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Microbiologia Letícia Iglesias Jejesky Med 106 1 Micologia II: Fungos Dimórficos Os fungos de importância médica podem ser filamentosos (pluricelulares) ou leveduras (unicelulares). Filamentosos: hifas em conjunto formam micélios e, dependendo do tipo de fungo, o micélio pode ser reprodutivo (conídio – reprodução assexuada) ou vegetativo. Leveduras: estruturas semelhantes às bactérias, diferenciam-se em relação ao tamanho (leveduras são maiores que bactérias) e apresentam núcleo individualizado (célula eucariota). Fungos dimórficos Além dos filamentosos e das leveduras, existe um grupo de fungos que possui a capacidade de apresentar as duas formas (dimórficos). Essa variação entre a forma filamentosa e leveduriforme é guiada pela temperatura – TERMODIMORFISMO. Os principais fungos patogênicos causadores de micoses sistêmicas são termodimórficos. Distribuição geográfica limitada em áreas endêmicas – são fungos que estão agrupados em micoses endêmicas. Ocorrência saprofítica em micronichos com produção de propágulos/estruturas infectantes (conídios) – ou seja, eles estão no ambiente obtendo energia a partir de matéria orgânica (saprofíticos) e a estrutura infectante que eles apresentam são os conídios, que penetram no hospedeiro principalmente via inalação. Penetram no hospedeiro principalmente pelo trato respiratório. Sporothrix schenckii – complexo com várias espécies Histoplasma capsulatum Paracoccidioides brasiliensis Dimorfismo térmico Fungos com capacidade de apresentar duas morfologias distintas A transição de micelial para leveduriforme é necessária para o estabelecimento da infecção MICELIAL – ambiente (18 - 25 ºC) LEVEDURIFORME – fase parasitária (35 - 37ºC) A capacidade de dimorfismos não está relacionada com qualquer temperatura, mas com a temperatura ambiental e a do hospedeiro. Micelial (filamentosa) está no ambiente (entre temperatura de 18 até 25 graus), ou seja, ele é saprofítico. A partir do momento que o hospedeiro inala o conídio, origina-se a forma leveduriforme (relação com a temperatura corporal entre 35 e 37 graus). Para infectar tem que ter transição de micelial para leveduriforme! No corpo do hospedeiro o que era filamentoso passa a ser leveduriforme! Classificação das micoses Micoses Superficiais; Micoses Cutâneas; Micoses Subcutâneas; Micoses Endêmicas; Micoses Oportunistas; Micoses subscutâneas Esporotricose Distribuição universal; Regiões tropicais e subtropicais; Na América Latina, a esporotricose humana é considerada endêmica; No Brasil é epidêmica no Rio de Janeiro – isso acontece pela grande quantidade de felinos errantes, ou seja, gatos não domiciliados. S. brasiliensis (a espécie mais virulenta do complexo Sporothrix) - agente predominante em gatos; A principal espécie que causa esporotricose no Brasil é a S. brasiliensis. Ocorrência é restrita às regiões Sul e Sudeste do Brasil – de acordo com a professora já foram notificados casos no Nordeste também. Felinos podem atuar como reservatório – pele, cavidade nasal e oral. Carreia e dissemina o fungo. Microbiologia Letícia Iglesias Jejesky Med 106 2 Epidemiologia Real prevalência desconhecida; Comportamento diferenciado – de acordo com as espécies, regiões, etc. Caráter ocupacional – pois o fungo está presente no solo, ambiente, etc. Acomete principalmente homens (jardinagem, agricultura, mineiros, caçadores etc) e animais – o fungo está no ambiente, sofrendo escoriação o fungo pode adentrar e desenvolver processo patogênico. Mal das rosas ou Doença das rosas: pessoas mexe com rosas e com terra – espeta dedo – se contamina com o fungo. Forma isolada – pode ser sistêmica, dependendo do estado imunológico. Raros episódios epidêmicos relacionados com o fungo do solo. Agente etiológico É um complexo com várias espécies, sendo a de importância no Brasil a brasiliensis. Das diferentes espécies a mais virulenta e prevalente no Brasil é S. brasiliensis, mas também está presente no país S. schenckii. Ciclo da esporotricose Existe contaminação ambiental e contaminação com animais. Felino transmite para o homem S. brasiliensis Felinos transmite para os cães S. brasiliensis O contato de felinos com roedores e cães contribui para a disseminação do fungo. Gatos são reservatórios e disseminam S. brasiliensis no ambiente. Quando homem é infectado por amostra ambiental (hábito de jardinagem, agricultura, etc), a principal espécie envolvida na contaminação não é o S; brasiliensis, mas o S schenckii. Origem ambiental: S. schenckii Origem animal: S. brasiliensis Características gerais Fungo termicamente dimórfico; Encontrado em vegetações (gramíneas, árvores, musgo, roseiras e outras hortaliças; Temperatura ambiente – forma filamentosa ou bolor Presença de Hifas septadas e ramificadas, com presença de conídios (conídios são forma infectante) Temperatura 35 a 37ºC – forma leveduriforme; Leveduras esféricas, ovais ou alongadas (charuto). Micose subcutânea, causadora de doença subaguda ou crônica (homens e animais) e granulomatosa; Inoculação através de traumatismo; Infecção depende de: resistência do hospedeiro, tamanho do inóculo e virulência do fungo; Episódio inicial é seguido de disseminação secundária, com comprometimento de vasos linfáticos e linfonodos – enfartamento de vários linfonodos; o linfonodo infectado se rompe e isso faz várias lesões. Forma infectante são os conídios! Patogenia Conídios ou fragmentos de hifas são introduzidos na pele em decorrência de um traumatismo (atividades com plantas, arranhaduras de gatos) – não podemos esquecer que no ambiente ele apresenta forma filamentosa, tendo hifas e conídios; são os Microbiologia Letícia Iglesias Jejesky Med 106 3 conídios que são carreados para o ser humano em decorrente de traumatismo. Lesão inicial - nódulo granulomatoso, que pode evoluir para lesão necrótica ou ulcerativa; Vasos linfáticos de drenagem tornam-se espessos, semelhantes a uma corda, e ao longo destes vários nódulos subcutâneos e abscessos surgem – vasos sofrem alteração por conta da carga fúngica (enfartamento dos linfonodos). A esporotricose fixa, consiste em um nódulo não linfático solitário, limitado e menos progressivo; Pouco comprometimento sistêmico relacionados as lesões fixas; Raramente pode ocorrer esporotricose pulmonar (inalação de conídeos) – pacientes debilitados ou imunocomprometidos – não é a forma natural de infecção a inalação dos conídeos; de modo geral, a doença é gerada pela inoculação do conídeo. Lesão em humanos Muitas vezes o início é onde há o traumatismo. Se acontecer o comprometimento de via linfática, acontece enfartamento e o fungo se alastra pela corrente linfática. Vários abscessos surgem ao longo do comprometimento linfático. Lesões em animais Começa com lesão pequena e, sem tratar, evolui. Aspectos do diagnóstico Sinais clínicos Tipo de Amostras: Fragmento de tecido, swab cutâneo, swab nasal e raspado de lesão. Swab cutâneo: higieniza lesão, espera uma nova secreção recente e coleta esse conteúdo (a limpeza é importante pois as lesões podem ter infecção bacteriana secundária). Diagnóstico micológico Microscopia direta do Material Citologia – Imprint (limpa lesão, espera secreção recente e “carimba” a lâmina na lesão – corar e observar no microscópio). Coloração Gram/ Giemsa/ Panótico/ Fucsina Se o material estiver em quantidade satisfatória, faz duas análises: exame direto e cultivo. Se tem pouco material, não realiza exame direto e prioriza o cultivo – coloca em meio de cultura, encontra nutrientes adequados e cresce. Exame direto:procurar levedura, pois a partir do momento que entrou no corpo do paciente o fungo dimórfico deixa de ser filamentoso e vira levedura. Cultura Micológica Ágar Sabouraud Ágar Sab. + Cloranfenicol (antimicrobiano, - favorecendo crescimento apenas do fungo) + Cicloheximida (inibe o crescimento de fungos contaminantes) Coloca esse meio em temperatura de 25°, que favorece o crescimento de formas filamentosas (colônias esbranquiçadas). Com o passar do tempo, essas colônias ficam enegrecidas por conta da produção de melanina nos conídios. Microbiologia Letícia Iglesias Jejesky Med 106 4 Identificação morfológica: Filamentoso: colônias escurecidas (melanina) Crescimento rápido (2 a 5 dias) - 25ºC - 30ºC Microscopia oriunda de cultura – lâminas oriundas do crescimento filamentoso. Hifas hialinas septadas, com conidióforos (estruturas que formam conídios) curtos e conídios elipsóides /esféricos em arranjo característico (forma de margarida). Diagnóstico Micológico Confirmação após avaliação do termodimorfismo Avaliação macromorfológica e micromorfológica; m.o suspeitos de pertencerem ao complexo Sporothrix Repique em meio enriquecido (ABHI/ ASC 5%); Incubar à 37 ºC (3° dia); Visualização de estruturas leveduriformes compatíveis (CRUZ, 2013). Toda a confirmação do fungo dimórfico envolve transformar um fungo filamentoso em leveduriforme em laboratório, avaliando o termodimorfismo. Quando falamos de esporotricose, trata-se de Sporothrix schenckii, a espécie de importância no Brasil é o S. brasiliensis. É um fungo dimórfico, que muda de forma de acordo com a temperatura. No ambiente: filamentosa No hospedeiro: leveduras Micoses endêmicas Paracoccidioidomicose Causada pelo Paracoccidioides brasiliensis Considerada a mais importante micose profunda em humanos, da América Latina; Caracteriza-se por micose sistêmica de natureza granulomatosa com frequente evolução crônica, envolvendo principalmente a pele, linfonodos, pulmões e membranas nasal, oral e gastrointestinal; O Brasil tem o maior número de casos descritos da doença. Predomínio nas zonas rurais do Brasil e afeta principalmente os agricultores; Terra contaminada é revolvida para a plantação – fungos inalados pelos trabalhadores rurais – se alojam nos pulmões. Inalação dos conídios. Período de incubação pode variar de um mês até muitos anos – muitas vezes o fungo pode ser inalado na infância, ficar no pulmão durantes anos e em um dado momento ser ativado. Ocorre exclusivamente em países da América do Sul e da América Central; Regiões tropicais e subtropicais – Brasil, Colômbia, Venezuela, Equador e Argentina. BR – maior número de áreas endêmicas no mundo, com prevalência nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste; Em casos graves, a letalidade é estimada entre 2 e 23%. Maior incidência nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais O ar é o veículo de dispersão; A infecção humana é adquirida, geralmente, entre 10 e 20 anos de idade; Evolução para doença ocorre mais em adultos entre 30 e 50 anos; Todos os pacientes diagnosticados fora da América Latina viveram, previamente, na América Latina. Microbiologia Letícia Iglesias Jejesky Med 106 5 Paracoccidioides brasiliensis Isolado de morcegos, cães, gatos; Animais podem ser usados como marcadores epidemiológicos; Áreas endêmicas em regiões de florestas tropicais ou subtropicais; Isolado com maior frequência em tatus (Dasypus novencinctus) que se infecta naturalmente pelo fungo- facilitadores da infecção humana; A caça de tatus em áreas endêmicas deve ser totalmente evitada, hábito que constitui em um fator de risco. Patogenia Inalação dos conídios – lesões iniciais nos pulmões; é um fungo dimórfico – no ambiente tem forma filamentosa – conídios – inalação. Após período de dormência, que pode levar décadas, os granulomas pulmonares podem tornar-se ativos; Acarretando disseminação da doença ou doença pulmonar progressiva crônica; Forma disseminada atingindo vários órgãos O esquema mostra que o fungo está presente no ambiente, de modo que as pessoas mais acometidas sejam trabalhadores rurais. Ao administrar a terra acontecer a suspensão de conídios e a eventual inalação dessas formas infectantes – fase inicial pulmonar. Dentro do hospedeiro, o conídio vai à levedura, por conta da temperatura. Formas clínicas Áreas endêmicas infecção primária durante a infância e envolve o sistema imunológico. A forma crônica do adulto mais frequente é a multifocal com envolvimento de pulmões, linfonodos, pele e mucosas – a criança desenvolver de fato essa doença tem relação com o estado imunológico dela. Forma multifocal – evolução crônica e diagnóstico tardio; Tosse persistente, escarro purulento, dispneia, perda de peso, febre associada a lesões cutâneas e nas mucosas são queixas frequentes – são sinais muito genéricos, por isso conhecer esse agente é um importante diagnóstico diferencial. Diagnostico micológico Coleta de material – depende da área que foi comprometida e do tipo de lesão Pus, escarro, punção de secreção Exame direto (KOH) – precisamos nos lembrar que no exame direto estamos tirando o fungo de uma temperatura de 35-37º, de modo que nesse exame observamos sempre a presença de leveduras. Levedura apresentando brotamentos diversos, tipo Mickey ou roda de carro de corrida (leme de barco). Cultura Micológica Isolamento: Ágar Sabouraud dextrose + clorafenicol + ciclohexamida a 25ºC (20 a 60 dias). Filamentoso Colônias filamentosas brancas com aspecto algodonoso ou aveludado. Microbiologia Letícia Iglesias Jejesky Med 106 6 Conversão para levedura: 10- 20 dias a 37ºC Meio BHI Microscopia: grandes células leveduriformes com vários brotamentos, com presença de clamidósporos. Clamidósporos – estruturas de resistência ambiental que os fungos podem produzir. Sempre que fala de fungo dimorfismo tem que avaliar a transição da forma filamentosa para leveduriforme. Histoplasmose Doença cosmopolita – Com predomínio nas Américas – vales dos rios Mississipi- Missouri nos USA, e na Serra do mar no Brasil – Rio de Janeiro; Doença urbana: forro de casas, oco de arvores, galinheiros; 14 microepidemias foram publicadas no Brasil: visitas a cavernas, minas abandonadas, bueiro, limpeza de forro de casa de veraneio e de galinheiros; Mais frequente: trabalhadores rurais, criadores de aves e espeleólogos (exploradores de cavernas). Micose pulmonar mais prevalente em seres humanos e animais; Pode ocorrer disseminação via linfática ou hematogênica; Preferência pelo sistema retículo- endotelial – tem habilidade de se disseminar por esse sistema. Agente Etiológico: Histoplasma capsulatum; Fungo dimórfico térmico. Habitat Solo aerado, pH pouco ácido, matéria orgânica; Solo enriquecido com excretas de morcegos, galinhas ou aves migratórias; Alto teor de ácido úrico, fosfatos e outros compostos nitrogenados nas excretas desses animais – as excretas dos animais são ricas em componentes nitrogenados, que deixam o pH alto favorecendo a proliferação dos fungos. Grutas e galinheiros. Patogenia Após inalação, os conídios desenvolvem- se em células leveduriformes; Fagocitadas por macrófagos alveolares, onde são capazes de se multiplicar; No interior dos macrófagos as leveduras podem se propagar para os tecidos reticulo-endoteliais, como fígado, baço, medula óssea e linfonodos. As leveduras são fagocitadas por macrófagos no pulmão. Contudo, o macrófago não é capaz de eliminar essa levedura, de modo que ela se mantenha viável no interior dessa célula e se multiplique. O fungo se propagadentro do ambiente in vivo (no hospedeiro). Manifestações clínicas Assintomática 90% dos casos de Histoplasmose. Pulmonar Sintomas de resfriado com febre, calafrios, cefaleia, tosse, mialgias e dor torácica. Em raros casos, geralmente a síndrome do desconforto respiratório agudo pode ser vista. 10% dos pacientes pode apresentar sequela inflamatória, como linfadenopatia persistente com obstrução brônquica, artrite, artralgias ou pericardite. Microbiologia Letícia Iglesias Jejesky Med 106 7 Disseminada Casos raros; Pacientes com AIDS e outras patologia como linfomas e leucemias; Mortalidade nos imunossupremidos chega a 90%; Sintomas clínicos: febre, perda de peso, hepatoesplenomegalia, linfoadenopatia, leucopenia, anemia e lesões cutâneas, ulcerações nas mucosas oral e intestinal. Na forma disseminada é difícil identificar o agente – é uma forma rara e os indivíduos que estão relacionados com ela são imunodebilitados. Diagnostico micológico Material Clínico Escarro e lavado brônquico: fase pulmonar aguda Biopsia pulmonar: fase pulmonar crônica (somente em alguns casos) Forma disseminada: depende da sintomatologia do paciente – sangue periférico não é um bom material (literatura relata isso mas a professora não disse a razão) Exame direto – esfregaços ou imprints Exame direto – muito difícil de encontrar o fungo; Material de biopsia: melhor material – Coloração por Giemsa ou Wright (Histopatologia); É melhor pois a levedura está presente principalmente nos macrófagos. Fungo visto no interior de macrófagos Cultura Micológica Ágar Sabouraud dextrose + clorafenicol (ou penicilina e estreptomicina); 25ºC por período superior a 15 dias; Colônias filamentosas brancas/creme com aspecto algodonoso. Microscopia micélio hialino ramificado, presença de microconídios e macroconídios tuberculados coberto por projeções espiculadas (EM HISTOPLASMOSE QUEM TEM ESSE ASPECTO SÃO MACROCONÍDEOS – FUNGOS FILAMENTOSOS; não confundir com a estrutura de LEVEDURAS que é semelhante a Mickey que já vimos em outra doença). Demonstrar o dimorfismo: 1. Cultivo do isolado em Ágar Infusão de Cérebro e Coração (BHIA) Incubar a 37ºC = leveduriforme 2. Cultivar o isolado em Ágar Sabouraud Dextrose Incubar a 25ºC = filamentoso Micoses oportunistas Criptococose Doença global que causa aproximadamente 620.000 mortes por ano (sendo 223.100 casos em indivíduos com AIDS – 181.100 mortes); Atinge pulmões e pode disseminar-se para outros órgãos, principalmente o SNC – esses fungos tem tropismo pelo SNC Excrementos de aves principalmente de pombos favorecem o crescimento de C. neoformans (reservatório) – os pombos não apresentam infecção, mas propagam esse agente no ambiente. Imunossupressão: Transitória: corticoides e antibióticos Permanente: leucemias, AIDS, transplantados e Diabetes mellitus Características gerais Atinge órgãos internos e pele; Fungo possui tropismo pelo SNC; Agente Etiológico: Cryptococcus neoformans (+ 70 espécies); Fungo leveduriforme capsulado; NÃO É DIMÓRFICO Classificado em três variedades: C. neoformans var grubii (sorotipo A) de distribuição mundial – atinge os imunocompetentes; Microbiologia Letícia Iglesias Jejesky Med 106 8 C. neoformans var neoformans (sorotipo D); C. neoformans var gattii (sorotipos B e C). Cryptococcus neoformans var. neoformans Levedura capsulada oval ou globosa Cápsula polissacarídica – virulência – sistema imune não reconhece fungo como agente nocivo, o que facilita a propagação dele no hospedeiro (assim como nas bactérias). Desenvolve principalmente em pacientes imunodeprimidos Cryptococcus neoformans var. gattii Levedura capsulada alongada Atualmente, somente C. gatti Desenvolve principalmente em pacientes imunocompetentes “Futura micose não oportunista”. Habitat C. gattii e C. neoformans colonizam madeira, principalmente em estado avançado de decomposição – são saprofíticos C. neoformans var gattii: restos de eucaliptos; 35% de positividade de amostras de fezes de pombos na cidade de São Paulo (C. neoformans var neoformans). Patogenia Inalação das células leveduriformes, secas e minimamente encapsuladas e facilmente aerossolizadas – a forma de infecção é inalação de células leveduriformes. Infecção pulmonar primária, podendo ser assintomática ou não; As leveduras podem multiplicar-se e se propagar para outras partes do corpo – SNC. Inicia pela inalação – levedura é estrutura inalada. Levedura está nas fezes do pombo – varredura – suspende levedura – inalação Manifestações clínicas Assintomática Acometimento pulmonar: sem sintomas clínicos Pulmonar Principais sintomas: tosse, expectoração, dor torácica, emagrecimento e febre; Pode mimetizar a tuberculose; Geralmente o diagnóstico pulmonar é secundário a uma investigação clínica do SNC – pois os fungos possuem alto tropismo por células do SNC e acabam desencadeando problemas sérios nesse local. Manifestações clínicas em SNC Meningoencefalite Criptocócica C. neoformans e C. gattii são altamente neurotrópicos; Meninges e tecido cerebral subjacente são envolvidos, e clinicamente observam-se febre, dores de cabeça, meningismo, distúrbios visuais, alterações mentais e convulsões. Manifestação clínica disseminada Não é comum; Lesões cutâneas, oculares, próstata, baço e fígado. Diagnóstico micológico Exame direto Tinta da China/Nanquim - não cora cápsula Leveduras apresentando uma espessa cápsula que não se cora. Na imagem observa-se uma forma que parece de Mickey, o que diferencia é que há uma espeça cápsula- dando aspecto de uma zona clara em volta da levedura. Microbiologia Letícia Iglesias Jejesky Med 106 9 Cultura Micológica Ágar Sabouraud Dextrose Notificação compulsória: de acordo com a portaria n°104/2011 do Ministério da Saúde Colônias mucóides por conta da presença de cápsula Candida auris: uma ameaça global Fungo leveduriforme emergente que representa uma séria ameaça à saúde global, por 3 razões principais: 1. Muitas são multirresistente; 2. Difícil identificação com métodos de laboratório padrão; 3. Surtos em ambientes de saúde. Candida auris C. auris causa doenças graves em pacientes hospitalizados; Pacientes podem permanecer colonizados por C. auris por muito tempo; Pode persistir em superfícies em ambientes de saúde, resultando na disseminação entre pacientes em instalações de saúde.
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