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Anestesia locorregional As técnicas de anestesia local dependem de um grupo de substâncias que produzem perda transitória das funções sensoriais, motora e autonômica em porção discreta do corpo. Um Anestésico Local (AL) pode ser definido como uma droga que bloqueia reversivelmente a transmissão do impulso nervoso na região em que foi aplicada, sem afetar o nível de consciência. Anestésicos locais (AL) • Em 1884, Köller emprega cocaína em anestesia tópica de olho (1). • Assistente de S. Freud. • Mecanismo de ação: bloqueio do canal de Sódio. • Ações sistêmicas (2): • Depressão dose-dependente SNC • Antiarrítmico (lidocaína) • Vasodilatação • Metabólitos ativos • Lidocaína: intoxicação • Prilocaína: metahemoglobinemia (Fe3+ não carreia O2) • Reações alérgicas: preservativos ou antioxidantes da solução • Quiralidade Os anestésicos locais bloqueiam a ação de canais iônicos na membrana celular neuronal, impedindo a neurotransmissão do potencial de ação. A forma ionizada do anestésico local liga-se de modo específico aos canais de sódio, inativando-os e impedindo a propagação da despolarização celular. Os anestésicos locais ligam-se aos canais de sódio voltagem-dependente no estado inativado, impedindo a sua subsequente ativação e o grande influxo transitório de sódio associado à despolarização da membrana. Dessa maneira, impedem que haja um potencial de ação, e o estímulo nervoso não é propagado. O anestésico local age impedindo a abertura da comporta de ativação e o subsequente influxo de sódio. exemplo abscesso: muito ácido anestésico com bicarbonato na solução Para uma solução básica: Lido (9 ml) + bicarbonato (1 ml) A escolha do anestésico é de acordo com a velocidade de início e duração estimada da cirurgia/procedimento. O tempo de duração/ação do anestésico local está diretamente relacionada com o tempo em que o fármaco está em contato com a terminação nervosa. Por isso, alguns anestésicos locais são administrados em associação com vasoconstritores adrenérgicos para retardar a distribuição do anestésico para circulação sistêmica. Quando o anestésico é feito junto com um vasoconstritor o seu tempo de ação é maior devido permanecer mais tempo no local devido a vasoconstrição que retarda a circulação e dispersão da sua concentração. Anestésicos com vasoconstritor devem ser evitados em locais de circulação pobre (cartilagem) ou com circulação terminal (dedos e pênis), pois podem acarretar em déficit no aporte sanguíneo, levando à necrose da região. A potência dos anestésicos está relacionada com a lipossolubilidade do fármaco. anestésicos muito lipossolúveis → potência diminuída, pois se distribuem com maior facilidade para sítios inespecíficos, diminuindo assim a concentração do fármaco no local que se deseja causar o bloqueio nervoso. Toxicidade sistêmica dos AL A toxicidade sistêmica dos anestésicos locais está relacionada a altas concentrações plasmáticas da droga. Para garantir boa qualidade e duração adequada do bloqueio e menor toxicidade sistêmica dos AL, é fundamental que se controle a absorção a partir do sítio de aplicação. Para isso é importante o controle de fatores como: dose, presença ou não de vasoconstrictor, características farmacológicas do agente e do local de punção. ● A etiologia mais comum de toxicidade é a injeção acidental de AL em um vaso sanguíneo → o ideal é aspirar/puncionar levemente o local antes de injetar a solução analgésica. ● O grau de lipossolubilidade também interfere no grau de toxicidade e margem de segurança do anestésico local: quanto mais lipossolúvel, maior o risco de toxicidade e menor a margem de segurança. • Vigilância • Comunicar com o paciente • Sinais de intoxicação Zumbido Gosto metálico na boca Formigamento perioral • Limitar dose dos AL Local do bloqueio Idade do paciente • Técnica Aspirar antes de injetar Pequenos volumes (5 mL) • Sinais Excitação ou depressão SNC Hipotensão e bradicardia Arritmias • Reanimação Vias Aéreas Convulsões PCR Lidocaína 4,5 mg/Kg < 300 mg Lidocaína + adrenalina 7 mg/Kg Bupivacaína 2,5 mg/Kg < 175 mg Bupivacaína + adrenalina < 225 mg Ropivacaína 5mg/Kg < 200 mg Anestesia subaracnoidea Raquianestesia- técnica Fatores de dispersão do AL • Características do AL • Baricidade (densidade AL / densidade LCR) • Dose • Concentração • Volume injetado • Características do paciente • Idade* • Peso* • Altura* • Sexo • Gravidez • Técnica • Velocidade da injeção • posicionamento Perda de controle do tônus vascular, devido a vasodilatação e a não reposição de volume. Quando injeta-se o anestésico a primeira fibra a ser bloqueada é a fibra autonômica (fibras simpáticas) depois a fibra de sensação de calor, de tato e por último as motoras. Se bloqueia fibra simpática: vasodilatação Se bloqueia parassimpática: vasoconstrição • Bloqueio abaixo de L2 não afeta a pressão arterial • Bloqueio abaixo de T8 – Simpatectomia da metade inferior do corpo – Possibilidade de vasoconstrição da metade superior – Diminuição da PA • Bloqueio de T1-T4 – Bradicardia e hipocontratilidade cardíaca • Bloqueio até T1 – Vasodilatação intensa sem vasoconstrição compensatória – Uso de vasoconstritores é fundamental Indicações da raquianestesia • Intervenções obstétricas • Cirurgias abdominais infraumbilicais • Cirurgias perineais e membros inferiores • Preferência do paciente • Experiência do cirurgião Contraindicações da raquianestesia • Absolutas: • Hipotensão grave • Choque • Convulsão • Infecções generalizadas • Síndromes hemorrágicas • Uso de anticoagulante • Infecção de pele no local da punção • Meningite • Recusa do paciente • Relativas: • Hipotensão arterial • Hipovolemia • Anemia • Deformidade de coluna • Extremos de idade • Doença neurológica • Cefaleia habitual • Dores lombares • Reações de hiperssensibilidade Complicações da Raquianestesia • Cardiovasculares: • Bradicardia e hipotensão • Respiratórias • Monitorizar a respiração + oxigênio • Neurológicas • Cefaleia pós-raquianestesia • Cefaleia pós-punção acidental de duramater • Lesões neurológicas • Trauma de raiz • Neurotoxicidade do anestésico local Características da cefaleia pós-punção de duramater • Cefaleia frontal, occipital e temporal • Piora em ortostase • Pode se irradiar para a região cervical • Piora com movimentos bruscos da cabeça ou tosse A cefaleia pós-punção da dura-máter instala-se, em 90% dos casos, até o terceiro dia após a punção; é a complicação mais frequente da punção da dura-máter. Resulta de uma fuga do líquido cefalorraquidiano através do orifício da punção da dura-máter e da consequente redução dos níveis de fluído no cérebro e na espinal medula. Membro superior – plexo braquial • Cirurgia de ombro ou braço • Estimulador de nervo periférico • Estímulo inicial 0,8 a 1,2 mA (2 Hz, 100μsec), reduz para 0,5 mA • Nervo músculo-cutâneo: flexão do antebraço • Radial: extensão polegar e dedos • Mediano: flexão do punho • Ulnar: adução do polegar Membro superior – Ultrassonografia Bloqueios de membro inferior Bloqueio de nervo isquiático Técnica de Mansur • Espinha Ilíaca póstero superior (EIPS) • Tuberosidade Isquiática (TI) • Grande trocânter (GT) Condições mínimas para execução de bloqueio Material de reanimação cardiopulmonar Monitorização Punção venosa Drogas: vasopressor , atropina, midazolam, fentanil, propofol Conversão para anestesia geral
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