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Funcionalidade do espaço criado APRESENTAÇÃO Quando o arquiteto romano Vitrúvio (25 a.C) definiu a essência da arquitetura sobre os três aspectos utilitas (utilidade), firmitas (solidez) e venustas (beleza), mal sabia que essa tríade definiria o que é arquitetura até os dias de hoje. A função do espaço na arquitetura é tema de diversos autores, desde a Antiguidade até os dias atuais, cuja importância reside na organização adequada dos ambientes que farão parte do projeto de arquitetura, proporcionando atendimento ao programa de necessidades. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender sobre o aspecto utilitas, a função do espaço arquitetônico. Também vai conhecer as diferentes funções do espaço criado (função utilitária, de circulação, simbólica e psicológica) e os principais motivos pelos quais é importante considerar a utilização dos espaços conforme sua função. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar as diferentes funções do espaço arquitetônico.• Justificar a utilização dos espaços conforme a função.• Definir a funcionalidade de um espaço.• DESAFIO É extremamente necessário que você compreenda cada função do espaço arquitetônico e sua respectiva importância. Confira o arquivo a seguir e teste seus conhecimentos sobre o assunto: Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! a) Considerando a função utilitária, faça uma lista de, no mínimo, cinco setores que fazem parte do programa de necessidades de um museu e procure identificar, pelo menos, dois de seus ambientes. b) Dentre as diferentes funções do espaço arquitetônico, quais você considera que apresentam maior expressividade neste projeto? Justifique sua resposta. INFOGRÁFICO As diferentes funções do espaço arquitetônico são divididas em quatro categorias: utilitária, de circulação, simbólica e psicológica. Veja no Infográfico a seguir como as funções de vários exemplares arquitetônicos sofreram alterações expressivas, apesar de manterem sua utilidade, circulação, significado e atendimento ao usuário com o passar dos anos:. CONTEÚDO DO LIVRO A importância da função do espaço na arquitetura reside na organização adequada dos ambientes que farão parte do projeto, afinal, é isso que proporcionará o atendimento ao programa de necessidades. Portanto, é imprescindível que você conheça as diferentes funções do espaço criado (função utilitária, de circulação, simbólica e psicológica). Para saber mais sobre o assunto, leia o capítulo Funcionalidade do espaço criado, da obra Introdução ao projeto arquitetônico. Por meio do texto, você vai estudar a respeito da definição de funcionalidade na arquitetura, sua importância e as funções do espaço arquitetônico. Boa leitura. INTRODUÇÃO AO PROJETO ARQUITETÔNICO Cássia Morais Mano Funcionalidade do espaço criado Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Identificar as diferentes funções do espaço arquitetônico. � Justificar a utilização dos espaços conforme sua função. � Definir a funcionalidade de um espaço. Introdução Neste capítulo, vamos estudar as diferentes funções do espaço arqui- tetônico e como elas se inserem no projeto de arquitetura. Você vai compreender o motivo da utilização dos espaços conforme sua função com o auxílio de exemplos e exercícios. Por fim, vamos aprofundar os conhecimentos a partir da definição de funcionalidade de um espaço e do entendimento sobre como um espaço adequado pode servir para várias atividades simultaneamente. Funções do espaço arquitetônico Para compreender as questões que envolvem as funções do espaço arquitetô- nico, vamos voltar um pouco na história da teoria da arquitetura. O arquiteto romano Marco Vitrúvio (25 a.C.) destacou três aspectos que representam a essência da arquitetura: a utilidade, a solidez e a beleza. Cada um desses aspectos pode ser melhor definido como: � Utilidade (utilitas): disposição dos espaços de maneira que não houvesse obstáculos ao seu uso e que a edificação estivesse plenamente adaptada à sua localização. O edifício cumpre sua finalidade e está inserido adequadamente no entorno? � Solidez ( firmitas): característica própria da construção em si, composta por materiais criteriosamente escolhidos que garantissem a solidez do todo. O edifício está construído de maneira que vai manter-se em pé, composto por materiais que resistem às intempéries? � Beleza (venustas): aparência estética da edificação, sua beleza. O edifício é atrativo, serve para proporcionar satisfação? Desde a Antiguidade, os arquitetos se questionam sobre esses aspectos, que também podem ser sinônimos de funcionalidade (utilitas), construção ( firmitas) e estética (venustas) (DZIURA, 2006). Independentemente da maneira como a estética foi compreendida ao longo dos séculos, essa tríade vitruviana continua válida até hoje, como elementos necessários para uma boa arquitetura (LEMOS, 1994; ROTH, 1999). Vamos nos aprofundar no aspecto utilidade, o qual responde aos conteúdos programáticos de uma construção com uma variedade significativa de funções para o espaço arquitetônico. Uma obra de arquitetura deve satisfazer as necessidades humanas, correspondendo às finalidades sociais, pessoais e, inclusive, psicológicas em busca do bem- -estar humano (ROTH, 1999; PEREIRA, 2010). Funcionalidade do espaço criado2 Acerca das diferentes funções do espaço arquitetônico, quatro são reco- nhecidas como fundamentais: função utilitária, função de circulação, função simbólica e função psicológica (STROETER, 1986; ROTH, 1999). Sobre as diferentes funções do espaço, a mais básica é a função utilitária, que refere-se à adequação de um espaço a determinado uso ou atividade. Essa função pode ser observada desde a organização de um dormitório com mobiliário, até um edifício corporativo com diversos setores e salas. A função de circulação, que corresponde às conexões entre os ambientes, ou à criação de espaços para facilitar a movimentação das pessoas de uma área para outra, é tão importante quanto a função utilitária. O espaço arquitetônico também apresenta a função simbólica, em que a imagem de determinada edificação é associada a um significado. Por exemplo, quando vemos uma cruz, em geral, lembramos de uma igreja. Até o século XVIII, diretrizes gerais ditavam regras sobre a forma e a aparência dos edi- fícios para determinados usos. Atualmente, os arquitetos têm liberdade para decidir sobre esses quesitos. Assim, a partir da década de 1920, os profis- sionais de arquitetura tiveram que enfrentar dois desafios simultaneamente: inventar formas originais usando novas tecnologias de construção e elaborar novas representações simbólicas apropriadas às funções que o prédio abriga (ROTH, 1999). Por fim, o espaço arquitetônico tem a função psicológica, que diz respeito à satisfação das funções físicas e psicológicas dos indivíduos que utilizarão determinado edifício. A função psicológica também pode ser definida como a satisfação de todas as funções que foram apresentadas (utilitária, circulação e simbólica) (STROETER, 1986; ROTH, 1999). Vale destacar que, a partir das quatro funções principais (utilitária, de circulação, simbólica e psicológica) é possível sistematizar as atividades que serão realizadas nos espaços arquitetônicos, como pode ser observado no Quadro 1. 3Funcionalidade do espaço criado Função utilitária Função de circulação Função simbólica Função psicológica � Uso habitacional � Uso comercial � Uso industrial � Uso para serviços � Uso cultural � Conexão entre espaços � Organização do movimento � Acessos � Histórica � Política � Religiosa � Social � Pública � Privada � Atender às necessidades dos usuários � Satisfação a partir do cumprimento de todas as outras funções Quadro 1. Principais funções do espaço arquitetônico. O arquiteto romano MarcosVitrúvio (século I a.C.) deixou como legado a famosa obra De Architectura. Esse livro consiste no único tratado europeu do período greco-romano que chegou até a contemporaneidade, servindo de fonte de inspiração para vários teóricos de Arquitetura e Urbanismo. Os seus padrões de proporções e os seus princípios conceituais que definem a essência da arquitetura – utilitas (utilidade), venustas (beleza) e firmitas (solidez) – inauguraram a base da arquitetura clássica. Utilização do espaço conforme sua função A função de um edifício corresponde à atividade principal ou ao conjunto de atividades realizadas naquele espaço (NEVES, 1989). A utilização dos espaços conforme a sua função contribui para a organização espacial e, na escala da cidade, acomoda atividades distintas que compõem a estrutura cultural de uma sociedade. Por exemplo, a prefeitura de uma cidade contempla distintas funções representadas por meio da linguagem arquitetônica, como pode ser Funcionalidade do espaço criado4 observado nas Figuras 1 a 3. É interessante destacar que, independentemente das cidades onde estão localizadas, as prefeituras apresentam características que podem ser lidas a partir da sua forma: edificação imponente, indicando que ali acontece alguma função diferenciada; edificação que representa o estilo arquitetônico da época em que foi construída, ou seja, a técnica e o estilo arquitetônico predominam; edificação localizada no centro cívico da cidade, próxima a um espaço público aberto (p. ex., praças próximas ao centro cívico da cidade). Todas essas características revelam o significado do lugar, além de passarem uma mensagem ao observador sobre a importância da edificação no contexto onde está inserida. Figura 1. Prefeitura de Curitiba/PR. Fonte: Paulo Vilela/Shutterstock.com. 5Funcionalidade do espaço criado Figura 2. Prefeitura de São Paulo/SP. Fonte: Dado Photos/Shutterstock.com. Figura 3. Prefeitura de São Francisco/CA – Estados Unidos. Fonte: jabiru/Shutterstock.com. Funcionalidade do espaço criado6 Boa parte das edificações é construída para uma finalidade específica, o que nem sempre é evidente à primeira vista, já que a função pode estar explícita justamente no espaço arquitetônico, ou seja, no interior do edifício (CONWAY; ROENISCH, 2005). Os motivos para construírmos são vários: abrigo e proteção, segurança contra roubo ou fogo, privacidade, etc. Diferentes atividades – trabalho, lazer, criar uma família, culto religioso – requerem diferentes tipos de construções, talvez em locais especiais com espaços, for- mas e ambientes variados (CONWAY; ROENISCH, 2005; MUNÕZ COSME, 2008). As funções dos edifícios são, muitas vezes, complexas, e nem todas são utilitárias no sentido de servir a um propósito prático. Muitos edifícios são projetados para expressar emoções ou para simbolizar ideias, e isso pode influenciar a forma final da construção. Funcionalidade do espaço A definição de funcionalidade no Dicionário Aurélio corresponde à “qualidade do que é functional” (FERREIRA, 2004). O significado de funcional em arquitetura corresponde ao espaço capaz de cumprir com eficiência seus fins utilitários, capaz de atender à função. Assim, podemos afirmar que funcio- nalidade é o arranjo, a quantidade e a inter-relação dos espaços, e está rela- cionada ao modo como a edificação é projetada para ser utilizada de maneira plena pelos usuários (CHOAS, 2016). Segundo Silva (1998), a funcionalidade remete à função atendida pela edificação, é a tradução espacial relacionada às características físico-espaciais do ambiente: forma, dimensão, organização e arranjo dos elementos internos. As construções devem responder adequa- damente ao programa de necessidades, ou seja, a funcionalidade é condição necessária e fundamental na arquitetura (ROTH, 1999; PINA LUPIAÑEZ, 2004). Em resumo, pode-se dizer que funcionalidade é a forma arquitetônica adequada à função (STROETER, 1986). Cabe destacar que a funcionalidade da edificação deve ser considerada na etapa de estudo preliminar, de maneira que o programa de necessidades seja plenamente atendido. Hertezberger (1999) traz a questão da interpretação equivocada da fun- cionalidade na concepção de edifícios, quando a especificação extremada do programa faz com que seja praticamente impossível adaptar a edificação a outro tipo de função. Esse aspecto deve ser considerado tendo em vista que soluções muito específicas conduzem à obsolescência do edifício, à sua disfun- cionalidade, já que ele não consegue comportar nenhuma outra função além daquela projetada. Assim, o autor reforça que, devido ao surgimento de novos 7Funcionalidade do espaço criado programas arquitetônicos e à rapidez com que algumas cidades se transformam, o essencial é que o projeto de arquitetura permita flexibilidade. Dessa forma, quando os usuários decidirem dar outra função ao prédio, diferente da que foi originalmente concebida pelo arquiteto, é importante que essa trasnformação seja possível sem que a identidade do projeto seja prejudicada. Para atender a essa flexibilidade nos projetos arquitetônicos contempo- râneos, muitos arquitetos optam por desenvolver projetos cujos pavimentos apresentam uma planta livre, ou seja, sem a divisão dos compartimentos (Figura 4). Isso permite ao cliente organizar as salas ou os apartamentos conforme suas necessidades. É uma maneira contemporânea de projetar aparta- mentos residenciais e salas comerciais, ou seja, a planta livre permite a divisão dos compartimentos conforme a necessidade de cada cliente. Figura 4. Exemplo de planta livre, sem a divisão em salas. Fonte: Tatum/Shutterstock.com. Funcionalidade do espaço criado8 O vídeo apresenta uma edificação, localizada na cidade de Florianópolis/SC, onde funciona uma sede de associação de moradores. Neste exemplo, a busca pela funcionali- dade e pela beleza teve como resultado a satisfação dos usuários e moradores da cidade. https://goo.gl/YYCFKU Vamos observar qual é a finalidade de uma construção, ou seja, sua função. Um hos- pital, cuja função principal é tratar os pacientes, deverá ter espaços adequados para o atendimento, acolhimento e tratamento das pessoas. Entre outras utilidades do hospital, podemos destacar o conforto oferecido aos usuários: o espaço deve apresentar pouco ruído, layout de fácil assimilação por parte dos visitantes, espaços abertos para contemplação, etc. Isso revela que, além da função utilitária, uma edificação deve atender a outros quesitos desejáveis para o seu bom funcionamento; nesse caso, atender às necessidades físicas e psicológicas dos usuários. 1. O arquiteto romano Marco Vitrúvio, tentando delimitar a essência da arquitetura, elencou três aspectos que a definem: utilidade, solidez e beleza. Sobre essa tríade vitruviana, marque a opção correta. a) A utilidade é o aspecto mais relevante e, por esse motivo, foi colocada como primeiro quesito na definição de arquitetura. b) Considerando os avanços tecnológicos atuais, os aspectos elencados por Vitrúvio não servem mais como definição de arquitetura. c) Não há uma hierarquia entre esses três aspectos, é o equilíbrio entre eles que garante uma boa arquitetura. d) A utilidade diz respeito aos aspectos construtivos, a solidez trata da função da construção e a beleza da sua aparência estética. e) Uma construção pode ser composta por apenas dois desses elementos e ainda será arquitetura. 9Funcionalidade do espaço criado 2. Sobre a funcionalidade no espaço criado, aponte a alternativa certa. a) Nem toda arquitetura apresenta funcionalidade; no caso de um monumento, não existe a necessidade de atender a um programa de necessidades. b) Quanto maior for o atendimento do programa de necessidades de um espaço, menor será a sua funcionalidade. c) A funcionalidade é dispensável quando são considerados projetos de arquitetura atuais, em que a flexibilidade passa a ser mais importante. d) É um aspecto que pode ser considerado quando o projetoarquitetônico estiver concluído, adaptando as áreas internas para atender às atividades do programa. e) É a tradução espacial apropriada relacionada às características físicas do ambiente. 3. Observe as seguintes imagens de projetos de habitação (casa contemporânea do século XXI e casa medieval do século XV) e escolha a alternativa correta a respeito das diferentes funções do espaço arquitetônico. Fonte: gumbao; Santiago Cornejo/Shutterstock.com. a) É possível avaliar a função de circulação das habitações e depreender que a casa contemporânea apresenta circulações e ambientes mais amplos. b) A maneira como as habitações estão inseridas no tecido urbano constitui um aspecto importante da função psicológica. c) As casas apresentam as mesmas funções utilitárias e também a mesma lógica de organização dos ambientes. d) Mesmo com os aspectos formais modificados ao longo dos séculos, a habitação mantém sua função utilitária por excelência, que é proporcionar um espaço de abrigo, proteção e conforto para os seus usuários. e) Ao observarmos uma cidade, um dos aspectos que chama a atenção são as características das residências, cuja função simbólica prevalece sobre as demais. 4. Considere a seguinte afirmação: “Os modernistas argumentavam que a forma segue a função e que formas funcionalmente eficientes necessariamente tinham uma geometria pura (formas cúbicas, esféricas ou triangulares). Mas sua estética simplificada desconsiderava a realidade desordenada dos requisitos funcionais reais” (JOHNSON; WIGLEY, 1988). Qual afirmação corresponde à interpretação correta dessa sentença? Funcionalidade do espaço criado10 a) As formas geométricas puras atendem melhor à funcionalidade de um espaço do que a estética complexa. b) Independentemente da forma utilizada pelo arquiteto, a funcionalidade do espaço deve vir em primeiro lugar. c) A funcionalidade de um espaço nem sempre está associada à ordenação. d) A forma deve seguir a função. e) A relação entre forma e função deve ser equilibrada para ter um resultado satisfatório. 5. Você trabalha como estagiário(a) em um escritório de arquitetura e recebe o seguinte diagrama de conexões entre ambientes (função de circulação) para analisar, referente à etapa de estudo preliminar de um projeto. A partir do diagrama, você pode afirmar que: a) trata-se do diagrama de fluxos de uma residência, no qual todas as conexões entre os ambientes estão definidas. b) trata-se do diagrama de fluxos de uma pequena loja, no qual as conexões entre os ambientes não estão definidas. c) não é possível afirmar a qual tipo de projeto pertence esse diagrama. d) trata-se do diagrama de fluxos de uma residência, no qual todas as conexões entre os ambientes localizados no setor social estão definidas. e) trata-se do diagrama de fluxos de uma residência, no qual todas as conexões entre os ambientes localizados no setor íntimo estão definidas. CHOAS, M. L. L. S. Sobre as características do espaço arquitetônico facilitadoras do ensino- -aprendizagem na universidade. 409 p. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília, Brasília, 2016. CONWAY, H.; ROENISCH, R. Understanding architecture: an introduction to architecture and architectural history. 2nd ed. London: Routledge, 2005. 11Funcionalidade do espaço criado DZIURA, G. L. Três tratadistas da arquitetura e a ênfase no uso do espaço. Revista da Vinci, v.3, n.1, p.19-36, 2006. Disponível em: <http://www.up.edu.br/davinci/3/303_ tres_tratadistas_da_arquitetura.pdf>. Acesso em: 4 abr. 2018. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. Curitiba: Positivo, 2004. HERTZBERGER, H. Lições de arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 1999. JOHNSON, P.; WIGLEY, M. Deconstructivist architecture. Nova Iorque: MoMA, 1988. Dispo- nível em: <https://www.moma.org/documents/moma_catalogue_1813_300062863. pdf>. Acesso em: 4 abr. 2018. LEMOS, C. A. O que é arquitetura. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. MUNÕZ COSME, A. El proyecto de arquitectura: concepto, proceso y representación. 2. ed. Barcelona: Reverté, 2008. NEVES, L. P. Adoção do partido na arquitetura. Salvador: EDUFBA, 1989. PEREIRA, J. R. A. Introdução à história da arquitetura: das origens ao século XXI. Porto Alegre: Bookman, 2010. PINA LUPIÁÑEZ, R. El proyecto de arquitectura: el rigor científico como instrumento poético. 447 p. Tese (Doutorado em Arquitetura) - Escuela Técnica Superior de Ar- quitectura, Universidad Politécnica de Madrid, Madri, 2004. Disponível em: <http:// oa.upm.es/1789/1/RAFAEL_PINA_LUPIANEZ.pdf>. Acesso em: 4 abr. 2018. ROTH, L. M. Entender la arquitectura: sus elementos, historia y significado. Barcelona: Gustavo Gili, 1999. SILVA, E. Uma introdução ao projeto arquitetônico. 2. ed. rev. e amp. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 1998. STROETER, J. R. Arquitetura e teorias. São Paulo: Nobel, 1986. Funcionalidade do espaço criado12 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: DICA DO PROFESSOR Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre os tipos de projeto que você vai encontrar em escritórios de arquitetura. Aqui, você vai observar uma comparação dos conhecimentos teóricos da funcionalidade de um espaço com os projetos desenvolvidos em escritório. Também vai compreender como visualizar, na prática, algumas das funções do espaço estudadas nesta Unidade de Aprendizagem e tomar conhecimento dos tipos de uso mais comuns em projetos solicitados no dia a dia da profissão. Você também vai ver algumas dicas sobre como saber mais a respeito da função de um espaço arquitetônico, particularmente o uso residencial, e como isso pode auxiliar na prática do profissional de arquitetura. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) O arquiteto romano Marcos Vitrúvio, tentando delimitar a essência da arquitetura, elencou três aspectos que a definem: utilidade, solidez e beleza. Sobre essa tríade vitruviana, é possível afirmar que: A) a utilidade é o aspecto mais relevante e por este motivo foi colocado como primeiro na definição de arquitetura. B) considerando os avanços tecnológicos atuais, os aspectos elencados por Vitrúvio não servem mais como definição de arquitetura. C) não há uma hierarquia entre esses três aspectos, sendo o equilíbrio entre eles a garantia de uma boa arquitetura. a utilidade diz respeito aos aspectos construtivos, a solidez trata da função da construção e D) a beleza, da sua aparência estética. E) uma construção pode ser composta por apenas dois desses elementos e, ainda assim, será arquitetura. 2) Sobre a funcionalidade no espaço criado, é possível afirmar que: A) nem toda arquitetura apresenta funcionalidade: no caso de um monumento, não existe a necessidade de atender a um programa de necessidades . B) quanto maior for o atendimento do programa de necessidades de um espaço, menor será a sua funcionalidade. C) a funcionalidade é dispensável quando são considerados projetos de arquitetura atuais, onde a flexibilidade passa a ser mais importante. D) é um aspecto que pode ser considerado quando o projeto arquitetônico estiver concluído, adaptando-se as áreas internas a fim de atender às atividades do programa. E) é a tradução espacial apropriada, relacionada às características físicas do ambiente. Observe as seguintes imagens, de projetos de habitação, e escolha a alternativa correta a respeito das diferentes funções do espaço arquitetônico: 3) A) É possível avaliar a função de circulação das habitações e depreender que a casa contemporânea apresenta circulações e ambientes mais amplos. B) O modo como as habitações estão inseridas no tecido urbano constitui um aspecto importante da função psicológica. C) As casas apresentam as mesmas funções utilitárias e também a mesma lógica de organizaçãodos ambientes. Mesmo com os aspectos formais modificados ao longo dos séculos, a habitação mantém sua função utilitária por excelência, que é proporcionar um espaço de abrigo, proteção e conforto para seus usuários. D) E) Ao observarmos uma cidade, um dos aspectos que chama a atenção é a característica das residências, cuja função simbólica prevalece sobre as demais. 4) Considere a seguinte afirmação: “Os modernistas argumentavam que a forma segue a função e que formas funcionalmente eficientes necessariamente tinham uma geometria pura (formas cúbicas, esféricas ou triangulares). Mas sua estética simplificada desconsiderava a realidade desordenada dos requisitos funcionais reais” (MARK WIGLEY, 1988). Qual das afirmações a seguir corresponde à interpretação correta dessa sentença? A) As formas geométricas puras atendem melhor à funcionalidade de um espaço do que a estética complexa. B) Independentemente da forma utilizada pelo arquiteto, a funcionalidade do espaço deve vir em primeiro lugar. C) A funcionalidade de um espaço nem sempre está associada à ordenação. D) A forma deve seguir a função. E) A relação entre forma e função deve ser equilibrada para haver um resultado satisfatório. Você trabalha como estagiário em um escritório de arquitetura e recebeu o seguinte diagrama de conexões entre ambientes (função de circulação) para analisar, referente à etapa de estudo preliminar de um projeto: 5) A partir do diagrama, você pode afirmar que: A) trata-se do diagrama de fluxos de uma residência, no qual todas as conexões entre ambientes estão definidas. B) trata-se do diagrama de fluxos de uma pequena loja, no qual as conexões entre ambientes não estão definidas. C) não é possível afirmar de qual tipo de projeto se trata o diagrama. D) trata-se do diagrama de fluxos de uma residência, no qual todas as conexões entre ambientes localizados no setor social estão definidas. E) trata-se do diagrama de fluxos de uma residência, no qual todas as conexões entre ambientes localizados no setor íntimo estão definidas. NA PRÁTICA A realização do diagrama de fluxos, considerando as conexões entre ambientes, sempre estará presente na etapa de estudo preliminar dos projetos de arquitetura. Portanto, é importante você acompanhar como podemos organizar, na prática, um fluxograma - conexões entre espaços. Aqui, você vai acompanhar como desenvolver um fluxograma a partir do programa de necessidades de uma casa, contribuindo assim para a funcionalidade do espaço. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Funções de uma edificação e reforma Para você saber mais sobre como as funções de uma edificação podem ser alteradas para atender um novo uso, veja a reforma realizada no Edifício Glória, no Rio de Janeiro. O edifício original, projetado pelo arquiteto Eduardo Pederneiras, em 1927, era ocupado pelo antigo hotel Monroe e pelo Teatro Glória, no térreo. Vale a pena conferir as imagens do projeto: Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! O espaço na geografia e na arquitetura Para refletir sobre o espaço nos projetos arquitetônicos e a localização onde eles são construídos, leia o artigo O espaço na geografia e o espaço da arquitetura: reflexões epistemológicas: Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! A funcionalidade na aquitetura Reflita sobre a função da arquitetura através do texto a seguir que traz uma entrevista com Paulo Mendes da Rocha, um dos arquitetos mais cultuados do país. Disponível em: Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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