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INTRODUÇÃO 
AO PROJETO 
ARQUITETÔNICO
Vanessa Scopel
 
Funcionalidade
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir funcionalidade em projetos de arquitetura.
 � Comparar beleza e funcionalidade.
 � Reconhecer a importância da funcionalidade na arquitetura.
Introdução
O princípio da funcionalidade está diretamente ligado ao propósito de 
uma edificação. Uma arquitetura funcional significa que ela está adequada 
aos usos de determinada edificação e colabora para que as tarefas nela 
realizadas aconteçam de maneira prática e eficaz.
Neste capítulo, você vai estudar sobre o princípio da funcionalidade, 
considerado uma premissa fundamental para o sucesso dos projetos 
de arquitetura. Você verá sua definição, sua relação com a beleza e sua 
importância para as edificações.
O que é funcionalidade na arquitetura?
A palavra função pode ser definida como uma atividade ou característica de 
algo que tem um papel a desempenhar, ou uma obrigação a cumprir. Tudo 
que tem uma função tem um propósito maior e, no caso da arquitetura, esse 
propósito é voltado ao uso das edificações e dos espaços. O termo funciona-
lidade advém da palavra função, e significa algo que funciona, que atende às 
necessidades, que está de acordo com sua função. 
Em arquitetura, a funcionalidade é um princípio bastante importante, pois 
trata sobre a função, o uso ou a necessidade que o projeto em questão tem de 
atingir ou de se adequar, ou seja, cada espaço, ambiente ou edificação deve 
estar organizado e ser projetado de maneira que o todo funcione. Por exemplo, 
quando se projeta um hospital, é preciso que a disposição dos ambientes permita 
o atendimento de todos os fluxos: as conexões entre as salas, a setorização 
dos espaços, tudo deve estar adequado para que os serviços realizados ali 
consigam ser feitos da melhor maneira possível. Imagine se esses locais não 
fossem pensados conforme sua funcionalidade, se fossem jogados em qualquer 
lugar ou onde coubessem, e se as pessoas que chegam de ambulância tivessem 
que passar por uma lavanderia ou rouparia, por exemplo, isso prejudicaria 
toda a função da edificação, o trabalho a ser feito ali e a melhora dos próprios 
pacientes. Da mesma forma, uma casa, se não fosse projetada a partir de sua 
função, e a entrada principal desse para um dormitório, toda a função dessa 
residência estaria prejudicada, juntamente com a convivência e a rotina de 
quem ali fosse morar. 
O funcionalismo na arquitetura nasceu na primeira metade do século XX, 
incentivado pela segunda revolução industrial que ocorreu no século XIX. 
O desenvolvimento da indústria contribuiu para mudanças significativas na 
sociedade. Na época, as fábricas passaram a atrair pessoas do campo que foram 
para as cidades com o intuito de ter um emprego assalariado. Para dar conta 
da vinda de novos moradores, os centros urbanos precisaram se transformar 
para atender a essa demanda. Porém, a falta de planejamento resultou em um 
caos urbano. Nesse momento, as cidades não tinham saneamento básico, e as 
construções próximas demais barravam o sol e o vento, gerando ainda mais 
doenças e falta de salubridade.
Essa revolução introduziu na arquitetura edificações construídas com 
materiais como o aço, o ferro e o vidro, e surgiram escolas que passaram a 
questionar a relação entre a forma e a função dos projetos. Nesse momento, 
a preocupação estética começou a perder importância para a tecnologia e 
para a ciência, originando uma mentalidade mais racionalista e funcionalista 
para que as necessidades da população das cidades fossem supridas, e os 
problemas, evitados. 
Por volta do século XX, o arquiteto Louis Sullivan disse que toda a forma 
deve seguir a função. 
Ele descrevia uma maneira de redirecionar a arquitetura, seguindo a premissa 
de que a forma de qualquer edificação deve ser definida pelas atividades que 
serão realizadas em seu interior – e não por precedentes históricos ou ideais 
estéticos. Sullivan projetou os primeiros arranha-céus do mundo tendo em 
mente os princípios de projeto funcionalistas. O conceito de Funcionalismo 
foi aprimorado pelo arquiteto austríaco Adolf Loos. Ele considerava o “orna-
mento um crime”, afirmando que o ato de decorar edificações era supérfluo 
e desnecessário. O pensamento de ambos resultou em respostas novas e 
modernas ao projeto de arquitetura (FARRELLY, 2014, p.142).
Funcionalidade2
Isso significa que a volumetria gerada, as fachadas, as formas, tudo está 
diretamente ligado à disposição e à ordenação dos ambientes em planta baixa. 
Esses ambientes são dispostos tendo em vista toda a organização da edificação, 
voltada à sua função e ao seu uso.
Dessa reflexão surgiu o movimento moderno, com base em conceitos 
totalmente funcionalistas. O movimento moderno tinha como objetivo atender 
às necessidades das edificações de maneira prática, evitando ornamentos e 
detalhes desnecessários, ordenando as áreas das cidades. Com a utilização de 
outros materiais, a forma passou a ser um reflexo do programa de necessidades 
e dos materiais escolhidos para a edificação. 
No movimento moderno, o conceito de funcionalidade esteve bastante 
presente nos ideais de racionalidade dos projetos. Le Corbusier, o precursor 
do movimento, defendia o funcionalismo com base nos seguintes princípios:
 � espaços com um sentido prático, projetados de acordo com as suas 
funções, como se a casa fosse uma máquina de morar;
 � volumes simplificados para as edificações, porém combinados entre 
si, evitando o uso apenas do cubo, ou paralelepípedo;
 � eliminação do ornamento e da decoração, buscando paredes lisas e a 
cor branca nas edificações;
 � grandes aberturas e vãos livres;
 � coberturas com lajes impermeabilizadas e terraços, evitando o uso 
do telhado;
 � edificações sob pilotis, liberando o pavimento térreo;
 � espaços internos flexíveis.
A funcionalidade do movimento moderno não estava presente apenas 
nas edificações privadas, mas aparecia no urbanismo também. A ideia de 
tornar a cidade funcional se dava por meio de princípios como: assegurar 
a entrada de sol e vento nas edificações com o afastamento dos prédios 
e o uso de recuos; organizar as áreas da cidade em locais de moradia, de 
trabalho, de indústrias e de lazer; criar vias de circulação para facilitar os 
deslocamentos, entre outros.
3Funcionalidade
Charles-Edouard Jeanneret-Gris foi um arquiteto e pintor franco-suíço que se tornou 
uma das figuras mais importantes da arquitetura no século XX. Adotou o pseudônimo 
profissional Le Corbusier por causa do sobrenome de sua avó materna, e teve grande 
influência para a formação da geração modernista de arquitetos brasileiros.
Le Corbusier desenvolveu extensa atividade acadêmica e teórica e publicou muitos 
artigos sobre seus estudos arquitetônicos. Admirador da arquitetura da Grécia Antiga, 
estudou os usos da razão áurea e da sequência de Fibonacci. É tido como um dos 
nomes mais influentes da arquitetura do século XX, ao lado do brasileiro Oscar Niemeyer, 
Frank Lloyd Wright, Alvar Aalto e Ludwig Mies van der Rohe.
Le Corbusier foi responsável por formular conceitos que expandiram os horizontes 
da arquitetura do século XX. Suas ideias estão presentes no projeto da Villa Savoye: a 
construção sobre pilotis, o terraço-jardim, a planta livre da estrutura, a fachada livre da 
estrutura e a janela em fita. Suas teorias deram base ao desenvolvimento da cidade 
de Brasília. O arquiteto é conhecido por definir métodos de construção racionalistas 
e funcionais. Também desenvolveu procedimentos para tornar paredes mais leves, 
usando novas formas de concreto armado (CONTRIBUIÇÕES DE…, 2015).
Confira, nas imagens a seguir, a fachada e a planta baixa de Villa Savoye.
Fonte: Montse Zamorano (2016).
Funcionalidade4
Rampa
Garagem
Entrada
Quarto de
empregado
Lavanderia
Calçada
Rampa
Escadaria
Varanda
Terraço
Fonte: Mello (2012).
Rampa
Garagem
Entrada
Quarto de
empregado
Lavanderia
CalçadaRampa
Escadaria
Varanda
Terraço
Fonte: Mello (2012).
5Funcionalidade
Relação entre beleza e funcionalidade
Uma arquitetura que preza pela funcionalidade deve considerar como fator 
primordial a finalidade e o uso de cada edificação ou espaço. Assim, o espaço 
deve ser projetado e construído para atender às necessidades dos moradores 
ou usuários daquele local, tornando o ambiente totalmente apropriado para 
as tarefas que ali serão desempenhadas. 
O conceito de funcionalismo e funcionalidade na arquitetura advém do 
movimento moderno, que evitava o uso de ornamentos e detalhes. Isso não 
significa que a estética da edificação fosse esquecida, porém, naquele momento, 
ela não era o princípio mais importante – a função da edificação exercia esse 
papel. Para Karen Laia, o movimento moderno comunicava uma ideologia 
de igualdade, modelo que a sociedade daquela época desenvolveu. Para ela:
[...] o Modernismo e seus ideais foram revolucionários e necessários na evo-
lução da arquitetura, possibilitando o surgimento de novos ideais e estilos, 
desvencilhando a arquitetura, de certa forma, da “tendência” de se seguir 
ou perpetuar modelos, estilos e ideias passadas. Apesar disso, é importante 
considerarmos o que aconteceu no cenário da arquitetura de épocas anterio-
res para utilizarmos desses conhecimentos, intervenções e propostas para 
continuarmos propondo projetos que condizem com nossa época e nossas 
necessidades atuais. Apesar de o ideal racionalista partir de um princípio de 
que os ornamentos são, de certa forma, “supérfluos”; uma obra puramente 
funcionalista pode ser muito bela, como muitas que poderiam ser citadas. Isso é 
possível não somente pelas suas formas, cores e texturas puras, como também, 
simplesmente por seus objetivos, intenções e sua essência (LAIA, 2012, p.1).
A beleza, ou estética, das edificações está ligada aos princípios de ordem, 
às proporções, ao ritmo, à organização dos ambientes e das formas volumétri-
cas. Nesse sentido, quando existe uma ordem, uma unidade, uma proporção, 
existe uma beleza, que não está diretamente ligada a ornamentos e detalhes. 
Assim, a estética pode andar lado a lado com a funcionalidade. Os projetos 
das edificações podem ser funcionais e, ao mesmo tempo, belos, a partir da 
utilização desses princípios arquitetônicos.
É importante ressaltar que o conceito de funcionalismo, ou funcionalidade, 
deve vir antes da beleza, porque de nada adianta uma edificação esteticamente 
magnífica se internamente ela não funciona nem atende às necessidades de 
seus ocupantes. Contudo, a boa arquitetura, além de ser funcional, pode e 
Funcionalidade6
A arquitetura contemporânea é caracterizada principalmente pela junção dos prin-
cípios de funcionalidade e estética. Em projetos que se preocupam com a qualidade 
de vida, aliada a uma planta funcional que tenha integração com o exterior, que se 
destaque pelas formas inovadoras e criativas, são utilizados os mais variados materiais, 
os volumes e as cores não têm regras, e esse é um dos motivos que faz com que a 
arquitetura contemporânea se destaque muito no Brasil e no mundo. Além disso, essas 
características tornam esse estilo mais flexível e prazeroso de se trabalhar.
O arquiteto Marcio Kogan é um bom exemplo a ser citado, pois consegue aliar essas 
características em seus projetos. “Seus desenhos priorizam linhas retas, decoração 
minimalista, tons neutros, funcionalidade e amplos espaços, sem incorrer na perda 
do conforto, do aconchego, da leveza, da simetria, do refinamento, da praticidade e 
da beleza” (ANTUNES, 2018, documento on-line).
Um bom exemplo de projeto desenvolvido por Kogan que alia funcionalidade e 
estética é a casa de veraneio em Paraty. Nesse projeto, o arquiteto trabalhou bem o 
conceito com a criação de duas caixas de concreto em balanço com linhas retas e puras. 
A casa se inseriu no entorno, sem criar impacto, o que faz dela uma residência especial.
deve aliar elementos estéticos, para que a arte da ação de fazer arquitetura seja 
transmitida nos projetos. De nada adianta um projeto ser funcional, mas não 
ser pensado quanto às suas proporções, à sua integração com o espaço, entre 
outros. Por isso, a complexa função do arquiteto é aliar – além dos materiais 
– a função e a beleza, garantindo edificações atrativas, bem organizadas, 
funcionais e que estejam de acordo com a paisagem da cidade e seu entorno.
Nos espaços internos, a decoração, que serve para atribuir beleza e estética 
diferenciadas ao espaço, pode estar ligada à função, deixando de ser apenas um 
elemento decorativo, contribuindo para as funções do ambiente. Uma arquitetura 
que se preocupa com a funcionalidade e com a estética aproveita todos os espaços 
de maneira criativa e consciente, facilitando a vida das pessoas e contribuindo 
para sua qualidade de vida. 
A arquitetura funcional não deve ser pensada internamente, mas composta 
com a estética, criando soluções funcionais e decorativas para os ocupantes da 
edificação. O desafio está em equilibrar e organizar as propostas capazes de 
unir a funcionalidade e a beleza, criando conexões, integrando os ambientes 
e a edificação, criando bons exemplos para a arquitetura.
7Funcionalidade
Fonte: Kon (2010).
Sua planta baixa com espaços comuns integrados e ambientes íntimos com privaci-
dade, além dos demais fluxos e acessos, garante o atendimento às necessidades dos 
moradores e, consequentemente, a funcionalidade da edificação.
15 15 15
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Fonte: Kon (2010).
Funcionalidade8
A importância da funcionalidade na arquitetura
A arquitetura, desde a antiguidade, é resultado das demandas sociais, da ne-
cessidade de abrigo, e proporciona uma reflexão referente à forma e à função.
O espaço é o vazio existente entre as formas. Ele é o principal meio da ar-
quitetura, por poder ser habitado. Além disso, na arquitetura, o espaço é 
cuidadosamente configurado para acomodar várias funções – ele confere 
propósito a uma edificação. Ele é determinado pelo programa de necessidades 
de uma obra de arquitetura, e é responsabilidade do arquiteto configurar es-
paços que possam acomodar as diversas funções de uma edificação (CHING; 
ECKLER, 2014, p.87).
Pode-se constatar, a partir da afirmação de Ching e Eckler, que a funcio-
nalidade de uma edificação está diretamente ligada ao seu propósito, ou seja, 
a importância desse princípio está no sentido de que, quando uma edificação 
não funciona, ela não serve para seus fins, ou seja, não atende ao propósito 
de uma boa arquitetura, que tem o dever de atender às necessidades de seus 
ocupantes, moradores ou usuários.
Para Ching e Eckler (2014), ao pensar a função de cada edificação ou 
espaço, alguns critérios devem ser considerados, como por exemplo:
 � as dimensões dos espaços determinam os usos e as funções que ele 
consegue acomodar ou não;
 � sua ordem e ligação com outros espaços da edificação determinam o 
grau de acesso e as relações com as outras funções do projeto.
Um preceito muito importante para o sucesso de um projeto, tanto na 
questão externa quanto na interna, é se ele é funcional. Funcionalidade é o 
nível mais fundamental de um projeto. Projetamos para melhorar o funcio-
namento dos espaços internos e para tornar mais convenientes as tarefas e 
atividades que executamos neles. O funcionamento adequado de um projeto 
está diretamente relacionado aos propósitos daqueles que o habitam e usam, 
assim como as suas habilidades e dimensões físicas. Segundo Francis Ching 
e James Eckler (2014, p. 377):
Para cumprir a função e o objetivo de um espaço, é necessário analisar cuida-
dosamente o usuário e as exigências impostas pelas atividades que ocorrerão 
naquele espaço. As ideias gerais a seguir podem ajudar o projetista a incluir 
9Funcionalidade
essas exigências no programa de necessidades, traduzir tais necessidades em 
formas e padrões e as integrar no contexto espacial.
A primeira coisa que se deve entender sobre a atividade do arquiteto é 
que as edificaçõestêm propósitos específicos, e devem ser organizadas para 
alcançar esses objetivos. O arquiteto tem a obrigação de configurar os espaços 
internos de um prédio, posicionando-o de modo adequado ao seu contexto. Essa 
questão influencia o sucesso de uma edificação em alcançar seu propósito. 
Para Ching e Eckler (2014), o arquiteto deve organizar uma edificação em seu 
terreno tendo em mente sua função específica, e deve distribuir os espaços 
internos da edificação de modo a dar o suporte adequado à sua função. 
Para que um projeto seja considerado funcional, ele deve ser projetado 
tendo como referência as medidas do corpo humano. Segundo Cornetet e Pires 
(2016), se os usuários da edificação forem considerados como uma referência 
no projeto, eles poderão realizar suas tarefas, movimentar-se pelos espaços e, 
assim, usá-lo com qualidade e conforto, garantindo que a função da edificação 
seja atendida com sucesso. 
Disso advém a importância da funcionalidade na arquitetura, pois é por 
meio dela que os ambientes serão usados de maneira eficiente, segura e prática, 
uma vez que foram projetados adequadamente para seus usos. 
Um projeto funcional requer o conhecimento de princípios de organização 
formal e morfológica de uma planta. O uso desses princípios e, consequen-
temente, a priorização da funcionalidade garantirão uma distribuição orde-
nada de acesso e circulação, gerando um fluxo apropriado para a edificação, 
permitindo que seja usufruída sem interferências que possam prejudicar seu 
funcionamento. 
Várias situações podem definir a melhor forma de organizar as plantas 
baixas, definindo os elementos de projeto. No entanto, existem conceitos 
consagrados de princípios ordenadores da arquitetura que nos auxiliam a 
definir as relações entre os espaços, que são: o eixo, a simetria, a hierarquia, 
a referência e o ritmo (CORNETET; PIRES, 2016, p. 70).
O processo projetual, que garante a funcionalidade das edificações, é algo 
complexo que requer diversas análises, tanto dos aspectos do programa de 
necessidades, quanto da integração e dos fluxos dos espaços e seus usos e tipos 
de usuários. Portanto, a funcionalidade pode ser considerada um importante 
princípio para o sucesso das edificações e, se aliada à ordem, à proporção, à 
beleza, à harmonia, entre outros fatores, garante uma arquitetura adequada e 
interessante para o meio urbano. 
Funcionalidade10
1. A funcionalidade é um princípio 
arquitetônico importante para 
a concepção e elaboração dos 
projetos e propostas, tendo 
em vista a criação de uma boa 
arquitetura. Sobre esse princípio, 
assinale a alternativa correta.
a) A funcionalidade trata 
exclusivamente da função 
ou uso que um novo projeto 
deve atender diante de uma 
edificação existente.
b) A funcionalidade refere-se 
à organização geral da 
edificação: se ela existe, é 
sinal de que ela funciona.
c) A funcionalidade está 
diretamente ligada às conexões 
entre os espaços, e não é 
influenciada pelos fluxos e 
pelos diferentes acessos.
d) Para que haja funcionalidade, 
é necessário que os ambientes 
sejam locados de forma linear, 
facilitando as circulações 
entre os espaços.
e) A funcionalidade é mais 
importante em projetos de 
grande escala, e não é relevante 
para proposições residenciais 
ou comerciais menores.
2. O princípio da funcionalidade está 
ligado ao termo funcionalismo. 
Esse termo esteve mais presente 
na arquitetura após a segunda 
Revolução Industrial, e foi 
evidenciado pelo movimento 
moderno. Sobre o surgimento 
do funcionalismo nos projetos 
e o movimento moderno, 
assinale a alternativa correta.
a) O funcionalismo advém do 
pensamento moderno que os 
arquitetos deveriam atender 
às exigências das edificações 
de maneira complexa.
b) Le Corbusier, precursor do 
movimento moderno, concluiu 
que toda forma segue uma 
função, determinando os 
princípios do funcionalismo.
c) O movimento moderno 
estabeleceu a importância da 
funcionalidade em projeto 
privados, sem preocupar-se 
com a racionalização urbana.
d) Adolf Loos aprimorou o 
conceito de funcionalismo, 
ressaltando que todo ornamento 
era supérfluo e que não 
contribuía para as edificações.
e) O funcionalismo pretendido 
pelo movimento moderno era 
representado por edificações 
com fluxos truncados e 
espaços internos rígidos.
3. O princípio da funcionalidade 
pode ser empregado juntamente 
com outras premissas. A beleza 
é algo que pode ser aliada ao 
princípio da funcionalidade. 
Sobre esses princípios, assinale 
a alternativa correta.
a) Uma obra puramente 
funcionalista, por meio de 
suas formas e texturas puras 
e simples, também pode 
ser considerada bela.
b) A beleza das edificações é 
adquirida unicamente por 
meio de ornamentos, ou 
11Funcionalidade
seja, quanto mais detalhes, 
mais bonita é a obra.
c) A partir da opção pela utilização 
dos princípios arquitetônicos, é 
possível definir se uma edificação 
será funcional ou bela.
d) Uma edificação apenas bela, 
sem apresentar qualquer 
outro princípio, já representa 
uma boa arquitetura.
e) As decorações dos espaços 
internos são totalmente voltadas 
à estética, sem exercer qualquer 
função para os ambientes.
4. Tudo que tem uma função tem 
um propósito maior, no caso 
da arquitetura, voltado ao uso 
das edificações e dos espaços. 
Nesse sentido, a funcionalidade 
é de extrema importância para 
o propósito dos projetos. Sobre 
a importância desse princípio, 
assinale a alternativa correta.
a) A funcionalidade é importante 
para se atingir a apropriação e o 
uso adequado de cada ambiente, 
garantindo-lhe a inoperância.
b) A funcionalidade permite 
a promoção de ambientes 
de maneira que eles se 
conformem em planta baixa 
de uma forma dissonante.
c) A funcionalidade garante que 
a estética da edificação se 
torne interessante por meio de 
formas, proporções e volumes.
d) A funcionalidade é relevante 
nos projetos, pois está 
voltada exclusivamente à 
organização dos volumes 
que compõem as fachadas.
e) A funcionalidade permite que 
cada ambiente esteja de acordo 
com as necessidades e tarefas 
que precisam ser realizadas neles.
5. O papel do arquiteto e urbanista é 
utilizar o princípio da funcionalidade, 
no sentido de garantir que cada 
proposta se torne, de fato, uma 
boa arquitetura. Considerando a 
função do profissional de arquitetura 
e a relação com esse conceito, 
marque a alternativa correta.
a) Para cumprir o propósito 
de um ambiente, deve ser 
feita uma análise do usuário 
e das exigências impostas 
pelas atividades que 
ocorrerão naquele espaço.
b) Para garantir a funcionalidade 
dos espaços, o arquiteto deve 
usar dimensões médias, sem 
adequar a um público específico.
c) O funcionamento eficaz de uma 
proposta está indiretamente 
relacionado aos propósitos 
daqueles que o habitam e usam, 
assim como às suas habilidades.
d) O arquiteto deve prever a 
configuração dos espaços 
internos de uma edificação de 
maneira que se relacionem entre 
si, sem considerar o contexto.
e) Por meio da organização do 
funcionamento e dos fluxos 
da edificação, o arquiteto 
deve promover circulações 
com interferências entre os 
espaços e as ligações.
Funcionalidade12
ANTUNES, J. Márcio Kogan. Disponível em: <https://arqurbmaismais.wordpress.com/
contemporanea/marcio-kogan/>. Acesso em: 24 abr. 2018.
CHING, F. D. K.; ECKLER, J. F. Introdução à arquitetura. Porto Alegre: Bookman, 2014.
CONTRIBUIÇÕES de Le Corbusier à arquitetura. 2015. Disponível em: <https://www.
galeriadaarquitetura.com.br/Blog/post/contribuicoes-de-le-corbusier-a-arquitetura>. 
Acesso em: 24 abr. 2018.
CORNETET, B. C.; PIRES, D. G. M. (Orgs.). Arquitetura. Porto Alegre: SAGAH, 2016.
FARRELLY, L. Fundamentos de arquitetura. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014.
KON, N. Paraty House. 2010. Disponível em: <https://www.archdaily.com/74934/
paraty-house-marcio-kogan>. Acesso em: 24 abr. 2018.
LAIA, K. O. Modernismo: racionalismo e funcionalismo arquitetônico. 2012. Disponível 
em: <http://sobrearquitetur.blogspot.com.br/2012/12/modernismo-racionalismo-e--funcionalismo.html>. Acesso em: 24 abr. 2018.
MELLO, C. H. Villa Savoye – casa projetada por Le Corbusier na cidade de Poissy. 2012. 
Disponível em: <http://www.cristinamello.com.br/?p=6109>. Acesso em: 24 abr. 2018.
MONTSE ZAMORANO. Villa Savoye, Le Corbusier’s machine of inhabit. 2016. Disponí-
vel em: <https://www.metalocus.es/en/news/villa-savoye-le-corbusiers-machine-
-inhabit>. Acesso em: 24 abr. 2018.
13Funcionalidade
https://arqurbmaismais.wordpress.com/
http://galeriadaarquitetura.com.br/Blog/post/contribuicoes-de-le-corbusier-a-arquitetura
https://www.archdaily.com/74934/
http://sobrearquitetur.blogspot.com.br/2012/12/modernismo-racionalismo-e-
http://www.cristinamello.com.br/?p=6109
https://www.metalocus.es/en/news/villa-savoye-le-corbusiers-machine-
 
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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