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CONTABILIDADE DE 
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Paula Pontes de Campos Rasera 
 
 
CONVERSA INICIAL 
O objetivo desta aula é apresentar a estrutura conceitual do arrendamento 
mercantil desde a ótica do arrendatário até a visão do arrendador. Entre outros 
assuntos, discorreremos sobre a última norma internacional publicada, IFRS 16 
(CPC 06 R2), referente ao processo de contabilização das duas classificações 
de arrendamento mercantil: financeiro e operacional. A legislação brasileira, por 
meio da Lei 6099/74, alterada pela Lei 7132/83, define o arrendamento mercantil 
da seguinte forma: 
Considera-se arrendamento mercantil, para os efeitos desta Lei, o negócio 
jurídico realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa 
física ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o 
arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações da 
arrendatária e para uso próprio desta. 
Anteriormente à publicação da IFRS 16 (CPC 06 R2), diversas críticas 
foram colocadas pela contabilização do arrendamento mercantil, em específico 
aquele operacional, pois não apresentava disposições ao registro no balanço 
patrimonial da empresa arrendatária. Com o advento da nova norma, esta 
situação foi alterada conduzindo ao mesmo tratamento de contabilização ao 
arrendamento operacional e financeiro. 
Iniciaremos por arrendamentos mercantis na visão do arrendatário, 
discorrendo sobre os conceitos e avaliações. Em seguida, versaremos sobre a 
tomada de decisão em arrendamento mercantil, bem como suas características 
e impactos fiscais e operacionais nas empresas. Após, retomaremos o tópico 
arrendamentos mercantis, porém na visão do arrendador mediante suas análises 
para a operação de leasing. Explicaremos a superveniência e insuficiência de 
depreciação e, por fim, abordaremos os tópicos das mudanças à vista: o IFRS 
16 – arrendamentos. 
CONTEXTUALIZANDO 
O arrendamento mercantil tem sido objeto de estudo, reflexão e análise 
na literatura contábil e financeira. Um dos pontos mais controversos é responder 
à questão: quais os efeitos do arrendamento mercantil e do financiamento da 
dívida na estrutura de capital das empresas? Durante as discussões que serão 
abordadas nesta aula, desenvolveremos aprendizado sobre as operações de 
leasing (arrendamento mercantil) e habilidades cognitivas para a decisão desta 
 
 
3 
questão dicotômica financeira entre a imobilização do ativo por meio da 
aquisição ou direito de uso do bem pela operação de arrendamento mercantil. 
Vamos tratar de diversos aspectos do arrendamento mercantil, iniciando 
pela particularidade contratual entre três partes (arrendador, arrendatário e 
fornecedor), daremos enfoque à visão do arrendatário e à visão do arrendatário, 
discutiremos os pontos essenciais da tomada de decisão neste tipo de operação 
e outros aspectos importantes operacionais, contábeis e normativos. 
Diante disso, sugerimos a reflexão sobre os seguintes pontos no decorrer 
do texto: quais são os diferenciais relevantes que tornam a operação de 
arrendamento atraente sob a ótica do arrendatário e do arrendador? Quais riscos 
são reduzidos em uma companhia aérea que possui em sua frota aeronaves 
arrendadas? Qual a relação entre o leasing e a flexibilidade operacional? A 
seguir, daremos início aos nossos estudos para responder a todas essas 
questões. 
TEMA 1 – ARRENDAMENTOS MERCANTIS NA VISÃO DO ARRENDATÁRIO 
O arrendamento mercantil, também conhecido como leasing, é uma 
operação de financiamento que viabiliza o acesso do empresário (arrendatário) 
a bens de uso necessário ao funcionamento de sua empresa, sem ter que 
adquiri-los imediatamente. Esta operação é representada por um contrato no 
qual uma empresa (arrendadora) cede a terceiros (arrendatários) o direito de 
usar bens de sua propriedade durante um período determinado, o que pode ser 
visto como uma forma especial de financiamento. Estes bens de uso podem ser 
imóveis, automóveis, máquinas, equipamentos etc. 
Essencialmente, nessa modalidade, o arrendatário escolhe o bem 
conforme suas necessidades e, ao celebrar o contrato de arrendamento 
mercantil, solicita a compra à arrendadora. Assim, a propriedade do bem é da 
sociedade arrendadora, enquanto o uso, da empresa arrendatária. Ao final do 
prazo estabelecido contratualmente, a arrendatária pode solicitar uma 
prorrogação, devolver o bem à arrendadora ou adquiri-lo pelo preço determinado 
no contrato de arrendamento. 
Essas operações são classificadas em leasing financeiro e leasing 
operacional. A primeira operação tem como característica essencial o 
financiamento, com a possibilidade de transferência do bem para o arrendatário 
no final do prazo do contrato, ao passo que a característica da segunda operação 
 
 
4 
é a locação do bem e a devolução deste à arrendadora ao final do prazo 
contratado, possibilitando que o bem seja novamente arrendado. Ademais, no 
leasing operacional, as contraprestações da locação não podem ultrapassar 
75% do valor do bem, sendo de responsabilidade da arrendadora todas as 
despesas de manutenção. 
As operações de arrendamento mercantil são avaliadas por ambas as 
partes, arrendatário e arrendador. O arrendatário determinará se o arrendamento 
de um ativo é menos oneroso do que a aquisição, ao passo que o arrendador 
avaliará se os pagamentos pelo arrendamento proporcionam um retorno 
esperado sobre o capital investido no ativo arrendado. 
Nesse contexto, apesar da existência de um grau de incerteza sobre as 
decisões de arrendamento versus aquisição, podemos considerar a avaliação 
efetiva de um arrendamento por meio de uma simples análise, conforme 
sequência descrita a seguir: 
 A tomada de decisão da empresa pela aquisição de um imóvel ou 
equipamento ocorre por meio de procedimentos regulares do orçamento 
de capital. O enfoque da análise de arrendamento não está relacionado à 
decisão em adquirir ou não o ativo em questão, mas, sim, à obtenção do 
uso da máquina por meio de arrendamento ou compra. Desse modo, 
entende-se que para o arrendatário, a decisão de arrendamento é apenas 
uma decisão de financiamento. No entanto, se o custo efetivo do capital 
obtido pelo arrendamento for substancialmente menor do que o custo da 
dívida, significa que o custo de capital utilizado na decisão do orçamento 
de capital teria que ser recalculado e, provavelmente, projetos antes não 
autorizados pudessem ser aprovados. 
 Os recursos para obtenção do uso do ativo podem ser obtidos a partir do 
fluxo de caixa gerado internamente, por empréstimos ou pela venda de 
outros patrimônios. Alternativamente, o ativo pode ser arrendado. Devido 
à contabilização prevista para as operações de arrendamento, o leasing 
possui o mesmo efeito na estrutura de capital como empréstimo. 
 As contraprestações pagas periodicamente em uma operação de 
arrendamento também são efetuadas na operação de financiamento, 
sendo que o risco de inadimplência no cumprimento de tais obrigações 
em ambas as operações pode resultar em um processo de falência. Em 
caso de limite pré-fixado pela empresa para sua estrutura de capital, uma 
 
 
5 
vez estabelecido o valor do leasing, este valor será transferido do 
orçamento previsto para o financiamento da dívida. Assim, a comparação 
adequada ao arrendamento mercantil é o financiamento por dívida. Por 
conseguinte, a análise deve comparar o custo do arrendamento com o 
custo do financiamento da dívida, independentemente da maneira em que 
a compra do ativo é financiada realmente. Igualmente, o ativo pode ser 
adquirido com a disponibilidadeem caixa ou com a disponibilidade pela 
emissão de novas ações. Contudo, visto que o arrendamento possui o 
mesmo efeito na estrutura de capital que o financiamento da dívida, a 
verificação apropriada para fins de avaliação de custos deve ser realizada 
com o financiamento da dívida. 
Outro ponto a considerar na visão do arrendatário é o mecanismo de 
geração da receita. Ora, a geração de receita nas empresas ocorre mediante o 
emprego de bens físicos, sejam tangíveis ou intangíveis, e não pela propriedade 
destes. Portanto, é oportuno que a avaliação seja realizada pela operação de 
arrendamento que financia o uso, sem a necessidade de financiar a compra 
desse ativo. Ademais, as despesas de depreciação e aluguel se verificam 
somente com o uso dos bens na geração de produtos e/ou serviços. 
Nesse contexto, observa-se como risco adicional da imobilização de bens 
tangíveis a provável obsolescência antecipada. Este seria outro motivo para 
considerar a operação de leasing, uma vez que os ajustes ao prazo para 
produção de receitas são realizados conforme avaliações de marketing, e não 
sob a vida útil do ativo. Devido a tais arranjos contratuais, a operação de 
arrendamento conduz a riscos menores, e consequentemente a custos 
esperados inferiores, como custo de capital. 
Igualmente, há uma vantagem financeira devido à aceleração automática 
da conversão do valor do bem em despesa, isto é, a transformação da despesa 
de depreciação em despesa de aluguel. Do mesmo modo, há uma vantagem 
fiscal, pois em consequência dos prazos menores contratados em relação à vida 
útil e ao fluxo de caixa do projeto, a despesa se mantém adequadamente 
vinculada à receita. 
Ainda nessa perspectiva, pode-se observar que a operação de 
arrendamento realiza o financiamento do ativo pelo seu valor total, incluindo as 
despesas necessárias ao seu funcionamento, enquanto na operação de 
financiamento de dívida, geralmente os bancos realizam o empréstimo limitando 
 
 
6 
a uma porcentagem do valor do bem. Por fim, as condições de pagamento são 
condizentes à utilização do bem, e não aos recursos disponibilizados pelo 
arrendador, otimizando a gestão de tesouraria das empresas arrendatárias. 
Como contabilização do arrendamento mercantil, o arrendatário deve 
reconhecer o ativo de direito de uso e o passivo de arrendamento na data de 
início do contrato. Para a mensuração inicial do valor de arrendamento, nesta 
data de início, o arrendatário deve mensurar o ativo de direito de uso ao custo, 
o qual deve compreender: (i) o valor da mensuração inicial do passivo de 
arrendamento; (ii) pagamentos de arrendamento efetuados até a data de início, 
menos incentivos de arrendamento recebidos; (iii) custos diretos iniciais 
incorridos pelo arrendatário; e (iv) a estimativa de custos a serem incorridos pelo 
arrendatário na desmontagem e remoção do ativo subjacente. Ao passo que, no 
passivo, o arrendatário deve mensurar o arrendamento ao valor presente dos 
pagamentos do arrendamento que não são efetuados nessa data de início. 
Em relação aos pagamentos efetuados pelo arrendamento, estes devem 
ser descontados usando a taxa de juros implícita no arrendamento. Se essa taxa 
não puder ser determinada imediatamente, o arrendatário deve utilizar a taxa 
incremental sobre empréstimo do arrendatário. 
Serão incluídos para a mensuração do passivo de arrendamento os 
seguintes pagamentos ainda não efetuados até a data do início: pagamentos 
fixos menos incentivos; pagamentos variáveis que dependem de índice e/ou 
taxa; garantias de valores residuais; o preço de exercício da opção de compra; 
e multas por opção de rescindir o arrendamento. 
Na mensuração subsequente do ativo, o arrendatário deve mensurá-lo 
aplicando o método de custo: menos qualquer depreciação acumulada e 
quaisquer perdas acumuladas por redução ao valor recuperável; e corrigido por 
qualquer remensuração do passivo de arrendamento. 
Em caso de transferência da propriedade do ativo subjacente ao fim do 
arrendamento ou no exercício da opção de compra, a depreciação do ativo 
deverá ser efetuada pelo arrendatário desde a data de início até o fim de sua 
vida útil. De outro modo, a depreciação deverá ser mensurada desde a data de 
início até a primeira ocorrência, o fim da vida útil do ativo ou o fim do prazo de 
arrendamento. 
Já na mensuração subsequente do passivo de arrendamento, o 
arrendatário deve mensurá-lo: aumentando o valor contábil para refletir os juros; 
 
 
7 
reduzindo o valor contábil para refletir os pagamentos do arrendamento 
efetuados; e remensurando o valor contábil para refletir qualquer reavaliação, 
sejam modificações do arrendamento ou para refletir pagamentos fixos na 
essência revisados. Em relação aos juros sobre o passivo de arrendamento em 
cada período, estes correspondem ao valor da taxa de juros periódica constante 
sobre o saldo remanescente do passivo de arrendamento, sendo que o 
arrendatário deve reconhecê-los no resultado, salvo se já incluídos em outro 
ativo. 
Retomando a questão sobre as principais vantagens do arrendamento 
mercantil para uma empresa arrendatária, em síntese podemos considerar que 
a operação de leasing: 
 possibilita a renovação cíclica dos equipamentos em uso pela 
arrendatária, atendendo às mudanças econômicas, ao mercado e às 
exigências de novas tecnologias; 
 reduz o risco da empresa arrendatária, abstendo-se dos custos e das 
dificuldades do processo de imobilização; 
 proporciona flexibilidade operacional e dinamismo aos recursos 
financeiros da empresa arrendatária, permitindo que estes sejam 
disponibilizados para outros investimentos e/ou gestão do capital de giro; 
 possibilita benefício fiscal para as empresas arrendatárias em lucro real, 
em consequência da dedução das contraprestações do contrato de 
arrendamento para efeitos de cálculo da provisão para o imposto de 
renda. 
Embora a operação de arrendamento mercantil apresente todas essas 
vantagens ao arrendatário, é importante considerar o leasing como uma opção 
de financiamento além de outras à disposição das empresas arrendatárias, que 
requerem sempre uma análise criteriosa de suas condições de utilização. 
Analisaremos essa questão com mais profundidade no próximo tema, sobre a 
tomada de decisão em arrendamento mercantil. 
TEMA 2 – TOMADA DE DECISÃO EM ARRENDAMENTO MERCANTIL 
Um dos pontos relevantes para a tomada de decisão em arrendamento 
mercantil são os cálculos a realizar para a conferência e validação da operação. 
No leasing financeiro, o valor residual garantido (VRG) atende aos requisitos 
 
 
8 
necessários para determinar todos os ativos financeiros envolvidos nessa 
operação. Para determinar o valor residual garantido (VRG), utiliza-se o cálculo 
do valor residual ótimo (VRO) a fim de verificar os impactos fiscais na 
arrendadora. Isto é, caso VRG  VRO, significa que existem impactos fiscais na 
arrendadora, ocasionando custos na operação de arrendamento ao cliente. 
Detalhadamente, podemos explicar que a recuperação do preço à vista 
numa operação de arrendamento ocorre devido ao recebimento das 
contraprestações e do preço de opção de compra, mensurado pelo valor residual 
garantido (VRG). Portanto, uma vez encontrada alguma diferença entre o valor 
residual ótimo (VRO) e o valor residual garantido (VRG), isso indica que a 
recuperação será inferior ou superior ao valor do bem arrendado. 
Na circunstância em que o valor residual garantido (VRG) estiver acima 
do valor residual ótimo (VRO), a recuperação do valor do bem pelas 
contraprestações será menor. Por conseguinte, o pagamento do imposto de 
renda será diferido pela arrendadora, ao passo que, para a arrendatária,o ganho 
fiscal será menor devido à redução na despesa, exigindo, assim, menor taxa de 
juros à arrendadora. 
Em contraponto, se o valor residual garantido (VRG) estiver abaixo do 
valor residual ótimo (VRO), o resultado da recuperação do valor do bem será 
maior pelas contraprestações. O efeito disto para a arrendadora será o aumento 
do imposto renda pela antecipação do lucro, resultando na cobrança de taxas 
maiores à arrendatária. Na perspectiva da arrendatária, devido à antecipação de 
despesas, ocorrerá um ganho fiscal. Nesse contexto, a tomada de decisão se 
verificará ao comparar o custo financeiro do arrendamento com a economia fiscal 
esperada. 
Por meio da aplicação da fórmula a seguir, apresentam-se os elementos 
necessários para o cálculo, conforme as questões discutidas acima. 
𝑉𝑅𝑂 = 1 −
𝑛
(0,7 × 𝑡)
 
Em que: 
 VRO = valor residual ótimo; 
 n = prazo do leasing; 
 t = vida útil, conforme regulamento do imposto de renda (RIR/2018); 
 0,7 x t = prazo de aceleração da depreciação. 
 
 
9 
As circunstâncias determinadas para a aceleração da depreciação que 
representam as decisões mencionadas são: 
a) a diferença entre a percentagem do valor das contraprestações vencidas 
em relação ao valor total das contraprestações e a percentagem do prazo 
decorrido em relação ao prazo total do contrato devem ser menores ou 
iguais a 10%; 
(
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎çõ𝑒𝑠 𝑣𝑒𝑛𝑐𝑖𝑑𝑎𝑠
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎çõ𝑒𝑠
) − (
𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑑𝑒𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑜
𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑜
) ≤ 10% 
b) a arrendatária seja pessoa jurídica, além de que o prazo da operação seja 
maior ou igual a 40% do prazo de vida útil do bem. 
Prazo total do contrato ≥ 40% Prazo de vida útil do bem 
Para a tomada de decisão da arrendadora sobre realizar uma operação 
de arrendamento mercantil, pode ser utilizado o conceito de spread, uma vez 
que, nesse contexto, a posição da arrendadora é de um intermediário financeiro 
clássico. Lembrando que o cálculo do spread se obtém pela diferença entre a 
taxa de rentabilidade efetiva da operação ativa e a taxa de custo efetivo da 
operação passiva. 
No entanto, a taxa ativa não é demonstrada na operação de arrendamento 
mercantil, sendo apenas um conceito, e, de igual modo, o retorno do ativo não 
está absolutamente associado à devolução do recurso. Portanto, a tomada 
dessa decisão financeira no mercado de leasing é feita pelo cálculo do valor 
presente da margem da seguinte forma: 
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒𝑚𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐹𝑢𝑡𝑢𝑟𝑜𝑚𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 − 𝑇𝑎𝑥𝑎𝑐𝑎𝑝𝑡𝑎çã𝑜 
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐹𝑢𝑡𝑢𝑟𝑜𝑚𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐹𝑢𝑡𝑢𝑟𝑜𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 − 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐹𝑢𝑡𝑢𝑟𝑜𝑝𝑎𝑔𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 
Em que: 
 o valor presente da margem (VPM) é definido pelo valor futuro da margem 
(VPF) descontado à taxa de captação (custo de oportunidade); e 
 o valor futuro da margem (VPF) corresponde à diferença entre o valor 
futuro do fluxo de recebimentos (VFR) originado pelo arrendamento e o 
valor futuro do fluxo de pagamentos (VFP) oriundo da captação dos 
recursos. 
 
 
10 
Considerando fluxos de caixa únicos ao final do prazo da operação 
(prazos iguais na captação e na operação ativa de leasing): 
 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑝𝑡𝑎çã𝑜 = 25% 𝑎. 𝑎. → 1,88% 𝑎. 𝑚. 
 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎çã𝑜 = 38% 𝑎. 𝑎. → 2,72% 𝑎. 𝑚. 
 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 = 2 𝑎𝑛𝑜𝑠 
 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜 / 𝑐𝑎𝑝𝑡𝑎çã𝑜 = 𝑅$ 20.000,00 
Para efetuar o cálculo, relembremos a fórmula de valor presente e futuro: 
Valor presente (PV = Present Value) 
𝑃𝑉 =
𝐹𝑉
(1 + 𝑖)𝑛
 
Valor futuro (FV = Future Value) 
𝐹𝑉 = 𝑃𝑉 × (1 + 𝑖)𝑛 
Em que, 
 FV = valor futuro; 
 PV = valor presente; 
 n = número de períodos de capitalização; 
 i = taxa de juros. 
Assim, aplicaremos a fórmula do valor futuro para calcular o valor futuro 
do ativo, como também o valor futuro da captação: 
𝐹𝑉 = 𝑃𝑉 × (1 + 𝑖)𝑛 
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑓𝑢𝑡𝑢𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = 20.000 × (1,38)2 = 38.088 
𝐹𝑉 = 𝑃𝑉 × (1 + 𝑖)𝑛 
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑓𝑢𝑡𝑢𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑝𝑡𝑎çã𝑜 = 20.000 × (1,25)2 = 31.250 
Uma vez calculado o valor futuro do ativo (R$ 38.088) e o valor futuro da 
captação (R$ 31.250), procede-se ao cálculo do valor futuro da margem para 
encontrar o valor presente da margem: 
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐹𝑢𝑡𝑢𝑟𝑜𝑚𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐹𝑢𝑡𝑢𝑟𝑜𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 − 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐹𝑢𝑡𝑢𝑟𝑜𝑝𝑎𝑔𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐹𝑢𝑡𝑢𝑟𝑜𝑚𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 = 38.088 − 31.250 = 𝟔. 𝟖𝟑𝟖 
Para encontrar o valor presente da margem, calcula-se por meio do valor 
futuro da margem (R$ 6.838) descontado à taxa de captação (1,25): 
 
 
11 
𝑃𝑉 =
𝐹𝑉
(1 + 𝑖)𝑛
=
6.838
(1 + 0,25)2
=
6.838
(1,25)2
=
6.838
1,5625
= 𝟒. 𝟑𝟕𝟔, 𝟑𝟐 
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 = 𝟒. 𝟑𝟕𝟔, 𝟑𝟐 
R$ 4.376,32 é a margem (lucro) a valor presente da arrendadora referente 
ao pagamento do arrendamento como valor único no prazo de dois anos. 
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐹𝑢𝑡𝑢𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 = 20.000 × (1,38)2 = 38.088 
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐹𝑢𝑡𝑢𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝐶𝑎𝑝𝑡𝑎çã𝑜 = 20.000 × (1,25)2 = 31.250 
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 = (38.088 − 31.250) ÷ (1,25)2 = 4.376 
O próximo exemplo considera o arrendamento também em dois anos, 
mas a arrendadora recebe o pagamento em mensalidades, em contraprestações 
de 24 meses. Segue o cálculo para encontrar o valor futuro de cada prestação: 
𝑃𝑀𝑇 = 𝑃𝑉 [
(1 + 𝑖)𝑛 × 𝑖
(1 + 𝑖)𝑛 − 1
] 
Em que, 
 PMT (payment) = pagamento periódico; 
 PV = valor presente; 
 n = número de períodos de capitalização; 
 i = taxa de juros. 
𝑃𝑀𝑇 = 20.000 × [
(1 + 0,0272)24 × 0,0272
(1 + 0,0272)24 − 1
] = 20.000 × [
(1,0272)24 × 0,0272
(1,0272)24 − 1
]
= 20.000 × [
1,9042 × 0,0272
1,9042 − 1
] = 20.000 × [
0,0518
0,9042
]
= 20.000 × 0,0573 = 𝟏. 𝟏𝟒𝟔, 𝟎𝟎 
𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝑷𝒓𝒆𝒔𝒕𝒂çõ𝒆𝒔 𝑭𝒖𝒕𝒖𝒓𝒂𝒔 𝒅𝒐 𝑨𝒕𝒊𝒗𝒐 = 𝑹$ 𝟏. 𝟏𝟒𝟔, 𝟎𝟎 
O próximo passo é calcular o valor presente das prestações, uma vez que 
se conhece o valor futuro. Assim, aplica-se a fórmula do pagamento periódico: 
𝑃𝑀𝑇 = 𝑃𝑉 [
(1 + 𝑖)𝑛 × 𝑖
(1 + 𝑖)𝑛 − 1
] 
1.146,00 = 𝑃𝑉 × [
(1 + 0,0188)24 × 0,0188
(1 + 0,0188)24 − 1
] = 𝑃𝑉 × [
(1,0188)24 × 0,0188
(1,0188)24 − 1
]
= 𝑃𝑉 × [
1,5636 × 0,0188
1,5636 − 1
] = 𝑃𝑉 × [
0,0293
0,5636
] = 𝑃𝑉 × [0,0520] 
 
 
12 
𝑃𝑉 = [
1.146
0,052
] = 𝟐𝟐. 𝟎𝟑𝟖, 𝟒𝟔 
𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝑷𝒓𝒆𝒔𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒅𝒂𝒔 𝑷𝒓𝒆𝒔𝒕𝒂çõ𝒆𝒔 = 𝑹$ 𝟐𝟐. 𝟎𝟑𝟖, 𝟒𝟔 
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 = (𝑅$ 22.038,46 − 𝑅$ 20.000,00) 
𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝑷𝒓𝒆𝒔𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒅𝒂 𝑴𝒂𝒓𝒈𝒆𝒎 = 𝑹$ 𝟐. 𝟎𝟑𝟖, 𝟒𝟔 
O resultado de R$ 2.038,46 é a margem (lucro) a valor presente da 
arrendadora referente ao pagamento do arrendamento em 24 contraprestações. 
Logo, pode-se concluir que em ambos os exemplos, prazo único de 2 anos e/ou 
contraprestações de 24 meses, o spread calculado da operação de 
arrendamento mercantil nas condições acima concedidas (taxa de aplicação, 
taxa de captação e prazo) teve resultado positivo para a arrendadora. Dessa 
maneira, sob a visão da arrendadora, a tomada de decisão será realizada 
mediante o cálculo de valor presente demonstrado nos exemplos. 
Para avaliação sob a perspectiva da arrendatária, a tomada de decisão 
abrange questões como a aquisição à vista do bem, emissão de títulos, contrair 
financiamento de dívida ou realizar a operação de arrendamento mercantil. 
Considerando o valor do dinheiro no tempo, as inferências a serem feitas neste 
tipo de decisão financeira referem-se à imobilização do bem por sua aquisiçãoe 
o tratamento fiscal diferenciado para a operação de arrendamento. 
Um dos modelos que compara a operação de arrendamento com o valor 
do ativo no momento da aquisição denomina-se Modelo MDB, elaborado por 
Myers, Dill e Bautista (1976). Esse modelo, inspirado na dualidade arrendar 
versus comprar/financiar, utiliza o valor presente do custo do financiamento 
aplicado ao fluxo de caixa da operação de arrendamento, comparando ao valor 
do bem no ato da compra. 
𝑁𝑃𝑉 = 𝐴0 − ∑
𝐿𝑡(1 − 𝑇) + 𝐷𝑡(𝑇)
(1 + 𝑟)𝑡
−
𝑁
𝑡=1
∑
𝑅𝑡
(1 + 𝑟)𝑡
𝑁
𝑡=1
 
Em que: 
 NPV = valor presente líquido da operação de leasing; 
 A0 = valor do ativo no momento inicial; 
 L0 = contraprestação no momento t; 
 T = alíquota do IR; 
 
 
13 
 Dt = depreciação no momento t; 
 r = custo da dívida alternativa após IR; 
 Rt = pagamento do valor residual; 
 t = prazo de arrendamento. 
Nessa equação, observa-se que o fluxo diferencial ou fluxo incremental 
(diferença matemática entre o fluxo de compra e o fluxo de leasing), 
representado pelo NPV (valor presente líquido da operação de leasing), se define 
como a diferença entre os fluxos esperados do bem arrendado e a opção pela 
compra à vista do bem. 
A seleção entre duas opções de valores líquidos uniformes pode ser 
efetuada por meio da análise incremental (ou diferencial), dado que nessa 
análise calcula-se a diferença entre os valores uniformes líquidos das opções 
apresentadas. Caso o resultado dessa diferença demonstre um valor positivo, 
nulo ou negativo, ele revela que a primeira opção (minuendo) é, 
respectivamente, melhor, igual ou pior que a segunda (subtraendo). Pode-se 
escolher como minuendo qualquer uma das opções. Portanto, percebe-se que a 
finalidade da análise de fluxos incrementais é proporcionar um parâmetro de 
escolha ao melhor fluxo na ausência de determinada taxa de juros, o que 
impossibilita o emprego do valor presente. 
Desse modo, temos: 
Fluxo diferencial (incremental) = {[opção de leasing] – [opção de compra à vista]} 
No fluxo diferencial, desconta-se a taxa livre referente aos financiamentos 
de igual período e os efeitos tributários, conduzindo ao valor presente cada uma 
das opções. Dessa maneira, caso o valor presente líquido da operação de 
leasing (NPV) seja > 0, a opção adequada é a operação de arrendamento, visto 
que o custo a valor presente é inferior ao custo da compra à vista. Por outro lado, 
se o resultado demonstra que o NPV < 0, a opção apropriada é pela compra do 
bem. Os somatórios no modelo correspondem ao valor presente do custo do 
leasing. Logo, caso seja negativo o resultado, não se aceita o leasing. 
Por último, na opção pela compra do ativo, a tomada de decisão para 
efetuar a compra por meio de um empréstimo ou à vista, é necessário calcular o 
custo de oportunidade dos recursos próprios para compará-lo ao custo do 
empréstimo. Se o resultado indicar que o custo do capital próprio for inferior ao 
empréstimo após imposto de renda, a opção adequada é pela compra à vista. 
 
 
14 
Em suma, a variável relevante para a tomada de decisão é o efeito fiscal 
da operação de arrendamento mercantil confrontado à diferença obtida entre a 
taxa de arrendamento e a taxa do empréstimo. Assim, se o resultado da 
diferença entre a taxa do arrendamento e a taxa do empréstimo for reduzida, o 
leasing proporcionará um valor maior à empresa, em consequência dos efeitos 
fiscais positivos desse tipo de operação. De maneira oposta, se o resultado 
apresentar diferenças elevadas de taxas, o empréstimo ou financiamento com 
recursos próprios constituirá maior valor para a empresa. 
Vamos agora exercitar os conceitos apresentados. Seguem os dados 
para análise: 
 Valor do bem: R$ 240.000 
 Taxa leasing = 20% a.a. 
 Taxa empréstimo = 12,5% a.a. 
 Taxa depreciação = 20% a.a. 
 VRG = 40% 
 Alíquota IR = 35% 
 Prazo = 2 anos 
 VRG pago mensalmente 
Efetuaremos cálculos intermediários para inserção dos valores no modelo 
MDB. Observe que as taxas indicadas estão no formato anual e deverão ser 
transformadas para valores mensais. 
 Depreciação (taxa de 20%, 5 anos) = 240.000  60 = 4.000 
 Ganho fiscal depreciação = 4.000 x 0,35 = 1.400 
 VRG mensal = 240.000 X 0,40 = 96.000  24 = 4.000 
Com o valor da prestação do VRG, podemos calcular o valor presente do 
valor residual garantido, considerando o período de 24 meses e transformando 
a taxa anual do leasing em mensal (20% a.a. = 1,531 a.m.). Utilizaremos a 
fórmula do pagamento periódico ou a HP12C (4.000 PMV, 24n, 1,531 i). 
𝑃𝑀𝑇 = 𝑃𝑉 [
(1 + 𝑖)𝑛 × 𝑖
(1 + 𝑖)𝑛 − 1
] = 4000 = 𝑃𝑉 [
(1 + 0,01531)24 × 0,01531
(1 + 0,01531)24 − 1
] 
4000 = 𝑃𝑉 [
(1,01531)24 × 0,01531
(1,01531)24 − 1
] = 𝑃𝑉 [
1,44 × 0,01531
1,44 − 1
] = 𝑃𝑉 [
0,022
0,440
] 
4000 = 𝑃𝑉(0,05) 
 
 
15 
𝑃𝑉 = 𝑹$ 𝟖𝟎. 𝟎𝟎𝟎; é 𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑜 𝑉𝑅𝐺. 𝐴𝑜 𝑑𝑒𝑑𝑢𝑧𝑖𝑟𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑠𝑒 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 
𝑑𝑜 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑏𝑒𝑚 𝑹$ 𝟐𝟒𝟎. 𝟎𝟎𝟎, 𝑒𝑛𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑜 𝑠𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 
𝑑𝑜 𝑏𝑒𝑚 𝑹$ 𝟏𝟔𝟎. 𝟎𝟎𝟎. 
Assim, procedemos com o cálculo do valor presente das prestações do 
mesmo modo demonstrado acima, mas dessa vez para encontrar a prestação 
HP12C (160.000 PV, 24n, 1,531 i). 
𝑃𝑀𝑇 = 𝑃𝑉 [
(1 + 𝑖)𝑛 × 𝑖
(1 + 𝑖)𝑛 − 1
] = 160.000 [
(1 + 0,01531)24 × 0,01531
(1 + 0,01531)24 − 1
] 
𝑃𝑀𝑇 = 160.000 [
1,44 × 0,01531
1,44 − 1
] = 160.000 [
0,022
0,440
] 
𝑃𝑀𝑇 = 160.000 (0,05) = 𝟖. 𝟎𝟎𝟎 
 Prestação líquida de imposto de renda = 8.000 x 0,65 = R$ 5.200,00 
 r = {[(1 + 0,125)1/12 – 1] x 0,65} x 100 = 0,64113% (aqui transforma-se a 
taxa anual do empréstimo em mensal e líquida de imposto) 
O fluxo do momento zero é : 0 – (–) 240.000,00 = [+] 240.000,00. 
Fluxos de 1 a 24: {(–) 5.200,00 + (–) 4.000} – [+] 1.400 = (–) 10.600,00 
Agora temos todos os dados para calcular o valor presente líquido da 
operação e verificar qual é a mais adequada. Podemos prosseguir utilizando a 
HP12C e efetuar o cálculo rapidamente. 
VP = [+] 240.000 CF0 (–) 10.600 CFj 24Nj 0,64113 i 
 
 
Analisando o resultado do NPV (Net Present Value), conforme dados 
fornecidos, pode-se verificar que o valor presente líquido da operação de leasing 
é > 0. Portanto, a opção adequada a escolher é a operação de arrendamento, 
visto que o custo a valor presente é inferior ao custo da compra à vista. 
TEMA 3 – ARRENDAMENTOS MERCANTIS NA VISÃO DO ARRENDADOR 
Conforme definição presente no CPC 06 (R2), arrendador é a entidade 
que fornece o direito de usar o ativo subjacente por um período de tempo em 
troca de contraprestação. Na sua visão, o principal objetivo da operação de 
NPV = 4.902,40 
 
 
16 
arrendamento é a taxa de retorno esperado sobre o capital investido no leasing 
e, assim, avaliar a viabilidade econômica da operação. Ademais, a análise do 
arrendador envolve: 
 a definição do desembolso líquido de caixa – valor do equipamento 
arrendado menos pagamentos de locação feitos antecipadamente; 
 determinar as periódicas entradas de caixa – série de pagamentos pelo 
uso do ativo deduzidos impostos sobre o rendimento e quaisquer 
despesas de manutenção que o arrendador deve suportar; 
 estimar o valor residual após impostos da propriedade do ativo quando a 
concessão expirar; e 
 determinar se a taxa de retorno do arrendamento excede o custo de 
oportunidade do capital do arrendador ou, equivalentemente, se o valor 
presente líquido da operação de arrendamento excede zero. 
No vencimento do contrato de arrendamento, o proprietário do ativo emuso é o arrendador, de forma que o valor residual do ativo pode ser pleiteado 
pelo proprietário do bem. Em condições de valores residuais elevados, pode-se 
entender que seria vantajoso ter a propriedade ao contrário do arrendamento. 
No entanto, os efeitos de valores residuais esperados elevados (ex.: situação de 
inflação para determinados equipamentos ou setor imobiliário), provocarão no 
mercado a concorrência entre empresas de arrendamento mercantil e outras 
fontes de financiamento, ou mesmo a concorrência entre arrendadoras, 
exercendo influência para a queda das taxas de leasing até que os potenciais 
valores residuais sejam totalmente reconhecidos no contrato de arrendamento. 
Assim, a existência de altos valores residuais provavelmente não resultará em 
custos substancialmente mais altos para o leasing. 
Por outro lado, as empresas arrendadoras podem oferecer financiamento 
de arrendamento a um custo menor do que o financiamento de dívida, pois em 
caso de inadimplência normalmente possuem um posicionamento mais 
favorável do que os credores, além de estarem em circunstâncias melhores para 
dispor de equipamentos recuperados do que bancos ou outros credores. 
A operação de arrendamento desenvolve a possibilidade de boas práticas 
de governança corporativa, em consequência do reconhecimento da 
arrendadora pela gestão do ativo, pois este é de sua propriedade. O processo 
de arrendamento tende a produzir maior transparência, uma vez que a 
 
 
17 
apropriação da depreciação do bem deixa de ser discricionária e passa a ser no 
resultado. Ademais, o ajuste de taxas, custo de capital e juros da arrendadora 
se dá por mecanismos de depreciação acelerada, além de proporcionar 
vantagens. 
Além disso, o leasing financeiro permite que o arrendador se proteja 
contra eventuais riscos residuais, por meio da inserção da cláusula de Valor 
Residual Garantido, ou VRG. Essa cláusula importa na obrigação assumida pelo 
arrendatário em garantir ao arrendador um valor residual mínimo na operação. 
No mercado, a prática é estabelecer o VRG equivalente ao risco residual 
reconhecido na operação, assim, o arrendador não assume risco residual na 
operação e o arrendatário é compelido a adquirir o bem. 
O arrendamento mercantil (leasing) é normatizado pelo Conselho 
Monetário Nacional e controlado e fiscalizado pelo Banco Central do Brasil 
(Bacen). A Resolução 2.309/96 (Bacen), em seu 1° artigo, determina que as 
operações de arrendamento mercantil somente podem ser realizadas por 
pessoas jurídicas que tenham como objeto principal de sua atividade a prática 
de operações de arrendamento mercantil, pelos bancos múltiplos com carteira 
de arrendamento mercantil e pelas instituições financeiras que estejam 
autorizadas a contratar operações de arrendamento com o próprio vendedor do 
bem ou com pessoas jurídicas a ele coligadas ou interdependentes. 
Na Resolução 2.309/96, o arrendamento mercantil também é classificado 
em duas modalidades: financeiro e operacional. Para a classificação, deve-se 
observar aspectos como a equivalência entre o valor do arrendamento e o preço 
de aquisição, a responsabilidade pelas despesas de manutenção do bem 
arrendado e o preço para o exercício da opção de compra. 
Ainda, na Lei Federal 6.099/774, que dispôs sobre o tratamento fiscal às 
operações de arrendamento, o § 2º do art. 2° prescreve que somente farão jus 
ao tratamento previsto nesta Lei as operações realizadas ou por empresas 
arrendadoras que fizerem dessa operação o objeto principal de sua atividade ou 
que centralizarem tais operações em um departamento especializado com 
escrituração própria. 
Quanto à contabilização, as companhias abertas arrendadoras ainda não 
aderiram às normas internacionais contábeis, seguindo as instruções do COSIF 
conforme a Resolução 2.309/96 do Banco Central e a Lei 6.099/74. A título de 
exemplificação de divergência, o CPC 06 (R1) estabelece que os ativos em 
 
 
18 
arrendamento mercantil financeiro devem ser reconhecidos nos balanços dos 
arrendadores e apresentados como conta a receber por valor igual ao 
investimento líquido no arrendamento mercantil. Os ativos sujeitos a 
arrendamentos mercantis operacionais devem ser apresentados nos balanços 
de acordo com a natureza do ativo. Já a Lei 6.099/74 dispõe que os bens, objeto 
do arrendamento mercantil, devam ser registrados no ativo imobilizado das 
empresas arrendadoras e depreciados nos prazos estabelecidos de acordo com 
as regras tributárias. 
Nesse contexto, pode-se observar o fortalecimento da Lei 6.099/74 em 
relação às normas contábeis internacionais também na prescrição do art. 61 da 
Lei 11.941/09: 
A escrituração de que trata o art. 177 da Lei n° 6.404, de 15 de dezembro 
de 1976, quando realizada por instituições financeiras e demais 
entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, inclusive 
as constituídas na forma de companhia aberta, deve observar as 
disposições da Lei n° 4.595, de 31 de dezembro de 1964, e os atos 
normativos dela decorrentes. 
Diante disso, o Banco Central mantém a contabilização divergente dos 
padrões contábeis internacionais para as sociedades arrendadoras, em 
decorrência da escrituração das instituições financeiras e demais entidades 
autorizadas pelo Bacen a operar. Logo, as sociedades de arrendamento 
mercantil devem observar as disposições da Lei 4.595/64, que criou o Conselho 
Monetário Nacional, responsável pela normatização sobre operações de 
arrendamento mercantil. 
Tal divergência nos procedimentos de contabilização das operações de 
arrendamento mercantil certamente provocará assimetrias de evidenciação no 
balanço e relatórios financeiros das arrendadoras e arrendatárias, visto que 
ambas as partes seguem prescrições normativas sem convergência. As 
assimetrias são consideradas discrepâncias de informações entre partes 
envolvidas em uma negociação, neste caso, a arrendadora e a arrendatária 
possuem diferentes conhecimentos ou informações sobre a transação envolvida. 
TEMA 4 – SUPERVENIÊNCIA E INSUFICIÊNCIA DE DEPRECIAÇÃO 
De acordo com os princípios fundamentais da contabilidade, os 
procedimentos contábeis estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal não 
estão harmonizados em relação à primazia do evento econômico sobre a forma 
 
 
19 
jurídica, em particular ao registro das operações de arrendamento mercantil 
financeiro que deveriam ocorrer de forma análoga às operações de crédito, por 
meio do cálculo de valor presente. 
Nesse cenário, com intuito de reduzir os efeitos dessa prática, de acordo 
com a Instrução 58/86 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a circular 
1.429/89 do Banco Central do Brasil (Bacen), a arrendadora deverá realizar, para 
cada contrato, o cálculo a valor presente dos fluxos futuros de caixa, utilizando 
a taxa de retorno determinada, para depois confrontar com o valor contábil 
calculado da seguinte forma: 
 (+) arrendamentos a receber; 
 (–) rendas a apropriar de arrendamentos a receber; 
 (+) subarrendamentos a receber; 
 (–) rendas a apropriar de subarrendamentos a receber; 
 (+) valores residuais a realizar; 
 (–) valores residuais a balancear; 
 (+) créditos de arrendamentos em liquidação; 
 (–) rendas a apropriar de créditos de arrendamentos em liquidação; 
 (+) bens arrendados; 
 (–) valor a recuperar; 
 (+) valor residual antecipado; 
 (–) depreciação acumulada de bens arrendados; 
 (+) bens não de uso próprio; 
 (+) perdas em arrendamentos a amortizar; 
 (–) amortização acumulada do diferido em perdas em arrendamentos a 
 amortizar; 
 (=) valor contábil. 
Se for demonstrado um resultado superior comovalor presente para cada 
contrato em relação ao valor contábil, produzindo um ganho, o pressuposto é de 
que o ativo e o patrimônio líquido da arrendadora foram subavaliados pela 
Secretaria da Receita Federal. Nesse sentido, o resultado de tal comparação 
será contabilizado da seguinte forma: 
D – superveniência de depreciação; 
C – rendas de arrendamentos. 
 
 
20 
Em contraposição, se o resultado demonstrar um valor inferior como valor 
presente de cada contrato em relação ao valor contábil, significando uma perda, 
o pressuposto é de que o ativo e o patrimônio líquido da arrendadora foram 
superavaliados pela Secretaria da Receita Federal. Assim, o lançamento contábil 
desse resultado deverá seguir conforme: 
D – despesas de arrendamento; 
C – insuficiência de depreciação. 
TEMA 5 – MUDANÇAS À VISTA: O IFRS 16 – ARRENDAMENTOS 
O IFRS 16 (CPC 06 R2), com vigência desde 1° de janeiro de 2019, 
apresenta definições fundamentais para um íntegro entendimento dessa norma. 
Arrendamento mercantil (leasing) é “um contrato, ou parte do contrato, que 
transfere o direito de usar um ativo (ativo subjacente) por um período de tempo 
em troca de contraprestação” (IFRS, 2019). Arrendador é “a entidade que 
fornece o direito de usar o ativo subjacente por um período de tempo em troca 
de contraprestação” e o arrendatário define-se como quem “obtém o direito de 
usar o ativo subjacente por um período de tempo em troca de contraprestação” 
(IFRS, 2019). Ao final desse período de tempo pelo uso do ativo, o arrendatário 
tem a opção de adquirir, devolver ou prorrogar o contrato do ativo. 
A norma internacional anterior ao IFRS 16, o IAS 17 (CPC 06 R1) indica 
duas classificações para as operações de arrendamento mercantil, o financeiro 
e o operacional. A definição de arrendamento mercantil financeiro no IAS 17 
representa “aquele em que há transferência substancial dos riscos e benefícios 
inerentes à propriedade de um ativo. O título de propriedade pode ou não vir a 
ser transferido” (IFRS, 2019), ao passo que o arrendamento mercantil 
operacional refere-se a um contrato de aluguel de ativo, “diferente de um 
arrendamento mercantil financeiro” (IFRS, 2019). Segundo o IAS 17 (CPC 06 
R1), o controle do bem pertence ao arrendatário em ambos os casos, porém 
somente no caso de arrendamento financeiro, o valor do bem arrendado deve 
ser registrado no ativo imobilizado e a contrapartida no passivo. No entanto, no 
arrendamento operacional, o arrendatário pode gerenciar o resultado da 
empresa, postergando o reconhecimento das despesas inerentes à operação e 
preservando constante seu índice de endividamento, visto que não haverá 
alterações no valor de seu passivo. 
 
 
21 
Com a vigência da nova norma IFRS 16 (CPC 06 R2), os dois modelos de 
contabilização do arrendamento entre as duas classificações terminam para a 
arrendatária. Isto é, todos os arrendamentos, sejam financeiros ou operacionais, 
serão reconhecidos no balanço patrimonial do arrendatário, havendo registro no 
ativo pelo uso do bem e registro no passivo para pagamentos futuros – exceção 
feita somente para contratos com prazo menor que 12 meses ou valor do bem 
arrendado menor que US$ 5.000,00. 
As obrigações futuras referentes aos pagamentos do bem arrendado 
devem ser registradas no passivo pelo valor presente dos pagamentos do 
arrendamento não efetuados na data da mensuração. Conforme a norma, “os 
pagamentos do arrendamento devem ser descontados, utilizando a taxa de juros 
implícita no arrendamento, se essa taxa puder ser determinada imediatamente” 
(IFRS, 2019). O valor do ativo deve ser registrado pelo valor da mensuração 
inicial do passivo de arrendamento, os pagamentos de arrendamento devem ser 
efetuados até a data de mensuração e os custos diretos iniciais devem ser 
incorridos pelo arrendatário, assim como a estimativa dos gastos necessários 
para a remoção ou restauração do bem arrendado ao término do contrato. 
Na Figura 1 estão reportadas as alterações no balanço patrimonial com o 
IFRS 16 (CPC 06 – R2) em comparação à norma anterior IAS 17 (CPC 06 – R1): 
Figura 1 – O que mudou com IFRS 16 (CPC 06 – R2) 
 
Além das mudanças na posição patrimonial das empresas arrendatárias, 
haverá mudanças na forma de contabilizar os resultados do exercício. Segundo 
o IFRS 16 (CPC 06 R2), “o arrendatário deve apresentar despesas de juros sobre 
o passivo de arrendamento separadamente do encargo de depreciação para o 
 
 
22 
ativo de direito de uso” (IFRS, 2019). A norma também apresenta orientação 
para divulgação das informações sobre os arrendamentos em curso nas notas 
explicativas ou seção separada das demonstrações financeiras do arrendatário. 
Na Figura 2 estão reportadas as alterações no demonstrativo de resultado 
com o IFRS 16 (CPC 06 – R2) em comparação à norma IAS 17 (CPC 06 – R1): 
Figura 2 – O que mudou com IFRS 16 (CPC 06 – R2) 
 
O escopo da norma IFRS 16 é aumentar a transparência e representação 
fidedigna das informações contábeis. Percebe-se que as alterações 
implementadas por essa norma foram maiores às arrendatárias, a começar pela 
identificação e separação dos componentes de leasing daqueles que não são. 
Será necessário ainda que o arrendador disponibilize mais informações ao 
arrendatário, além da definição do prazo de arrendamento (pelo período não 
cancelável) e a taxa de desconto para reconhecer o passivo a valor presente. 
As métricas financeiras utilizadas para análise do desempenho da 
empresa (EBTDA, ROE, ROIC, ROA) sofrerão um impacto considerável pelas 
mudanças aplicadas. Por conseguinte, os usuários deverão realizar novas 
estimativas para adequar as condições contratuais e práticas empresariais. 
Outro desafio a considerar é a subjetividade da norma em relação à mensuração 
e reconhecimento dos arrendamentos. 
Por outro lado, a IFRS 16 representa um passo importante para a 
contabilidade, pois reconhece as operações de arrendamento de acordo com a 
estrutura conceitual do IASB, ao reportar os eventos econômicos nas 
demonstrações contábeis. No entanto, ainda que decorrentes de disposições 
 
 
23 
normativas, existem divergências relevantes entre a contabilização do 
arrendador e arrendatário. Se bem analisarmos, a mesma transação é 
reconhecida de formas diferentes para as partes envolvidas na operação, 
causando inconsistência e a impossibilidade na verificação do fato econômico. 
A Figura 3 reporta um quadro comparativo nos prazos de contratos de 
arrendamento mercantil e tratamento contábil para cada uma das partes e cada 
tipo de operação. 
Figura 3 – Quadro comparativo 
Fonte: ABEL, 2019. 
TROCANDO IDEIAS 
Estamos chegando ao final desta aula. Que tal trocarmos ideias com os 
colegas sobre os principais aspectos tratados? 
Para consolidar os conhecimentos adquiridos, vamos realizar uma 
atividade de fórum. Você deverá articular os conceitos aprendidos sobre os 
tópicos de arrendamento mercantil, com o intuito de diferenciar a operação de 
leasing na visão do arrendatário e na visão do arrendador. Reflita: quais são os 
benefícios da operação de leasing para o arrendatário e para o arrendador? Cite 
pelo menos três vantagens. Para responder a esse questionamento, inclua sua 
resposta na plataforma AVA, com base nos temas estudados nesta aula. Essa 
atividade auxiliará na fixação dos conteúdos estudados. 
 
 
24 
NA PRÁTICA 
Nesta atividade de cunho prático, o tema de discussão é a superveniência 
e insuficiência de depreciação, o qual discutimos no Tema 4 desta aula. 
Com base no texto referente ao tema 4, vamos exercitar na prática a 
questão da superveniência e insuficiência da depreciação. Calcule o valor doajuste a valor presente da carteira de arrendamentos da empresa Alfa, 
considerando os dados contábeis a seguir: 
I. Arrendamentos a receber – R$ 20.000,00 
II. Rendas a apropriar de arrendamentos – R$ 20.000,00 
III. Bens arrendados – R$ 17.000,00 
IV. Depreciação acumulada – R$ 500,00 
V. Valor presente da carteira de arrendamento: R$ 15.000,00 
O ajuste a realizar é de superveniência ou insuficiência? E qual será o 
valor do ajuste? 
Resolução 
Para efetuar o cálculo a valor presente dos fluxos futuros de caixa de cada 
contrato, utiliza-se a taxa de retorno estabelecida e se efetua a comparação com 
o valor contábil. Conforme Instrução 58/86 da CVM e Circular 1429/89 do BCB, 
procede-se da seguinte forma para apuração do valor contábil e sucessiva 
contabilização: 
(+) Arrendamento a receber R$ 20.000,00 
(–) Rendas a apropriar de arrendamentos a receber R$ 20.000,00 
(+) Bens arrendados R$ 17.000,00 
(–) Depreciação acumulada de bens arrendados R$ 500,00 
= Valor contábil R$ 16.500,00 
 Valor presente da carteira de arrendamento R$ 15.000,00 
Neste caso, observa-se que o valor presente da carteira de arrendamento 
é inferior ao valor contábil apurado, significando perda. Isso corresponde a uma 
superavaliação do ativo e do patrimônio líquido da arrendadora. Assim, o ajuste 
a realizar é de insuficiência no valor de R$ 1.500,00. 
 D – despesas de arrendamento: R$ 1.500,00 
 C – insuficiência de depreciação: R$ 1.500,00 
 
 
25 
FINALIZANDO 
Esta aula nos auxiliou a adentrar ao mundo financeiro e contábil das 
operações de arrendamento mercantil em suas duas classificações, financeiro e 
operacional, e compreender a visão de ambas as partes envolvidas, o 
arrendatário e arrendador. Ainda, discutimos alguns tópicos fundamentais para 
a tomada de decisão em arrendamentos mercantis, demonstrando, por meio de 
equações a valor presente e do modelo MDB, qual melhor tomada de decisão a 
escolher para cada operação. 
Assim, nos três primeiros temas desta aula, foram apresentadas as 
perspectivas do arrendatário e do arrendador para a efetiva execução da 
operação de leasing, validando por meio da análise quantitativa sobre os 
aspectos fundamentais da tomada de decisão nas operações de arrendamento 
mercantil. 
Nos dois últimos temas, o enfoque esteve na prática contábil e normativa 
com o novo dispositivo da norma internacional. No tema 4, foi apresentada a 
prática contábil para minimizar os efeitos dos procedimentos requeridos pela 
Receita Federal. E, no último tema, apresentamos a norma internacional IFRS 
16 (CPC 06 R2), colocando as diferenças com o IAS 17 (CPC 06 R1). 
 
 
 
 
26 
REFERÊNCIAS 
2019: o que muda com a implementação do IFRS 16 – CPC 06 (R2). ABEL, 
2019. Disponível em: <http://www.leasingabel.com.br/wp-
content/uploads/2018/12/info_abel_205_v19.pdf>. Acesso em: 28 set. 2019. 
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/>. 
Acesso em: 28 set. 2019. 
INTERNATIONAL financial reporting standards. IFRS 16 Leases. IFRS, 2019. 
Disponível em: <https://www.ifrs.org/-/media/project/leases/ifrs/published-
documents/ifrs16-effects-analysis.pdf>. Acesso em: 28 set. 2019. 
MYERS, S. C.; DILL, D. A.; BAUTISTA, A. J. Valuation of financial lease 
contracts. The Journal of Finance, 31(3), 799-819, 1976.

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