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UnidadeI_GeogrfiaSemiaridoDesertificacao_08_02_2012

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Disciplina: Geografia do Semiárido e Desertificação 
Unidade 1: Aspectos Sócios – Históricos e Geográficos do Semiárido Brasileiro 
Autores: Ana Mônica de Britto Costa, Fernando Moreira da Silva e Vera Lucia Silva 
 
 
ASPECTOS SÓCIOS – HISTÓRICOS E GEOGRÁFICOS DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO 
 
APRESENTANDO A UNIDADE 
 
Nessa unidade, vamos observar que a região Nordeste do Brasil tem a maioria da sua 
superfície inserida na área de clima Semiárido, cujas características determinam as condições 
ambientais, sociais, políticas e econômicas. Essa diversidade de condições é basicamente 
controlada por uma alta variabilidade temporal e espacial de incidências de chuvas, resultando 
em solos susceptíveis à erosão, vegetação esparsa e limitada para criação extensiva de gado, 
risco de desertificação, além de pouca água disponível. 
Assim, procuraremos mostrar o processo sócio-histórico na região Semiárida do Brasil, seus 
principais aspectos naturais, e os indicadores sócio – econômicos baseado no censo 2010. 
 
Ao final da Unidade, esperamos que você possa 
 entender o processo social-histórico que influenciam o crescimento da região 
Semiárida brasileira; 
 identificar os aspectos naturais da região Semiárida brasileira; 
 conhecer os principais indicadores é sócio – econômicos da região Semiárida 
brasileira. 
 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
O Nordeste é um espaço constituído por lugares que possuem características comuns, tais 
como: as dimensões biogeográficas, sociais, culturais, econômicas e políticas, contudo, não 
podemos realizar uma análise da região considerando esse espaço de forma homogênea, pois 
quando há vantagens alocativas para o capital e articulações políticas, sociais e culturais abre-
se a possibilidade de desigualdades regionais. É bem verdade que tais diferenciações se deram 
também em outros espaços, contudo, para efeito da discussão nesse estudo nos remeteremos 
à região semiárida (Mapa 01). 
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Mapa 01 – Localização geográfica da região Semiárida no Brasil. 
Na história econômica do país se constata que durante o período que o Brasil era somente 
agro-exportador a região Nordeste constituía-se em um arquipélago, com frágil articulação 
nacional, a dinâmica da mesma era comandada pelo mercado externo e a produção 
dominante dessas “ilhas”, no caso do Nordeste era a produção de cana-de-açúcar 
desenvolvida, sobretudo no litoral que comandava a dinâmica da região. 
É a partir do desenvolvimento da indústria no século XX, que se passa a ter uma economia 
articulada a nível nacional, com a produção centralizada no sudeste do país, especialmente no 
estado de São Paulo, esse fato é importante porque devido centralização da produção no 
sudeste, reserva para outras regiões, especialmente para o Nordeste, a função de receptora da 
produção de São Paulo. Gerando desigualdade regional com impacto negativo nesse espaço. 
Atrelado ao desenvolvimento industrial do sudeste mais competitivo do que o nordestino 
ocorreu nesse momento o desmonte de parque industrial têxtil desta região. Iniciando um 
período de estagnação econômica que afetou a região, pois o fenômeno das secas no 
semiárido e a expulsão do homem do campo na zona da mata nordestina gerou um quadro de 
convulsão social que chegou aos nossos dias, e contribuindo para a construção dos discursos e 
imagens estereotipados da região, os quais em sua maioria veiculam uma imagem do lugar 
marcada pela fome, pobreza e seca. 
Nesse momento propaga-se o discurso desfavorável a permanência do homem no semiárido, 
comandado pelo comportamento do balanço hidrológico e a falta de oportunidades de 
trabalho. A irregularidade no regime pluviométrico conduziu o desenvolvimento de uma 
política nacional de combate as secas, a qual tinha como tese a preleção da elite dominante 
que atribuía a seca como a causa fundamental da pobreza nordestina. 
Escamoteavam-se os verdadeiros objetivos das ações governamentais, na medida em que se 
salvava o gado, protegiam-se os grandes pecuaristas e a principal atividade econômica da 
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região, não se tocava na questão fundiária perversa, pouco foi feito no sentido da agricultura 
familiar, constituída por trabalhadores sem terra, com ausência de suporte tecnológico, cujo 
crescimento demográfico só aumentava a pressão sobre a capacidade de suporte do 
ecossistema local. 
A reflexão do quadro apresentado denota que a cada ano de seca é dramática a vivência do 
homem no semiárido, onde é flagrante o flagelo da fome e da miséria, intensificando o 
processo migratório, sobretudo, para o centro sul do país. 
A economia do Nordeste retoma seu crescimento na década 1970, quando tem início uma 
série de políticas regionais, com os incentivos do FINOR/SUDENE, contemplando 
principalmente as isenções do imposto de renda e os pesados investimentos realizados por 
empresas estatais. Inicia-se uma descentralização de capitais antes concentrados no sudeste 
do Brasil, o processo de desconcentração econômica reduz as diferenças regionais e 
estabelece a formação de uma rede de integração da periferia do país ao circuito econômica 
nacional e posteriormente global, contudo permanece o mesmo quadro de crise social. 
Questões como a estrutura agrária concentradora permaneceu inalterada, embora a educação 
tenha obtido investimentos, com a criação de universidades difundidas pela região. Apesar das 
distorções a região apresentou crescimento econômico, que difere bastante de 
desenvolvimento econômico. Pois conforme Miller (2001, p.6 ) crescimento econômico é “um 
aumento da capacidade de um país em fornecer bens e serviços às pessoas” e 
desenvolvimento econômico é “a melhoria dos padrões de vida dos seres humanos 
proporcionado pelo crescimento econômico”. Esse último infelizmente ainda não foi alcançado 
por todas as classes sociais do Nordeste. 
O crescimento econômico na região reflete a modernização sobre o território e a lógica da 
divisão territorial do trabalho, com privilégio diferente aos diversos espaços nacional. Para o 
Nordeste a nova reorganização do território trouxe espaços luminosos convivendo com 
opacos, o primeiro é entendido por Santos e Silveira (2002, p. 264) como territórios “que mais 
acumulam densidade técnica e informacionais, ficando assim mais aptos a atrair atividades 
com maior conteúdo em capital, tecnologia e organização”. Os novos conteúdos e 
comportamentos contrastam com os espaços opacos, caracterizados por ser o inverso dos 
luminosos. 
A influência tecnológica no espaço nordestino não deixa dúvida que profundas mudanças 
ocorreram na fisionomia e nas relações entre suas áreas, contudo, o quadro social teve pouca 
alteração. 
Observando as transformações da economia da região se registra a formação de complexos 
agroindustriais, pólos de fruticultura irrigada, petroquímico, têxtil e de confecções além do 
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setor turístico, esse último mais desenvolvido no litoral. Com relação à agricultura houve 
avanço da soja em territórios do Piauí, Maranhão e Bahia dado em bases modernas. Esse 
modelo ocorre também em áreas de agricultura irrigada onde há uma diversificação da 
produção de frutos tropicais, tais como: uva, manga, goiaba, melão, melancia, tomate, cebola, 
alho, entre outros. 
A agricultura irrigada se desenvolve no vale do São Francisco, desde Sobradinho até Paulo 
Afonso, no Rio Grande do Norte essa modalidade agrícola ocupa o vale do Açu, em terras do 
Ceará estão próximas ao vale do Jaguaribe. Com grande produtividade e elevado potencial 
tecnológico essa produção se destina a abastecer principalmente o mercado internacional. O 
quadro apresentado tem sido responsável por significativas alterações ambientais, 
promovendo desmatamento de vegetação nativa afetando de maneira impiedosa o modelo de 
agricultura tradicional (ANDRADE, 1998). 
 
Aspectos do Rio Grande do Norte 
Para entendermos o modelo de desenvolvimento socioeconômico do Rio Grande do Norte 
temos que analisar o processo de ocupação do estado, que na região semiárida, segundo 
Andrade (1981), teve início a partir da costa setentrional, com a pecuária extensiva, utilizando 
posteriormente os vales dos rios como vias de ocupação. Com o advento da industrialização do 
Brasil associou-se à pecuária extensiva a produção do algodão e culturas alimentares de 
subsistência (milho, feijão, mandioca), onde, de acordo com citado autor, bem adaptado ao 
clima semiárido, o algodão logo se expandiu pelas terras antes destinadas à pecuária 
extensiva. 
Todo esse arranjo espacial vai sofrer profundas modificações, depois da década de 1960. As 
economias do algodão a e mineração, que compreendiam a base econômica da região 
semiárida, entram em crise e posteriormente em processo de decadência, contribuindo para o 
êxodo rural que vai ter como conseqüência o grande crescimento das cidades, onde logo se 
demonstram os problemas em razão de uma falta de estrutura para acomodar os novos 
habitantes urbanos. 
Esse processo, segundo Carvalho e Felipe (2002), é decorrência de uma nova divisão do 
trabalho que ocorre no Brasil, mas também, e principalmente, de problemas de várias ordens 
tecnológicas, da concorrência do mercado e do surgimento de pragas na agricultura, 
sobretudo o bicudo no plantio do algodão. Nesse momento de redefinição, no RN políticas e 
programas governamentais foram dirigidos para os municípios de Natal e Mossoró. 
A partir de meados da década de 1980 importantes movimentos na economia brasileira 
ocasionaram fortes repercussões no Nordeste e no Rio Grande do Norte, os quais foram 
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responsáveis pelo surgimento e desenvolvimento de subespaços dotados de estruturas 
econômicas modernas e ativas que dinamizaram a economia dos Estados (CLEMENTINO, 
2003). 
Atualmente a base econômica do RN encontra-se concentrada em locais de dinamismo 
denominados “ilhas” ou “pólos” de desenvolvimento, que se destacam devido aos 
investimentos tecnológicos e às novas técnicas de cultivos. No Rio Grande do Norte podemos, 
de forma simplificada, identificar que no Litoral Leste (principalmente, região Metropolitana e 
Litoral Sul) concentram-se as principais indústrias e os serviços que oferecem suporte para o 
desenvolvimento do turismo e, ainda, os principais centros produtores de cana-de-açúcar e da 
carcinicultura, além da pesca oceânica que ocorre praticamente em toda costa do Estado. 
Na Mesorregião Oeste, local de influência de Mossoró, desenvolve-se a exploração do petróleo 
e gás, produção do sal, fruticultura irrigada e a carcinicultura. Nos vales úmidos dos rios 
Piranhas-Açu e Apod-/Mossoró desenvolve-se a fruticultura irrigada, tendo como principais 
frutos de exportação o melão, a banana, manga, entre outros. 
Nas microrregiões do Seridó desenvolve-se a extração mineral, as cerâmicas e as pequenas e 
médias fábricas têxteis (principalmente em Caicó), além de ser considerada uma importante 
bacia leiteria do estado, com destaque para a produção de derivados do leite. 
Em boa parte do semiárido norteriograndense se encontra pecuária leiteira, o programa 
estadual do leite tem atualmente surgido como alternativa para os pequenos e médios 
produtores reorganizarem seus espaços produtivos, já que encontraram muitas dificuldades 
com a crise do algodão e com a mecanização da produção do sal. No contexto ainda das 
economias do semiárido, a apicultura é atualmente uma das alternativas econômicas, tendo 
no RN os municípios de Apodi, Serra do Mel e Mossoró como os de maior produção. 
 
 
Características Geoambientais do Semiárido Brasileiro 
O conceito técnico de Semiárido foi estabelecido a partir de uma norma da Constituição 
Brasileira de 1988, que, no seu art. 159, institui o Fundo Constitucional do Nordeste (FNE). A 
norma constitucional manda aplicar no Semiárido brasileiro 50% dos recursos destinados ao 
Fundo. A lei 7.827, de 27 de setembro de 1989, regulamentando a Constituição Federal, define 
como Semiárido a região inserida na área de atuação da SUDENE, com precipitação 
pluviométrica média anual igual ou inferior a 800mm (SILVA, 2006). 
Em 2005, o Ministério da Integração Nacional realizou uma atualização na área de abrangência 
oficial do Semiárido brasileiro, de acordo com a Portaria Ministerial nº 89. Para a nova 
delimitação, foram considerados três critérios técnicos: o critério da isoieta de 800mm, os 
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critérios de Índice de Aridez de Thorntwaite, de 1941, ( índice de aridez menor ou igual a 0,50) 
e Risco de Seca (superior a 60%) (SILVA, 2006). 
De acordo com a delimitação atual, o Semiárido brasileiro abrange 1.134 municípios (IBGE, 
2010) com uma área de 969.589,4 Km², correspondente a quase 90% da região Nordeste (nos 
estados Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Alagoas e Sergipe); e 
mais a região norte de Minas Gerais (Mapa 02). 
 
Mapa 02 – Localização geográfica da região Semiárida nos estados da região Nordeste e 
Minhas Gerais. 
 
O domínio do clima semiárido forma uma região bastante heterogênea, conforme Baiardi e 
Mendes (2007, p. 31) ocorrem a “existência de 172 unidades geoambientais, distribuídas em 
20 unidades de paisagem e, portanto, de grande diversidade edafoclimática”. Tal constatação 
remete-nos a considerar que qualquer intervenção realizada nessa região deve estar 
assentada na peculiaridade do sistema caatinga, as ações do setor privado ou público devem 
estar pautada em critérios que considere a fauna e fora e a cultura de seus habitantes. 
O clima semiárido apresenta variações na distribuição espacial e temporal das precipitações 
pluviométricas. As médias anuais podem variar entre 450mm e 800mm, embora predomine o 
valores entre 450 e 600mm anuais. Nessa região ocorre um decréscimo na freqüência dos 
sistemas sinóticos, com maior atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) (COSTA, 
2002). 
As maiores médias concentram-se nos municípios do extremo Leste, onde, além da influênciada ZCIT, atuam as Ondas de Lestes e os Vórtices Ciclônicos da Alta Troposfera. Ocorrem 
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elevadas temperaturas médias mensais e anuais (entre 24oC e 29oC), com baixa amplitude 
térmica variando entre 1,7ºC a 6ºC. Esses fatores associados à elevada evapotranspiração, tem 
caracterizado o fenômeno das secas, o que tem, historicamente, provocado inúmeros 
transtornos sócio-econômicos a região. 
O clima semiárido ocorre em duas realidades geológicas, a leste e norte da região predomina 
as rochas sedimentares, que constitui importantes aqüíferos os quais contribui para a 
ocorrência de rios perenes. 
No litoral norte do Rio Grande do Norte, na área de planície costeira apresenta os terrenos 
sedimentes da Bacia Potiguar (Grupo Barreiras, Calcário Jandaíra e o Arenito Açu) onde ocorre 
o aqüífero Jandaíra, que constitui um importante reservatório de água subterrânea e onde se 
descobriu, na década 1970, a presença de petróleo. 
Nessa região encontramos um relevo plano onde temos como solos predominantes os 
Latossolos, solos caracterizados por serem muito profundos, com textura variada, geralmente 
de origem sedimentar, fertilidade baixa a média. São solos bem drenados e aptos a irrigação 
(MMA, 2007). 
Adentrando mais para o interior da região nas áreas domínio da depressão sertaneja, 
predominam os sedimentos mesozóicos e as rochas cristalinas do Pré–Cambriano, onde 
sobressaem os solos rasos e a ocorrência de importantes minerais como a sheelita, o ferro, 
ouro, entre outros. Nessas rochas as águas subterrâneas ocorrem preenchendo as zonas de 
fraqueza (fendas e fraturas) formando um aqüífero fissural que, embora seja em geral referido 
como de baixo potencial hidrogeológico e com problemas de salinização, tem um papel muito 
importante no suprimento de população rural e uso na pecuária, notadamente naqueles 
setores fora da área de influência de reservatórios superficiais ou barragens (COSTA, 2002). 
Predomina nessa área os Luvissolos Crômicos (antigos Brunos não Cálcicos) são solos de baixa 
permeabilidade e muito suscetíveis à erosão. Sua ocorrência é marcante na região mais 
afetada pela seca, principalmente nos Estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do 
Norte. Aparecem também os Neossolos Litólicos que são pouco desenvolvidos, rasos ou muito 
rasos, normalmente pedregosos e rochosos. Acontecem na região semiárida em relevos 
ondulados a fortemente ondulados ou acidentados, por isto são muito susceptíveis à erosão. 
(MMA, 2007). 
Nesse domínio de rochas cristalinas prevalecem os rios intermitentes, como exemplo os rios 
Piranhas-Açu e Apodi-Mossoró no RN. Com a construção da barragem Armado Ribeiro 
Gonçalves o rio Piranhas-Açu foi perenizado o que contribuiu para tornar essa área um pólo de 
fruticultura irrigada, a extração de cera-de-carnaúba e do sisal também é uma economia 
presente na adjacência dos rios intermitentes da região semiárida. 
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Próximos aos rios predominam os Neossolos Quartzarenicos (antigas Areias Quartzosas); 
apresentam geralmente espessura maior que 2m com baixa capacidade de retenção de água e 
infiltração muito elevada, além de baixa fertilidade natural, entretanto são classificados como 
aptos para irrigação (MMA, 2007). 
Outros solos predominantes na região semiárida são os Planossolos que possuem 
profundidade média que em geral não ultrapassa 1m. As camadas superficiais geralmente 
apresentam textura arenosa ou média, com horizonte B ou C apresentando textura argilosa 
muito dura conferindo drenagem ruim; verifica-se presença de rochas degradadas no material 
argiloso e transição abrupta entre as camadas. Estes solos são comuns nas partes mais baixas 
do relevo, em situação plana a suave ondulada. Os Planossolos Nátricos (Solonetz 
Solodizados) possuem o diferencial de apresentarem naturalmente altos teores de sais, sendo 
impróprios para a agricultura devido a presença de sódio (MMA, 2007). 
No RN podemos destacar como exemplo de áreas com solos salinizados por irrigação a área de 
atuação do projeto Baixo Açu nos municípios de Alto do Rodrigues e Afonso Bezerras, o 
projeto está inserido no Pólo de Desenvolvimento Integrado Açu/Mossoró. 
A Caatinga é o principal ecossistema existente na Região Nordeste, ocupa mais de 60% de sua 
área, estendendo-se desde o Maranhão, cobrindo grande parte dos Estados do Ceará, Piauí, 
Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e até o Norte de Minas 
Gerais, ocupando 73.683.649 ha, 6,83% do território nacional, e cerca de 20 milhões de 
brasileiros vivem na região coberta pela Caatinga (TABARELLI, 2004). 
A vegetação da caatinga é típica de áreas secas, com folhas finas ou inexistentes. Algumas 
plantas armazenam água e outras possuem raízes superficiais para captar o máximo de água 
das chuvas. A caatinga é uma formação vegetal heterogênea, as espécies geralmente perdem 
as folhas durante a estação seca. O pequeno tamanho das plantas, a grande ramificação desde 
a parte inferior do tronco, e a freqüência de plantas espinhentas, são sinais da adaptação 
deste tipo de vegetação às condições climáticas imperantes na área (ROMARIZ, 2001). 
Conforme Virgínio Filho (apud MARTINS, 2004) o “Ecossistema e seus recursos naturais do 
semiárido possuem uma vegetação resistente e adaptada que sobre condições limitantes tem 
garantido a demanda de lenha como recurso energético para fins domésticos e industriais, 
além de fornecer frutos, pastagens folhas e raízes medicinais”. 
Como exemplo da adaptação dessa vegetação tem-se o juazeiro e a palma, plantas gregária e 
hidrófila, que se desenvolvem em condições de solos rasos e pedregosos, porém apresentam 
melhores desenvolvimentos e maiores produções em fendilhamentos e nos vales fluviais. 
O semiárido do nordeste constitui um grande laboratório botânico, com a ocorrência de 
essências florestais adaptadas as condições climáticas. É notável a importância ecológica e 
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econômica de algumas riquezas animais, vegetais, típicos do bioma caatinga. Nesse há 
ocorrência de diversos tipos de fibras vegetais, como os frutos do cajueiro, do umbuzeiro e o 
mel produzido pelas abelhas. Recursos estes que aumentam as possibilidades de alimentação 
e sobrevivência do homem nessa área. 
Na atualidade esse ecossistema vem sofrendo bastante com a retirada de arvores para 
diversos fins. No RN podemos destacar entre as atividades econômicas que contribuem para a 
retirada de madeira da vegetação de Caatinga, as cerâmicas e as padarias que utilizam forno a 
lenha. Outro fator preocupante, nas áreas de cultivo, é utilização das queimadas para limpeza 
do solo para o plantio, realizadas por agricultores, o que também contribui com o 
desmatamento. 
Conforme Cordeiro e Trovão (apud MARTINS, 2004 ) algumas espécies se encontram 
ameaçadas de extinção como: “o Angico (Anadenanthera macrocarpa Benth), Quixabeira 
(Bumelia obtusifolia), Craibeira (Tabebuia caraíba Mart.), Mororó (Bahuinia forticata Link.), 
Pereiro (Aspidosperma guaraniticum), Umburana (Burseraleptophloeos Engl.). Estesdados 
foram obtidos através de estudos etnoecológicos, porém de acordo com a lista oficial do 
IBAMA, apenas as espécies Baraúna (Schinopsis brasiliensis Engl.), e a Aroeira (Myracroduon 
urundeuva) encontram-se ameaçadas”. 
Brasileiro (2009) reconhece a existência de alguns fatores que agravam os problemas 
ambientais na região semiárida brasileira, são eles: o desenvolvimento de práticas 
agropecuárias inadequadas acarretam processo de desmatamento, infertilidade, erosão, 
salinização e compactação dos solos. 
As práticas de cultivo e criação no semiárido devem estar pautadas em parâmetros, tais como 
tipo de solo, vegetação e disponibilidade hídrica em extrema sintonia com a cultura local, pois 
no semiárido conforme já salientado, não é possível um processo de homogeneização técnica 
onde as peculiaridades locais exigem formas adaptadas, preservando os valores locais, sem 
perder de vista suas especificidades. 
 
 
Evolução Socioeconômica No Semiárido Brasileiro 
A região do semiárido brasileiro possui uma população de 22.595.878 milhões de pessoas 
concentrados principalmente na área urbana. Entre 2000 e 2010, a população cresceu 7,5 %, 
contudo a população urbana que representava 56,3% do total em 2000 passou a 62% em 
2010, a população rural reduziu 6 % em relação a 2000 (IBGE, 2010). 
Apesar do processo de urbanização que ocorre na região semiárida, a maioria dos municípios 
possui uma pequena população urbana, em 2000 dos 1334 municípios do semiárido apenas 75 
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tenham uma população urbana superior a 25.000 habitantes, na ultima década essa realidade 
sofre pouca alteração, conforma o censo 2010 apenas 95 municípios apresentam população 
urbana maior que 25.000 habitantes (Mapa 03). No RN somente 5 municípios do semiárido 
possuem população urbana superior a 25.000 habitantes, são eles: Massoró, Caicó, Currais 
Novos, Assú e Macaíba. 
Milton Santos se refere à rede urbana do nordeste como sendo em geral raquítica, pela fraca 
vida de relações inter-regionais e urbanas que apresenta. Costa e Gomes (2005) analisando o 
perfil urbano do Rio Grande do Norte e constataram que a rede urbana do estado também se 
apresentava raquítica. Apenas 25 municípios (15% do total dos municípios) possuem 
população urbana maior que 10.000 habitantes. 
Segundo Clementino (1995) a matriz do sistema urbano do RN foi gerada a partir dos 
encanecidos caminhos do gado. Quando o algodão se torna a primeira economia do estado, 
em um período de decadência da cana-de-açucar, o faz nas mesmas bases físicas do gado, ou 
seja, o locus da produção econômica continua em meio rural, o que não impulsionou a 
urbanização. 
Conforme a mesma autora o desenvolvimento dos meios de transporte do RN, para atender a 
necessidade da exportação, foi tardio, o que influenciou o redirecionamento dos negócios para 
outras cidades do Nordeste com mais eficiência no complexo de transporte. O processo de 
urbanização do RN só será acelerado após a década 1960, mas mesmo assim, a autora 
considera que a rede urbana do estado chega à década de 1980, com um amplo número de 
municípios de base agrária atrasada. 
Segundo Alencar (2010) a causa do êxodo rural na região semiárida do Nordeste está 
relacionado às atividades econômicas nela desenvolvida, a concentração fundiária e a falta de 
apoio a agricultura familiar. Ressalta ainda que embora ocorram esses problemas a 
agropecuária continua sendo a principal força de trabalho da região. 
A população total dos municípios do semiárido também é relativamente pequena, os 
municípios com maior número populacional concentram-se, principalmente, nos estados da 
Bahia, Ceará e Pernambuco (Mapa 04), contudo não são os municípios de maior população os 
que possuem maiores densidade demográfica. 
 
Mapa - 03 – Municípios do semiárido com uma população urbana maior 25.000. 
Fonte dos dados: Censo, 2010. 
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Com base na analisando dos dados da densidade demográfica do censo 2010 verifica-
se (Mapa 05) que dos 1134 municípios do semiárido, 505 possui baixa densidade demográfica 
estando entre 1 a 22 hab./Km2, 326 municípios ficaram com uma densidade entre 22 a 
44hab./Km2, 196 municípios possui uma densidade entre 44 a 88 hab./km2, e somente 106 
municípios mostraram uma grande densidade demográfica entre 88 a 1383 hab./km2, os quais 
em sua maioria localizados na zona Agreste da região Nordeste. 
 
Mapa 04 – População total dos municípios da região Semiárida. 
Fonte dos dados: Censo, 2010. 
 
 
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Mapa 05 – Densidade demográfica dos municípios do Semiárido brasileiro. 
Fonte dos dados: Censo, 2010. 
 
De acordo com o censo 2010 a população do semiárido teve um ganho em sua renda, o censo 
de 2000 mostrou que 50,2% da população não possuíam rendimento, no censo de 2010 
verificamos uma mudança nessa realidade o percentual da população que não possuem 
rendimento caiu para 5,4% e a maioria da população (81,5%) do semiárido passou a tem um 
rendimento menor ou igual a 1 salário mínimo (Tabela 01). 
 
Tabela 01 - Classes de rendimento nominal mensal domiciliar per capita 
Salário mínimo 
 
Percentual 
Ano 2000 
Percentual 
Ano 2010 
Menor ou igual a 1 salário mínimo 31,4% 81,5 % 
Mais de 1 a 2 salários mínimos 10,4% 8,9% 
Mais de 2 a 3 salários mínimos 2,9% 2,0% 
Mais de 3 a 5 salários mínimos 2,5% 1,3% 
Mais de 5 salários mínimos 2,6% 0,9% 
Sem rendimento 50,2% 5,4% 
Fonte dos dados: IBGE - Censos 2000 e 2010. 
Conforme os dados apresentados, bem com a literatura, compreendemos que essa melhoria 
considerável na rede do sertanejo deve-se, principalmente, aos programas sociais do Governo 
Federal, os quais estão contribuindo para circulação financeira nos pequenos municípios dessa 
região. 
Também podemos observar melhoria da população sertaneja em relação à taxa de 
alfabetização. Em 2000 havia um percentual de 39,7% da população sem instrução ou com 
menos de 1 ano de estudo e um 1/3 dos municípios apresentavam taxa de alfabetização 
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inferior a 60%; mas segundo o censo de 2010 ocorreu um aumento na taxa de alfabetização 
nessa ultima década, apena 2 município apresenta taxa de alfabetização inferior a 60%, são 
eles: Alagoinha de Piauí (58,4) e Minador do Negrão – AL (59,5); e 82% dos municípios do 
semiárido possuem taxa de alfabetização igual ou superior a 70% (Mapa 06). 
A forma de abastecimento de água nas residências do semiárido também melhorou bastantes 
na última década, em 2000 apenas 362 municípios possuíam domicílios com forma ligações de 
rede geral igual ou superior a 60%; o censo de 2010 mostrou que 797 municípios tiveram um 
aumento em sua ligação de água pela rede geral igual ou superior a 10% e um total de 738 
municípios possui abastecimento de água por ligação da rede geral igual ou acima de 60%. 
A oferta de iluminação elétrica também aumentou na ultimas década, em 2000 em 918 
municípios possua iluminação elétrica igual ou superior a 60%, em 2010 apenas 7 municípios 
do estado do Piauí (Várzea Branca, Curral Novo do Piauí, Dirceu Arcoverde, Coronel José Dias, 
São Lourenço do Piauí, Capitão Gervásio Oliveira, Dom Inocêncio) possui um número de 
residência com existência de energia elétrica menor que 60% (Mapa 07) 
No semiárido, conforme o MMA (2007), a esperança de vidaem 2000 seguiu a tendência 
mundial de aumento, respondendo aos avanços medicinais e aprimoramento nos serviços de 
transportes e acesso à comunicação, como conseqüência temos uma relativa melhora nos 
Índice de Desenvolvimento Humana (IDH) dos municípios semiárida entre 1991 e 2000. 
Contudo, conforme se verificou em dados do último censo (2010) ocorreu ganho na renda e na 
escolaridade do sertanejo, o que provavelmente contribuirá para que ocorra um aumento do 
IDH da região semiárida que será demonstrado no censo de 2010. 
 
Mapa 06 – Percentual da taxa de alfabetização dos municípios do semiárido brasileiro. 
Fonte dos dados: Censo, 2010. 
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Mapa 07 – Percentual da existência de energia elétrica nos municípios do semiárido brasileiro. 
Fonte dos dados: Censo, 2010. 
 
Costa et al. (2007) realizado um estudo sobre o Índice de Desenvolvimento Humana do ano de 
2000, dos municípios do Rio Grande do Norte e constataram que, com exceção da região 
metropolitana de Natal, os melhores IDHs estão localizados na região semiárida do estado, 
principalmente, no microrregião do Seridó Oriental (Mapa 08). 
 
 
 
 
 
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Mapa 08 – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de RN e suas Microrregiões 
Fonte: Costa et al., 2007. 
 
 
 
Como vimos anteriormente na região semiárida a agricultura e a pecuária vêm, 
historicamente, participando da produção e organização do território, para caracterizar a 
produção agrícola dessa região utilizamos a séries históricas de dados levantados pelo IBGE na 
pesquisa “Produção Agrícola Municipal”. O período de estudo foi de 2005 a 2010. 
Com o processo de modernização da agricultura brasileira, a região semiárida vem se 
destacando no cultivo da fruticultura irrigada, com evidência, devido ao número de municípios 
que produz ou devido as tonelada produzidas, para o cultivo da banana, manga e mamão 
(Gráfico 01). 
Gráfico 01 – Soma do rendimento médio da produção (Quilogramas por Hectare) de banana, 
manga e mamão na região semiárida do Brasil, entre os anos 2005 a 2010. 
 
 
O cultivo da banana, em 2010 ocorreu em 800 municípios da região semiárida (Mapa 09), 
segundo o MMA (2007) esse fruto era cultivado principalmente nas pequenas propriedades de 
agricultura familiar, mas atualmente vem sendo produzida também pela agricultura comercial. 
Nos últimos seis anos a produção de banana foi superior a 10000000 t, apresentado maior 
produção (10956317 t) em 2007, ocorreu uma pequena redução nos anos seguintes e voltando 
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Banana (cacho) Manga Mamão
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a aumente (10950778 t) em 2010 (Gráfico 01). Pureza/RN foi município de maior produção 
(46000 t) de banana em 2010, seguido de Jandaíra e dos municípios da região do Vale do Açu 
também no estado do RN. 
Mapa 09 - Cultivo de banana (tonelada/cachos) na região Semiárida do Brasil, 2010. 
Fonte dos dados: IBGE - Pesquisa Produção Agrícola Municipal, 2010. 
 
A manga é outro fruto de destaque na agricultura do Semiárido cultivada 611 municípios em 
2010. Sua produção mostrou-se com pequena oscilação entre os anos de 2005 a 2010, sendo 
em 2006 o ano de maior produção (6677486 t), e em 2010 o ano de menor (6221415) 
produção (Gráfico 01). O município de maior produção (32095 t) de manga em 2010 foi 
Propriá/SE. No RN a produção de manga se destaca nos municípios das microrregiões de Vale 
do Açú e da Borborema Potiguar (Mapa 10). 
O mamão, embora seja cultivado apenas em 252 municípios da região semiárida, possui uma 
expressiva produção, a qual se caracteriza pelo aumento gradativo nos seis anos estudados, 
passou das 5620517 t em 2005 para as 6247545 t em 2010. Coribe/BA foi o município que 
mais produziu (80000 t) em 2010. No RN a produção de mamão se destaca nos municípios 
Baraúna, Mossoró, Campo Grande e Jandaíra, contudo podemos verificar no mapa 11 que a 
produção desse fruto existe em vários municípios do nesse estado. 
Os grãos mais cultivados na região semiárida são o milho e o feijão, agricultado, 
respectivamente, em 1044 e 1080 municípios da região no ano de 2010. São cultivados 
principalmente nas pequenas e médias propriedades para atende o mercado interno. A 
produção do milho oscilou bastante entre 2005 e 2010, tendo chegado ao mínimo de 203470 t 
em 2007 voltado a crescer nos dois anos seguintes e caído (575789 t) novamente em 2010 
(Gráfico 02). O município de maior produção (8000 t) em 2010 foi Ibicoara/BA (Mapa 12). 
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Mapa 10 - Cultivo de manga (tonelada) na região Semiárida do Brasil, 2010. 
Fonte dos dados: IBGE - Pesquisa Produção Agrícola Municipal, 2010. 
 
 
Mapa 11 - Cultivo de mamão (tonelada) na região Semiárida do Brasil, 2010. 
Fonte dos dados: IBGE - Pesquisa Produção Agrícola Municipal, 2010. 
 
 
A produção de feijão, na região semiárida, é relativamente menor que a do milho, mas possui 
comportamento semelhante, o ano de menor produção foi 2009 (115256 t) o qual demonstrou 
um declino de 78% em relação à produção de 2008 (529360 t), em 2010 sua produção foi de 
354774 t. Ibicoara/BA foi também o município que mais produziu feijão em 2010 (3200 t). Os 
estados da Bahia e de Minhas Gerais apresentam a maior quantidade de municípios com maior 
produção de feijão (Mapa 13). 
Mapa 12 - Cultivo de milho (tonelada) na região Semiárida do Brasil, 2010. 
Fonte dos dados: IBGE - Pesquisa Produção Agrícola Municipal, 2010. 
 
 
Mapa 13 - Cultivo de feijão (tonelada) na região Semiárida do Brasil, 2010. 
Fonte dos dados: IBGE - Pesquisa Produção Agrícola Municipal, 2010. 
 
A mandioca é outro produto da agricultura do semiárido que predomina na maioria dos 
municípios (948 em 2010), embora o número de município agricultável não tenha reduzido 
entre 2005 e 2010, sua produção oscilou e vem declínio desde 2009 (Gráfico 03). O município 
de maior produção de mandioca em 2010 foi Cachoeira de Pajeú/MG (25000 t). No Rio Grande 
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do Norte, em 2010, a produção de mandioca concentrou-se principalmente nos municípios das 
Microrregiões Agreste Potiguar e Litoral Nordeste (Mapa 14). 
 
Gráfico 02 - Soma do rendimento médio da 
produção (Quilogramas por Hectare), de feijão e 
Milho, na região semiárida do Brasil, entre os 
anos 2005 a 2010. 
Gráfico 03 - Soma do rendimento médio da 
produção (Quilogramas por Hectare), de 
mandioca, na região semiárida do Brasil, entre os 
anos 2005 a 2010. 
 
 
Mapa 14 - Cultivo de mandioca (tonelada) na região Semiárida do Brasil, 2010. 
Fonte dos dados: IBGE - Pesquisa Produção Agrícola Municipal, 2010. 
 
Como identificamos no início desse módulo, à pecuária constitui-se um elemento que 
contribuiu para o povoamento da região semiárida. Os rebanhos são, sem dúvida, a economia 
presente em todos os municípios dessa região, contudo vamos destacar apenas os efetivos 
bovinos, caprinos, das galinhas e dos galos, frangas, frangos e pintos, escolhidos porque são os 
maiores rebanhos. Para realizamos essas análises utilizamos a séries históricas de dados 
levantados pelo IBGE na Pesquisa Pecuária Municipal, entre 2005 e 2010. 
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100000
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300000
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Feijão (em grão) Milho (em grão)
8600000
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9000000
9200000
9400000
9600000
9800000
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Mandioca
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Em 2010 o efetivo bovino esteve presente em todos os municípios do Semiárido, dos seis 
últimos anos, 2005 foi o que apresentou o menor rebanho (15876508 cabeças),seguido de 
crescimento entre 2006 a 2008, e pequena queda em 2009. Apresentou em 2010 um total de 
17461326 cabeças (Gráfico 04). O município com maior rebanho, em 2010, foi Francisco 
Sá/MG. No mapa 15 podemos observa que os rebanhos do Rio Grande do Norte são modestos, 
sendo o município de Mossoró o que possui maior rebanho. 
Bastante adaptados as condições naturais do Semiárido o caprino apresenta-se como uma 
importante alternativa de renda para os pequenos e médios proprietários da região Semiárida. 
Em 2010 esse rebanho esteve presente na economia de 1123 municípios, contudo esse efetivo 
tem apresentou sensível declínio desde 2007, com pequena recuperação em 2010 (Gráfico 04). 
O maior rebanho de 2010 foi no município de Casa Nova/BA (284207 cabeças). No RN o 
rebanho de caprino concentra-se nos municípios da mesorregião do Oeste Potiguar e Central 
Potiguar (Mapa 16). 
O efetivo das galinhas e dos galos, frangas, frangos e pintos estiveram presentes em todos os 
municípios da região Semiárida em 2010, entre os seis anos analisados, esses foram os efetivos 
que apresentaram o maior número de cabeças e foram os únicos que tiveram crescimento 
continuo entre 2005 a 2010 (Gráfico 05). Acreditamos que esse crescimento acorreu porque a 
criação e alimentação de galinhas fazem parte da cultura do sertanejo, bem como, devido ao 
aumento do número de grajas nos municípios de região. 
 
Gráfico 04 - Evolução do efetivo do rebanho 
bovino e caprino na região semiárida, entre 
os anos de 2005 a 2010. 
Gráfico 05 - Evolução do efetivo das galinhas e 
dos galos, frangas, frangos e pintos na região 
semiárida, entre os anos de 2005 a 2010. 
 
 
 
O município com maior número, em ambos os efetivos: das galinhas e dos galos, frangas, 
frangos e pintos, em 2010 foi São Bento do Uma/PE (1900000 e 3200000 cabeças, 
respectivamente). No RN esses efetivos foram menos expressivos que nos demais estados, o 
município de Mossoró apresentou os maiores número para ambos os efetivos (377672 e 
513619 de cabeças, respectivamente). 
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Bovino Caprino
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Galos, frangas, frangos e pintos Galinha
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Mapa 15 - Efetivo bovino (cabeças) na região Semiárido do Brasil em 2010. 
Fonte dos dados: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal, 2010. 
 
 
Mapa 16 - Efetivo do caprino (cabeças) na região Semiárido do Brasil em 2010. 
Fonte dos dados: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal, 2010. 
 
O extrativismo vegetal também faz parte da base econômica da região Semiárida, com base 
em dados do IBGE retirados do censo da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura, entre 
os anos de 2005 a 1010, realizamos a análise de dois produtos: a lenha e a madeira em tora. 
Como na região Semiárida encontra-se disseminada as cerâmicas, padarias e outras atividades 
que se utilizam de forno a lenha, a extração desse produto realizou-se em 1072 municípios em 
2010, com um total de 17335078 metros cúbicos. Apesar de ser uma produção muito elevada 
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em produção vem decrescendo entre os anos de 2005 a 2010 (Grafico 06). Em 2010 o 
município de maior produção foi XiqueXique/BA (676843 metros cúbicos). No RN com exceção 
de Grossos todos os demais municípios realizam a extração da lenha, com destaque para 
Marcelino Vieira que produziu 75682 metros cúbicos em 2010 (Mapa 17). 
A extração de madeira em tora é produzida em menor quantidade que a lenha, em 2010 
apenas 333 municípios do Semiárido realização essa atividade. Esse produto também se 
encontra em declínio entre os anos de 2005 e 2010 (Gráfico 07). O município de maior 
produção em 2010 foi Riacho de Santana/BA (300335 metros cúbicos). No RN essa atividade é 
realizada apenas nos municípios da mesorregião do Oeste Potiguar, tendo Caraúbas (2682 
metros cúbicos) como maior produto em 2010. Na região Semiárida do estado Paraíba não se 
prática essa atividade (Mapa 18). 
Gráfico 06 – Soma da quantidade lenha 
(Metro cúbico) produzida na extração 
vegetal no Semiárido Brasileiro, entre 2005 a 
2010. 
Gráfico 06 – Soma da quantidade Madeira em 
tora (Metro cúbico) produzida na extração 
vegetal no Semiárido Brasileiro, entre 2005 a 
2010. 
 
 
Mapa 17 – Extração de lenha (metros cúbicos) na região Semiárida do Brasil em 2010. 
Fonte dos dados: IBGE - Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura, 2010. 
 
16000000
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17500000
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Lenha (Metros cúbicos)
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1250000
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 Madeira em tora (Metros cúbicos)
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Mapa 18 – Extração de madeira (metros cúbicos) na região Semiárida do Brasil em 2010. 
Fonte dos dados: IBGE - Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura, 2010. 
 
 
 
RESUMO 
Nesse módulo, você observou que os problemas sociais da população do Semiárido brasileiro 
não são conseqüência somente do clima ou da ausência de chuvas, para a compreensão dos 
mesmos é necessário analisarmos o processo histórico de urbanização e desenvolvimento 
econômico dos municípios que tornaram algumas áreas mais dinâmicas que outras. 
Verificou, também, que os dados do último censo apontaram para melhoria nas condições 
sócio e econômica da população da região semiárida do Brasil, contudo não podemos deixar 
de identificar que para obtermos um efetivo desenvolvimento social nessa região é necessário 
a ocorrência de um crescimento econômico acompanhado por melhorias da distribuição 
fundiária e maior apoio a agricultura familiar, somente nessas condições os dados passarão a 
representar uma valorização efetiva das condições sócio–econômicas do sertanejo. 
Na atualidade a agropecuária continua muito significante na base econômica dessa região, por 
isso é importante lembrarmos que é necessário o desenvolvimento de políticas agrícolas 
voltadas para a geração de maior número de posto de trabalho no campo, principalmente com 
agricultura familiar, contribuindo para evitar o êxodo rural. 
 
 
 
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ATIVIDADES: 
1. Aprofunde seu conhecimento sobre os aspectos sócios – econômicos da região 
Semiáriada e construa um texto identificando as principais transformações 
ocorridas nesse espaço. 
2. Ab’Sáber (2007) considera a vegetação de caatinga como o melhor indicador para 
delimitar a presença do ambiente semiárido. Além da vegetação, que outros 
indicadores naturais caracterizam essa região? 
3. Segundo o censo 2010 a população rural do Semiárido continuação a apresentar 
redução. Disserte sobre os principais motivos desse evento. 
4. Pesquise e identifique os principais programas Federais que contribuem com a 
melhoria da renda do sertanejo e disserte sobre a relevância desses programas na 
vida desses. 
5. Nos mapas apresentados nessa unidade observamos a ocorrência de áreas de 
concentração agrícola. Identifique na região do Seridó norteriograndence essas 
ocorrências, e caracterize na égide dos elementos naturais, econômicos e políticos 
que contribuem para essa concentração. 
 
LEITURAS OBRIGATÓRIAS 
ANDRADE, C. M. A terra e o homem no Nordeste. Recife: UFPB, 1998. 
AB, SABER, A. N. Caatinga: o domínio dos sertões secos. In: Os domínios de Natureza no Brasil: 
potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê editorial, 2003. 
 
REFERÊNCIA 
 
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Triunfo Gráfica e Editora, 2010.ANDRADE, M. C. A terra e o homem do nordeste: contribuição ao estudo da questão agrária 
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ANDRADE, M. C. A produção do espaço Norte-Riograndense. Natal: UFRN, 1981. 
 
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M. F; BRANDÃO, C. A. E GALVÃO, A. C. Regiões e cidades, cidades nas regiões. São Paulo: 
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CLEMENTINO, M. L. M. Economia e urbanização: o Rio Grande do Norte nos anos 70. Natal: 
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Carvalho, M. J. M. Comportamento espacial do índice de desenvolvimento humano no Rio 
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Dissertação de Mestrado. Natal: UFRN, 2002. 
 
IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico. IBGE, 2010. 
 
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