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COSMOVISÃO
BÍBLICO-CRISTÃ
COSMOVISÃO BÍBLICO-CRISTÃ
São Paulo | 2014
CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO 
FUNDADO EM 1915 — W W W.UNASP.EDU.BR
S939c SUÁREZ, Adolfo S. 
 Cosmovisão Bíblico-Cristã. /Adolfo S. Suárez. São Paulo:
 Delinea; Centro Universitário Adventista de São Paulo, 2014. 
 78 p. il. 
 Curso de Tecnologia em Processos Gerenciais 
 ISBN 978-85-69315-02-5
1. Comunicação. 2. Processo da comunicação. 3. Habilidades
 comunicacionais. 4. Coerência textual. I. Curso de Tecnologia 
 em Processos Gerenciais. II. Título. 
CDU 113/119:22
ADMINISTRAÇÃO DA ENTIDADE MANTENEDORA (IAE)
Diretor-Presidente Domingos José de Souza
Diretor Administrativo Élnio Álvares de Freitas
Diretor Secretário Emmanuel Oliveira Guimarães
ADMINISTRAÇÃO GERAL DO UNASP
Reitor Euler Pereira Bahia
Pró-Reitora de Pós-Graduação, 
Pesquisa e Extensão Tânia Denise Kuntze
Pró-Reitora de Graduação Sílvia Cristina de Oliveira Quadros
Pró-Reitor Administrativo Élnio Álvares de Freitas
Secretário Geral Marcelo Franca Alves
CAMPUS VIRTUAL
Diretor Geral Valcenir do Vale Costa
Coordenadora de Projetos Andressa Jackeline de Oliveira Mario e Paiva
Coordenador do Curso Demetrius Saraiva Gomes
Designer Educacional Erling Walter Quiaper Simeon
Conteudista Adolfo S. Suárez
PRODUÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO-PEDAGÓGICO 
DELINEA TECNOLOGIA EDUCACIONAL
Diretoria Executiva Charlie Anderson Olsen
Larissa Kleis Pereira
Margarete Lazzaris Kleis
Supervisora de Conteúdo Renata Oltramari
Supervisora de Mídias Didáticas Denise Meinhardt
Supervisora de LMS Rafaela Comarella
Coordenação de Conteúdo Simone Dias
Coordenação de Design Gráfico Cassiana Mendonça Pottmaier
Projeto Gráfico Cassiana Mendonça Pottmaier
Fernando Andrade
Designer Educacional Simone Regina Dias
Revisão Gramatical Eloisa M. Seemann
Simone Regina Dias
Diagramação Nara Azevedo
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 – COMPREENDENDO O MUNDO ....................................... 8
1.1 Cosmovisões: compreendendo a realidade que nos cerca ................................... 10
1.2 Por que precisamos de uma Cosmovisão? ........................................................... 15
CAPÍTULO 2 – A BÍBLIA: FONTE DE INTERPRETAÇÃO 
DA REALIDADE ............................................................................... 24
2.1 A Bíblia como revelação de Deus ........................................................................ 26
2.2 Fique tranquilo: podemos confiar na Bíblia! ....................................................... 34
CAPÍTULO 3 – DEUS: FONTE DA VIDA ............................................... 42
3.1 A existência de Deus ........................................................................................... 44
3.2 Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo .......................................................... 49
CAPÍTULO 4 – COSMOVISÃO NA PRÁTICA ......................................... 61
4.1 Como me relacionar com Deus? .......................................................................... 63
4.2 Como estudar a Bíblia? ....................................................................................... 68
6C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã
CONHEÇA A DISCIPLINA
Querido(a) estudante, todos nós cultivamos uma visão de mundo, um 
modo específico de viver e de encarar os diversos aspectos que compõem 
o nosso dia a dia. É essa visão de mundo que nos ajuda a responder, por
exemplo, alguns dilemas próprios de seres pensantes:
• É correto mentir para salvar uma pessoa?
• Contar a verdade é mais importante do que salvar vidas?
• Pode-se roubar para ajudar outros?
• Tudo o que há neste universo é apenas o que enxergamos com
os nossos olhos?
• O que acontece com o ser humano após a morte?
As respostas a essas e outras perguntas fundamentais são condicionadas 
pela Cosmovisão que adotamos, nossa visão de mundo. Certamente, en-
tão, é muito importante estudar esse assunto, independente de nossa for-
mação profissional, porque constantemente nos deparamos com questões 
como essas, e uma resposta adequada a elas nos ajudará a viver de modo 
consistente e coerente.
Dito isto, seja bem-vindo à disciplina Cosmovisão Bíblico-Cristã (CBC), 
a qual conduzirá você por reflexões que lhe permitirão compreender e 
analisar melhor a realidade da vida. Como parte de nosso estudo, vamos 
nos deparar com temas como a diversidade de cosmovisões, existência de 
Deus, a vida de Jesus Cristo e a confiabilidade da Bíblia.
Desejamos que esta jornada seja uma rica experiência acadêmica e exis-
tencial, e que ao final dela você compreenda melhor aquilo que é a essên-
cia da vida: nossa capacidade de escolher adequadamente qual visão de 
mundo vamos assumir a fim de não apenas existir, mas viver.
Bons estudos!
7C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã
EMENTA
A existência de Deus e sua revelação através da Bíblia, Jesus Cristo e da 
natureza.
CAPÍTULO 1
COMPREENDENDO O MUNDO
Objetivo
Compreender o significado e natureza das principais Cosmovisões, 
bem como sua necessidade e utilidade.
9C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã
NOSSO TEMA
Neste capítulo, você conhecerá e compreenderá as principais Cosmovi-
sões que nos ajudam a interpretar a realidade que nos cerca. Este 
conhe-cimento é importante para entender nosso próprio modo de 
viver, e as consequências de fazer escolhas, influenciado por esta ou 
aquela ideologia.
Além disso, o outro aspecto importante de nosso estudo consistirá em re-
fletir sobre a necessidade e utilidade dessas Cosmovisões; responderemos 
a perguntas do tipo: de que modo as Cosmovisões são imprescindíveis na 
minha vida? Qual a utilidade delas pessoalmente? Faz diferença adotar 
uma ou outra Cosmovisão? Não é melhor ficar neutro, não adotando 
nenhuma delas?
10C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã
TÓPICOS DE ESTUDO
Neste capítulo, vamos tratar basicamente de dois temas correlatos: as di-
versas Cosmovisões, e sua utilidade em nossa vida diária. Vamos adiante?!
1.1 Cosmovisões: compreendendo a 
realidade que nos cerca
O filósofo Norman Geisler e o escritor Peter Bocchino (2003, p. 85-86) 
contam a seguinte estória. 
Dois homens caminhavam por uma floresta quando subitamente se 
depararam com uma esfera de vidro sobre o tapete de limo verde. 
Não havia nenhum outro som além do barulho dos passos deles, e 
certamente não havia sinal da presença de outras pessoas. Mas am-
bos percebiam que a dedução mais óbvia da evidência da esfera era 
que alguém a colocara ali. Um desses homens era um cientista cético, 
treinado na concepção moderna das origens, e o outro era um leigo.
O leigo questionou:
E se essa esfera fosse maior, talvez de três metros de diâmetro, você 
ainda diria que alguém a colocou aqui?
Naturalmente, o cientista concordou que uma esfera maior não afe-
taria seu julgamento. Ele continuaria acreditando que alguém a co-
locara ali.
- Bem, o que aconteceria se a esfera fosse enorme – uns dois quilô-
metros de diâmetro? – indagou o leigo.
O amigo cientista cético respondeu não somente que alguém a teria 
posto ali, mas também que se faria uma investigação para descobrir 
o que levou esse alguém a fazer isso.
O leigo então se aventurou a mais uma pergunta:
O que aconteceria se a esfera fosse tão grande quanto o universo? 
Ainda assim ela precisaria de uma causa? Alguém a teria colocado ali?
Claro que não – retrucou o cético – O universo simplesmente está aí!
C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã 11
O QUE É UMA COSMOVISÃO?
O que fez a diferença entre a suspeita do leigo e a certeza do cientista 
cético não foi necessariamente o título acadêmico; a diferença está na 
Cosmovisão de cada um. Mas, afinal, o que é uma Cosmovisão? É uma 
espécie de “lente” intelectual através da qual nós vemos a realidade. É 
um sistema filosófico que procura explicar como os fatos da realidade 
se relacionam e se ajustam uns aos outros. É um conjunto detalhado de 
crenças combinadas de formaconsistente ou coerente (EVANS, 2004). 
Para James Sire (1988), Cosmovisão é um conjunto de pressuposições que 
temos sobre a constituição básica do nosso mundo. Estas pressuposições 
podem ser verdadeiras, parcialmente verdadeiras ou totalmente falsas; 
enquanto que nossa percepção delas pode ser consciente ou inconsciente, 
e podemos sustentá-las de forma consistente ou inconsistente. 
A Cosmovisão encontra-se tão enraizada nas pessoas que é possível que 
dois ou mais grupos cheguem a conclusões diferentes observando o mes-
mo fenômeno. Vamos a um exemplo. Os cosmólogos que não acreditam 
na existência de Deus afirmam que ou o cosmos veio do nada por meio do 
nada, ou sempre existiu. Entretanto – acreditando-se ou não em Deus – 
não é preciso ser gênio para qualquer pessoa concluir que é impossível ao 
nada produzir algo. Portanto, a única alternativa plausível para cosmó-
logos que não acreditam em Deus é crer que o universo deve ter existido 
sempre. Todavia, como já afirmamos, não é razoável crer que a matéria 
é eterna. 
Então, considerando que o princípio científico da causalidade afirma que 
tudo que tem um começo deve ter uma causa: Seria razoável procurar 
fora da natureza o Real Originador deste Universo? Um cosmólogo que 
não acredita em Deus responderia: “Não!”; um cosmólogo que acredita 
em Deus responderia: “Sim!”. 
Mas o que fez a diferença nestas respostas antagônicas a um mesmo fenô-
meno? Um cosmólogo não crê em Deus (Cosmovisão Ateísta), enquan-
to o outro crê em Deus (Cosmovisão Bíblico-Cristã). Neste caso, como 
você percebeu, o embate não é entre a fé e a razão ou entre a ciência e a 
religião, e sim entre crer ou não crer em Deus. E na base das crenças está 
uma Cosmovisão.
C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã 12
AS PRINCIPAIS COSMOVISÕES
A fim de facilitar a compreensão, mencionaremos inicialmente as prin-
cipais Cosmovisões, tendo como referência os tipos de discursos acerca 
de Deus (SILVA, 2004, p. 18). Mais à frente, esta compreensão será am-
pliada.
As principais Cosmovisões e seu discurso acerca de Deus:
• Teísmo – Existe um Deus e este se comunica com os homens atra-
vés de uma autorrevelação de si mesmo.
• Ateísmo – Negação absoluta da existência de Deus.
• Panteísmo – Deus fez tudo, logo, as coisas que existem são “pe-
daços” de si que assumiram outras formas e características. Portan-
to, tudo é Deus.
• Panenteísmo – Deus, por sua onipresença, está em todas as
coisas, mas não se identifica pessoalmente com nada do que criou. 
Embora esteja presente na flor, Deus não é a flor.
• Deísmo – Existe um ser supremo, sua natureza, porém, fica bem
indeterminada, ele nada tem a ver com a pessoa descrita nas gran-
des religiões ocidentais. Ele está numa outra dimensão e nada tem 
a ver atualmente com as coisas que ocorrem neste nosso mundo 
físico material.
• Politeísmo – Crença em vários deuses.
Atribui-se ao filósofo Sócrates a seguinte frase: “Uma vida não exami-
nada não vale a pena ser vivida”. De fato, a vida não consiste apenas em 
alimentar-se, trabalhar e divertir-se. É necessário reflexão para certificar-
-nos de que tudo que fazemos é adequado, e não correr o risco de passar 
por esta vida como seres que apenas existem, mas que não vivem com 
responsabilidade. 
REFLETINDO...
Agora, convidamos você a refletir: Em quais áreas de sua vida você 
precisa repensar sua maneira de agir? Por quê? Qual é a sua Cosmo-
visão? Tem você vivido de modo coerente com ela? Por que é essa 
sua Cosmovisão, e não outra?
C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã 13
CAMPOS DE ATUAÇÃO DE UMA COSMOVISÃO
Considerando – como já vimos – que a Cosmovisão é uma espécie de 
“lente” intelectual através da qual nós vemos a realidade, e considerando 
que a realidade tem diversos componentes, então a Cosmovisão é uma 
plataforma a partir da qual entendemos tudo o que nos rodeia, sejam 
situações concretas (como educação de filhos, alimentação, postura ética 
etc.) ou aspectos de natureza abstrata (existência de Deus, liberdade hu-
mana, vida após a morte etc.). Ou seja, uma Cosmovisão não se limita a 
elaborar um discurso sobre Deus; ela fornece, acima de tudo, sentido a 
tudo o que pensamos e vivenciamos. 
De acordo com o professor Mark Blocher (2014, p. 3-4), as Cosmovisões 
opinam e tomam partido sobre os seguintes temas fundamentais, apre-
sentando detalhes e justificativas para cada um deles:
• Teologia – tem a ver com uma posição sobre a existência e a
natureza de Deus;
• Cosmologia – toda Cosmovisão precisa explicar a origem e a
natureza do Universo;
• Antropologia – a Cosmovisão deve esclarecer a identidade e o
valor dos seres humanos;
• Epistemologia – a natureza e a justificativa para o conhecimen-
to e a verdade também devem ser explicados pela Cosmovisão;
• Axiologia – a identidade e a natureza dos valores é outro campo
de atuação da Cosmovisão;
• História – a Cosmovisão precisa explicar o padrão e a importân-
cia dos eventos históricos;
• Destino – finalmente, a Cosmovisão deve esclarecer o que acon-
tece às pessoas após a morte.
IDENTIFICANDO AS COSMOVISÕES
Para identificar uma Cosmovisão, é necessário fazer algumas perguntas 
fundamentais (SIRE, 2004, p. 22-23). Vejamos.
C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã 14
• Qual é a realidade primordial ou o que é realmente verda-
deiro? A resposta pode ser: Deus, ou deus, ou deuses, ou o cos-
mo natural, ou eu mesmo.
• Qual é a natureza da realidade externa, isto é, do mundo
ao nosso redor? Esta pergunta revela se entendemos o mundo
como criado e dependente, ou não criado e autônomo; como
matéria ou como espírito; como obra de Deus ou como sendo o
próprio Deus etc.
• O que é o ser humano? O ser humano pode ser uma máquina
complexa, um deus adormecido, uma criatura como as outras,
um gorila evoluído ou um filho de Deus.
• O que acontece quando uma pessoa morre? A pessoa reencar-
na, o espírito fica vagando, a pessoa passa para uma existência
obscura num mundo desconhecido, ou a pessoa simplesmente
dorme.
• Como é possível conhecer alguma coisa? Conhecemos e pen-
samos porque nosso cérebro evoluiu ao longo de bilhões de anos,
ou porque fomos criados com a capacidade de raciocínio.
• Como sabemos o que é certo e errado? O certo e errado são
determinados pela escolha humana, não há certo e errado; a no-
ção de certo e errado é imposta pela cultura, ou o certo e errado
estão baseados numa noção de verdade absoluta.
• Qual o significado da história humana? É compreender o pro-
pósito dos deuses, é preparar um paraíso aqui na Terra via comu-
nismo ou socialismo, ou é preparar um povo para habitar numa
Nova Terra.
• Quem está no comando deste mundo? Deus, ou os seres hu-
manos, ou a natureza, ou ninguém.
• Somos livres ou determinados? Somos plenamente livres para
fazer o que queremos e não daremos conta disso a ninguém; ou
não somos livres; ou temos uma liberdade relativa.
As respostas às perguntas citadas são condicionadas pela Cosmovisão que 
cada pessoa adota. 
C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã 15
PESQUISE!
Cosmovisão é um assunto amplo, e que merece um estudo amplo, 
de diversas perspectivas. Aprofunde seu conhecimento com esta 
ênfase:
Cosmovisão da perspectiva histórico-teológica: “Introdução à Cos-
movisão reformada: anotações quase aleatórias”.
Assista a um pequeno vídeo (apenas quatro minutos) que respon-
de à pergunta “O que é Cosmovisão?”; explicação do psicólogo e 
teólogo Walter McAlister.
1.2 Por que precisamos de uma 
Cosmovisão?
A COSMOVISÃO É IMPORTANTE DEMAIS PARA SER IGNORADA
Norman Geisler e Frank Turek (2006, p. 13) sintetizam as cinco per-
guntas mais importantes com as quais nos deparamos ao longo de nossa 
existência:
Pergunta A que se refere a pergunta?
De onde viemos? Origem da vida
Quem somos? Nossa identidade
Por que estamos aqui? Propósito da vida
Como devemos viver? Moralidade a ser adotada
Para onde vamos? Nosso destino
Quadro 1 – Perguntas sobre a existência humana.
Fonte: Geisler e Turek (2006,p. 13).
Como você já deve ter notado, a resposta a essas perguntas depende ex-
clusivamente da Cosmovisão que adotamos. Por isso podemos afirmar 
com convicção: uma vida inteligente requer uma Cosmovisão consciente 
e coerente, que nos conduza a uma vida, na medida do possível, realizada 
e feliz.
https://teologiabrasileira.com.br/introducao-a-cosmovisao-reformada-anotacoes-quase-aleatorias-2/
https://teologiabrasileira.com.br/introducao-a-cosmovisao-reformada-anotacoes-quase-aleatorias-2/
https://www.youtube.com/watch?v=O1nQ533D1J4
C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã 16
TODOS NÓS ACREDITAMOS EM ALGUMA COISA 
Além do mais, precisamos de uma Cosmovisão porque todos nós acredi-
tamos em alguma coisa; todos nós tomamos partido em relação a tudo o 
que ocorre conosco e ao nosso redor. A esta altura, é oportuno perguntar: 
por que as pessoas acreditam naquilo em que acreditam? Esta é uma per-
gunta importante e intrigante. 
O escritor James Sire (2000) demonstra que, embora haja uma significa-
tiva diversidade de respostas, todas elas se enquadram numa das seguin-
tes categorias ou razões, conforme o quadro a seguir.
Razões 
sociológicas
Razões 
psicológicas Razões filosóficas Razões religiosas
Fa
to
res
 qu
e i
nfl
ue
nc
iam
Pais
Amigos
Sociedade
Cultura
Conforto
Tranquilidade
Significado
Propósito
Esperança
Identidade 
Uniformidade
Coerência
Inteireza (melhor 
explicação de todas as 
provas)
Escrituras
Pastor/Padre
Guru
Rabino
Líder religioso
Igreja
Quadro 2 – Razões.
Fonte: Sire (2000, p. 93-101).
O quadro apresentado evidencia que todos temos fundamentos específi-
cos para as nossas crenças; podemos não ter consciência de qual seja esse 
fundamento (Cosmovisão), mas, mesmo assim, ele existe. Sua identifica-
ção tornará nossa vida mais segura e feliz. Afinal, é bom saber por que 
vivemos da forma que vivemos.
C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã 17
A IMPORTÂNCIA DA COSMOVISÃO
A Cosmovisão é importante porque influencia a existência como um 
todo, determinando os valores que cada um adota na vida. Na prática, 
nós usamos a nossa Cosmovisão – a nossa visão de mundo e os nossos 
paradigmas – a toda hora, todos os dias. Considere estas perguntas: 
• É correto mentir para salvar uma pessoa?
• Contar a verdade é mais importante do que salvar vidas?
• Pode-se roubar para ajudar outros?
• Tudo o que há neste universo é apenas o que enxergamos com
os nossos olhos?
• O que acontece com o ser humano após a morte?
Obviamente, suas respostas a essas perguntas dependerão da sua Cosmo-
visão. Como se pode perceber, a adoção de uma Cosmovisão é decisiva 
para o estilo de vida que vamos assumir. Entretanto, saiba também que 
a Cosmovisão que nós adotamos influencia não apenas nossa vida espi-
ritual; sua influência não se limita apenas ao que cremos ou não cremos 
no sentido de crenças religiosas. Todos os aspectos de nossa vida são 
afetados por ela. Por exemplo, considere o que acontece com a questão 
da adoração: os teístas acreditam que o ser humano foi criado por Deus 
com o propósito de ter comunhão eternamente com Ele e adorá-lo. Os 
panteístas creem que se as pessoas tiverem comunhão intensa com Deus, 
podem perder toda sua identidade individual. Os ateus nem cogitam em 
viver uma vida de comunhão com Deus.
Considere outro exemplo no que se refere aos estudos: os teístas creem 
que estudar e aprender faz parte do processo de se tornar útil à sociedade, 
à Igreja, a Deus; estudar é também uma maneira de entender melhor os 
desígnios de Deus para a vida. O panteísta pode encarar o estudo como 
uma maneira de fortalecer a divindade que existe em cada pessoa. O ateu 
pode encarar os estudos como a melhor maneira de superar os outros, já 
que não é necessário amar a ninguém com amor fraternal.
Além do impacto intelectual, afetando nossos pressupostos científicos e 
tudo o que se refere ao conhecimento, a Cosmovisão afeta nossos pres-
C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã 18
supostos morais, nossos valores, nossa ética. Creio eu que aqui reside a 
maior bênção ou desgraça de uma Cosmovisão. Aqui é onde você deve 
tomar o máximo cuidado, como ser inteligente que é, questionando-se 
periodicamente como sua Cosmovisão e a Cosmovisão de seus amigos, 
livros que você lê, filmes que você assiste e músicas que escuta estão im-
pactando em sua maneira de encarar os valores morais.
REFLETINDO...
Agora, vamos refletir: vale a pena acreditar em Deus? Por quê? O 
que “ganho” acreditando em Deus? Nos últimos vinte anos, o nú-
mero de pessoas que se considera sem religião aumentou 70%, 
passando de 4,7% para 8%. É verdade que entre os anos 2000 e 
2010 esse aumento foi bem menos expressivo: de 7,4% para 8%. 
De qualquer maneira, de acordo com o Censo de 2010 do IBGE, são 
15,3 milhões de brasileiros que se consideram sem religião. O que 
esses números revelam? Você acha que religião e religiosidade ca-
minham para o fim? Por quê?
C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã 19
QUADRO PANORÂMICO
A seguir, observe e analise um quadro panorâmico com as seis mais 
importantes cosmovisões e seu impacto em diferentes aspectos da vida, 
adaptado a partir das informações fornecidas por Geisler (2002) e Geisler 
e Bocchino (2003).
Teísmo Ateísmo Deísmo Panenteísmo Panteísmo Politeísmo
Deus Um, infinito 
e pessoal
Nenhum Um, infinito e 
pessoal
Um, 
potencialmente 
infinito, 
realmente finito
Um, infinito, 
impessoal ou 
pessoal
Múltiplo finito 
e pessoal
Mundo Criado ex 
nihilo, finito
Eterno 
(material)
Finito ou 
eterno
Criado ex matéria 
e ex Deo, eterno
Criado ex Deo, 
imaterial
Criado ex 
materia, 
eterno
Milagre Possível e 
real
Impossível Pode ser 
possível, mas 
não real
Impossível Impossível Possível e real
Natureza 
humana
Corpo mortal 
e espírito 
imortal
Corpo mortal, 
não há 
espírito
Corpo mortal, 
“alma” imortal
Corpo mortal, 
“alma” imortal 
(alguns)
Corpo mortal, 
“alma” imortal
Corpo mortal, 
“alma” imortal
Destino 
humano
Ressurreição 
para 
recompensa 
ou 
julgamento
Aniquilação Recompensa 
ou julgamento 
da alma
Na memória de 
Deus
Reencarnação 
unindo-se a 
Deus
Recompensa 
e julgamento 
divinos
Origem 
do Mal
Livre-arbítrio Ignorância 
humana
Livre-arbítrio e 
ou ignorância
Aspecto 
necessário de 
Deus
Ilusão Em lutas entre 
deuses
Verdade Absoluta Relativa; não 
há absolutos
Absoluta Relativa Relativa a este 
mundo
Relativa
Ética Absoluta; 
baseada em 
Deus
Relativa; 
baseada na 
humanidade
Absoluta; 
baseada na 
natureza
Relativa; baseada 
num Deus 
mutável
Relativa; 
baseada em 
manifestações 
menores de 
Deus
Relativa; 
baseada em 
deuses
História: 
natureza 
e objetivo
Linear, 
proposital, 
determinada 
por Deus
Caótica, sem 
objetivo, 
eterna
Linear, 
proposital, 
eterna
Linear, 
proposital, 
eterna
Circular, ilusória, 
eterna
Linear ou 
circular, 
proposital, 
eterna
Quadro 3 – Cosmovisões.
Fonte: Geisler (2002, p. 193); Geisler e Bocchino (2003, p. 68).
C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã 20
MATERIAL COMPLEMENTAR
Para complementar e aprofundar a temática deste capítulo, 
sugerimos que, além de conferir os materiais citados nas 
Referências, você leia os seguintes artigos:
- “Jerusalém e Atenas: duas Cosmovisões, duas escolas de pensa-
mento”, de Fernando Aranda Fraga. O autor analisa a Cosmovisão 
Grega e a Cristã, e diz por que a Cristã é superior. Disponível em: 
<https://dialogue.adventist.org/pt/1727/jerusalem-e-atenas-duas-
-cosmovisoes-duas-escolas-de-pensamento>
- “Quem é você? O senso de identidade em uma perspectiva Cris-
tã”, da autoria de John Wesley Taylor VI e John Wesley Taylor V. Os 
autores descrevem as características da identidade que se funda-
menta na Cosmovisão Bíblico-Cristã. Disponível em: <https://dia-
logue.adventist.org/pt/1740/quem-e-voce-o-senso-de-identida-
de-em-uma-perspectiva-crista>
A IMPORTÂNCIA DA COSMOVISÃO BÍBLICO-CRISTÃ
Ao concluir este capítulo, é importante destacar que, embora demons-
tremos respeitopor toda e qualquer Cosmovisão, a abordagem aqui 
é da perspectiva Teísta, especificamente a Cosmovisão Bíblico-Cristã. 
Por quê? Blocher (2014, p. 5) explica que há três fortes razões para isso.
1. A Cosmovisão Bíblico-Cristã reúne numa única proposta ele-
mentos de valorização do ser humano, que não são observados
em outra Cosmovisão. Mediante esses elementos, abre-se uma
espécie de estrada ampla, marcada pela coerência e consistência,
que dá pleno sentido ao nosso viver.
2. A Cosmovisão Bíblico-Cristã tem propostas práticas, e não ape-
nas teóricas, que dizem respeito ao nosso dia a dia. Essas propos-
tas já são “testadas” há mais de dois mil anos, e têm dado certo.
O “quadro teórico” desta Cosmovisão contempla a história da
Criação, Queda e Redenção, e isso dá um outro olhar a tudo o
que acontece conosco.
3. A partir do “quadro teórico” mencionado anteriormente - Cria-
ção, Queda e Redenção – a Cosmovisão Bíblico-Cristã fornece
ferramentas adequadas para discernir a verdade do erro. Essas
ferramentas ficam evidentes na autorrevelação de Deus, a Bíblia
Sagrada.
https://dialogue.adventist.org/pt/1727/jerusalem-e-atenas-duas-cosmovisoes-duas-escolas-de-pensament
https://dialogue.adventist.org/pt/1727/jerusalem-e-atenas-duas-cosmovisoes-duas-escolas-de-pensament
https://dialogue.adventist.org/pt/1740/quem-e-voce-o-senso-de-identidade-em-uma-perspectiva-crista
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21C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã
APLICANDO A TEORIA NA PRÁTICA
Como já foi mencionado, a Cosmovisão influencia cada aspecto da vida. 
Por causa disso, é bom ter consciência clara de qual é a nossa Cosmovi-
são. Para ajudá-lo nisso, seja descobrindo-a ou reafirmando-a, você pre-
cisa responder às perguntas formuladas a seguir.
Com base nas informações 
apresentadas neste capítulo, minha 
Cosmovisão é...
Em poucas palavras, ela pode ser assim 
descrita...
Acho que o ponto forte dela é...
Penso que seu ponto frágil seja...
Para minha vida pessoal, o maior desafio 
desta Cosmovisão é...
22C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã
SÍNTESE
Estes foram os tópicos mais importantes tratados no capítulo 1:
• a Cosmovisão é uma espécie de “lente” intelectual através da
qual nós vemos e explicamos a realidade, tudo o que nos rodeia;
• todos temos uma Cosmovisão, uma “visão de mundo”;
• a Cosmovisão determina nossa maneira de encarar tudo na vida.
Na prática, nós usamos a nossa Cosmovisão – a nossa visão de
mundo e os nossos paradigmas – a toda hora, todos os dias;
• as principais Cosmovisões são: Teísmo, Ateísmo, Panteísmo, Pa-
nenteísmo, Deísmo e Politeísmo;
• a Cosmovisão opina e toma partido nos seguintes temas fun-
damentais: Teologia, Cosmologia, Antropologia, Epistemologia,
Axiologia, História, Destino;
• a Cosmovisão Bíblico-Cristã é importante porque: reúne numa
única proposta elementos de valorização do ser humano; tem
propostas teórico-práticas; fornece ferramentas adequadas para
discernir a verdade do erro.
23C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã
REFERÊNCIAS
BLOCHER, M. Cosmovisão: uma introdução. Disponível em: <http://
www.mackenzie.com.br/fileadmin/Decanato_Academico/grupo_pro-
fessores_cristaos/intro-cosmovisao_blocher.pdf>.
EVANS, C. S. Dicionário de apologética e filosofia da religião. São 
Paulo: Vida, 2004.
GEISLER, N. L. Enciclopédia de apologética. São Paulo: Vida, 2002.
______; BOCCHINO, P. Fundamentos inabaláveis. São Paulo: Vida 
Nova, 2003.
______; TUREK, F. Não tenho fé suficiente para ser ateu. São Paulo: 
Vida, 2006.
SILVA, R. P. E por falar em Deus: uma análise acadêmica da fenome-
nologia da fé. Material não publicado. São Paulo: Engenheiro Coelho, 
2004.
SIRE, J. W. Why should anyone believe anything at alI? In: CARSON, 
D. A. Telling the truth. Grand Rapids, Michigan: Zondervan, 2000. 
______. O Universo ao lado: a vida examinada. Um catálogo elemen-
tar de Cosmovisões. São Paulo: Hagnos, 2004.
______. The Universe next door: A basic worldview catalog. Updated 
& Expanded edition. Downers Grove, Illinois: InterVarsity Press, 1988.
http://www.mackenzie.com.br/fileadmin/Decanato_Academico/grupo_professores_cristaos/intro-cosmovisao_blocher.pdf
http://www.mackenzie.com.br/fileadmin/Decanato_Academico/grupo_professores_cristaos/intro-cosmovisao_blocher.pdf
http://www.mackenzie.com.br/fileadmin/Decanato_Academico/grupo_professores_cristaos/intro-cosmovisao_blocher.pdf
CAPÍTULO 2
A BÍBLIA: FONTE 
DE INTERPRETAÇÃO DA 
REALIDADE
Objetivo
Compreender que a Bíblia é a revelação de Deus aos seres humanos; 
ao mesmo tempo, entender as razões de sua confiabilidade. 
25C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã
NOSSO TEMA
Neste capítulo, você vai compreender a Bíblia como revelação de Deus; 
isto quer dizer que a Escritura (outro nome dado à Bíblia) é um meio 
pelo qual podemos conhecê-Lo, dentro dos limites daquilo que é 
revelado. Esta revelação, ao mesmo tempo que nos possibilita 
conhecer melhor a Deus, permite que conheçamos melhor a nós 
mesmos.
O outro tópico que você vai estudar é a confiabilidade da Bíblia: pode-
mos confiar naquilo que está escrito nela? O que ela diz se cumpre? Estas 
e outras perguntas serão respondidas ao longo de nosso estudo. 
Ao final das considerações, deverá ficar claro que as Escrituras Sagradas, 
tanto o Antigo quanto o Novo Testamento, são a Palavra divina escrita, 
oferecida por inspiração divina mediante homens que falaram e 
escreveram ao serem movidos pelo Espírito Santo. Esta Palavra é 
instrumento que Deus usou para transmitir aos seres humanos o conhe-
cimento necessário para a salvação.
26C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã
TÓPICOS DE ESTUDO
Dois tópicos serão abordados a seguir. O primeiro, intitulado A Bíblia 
como revelação de Deus, trata do modo como a Bíblia chegou à huma-
nidade. O segundo, Fique tranquilo: podemos confiar na Bíblia!, ex-
plora as razões pelas quais devemos crer que este registro sagrado é digno 
de nossa plena confiança.
2.1 A Bíblia como revelação de Deus
Alberto, um jovem cristão, estava se preparando para uma viagem 
de férias. Seu amigo Gustavo veio buscá-lo, e perguntou-lhe:
- Já arrumou suas coisas? Está tudo pronto?
- “Quase” – respondeu Alberto. “Só falta pôr mais umas coisinhas 
na mala”, e começou a ler uma lista: um mapa, uma lâmpada, uma 
bússola, um espelho, uma cesta de comida, alguns livros de poesia, 
algumas biografias, uma coletânea de cartas antigas, um livro de 
cânticos, um livro de histórias, um metro, um prumo, um martelo, 
uma espada, um capacete...
A essa altura, o amigo já estava apavorado:
- Mas, meu amigo, o carro já está cheio, não vai dar para você levar 
tudo isso! - “Acalme-se” – disse Alberto; “está tudo aqui!”, e mos-
trou-lhe sua Bíblia.
De fato, a Bíblia é a concentração de diversos elementos necessários à 
vida humana: esperança, guia, verdade, luz, reflexão etc. E por isso é 
um livro tão extraordinário, que dificilmente conseguimos imaginar a 
história humana sem esse tesouro imensurável. Mas, por que a Bíblia se 
tornou imprescindível para nós? O que a torna tão especial?
C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã 27
UM LIVRO “SOPRADO” POR DEUS
Diferentemente de qualquer outro livro na história da humanidade, a 
Bíblia passou por um impressionante processo de elaboração. Para come-
çar, como atesta Lessa (2008, p. 14), “[...] a singularidade das Escrituras 
baseia-se em sua origem e fonte”. De fato, os autores bíblicos mencionam 
com frequência que eles próprios não são os originadores das mensagens 
que falam ou escrevem. “Eles as recebiam das fontes divinas. Através 
da revelação divina, eles haviam sido habilitados a ‘ver’ estas verdades” 
(LESSA, 2008, p. 14). Isso pode ser comprovado em textos bíblicos como 
estes:
• “Mas se não quiseres sair, esta é a palavra que me revelou o Se-
nhor”(Jeremias 38:21, Bíblia Almeida Revista e Atualizada,
ARA).
• “Palavra do Senhor que em visão veio a Miquéias...” (Miquéias
1:1, ARA).
 Um dos textos mais esclarecedores a respeito da origem da Bíblia foi 
escrito pelo apóstolo Paulo, em 2 Timóteo 3:16: “Toda a Escritura é ins-
pirada por Deus...”. A palavra “inspirada” foi traduzida do grego theop-
neustos, e significa literalmente “proveniente do fôlego de Deus” (LESSA, 
2008, p. 15), como se Deus tivesse “soprado” as ideias que formaram 
a Palavra. Assim, “Deus ‘inspirou’ a verdade nas mentes dos homens, 
os quais expressaram estas mesmas verdades em suas próprias palavras, 
que foram consolidadas nas Escrituras. Portanto, inspiração é o processo 
através do qual Deus comunica Sua verdade eterna” (LESSA, 2008, p. 
15). 
OS TRÊS FATORES DA INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS
O apóstolo Pedro afirma também algo fundamental a respeito da inspi-
ração das Escrituras: “Antes de mais nada, saibam que nenhuma profe-
cia da Escritura provém de interpretação pessoal, pois jamais a profecia 
teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, 
impelidos [movidos] pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1:20-21, Bíblia Nova 
Versão Internacional, NVI).
C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã 28
A partir das palavras de Pedro, podemos falar dos três fatores ou com-
ponentes da inspiração das Escrituras (GEISLER; NIX, 1996, p. 12-13), 
conforme lemos a seguir.
1. Deus é a causa. O próprio Deus é a Fonte Primordial da inspi-
ração da Bíblia. Foi Ele quem escolheu e estimulou os escritores.
Primeiro, falou aos profetas e, a seguir, falou aos seres huma-
nos através desses profetas escolhidos. As verdades reveladas por
Deus foram registradas pelos profetas escritores. De modo que
o primeiro e mais importante fator fundamental da doutrina da
inspiração bíblica é que Deus é a fonte principal e a causa pri-
meira da verdade bíblica. 
2. Os profetas são mediadores. Os profetas que escreveram a Bí-
blia não eram meros robôs ou autômatos. Eram mais do que
apenas secretários que anotaram o que Deus lhes ditava. Eles
escreveram de acordo com a consciência que os movia para esta
tarefa, mas o fizeram com seus estilos literários e seus vocabu-
lários individuais. As personalidades dos escritores bíblicos não
foram violentadas por uma intrusão divina. É verdade que a Es-
critura que eles produziram é a Palavra de Deus, mas – em certo
sentido – também é verdade que é a palavra do homem. Afinal,
Deus usou a personalidade de cada um deles para comunicar
verdades e conceitos divinos. Podemos dizer, então, que os pro-
fetas foram a causa imediata dos textos escritos, mas Deus foi a
causa principal.
3. A Escritura é autoridade. Somos informados que a Escritura
é “[...] útil para o ensino, para a correção e para a instrução na
justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente pre-
parado para toda boa obra” (2 Timóteo 3:16, 17). Isto sigifica
que a Bíblia é a última palavra no que diz respeito a assuntos
doutrinários e éticos. Essa autoridade é decorrente da autoridade
do próprio Deus, que se expressa na Bíblia através dos escritos
proféticos.
Em síntese, a inspiração bíblica consta de três fatores essenciais: (1) Deus, 
como a causa; (2) os homens de Deus, como mediadores; e (3) as Sagra-
das Escrituras, como o produto final da revelação, a autoridade de Deus 
registrada pelos homens. 
C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã 29
A MENSAGEM DA BÍBLIA
A Bíblia é o livro mais conhecido do mundo. Está nas casas mais sim-
ples e nos mais belos palácios, nas pequenas igrejas e nos mais suntuosos 
templos, nas bibliotecas de cidades do interior e nas mais famosas Uni-
versidades. Está à disposição de qualquer pessoa. É possível comprá-la 
por poucos reais, ou pagar uma fortuna por exemplares antigos e raros. 
Numa boa livraria, você consegue desde as Bíblias mais sofisticadas até 
as de linguagem mais simples. Se preferir, pode até comprar uma em 
forma de aplicativo para smartphone, ou mesmo lê-la online pela internet. 
Que chique, não acha? (SUÁREZ, 2001).
Entretanto, mais do que sua versatilidade, o que realmente impressiona 
nela é sua mensagem, a qual, como diz Philip Comfort (1998, p. 23), lhe 
confere uma “missão civilizadora”. 
E qual é a mensagem da Bíblia? “É a história da salvação e, ao longo de 
ambos os Testamentos, podem ser distinguidos três elementos comuns 
nessa história reveladora: aquele que traz a salvação, o meio de salvação 
e os herdeiros da salvação” (COMFORT, 1998, p. 23). De acordo com a 
mensagem bíblica, quem traz a salvação é Deus Pai; o meio da salvação é 
Deus Filho – Jesus Cristo; e os herdeiros da salvação são os seres huma-
nos, impressionados por Deus Espírito Santo.
É sua mensagem central que atribui poder à Bíblia. Por causa disso, 
[...] suas palavras são entesouradas nos corações de multidões como nenhu-
ma outra. Todos aqueles que recebem seus dons de sabedoria e promessas 
de nova vida e poder eram, em princípio, estranhos à sua mensagem de re-
denção, sendo que muitos eram hostis aos seus ensinamentos e exigências 
espirituais. Em todas as gerações, evidencia-se seu poder de desafiar as pes-
soas de todas as raças e nações. Aqueles que apreciam a Bíblia — porque 
sustenta a esperança futura, dá sentido e poder para o presente e correlacio-
na um passado mal vivido com a graça perdoadora de Deus — não estariam 
experimentando tais recompensas interiores se as Escrituras não fossem 
aceitas por eles como a verdade autoritária e divinamente revelada. Para o 
crente, a Escritura é a Palavra de Deus dada na forma objetiva das verdades 
proposicionais por meio de profetas e apóstolos divinamente inspirados, e 
o Espírito Santo é o Doador da fé mediante essa Palavra (COMFORT, 1998, p.
45-46).
C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã 30
REFLETINDO...
Ao longo da história, a Bíblia tem sido um dos livros mais persegui-
dos, mas ela resiste a tudo e a todos, e atualmente é o livro mais 
traduzido e vendido. Por que você acha que a Escritura tem sido 
preservada de destruição por parte daqueles que sempre se colo-
caram contra ela? Haveria uma proteção divina sobre ela? Como? 
DIVISÃO E CONTEÚDO GERAL DOS LIVROS DA BÍBLIA
Você sabia que a palavra Bíblia significa livro? Pois é, o vocábulo Bíblia 
[...] entrou para as línguas modernas por intermédio do francês, passando 
primeiro pelo latim biblia, com origem no grego biblos. Originariamente, era 
o nome que se dava à casca de um papiro do século XI a.C. Por volta do sé-
culo II d.C., os cristãos usavam a palavra para designar seus escritos sagrados 
(GEISLER; NIX, 1996, p. 6). 
Você deve ter notado que geralmente nos referimos à Bíblia como tendo 
duas partes ou Testamentos: Antigo e Novo. 
A palavra testamento, que seria mais bem traduzida por ‘aliança’, é tradução 
de palavras hebraicas e gregas que significam ‘pacto’ ou ‘acordo’ celebrado 
entre duas partes (‘aliança’). Portanto, no caso da Bíblia, temos o contrato an-
tigo, celebrado entre Deus e seu povo, os judeus, e o pacto novo, celebrado 
entre Deus e os cristãos. (GEISLER; NIX, 1996, p. 6).
O quadro seguinte, adaptado de Merkh e França (2008), é uma visão 
panorâmica dos livros da Bíblia. É muito útil para a compreensão geral 
da Palavra de Deus. Primeiramente, o Antigo Testamento (AT).
Livros da Lei (ou Pentateuco)
Livro Resumo em verso
Gênesis Em Gênesis tudo começou, e Abraão Deus abençoou.
Êxodo Com Êxodo vem redenção, e leis para santificação.
Levítico Como viver na presença de Deus? Levítico dá leis aos judeus.
Números Em Números o povo anda, por não crer no que Deus manda.
Deuteronômio Deuteronômio diz aos judeus: “Lembrem-se da aliança com Deus”.
C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã 31
Livros Históricos
Josué Em Josué a vitória vem, cada tribo sua terra tem.
Juízes Em Juízes o povo esqueceu a lei, e o homem se tornou seu próprio rei.
Rute Rute mostra uma história bonita: Amor fiel de uma moabita.
1 e 2 Samuel Samuel fala do inícioda monarquia, e como se é infeliz quando Deus não guia.
1 e 2 Reis Reis descrevem o reino dividido, e cada país, no exílio, cativo.
1 e 2 Crônicas Crônicas conta a mesma história, enfatizando a Templo e sua glória.
Esdras Esdras fala em restauração: Primeiro do templo, depois da nação.
Neemias O muro Neemias edificou, e o pacto com Deus renovou.
Ester Ester revela o Protetor, que guarda o Seu povo como Salvador.
Livros Poéticos
Jó A dor em Jó dúvida produz, até que de Deus surge a luz.
Salmos Os Salmos cantam meditações, gratidão, louvor e lamentações.
Provérbios Provérbios dá o segredo da alegria: “O temor do Senhor” é a sabedoria.
Eclesiastes “Somente Deus transforma a vaidade”, Eclesiastes afirma em verdade.
Cantares O amor real, descrito em Cantares, deve estar em todos os lares.
Livros dos Profetas Maiores
Isaías Depois de dura condenação, Isaías vê grande salvação.
Jeremias Em Jeremias rendição e o recado de Deus à nação
Lamentações Lamentações é o choro pela cidade, destruída por sua iniquidade.
Ezequiel Em Ezequiel, o povo exilado vai algum dia ser restaurado.
Daniel Daniel aponta ao Deus Soberano, controlando reis e tempo em Seu plano.
C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã 32
Livros dos Profetas Menores
Oséias Oséias demonstra amor real, por Israel de um Deus leal.
Joel Como grilos e secas causam temor, Joel vê castigo no Dia do Senhor.
Amós Amós previne a calamidade, mandada por Deus contra a falsidade.
Obadias Em Obadias o julgamento é dado: O fim de Edom está declarado.
Jonas Depois da primeira e segunda comissão, Jonas se curva à divina compaixão.
Miquéias Miquéias exorta a sua comunidade à troca do mal por equidade.
Naum Naum proclama a execução, Nínive morre sem compaixão.
Habacuque Habacuque ora em submissão, e prova pela fé que Deus tem razão.
Sofonias Em Sofonias, condenação termina em restauração.
Ageu A obra do Templo começa de novo, quando Ageu reprova seu povo.
Zacarias “Completem o Templo para o Messias”, é a mensagem de Zacarias.
Malaquias De Malaquias vem interrogação, pois culpa de novo tem a nação.
Quadro 4 – Antigo Testamento.
Fonte: adaptado de Merkh e França (2008).
E a seguir, a visão sobre o Novo Testamento.
Os Evangelhos
Livro Resumo em Verso
Mateus O Messias em Mateus é rejeitado, Rei sem o reino, como foi profetizado.
Marcos Cristo em Marcos é o Servo humilhado, que deu a vida para eu ser libertado.
Lucas Em Lucas Jesus é o Filho nascido, que busca e salva o homem perdido.
João João aponta o Cordeiro de Deus, que tira o pecado de gentios e judeus.
Livro Histórico
Atos Em Atos o Espírito espalha salvação, dos judeus aos povos de toda nação.
C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã 33
Cartas de Paulo
Romanos Estando eu perdido no pecado, Romanos me mostra como ser justificado.
1 Coríntios A primeira aos Coríntios traz admoestação contra impureza, desordem e divisão.
2 Coríntios A segunda aos Coríntios defende a posição do apóstolo escolhido após a 
ressurreição.
Gálatas Gálatas proclama liberdade do pecado pela graça, nunca lei, como outros têm 
pensado.
Efésios “Andar de modo digno da vossa vocação”: Efésios exalta nossa alta posição.
Filipenses Filipenses louva a fé que nos faz regozijar, mas exige humildade para com todos 
demonstrar.
Colosenses Colossenses mostra Cristo na Sua primazia e combate o começo duma nova heresia.
1Tessalonicenses Os Tessalonicenses, na epístola primeira, são motivados a mostrar santidade 
verdadeira.
2 Tessalonicenses Tessalonicenses, a segunda carta escrita, o Dia do Senhor e consequências explica.
1 Timóteo A primeira a Timóteo exige ordem boa, na Igreja e nos Ministros, para nada ser à toa.
2 Timóteo A segunda a Timóteo dá o grito da guerra: “Proclama o Cristo em toda a terra”.
Tito Tito foi escrito para dar às igrejas novas um padrão de bons pastores, doutrina e 
obras.
Filemom Filemom perdeu um inútil escravo, mas todos ganharam quando ele foi salvo.
Hebreus Cristo é supremo no livro de Hebreus, como Rei, Sacerdote e Filho de Deus.
Cartas Gerais
Tiago Tiago descreve uma fé genuína, que ouve e age, não fica na surdina.
1 Pedro A primeira de Pedro consola os crentes que sofrem por Cristo mesmo inocentes.
2 Pedro A segunda de Pedro chama a atenção: Os falsos mestres merecem perdição.
1 João Amor, segurança e comunhão, são os temas da primeira carta de João.
2 João O amor verdadeiro, na segunda de João, rejeita a mentira, abraça o irmão.
3 João A terceira de João condena o egoísmo, e louva a bondade e o altruísmo.
Judas Em Judas a batalha pela fé preciosa é dos crentes com doutrina valiosa.
Livro Profético
Apocalipse Apocalipse traz julgamento e salvação, e tudo renovado numa nova criação.
Quadro 5 – Novo Testamento.
Fonte: adaptado de Merkh e França (2008).
C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã 34
PESQUISE!
A Bíblia é um livro singular, único; e diversas características 
ressal-tam isso; leia a esse respeito no artigo “A Bíblia: Como pode 
ela ser única?”, escrito pelo teólogo Peter van Bemmelen.
2.2 Fique tranquilo: podemos confiar na 
Bíblia!
Embora algumas pessoas possam duvidar da veracidade da Palavra de 
Deus, Ela é suficientemente confiável a ponto de satisfazer a curiosidade 
de qualquer pesquisador sincero. 
Saiba que duas obras técnicas que atestam a confiabilidade da Bíblia são: 
ARCHER JR., Gleason L. Merece confiança o Antigo Testamento? 
São Paulo: Vida Nova, 2000; e Merece confiança o Novo Testamento?, 
do mesmo autor e editora.
Veja a seguir alguns testes nos quais a Bíblia passa tranquilamente 
(BENEDICTO, 2000, p. 47-48):
• Teste da autenticidade: a Bíblia reivindica ser a Palavra de
Deus. Isso é facilmente comprovado quando notamos que os
profetas do AT empregam 130 vezes a expressão “veio a mim a
Palavra do Senhor” e centenas de vezes a expressão “assim diz
o Senhor”. Acima de tudo, é Deus quem dá à Bíblia o status de
“Palavra de Deus”;
• Teste da relevância: a mensagem da Bíblia é indispensável, ne-
cessária. Mostra nossa origem e nosso destino. Apresenta a res-
posta para os nossos anseios;
• Teste da coerência: a Bíblia é coerente em suas páginas. É har-
moniosa mesmo tendo sido escrita por cerca de 40 escritores
num espaço de 1.600 anos. Assim sendo, temos de admitir a
existência de um único Autor dirigindo seus muitos escritores;
• Teste da veracidade: a Bíblia não mente quando apresenta fatos
históricos ou doutrinários, ou mesmo quando relata um milagre
https://esperanca.com.br/espiritualidade/a-biblia-como-pode-ela-ser-unica/
https://esperanca.com.br/espiritualidade/a-biblia-como-pode-ela-ser-unica/
https://esperanca.com.br/espiritualidade/a-biblia-como-pode-ela-ser-unica/
C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã 35
ou parábola. Ela é sempre verdadeira, conforme têm demons-
trado os últimos achados arqueológicos. Para estudos a respeito, 
consultar SILVA, Rodrigo P. Um desconhecido Galileu. Enge-
nheiro Coelho, SP: Imprensa Universitária Adventista, 2001; e 
McDOWELL, Josh. Ele andou entre nós. São Paulo: Candeia, 
1998;
• Teste da sobrevivência: devemos convir que a Bíblia tem uma
proteção especial, pois nenhum livro foi tão analisado, discuti-
do, ridicularizado, maltratado e perseguido quanto ela. Todavia,
ela está intacta em pleno século 21;
• Teste do conhecimento: a Bíblia prediz o futuro de maneira
sem errar, pois Seu Autor conhece o passado, presente e futuro;
• Teste do reconhecimento: Jesus, os apóstolos e os pais da Igreja
validaram a Bíblia, aceitando-a como a Palavra de Deus;
• Teste do poder: a Bíblia tem o poder de operar mudanças. Ou-
tros livros informam, mas ela transforma. Nela, as pessoas en-
contram ajuda do Céu para vencer uma vida de pecado e derro-
ta. A melhor prova da confiabilidade da Bíblia é o fato de ela ter
transformado milhões de pessoas.
REFLETINDO...
Considerando que a Bíblia é um livro que foi escrito dentro de um 
contexto, e que guarda um significado específico, você considera 
correto uma pessoa interpretar a Bíblia com um simples “eu acho”?Por quê? Por que, algumas vezes, se dá tanto crédito ao conheci-
mento científico e tão pouco crédito à Bíblia?
BENEFÍCIOS INTELECTUAIS DO ESTUDO DA BÍBLIA
Como afirma James Braga (1989, p. 7), “[...] um dos maiores privilégios 
que Deus concedeu a Seus filhos é a oportunidade de estudar a Sua Pa-
lavra”, justamente porque nela encontramos as orientações que Ele nos 
oferece para um viver seguro, correto e de acordo com a Sua vontade. 
Acima de tudo, a Bíblia é o mapa que nos mostra o caminho que conduz 
à vida eterna.
C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã 36
Todavia, o benefício do estudo da Bíblia não se limita ao âmbito reli-
gioso ou espiritual. A escritora Ellen White (2003, p. 124) afirma que 
“[...] como meio para o preparo intelectual, a Bíblia é mais eficiente do 
que qualquer outro livro, ou todos os livros reunidos”. Esta afirmação é 
surpreendente! É possível que alguém pense: “Não tenho dúvida da im-
portância da Bíblia para a minha vida espiritual. Mas, como ela pode me 
ajudar na minha cognição, na minha inteligência?”.
De acordo com Ellen White (2003, p. 124), a contribuição intelectual 
da Bíblia se fundamenta em três características da Escritura: “[...] a gran-
deza de seus temas, a nobre simplicidade de suas declarações, a beleza de 
suas imagens”. Quando analisamos essa declaração, percebemos a rique-
za oculta numa declaração tão despretensiosa. Vamos pensar em cada um 
desses itens.
Quanto à grandeza dos temas da Bíblia, podemos afirmar que se exige 
esforço intelectual complexo na sistematização de seus assuntos: conhe-
cimento (informação), compreensão (entendimento), aplicação (prática), 
análise (diferenciação das partes), síntese (esquematização), avaliação 
(juízo de valor). Como exemplo, podemos citar o esforço necessário para 
a compreensão de temas amplos, grandiosos, como a luta entre o bem e o 
mal; neste caso, não basta apenas dominar a informação do que significa 
a luta entre o bem e o mal, pois sua compreensão exige síntese e, inclusive, 
avaliação.
Além disso, nossa mente se expande diante da variedade dos temas bíbli-
cos – polifonia, enquanto que livros “acadêmicos” abordam apenas um 
tópico - monofonia (MARKS, 1998). Mais ainda: em livros comuns, as 
ideias são encontradas entre o texto; na Bíblia, somos levados a um con-
texto mais amplo, e este exercício, por ser complexo e desafiador, torna-se 
um estimulador da inteligência.
No que diz respeito à simplicidade das declarações bíblicas, imagine a 
singeleza e ao mesmo tempo a profundidade escondida em versos como 
“o Senhor é o meu Pastor, nada me faltará”. Ou “o reino dos céus é se-
melhante ao fermento”. Ou, ainda, “posso todas as coisas naquEle que 
me fortalece”. Ao mesmo tempo em que essas afirmações sugerem coisas 
facilmente compreensíveis, como o cuidado de Deus por nós ou a ma-
neira como Deus trabalha em nossa vida, é também verdade que elas nos 
C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã 37
colocam diante de temas profundos: por que às vezes, aparentemente, 
Deus cuida de uns e não de outros? Por que Deus alcança rapidamente o 
coração de uns, enquanto que outros demoram tanto a se entregar a Ele?
Finalmente, outra característica da Escritura que contribui para o de-
senvolvimento de nosso intelecto é a beleza das suas imagens. Não há 
dúvidas de que as diversas metáforas e parábolas da Bíblia de certo modo 
nos levam ao mundo do “faz de conta”, do imaginário, possibilitando 
criatividade, liberdade e maior aplicabilidade. Por outro lado, os temas 
profundos e espirituais ficam mais compreensíveis e concretos pelas ima-
gens que a Bíblia apresenta, assim como ajudam a fixar o conhecimento.
UM LIVRO SINGULAR
A Bíblia é um livro singular, e essa unicidade aponta para a sua origem 
divina. A singularidade da Escritura pode ser verificada em pelo menos 
quatro aspectos (WILKINSON; BOA, 2000, p. VIII-V), abordados a 
seguir. 
• Primeiro, ela é singular em sua produção. Sendo um só livro, é,
contudo, formada de vários livros. Além disso, não é meramen-
te uma coleção de histórias, cartas ou poesias. É uma perfeita
unidade, progressiva e harmoniosa, girando sempre em torno de
um assunto e uma pessoa: salvação em Jesus. E, diferenciando-
-se abismalmente de qualquer outro livro, a Bíblia foi escrita em
aproximadamente 1500 anos, em três idiomas diferentes, em três
continentes diferentes e por autores fantasticamente diversos,
dentre os quais um construtor de tendas, um médico, dois car-
pinteiros, dois pescadores, alguns reis, um oficial da nobreza etc.
• Segundo, ela é singular em sua preservação. Provavelmente seja
o livro mais perseguido de toda a história do mundo. De fato,
muitos tentaram proibi-la e destruí-la; mas seus esforços foram 
vãos. Ela é uma bigorna que tem esmiuçado muitos martelos.
• Terceiro, ela é singular em suas proclamações. Na época de
sua escrita, mais de um quarto de seu conteúdo era profético, a
maior parte tendo já se cumprido com espantosa precisão. Seus
temas abrangem desde o Céu até o inferno, do Bem ao mal, do
Criador à criatura, do passado ao futuro, passando pelo presente.
C o s m o v i s ã o B í b l i c o - C r i s t ã 38
• Finalmente, ela é singular pelo seu resultado. Como nenhum
outro livro, a Bíblia influenciou e influencia profundamente a
cultura, o pensamento e história do mundo, modelando a arte,
a música, a moralidade, a oratória, a lei, a política, a filosofia e a
literatura. Além de influenciar pessoas, é claro.
Diante de um livro tão especial – dádiva do Céu à Terra – o que podemos 
fazer? Temos apenas uma alternativa adequada: estudá-la, amá-la e seguir 
seus preceitos.
MATERIAL COMPLEMENTAR
A respeito da importância da leitura diária da Bíblia, sugerimos que 
consulte o artigo “Experimente o poder da Palavra de Deus” do 
teólogo adventista Ulrich Frikart.
https://dialogue.adventist.org/pt/516/experimente-o-poder-da-palavra-de-deus
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APLICANDO A TEORIA NA PRÁTICA
Em seu valioso livro Bible Study Methods, Richard Warren (2006) 
apresenta doze métodos bastante práticos para o estudo da Bíblia, os 
quais podem servir de mapas para tornar a “viagem” pela Bíblia mais 
significativa e prazerosa. Confira, a seguir, uma síntese de três deles, que 
você pode usar em sua leitura pessoal da Bíblia.
1. Método devocional. Consiste em selecionar uma porção pequena da
Bíblia, e depois meditar em oração até que Deus nos mostre a maneira 
correta de aplicar a verdade nela contida à nossa própria vida. A seguir, 
essa aplicação pessoal deve ser escrita a fim de torná-la clara e concreta. 
Finalmente, é importante memorizar um verso-chave que sintetize o es-
tudo feito.
2. Método temático. O leitor deve selecionar um tema bíblico, e então
pensar em quatro ou cinco perguntas que gostaria de ter respondidas 
sobre o tema, as quais podem incluir: O quê? Por quê? Quando? Como? 
Onde? Quem? Por exemplo: O que significa a expressão “até duas mil 
e trezentas tardes e manhã e o Santuário será purificado”? Por que a 
maioria dos mandamentos começa com a expressão “não”? Quando os 
pais devem começar a educar seus filhos nos caminhos do Senhor? Como 
podemos desenvolver o hábito de estudar a Bíblia? Onde começou a con-
versão de Saulo? Quem escreveu o livro de Hebreus? A seguir, estudam-se 
todas as referências bíblicas que podem ser encontradas, sumarizando e 
registrando as respostas. Para este método, as ferramentas necessárias são 
uma Bíblia de estudo e uma boa concordância bíblica.
3. Método de estudo de palavras. Este é um método fascinante, e re-
quer diversas ferramentas específicas para sua realização, como uma boa 
Bíblia de estudos, diversas traduções da Bíblia, concordância, dicionário 
e enciclopédia da Bíblia. Tendo na mão algumas palavras fundamentais 
da Bíblia, o leitor precisa descobrir quantas vezes ela aparece nas Escri-
turas e como ela é usada. O objetivo principal é compreender o signifi-
cado original para então determinar qual o sentido na passagem ondese 
encontra.
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SÍNTESE
Estas foram as principais ideias apresentadas no capítulo 2:
• Deus inspirou a verdade nas mentes dos homens, os quais ex-
pressaram estas mesmas verdades em suas próprias palavras, que
foram consolidadas nas Escrituras. Portanto, inspiração é o pro-
cesso através do qual Deus comunica Sua verdade eterna;
• a inspiração bíblica consta de três fatores essenciais: Deus, como
a Causa; os homens de Deus, como mediadores; e as Sagradas
Escrituras, como o produto final da revelação, a autoridade de
Deus registrada pelos homens;
• a mensagem da Bíblia é a história da salvação;
• a Bíblia é confiável, pois passa em diversos “testes”: autentici-
dade, relevância, coerência, veracidade, sobrevivência, conheci-
mento, reconhecimento e poder;
• a contribuição intelectual da Bíblia se fundamenta em três ca-
racterísticas: a grandeza de seus temas, a nobre simplicidade de
suas declarações, e a beleza de suas imagens;
• a Bíblia é um livro singular em sua produção, preservação, pro-
clamação e resultado.
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REFERÊNCIAS
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ra Brasileira, 2000.
BRAGA, J. Como estudar a Bíblia. Deerfield, Florida: Vida, 1989.
COMFORT, P. W. A origem da Bíblia. Rio de Janeiro: Casa Publica-
dora das Assembleias de Deus, 1998.
GEISLER, N.; NIX, W. Introdução bíblica: como a Bíblia chegou até 
nós. São Paulo: Vida, 1996.
LESSA, R. (Ed.). Nisto cremos: as 28 crenças fundamentais da Igreja 
Adventista do Sétimo Dia. 8. ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 
2008.
MARKS, S. Ruptura da mente: excelência profissional através da leitu-
ra e estudo de pérolas - a estratégia revolucionária do alto desempenho 
pessoal no terceiro milênio. Ijuí, RS: [s. n.], 1998.
MERKH, D.; FRANÇA, P. 101 ideias criativas para professores. São 
Paulo: Hagnos, 2008.
SUÁREZ, A. S. A escolha certa. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasilei-
ra, 2001.
WARREN, R. Bible Study Methods. Grand Rapids, MI: Zondervan, 
2006. 
WHITE, E. G. Educação. 9. ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasilei-
ra, 2003.
WILKINSON, B.; BOA, K. Descobrindo a Bíblia. São Paulo: Can-
deia, 2000.
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CONHECENDO O AUTOR
Adolfo Semo Suarez é Doutor e Mestre em Ciências da Religião pela 
Universidade Metodista de São Paulo. Pós-Doutor em Teologia pela Es-
cola Superior de Teologia (EST), em São Leopoldo, RS. É aluno de Pós-
Doutorado em Teologia e Filosofia Cristã na Andrews University, Mi-
chigan, United States. Bacharel em Teologia e Licenciado em Pedagogia 
pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp). Professor 
Titular na Faculdade de Teologia do Unasp, atuando na Graduação e na 
Pós-Graduação. É Coordenador de Graduação da Faculdade Adventista 
de Teologia do Unasp. É visiting professor do programa Master in Leader-
ship, da Andrews University. 
w w w . d e l i n e a . c o m . b r
9 788569 315025
ISBN 978-85-69315-02-5
	UNIDADE 1
	Compreendendo o mundo
	1.1 Cosmovisões: compreendendo a realidade que nos cerca
	1.2 Por que precisamos de uma Cosmovisão?
	UNIDADE 2
	A Bíblia: fonte 
de interpretação da realidade
	2.1 A Bíblia como revelação de Deus
	2.2 Fique tranquilo: podemos confiar na Bíblia!
	UNIDADE 3
	Deus: fonte da vida
	3.1 A existência de Deus
	3.2 Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo
	UNIDADE 4
	Cosmovisão na prática
	4.1 Como me relacionar com Deus?
	4.2 Como estudar a Bíblia?

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