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AULA 5 WEB MARKETING (MARKETING DIGITAL) Profª Isadora Tonet Assad 2 INTRODUÇÃO Atualmente, as compras pela internet têm se tornado cada vez mais comuns. O que antes precisava vencer uma infinidade de barreiras, como o medo de ter os dados roubados ou as dificuldades técnicas, hoje tem feito parte do dia a dia dos consumidores no mundo todo. Nesta aula, vamos falar um pouco sobre as lojas virtuais, entendendo melhor quais são as suas características e formatos. Também estudaremos um pouco sobre os produtos digitais, que têm conquistado o mercado. TEMA 1 – LOJAS VIRTUAIS Com a popularização do acesso à internet, surgiu a oportunidade de oferecer produtos e serviços de forma virtual. Durante muito tempo, era necessário se deslocar até um espaço físico para conhecer produtos, avaliar seus requisitos técnicos e então fazer uma compra. Como já sabemos, hoje temos isso na palma das nossas mãos, em nossos dispositivos móveis, o tempo todo. As lojas virtuais, também chamadas de e-commerces, são canais de vendas que permitem a realização de transações por meio de dispositivos que se conectam à internet, seja um computador, tablet ou smartphone (Salvador, 2016). Podem ser desenvolvidas como um site, que será acessado por meio de um navegador de internet ou no formato de aplicativo, sendo um sistema exclusivo da loja em questão. O foco da uma loja virtual é gerar um meio em que o consumidor tenha a possibilidade de conhecer produtos, descobrir mais sobre eles e efetuar compras de forma digital. Existem muitas semelhanças entre as lojas físicas e as virtuais. Por exemplo, na loja virtual existem as vitrines para visualizar os produtos e é possível ter um carrinho de compras, onde você vai adicionando o que quer levar. Também é possível fazer uma lista de presentes, para passar para os convidados de um casamento. Ainda, é possível conhecer detalhes dos produtos e explorar as formas de pagamento. A diferença é que, numa loja física, na maioria dessas ações você precisa da ajuda de um colaborador e no e-commerce você tem a possibilidade de fazer a maior parte das ações sozinho, o que agiliza o processo e traz mais autonomia para o consumidor (Salvador, 2016). Nesse sentido, é importante saber que algumas características do e-commerce são únicas e 3 chamam a atenção dos gestores de marketing, aumentando o interesse em se investir nesse tipo de plataforma. Vamos conhecer algumas delas. 1.1 Características específicas das lojas virtuais O que faz uma loja virtual ser tão desejável, tanto para as empresas quanto para os consumidores? Stefano e Zattar (2016) destacam algumas características das lojas virtuais que as tornam tão poderosas: Lojas virtuais são ubíquas: como sabemos, a característica chamada de ubiquidade diz respeito à disponibilidade ininterrupta do serviço (Stefano; Zattar, 2016). Ou seja, a loja está disponível em todo o tempo e em todo lugar, por ser disponibilizada online. Essa característica traz um grande diferencial em relação à loja física, que precisa enfrentar limitações de tempo e espaço; Alcance global: salvo restrições que alguns países podem aplicar, um site que é colocado no ar hoje pode ser acessado em qualquer parte do mundo. Isso tem permitido que marcas sejam conhecidas mundialmente, ampliando a possibilidade de vendas internacionais para produtos e serviços. Algumas empresas já nascem pensando na internacionalização desde o seu início, o que antes era um processo longo até se iniciar a venda para o exterior; Padrão universal: a internet possui padrões de configuração e de códigos operacionais que se aplicam em todo o mundo. Essa é outra característica que facilitou a expansão global. Se cada região tivesse uma forma específica de organizar seus dados, seria muito mais difícil de disponibilizar uma loja online mundialmente; Interatividade e tecnologia social: as lojas virtuais permitem que o usuário se relacione com o ambiente digital e adquira bens e serviços e ainda compartilhe suas experiências com seu núcleo social de forma rápida, fácil e abrangente; Customização de mensagens: em uma loja virtual, a personalização do serviço pode ser automatizada. Por exemplo, quando um cliente se identifica através de um login, o próprio sistema pode sugerir produtos complementares àquele que o cliente já incluiu no carrinho ou oferecer 4 informações que o ajudem em seu pedido atual, com base em compras anteriores; Riqueza das informações: as informações fornecidas por uma loja podem ser cada vez mais completas e de maior qualidade, através de texto, imagens, áudio, vídeo, realidade aumentada, entre outros meios interativos. Essas características fazem com que os e-commerces venham se expandindo cada vez mais. Contudo, é importante conhecer quais aspectos negativos podem estar ligados às lojas virtuais, como veremos a seguir. 1.2 Desvantagens da loja virtual e formas de superá-las Umas das principais desvantagens da loja virtual é que, por meios digitais, não é possível interagir diretamente com o produto antes da compra, o que pode gerar uma compra indesejada (Kotler, 2000). Um exemplo claro sobre esse sentido são as lojas virtuais de roupas. Sabe-se que, em geral, não existe uma padronização nos tamanhos de vestuário: uma mesma pessoa veste bem uma camisa tamanho P de uma marca, mas em outra marca a tamanho M fica melhor. Tamanhos de calças também sempre são confusos, apresentando variações. Assim, uma pessoa pode ter dificuldades para saber se aquele produto realmente vai lhe cair bem quando chegar. Para evitar frustrações, uma loja de roupas pode fornecer as medidas em centímetros do produto. Assim, o consumidor pode tirar as medidas de suas roupas atuais com uma régua e comparar com os produtos que pretende comprar. Dessa forma, as chances de conseguir adquirir um produto mais adequado aos seus desejos e necessidades é maior. Além disso, as lojas virtuais têm melhorado suas políticas de troca, favorecendo aqueles consumidores que tiveram algum tipo de frustração com o produto pelo fato de não haverem provado antes de comprar. Isso pode ser visto em e-commerces que oferecem troca grátis em até alguns dias após o recebimento do produto. Isso gera um custo a mais para a empresa, que terá que investir no frete de ida e volta desse produto, mas aumenta a segurança do consumidor em adquirir algo que ele realmente deseja. Outra desvantagem relevante é a impossibilidade de se ter o produto a pronta-entrega. Ou seja, quando se compra em uma loja virtual, você efetua o pagamento, mas não sai da loja com o produto em mãos, sendo preciso aguardar 5 a chegada (salvo em caso de produtos digitais, que veremos no tema 5 desta aula). Isso não resolve o problema de quem precisa do produto naquele momento, precisando recorrer para uma loja física. As empresas têm buscado soluções para tentar eliminar essa desvantagem ou ao menos diminuir seu impacto. Saiba mais Uma pesquisa recente mostrou que quanto menos é o tempo de entrega de um produto, maior é o volume de vendas, tamanha é a importância desse fator para o consumidor. O texto a seguir resume essa pesquisa. Diminuir o tempo de entrega do produto aumenta as vendas Uma prática que está sendo adotada pelas empresas varejistas é a integração dos canais de venda online com as lojas físicas. Isso faz com que os gestores desenvolvam estratégias como a criação de centros de distribuição (CD) para melhorar o prazo de entrega dos produtos. Mas quanto a criação de um CD impacta nas vendas da empresa? Um estudo realizado nos Estados Unidos demonstrou que a criação de um CD impacta o volume de vendas tanto nas lojas online como nas físicas. Nas lojas online a redução de 1 dia útil no prazo de entregagerou um aumento de 1,45% nas vendas. Para as lojas físicas o aumento foi de 0,61% com base em um prazo de entrega de 7 dias. Este incremento pode ser maior com a divulgação do benefício para os clientes. Para a criação de um centro de distribuição, destaca- se que os gestores devem usar os dados de consumidores fornecidos pelas lojas online para escolher o local ideal. Os autores sugerem que o local mais eficaz é onde a empresa possui maior presença online. Fonte: Schiessl, 2019. Saiba mais Acesse o livro E-commerce: conceitos, implementação e gestão (STEFANO; ZATTAR), e leia o item Principais aplicações do e-commerce e suas funcionalidades entre as páginas 132 e 135. Disponível na Biblioteca Virtual (AVA Univirtus). Pode acessar digitando a palavra-chave “E-commerce: conceitos, implementação e gestão”. 6 TEMA 2 – MODELOS DE LOJA VIRTUAL O comercio eletrônico tem tomado cada vez mais força e se expandido para uma infinidade de segmentos de mercado. Da mesma forma como novos formatos de lojas físicas têm surgido, também observamos novos modelos de lojas virtuais. Eugênio (2019) destaca os quatro mais comuns: a loja de código livre, a loja virtual própria, a loja virtual alugada e os marketplaces. A seguir, vamos entender um pouco sobre cada uma delas. 2.1 Loja virtual de código livre Atualmente existem diversas comunidades de programadores de códigos virtuais que desenvolvem sistemas gratuitos de lojas virtuais e disponibilizam esses códigos para uso comum. Essa é uma das possibilidades de se desenvolver uma loja virtual. O ponto positivo é que há uma maior possibilidade de personalização e não existem custos fixos além dos custos de domínio e hospedagem do site. Contudo, lojas virtuais de código livre exigem que alguém da empresa tenha conhecimentos de programação para que fique focado em anteder às demandas dessa área geradas pelo e-commerce (Eugênio, 2019). 2.2 Loja virtual própria Uma empresa também pode optar por construir todo o sistema de loja virtual desde o início, gerando possibilidades bem específicas de interação entre o cliente e os produtos disponíveis. Esse modelo é mais indicado para empresas já estabelecidas no mercado geral e que optem por ampliar seus canais para o digital (Eugênio, 2019). Assim, é possível construir toda a lógica de vendas dentro do mesmo padrão já aplicado no mercado. Os custos de desenvolvimento desse tipo de loja virtual são mais elevados, mas pode trazer diferenciais competitivos para a empresa. 2.3 Loja virtual alugada A loja virtual alugada é aquela em a empresa faz uso de um sistema de vendas padronizado, totalmente pronto para uso (Eugênio, 2019). Nesse caso, não é necessário ter conhecimentos de programação para colocar o e-commerce 7 no ar, o que amplia a possibilidade de mais empresas realizarem vendas online. Os custos desse modelo variam em sua forma de aplicação, podendo ser por meio de uma mensalidade fixa ou um percentual das vendas realizadas na plataforma. 2.4 Marketplaces Os marketplaces são um tipo de loja virtual agregadora, que permite que diversas lojas diferentes vendam produtos em uma mesma plataforma (Eugênio, 2019). Por exemplo: digamos que você resolva abrir uma loja virtual de calçados. Para colocar a loja no ar, você vai ter vários custos, inclusive os de comunicação de marketing, para que sua loja seja conhecida e gere vendas. Porém, um caminho mais rápido é colocar os seus calçados para serem vendidos em uma loja que já é conhecida e já receba um bom volume de visitantes por mês, o que ajuda a ter mais compras no final. Nesse caso, você poderia optar pelo marketplace, em que os seus produtos estariam sendo vendidos junto com várias outras lojas diferentes em uma mesma plataforma. Sabe quando você está vendo um produto em uma loja virtual e na descrição aparece uma frase parecida com “este produto é vendido pela Loja X e entregue pela Loja Y”? Isso quer dizer que a Loja X está utilizando a plataforma de marketplace da Loja Y para divulgar e já efetuar a venda dos seus produtos. Em qualquer tipo de loja virtual, é muito importante permitir que o consumidor tenha a possibilidade de avaliar o produto e que essa avaliação fique visível ao público que visita. A nota que um usuário atribui para o produto conta muito no processo de compra, principalmente para aqueles que estão na fase de argumentação sobre qual produto ou loja escolher (Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2017). Saiba mais O texto a seguir mostra os resultados de uma pesquisa que analisou a forma como as avaliações são apresentadas e também os perfis dos avaliadores, mostrando as diferenças que surgem entre esses elementos e a importância disso para os gestores de lojas virtuais. Como as avaliações online podem influenciar as vendas em sua loja virtual 8 Em lojas virtuais, as avaliações prévias são importantes para a decisão de compra. O relato da experiência de outros clientes pode aumentar a confiança sobre o item desejado. Mas qual tipo de avaliador exerce mais influência sobre as compras? Ao avaliar reviews e vendas da Amazon.com, pesquisadores descobriram que o perfil do avaliador pode ser determinante para impulsionar as vendas. Dois grupos se destacaram no estudo, os de alto nível – que contribuem constantemente com reviews – e os de nível mais baixo – que avaliam apenas produtos específicos. Os resultados indicam que, embora o engajamento com a comunidade faça com que perfis de alto nível sejam percebidos como formadores de opinião, a sua influência é limitada em relação a novos produtos ou produtos que têm muita variação de opinião entre os avaliadores existentes. Ainda que avaliadores de alto nível escrevam resenhas mais longas, detalhadas e com mais pontuação, suas contribuições são menos sociais e menos afetivas quando comparadas com as escritas por avaliadores de nível mais baixo. Os últimos ganham crédito entre seus pares e apresentam forte influência sobre a venda de produtos. Na prática, é preciso que os lojistas virtuais considerem não apenas o conteúdo das avaliações, mas também o estilo do avaliador para identificar potenciais influenciadores de compra em ambientes de marketplace. Essa identificação pode fornecer reviews mais apurados para a estratégia da empresa, especialmente após o lançamento de produtos. Fonte: Jesbick, 2018. Saiba mais Acesse o livro E-commerce: conceitos, implementação e gestão (STEFANO; ZATTAR), e leia o item Modelos de negócios para e-commerce entre as páginas 87 a 93. Disponível na Biblioteca Virtual (AVA Univirtus). Pode acessar digitando a palavra-chave “E-commerce: conceitos, implementação e gestão”. TEMA 3 – MEIOS DE PAGAMENTO Assim como nas lojas físicas, as lojas virtuais podem oferecer várias formas diferentes de pagamento. 9 Segundo Marquez (S.d.), as principais e mais eficientes são: boleto, transferências bancárias, cartões de débito e crédito e as chamadas carteiras virtuais. 3.1 Boleto O boleto, que tem sido cada vez mais comum em diversos tipos de serviços, é um documento gerado pelo sistema que possibilita o pagamento em qualquer banco, por meio de um código de barras. Uma loja virtual pode oferecer o pagamento em boleto, o que alcança consumidores que não possuem cartão de crédito. A desvantagem do boleto é o tempo de compensação do pagamento: geralmente o prazo que o sistema tem para liberar uma compra por meio de boleto é de 48 horas, visto os procedimentos bancários que precisam ser resolvidos para liberar o valor para a loja. Ainda com essa desvantagem, o boleto é um dos meios mais comuns de compra pela internet. É preciso avaliar se o tipo de produto ou serviço que a empresa oferece tem essa elasticidade de tempo para oferecer o pagamento em boleto. 3.2 Transferências bancárias A transferência é feita pelo própriocomprador, acessando sua conta no caixa eletrônico ou pelos meios virtuais e efetuando o envio do valor da compra. Esse meio de pagamento tem como vantagem o fato de que o consumidor não precisa inserir seus dados bancários na efetivação da compra, apenas enviar o comprovante para a validação. Como desvantagens, tem-se que, em muitos bancos, as transferências têm custos para o consumidor. Além disso, o processo de compra fica mais lento, pois depende de o consumidor realizar a transferência e encaminhar o comprovante. Essa lentidão no processo pode fazer com que o próprio cliente desista da aquisição, tendo maiores taxas de cancelamento de compra. 3.3 Cartões de débito ou crédito As compras em lojas virtuais podem ser feitas por pagamento por meio de cartões de débito ou de crédito. Como é amplamente conhecido, o cartão de débito é aquele que permite que o valor seja desembolsado diretamente da conta 10 bancária do consumidor. Já o cartão de crédito oferece um limite de valor que pode ser usado pelo consumidor e pago ao final de um período, geralmente um mês. Essas duas formas de pagamento são bastante utilizadas em lojas virtuais, pois permitem a liberação automática da compra. Como ponto negativo, existe a possibilidade de muitos consumidores não se sentirem seguros em cadastrar seus dados de cartão nos sistemas de pagamento. Os bancos e operadores de cartões têm criado meios de superar essas dificuldades, criando opções alternativas, como cartões virtuais temporários, usados para efetivar uma compra e depois desativados, entre outros métodos. 3.4 Carteiras virtuais As carteiras virtuais são sistemas que permitem que o usuário crie um login e cadastre seus meios de pagamento favoritos. Assim, quando quiser fazer uma compra em uma loja virtual que aceite esse tipo de pagamento, não precisará fazer novamente o cadastro de seus dados de pagamento no e-commerce, mas apenas fazer o login pela carteira virtual, que já acessa todas as informações. Em essência, o pagamento será feito por meio do cartão de crédito ou débito cadastrado na carteira virtual. A diferença é a facilidade para o consumidor, que ganhará tempo ao evitar a necessidade de um novo cadastro. 3.5 Principais características dos pagamentos em lojas virtuais Para que sejam vistos com olhos positivos pelos consumidores, os meios de pagamento precisam oferecer confiança e tranquilidade ao comprador. Assim, as principais características que se esperam dos meios de pagamento são os aspectos de segurança, a variedade de opções de pagamento e as garantias. A questão da segurança tem a ver com as especificações técnicas aplicadas ao e-commerce, que irão garantir que todas as transações ocorridas ali não causem nenhum tipo de dano ao consumidor. Ou seja, que os dados fornecidos para compra sejam mantidos em sigilo e que os meios utilizados para pagamento não sofram interferências, por exemplo, um cartão de crédito ser clonado. A segurança deve vir em primeiro lugar quanto se trata de meios de pagamento e deve ser comunicada ao consumidor de forma clara. Por isso, nas melhores lojas virtuais, você vai identificar um ícone de segurança, geralmente no 11 rodapé do site ou na página de fechamento de pedido. Isso confere confiabilidade par a empresa, trazendo maios tranquilidade ao consumidor. Outro aspecto que pode trazer tranquilidade ao consumidor são as garantias oferecidas em relação ao pagamento. Assim como a garantia de troca grátis de um produto pode fazer o consumidor ficar mais confortável em comprá- lo, as políticas em relação à devolução do dinheiro também precisam satisfazer essas necessidades. A empresa precisa deixar clara a forma como atua em relação a isso, divulgando em seu site os prazos e as formas como a devolução de valores podem ocorrer. A questão da variedade de opções de pagamento também é relevante, pois tem a ver com aumentar a possibilidade de que mais pessoas possam adquirir seus produtos e serviços. Tomemos como exemplo uma loja que só aceite pagamentos em cartão de crédito. Ela limitará seu público apenas para pessoas que tenham acesso a esse meio de pagamento. Aquelas que só possuem cartão de débito ou que poderiam pagar através de boleto não estarão habilitadas a realizar a troca. Lembre-se do que você já sabe sobre o conceito de troca: o consumidor precisa ter interesse, estar disposto e habilitado para fazer a compra. Se a loja virtual não dá opções para que esse consumidor se torne apto a realizar a compra, essa oportunidade de negócio será perdida. Saiba mais Acesse o livro E-commerce: conceitos, implementação e gestão (STEFANO; ZATTAR), e leia o item Ameaças à segurança no ambiente de e- commerce entre as páginas 135 e 138. Disponível na Biblioteca Virtual (AVA Univirtus). Pode acessar digitando a palavra-chave “E-commerce: conceitos, implementação e gestão”. TEMA 4 – VENDAS NAS REDES SOCIAIS Além dos sites e aplicativos exclusivos de e-commerce, também é possível criar lojas virtuais dentro das redes sociais. Existem diversas plataformas sociais que oferecem serviços de e-commerce interno. Neste tópico vamos nos concentrar nas principais: Facebook® e Instagram®. 12 4.1 Por que as redes sociais começaram a vender? As redes sociais vêm evoluindo ao passo que se tornam mais presentes na vida dos consumidores. Quando criado, o Facebook® tinha como foco conectar pessoas e permitir o compartilhamento de experiências e informações pessoais. Com o tempo foi se tornando um serviço de entretenimento mais completo, com diversas possibilidades de interação. Todo serviço de entretenimento busca prender ao máximo a atenção do consumidor, para que este esteja se relacionando com a marca e consumindo seu conteúdo pelo maior tempo possível (Costa; Larán, 2006). Isso acontece em diversas plataformas, não sendo exclusividade das redes sociais, principalmente nos streamings de áudio e vídeo, como Spotify® e Netflix®. Ou seja, quanto mais tempo o consumidor passar dentro da plataforma, mais será exposto à marca e aos patrocinadores, o que é bom para as empresas. Assim, tornou-se natural que essas plataformas criassem meios próprios de gerar compra e venda dentro do próprio sistema, fazendo com que o consumidor permanecesse ali por mais tempo. 4.2 Vantagens e desvantagens das vendas em redes sociais O uso das redes sociais para realização de compras e vendas tem pontos positivos e negativos. Permitir que a compra seja realizada dentro da própria rede social é um ponto positivo para as redes sociais, pois aumenta a taxa de permanência dos olhos na plataforma. Também é positivo para o usuário, pois agiliza sua compra nesse cenário atual em que cada segunda conta. Além disso, o comércio em redes sociais tem vantagens em relação às lojas virtuais padrão, pois permite que o usuário visualize as interações de compra de produtos de seus amigos dessa rede social. Isso aumenta a visibilidade da marca e também as chances de aumentar seus consumidores. É uma forma de exposição de marca com alto engajamento e baixo investimento, o que se torna interessante para as marcas. Um meio de potencializar as vendas pelo Facebook é trabalhar com anúncios dentro da própria plataforma. Como ponto negativo da venda em redes sociais, podemos citar as limitações que estas apresentam. Existem barreiras em relação ao espaço disponível para apresentação dos produtos, que é bem menor em comparação àquele que uma plataforma específica de e-commerce pode proporcionar. 13 Somado a isso, as lojas virtuais vinculadas às redes sociais apresentam limitações no que diz respeito às políticas comerciais definidas por essas redes. Atualmente, o Facebook e o Instagram possuem mais de 20 tipos de produtos e serviços que não podem ser comercializados em seus meios. Entre eles, existem vários que possuem restriçõesde venda em qualquer tipo de plataforma. Contudo, alguns produtos de venda proibida nessas plataformas podem ser comercializados em e- commerces específicos, sem problemas de legalidade. Nesse caso, podemos citar suplementos alimentares e bebidas alcoólicas. Os produtos oferecidos também devem estar adequados aos padrões de comunidade definidos pelo Facebook, que garantem a segurança, respeito e bem- estar dos usuários da plataforma. Em resumo: para que uma empresa opte por usar ou não as redes sociais para compra e venda de produtos, é preciso avaliar o tipo de produto, o público a que se destina e medir os prós e contras, verificando qual estratégia tem maior encaixe com o negócio. Saiba mais Acesse o livro E-commerce: conceitos, implementação e gestão (STEFANO; ZATTAR), e leia o item Segurança para servidores e clientes entre as páginas 139 a 145. Disponível na Biblioteca Virtual (AVA Univirtus). Pode acessar digitando a palavra-chave “E-commerce: conceitos, implementação e gestão”. TEMA 5 – PRODUTOS DIGITAIS Para fechar esta aula sobre vendas na internet, nada mais justo do que falar sobre produtos que foram desenvolvidos focados 100% para esse contexto. Os produtos digitais, também chamados de infoprodutos, são itens virtuais que são fornecidos online, podendo ser disponibilizados para o consumidor no exato momento da compra. Um dos grandes pontos positivos dos infoprodutos para as empresas é a possibilidade de escalar as vendas, ou seja, vender um grande volume de produtos de forma rápida. Por não precisarem de estoque físico e permitirem a disponibilização imediata para o consumidor, os produtos digitais têm se tornado uma ótima oportunidade de negócios em diversa áreas. 14 5.1 Tipos de produtos digitais Existe um grande volume de modelos diferentes de produtos digitais, podendo ser disponibilizados em formato de imagem, áudio, vídeo, animações, entre outros. Oliveira (S.d.) apresenta alguns dos principais tipos de produtos digitais, listados e explicados abaixo: E-book: são os livros digitais. Podem ser disponibilizados em formatos mais básicos, como PDF, sem muitas possibilidades de interação. Outros tipos de e-book são desenvolvidos para serem lidos em plataformas especiais e oferecem opções de modificar o tipo de fonte e o tamanho das letras, a cor do fundo, entre outras formas de personalização. Na categoria infantil, já existem e-books interativos que, além de incentivar a leitura, também proporcionam experiências personalizadas para as crianças; Audiobook: são os livros em formato de áudio. Podem ser feitos em uma leitura mais simples, com um locutor lendo o conteúdo ou até mesmo com vários atores interpretando as cenas, o que traz um efeito diferenciado, especialmente em livros de ficção e fantasia. Audiobooks são interessantes também pelo fator de acessibilidade, permitindo o compartilhamento de conteúdo para pessoas com dificuldades visuais; Curso online: um dos infoprodutos mais populares nos dias de hoje são as aulas e cursos digitais, que podem ser desenvolvidos por meio de áudio, vídeo, texto ou a junção de todos. Você é um consumidor desse tipo de produto, já que está estudando em um curso de Educação à Distância (EaD); Revista eletrônica/Newsletter: são publicações recorrentes disponibilizadas pelas empresas, de modo a distribuir conteúdo relevante para pessoas que demonstraram interesse. Um exemplo é a newsletter da Resultados Digitais, empresa de marketing digital que disponibiliza conteúdos sobre esse assunto semanalmente aos inscritos; Webinars: é o seminário online. O termo webnar é a união das palavras inglesas web (rede) e seminar (seminário). Ou seja, são palestras e mesas- redondas gravadas ou transmitidas ao vivo que geram conteúdo relevante para o expectador; 15 Infográficos: os infográficos são formas visuais de se apresentarem dados, que têm sido muito usados como infoprodutos, pois permitem que o usuário consiga absorver dados rapidamente. Algumas empresas desenvolvem infográficos sobre a área em que trabalham para atrair pessoas interessadas. Um exemplo é uma empresa de alimentos veganos poder disponibilizar um infográfico sobre a redução de impacto na natureza ao se consumirem esses produtos; Screencasts: são as capturas de tela. Geralmente são usadas para capturar cenas de jogos digitais, em que é possível assistir a um jogador passando por todas as fases de um determinado game, ensinado detalhes e truques. Também é muito usado em plataformas de ensino, mostrando tutoriais de como utilizar um software ou outras plataformas digitais; Podcasts: são bate-papos ou palestras em que se grava somente o áudio. Têm ficado cada vez mais populares e são muito utilizados para absorver conteúdos de forma rápida e completa, pois é possível se ouvir enquanto se realizam outras atividades, como lavar a louça ou arrumar a casa. Um exemplo é o braincast, podcast sobre variedades; Kits digitais: são conjunto de produtos digitais complementares que podem ser adquiridos de uma só vez. Podem incluir e-books, templates, infográfico e outros em um só pacote. Cada tipo de infoproduto pode ser usado em momentos diferentes, dependendo do objetivo que se pretende atingir. O orçamento e os equipamentos disponíveis para a elaboração do produto digital também impactam no momento de selecionar quais serão desenvolvidos. É válido ressaltar que os produtos digitais não se limitam a serem desenvolvidos somente para venda. Também podem ser usados para alavancar o processo de inbound marketing, como veremos a seguir. 5.2 Produtos digitais no inbound marketing Como já sabemos, o processo de vendas por meio de inbound marketing apresenta vários passos e tem um tempo mais longo até se efetuar uma compra. No meio desse processo, é possível que a empresa ofereça produtos digitais como moeda de troca para conseguir adquirir os contatos de um possível cliente, com quem irá desenvolver um relacionamento. Ou seja, o infoproduto nem sempre 16 é desenvolvido para ser vendido por um valor financeiro, mas pode ser usado como um incentivo para que o consumidor se torne disposto a realizar uma troca: por exemplo, ele fornece o seu e-mail em troca de um e-book. Não houve nenhum débito financeiro para o consumidor, mas uma troca foi efetivada. Nessa troca, a empresa já consegue algumas informações valiosas: sabe que tipo de conteúdo esse consumidor tem interesse e possui um contato direto para ele. Assim, a empresa consegue criar um relacionamento com esse possível consumidor, oferecendo outros conteúdos gratuitos. Saiba mais Acesse o livro E-commerce: conceitos, implementação e gestão (STEFANO; ZATTAR), e leia o item Mercado digital e mercado tradicional entre as páginas 68 a 71. Disponível na Biblioteca Virtual (AVA Univirtus). Pode acessar digitando a palavra-chave “E-commerce: conceitos, implementação e gestão“. 17 REFERÊNCIAS COSTA, F. C. X. da; LARÁN, J. A. Influências do ambiente de loja e o comportamento de compra por impulso: a visão dos clientes de lojas virtuais. Revista de Administração-RAUSP, v. 41, n. 1, p. 96-106, 2006. EUGÊNIO; M. Tipos de loja virtual: qual escolher? – 10 ideias de lojas virtuais lucrativas. DLoja Virtual, 21 set. 2019. Disponível em: <http://www.dlojavirtual.com/plataformas/tipos-de-loja-virtual-qual-escolher/>. Acesso em: 12 dez. 2019. JESBICK, A. C. Diminuir o tempo de entrega do produto aumenta as vendas. Ponte do Marketing, ano 3, n. 25, 2018. KOTLER, P. Administração de marketing. 10. ed., 7. reimp. Tradução de Bazán Tecnologia e Linguística; revisão técnica de Arão Sapiro. São Paulo: Prentice Hall, 2000. KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4.0: do tradicional ao digital. Rio de Janeiro: Sextante, 2017. MARQUEZ, G. Devemos variar as formas de pagamentode uma empresa? NFE, S.d. Disponível em: <https://nfe.io/blog/nota-fiscal/formas-pagamento-empresa/>. Acesso em: 12 dez. 2019. OLIVEIRA, A. Tipos de Infoprodutos: conheça um dos produtos mais rentáveis do mundo. Klickpages, S.d. Disponível em: <https://klickpages.com.br/blog/tipos-de- infoprodutos/>. Acesso em: 5 jan. 2019. SALVADOR, M. Como abrir uma loja virtual de sucesso. Rio de Janerio: Gramma, 2016. SCHIESSL, D. Diminuir o tempo de entrega do produto aumenta as vendas. Ponte do Marketing, ano 3, n. 35, 2019. STEFANO; N.; ZATTAR, I. C. E-commerce: conceitos, implementação e gestão. InterSaberes, 2016.
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