcialmente ou totalmente por elas próprias, diretamente na corrente sanguínea (MIRANDA NETO, 2012). 103 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SISTEMA ENDÓCRINO Glândula Pineal Glândula Pituitária Glândula Tireoide Glândula Adrenais Pâncreas Glândula Paratireoide Fonte: Nefronus, Wikimedia Commons (2020). #PraCegoVer Na imagem há dois corpos humanos, virados para a direita. Neles, há indicações das glândulas do sistema endócrino: glândula pituitária, paratireoide, tireoide, glândula adrenais e pâncreas. As gônadas são órgãos nos quais os or- ganismos produzem as células sexuais (gametas) necessárias para a reprodução humana. A gônada feminina é o ovário, e a masculina os testículos. Além da sua função reprodutiva, as gônadas são glân- dulas do sistema endócrino, responsáveis pela produção de hormônios sexuais (tes- tosterona, no homem; e progesterona, na mulher) (DANGELO; FATTINI, 2012). Por se tratar de órgãos reprodutores humanos, serão abordados em outra unidade. Saiba mais Acesse o link e assista a videoaula sobre o sistema endócrino. https://www.youtube.com/watch?v=3z79gvXn-1M&t=5s 104 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA 4.3.1 HIPÓFISE E GLÂNDULA PINEAL A hipófise tem cerca de um centímetro de diâmetro e pesa de 0,5 a 1,0 gra- mas; encontra-se localizada abaixo do cérebro, rodeada pela sela turca do osso esfenoide e ligada ao hipotálamo pelo infundíbulo (DANGELO; FATTINI, 2012). A íntima relação entre os sistemas endócrino e nervoso é especialmente evi- dente no funcionamento da hipófise, em virtude de que quase todas as se- creções da hipófise são controladas por sinais hormonais ou nervosos pro- venientes do hipotálamo. Esse, por sua vez, recebe sinais de quase todas as fontes possíveis do sistema nervoso (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). A hipófise pode ser dividida em duas partes distintas: o lobo anterior da hipó- fise, ou adenohipófise, e o lobo posterior da hipófise ou neuro-hipófise. A ade- nohipófise é controlada por hormônios denominados hormônios hipotalâmi- cos de liberação ou inibição, que são secretados pelo próprio hipotálamo e, posteriormente, transportados até a adenohipófise por pequenos vasos san- guíneos. A neuro-hipófise é controlada por sinais nervosos que se originam no hipotálamo e terminam na neuro-hipófise. Os hormônios secretados pela adenohipófise desempenham papéis relevan- tes no controle de funções metabólicas em todo o organismo, e são: Hormônio do crescimento (GH) Atua no crescimento físico do corpo humano e pelo crescimento celular. Corticotropina Atua como neurotransmissor e mediador da resposta neuroendócrina, cardiovascular, autonômica e imunológica, desempenhando papel na resposta adaptativa e comportamental que ocorre durante períodos de estresse. Tireotrofina É o principal regulador hormonal da produção e secreção de hormônios tireóideos. 105 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Prolactina Considerado o hormônio do leite humano, que, quando presente no sangue em alta dosagem, pode causar o bloqueio da menstruação, causando infertilidade. Hormônio folículo-estimulante Estimula a secreção de estrogênio, responsável pelo desenvolvimento e maturação dos folículos ovarianos. Regula o crescimento, desenvolvimento, puberdade, reprodução e secreção de hormônios sexuais pelos testículos e ovários. Hormônio luteinizante Provoca a ovulação e a formação do corpo lúteo nos ovários e a produção de testosterona nos testículos. Já a neuro-hipófise pode ser considerada como uma extensão anatômica e funcional do sistema nervoso, tendo, inclusive, a mesma origem embriológica do sistema nervoso. Secreta dois importantes hormônios: o hormônio anti- diurético e o hormônio ocitocina (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). 106 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA PRODUÇÃO HORMONAL DE ALGUMAS GLÂNDULAS Glândula pineal Tireoide Melatonina Glândula pituitária Hipotálamo Pituitária anterior Hormônio do crescimento Pituitária intermediária Hormônio melanócito estimulante Hormônio tireoestimulante Hormônio adrenocorticotró�co Hormônio liberador de tirotropina Dopamina Hormônio liberador de GH Somatostina Hormônio liberador de gonadotropina Hormônio liberador de corticotropina Ocitocina Vasopressina Triiodotironina Tiroxina Hormônio luteinizante Prolactina Pituitária posterior OcitocinaVasopressina Ocitocina Hormônio antidiurético Fonte: Malus Catulus, Wikimedia Commons (2010). #PraCegoVer Na imagem há um corpo humano, virados para a esquerda. Neles, há indicações de algumas glândulas do sistema endócrino (pineal, pituitária, tireoide e hipotálamo) e os hormônios produzidos por elas. A glândula pineal é um órgão mediano, ímpar, que se localiza numa depres- são entre os colículos superiores, abaixo do esplênio do corpo caloso. No adul- to, apresenta áreas calcificadas que permitem sua visualização radiológica. Trata-se de um órgão neuroendócrino relacionado com a regulação de um biorritmo, o ritmo do sistema endócrino. Além disso, nos mamíferos, tem ação inibidora sobre as gônadas. A glândula pineal contém melatonina, sintetizada a partir da serotonina, que é abundante (DANGELO; FATTINI, 2012). 107 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4.3.2 GLÂNDULA TIREOIDE E GLÂNDULAS PARATIREOIDES A glândula tireoide situa-se no plano mediano do pescoço, abraçando parte da traqueia e da laringe. Tem a forma de um “H” ou de “U”, apresentando dois lobos, direito e esquerdo, unidos por uma fita variável de tecido glan- dular, o istmo. Do istmo, eventualmente, sobe um prolongamento em for- ma de cone, o lobo piramidal. A glândula varia de forma e tamanho e, em geral, é um pouco maior nas mulheres do que nos homens da mesma idade (DANGE- LO; FATTINI, 2012). A principal função da glândula tireoide é a regulação do metabolismo basal que en- volve todas as partes do corpo, além de es- tar associada ao fenômeno do crescimen- to. As células da glândula tireoide captam o iodo na corrente sanguínea, onde está combinado com proteína, formando o io- deto de proteína. Esse é armazenado no coloide dos folículos como tireoglobulina. Durante a secreção, enzimas proteolíticas fracionam a tireoglobulina arma- zenada, liberando o hormônio tiroxina. A tiroxina penetra novamente nas cé- lulas, dirige-se à sua extremidade oposta e é liberada na corrente sanguínea. Esse processo é estimulado pelo hormônio tireotrófico liberado pela parte distal da hipófise. Já as glândulas paratireoides estão situadas, geralmente, na metade medial da face posterior de cada lobo da glândula tireoide. Seu número varia de dois a seis e cada uma delas mede, no máximo, seis milímetros de comprimento. São glândulas essenciais à vida porque regulam o metabolismo de cálcio, a partir da secreção do hormônio paratireoidiano (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Saiba mais Caro estudante, vamos entender mais sobre a tireoide? Acesse o link para assistir a uma videoaula sobre este interessante assunto. https://www.youtube.com/watch?v=RJeP3n5o2oc 108 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA 4.3.2 GLÂNDULAS SUPRARRENAIS, ILHOTAS PANCREÁTICAS E GÔNADAS As glândulas suprarrenais são glândulas bilaterais e estão localizadas sobre a parte medial do polo superior dos rins, em que podem ser facilmente visuali- zadas. Sua porção central é a medula, correspondente a 90% da massa glan- dular, e a periférica é o córtex, que corresponde a 10%. Do ponto de vista funcional, o córtex secreta hormônios esteroides derivados do colesterol, como o cortisol, córtico-esterona e aldosterona, e os andróge- nos, como dehidroepiandrosterona e o sulfato, sendo essencial à vida (DAN- GELO; FATTINI, 2012). O cortisol e a córtico-esterona são glicocorticosteróides e regulam o metabo- lismo dos glicídios. Os córtico-esteroides são ativos na resposta inflamatória, no crescimento do corpo e na reação imunitária. A aldosterona regula o equi- líbrio hídrico e eletrolítico do corpo e é o principal hormônio mineralocorticoi- de (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). A medula das glândulas suprarrenais faz parte do contingente cromafínico do corpo (assim chamadas porque, quando tratadas pelo ácido crômico ou cromatos, coloram-se em amarelo-escuro) e, desse modo, secreta as cateco- laminas, norepinefrina e epinefrina. Assemelha-se, funcionalmente, à parte simpática da divisão autônoma do SN. É essa estrutura que, em momentos de pressão e estresse, secreta adrenalina e noradrenalina, lançando-as na cor- rente sanguínea (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Veja agora sobre o pâncreas. O pâncreas, parte endócrina, é composto de aglomerações de células especiais denominadas ilhotas pancreáticas. Exis- tem quatro tipos dessas células, e podem ser classificadas de acordo com sua secreção: células beta (produzem insulina e amilina), células alfa (produzem glucagon), células delta (produzem somatostatina) e células PP (produzem polipeptídeo pancreático) (DANGELO; FATTINI, 2012). 109 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONCLUSÃO Caro estudante, finalizamos aqui a unidade 4. Vimos que a digestão se inicia na boca, onde o alimento é cortado, mastigado e triturado; em seguida, passa para faringe e pelo esôfago, que realizam deglutição e ingestão, respectivamente, indo para o estômago, onde ocorre uma grande transformação pela ação de enzimas e sucos gástricos, quebrando o alimento em partículas menores. Segue, então, para o intestino delgado, em que a digestão é finalizada, per- mitindo o aproveitamento pelo organismo de substâncias alimentares que asseguram a manutenção de seus processos vitais, sendo que os resíduos vão ao intestino grosso para serem eliminados através do ânus. Vimos também que o sistema endócrino é composto de glândulas endócri- nas, responsáveis por secretar substâncias, no caso hormônios, que são lança- das diretamente na corrente sanguínea. Conhecer e identificar essas estrutu- ras é primordial para entender a função dos hormônios para a vida humana, assim como para a saúde de forma geral. UNIDADE 5 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 110 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA > Compreender as estruturas que fazem parte do sistema urinário; > Conhecer a anatomia do sistema reprodutor masculino e feminino. 111 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA 5 ANATOMIA DO SISTEMA URINÁRIO E REPRODUTOR 5.1 INTRODUÇÃO Caro estudante, como vai? Seja bem-vindo a quinta unidade da disciplina de anatomia humana. Nela, você estudará dois sistemas: o urinário e o reprodu- tor. O sistema urinário tem como funções a produção de urina, eliminação de urina e filtração das impurezas do sangue. É um sistema composto por dois rins, dois ureteres, uma bexiga urinária e uma uretra. Já o sistema reprodutor masculino, existem células sexuais especializadas, os espermatozoides, além de glândulas que secretam hormônios importantes para a vida masculina, como os testículos, produzindo testosterona. Vale lem- brar que o homem é fértil durante toda a sua vida sexual ativa, quando há o bom funcionamento das estruturas de seu sistema reprodutor. Por fim, estudaremos sobre o sistema reprodutor feminino, responsável pelo processo de reprodução, juntamente com o masculino, porém, exerce fun- ções isoladas de ovulação, fecundação, nidação, gestação e o parto. Vamos lá! 5.2 SISTEMA URINÁRIO Fazem parte do sistema urinário os rins, a pelve renal, os ureteres, a bexiga e uretra. A função desse sistema é formar, coletar, transportar e eliminar a uri- na para o meio externo (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Veja na figura abaixo essas estruturas: 112 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA DO SISTEMA URINÁRIO Rim Bexiga Uretra Próstata Ureter Fonte: BruceBlaus, Wikimedia Commons (2017). #PraCegoVer Na imagem, há um corpo humano masculino de frente, com destaque para as estruturas anatômicas do sistema urinário: rim, bexiga, uretra, próstata,ureter. 5.2.1 RINS Os rins humanos são órgãos pares e possuem a forma de um grão de feijão. Na margem côncava dos rins observa-se uma região denominada de hilo re- nal, que possui elementos vasculares, nervosos e a pelve renal. Os rins ficam localizados na parte posterior da cavidade abdominal, na altura da cintura, um de cada lado da coluna vertebral. Nessa posição, estão protegi- dos pelas últimas costelas e também por uma camada de gordura e de tecido conjuntivo que se adere ao rim denominado de cápsula fibrosa. Os envoltó- rios do rim, além de proteção, funcionam também como elemento de fixação do rim na cavidade abdominal. Os rins se situam posteriormente ao peritônio, assim como os ureteres, sendo chamados de órgãos retroperitoneais (LARO- SA, 2016; BECKER et al., 2018). 113 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA Quando se corta o rim e o divide em uma parte anterior e uma posterior, conseguimos identificar internamente o córtex renal, uma região periférica; assim como a medula renal, uma região central. Na medula renal estão lo- calizadas as pirâmides renais, áreas trian- gulares entre as quais estão localizadas as colunas renais. Os ápices dessas pirâmides renais são chamados de papilas renais. Elas se pro- jetam para os cálices renais menores, es- truturas tubulares que se juntam para formar os cálices renais maiores. No córtex renal, nas pirâmides renais, es- tão presentes os néfrons, estruturas visí- veis ao microscópio. ANATOMIA DO RIM Fonte: Manu5, Wikimedia Commons (2020). #PraCegoVer Na imagem, temos um rim direito. Há destaque para algumas estruturas: pirâmide renal, gordura perirrenal, fáscia renal, gordura pararrenal, papila renal, ureter, pelve renal, veia renal, artéria renal, córtex renal, cápsula renal. Saiba mais Caro estudante, veja esta videoaula a respeito dos rins. https://www.youtube.com/watch?v=I9Rf2qf4rvs 114 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O néfron é uma das estruturas mais importantes do sistema urinário, presen- tes nos rins, pois é nele que ocorrem a filtragem de sangue. Veja mais sobre o néfron a seguir. Cada néfron é formado pelas estruturas denominadas de glomérulo renal, cápsula glomerular, e um túbulo com três regiões – o túbulo contorcido proxi- mal, o mais próximo da cápsula e do glomérulo renal e bastante enovelado; o túbulo reto, segmento pouco mais fino que lembra a forma de uma letra “U” e o túbulo contorcido distal, que desemboca em um túbulo de diâmetro maior denominado de ducto coletor. Nos ductos coletores chegam cerca de cinco túbulos contorcidos distais, trazendo a urina formada nos néfrons. Os ductos coletores se abrem pelos forames papilares, na papila renal (DANGELO; FAT- TINI, 2012; BECKER et al., 2018). Estima-se que cada rim tenha cerca de um milhão dessas estruturas responsáveis pela filtragem do sangue e pela remoção das excreções. O indivíduo nasce com o mesmo número de néfrons que terá na fase adulta, durante o crescimento ocorre hipertrofia dos néfrons. Quando os néfrons são lesados, eles podem ser substituídos. 115 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA Os rins filtram, diariamente, cerca de 200 litros de líquido, porém, devido ao processo de reabsorção, o volume eliminado na forma de urina é em torno de 1 a 2 litros diários, dependendo da ingestão de comida e bebida, além de fatores como a transpiração, vômitos ou diarreia que levam à sua produção diminuída. Os rins realizam o trabalho principal do sistema urinário que é a filtração do sangue, em consequência, contribuem para outros fatores essenciais à vida, como a regulação da composição iônica do sangue, a manutenção da osmo- laridade, a regulação do volume sanguíneo, a pressão arterial, o pH, os níveis de glicose, a liberação de hormônios e a excreção de resíduos metabólicos (DANGELO; FATTINI, 2012). Pelas artérias renais, o sangue caminha até as arteríolas aferentes permitindo a circulação funcional do rim. Porém, o rim é um dos poucos locais do corpo em que os capilares glomerulares voltam a reunir-se originando as arteríolas eferentes que se ramificam originando capilares peritubulares e levam nu- trientes para o parênquima renal, esse processo é denominado como circu- lação nutritiva do rim. A urina recolhida pelos ductos coletores, que se abrem nos cálices renais menores e passam para os cálices maiores, flui para a pelve renal, uma estrutura em forma de funil, que continua com o ureter (MIRANDA NETO, 2012; BECKER et al., 2018). 116 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5.2.2 URETER Os ureteres são tubos de conexão dos rins com a bexiga. São tubos pares que se co- municam, acima, com a pelve renal; e infe- riormente, abrem-se na bexiga urinária. Os ureteres medem cerca de 25 a 30 centíme- tros com 6 milímetros de diâmetro. O trans- porte da urina no seu interior ocorre pela ação da gravidade e também por ondas peristálticas que são contrações da muscu- latura lisa que forma suas paredes (DANGE- LO; FATTINI, 2012). Na figura anterior, você pode perceber um ureter saindo do rim. 5.2.3 BEXIGA URINÁRIA E URETRA A bexiga urinária é considerada um órgão oco e possui formato de bolsa, é formada por músculo liso, na sua túnica média, o músculo detrusor da bexi- ga. A contração desse músculo permite que a bexiga se esvazie. Quando ela está cheia, pode armazenar até um litro e meio de urina, porém 200 mL já são suficientes para iniciar o reflexo da micção. BEXIGA URINÁRIA MASCULINA Ureter Peritônio Músculo detrusor Submucosa Mucosa Tecido conectivo �broso Óstio interno da uretra Óstio externo da uretra Esfíncter ureteral Fundo da bexiga Trígono Próstata Fonte: Arcadian, Wikimedia Commons (2006). #PraCegoVer Na imagem, temos uma bexiga urinária. Há destaque para as estruturas: ureter, peritônio, fundo da bexiga, esfíncter ureteral, trígono, próstata, óstio externo da uretra, óstio interno da uretral, tecido conectivo fibroso, mucosa, submucosa, músculo detrusor. Saiba mais Clique no link para conhecer mais sobre os ureteres. https://www.youtube.com/watch?v=eRU_ekOGzQ4 117 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA A bexiga urinária está localizada na cavidade pélvica, posteriormente à sínfi- se púbica. Nos homens, está anteriormente ao reto; enquanto nas mulheres está anteriormente à vagina e ao útero. Na região inferior da bexiga urinária masculina encontram-se a glândula próstata e na face posterior as glându- las seminais, que serão abordadas no sistema reprodutor (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Quando a bexiga está cheia, sua mucosa apresenta-se lisa, quando vazia mostra-se rugosa, exceto uma região de formato triangular, denominada de trígono da bexiga, que, independente, de a bexiga estar cheia ou vazia, estará sempre lisa. O trígono da bexiga é o local onde se abrem três orifícios, os ure- teres direito e esquerdo, que trazem a urina para ser armazenada na bexiga urinária, e o início da uretra, local do óstio interno da uretra, onde se encontra o músculo esfíncter interno da uretra, formado pela condensação de fibras musculares lisas da parede da bexiga urinária, com controle involuntário so- bre a micção (MIRANDA NETO, 2012; BECKER et al., 2018). Já a uretra é um tubo terminal do sistema urinário que transporta a urina da bexiga para o exterior, e também é formada de músculo liso. Na mulher, mede em torno de quatro centímetros de comprimento, sendo exclusiva para pas- sagem da urina, enquanto no homem, é maior, tem 20 centímetros, e além de conduzir a urina, também conduz o sêmen durante a ejaculação, embora isso não ocorra simultaneamente. A abertura ao final da uretra éo óstio exter- no da uretra, que no homem localiza-se na glande do pênis e na mulher na região da vulva entre o clitóris e o óstio da vagina (LAROSA, 2016). A uretra feminina situa-se posterior à sínfise púbica, e anteriormente à vagina; suas paredes encontram-se colabadas, exceto durante a passagem de urina. A uretra masculina é dividida em três partes. A parte prostática tem cerca de três a quatro centímetros de comprimento, atravessa a glândula próstata, e na sua parede posterior apresenta acidentes locais onde se abrem os dois ductos ejaculatórios, que lançam parte do sêmen nessa porção da uretra. A parte mais curta da uretra masculina é a membranácea (um centímetro), que atravessa o diafragma urogenital. A parte esponjosa tem, aproximadamente, 15 centímetros, é a parte mais longa e está envolvida pelo corpo esponjoso do pênis, nela se abrem as glândulas bulbouretrais. Na parte final da uretra esponjosa existe uma dilatação denominada de fossa navicular, que antece- de o óstio externo da uretra, localizada na glande do pênis (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014; BECKER et al., 2018). 118 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O controle de abertura e fechamento da uretra é realizado por meio de mús- culos esfíncteres, o interno, conforme já descrito anteriormente, encontra-se ao nível da comunicação da uretra com a bexiga (óstio interno da uretra) e tem controle involuntário. Mais abaixo, quando a uretra atravessa a muscula- tura do períneo, forma-se o músculo esfíncter externo, de constituição mus- cular estriada esquelética e exerce um controle voluntário na abertura e fe- chamento da uretra neste nível, fato que permite resistir à vontade de urinar até encontrar um local apropriado (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). No homem, a uretra tem como função a passagem do sêmen e da urina. Quando o pênis fica ereto, causa uma contração do músculo esfíncter interno da uretra. Isso impede que a urina e o sêmen se misturem. 5.3 SISTEMA REPRODUTOR O sistema reprodutor compreende órgãos responsáveis em produzir, trans- portar e armazenaras células germinativas. Essas células são as responsáveis em dar origem aos gametas. O sistema reprodutor do homem é o masculino, e o da mulher o feminino. 5.3.1 INTRODUÇÃO AO SISTEMA REPRODUTOR O sistema reprodutor masculino é composto pelos seguintes órgãos e estru- turas: testículos, próstata, vias espermáticas e o pênis. O sistema reprodutor feminino é composto pelo útero, ovários, tubas uterinas, vagina e a vulva. 119 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO Cólon sigmóide Reto Vesícula seminal Ducto ejaculatório Glândula bulbouretral Ânus Ducto deferente Epidídimo Testículo Escroto Bexiga Osso púbis Pênis Corpo cavernoso Glande Prepúcio Abertura uretral Membrana perineal Esfíncter uretral externo Ligamento suspensório do pênis Ligamento puboprostático Fonte: Bibi Saint-Pol, Wikimedia Commons (2014). #PraCegoVer Na imagem, temos as estruturas relacionadas ao sistema reprodutor masculino: cólon sigmoide, reto, vesícula seminal, ducto ejaculatório, glândula bulbouretral, ânus, ducto deferente, epidídimo, testículo, escroto, abertura uretral, prepúcio, glande, corpo cavernoso, pênis, esfíncter uretral externo, membrana perineal, ligamento puboprostático, ligamento suspensório do pênis, osso púbis, bexiga. SISTEMA REPRODUTOR FEMININO tubas uterinas ovários útero cérvix vagina vulva Fonte: Jmarchn, Wikimedia Commons (2020). #PraCegoVer Na imagem, temos as estruturas relacionadas ao sistema reprodutor feminino: tubas uterinas, ovários, útero, cérvix, vagina, vulva. 120 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5.3.2 SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO Vamos iniciar pelos testículos. O testículo é a gônada masculina e também uma glândula endócrina. Existem dois testículos que no homem adulto se alojam em uma estrutura chamada escroto. Esta é uma bolsa músculo mem- branosa que mantém os testículos numa localização extra- corpórea, garan- tindo temperatura menor do que a intra-abdominal. Apesar dessa localiza- ção do testículo adulto, estes são formados no interior da cavidade abdominal próximo aos rins. Durante o desenvolvimento, os testículos se deslocam em direção à pelve, e próximo ao nascimento ou algumas semanas após, alojam- -se no escroto (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014; BECKER et al., 2018). ANATOMIA DO TESTÍCULO Entrada canal inguinal Músculo cremáster Túnica vaginal Cabeça do epidídimo Lobos da vesícula seminal Septo da túnica albugínea Túnica albugínea Cauda do epidídimo Túbulo reto Rete testis Ducto deferente Corpo do epidídimo Ducto eferente Cordão espermático Fonte: CFCF, Wikimedia Commons (2013). #PraCegoVer Na imagem, temos a o testículo humano e sua anatomia: cordão espermático, entrada canal inguinal, músculo cremáster, túnica vaginal, cabeça do epidídimo, lobos da vesícula seminal, septo da túnica albugínea, túnica albugínea, cauda do epidídimo, túbulo reto, rete testis, ducto deferente, corpo do epidídimo, ducto eferente. 121 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA O testículo é revestido por uma mem- brana esbranquiçada denominada de túnica albugínea e que emite septos di- vidindo o testículo em lóbulos do testí- culo. Nos lóbulos do testículo existem os ductos seminíferos contorcidos, estrutu- ras microscópicas em que se originam os espermatozoides. Também nos lóbulos testiculares estão as células intersticiais responsáveis pela produção do hormô- nio sexual secundário, a testosterona. A produção desse hormônio, a partir da pu- berdade, confere ao homem as caracte- rísticas sexuais secundárias masculinas, como crescimento e distribuição de pelos, mudança de timbre da voz, aumento do pênis, produção de esperma- tozoides entre outros (DANGELO; FATTINI, 2012). O epidídimo é o próximo órgão por onde passam os espermatozoides. Ele é uma via de transporte de gameta. O epidídimo é formado por um tubo mi- croscópico enovelado que está alojado no polo superior e na margem pos- terior do testículo. No longo e sinuoso ducto do epidídimo, durante o trajeto do espermatozoide, algumas ocorrem mudanças morfológicas e funcionais nestes gametas, tornando-os maduros. O formato do epidídimo lembra o de uma vírgula e por isso é dividido em cabeça, corpo e cauda. A cauda do epidídimo é contínua com a próxima via de transporte de gametas, o ducto deferente (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). O ducto deferente é um tubo longo e fino, com aproximadamente 45 centí- metros de comprimento e três milímetros de espessura que conduz os esper- matozoides da cauda do epidídimo até o ducto ejaculatório. Ele possui parte escrotal (que está dentro do escroto), parte funicular (presente no funículo espermático), parte inguinal (na região inguinal) parte pélvica (presente no interior da pelve) e ampola do ducto deferente. As paredes do ducto deferente possuem uma musculatura bem desenvol- vida e inervada para que se contraiam, e transportem efetiva e rapidamente os espermatozoides em direção à ampola do ducto deferente. Lembro você, estudante, que parte deste trajeto é contra a gravidade (LAROSA, 2016). Saiba mais Clique no link. para conhecer mais sobre os testículos e outras estruturas do sistema reprodutor masculino. https://www.youtube.com/watch?v=Dd3m78OMHwI&t=8s 122 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A glândula seminal é uma das glândulas anexas do sistema reprodutor no homem. É caracterizada como uma glândula exócrina a qual sua produção compõe aproximadamente 60% do volume do líquido seminal. O líquido se- cretado por essa glândula ajuda na neutralização do ambiente ácido daure- tra masculina e do trato genital feminino. Existem duas glândulas seminais que se alojam inferiormente à bexiga uriná- ria e são formadas por um tubo de, em média, 15 centímetros, enovelado so- bre si mesmo. A porção terminal do tubo se junta ao ducto deferente forman- do o ducto ejaculatório (também existem dois: um direito e um esquerdo). Esse tem cerca de dois centímetros de comprimento e penetra na glândula próstata. Abrem-se diretamente no interior da uretra prostática. Esse ducto conduz os espermatozoides vindos do ducto deferente juntamente com a secreção da glândula seminal (MIRANDA NETO, 2012). A próstata é também uma glândula ímpar e mediana, e faz parte das glându- las anexas ao sistema genital masculino. Está localizada abaixo da bexiga uri- nária e é atravessada pela parte prostática da uretra. É uma glândula exócrina responsável por cerca de 30% do volume do líquido seminal. Sua secreção au- xilia na manutenção da viabilidade dos espermatozoides por seu pH alcalino (MIRANDA NETO, 2012). A terceira glândula anexa ao sistema genital masculino é a glândula bulbou- retral, se constitui a partir de um par, em que cada uma delas apresenta for- mato arredondado, semelhante aos grãos de ervilha, e estão localizadas na espessura do períneo. Sua secreção lubrifica a uretra antes da ejaculação, pois, durante a excitação sexual, secretam um líquido alcalino com função lubrifi- cante e que contribui para neutralizar o pH da uretra. Os ductos das glândulas bulbouretrais se abrem na parte esponjosa da uretra. A parte esponjosa da uretra atravessa o pênis, órgão copulador masculino (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014; BECKER et al., 2018). O funículo espermático é o conjunto de estruturas que entram e saem do testículo: ducto deferente, artérias, veias, vasos linfáticos, nervos entre outros. 123 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA Os espermatozoides são transportados pelas três partes da uretra masculina, chegando a uma dilatação na porção terminal da parte esponjosa da uretra, chamada fossa navicular. Em seguida, transpõe o óstio externo da uretra dei- xando o corpo masculino. A uretra masculina tem dupla função, permite a passagem de urina e de sêmen, em momentos diferentes, conforme já men- cionado (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). O pênis é um órgão cilíndrico fixado na região anterior do períneo e é dividido em três diferentes partes, raiz, corpo e glande dos pênis. A raiz do pênis é a parte fixa do órgão ao períneo; o corpo do pênis é a parte móvel; e a glande do pênis a parte dilatada na extremidade livre, em que se abre o óstio externo da uretra. O pênis é um órgão erétil constituído por três estruturas cilíndricas eré- teis, dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso (DANGELO; FATTINI, 2012). ANATOMIA DO PÊNIS corpo cavernoso artéria cavernosa veia dorsal corpo cavernoso uretra nervos glande Fonte: Kelly8~commonswiki, Wikimedia Commons (2006). #PraCegoVer Na imagem temos um pênis e suas estruturas anatômicas: corpo cavernoso, veia dorsal, artéria cavernosa, corpo cavernoso, uretra, nervos, glande. 124 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Os corpos cavernosos são as principais estruturas do pênis, possuem uma es- trutura trabeculada e uma artéria peniana. O sangue preenche rapidamente esses espaços promovendo o enrijecimento e, em consequência, a ereção do pênis. Após a ejaculação, os estímulos da inervação do sistema nervoso sim- pático fazem a vasoconstrição arterial reduzindo o fluxo de sangue para os corpos cavernosos levando o pênis a voltar para o estado de flacidez (DANGE- LO; FATTINI, 2012). O corpo esponjoso do pênis é também uma estrutura cilíndrica percorrido em toda sua extensão pela parte esponjosa da uretra. Sua porção distal forma a glande do pênis que cobre a terminação dos corpos cavernosos. O contorno da glande é a coroa da glande, região especialmente inervada e relacionada ao prazer sexual masculino. A glande não se torna erétil nem enrijecida, facilitando a penetração do pênis na vagina da mulher (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). A parte livre do pênis é envolta por uma pele fina e deslizante que na região da glande se expande numa prega cutânea membranosa que a envolve, chama- da prepúcio, que se fixa por meio do frênulo do prepúcio. Esta região da glande possui muitas glândulas sebáceas, chamadas glândulas prepuciais, que auxi- liam na lubrificação durante a relação sexual (DANGELO; FATTINI, 2012). Você não pode deixar de assistir a essa videoaula. É uma aula prática sobre a anatomia do sistema reprodutor masculino. https://www.youtube.com/watch?v=M-ww6ubc3b4 125 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA 5.3.3 SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Vamos iniciar pelos ovários. Os ovários são as gônadas femininas, órgãos for- madores de gametas femininos, os ovócitos. São também glândulas endócri- nas, que produzem hormônios sexuais secundários que participam do desen- volvimento das características de uma mulher adulta, como desenvolvimento de mamas, pelos pubianos, crescimento da vagina e útero e desenvolvimento de genitais externos (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Os ovários se localizam na cavidade pélvica, inferiormente à tuba uterina, ao nível da bifurcação da artéria ilíaca comum. Ficam fixados ao útero a tuba e a cavidade pélvica, por meio de ligamentos. Essas estruturas são revestidas por um tecido semelhante ao que envolve os testículos, também chamado de túnica albugínea. No interior do ovário estão o córtex e a medula do ovário. A superfície do ovário apresenta-se lisa e brilhante até o período da puberdade. Desta época em diante, torna-se gradativamente rugosa devido à expulsão dos ovócitos (MIRANDA NETO, 2012). ÚTERO, OVÁRIOS, TUBAS UTERINAS E VAGINA tuba uterina corpo lúteo óvulo ovário útero cérvix óvulo recém-descarregado vagina folículos se desenvolvendo ligamento suspensório do ovário fímbrias ligamento ovariano ligamento redondo ligamento largo Fonte: Zealthy.in, Wikimedia Commons (2020). #PraCegoVer Na imagem temos algumas estruturas anatômicas do sistema reprodutor feminino: tuba uterina, corpo lúteo, óvulo, ovário, útero, cérvix, vagina, ligamento suspensório do ovário, fímbrias, ligamento ovariano, ligamento redondo, ligamento largo. 126 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 As tubas uterinas são dois órgãos tubulares cilíndricos com, aproximadamen- te,10 centímetros de comprimento. Elas possuem a função de captar o ovóci- to na cavidade peritoneal e transportá-lo até o útero. Na tuba uterina ocorre a fecundação e o início das divisões celulares Essas tubas apresentam dois óstios em suas extremidades. Um deles se abre no útero, o óstio uterino da tuba. Distalmente abre-se no óstio abdominal da tuba uterina. Seu diâmetro é irregular e por isso possui diferentes regiões, são elas: Parte uterina pequena parte na parede do útero. Istmo da tuba uterina região mais afilada próximo ao útero. Ampola da tuba uterina uma região mais dilatada onde normalmente ocorre a fecundação. Infundíbulo da tuba uterina região terminal e distal da tuba, em formato de funil, com projeções chamadas fímbrias (MIRANDA NETO, 2012). O útero é considerado um órgão muscular, oco, ímpar, que se localiza na ca- vidade pélvica. A sua função é sediar a implantação e o amadurecimento do embrião, assim como participar do mecanismo do parto. Importante você saber que, quando não ocorre a implantação de um embrião, o útero será a fonte do fluxo menstrual. O tamanho e formato do útero assemelha-se a uma pera invertida. Ele é dividido em algumas regiões sendo: 127 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA Fundo doútero região do útero localizada acima da implantação das tubas uterinas, é uma parte abaulada e que se desenvolve muito durante a gestação. Corpo do útero região mais volumosa do útero e que delimita a cavidade uterina. Colo do útero parte mais inferior e afunilada do útero, que se subdivide em: porção supravaginal do colo do útero, região que está localizada acima da vagina; porção vaginal do colo do útero, região que se projeta para o interior da vagina. Nessa porção está o óstio do útero, local de passagem do espermatozoide na fecundação, do concepto no parto e do fluído menstrual (MIRANDA NETO, 2012). No interior da região do corpo está a cavi- dade do útero com formato de uma fen- da triangular. Ao nível do colo do útero, essa cavidade tem continuidade como o canal do colo do útero que se abre no óstio do útero ao nível do fundo da vagi- na. A cavidade do útero permanece vazia, exceto quando se enche de sangue na menstruação e no momento do parto. Vale lembrar que o concepto não se aloja na cavidade do órgão, mas na parte de- senvolvida da parede (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). O útero ocupa uma posição chamada de anteversão e anteflexão. Em suma, o fundo do útero é voltado para frente (anteversão) e o corpo do útero apresen- ta uma angulação em relação à vagina (anteflexão). Para manter-se nesta po- sição, o útero possui diversos ligamentos para sua fixação e posicionamento. Saiba mais Acesse o link e entenda mais sobre a anatomia do sistema reprodutor feminino? https://www.youtube.com/watch?v=ymNSJcVNkFY&t=29s 128 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Esses ligamentos o conectam com órgãos, músculos e ossos da pelve. Apesar dos ligamentos o útero apresenta certa mobilidade e sua posição pode variar de acordo com o estado funcional, por exemplo, a gravidez (DANGELO; FAT- TINI, 2012). O útero apresenta três camadas. A camada mais externa é chamada perimé- trio, miométrio e endométrio: Perimétrio reveste o útero e é contínuo com o ligamento largo do útero, importante por conter vasos sanguíneos e participar da fixação do útero; Miométrio é a camada muscular, a camada mais espessa do útero formado por fibras musculares lisas; Endométrio é a camada mais interna do útero, é a mucosa que reveste a cavidade uterina. Durante a gestação aloja o concepto e seus anexos embrionários (MIRANDA NETO, 2012). A vagina é o órgão copulador feminino, serve também de canal do parto e via de eliminação do fluido menstrual e secreções. É um tubo musculomem- branoso de cerca de 10 centímetros de comprimento que se estende do colo do útero até o óstio vaginal em que se abre no vestíbulo da vagina parte do pudendo feminino (BECKER et al., 2018) As paredes anterior e posterior deste órgão ficam colabadas tornando a cavi- dade da vagina praticamente virtual, pois se dilata apenas por ocasião do ato sexual e do parto. A camada mais interna da vagina é a túnica mucosa que apresenta rugas vaginais. Nessa mucosa também existem glândulas produ- toras de muco além de células que sintetizam glicogênio e gordura a partir 129 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA do estímulo de hormônios, como o estrogênio. Esses compostos são utiliza- dos para a sobrevivência da microbiota vaginal que dentre outras bactérias possui grande quantidade de lactobacilos (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Comunicando a vagina com o meio externo temos o óstio vaginal. Ele está localizado no períneo, posteriormente ao óstio externo da uretra e anterior- mente ao orifício anal. O pudendo feminino é a parte externa do sistema reprodutor feminino. Ele tem formato de uma abertura em fenda e é constituído de diversas estrutu- ras. O monte púbico é a proeminência arredondada anteriormente à sínfise púbica, coberta de pele e pelo com acúmulo de gordura na tela subcutânea, após a puberdade ( DANGELO; FATTINI, 2012). Você sabe o que é o hímen? É uma membrana bastante delicada, com pouca vascularização que está presente no óstio vaginal na mulher que ainda não teve relação sexual com coito, 130 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PUDENDO FEMININO Monte púbico Clitóris Vagina Lábio menor Lábio maior Ânus Abertura uretral Fonte: Sshirly, Wikimedia Commons (2013). #PraCegoVer Na imagem temos estruturas anatômicas do pudendo feminino: monte púbico, clitóris, abertura uretral, vagina, ânus, lábio menor, lábio maior. Os lábios maiores do pudendo são as duas pregas laterais dessa abertura em forma de fenda. Também contém tecido adiposo subcutâneo e pele com pe- los. A junção anterior destes lábios maiores forma a comissura anterior dos lábios e a posterior a comissura posterior dos lábios. Na parte interna aos lá- bios maiores estão os lábios menores do pudendo, duas pregas em forma de meia lua localizadas no períneo. Não possuem pelos e a pele é fina com gran- de quantidade de glândulas sebáceas. Os lábios menores delimitam a região chamada de vestíbulo da vagina (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). 131 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA O clitóris é considerado um órgão erétil. Assim como o pênis, ele possui raiz, corpo e uma glande recoberta pelo prepúcio do clitóris. Também possui cor- po cavernoso, porém são dois que, assim como no pênis, se enrijecem na ex- citação sexual. O bulbo do vestíbulo é um órgão bilateral localizado profundamente aos lá- bios maiores do pudendo e lateralmente ao óstio da vagina. São órgãos eré- teis que homologamente correspondem ao corpo esponjoso do pênis. Tam- bém são eréteis quando há excitação sexual (DANGELO; FATTINI, 2012). As glândulas vestibulares maiores irão secretar um líquido que tem a função de lubrificar a vagina durante o ato sexual. É um líquido bastante viscoso. Já as glândulas vestibulares menores lançam a secreção no vestíbulo da vagina. Elas são pequenas glândulas mucosas. 132 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONCLUSÃO Caro estudante, finalizamos aqui a unidade 5. Nessa unidade você estudou que o sistema urinário, composto pelos rins, ureteres, bexiga urinária e ure- tra, possui função vital importante na filtragem do sangue (retirar impurezas), produção e excreção da urina. Você pôde perceber que os rins, principalmen- te, possuem estrutura altamente complexa, vascularizada e importante para a vida. Outras estruturas, como ureteres e uretra, com anatomia mais simples, têm função apenas de transporte da urina. Já a bexiga, músculo liso (detru- sor), é a estrutura que aloja a urina antes de sua excreção. Estudamos que o sistema reprodutor masculino resulta de um conjunto de estruturas internas e externas que, em conjunto, possuem como principal função a produção e liberação do espermatozoide para possível reprodução. Além disso, algumas estruturas estão conectadas diretamente com o sistema urinário, como o pênis e uretra. Por fim, estudamos o sistema reprodutor feminino. Na mulher, o óvulo é o ga- meta responsável por tal função. Junto a ele, diversos órgãos femininos parti- cipam o incrível processo de fertilização e reprodução humana. UNIDADE 6 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 133 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA > Compreender a anatomia do sistema nervoso; > Conhecer as estruturas anatômicas que fazem parte do sistema nervoso central e periférico. 134 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA 6 ANATOMIA DO SISTEMA NERVOSO 6.1 INTRODUÇÃO Caro estudante, como vai? Seja bem-vindo a sexta e última unidade da disci- plina deAnatomia Humana. Nela, você estudará sobre a anatomia do sistema nervoso, aquele responsável por coordenar e regular as atividades corporais de todos os sistemas por meio dos estímulos voluntários e involuntários rece- bidos. Dentre essas atividades, encontram-se os movimentos, as sensações, os sentimentos e os comportamentos. O estudo da anatomia do sistema nervoso, também chamado de “neuroana- tomia”, é robusto, complexo, porém magnífico. O sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central (SNC), composto por encéfalo e medula espinal; e sistema nervoso periférico (SNP), composto por nervos cranianos, nervos periféricos, terminações nervosas e gânglios. Vamos lá! 6.2 INTRODUÇÃO AO SISTEMA NERVOSO 6.2.1 NEURÔNIOS A unidade funcional do sistema nervoso (SN) e estrutural é o neurônio que tem função sensitiva, integradora e motora levando as informações do SNC. No cérebro humano, encontram-se bilhões de neurônios e sabemos que são produzidos ao longo das nossas vidas. Eles são células que têm a função de processar as informações de acordo com as suas sinapses, fazendo a comuni- cação do SN com o corpo. 135 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Podemos fazer uma classificação quanto à sua função (DANGELO; FATTINI, 2012): Neurônios sensitivos recebem os estímulos internos e externos do corpo e transmite ao SNC; Neurônios motores captam as informações do SNC e passam para os músculos e glândulas corporais; Neurônios integradores estão no SNC e fazem conexão com os neurônios, entendendo os estímulos sensoriais. Os neurônios possuem um corpo celular denominado de pericário e prolon- gamentos citoplasmáticos denominados axônios e dendritos. Cada neurônio possui somente um axônio, que se caracteriza por ser o seu maior prolon- gamento; geralmente próximo à sua terminação, o axônio emite pequenos ramos colaterais, que constituem a sua arborização terminal. Antes de emitir a arborização terminal (terminações nervosas), o axônio pode percorrer uma distância que varia de micrômeros a um metro ou mais. 136 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA NEURÔNIO dendrito corpo celular nódulo de Ranvier terminações nervosas célula de Schwann bainha de mielina axônio núcleo Fonte: Dhp1080, Wikimedia Commons (2006). #PraCegoVer Na imagem, temos um neurônio e suas partes: dendrito, corpo celular, núcleo, axônio, nódulo de Ranvier, bainha de mielina, célula de Schwann, terminações nervosas. Os dendritos são prolongamentos cur- tos, que variam de um a milhares, depen- dendo das características morfológicas do neurônio. Os axônios e os dendritos são denominados de fibras nervosas, en- quanto alguns autores restringem o uso do termo “fibra nervosa” para designar o conjunto formado pelo axônio e seus en- voltórios (MIRANDA NETO, 2012). Saiba mais Caro estudante, veja essa videoaula sobre os neurônios. No SNC, os corpos celulares dos neurônios são encontrados em grande quantidade na substância cinzenta do encéfalo e da medula espinal, enquanto no SNP são encontrados em gânglios sensitivos e motores. https://www.youtube.com/watch?v=n842DYUD5kE 137 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 De acordo com o número de prolongamentos apresentados pelos neurônios, podem ser morfologicamente classificados, de acordo com Dangelo e Fattini (2012), em: Neurônios pseudo-unipolares são aqueles em que apenas um prolongamento parte do corpo celular, porém a seguir dividem-se em dois, assemelhando-se a um T, com um prolongamento periférico que se dirige para a periferia, onde se ramifica, originando terminações nervosas denominadas receptores, e um prolongamento central, que se dirige para o SNC. Funcionalmente, esses neurônios são classificados como sensitivos e seus corpos são encontrados nos gânglios sensitivos. Neurônios multipolares possuem um axônio e numerosos dendritos. Estes neurônios são encontrados em maior quantidade; funcionalmente, podem ser motores ou de associação. Neurônios bipolares são aqueles em que dois prolongamentos, um axônio e um dendrito, originam-se em polos distintos do corpo celular. Esses neurônios são sensitivos e seus corpos são encontrados na retina, na orelha interna e na mucosa olfatória. Neurônios unipolares são aqueles que possuem um prolongamento (axônio). 138 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA TIPOS DE NEURÔNIOS – CONFORME O NÚMERO DE PROLONGAMENTOS Fonte: Miguel Iglesias, Wikimedia Commons (2015). #PraCegoVer Na imagem temos quatro tipos de neurônios, conforme o número de prolongamentos: unipolar, bipolar, pseudo-unipolar e multipolar. 139 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 6.2.2 CÉLULAS DA GLIA Outras células constituintes do SN são as células gliais. No SNC, são iden- tificados quatro tipos de células gliais: astrócitos, oligodendrócitos, células ependimárias e micróglia, que mantêm a capacidade proliferativa e, em ge- ral, superam o número de neurônios, garantindo a sustentação estrutural e manutenção da condição local para a função neuronal (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). CÉLULAS DA GLIA Micróglia Astrócito Células ependimárias Oligodendrócitos Fonte: CFCF, Wikimedia Commons (2016). #PraCegoVer Na imagem temos as células da glia: micróglia, astrócito, células ependimárias, oligodendrócitos. Os astrócitos se caracterizam pela presença de numerosos prolongamentos citoplasmáticos, os quais podem emitir projeções chamadas pés perivascu- lares que estabelecem contato com vasos sanguíneos. Possuem núcleo pe- queno e citoplasma escasso. Estão presentes na substância branca e cinzenta (que veremos mais adiante). 140 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA Os oligodendrócitos são menores que os as- trócitos e estão distribuídos nas substâncias branca e cinzenta. Contêm menos prolon- gamentos e menos ramificações do que os astrócitos. Possuem núcleo irregular inten- samente corado, complexo de Golgi bem desenvolvido, além de numerosas mitocôn- drias e microtúbulos. Seus prolongamentos envolvem os axônios formando a bainha de mielina no SNC, razão pela qual são contrá- rias às células de Schwann do SNP. As micróglias são pequenas células com numerosas e finas ramificações, núcleo reduzido e grande atividade fagocitária. São consideradas protetoras imunológicas do cérebro e da medula espinal. As células ependimárias são cúbicas e formam um epitélio simples, que re- veste a superfície interna dos ventrículos cerebrais e o canal central da medu- la espinal. O domínio apical dessas células possui numerosas microprojeções e um ou mais cílios (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). No SNP, temos as células satélites e as células de Schwann. As células satélites localizam-se junto aos corpos celulares dos gânglios periféricos recém-forma- dos. São células pequenas, achatadas, com núcleo escuro, heterocromático. As células de Schwann, também do SNP, formam uma bainha complexa em torno dos axônios, com exceção das porções terminais do axônio. São alonga- das, com núcleo alongado, Golgi pouco desenvolvido e poucas mitocôndrias. Saiba mais Clique aqui e saiba mais sobre as células da glia. A destruição da bainha de mielina pode gerar a esclerose múltipla, uma doença desmielinizante, que causa incapacidade significativa e progressiva na maioria dos indivíduos afetados, sendo a causa mais comum de incapacidade neurológica adquirida em adultos jovens. https://www.youtube.com/watch?v=u2VGb9Gzs7A 141 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Importante que você saibaque a fibra nervosa é constituída de um axônio envolto por bainhas de mielina. Nas fibras nervosas mielínicas, as células de Schwann se enrolam formando várias dobras concêntricas em torno do axô- nio e formam uma bainha de mielina análoga àquela dos oligodendrócitos no SNC. Nas fibras denominadas amielínicas, uma única célula de Schwann envolve vários axônios. 6.2.3 DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO Caro estudante, o SN é dividido em dois: o SNC e o SNP. Em sua divisão, é considerado anatomicamente que o SNC é aquele que está dentro do es- queleto axial e o SNP é aquele que fica fora do esqueleto. Porém, não é uma divisão tão exata, pois ocorrem algumas conexões entre eles. O SNC recolhe inúmeros estímulos que são interpretados e memorizados para adaptação às condições internas e externas do corpo. Sistema Nervoso Central encéfalo e medula espinal. Sistema Nervoso Periférico nervos espinais, nervos cranianos e gânglios. 142 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA CÉLULAS DA GLIA Encéfalo Medula espinal Sistema nervoso central (encéfalo e medula espinal) Fonte: Methoxyroxy~commonswiki, Wikimedia Commons (2005). #PraCegoVer Na imagem temos as estruturas que fazem parte do sistema nervoso central: encéfalo e medula espinal. O SNC conta com partes muito importan- tes: telencéfalo e diencéfalo no cérebro; mesencéfalo, ponte e bulbo no tronco encefálico; e o cerebelo. Essas três maio- res partes citadas compõem o encéfalo. O encéfalo, em conjunto com a medula espinal, atua em processos inconscientes e de movimentos voluntários. Saiba mais Assista à videoaula a respeito da divisão do sistema nervoso. https://www.youtube.com/watch?v=QwXYG96bzCI 143 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 6.3 SISTEMA NERVOSO CENTRAL 6.3.1 ENCÉFALO Agora, caro(a) aluno(a), convido-o(a) ao estudo macroscópico do encéfalo. Te- remos como objetivo descrever as estruturas que fazem parte do encéfalo. Iniciaremos a abordagem pelo cérebro, passando para o cerebelo e finalizare- mos pelo tronco encefálico. O encéfalo regula processos inconscientes e coordena parte dos movimentos voluntários do ser humano, como o caminhar. É também local da consciên- cia, o que permite a capacidade de pensar e aprender, assim como quando aprendemos a calcular. O encéfalo é formado pelas estruturas presentes dentro do crânio, ou seja, pelo cérebro, cerebelo e tronco encefálico, localizados na cavidade craniana. Uma grande quantidade de neurônios (100 bilhões) e de neuroglia (1 trilhão) formam o encéfalo. Seu peso é de aproximadamente 1,400 kg. A maior parte do encéfalo é composta pelo cérebro, sendo formado pelo te- lencéfalo e diencéfalo. No homem adulto, o cérebro é constituído por dois hemisférios: o direito e o esquerdo (divididos pela fissura longitudinal do cére- bro). O diencéfalo é envolvido integralmente pelo cérebro, tendo em vista seu extenso desenvolvimento. HEMISFÉRIOS CEREBRAIS Fonte: LUMINR, Wikimedia Commons (2018). #PraCegoVer Na imagem temos um cérebro, colorido, e seus dois hemisférios – direito e esquerdo. 144 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA Na superfície externa do cérebro, é possível observar as fissuras e os sulcos que servem como referência para a subdivisão dos hemisférios cerebrais em regiões menores, isto é, em lobos e giros. De maneira simplificada, os giros são as protuberâncias do cérebro e os sulcos são fendas que delimitam os giros. Cada um dos hemisférios cerebrais é dividido em cinco lobos (frontal, parietal, temporal, occipital, insular), pelos sulcos. Os lobos foram nomeados de acordo com os ossos do crânio em que se encontram, ou seja, o lobo frontal relacio- na-se com o osso frontal, o lobo temporal com o osso temporal, o lobo occipi- tal com o osso occipital e o lobo parietal com os ossos parietais. Mas e o lobo insular? Esse não possui relação com nenhum osso. O lobo frontal é o maior de todos. Ele participa de algumas funções intelec- tuais, como raciocínio, planejamento do futuro, pensamento abstrato, com- portamento sexual e agressivo. Além de ser responsável pela seletividade do processo de atenção, memória, linguagem e coordenação dos movimentos voluntários, fala expressiva, personalidade e impulso. Também é responsável por manter a interação entre diversos tipos de estímulos de informações ao mesmo tempo e, posteriormente, resgatar tal informação de acordo com as próximas exigências das ações intelectuais (MIRANDA NETO, 2012). O lobo temporal possui relação com a audição, olfato, linguagem, memória, comportamento emocional (raiva, hostilidade), comportamento sexual e or- denação do pensamento. Não devemos nos esquecer de que o lobo temporal do hemisfério dominante está relacionado com a interpretação dos significa- dos complexos das experiências sensoriais e pelo estado da consciência. Tam- bém é responsável pelo padrão básico determinado culturalmente, definin- do o que representa ser do sexo feminino ou masculino em uma dada sociedade. Nesse lobo, também acontece a discrimi- nação integrada dos estímulos sensitivos que vieram das áreas auditivas secundá- rias, visuais e somatossensoriais, o que possibilita o reconhecimento de forma consciente das experiências vivenciadas e a seleção de quais informações formarão a memória. Saiba mais Clica aqui e assista a esta videoaula sobre anatomia do encéfalo. https://www.youtube.com/watch?v=fAOFdMd7NAs 145 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 No lobo parietal, há regiões que recebem e interpretam os impulsos relacio- nados a algumas sensações, como dor, tato, pressão, temperatura, proprio- cepção e paladar. Também está associado ao uso de símbolos como meio de comunicação e a fala receptiva. Participa da confirmação dos movimentos já realizados e da decisão de quais movimentos deverão ser realizados para concluir seu objetivo. Já o lobo occipital está direcionado para a visão. Nele, encontra-se o córtex vi- sual e o córtex de associação visual. Ele também realiza atividades associadas aos lobos parietal e temporal, no que diz respeito aos movimentos de segui- mento optocinético e fixação dos olhos. Proporciona funções complexas de reconhecimento, associação visual, revisualização, visão das cores, do tama- nho e formato dos objetos, bem como de orientação visual. Por fim, o lobo insular está associado à percepção e geração de respostas emocionais, mas também apresenta grandes conexões com quase todas as regiões do cérebro (devido sua localização), por meio dos fascículos. Tal fato justifica as relações do lobo insular com a linguagem, funções neurovegetati- vas e o córtex motor suplementar. LOBOS CEREBRAIS lobo frontal lobo occipital lobo parietal lobo temporal Fonte: UWCTransferBot, Wikimedia Commons (2013). #PraCegoVer Na imagem temos os lobos cerebrais em cores diferentes. Em azul, o lobo frontal; em amarelo, o lobo parietal; em rosa, o lobo occipital; e em verde, o lobo temporal. 146 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA Vamos agora estudar sobre o diencéfalo. Ele é composto pelas seguintes es- truturas: tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo. É encoberto pelo te- lencéfalo, que você estudou anteriormente, sendo localizado medialmente, e forma, portanto, o núcleo central do encéfalo. Sua atuação ocorre por meio do sistema nervoso autônomo, pois coordena as atividades de vida vegetativa, como a fome, o sono, a temperatura e a sede, além da motricidade, comportamento emocional e sensibilidade. Iniciamos pelo tálamo. Ele possui um formato oval, com quatro centímetros de comprimento, sendo composto principalmente de massas de substância cinzenta organizadaem núcleos, os quais são pontos de transmissão dos im- pulsos sensitivos que chegam de outras regiões do SNC ao córtex cerebral (MIRANDA NETO, 2012). Já o hipotálamo é considerado uma estrutura muito pequena, com um cen- tímetro quadrado. Ocupa uma posição anterior no diencéfalo. Podemos di- zer que quase todas as vísceras do nosso corpo dependem do hipotálamo para alguns aspectos de controle. Ele possui diversas funções, como regular a homeostase, controlar a divisão do sistema nervoso autônomo e funções viscerais, regulando o sistema nervoso parassimpático, participar do sistema límbico, estando envolvido nas emoções e resposta de raiva, regular o apetite, pois representa o centro de saciedade do encéfalo, regular a temperatura e sede, regular a lactação, produzindo ocitocina, regular a resposta ao stress, regular a função cardiorrespiratória, produzir dopamina, que inibe a secreção de prolactina, produzir β-endorfinas, controlar a liberação de hormônios da adenohipófise, produzir vasopressina, controlar o ritmo circadiano, por influ- ência da glândula pineal. O subtálamo é uma pequena estrutura localizada na face posterior do dien- céfalo na região de passagem para o mesencéfalo. Acima do subtálamo, en- contra-se o tálamo. Ele possui estruturas não endócrinas e endócrinas. A glân- dula pineal é a porção endócrina que mais se destaca. É uma região vinculada com o sistema límbico, controlando, portanto, o comportamento emocional. 147 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ALGUMAS ESTRUTURAS DO SNC Cérebro Hipotálamo Glândula pituitária Cerebelo Tronco encefálico Medula espinal Fonte: BruceBlaus, Wikimedia Commons (2016). #PraCegoVer Na imagem temos algumas estruturas do sistema nervoso central: cerebelo, tronco encefálico, medula espinal, glândula pituitária, hipotálamo e cérebro. Agora, estudemos sobre o cerebelo. Ele está localizado na fossa craniana pos- terior, atrás da ponte e do bulbo. O cerebelo se junta bilateralmente ao tronco encefálico por meio de três pedúnculos cerebelares, que possuem todas as fibras nervosas aferentes e eferentes que possuem relação com ele. Para você ter uma ideia, a proporção do peso do cerebelo para o cérebro de um adulto é por volta de 1:10; já em crianças essa proporção é de 1:20. Se o córtex cerebelar adulto fosse desenrolado, seria praticamente a metade do córtex cerebral. O nome de cerebelo, que significa em latim pequeno cérebro. 148 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA O cerebelo é composto por dois hemisférios e compõe uma parte considerá- vel do circuito que une as áreas sensoriais às áreas motoras do encéfalo, além de suas funções na coordenação dos movimentos. Proporciona ajustes du- rante os movimentos que servem de base para a precisão e exatidão, além de possuir grande participação no aprendizado motor e na modificação reflexa. Eles controlam a tensão muscular e articular bem como a visão e equilíbrio. Após uma revisão e aprofundamento sobre as estruturas que compreendem o telencéfalo, diencéfalo e cerebelo, chegou a hora de falarmos sobre o tronco encefálico. O tronco encefálico é essencial para a vida do homem, pois estão presentes os centros que ajudam a manter o organismo, como o centro res- piratório e o centro vasomotor, que mantém a atividade reflexa da respiração e regula o tônus da parede dos vasos sanguíneos respectivamente. Ele é for- mado pela ponte, bulbo e mesencéfalo. Ele possui basicamente três funções, recebe informação sensorial das regiões cranianas e comanda a musculatura da cabeça. As raízes motoras e sensitivas dos nervos cranianos entram e saem do tronco encefálico. Parecido com a medula espinal, o tronco encefálico serve como caminho para passagem de informação, já que os tratos ascendentes sensoriais e descendentes motores o percorrem. Os núcleos do tronco encefálico ajudam nas funções motoras e sensitivas específicas. O tronco encefálico é constituído por uma rede de neurônios complexa, a for- mação reticular, que se amplia por todo seu comprimento e se prolonga infe- riormente com sua correspondente espinal. Os neurônios da formação reticu- lar recebem e integram estímulos que chegam do córtex, do hipotálamo, do tálamo, do cerebelo e da medula espinal. A formação reticular do tronco en- cefálico opera nos mecanismos de ativação do córtex, na regulação do sono, no processo de atenção e na integração de reflexos. Caro estudante, veja essa videoaula sobre as alterações neurológicas com o passar da idade, ou seja, com o envelhecimento. É do meu canal no Youtube. https://www.youtube.com/watch?v=3bXsi9hxmYc&t=14s 149 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 6.3.2 MEDULA ESPINAL A medula espinal tem o formato cilíndrico e segue um trajeto pela coluna ver- tebral, mas não totalmente até o final. Ela inicia na cervical (na vértebra atlas) e termina em vértebras lombares. Sua medida se dá por volta de 45 cm. A medula é de grande importância, sendo composta por células nervosas res- ponsáveis pelos atos involuntários, além de ser um veículo que conduz im- pulsos nervosos, estabelecendo a conexão do sistema nervoso com o corpo. A outra função é proteger o corpo de algum evento de periculosidade por meio do reflexo, avisando-o de maneira rápida para que ocorra reação ao evento (LAROSA, 2016). O limite superior da medula é feito pelo bulbo, aproximadamente na altura do forame magno, e seu limite inferior no adulto está ao nível da segunda vértebra lombar. A parte final da medula espinal se estreita e forma um cone, conhecido como cone medular, que continua como um delgado filamento meníngeo, chamado de filamento terminal. O filamento terminal é um fila- mento composto de tecido conjuntivo, que se estende até o dorso da primei- ra vértebra do cóccix. A espessura da medula é ligeiramente maior que um lápis na maior parte do seu comprimento. A medula possui dois papéis importantes: ela envia os impulsos nervosos para o encéfalo, bem como do encéfalo, e também traduz de forma limitada as informações sensitivas, gerando ações reflexas estereotipadas, os reflexos es- pinais, que não recebem intervenção dos centros superiores do encéfalo. Por isso, a medula espinal é muito mais do que um mero transmissor passivo de impulsos nervosos. Havendo necessidade, ela assume funções no lugar do encéfalo, por meio dos atos reflexos. 150 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA ALGUMAS ESTRUTURAS DO SNC Substância cinzenta Canal central Substância branca Raiz dorsal do nervo espinal Raiz ventral do nervo espinal Fonte: Was a bee, Wikimedia Commons (2009). #PraCegoVer Na imagem temos parte da medula espinal e algumas de suas estruturas: substância cinzenta, substância branca, canal central, raiz dorsal e ventral do nervo espinal. A medula espinal recebe fibras nervosas aferentes primárias dos receptores distribuídos nas estruturas somáticas e viscerais. Dela partem fibras nervosas eferentes para os músculos esqueléticos. Os corpos dos neurônios pré-ganglionares estão na medula espinal e são res- ponsáveis pela inervação simpática do miocárdio e músculos lisos, das glân- dulas, e também pela inervação parassimpática dos músculos lisos do final do intestino grosso, dos órgãos pélvicos e do tecido erétil da genitália externa. No final da medula, o grupo de raízes nervosas da região lombar e sacral é chamado de cauda equina, devido a sua semelhança com um rabo de cavalo. 151 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Na substância branca na medula, as fibras nervosas se juntam em tratos (fei- xes principais) de acordo com a direção que os impulsos nervosos são en- viadose com os tipos de sinais que são transmitidos e respondidos (como temperatura e dor). Certos tratos se unem e repassam a informação entre alguns pares locais de nervos espinais, sem mandar fibras para o encéfalo. A substância cinzenta é organizada em colunas. 6.3.3 SUBSTÂNCIA BRANCA E CINZENTA No SNC, encontram-se áreas claras, denominadas de substância branca, constituídas por fibras nervosas mielínicas e neuroglia, sendo a mielina res- ponsável pela aparência esbranquiçada. E há áreas escuras, denominadas de substância cinzenta, onde se encontram corpos de neurônios, fibras amielíni- cas e neuroglia. Há também áreas que intercalam o cinza e o branco, denominadas de subs- tância reticular, constituídas de corpos de neurônios e axônios misturados en- tre si, com aparência de rede. No encéfalo, a substância cinzenta pode estar localizada na periferia, formando uma casca denominada córtex, ou contida na substância branca, caso em que é denominada de núcleo nervoso. Na me- dula espinal, a substância cinzenta tem o aspecto da letra “H”, circundado pela substância branca. 6.4 SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO 6.4.1 NERVOS Os nervos são cordões esbranquiçados que se conectam ao SNC, formados por fibras nervosas (axônios). Apresentam uma organização interna defini- da por envoltórios de tecido conjuntivo. Cada fibra nervosa é revestida pela bainha de mielina e/ou neurilema, sobre a qual ocorre o revestimento deno- minado endoneuro. Várias fibras, cada uma com seu respectivo endoneuro, estão agrupadas em feixes nervosos, que, por sua vez, recebem o envoltório denominado perineuro. Por fim, para formar o nervo, todos os feixes são re- vestidos pelo epineuro. 152 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA Os revestimentos conjuntivos sustentam e protegem as fibras nervosas; gra- ças a esses revestimentos é que os nervos são resistentes e elásticos. Através do perineuro e do epineuro passam vasos sanguíneos e linfáticos que vascu- larizam o nervo. Uma compreensão prolongada do nervo pode levar ao blo- queio da circulação sanguínea (isquemia), o que pode lesar as fibras nervosas. É interessante notar que os nervos são vascularizados, mas não são inervados. Isso quer dizer que, quando se estimula diretamente o nervo, ou quando é lesado, o indivíduo terá a sensação de que o estímulo ou a lesão ocorreu na região de inervação, como numa área de pele que pode estar muito longe do local onde se está estimulando diretamente o nervo (MIRANDA NETO, 2012). Os nervos podem ser classificados funcionalmente como sensitivo, motor e misto. Apesar de estarem em continuidade anatômica e funcional com o SNC, são considerados como parte do SNP, por se projetarem para fora do canal vertebral ou da caixa craniana. Os que se conectam diretamente ao en- céfalo são chamados de nervos cranianos, enquanto os que se conectam di- retamente à medula espinal são chamados de nervos espinais. O nervo é considerado sensitivo quando suas fibras conduzem impulsos ner- vosos da periferia para o SNC; é motor quando suas fibras conduzem impul- sos do SNC para a periferia; e misto quando apresenta fibras que conduzem impulsos nos dois sentidos. No corpo humano, são encontrados 12 pares de nervos cranianos (fazem conexão com o encéfalo) e 31 pares de nervos espi- nais (fazem conexão com a medula espinal) 6.4.2 NERVOS CRANIANOS Quanto aos nervos cranianos, suas principais funções estão relacionadas no quadro a seguir: 153 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Par craniano Origem aparente no encéfalo Origem aparente no crânio Funções I - Olfatório Bulbo olfatório Lâmina crivosa – etmoide Olfato II – Óptico Quiasma óptico Canal óptico Visão III – Oculomotor Pedúnculo cerebral Fissura orbital superior Movimento dos olhos e das pupilas IV – Troclear Véu medular superior Fissura orbital superior Movimento dos olhos V – Trigêmeo Entre a ponte e o pedúnculo cerebelar médio Fissura orbital superior (oftálmico), forame redondo (maxilar) e forame oval (mandibular) Sensibilidade da face, maxilar e mandibular, e dos 2/3 anteriores da língua. Inerva os músculos da mastigação. VI – Abducente Sulco bulbo-pontino Fissura orbital superior Movimento lateral dos olhos. VII – Facial Idem, lateralmente ao VI Forame estilomastoideo Paladar dos 2/3 anteriores da língua. Inerva todos os músculos da mímica. VIII – Vestíbulo-coclear Idem, lateralmente ao VII Penetra no osso temporal pelo meato acústico interno Equilíbrio e audição. IX – Glossofaríngeo Sulco lateral posterior- bulbo Forame jugular Sensibilidade e paladar no 1/3 posterior da língua. Deglutição. X – Vago Idem, caudalmente ao IX Forame jugular Inervação aferente visceral. Deglutição, fonação (fala) e inervação parassimpática das vísceras torácicas e abdominais. XI – Acessório Sulco lateral posterior do bulbo e medula Forame jugular Movimentos do pescoço. XII – Hipoglosso Sulco lateral anterior – bulbo Canal do Hipoglosso Movimentos da língua. Fonte: Adaptado de Dangelo e Fattini (2012). 154 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA 6.4.3 NERVOS ESPINAIS Os nervos espinais ou raquidianos são aqueles que fazem conexão com a me- dula espinal. São responsáveis pela inervação do tronco, dos membros su- periores e partes da cabeça, estando distribuídos em 31 pares, mantendo a conexão com a medula, e saem da coluna vertebral através de forames in- tervertebrais. Eles são formados por uma raiz dorsal e outra ventral (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). A divisão dos nervos espinais ou raqui- dianos tem o seguinte formato: • oito pares de nervos cervicais; • doze pares de nervos torácicos; • cinco pares de nervos lombares; • cinco pares de nervos sacrais; • um par de nervos coccígeos. Saiba mais Acesse aqui e assista à videoaula sobre os nervos espinais. https://www.youtube.com/watch?v=09zBgKhBxgw 155 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONCLUSÃO Caro estudante, finalizamos aqui a unidade 6. Você pode compreender que o SN é composto por estruturas que permitem o funcionamento do organismo, bem como sua interação com o meio que o cerca. É através dele que toma- mos consciência do que está ocorrendo à nossa volta, por meio dos diversos tipos de sensações, desenvolvemos o raciocínio, a memória e geramos uma resposta ao estímulo que foi recebido. Vale ressaltar que a unidade anátomo funcional do SN é o neurônio, uma célula altamente especializada, responsável por captar o estímulo, transfor- mando-o em impulso nervoso, passando essa informação de um neurônio ao outro por meio de um processo chamado sinapse, fazendo com que chegue até o SNC, para que possa ser percebida e, enfim, gerar uma resposta a esse estímulo que foi captado. 156 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 REFERÊNCIAS ALTERAÇÕES neurológicas no envelhecimento - Dr. Daniel Vicentini. [S. I.: s. n.], 2020. 1 vídeo (12min). Publicado pelo canal Dr. Daniel Vicentini - Gerontologia. Disponível em: https://www. youtube.com/watch?v=3bXsi9hxmYc&t=14s. Acesso em: 2 set. 2020. Anatomia Fácil com Rogério Gozzi. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ChGAO- -qi0z8. Acesso em: 14 maio 2021. ANATOMIA humana - sistema urinário – ureteres. [S. I.: s. n.], 2020. 1 vídeo (5min). Publicado pelo canal Lívia Rossi. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=eRU_ekOGzQ4. Acesso em: 3 jun. 2021. ANATOMIA Respiratória - Pulmão - Aula Prática. [S. I.: s. n.], 2017. 1 vídeo (3min). Publicado pelo canal Professor Leandro Bueno. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=SjnhTa176og. Acesso em: 27 maio 2021. APRENDA Anatomia Humana em 15 minutos- vídeo aula 133. [S. I.: s. n.], 2016. 1 vídeo (14min). Pu- blicado pelo canal Anatomia Fácil com Rogério Gozzi. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=CKgzFFgBsGw&t=255s. Acesso em: 28 maio 2021. APRENDA todos os músculos do membro inferior em 10 minutos. [S. I.: s. n.], 2020. 1 vídeo (12min42s). Publicado pelo canal Anatomia Fácil com Rogério Gozzi. Disponível em: https://www. youtube.com/watch?v=GtAsS5pOuCY&t=9s. Acesso em: 14 maio 2021. ARTICULAÇÕES: definição e classificação | Anatomia etc. [S. I.: s. n.], 2019. 1 vídeo (8min19s). Publicado pelo canal Anatomia e etc. com Natalia Reinecke. Disponível em: youtube.com/ watch?v=RsanA4Cb24Q&t=10s. Acesso em: 14 maio 2021. BECKER, R. O. et al. Anatomia humana. Porto Alegre: SER - SAGAH, 2018. Livro digital. (1 recurso online). CALAIS-GERMAIN, B. Anatomia para o movimento: introdução à análise das técnicas corporais. São Paulo: Manole, 2012. CONHEÇA todos os músculos do dorso. [S. I.: s. n.], 2019. 1 vídeo (35min30s). Publicado pelo canal Anatomia Fácil com Rogério Gozzi. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=xe6v- -w6Tal8. Acesso em: 14 maio 2021. DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia básica dos sistemas orgânicos: com a descrição dos ossos, juntas, músculos, vasos e nervos. São Paulo: Atheneu, 2012. DANGELO, J. G; FATTINI, C. A. Anatomia Humana: Sistêmica e Segmentar. São Paulo: Atheneu, 2012. DIFICULDADE em aprender os músculos da coxa? Você vai se arrepender de não assistir esse vídeo. [S. I.: s. n.], 2020. 1 vídeo (8min06s). Publicado pelo canal Anatomia Fácil com Rogério Gozzi. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=67qS5njUqM8. Acesso em: 17 maio 2021. ELES estudavam Anatomia em condições mínimas. Qual é a sua desculpa? [S. I.: s. n.], 2020. 1 ví- deo (15min). Publicado pelo canal Anatomia Fácil com Rogério Gozzi. Disponível em: https://www. youtube.com/watch?v=IgrnbEIAP5M. Acesso em: 28 maio 2021. https://www.youtube.com/watch?v=3bXsi9hxmYc&t=14s https://www.youtube.com/watch?v=3bXsi9hxmYc&t=14s https://www.youtube.com/watch?v=ChGAO-qi0z8 https://www.youtube.com/watch?v=ChGAO-qi0z8 https://www.youtube.com/watch?v=eRU_ekOGzQ4 https://www.youtube.com/watch?v=SjnhTa176og https://www.youtube.com/watch?v=xe6v-w6Tal8 https://www.youtube.com/watch?v=xe6v-w6Tal8 https://www.youtube.com/watch?v=67qS5njUqM8 https://www.youtube.com/watch?v=IgrnbEIAP5M https://www.youtube.com/watch?v=IgrnbEIAP5M 157 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANATOMIA HUMANA GILROY, A. M. Atlas de anatomia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. GOMES, I. T.; SANTOS, M. S. P. dos; FILADELPHO, A. L.; ZAPPA, V. Leonardo da Vinci, o “Homem Vitruviano” e a Anatomia. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, Garça, ano VII, n. 13, jul. 2009. Disponível em: http://www.faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/ jEAOJk3nIXmb5bM_2013-6-24-17-42-48.pdf. Acesso em: 7 maio 2021. GOSLING, J. A. et al. Anatomia humana: atlas colorido e texto. Rio de Janeiro: GEN Guanabara Koogan, 2019. INTRODUÇÃO à Anatomia: posição anatômica e termos de relação | Anatomia etc. [S. I.: s. n.], 2020. 1 vídeo (16min). Publicado pelo canal Anatomia e etc. com Natalia Reinecke. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=5c3Pp-b7uwc. Acesso em: 28 maio 2021. LAROSA, P. R. R. Anatomia humana: texto e atlas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. MIRANDA NETO, M. H. Anatomia humana: aprendizagem dinâmica. Maringá: Gráfica Editora Clichetec, 2012. MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. 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Publicado pelo canal Anatomia Fácil com Rogério Gozzi. Disponível em: https:// www.youtube.com/watch?v=u2VGb9Gzs7A. Acesso em: 8 jun. 2021. OSSOS dos membros inferiores nunca mais esqueça. [S. I.: s. n.], 2020. 1 vídeo (6min13s). Publicado pelo canal Anatomia Fácil com Rogério Gozzi. Disponível em: youtube.com/watch?v=fOvfMVLB- -zQ. Acesso em: 14 maio 2021. PLANOS anatômicos e eixos de movimento: Introdução à Anatomia parte 2. [S. I.: s. n.], 2020. 1 vídeo (11min). Publicado pelo canal Anatomia e etc. com Natalia Reinecke. Disponível em: https:// www.youtube.com/watch?v=yIzz0iq3ZqA. Acesso em: 28 maio 2021. SISTEMA cardiovascular - 1/6: Introdução | Anatomia e etc. [S. I.: s. n.], 2016. 1 vídeo (7min). Publica- do pelo canal Anatomia e etc. com Natalia Reinecke. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=761HjdBB3FA. Acesso em: 21 maio 2021. SISTEMA cardiovascular 4/6: vasos sanguíneos (veias, artérias e capilares) | Anatomia e etc. [S. I.: s. n.], 2016. 1 vídeo (12min). 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Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=nfcSF2YoPLE&t=8s. Acesso em: 14 maio 2021. SISTEMA excretor/urinário: aula 1/2. Anatomia e fisiologia renal. [S. I.: s. n.], 2018. 1 vídeo (21min). Pu- blicado pelo canal Anatomia e etc. com Natalia Reinecke. Disponível em: https://www.youtube. com/watch?v=I9Rf2qf4rvs. Acesso em: 3 jun. 2021. SISTEMA genitalmasculino: Aula prática. [S. I.: s. n.], 2020. 1 vídeo (19min). Publicado pelo canal Anatomia Kura. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=M-ww6ubc3b4. Acesso em: 3 jun. 2021. SISTEMA linfático – 1/4: Introdução I Anatomia e etc. [S. I.: s. n.], 2017. 1 vídeo (9min). Publicado pelo canal Anatomia e etc. com Natalia Reinecke. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=7u2HltA4Bpo. Acesso em: 21 maio 2021. SISTEMA nervoso - estrutura dos neurônios e sinapse - anatomia humana - vídeoaula 008. [S. I.: s. n.], 2013. 1 vídeo (12min). Publicado pelo canal Anatomia Fácil com Rogério Gozzi. 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[S. I.: s. n.], 2018. 1 vídeo (11min). Publicado pelo Anatomia e etc. com Natalia Reinecke. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=RJeP3n5o2oc. Acesso em: 28 maio 2021. VESALE, A. De Humani corporis fabrica (De l'Architecture du corps humain): Fac-simile de la ver- sion revisee de 1555 (Vol. 1 de 2). Createspace Independent Publishing Platform, 2014. VÍDEO aula #1 Anatomia Introdução à Anatomia Humana. [S. I.: s. n.], 2018. 1 vídeo (1h45min). Publicado pelo canal Anatomia com Professor Carlão. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=9y7-Mk31sMo. Acesso em: 28 maio 2021. VÍDEO aula 150 | anatomia humana | sistema digestório • fígado: anatomia funcional e funções gerais. [S. I.: s. n.], 2017. 1 vídeo (34min). Publicado pelo Anatomia Fácil com Rogério Gozzi. Dispo- nível em: https://www.youtube.com/watch?v=-Znm93Z6j-Q. Acesso em: 28 maio 2021. https://www.youtube.com/watch?v=RJeP3n5o2oc https://www.youtube.com/watch?v=RJeP3n5o2oc https://www.youtube.com/watch?v=9y7-Mk31sMo https://www.youtube.com/watch?v=9y7-Mk31sMo https://www.youtube.com/watch?v=-Znm93Z6j-Q EAD.MULTIVIX.EDU.BR CONHEÇA TAMBÉM NOSSOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA NAS ÁREAS DE: SAÚDE • EDUCAÇÃO • DIREITO • GESTÃO E NEGÓCIOS 160 ANATOMIA HUMANA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EAD.MULTIVIX.EDU.BR CONHEÇA TAMBÉM NOSSOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA NAS ÁREAS DE: SAÚDE • EDUCAÇÃO • DIREITO • GESTÃO E NEGÓCIOS Demócrito Hipócrates Andrea Vesalius Desenhos anatômicos de Leonardo da Vinci Sistema esquelético Topografia do antebraço (membro superior) Radiografia do pé Termos anatômicos Ossos do neurocrânio Ossos do crânio Coluna vertebral Coluna vertebral, costelas e pelve Esqueleto apendicular Ossos do membro superior Ossos do carpo e metacarpo Ossos do membro inferior Disco Intervertebral. Articulação sinovial Tipos de Músculos Partes do músculo esquelético Músculo deltoide Músculo bíceps braquial Músculos anteriores do quadril e coxa e internos de coxa Músculo gastrocnêmio Anatomia do Coração Vasos sanguíneos Sistema linfático Sistema respiratório Anatomia cavidade nasal, faringe e laringe Laringe, traqueia e brônquios principais Troca gasosa no alvéolo Anatomia do sistema digestório Anatomia da boca Glândulas salivares maiores Anatomia da língua Anatomia do estômago Pâncreas Sistema endócrino Produção hormonal de algumas glândulas Anatomia do sistema urinário Anatomia do rim Bexiga urinária masculina Sistema reprodutor masculino Sistema reprodutor feminino Anatomia do testículo Anatomia do pênis Útero, ovários, tubas uterinas e vagina Pudendo feminino Neurônio Tipos de neurônios – conforme o número de prolongamentos Células da Glia Células da glia Hemisférios cerebrais Lobos cerebrais Algumas estruturas do SNC Algumas estruturas do SNC Apresentação da disciplina 1 INTRODUÇÃO À ANATOMIA HUMANA 1.1 INTRODUÇÃO 1.2 A ANATOMIA HUMANA 1.3 O CORPO HUMANO 2 ANATOMIA DO APARELHO LOCOMOTOR 2.1 INTRODUÇÃO 2.2 SISTEMA ESQUELÉTICO 2.3 SISTEMA ARTICULAR 2.4 SISTEMA MUSCULAR 3 ANATOMIA DO SISTEMA CIRCULATÓRIO E RESPIRATÓRIO 3.1 INTRODUÇÃO 3.2 SISTEMA CIRCULATÓRIO CARDIOVASCULAR 3.3 SISTEMA CIRCULATÓRIO LINFÁTICO 3.4 SISTEMA RESPIRATÓRIO 4 ANATOMIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO E ENDÓCRINO 4.1 INTRODUÇÃO 4.2 SISTEMA DIGESTÓRIO 4.3 SISTEMA ENDÓCRINO 5 ANATOMIA DO SISTEMA URINÁRIO E REPRODUTOR 5.1 INTRODUÇÃO 5.2 SISTEMA URINÁRIO 5.3 SISTEMA REPRODUTOR 6 ANATOMIA DO SISTEMA NERVOSO 6.1 INTRODUÇÃO 6.2 INTRODUÇÃO AO SISTEMA NERVOSO 6.3 SISTEMA NERVOSO CENTRAL 6.4 SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO