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Fungos Dimórficos

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Microbiologia 
Letícia Iglesias Jejesky 
Med 106 
 
1 
 
Micologia II: Fungos Dimórficos 
Os fungos de importância médica podem ser 
filamentosos (pluricelulares) ou leveduras 
(unicelulares). 
Filamentosos: hifas em conjunto formam 
micélios e, dependendo do tipo de fungo, o micélio 
pode ser reprodutivo (conídio – reprodução 
assexuada) ou vegetativo. 
Leveduras: estruturas semelhantes às bactérias, 
diferenciam-se em relação ao tamanho 
(leveduras são maiores que bactérias) e 
apresentam núcleo individualizado (célula 
eucariota). 
 
Fungos dimórficos 
Além dos filamentosos e das leveduras, existe um 
grupo de fungos que possui a capacidade de 
apresentar as duas formas (dimórficos). Essa 
variação entre a forma filamentosa e 
leveduriforme é guiada pela temperatura – 
TERMODIMORFISMO. 
 Os principais fungos patogênicos 
causadores de micoses sistêmicas são 
termodimórficos. 
 Distribuição geográfica limitada em áreas 
endêmicas – são fungos que estão 
agrupados em micoses endêmicas. 
 Ocorrência saprofítica em micronichos 
com produção de propágulos/estruturas 
infectantes (conídios) – ou seja, eles estão 
no ambiente obtendo energia a partir de 
matéria orgânica (saprofíticos) e a estrutura 
infectante que eles apresentam são os 
conídios, que penetram no hospedeiro 
principalmente via inalação. 
 Penetram no hospedeiro principalmente 
pelo trato respiratório. 
 
Sporothrix schenckii – complexo com várias espécies 
Histoplasma capsulatum 
Paracoccidioides brasiliensis 
 
Dimorfismo térmico 
 Fungos com capacidade de apresentar 
duas morfologias distintas 
 A transição de micelial para leveduriforme 
é necessária para o estabelecimento da 
infecção 
 MICELIAL – ambiente (18 - 25 ºC) 
 LEVEDURIFORME – fase parasitária (35 - 
37ºC) 
A capacidade de dimorfismos não está 
relacionada com qualquer temperatura, mas com 
a temperatura ambiental e a do hospedeiro. 
Micelial (filamentosa) está no ambiente (entre 
temperatura de 18 até 25 graus), ou seja, ele é 
saprofítico. A partir do momento que o hospedeiro 
inala o conídio, origina-se a forma leveduriforme 
(relação com a temperatura corporal entre 35 e 37 
graus). 
Para infectar tem que ter transição de micelial para 
leveduriforme! 
No corpo do hospedeiro o que era filamentoso passa a 
ser leveduriforme! 
 
 
Classificação das micoses 
 Micoses Superficiais; 
 Micoses Cutâneas; 
 Micoses Subcutâneas; 
 Micoses Endêmicas; 
 Micoses Oportunistas; 
 
Micoses subscutâneas 
 
Esporotricose 
 Distribuição universal; 
 Regiões tropicais e subtropicais; 
 Na América Latina, a esporotricose 
humana é considerada endêmica; 
 No Brasil é epidêmica no Rio de Janeiro – 
isso acontece pela grande quantidade de 
felinos errantes, ou seja, gatos não 
domiciliados. 
 S. brasiliensis (a espécie mais virulenta do 
complexo Sporothrix) - agente 
predominante em gatos; 
A principal espécie que causa esporotricose no 
Brasil é a S. brasiliensis. 
 Ocorrência é restrita às regiões Sul e 
Sudeste do Brasil – de acordo com a 
professora já foram notificados casos no 
Nordeste também. 
 Felinos podem atuar como reservatório – 
pele, cavidade nasal e oral. Carreia e 
dissemina o fungo. 
 
 
 
 
 
Microbiologia 
Letícia Iglesias Jejesky 
Med 106 
 
2 
 
Epidemiologia 
 Real prevalência desconhecida; 
 Comportamento diferenciado – de acordo 
com as espécies, regiões, etc. 
 Caráter ocupacional – pois o fungo está 
presente no solo, ambiente, etc. 
 Acomete principalmente homens 
(jardinagem, agricultura, mineiros, 
caçadores etc) e animais – o fungo está no 
ambiente, sofrendo escoriação o fungo pode 
adentrar e desenvolver processo patogênico. 
Mal das rosas ou Doença das rosas: pessoas mexe 
com rosas e com terra – espeta dedo – se contamina 
com o fungo. 
 Forma isolada – pode ser sistêmica, 
dependendo do estado imunológico. 
 Raros episódios epidêmicos relacionados 
com o fungo do solo. 
 
Agente etiológico 
É um complexo com várias espécies, sendo a de 
importância no Brasil a brasiliensis. 
 
Das diferentes espécies a mais virulenta e 
prevalente no Brasil é S. brasiliensis, mas também 
está presente no país S. schenckii. 
 
Ciclo da esporotricose 
Existe contaminação ambiental e contaminação 
com animais. 
Felino transmite para o homem  S. brasiliensis 
Felinos transmite para os cães  S. brasiliensis 
O contato de felinos com roedores e cães 
contribui para a disseminação do fungo. Gatos 
são reservatórios e disseminam S. brasiliensis no 
ambiente. Quando homem é infectado por 
amostra ambiental (hábito de jardinagem, 
agricultura, etc), a principal espécie envolvida na 
contaminação não é o S; brasiliensis, mas o S 
schenckii. 
Origem ambiental: S. schenckii 
Origem animal: S. brasiliensis 
 
 
Características gerais 
 Fungo termicamente dimórfico; 
 Encontrado em vegetações (gramíneas, 
árvores, musgo, roseiras e outras 
hortaliças; 
 Temperatura ambiente – forma 
filamentosa ou bolor 
Presença de Hifas septadas e ramificadas, 
com presença de conídios (conídios são 
forma infectante) 
 Temperatura 35 a 37ºC – forma 
leveduriforme; 
Leveduras esféricas, ovais ou alongadas 
(charuto). 
 Micose subcutânea, causadora de doença 
subaguda ou crônica (homens e animais) 
e granulomatosa; 
 Inoculação através de traumatismo; 
 Infecção depende de: resistência do 
hospedeiro, tamanho do inóculo e 
virulência do fungo; 
 Episódio inicial é seguido de disseminação 
secundária, com comprometimento de 
vasos linfáticos e linfonodos – 
enfartamento de vários linfonodos; o 
linfonodo infectado se rompe e isso faz 
várias lesões. 
Forma infectante são os conídios! 
 
Patogenia 
 Conídios ou fragmentos de hifas são 
introduzidos na pele em decorrência de 
um traumatismo (atividades com plantas, 
arranhaduras de gatos) – não podemos 
esquecer que no ambiente ele apresenta forma 
filamentosa, tendo hifas e conídios; são os 
Microbiologia 
Letícia Iglesias Jejesky 
Med 106 
 
3 
 
conídios que são carreados para o ser humano 
em decorrente de traumatismo. 
 Lesão inicial - nódulo granulomatoso, que 
pode evoluir para lesão necrótica ou 
ulcerativa; 
 Vasos linfáticos de drenagem tornam-se 
espessos, semelhantes a uma corda, e ao 
longo destes vários nódulos subcutâneos 
e abscessos surgem – vasos sofrem 
alteração por conta da carga fúngica 
(enfartamento dos linfonodos). 
 A esporotricose fixa, consiste em um 
nódulo não linfático solitário, limitado e 
menos progressivo; 
 Pouco comprometimento sistêmico 
relacionados as lesões fixas; 
 Raramente pode ocorrer esporotricose 
pulmonar (inalação de conídeos) – 
pacientes debilitados ou 
imunocomprometidos – não é a forma 
natural de infecção a inalação dos conídeos; 
de modo geral, a doença é gerada pela 
inoculação do conídeo. 
 
Lesão em humanos 
Muitas vezes o início é onde há o traumatismo. 
Se acontecer o comprometimento de via linfática, 
acontece enfartamento e o fungo se alastra pela 
corrente linfática. Vários abscessos surgem ao 
longo do comprometimento linfático. 
 
 
 
 
Lesões em animais 
Começa com lesão pequena e, sem tratar, evolui. 
 
 
Aspectos do diagnóstico 
 Sinais clínicos 
 Tipo de Amostras: 
Fragmento de tecido, swab cutâneo, swab 
nasal e raspado de lesão. 
Swab cutâneo: higieniza lesão, espera uma nova 
secreção recente e coleta esse conteúdo (a 
limpeza é importante pois as lesões podem ter 
infecção bacteriana secundária). 
 
Diagnóstico micológico 
 Microscopia direta do Material 
 Citologia – Imprint (limpa lesão, espera 
secreção recente e “carimba” a lâmina na 
lesão – corar e observar no microscópio). 
 Coloração 
 Gram/ Giemsa/ Panótico/ Fucsina 
Se o material estiver em quantidade satisfatória, faz 
duas análises: exame direto e cultivo. Se tem pouco 
material, não realiza exame direto e prioriza o cultivo – 
coloca em meio de cultura, encontra nutrientes 
adequados e cresce. 
Exame direto:procurar levedura, pois a partir do 
momento que entrou no corpo do paciente o fungo 
dimórfico deixa de ser filamentoso e vira levedura. 
 
Cultura Micológica 
 Ágar Sabouraud 
 Ágar Sab. + Cloranfenicol (antimicrobiano, - 
favorecendo crescimento apenas do fungo) + 
Cicloheximida (inibe o crescimento de fungos 
contaminantes) 
Coloca esse meio em temperatura de 25°, que favorece 
o crescimento de formas filamentosas (colônias 
esbranquiçadas). Com o passar do tempo, essas 
colônias ficam enegrecidas por conta da produção de 
melanina nos conídios. 
 
 
 
 
 
Microbiologia 
Letícia Iglesias Jejesky 
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4 
 
Identificação morfológica: 
Filamentoso: colônias escurecidas (melanina) 
Crescimento rápido (2 a 5 dias) - 25ºC - 30ºC 
 
Microscopia oriunda de cultura – lâminas oriundas 
do crescimento filamentoso. 
Hifas hialinas septadas, com conidióforos 
(estruturas que formam conídios) curtos e conídios 
elipsóides /esféricos em arranjo característico 
(forma de margarida). 
 
 
Diagnóstico Micológico 
 Confirmação após avaliação do 
termodimorfismo 
 Avaliação macromorfológica e 
micromorfológica; 
 m.o suspeitos de pertencerem ao 
complexo Sporothrix 
 Repique em meio enriquecido (ABHI/ ASC 
5%); 
 Incubar à 37 ºC (3° dia); 
 Visualização de estruturas leveduriformes 
compatíveis (CRUZ, 2013). 
Toda a confirmação do fungo dimórfico envolve 
transformar um fungo filamentoso em leveduriforme 
em laboratório, avaliando o termodimorfismo. 
 
Quando falamos de esporotricose, trata-se de 
Sporothrix schenckii, a espécie de importância no 
Brasil é o S. brasiliensis. É um fungo dimórfico, que 
muda de forma de acordo com a temperatura. 
No ambiente: filamentosa 
No hospedeiro: leveduras 
 
Micoses endêmicas 
 
Paracoccidioidomicose 
 Causada pelo Paracoccidioides 
brasiliensis 
 Considerada a mais importante micose 
profunda em humanos, da América Latina; 
 Caracteriza-se por micose sistêmica de 
natureza granulomatosa com frequente 
evolução crônica, envolvendo 
principalmente a pele, linfonodos, 
pulmões e membranas nasal, oral e 
gastrointestinal; 
 O Brasil tem o maior número de casos 
descritos da doença. 
 Predomínio nas zonas rurais do Brasil e 
afeta principalmente os agricultores; 
 Terra contaminada é revolvida para a 
plantação – fungos inalados pelos 
trabalhadores rurais – se alojam nos 
pulmões. Inalação dos conídios. 
 Período de incubação pode variar de um 
mês até muitos anos – muitas vezes o fungo 
pode ser inalado na infância, ficar no pulmão 
durantes anos e em um dado momento ser 
ativado. 
 Ocorre exclusivamente em países da 
América do Sul e da América Central; 
 Regiões tropicais e subtropicais – Brasil, 
Colômbia, Venezuela, Equador e 
Argentina. 
 BR – maior número de áreas endêmicas 
no mundo, com prevalência nas regiões 
Sul, Sudeste e Centro-Oeste; 
 Em casos graves, a letalidade é estimada 
entre 2 e 23%. Maior incidência nos 
estados de São Paulo, Rio de Janeiro e 
Minas Gerais 
 O ar é o veículo de dispersão; 
 A infecção humana é adquirida, 
geralmente, entre 10 e 20 anos de idade; 
 Evolução para doença ocorre mais em 
adultos entre 30 e 50 anos; 
 Todos os pacientes diagnosticados fora 
da América Latina viveram, previamente, 
na América Latina. 
Microbiologia 
Letícia Iglesias Jejesky 
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Paracoccidioides brasiliensis 
 Isolado de morcegos, cães, gatos; 
 Animais podem ser usados como 
marcadores epidemiológicos; 
 Áreas endêmicas em regiões de florestas 
tropicais ou subtropicais; 
 Isolado com maior frequência em tatus 
(Dasypus novencinctus) que se infecta 
naturalmente pelo fungo- facilitadores da 
infecção humana; 
 A caça de tatus em áreas endêmicas deve 
ser totalmente evitada, hábito que 
constitui em um fator de risco. 
 
Patogenia 
 Inalação dos conídios – lesões iniciais nos 
pulmões; é um fungo dimórfico – no ambiente 
tem forma filamentosa – conídios – inalação. 
 Após período de dormência, que pode 
levar décadas, os granulomas pulmonares 
podem tornar-se ativos; 
 Acarretando disseminação da doença ou 
doença pulmonar progressiva crônica; 
 Forma disseminada atingindo vários 
órgãos 
 
 
O esquema mostra que o fungo está presente no 
ambiente, de modo que as pessoas mais 
acometidas sejam trabalhadores rurais. Ao 
administrar a terra acontecer a suspensão de 
conídios e a eventual inalação dessas formas 
infectantes – fase inicial pulmonar. Dentro do 
hospedeiro, o conídio vai à levedura, por conta da 
temperatura. 
 
 
 
 
 
 
Formas clínicas 
 Áreas endêmicas infecção primária 
durante a infância e envolve o sistema 
imunológico. A forma crônica do adulto 
mais frequente é a multifocal com 
envolvimento de pulmões, linfonodos, pele 
e mucosas – a criança desenvolver de fato 
essa doença tem relação com o estado 
imunológico dela. 
 Forma multifocal – evolução crônica e 
diagnóstico tardio; 
 Tosse persistente, escarro purulento, 
dispneia, perda de peso, febre associada a 
lesões cutâneas e nas mucosas são 
queixas frequentes – são sinais muito 
genéricos, por isso conhecer esse agente é um 
importante diagnóstico diferencial. 
 
Diagnostico micológico 
 Coleta de material – depende da área que foi 
comprometida e do tipo de lesão 
 Pus, escarro, punção de secreção 
 Exame direto (KOH) – precisamos nos 
lembrar que no exame direto estamos tirando 
o fungo de uma temperatura de 35-37º, de 
modo que nesse exame observamos sempre a 
presença de leveduras. 
Levedura apresentando brotamentos diversos, 
tipo Mickey ou roda de carro de corrida (leme de 
barco). 
 
 
 
Cultura Micológica 
 Isolamento: Ágar Sabouraud dextrose + 
clorafenicol + ciclohexamida a 25ºC (20 a 
60 dias). 
 Filamentoso 
Colônias filamentosas brancas com aspecto 
algodonoso ou aveludado. 
 
 
Microbiologia 
Letícia Iglesias Jejesky 
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 Conversão para levedura: 10- 20 dias a 
37ºC 
 Meio BHI 
Microscopia: grandes células leveduriformes com 
vários brotamentos, com presença de 
clamidósporos. 
Clamidósporos – estruturas de resistência 
ambiental que os fungos podem produzir. 
 
Sempre que fala de fungo dimorfismo tem que avaliar 
a transição da forma filamentosa para leveduriforme. 
 
 
 
Histoplasmose 
 Doença cosmopolita – Com predomínio 
nas Américas – vales dos rios Mississipi-
Missouri nos USA, e na Serra do mar no 
Brasil – Rio de Janeiro; 
 Doença urbana: forro de casas, oco de 
arvores, galinheiros; 
 14 microepidemias foram publicadas no 
Brasil: visitas a cavernas, minas 
abandonadas, bueiro, limpeza de forro de 
casa de veraneio e de galinheiros; 
 Mais frequente: trabalhadores rurais, 
criadores de aves e espeleólogos 
(exploradores de cavernas). 
 Micose pulmonar mais prevalente em 
seres humanos e animais; 
 Pode ocorrer disseminação via linfática ou 
hematogênica; 
 Preferência pelo sistema retículo-
endotelial – tem habilidade de se disseminar 
por esse sistema. 
 Agente Etiológico: Histoplasma 
capsulatum; 
 Fungo dimórfico térmico. 
 
Habitat 
 Solo aerado, pH pouco ácido, matéria 
orgânica; 
 Solo enriquecido com excretas de 
morcegos, galinhas ou aves migratórias; 
 Alto teor de ácido úrico, fosfatos e outros 
compostos nitrogenados nas excretas 
desses animais – as excretas dos animais 
são ricas em componentes nitrogenados, que 
deixam o pH alto favorecendo a proliferação 
dos fungos. 
 Grutas e galinheiros. 
 
Patogenia 
 Após inalação, os conídios desenvolvem-
se em células leveduriformes; 
 Fagocitadas por macrófagos alveolares, 
onde são capazes de se multiplicar; 
 No interior dos macrófagos as leveduras 
podem se propagar para os tecidos 
reticulo-endoteliais, como fígado, baço, 
medula óssea e linfonodos. 
As leveduras são fagocitadas por macrófagos no 
pulmão. Contudo, o macrófago não é capaz de eliminar 
essa levedura, de modo que ela se mantenha viável no 
interior dessa célula e se multiplique. O fungo se 
propagadentro do ambiente in vivo (no hospedeiro). 
 
Manifestações clínicas 
Assintomática 
90% dos casos de Histoplasmose. 
Pulmonar 
 Sintomas de resfriado com febre, calafrios, 
cefaleia, tosse, mialgias e dor torácica. 
 Em raros casos, geralmente a síndrome do 
desconforto respiratório agudo pode ser 
vista. 
 10% dos pacientes pode apresentar 
sequela inflamatória, como linfadenopatia 
persistente com obstrução brônquica, 
artrite, artralgias ou pericardite. 
 
 
 
Microbiologia 
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Disseminada 
 Casos raros; 
 Pacientes com AIDS e outras patologia 
como linfomas e leucemias; 
 Mortalidade nos imunossupremidos 
chega a 90%; 
 Sintomas clínicos: febre, perda de peso, 
hepatoesplenomegalia, linfoadenopatia, 
leucopenia, anemia e lesões cutâneas, 
ulcerações nas mucosas oral e intestinal. 
Na forma disseminada é difícil identificar o agente – é 
uma forma rara e os indivíduos que estão relacionados 
com ela são imunodebilitados. 
 
Diagnostico micológico 
 Material Clínico 
 Escarro e lavado brônquico: fase pulmonar 
aguda 
 Biopsia pulmonar: fase pulmonar crônica 
(somente em alguns casos) 
 Forma disseminada: depende da 
sintomatologia do paciente – sangue 
periférico não é um bom material (literatura 
relata isso mas a professora não disse a razão) 
 Exame direto – esfregaços ou imprints 
 Exame direto – muito difícil de encontrar o 
fungo; 
 Material de biopsia: melhor material – 
Coloração por Giemsa ou Wright 
(Histopatologia); 
É melhor pois a levedura está presente 
principalmente nos macrófagos. 
 Fungo visto no interior de macrófagos 
 
 
Cultura Micológica 
 Ágar Sabouraud dextrose + clorafenicol 
(ou penicilina e estreptomicina); 
 25ºC por período superior a 15 dias; 
Colônias filamentosas brancas/creme com 
aspecto algodonoso. Microscopia micélio hialino 
ramificado, presença de microconídios e 
macroconídios tuberculados coberto por 
projeções espiculadas (EM HISTOPLASMOSE QUEM 
TEM ESSE ASPECTO SÃO MACROCONÍDEOS – 
FUNGOS FILAMENTOSOS; não confundir com a 
estrutura de LEVEDURAS que é semelhante a Mickey 
que já vimos em outra doença). 
 
 Demonstrar o dimorfismo: 
1. Cultivo do isolado em Ágar Infusão de 
Cérebro e Coração (BHIA) 
Incubar a 37ºC = leveduriforme 
2. Cultivar o isolado em Ágar Sabouraud 
Dextrose 
Incubar a 25ºC = filamentoso 
 
Micoses oportunistas 
Criptococose 
 Doença global que causa 
aproximadamente 620.000 mortes por ano 
(sendo 223.100 casos em indivíduos com 
AIDS – 181.100 mortes); 
 Atinge pulmões e pode disseminar-se 
para outros órgãos, principalmente o SNC 
– esses fungos tem tropismo pelo SNC 
 Excrementos de aves principalmente de 
pombos favorecem o crescimento de C. 
neoformans (reservatório) – os pombos 
não apresentam infecção, mas propagam 
esse agente no ambiente. 
 Imunossupressão: 
 Transitória: corticoides e 
antibióticos 
 Permanente: leucemias, AIDS, 
transplantados e Diabetes mellitus 
 
Características gerais 
 Atinge órgãos internos e pele; 
 Fungo possui tropismo pelo SNC; 
 Agente Etiológico: Cryptococcus 
neoformans (+ 70 espécies); 
 Fungo leveduriforme capsulado; NÃO É 
DIMÓRFICO 
 Classificado em três variedades: C. 
neoformans var grubii (sorotipo A) de 
distribuição mundial – atinge os 
imunocompetentes; 
Microbiologia 
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 C. neoformans var neoformans (sorotipo 
D); 
 C. neoformans var gattii (sorotipos B e C). 
 
Cryptococcus neoformans var. neoformans 
 Levedura capsulada oval ou globosa 
 Cápsula polissacarídica – virulência – 
sistema imune não reconhece fungo como 
agente nocivo, o que facilita a propagação 
dele no hospedeiro (assim como nas 
bactérias). 
 Desenvolve principalmente em 
pacientes imunodeprimidos 
 
Cryptococcus neoformans var. gattii 
 Levedura capsulada alongada 
 Atualmente, somente C. gatti 
 Desenvolve principalmente em 
pacientes imunocompetentes 
 “Futura micose não oportunista”. 
 
Habitat 
 C. gattii e C. neoformans colonizam 
madeira, principalmente em estado 
avançado de decomposição – são 
saprofíticos 
 C. neoformans var gattii: restos de 
eucaliptos; 
 35% de positividade de amostras de fezes 
de pombos na cidade de São Paulo (C. 
neoformans var neoformans). 
 
Patogenia 
 Inalação das células leveduriformes, 
secas e minimamente encapsuladas e 
facilmente aerossolizadas – a forma de 
infecção é inalação de células leveduriformes. 
 Infecção pulmonar primária, podendo ser 
assintomática ou não; 
 As leveduras podem multiplicar-se e se 
propagar para outras partes do corpo – 
SNC. 
Inicia pela inalação – levedura é estrutura inalada. 
Levedura está nas fezes do pombo – varredura – 
suspende levedura – inalação 
 
 
 
 
 
 
Manifestações clínicas 
Assintomática 
 Acometimento pulmonar: sem sintomas 
clínicos 
Pulmonar 
 Principais sintomas: tosse, expectoração, 
dor torácica, emagrecimento e febre; 
 Pode mimetizar a tuberculose; 
 Geralmente o diagnóstico pulmonar é 
secundário a uma investigação clínica do 
SNC – pois os fungos possuem alto tropismo 
por células do SNC e acabam desencadeando 
problemas sérios nesse local. 
 
Manifestações clínicas em SNC 
Meningoencefalite Criptocócica 
 C. neoformans e C. gattii são altamente 
neurotrópicos; 
 Meninges e tecido cerebral subjacente são 
envolvidos, e clinicamente observam-se 
febre, dores de cabeça, meningismo, 
distúrbios visuais, alterações mentais e 
convulsões. 
 
Manifestação clínica disseminada 
 Não é comum; 
 Lesões cutâneas, oculares, próstata, baço 
e fígado. 
 
Diagnóstico micológico 
 Exame direto 
 Tinta da China/Nanquim - não cora 
cápsula 
Leveduras apresentando uma espessa 
cápsula que não se cora. 
 
Na imagem observa-se uma forma que parece de 
Mickey, o que diferencia é que há uma espeça cápsula- 
dando aspecto de uma zona clara em volta da 
levedura. 
Microbiologia 
Letícia Iglesias Jejesky 
Med 106 
 
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Cultura Micológica 
 Ágar Sabouraud Dextrose 
 Notificação compulsória: de acordo com a 
portaria n°104/2011 do Ministério da 
Saúde 
Colônias mucóides por conta da presença de 
cápsula 
 
 
Candida auris: uma ameaça global 
 Fungo leveduriforme emergente que 
representa uma séria ameaça à saúde 
global, por 3 razões principais: 
1. Muitas são multirresistente; 
2. Difícil identificação com métodos 
de laboratório padrão; 
3. Surtos em ambientes de saúde. 
 
Candida auris 
 C. auris causa doenças graves em 
pacientes hospitalizados; 
 Pacientes podem permanecer colonizados 
por C. auris por muito tempo; 
 Pode persistir em superfícies em 
ambientes de saúde, resultando na 
disseminação entre pacientes em 
instalações de saúde.

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