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Avaliação 2 Formulação de Caso Infantil Descrição da atividade: consiste em preencher a formulação de caso infantil de um paciente fictício, tendo como base as aulas desta disciplina e a abordagem analítico-comportamental. Não serão aceitos trabalhos iguais, cópias dos slides, sites ou de colegas. Também não serão aceitos trabalhos entregues após o prazo acordado. 1) Identificação do cliente Nome: Ana Luisa Idade: 7 anos Configuração familiar: Mora com o pai, com a mãe e com duas irmãs, uma que tem 14 anos e outra que tem 27 anos. 2) Queixas atuais Queixa dos pais: Restrição alimentar Queixa da criança: Dificuldade de relacionamento na escola. 3) Dados relevantes da história de vida Nasceu prematura e passou 60 dias na UTI. As dificuldades que surgiram no nascimento de Ana tiveram grande repercussão na família e influenciaram no desenvolvimento de práticas de maior proteção em relação à cliente, principalmente por parte materna. A mãe diz que engravidou da filha muito tarde e que se sente como mãe e avó ao mesmo tempo. O pai, muitas vezes, age com autoridade, e a mãe é mais permissiva. A criança tem um vínculo mais forte com a mãe, enquanto a irmã do meio (14 anos) tem um relacionamento mais próximo com o pai. A irmã mais velha (27 anos) não mora na mesma cidade, participando com menor frequência da dinâmica familiar. Todas as noites, a mãe a coloca para dormir, mas a criança acorda no meio da noite e vai para o quarto dos pais, que permitem que a filha continue com eles. Ana é dispersa em sala de aula, mas apresenta um bom rendimento escolar. Ela tem dificuldade de relacionamento na escola e, geralmente, seleciona um amigo para ter maior proximidade. Em relação à alimentação, Ana não come arroz, feijão, macarrão e carne como os outros membros da família. Há um repertório de restrição alimentar, sendo essa a queixa inicial trazida pelos pais. A criança teve dificuldades na amamentação e, atualmente, come alimentos específicos ao longo do dia e em pequenas quantidades, tais como achocolatados, biscoitos, docinhos, carne de hambúrguer, picolé e batata frita. 4) Dados relevantes coletados em sessão com a criança Por ser mais magra do que a maioria dos seus colegas, os amigos da escola inventam apelidos. Ana disse que precisava da ajuda da psicóloga para não deixar que os amigos a chamassem de “Magrelice Palitice”, pois esse comportamento dos colegas a deixava triste. A cliente pediu ainda que a terapeuta a ajudasse a ter mais amigos. A interação social foi a principal queixa da criança, envolvendo sentimento de tristeza e sofrimento. Observou-se ainda, ao longo do processo terapêutico, que a criança apresentava um padrão comportamental de restrição não só da alimentação, mas também em relação às amizades (selecionava um amigo para ter maior proximidade) e em relação às roupas (em determinado momento da terapia, só queria sair de casa com a mesma roupa, alegando que as outras apertavam). 5) Dados relevantes coletados em sessão com os pais Em relação à família, identificou-se um padrão comportamental voltado para a realização de regimes. A mãe e as duas irmãs falavam com alta frequência sobre a necessidade de comer menos e de emagrecer. Além disso, atentando ao nível filogenético e ao caráter hereditário, observou-se que o pai de Ana é muito alto e magro, apresentando características físicas semelhantes às da filha. Quando Ana não queria comer, os pais insistiam bastante, principalmente na hora do almoço e depois de um tempo, desistiam e faziam outra comida que ela gostasse. 6) Análises Funcionais Antecedentes Resposta Consequências Nascimento prematuro e 60 dias na UTI Desenvolvimento de práticas parentais mais protetivas Vínculo maior com a mãe (R+) Desenvolvimento de práticas parentais mais protetivas Comportamento restritivo por parte da cliente Seleciona um amigo para ter uma maior proximidade, assim possui poucos amigos (P+) Colegas da escola inventam apelidos para a criança Dificuldade na interação social Sentimento de tristeza e sofrimento (P+) Padrão comportamental familiar voltado para adoção de regimes Criança apresenta um padrão comportamental de restrição alimentar Perda de peso (R-) Fazer regime e comer menos Não querer comer o que os pais pedem Desistência dos pais em tentar fazê-la comer e fazer somente coisas que ela gosta (R -) Dificuldade de alimentação devido a amamentação difícil Restrição alimentar Come somente alimentos específicos que ela goste e em pequenas quantidades (R-) 7) Metas Em relação às metas para se atingir em relação a demanda de Ana, podemos apresentar que de início seria esperado que a mesma melhore sua alimentação, mesmo com sua restrição alimentar poderíamos apresentar maneiras diferentes e mais criativas para que Ana se interesse pelos alimentos mais saudáveis e que contribuam para sua alimentação. Consequentemente, com alimentos mais saudáveis, Ana começaria a se sentir melhor sobre sua questão de ser muito "magra". Criar situações para que Ana desenvolva autonomia e autoconfiança, falar sobre como ela se sente diante das situações da escola e da família e como ela pode lidar com elas. Ajudá-la a entender os antecedentes das situações que lhe causam sofrimento, consequências e como suas atitudes impactam no ambiente, fazendo de uma forma mais lúdica, uma análise funcional sobre o contexto. 8) Hipóteses · Uma hipótese a se levantar é que com essa mudança na sua alimentação talvez ela consiga se relacionar melhor com seus colegas, pois devido a isso ela perderá os apelidos e terá um convívio melhor com seus companheiros. · Olhando a queixa trazida pelos pais e os relatos de Ana, é possível observar que sua família já apresenta um biotipo magro, com seu nascimento prematuro a mesma está propícia a ter problemas de saúde caso não tenha alimentação regulada. · A mudança dos hábitos alimentares torna-se importante pois observando o caso é possível notar que a criança está inserida em ambientes propícios para o desenvolvimento de transtornos alimentares como bulimia e anorexia. Desta maneira dando a importância para a mudança desses comportamentos em terapia e acompanhamento profissional. 9) Possíveis intervenções com os pais Pode ser abordado com os pais questões como: · Indagar mais, para saber mais como funciona essa questão do regime na família; · Conversar sobre o significado de ser extremamente protetivos e entender mais a fundo o contexto para observar como isso impacta na vida deles e da criança, sobre o que eles sentem e as consequências desse comportamento, para assim desenvolver possíveis estratégias. · Trabalhar com os pais a questão de dar um espaço para a filha, para que ela consiga explorar, desenvolver autonomia, autoestima e se sentir confiante mediante a situações. · Destacar a importância do apoio dos pais nessas questões que ela passa referente ao bullying; · Relatar a importância de os pais darem um espaço para a criança e criar situações para que ela desenvolva e adquira autonomia junto a presença deles como supervisores, para depois agir sozinha. · destacar também como possibilidade, de a mãe tentar cozinhar e montar pratos criativos infantis com desenhos ( ex: pratos de alimentos saudáveis em forma de carinha), para poder estimular a criança a comer. 10) Possíveis intervenções com a criança e respectivos recursos a serem utilizados (descreva o que e como fazer, utilizando os termos técnicos da Análise do Comportamento- mínimo 3) As possibilidades de intervenções com a criança, são: · Criar situações para que Ana desenvolva autonomia e seja mais confiante para lidar com situações e também não necessitar demais da atenção de seus pais, principalmente na questão do sono; · Conversar sobre o que ela sente quando o bullying acontece; · Ajudar Ana, a entender e falar sobre seus sentimentos; · Ajudar Ana a desenvolver uma análise funcional de forma lúdica, sobre seus comportamentos e como isso impacta no ambiente; · Entender qual o peso do contexto sobre ela ser magra,e sobre o regime; · Sobre o que ela sente, quando os pais a protegem demasiadamente; · Conversar sobre a questão de ter poucos amigos e qual o significado disso para ela; · Investigar como é o ambiente escolar, quais são suas principais amizades com quem possa contar;
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