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plantao psicologico em hospital psiquiatrico

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[60 
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está aí p
ara isso! 
-. -~ 
N
ão conheço quase ninguém
 
: 
nessa classe ... 
Eles m
e cham
aram
 para entrar 
naquele grupo. 
Estou aprendendo um
 m
ontão 
de coisas novas. 
Será que eu topo? 
M
as é tanta m
atéria para 
estudar! 
Se eu tirar notas baLxas, 
não sei com
o vai ser lá em
 casa! 
A
prender coisas novas ... 
N
ovos am
igos ... 
A
m
pliar horizontes é sem
pre bom
. 
N
os m
om
entos de dificuldade, 
com
o se sente falta. disso! 
E
ntão é preciso pedir ajuda. 
O
 Plantão Psicológico está aí para isso! 
Q
uerendo, apareça ( ... e cresça 1)
. 
'/ ; 
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A
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,•J r\J"V\Í'\['(j\i 
,_·-
~
 
Vlalcer Ca1,ce//,1 ],iniur 
A
ntes de nos aprofundarm
os na experiência do plantão ;:isicológico no h,ispi-
·tal psiquiátrico, con$idero im
portante salientar que este breve trabalho nãn tem
 
_-a pretensão de esgotar a questão. Esta é um
a abordagem
 terapêutica recente, 
• pelo m
enos no que se refere a um
a instituição psiquiátrica, e tem
os que ,far 
tem
po ao tem
po para que possam
os vivenciar a experiência e :onceituá-la. Enfim
. 
;:fazer ciência e teorizar sobre os fatos. A
té o té'rm
ino deste ·elato, não tivem
os 
(conhecim
ento de outras instituições psiquiátricas que uti11zassem
 esca m
o,ln-
)dade terapêutica da form
a com
o aqui será abordada. 
'i 
É im
porrante iniciar a apresentação com
 caracterização do hospirnl psiqui,í-
~Í:rico onde está sendo realizada a prática, para que posrnm
os visL;ali,Jr 
, 
·experiência dl~ plantão inserida dentro de um
 concexto ma,., am
plo. 
.. 
A
 C
asa de Saúde N
ossa Senhora de Fátim
a é um
a instt,uiç:io m
"m
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,, 
[>U
r 
\·religiosas católicas pertencentes à C
ongregação d3s Irm
ãs H
ospitaleiras do s~.~r.1-
; do C
oração de Jesus. Essa congregação possui hospitais distriÍ:iuídos pela Eurur•;,. 
.>M
ica, Á
sia e A
m
érica Latina;-e elege com
o objecu de sua dedica,;:'io e:,clu-
i!·slvam
enre o doente m
ental. A
 forte influência hum
anistc, m
1 icleul,,gia ,\·ssa 
(.congregação e, conseqüentem
ente, na ideologia do hospital facilirou rnu
iLO 
J 
·.;im
plantação e ·aceitação do plantão psicológico, assim
 com
o suas conseqüênci,b 
_na dinâm
ica hospitalar. 
A
 instituição em
 questiio é um hospital de porte m
édio, com
 170 lo.:iw
s qt:t 
··perm
anecem
 invariavelm
ente ocupados. Esses leitos estão di:M
ibuídos em
 ,': · , 
-,.ip.arias que fom
.am
 5 se~ores distintos. A
 saber: térreo, prim
ti.o andar --
ab, 
· .. 
._:_,e B
 -
e segundo andar·· -ah:ts A
 e B. N
o térreo ficam
 pessoas cujo o nÍ\<=I slt'. 
··desorganização e com
prom
etim
ento causados pelo quadro patológico n:'io é r·i,' 
.intenso, e clientes provenientes de cunvênios parricubres. O
 prim
eiro an.:la,·, 
. ala A
 é constituído por pessoas cronificadas otr deficientes m
odern,lo, e grw
es 
ló2 
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 PESSO
A
 
que necessitam
 de um
a atenção direta da equipe da enferm
agem
. A
 atuação 
terapêutica neste setor é centrada na terapia ocupacional visando m
elhor 
organização e uso m
ais eficiente dos recursos internos disponíveis. N
o prim
eiro 
andar/ ala B
irem
os encontrar pessoas que estão em
·um
a etapa m
ais avançada 
do tratam
ento e, portanto em
 um
 quadro sub-agudo. N
esta ala estão alojados os 
idosos e clientes em
 condições de receberem
 alta hospitalar. O
 segundo andar/ 
ala A
 é constituído por pessoas em
 quadro agudo de sua doença. É portanto o 
andar de entrada na instituição. N
este setor a ação é prioritariam
ente-m
edica-
m
entosa, visto que o nível de desorganização e a ruptura com
 a lógica são intensos. 
O
 estabelecim
ento de um
 vínculo psicoterápico e a_ ação verbal é bastante 
restrito. N
o segundo andar/ala B
 encontram
os pessoas que saíram
 do m
om
ento 
agudo de sua doença, porém
 ainda não estão aptas a serem
 transferidas para as 
outras alas de terapêutica m
enos ostensiva do ponto de vista m
edicam
entoso. 
Espera-se que o segundo andar/ala B
 seja um
 andar de transição, um
a etapa 
interm
ediária entre o m
om
ento agudo e a saída do hospital. É nesse m
om
ento 
que o trabalho psicoterápico tem
 se m
ostrado m
ais eficiente: A
 experiência nos 
m
ostra que no m
om
ento agudo a relação terapêutica é pouco eficaz devido a 
vários fatores, tais com
o: o alto _grau de desorganização interna que o indivíduo 
apresenta; a necessidade de um
a intervenção m
edicam
entosa m
ais agressiva 
que pode influenciar a capacidade elaborativa; etc. N
os m
om
entos que prece-
dem
 à alta hospitalar, a vinculação ao processo tam
bém
 fica prejudicada, visto 
que o indivíduo encontra-se m
obilizado para abandonar a instituição. 
C
om
o o breve relato estrutural da instituição deixou explícito, trabalham
os 
· cÓm
 um
a população bastante heterogênea, com
posta de pessoas em
 quadro agudo 
e sub-agudo de suas doenças. M
esm
o os pacientes crônicos que estão internados 
encontram
-se em
 um
 m
om
ento agudo na sua cronicidade. N
ão possuím
os paci-
entes asilados e o período de internação visa ser o m
ais breve possível, no intuito 
de m
inim
izar as seqüelas inevitáveis de um
a instituição psiquiátrica a nível 
social. A
lém
 disso, acreditam
os que o lugar do paciente deva ·ser junto à sua 
fam
ília e inserido na sociedade. 'A
 ful}ção da institucionalização é exercer um
a 
ação terapêutica enquanto essa ainda não possa ser realizada em
 âm
bito 
am
bulatorial. 
O
 corpo clínico é constituído por oito psiquiatras, sendo dois plantonistas, 
nove residentes em
 psiquiatria, cinco clínicos gerais, três psicólogos, quatro 
estagiários de psicologia, dois terapeutas ocupacionais, duas recreacionistas, 
dois assistentes sociais, quatro enferm
eiros, um
 farm
acêutico e, por fim
, um
 
nutricionista. A
 equipe tenta trabalhar de um
a m
aneira coesa, com
 o intuito de 
potencializar ao m
áxim
o o curto tem
po de internação. 
O
 setor de psicologia realiza grupos psicoterápicos, atendim
entos individuais 
(em
 esquem
a de psico,terapia breve e focal) e o plantão psicológico. Esporadica-
PLA
N
TÁ
O
 PSICOLÓG
ICO
 E:-1 HOS_l'!:J:~
L_ l'SIQUJ.Ü
lllCO
 
i63 
m
ente, são realizados processos psicodiagnósticos, porém
 êssa tarefo 
n5o ,• a 
prioridade do setor, visto que o psicólogo é reconhecido nesta institu
ição pela 
sua ação terapêutica direta. 
Para que possam
os com
preender o plantão psicológico qentro du contexto 
hospitalar, é necessário conhecerm
os os conceitos de doença m
ental que orientam
 
a conduta terapêutica nesta instituição. 
.São vários os conceitos de doença que circulam
 pela nossa cultura e socie-
dade. A
 O
M
S. (O
rganização M
undial de Saúde, 1993) considera a saúde com
o 
um
 estado de com
pleto bem
-estar físico, m
ental e social e não som
ente a ausência 
de sintom
as. Se nos determ
os sobre esta conceituação, concordaríam
os com
 
M
A
U
R
IC
IO
 K
N
O
B
EL (1986, p.10) ,que ao avaliar tal conceito em
 seu livro 
sobre psicoterapia breve afirm
a que a única verdade que esso definição contém
 
é a de que a ausência de sintom
as não significa saúde, pois pc)de haver processos 
não m
anifestos ou um
a negação da doença. Se considerarm
os esse conctir.1, 
chegaríam
os à conclusão que estam
os todos doentes. Q
uando em
 um
a socieda,ic 
m
oderna, pós revolução industrial, capitalista e repleca de tensões e cxigênci::is, 
alguém
 pode afirm
ar que encontra-se em
 tal equilíbrio? A
parentem
ente, esse 
conceito propõe um
a hom
eostase utópica. A
 vida é conseqüência de um
 jogo· 
de tensões onde há m
om
entos em
 que estam
os bem
 fisicam
ente, porém
 .·8 
ansiedade ou a angústia podem
 aflorarnossa consciência, pois estam
os vivus. 
Q
ual cidadão pode falar de bem
-estar social em
 um
a sociedade com
o a brasileira? 
O
utro conceito utilizado pelo senso com
um
, e que surgiu a partir das prim
eir::is 
tentativas da psiquiatria em
 definir seu cam
po de atuação, costum
a deHnir o 
doente m
ental com
o alguém
 "anorm
al". Portanto, a doença m
ental serú 
defini,b 
pelo não pertencim
ento a um
a regra geral (norm
alidade). Se nos oricnt:ísS<.:111 .. , 
por esse conceito popular haveria com
 certeza um
a superlotação das institui~õtcS 
. 
que tratam
 do doente m
ental. Estariam
 em
 tratam
ento gênios e todos os 
im
li-
" 
víduos que possuem
 um
a habilidade especial. G
randes personagens da história 
universal não poderiam
 realizar feitos m
em
oráveis, pois estariam
 institucionalizados 
por serem
 "loucos", sob a ótica desse conceito. A
nnal, W
olfgang A
m
adeus M
ozart, 
A
lbert Einstein e m
uitos outros foram
 decididam
ente indivíduos portadores de 
um
 dom
 especial que foge à regra geral, porém
 não foram
 doentes m
entais. 
Percebem
os que, nesse conceito, a "norm
alidade", e portanto a saúde, seria detinda 
pela constância na m
anifestação do fenôm
eno. A
 saúde seria um
a faixa esratística. 
Se levarm
os esse raciocínio às últim
as conseqüências, poderíam
os considerar 
norm
ais e saudáveis m
anifestações evidentes da patologia soó;tl com
o os crim
es, 
por exem
plo, esses ocorrem
 com
 um
a cerca freqüência e sã•.) con.,;i..:lerndos um
 
fenôm
eno esperado dentro de um
 contexto social. 
É com
um
 ouvirm
os, principalm
ente no contexto hospitalar, fam
ili.,rés rtl~,i-
rem
-se ao doente m
ental com
o R
yuele que "sofre de um
a doénç,1 j.,, nen
,,.;" 
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A
 PEss~ 
ou da "cabeça". Existe im
plícíto nesse discurso um
 outro conceito ineficiente 
de doença m
ental. Sob essa ótica, o doente m
ental é aquele que sofre. Em
bora 
m
uitas vezes o sofiim
ento psíquico esteja evidente na doença m
ental, não po-
dem
os definir a doença pela sua existência. 
_ 1 
,...----1'> 
O
 sofrim
ento psíquico não precisa ser sintom
a de doença. Em
 alguns casos, a 
··';IJ' 
angústia ou a tristeza são sinais de saúde. D
entro de um
 processo pslcoterápico, o 
-;-;.'\ 
sofrim
ento pode significar que o sujeito está entrando ·em
 coritato com
 questões 
que até então eram
 negadas. Em
 situações de luto se espera a tristeza no cam
inho 
para a elaboração da perda. Por outro lado, a ausência do sofrim
ento tam
bém
 não 
significa saúde. Q
uem
 já teve a oportunidade de entrar em
 _conta to com
 um
a 
pessoa em
 quadro m
aníaco pôde perceber que não há" evidê~cias de sofiim
ento 
no seu discurso e na sua interação com
 o m
eio, assim
 com
o não há ailg~stia no 
psicopata, no entanto, é inquestionável a existência de um
a patologia. 
A
 conceituação da doença m
ental é um
 tem
a vasto e im
preciso. N
ão existem
 
leis absolutas com
o na nsica ou na m
atem
ática para a fonnulação de um
 conceito 
pleno. Q
ualquer definição de doença m
ental vai sofrer 
influências da cultura, da 
linha filosófica, da linha teórica e etc. daquele que conceitua. A
 psiquiatria vem
 
tentando classitlcar e hom
ogeinizar a doença m
ental desde sua •origem
. N
o final 
do século X
V
III, Pinel fazia grande revolução do diagnóstico dos transtornos 
m
entais, e no final do século X
IX
 foi a vez de E. K
reapelin fazer a segunda revo-
lução (O
M
S. 1993). A
té hoje vem
os o esforço da psiquiatria na confecção do 
C
.I.D
.-10 (C
ódigo Internacional de D
oenças -
10). Poderia citar vários autores 
que contribuíram
 positivam
ente com
 essa com
plexa questão, criando conceitos 
que seriam
 úteis para orientar nossa prática terapêutica institucional (SC
H
EFF, 
1978; SIV
 A
D
O
N
, 1973; B
LEG
ER
, 1967; etc.), porém
 optei por duas conceituações 
que se destacam
 pela sim
plicidade, abrangência e com
plem
entaridade. 
O
 prim
eiro conceito define a doença m
ental com
o um
a "patologia da liber-
dade" (SO
N
E
N
R
E
IC
H
, C
. e B
A
SSIIT
, W
., 1979). Esse é um
 conceito de ori-
gem
 psiquiátrica, no entanto, apesar de ser um
 conceito m
édico, ele pode ser 
plenam
ente eficiente orientando um
a ação terapêutica psicológica. 
N
esse conceito, a palavra "liberdade" refere-se à capacidade de o indivíduo 
optar, ou seja, de criar norm
as próprias para se gerenciar. O
 doente m
ental seria 
aquele indivíduo que perdeu a capacidade de optar e passa a viver regido pelas 
norm
as ditadas pela sua patologia. Portanto, o doente m
ental não é m
ais senhor 
de seus atos, e, sim
, escravo de sua doença. Para m
elhor com
preender esse 
conceito, basta pensarm
os em
 um
 indivíduo neurótico obsessivo. O
s rituais ob-
sessivos são sintom
as considerados absurdos frente a um
a lógica racional, porém
 
o doente não se arrisca a não cum
pri-los. A
s idéias obsessivas perm
anecem
 na 
consciência, apesar de não aceitas pelo sujeito. 
Percebem
os um
a clara regência dos sintom
as sobre a racionalidade. É por 
esse m
otivo que a doença m
ental leva à perda da cidadania do indivíduo, pois 
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[65 
esse não pode fazer suas escolhas livre da pressão patológica intem
,1 e, srndo 
assim
, passa a ter a necessidade de ser protegido. Essa proteç~o no m
om,·11rn 
agudo de sua enferm
idade tem
 o intuito de im
pedir que o indivícluc, cc,!1\él:. 
atos que possam
 prejudicar a si e a seus próxim
os. V
em
os nesse pauto
:, jusrih· .. 
tiva para a institucionalização, desde que ela seja breve ·e eficiente. 
O
 segundo conceito vem
 para· com
plem
entar e aprofundar o que tui acim1 
citado. Segundo A
LFR
ED
O
 M
O
FFA
IT
 (1983), a patologia seria unia dêsorgani-
zação da tem
poralidade e, conseqüentem
em
e, da identidade. Tentarei rransn1il ir 
de m
aneira sucinta as idéias desse teórico. Para ele, a consdência é uni procc,-
so pontual que ocorre de m
om
ento a m
om
ento, e o hom
em
 através de um
 longo 
processo evolutivo co1:1-seguiu desenvolver um
a construção im
aginária que lhe 
assegura a continuidade de seu psiquism
o (tem
po) e, conseqüentem
ente, Je 
sua identidade. D
esta form
a, o que nos difere dos anim
ais J que esse só possui 
um
 presente im
ediato, enquanto que o hom
em
, através dessa tram
a, pos.m
i u 
presente, sabe de seu passado e pode inferir sobre seu futuro. Essa continuidaJe 
no processo de consciência perm
ite que o indivíduo crie sua idenridad,;;. O
 
ponto central dessa teoria define que a doença m
ental é a destruição dessa 
tram
a de sustentação da continuidade do EU
. C
onseqüentem
ente, a pessoa ,e 
fragm
enta e dissolve a sua vivência de existir (crise). Ela descobre que o tem
po 
não existe e catem
 um
 vazio paralisante e insuportável. Para superar essa situação, 
o indivíduo tenta construir um
a nova tram
a de continuidade, que nada m
ais é 
do que um
a restituição neurótica ou psicótica. Essa nova tram
a não é com
-
partilhada por todos. O
 sujeito cria um
 novo EU
 isolado e alheio à cultura geral. 
C
oncluindo de m
aneira breve e sim
plificada nosso raciocínio, com
preendem
os 
a doença m
ental com
o um
 m
om
ento de crise onde há um
a torai desorganização 
da identidade do indivíduo que o retira da cultura geral, im
pedindo-o de ·com
ar 
decisões e optar de m
aneira isenta no processo de gerenciam
ento da vida. 
A
 partir do m
om
ento em
 que a doença m
ental passa a ser visr3 por essa 
ótica, toda a ação terapêutica deve levar o indivíduo a se perceber com
o agente 
de .rna existência, inserido e com
prom
etido com
 o m
eio sociocultural que o 
cerca e apto para fazer opções livre de pressões internas. D
e m
aneira geral, o 
psicoterapeuta deve resgatar o indivíduo de um
 vazio paralisante (crise -
doença 
m
enta!) para a plenitude da sua cidadania. 
· 
D
e possedesses conceitos, o desafio que se apresentou foi de· com
o operacio-
nalizar esse processo de m
udança levando em
 conta que esse deve ocorrer, ou 
pelo m
enos iniciar-se, dentro de um
a instituição com
 características peculiares, 
com
o todo hospital psiquiátrico, e em
 um
 tetnpo basrante reduzido, visto a bre-
vidade das internações. A
s form
as tradicionais de atendim
ento m
ostr:1vam
-se 
eficientes. Porém
, havia a necessidade de otim
izar ao m
áxtm
o o r<er.1po que 
dispCni.ham
os para favorecer ao indivíduo as condições necess,írt::i.s para o Séll 
1 
1 !!m 
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166 
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 PSIC.ULÓ
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A
o
o
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 PESSO
A 
desenvolvim
ento. A
lém
 disso, percebíam
os na dinâm
ica institucional caracte. 
rístirns que, em
bora tivessem
 a m
elhor das intenções, não facilitavam
 o m
ovi-
m
ento do cliente em
 direção à saúde com
o a com
preendem
os. 
A
 boa vinculação aos grupos psicoterápicos e aos atendim
entos individuais 
m
uitas vezes eram
 fictícios. O
 alto nível de freqüência não tinha a ver com
 um
a 
conscientização de sua dem
anda ou o desejo de se conhecer e se desenvolver, 
m
as, sim
, com
 um
a pressão im
pH
cita para que o indivíduo se· vinculasse a um
a 
atividade terapêutica, D
essa form
a, o cliente vinha ao grupo m
obilizado pelo 
desejo da instituição e não pelo próprio desejo, e, conseqüentem
ente, não fazia 
opções, não se gerenciava e não havia o resgate da própria ide.m
idade. Estar em
 
um
 grupo psicoterápico, ou m
esm
o em
 atendim
ento individualizado pelo desejo 
alheio, m
obiliza forces sentim
entos persecutórios e cria um
 clim
a que dificulta o 
estabelecim
ento de um
a relação terapêutica eficiente. 
O
 psicoterapeuta nessa situação não era visco com
o um
 elem
ento facilitador 
para que o cliente se percebesse, elaborasse um
a queixa e ditasse seus rum
os, e, 
sim
, com
o uin "alheiro" da instituição que iria "inform
ar" aos outros m
em
bros 
do corpo clínico se os seus sintom
as regrediram
 ou se estava ou não na hora da 
alta. É obvio que a constância no acendim
ento m
udava essa relação. Porém
, isso 
custava um
 tem
po m
uito precioso, de que às vezes não dispúnham
os. 
O
s atendim
entos em
 psicoterapia breve-focal, em
bora tam
bém
 cum
pram
 seu 
papel, levantam
 questões. A
 técnica psicoterápica breve determ
ina a eleição 
de focos que devem
 surgir a partir de diferentes níveis de diagnósticos com
o 
propõe FIO
R
IN
I (1978): diagnóstico clínico, psicodinâm
ico, psicopatológico, 
evolutivo, psicossocial, com
unicacional, adaptativo, etc. Esses focos quase sem
-
pre são determ
inados pelo psicoterapeuta. N
esse caso estaríam
os determ
inando 
diretrizes externas para um
 processo que pertence ao cliente. C
oncordo que um
. 
psicocerapeu ta bem
-treinado possa identificar e antecipar focos conflicivos. Porém
, 
de nada servirá ao cliente se conflitos não forem
 percebidos com
o seus, e esse 
não esteja m
obilizado a abordá-los. C
abe ao cliente determ
inar o que é m
ais 
im
portante e m
erece ser abordado no m
om
ento, porém
 é crucial que o 
psicoterapeuca confie na capacidade do cliente para fazer esse m
ovim
ento e 
tente proporcionar um
 am
biente facilitador para tal. 
H
avia, portanto, a necessidade de um
a abordagem
 que viesse suprir todos os 
pontos acim
a citados. A
 intenção não era suprir as m
odalidades terapêuticas 
existentes e sim
 im
plantar um
a form
a de atendim
ento qu~ fosse terapêutica por 
si só, e ao m
esm
o tem
po, caso necessário, um
a m
aneira de integrar o cliente às 
abordagens psicoterápicas tradicionais de form
a m
ais com
prom
etida. 
A
 ansiedade frente a cal dem
anda institucional levaram
-m
e ao encontro do 
plantão psicológico que acontece no Serviço de A
conselham
ento Psicológico 
do Instituto de Psicologia da U
niversidade de São Paulo. A
o fam
iliarizar-m
e 
P
LA
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SPITAL _l'.>._ll.!~·•L_!I_Á_T_RJ_<.U 
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lll/ 
-·--
-
-
-
-
com
 os aspectos teóricos dessa m
odalidade terapêutica, percebi a viabiliJcide 
de im
plantá-lo na instituição em
 questão. 
Para que seja possível a realização do plantão psicológico em
 um
a instituiç5o, 
é necessário que essa acredite na capacidade de sua clientda em
 desenvolver-
se. C
A
R
L RO
G
ERS e K
IN
G
ET (1975) afirm
avam
 que: ''Todo orgrmismv é'""'.. : 
por um
a tendência inerente para desenvolver toda as suas potencialidndes <! 
:• 
desenvolvê-las de maneira a favorecer sua conservação e seu enrit7uecimencu" (p. l:i'i). 
Se esse conceito, conhecido pelos rogerianos com
o tendência atualizante, não 
for absorvido pela instituição é im
possível a viabilidade do plantão, pois não 
haveria um
 solo fértil para que a experiência germ
ine. A
creditar nesse conceiro 
gera um
 clim
a facilitador para que a pessoa possa m
over-se em
 direção ao en• 
contra terapêutico que o plantão propicia. 
A
inda do ponto de vista institucional, é necessário que haja um
a sistem
ati• 
zação do serviço. O
 cliente precisa saber quando e onde o plantonista vai estar 
à disposição. D
entro de um
 hospital psiquiátrico, a sistem
atização do serviço 
·assum
e um
 caráter terapêutico, na m
edida em
 que estabelece coordenadas (tem
-
po e lugar) fixas que facilitam
 a reorganização alopsíquica· e autopsíquica do 
indivíduo. A
lém
 disso, a sistem
atização ajuda o cliente "em
 potencial" a com
rolar 
sua angústia ao saber que poderá contar com
 alguém
, caso suas sensações tom
em
-
se insuportáveis em
 determ
inado lugar e espaço de tem
po. 
Q
uanto ao plantonisca, esse deve estar preparado para um
a situação tera-
pêutica m
uito diferente das abordagens tradicionais. O
 profissional deve estar 
ciente e disposto a se defrontar com
 o não planejado, situação m
uito com
um
 em
 
um
 hospital psiquiátrico. 
Tanto o profissional com
o o cliente devem
 saber da possibilidade de esse 
encontro ser único. A
 percepção da lim
itação tem
poral vai gerar um
a m
odificaçii0 
interna nos participantes do encontro. Possibilitará ao plantonisra urna m
aior 
sensibilidade frente as questões do cliente, e esse, por sua vez, .tentará reorganizar 
sua dem
anda de m
aneira a hierarquizar e priorizar aquilo qué é m
ais im
porrnn• 
te para si naquele m
om
ento. O
 lim
ite é por si só um
 fator reorganiaador. C
om
o 
elegeríam
os nossas prioridades na vida se não soubéssem
os da exisc~nci:1 da 
m
orre? H
ierarquizam
os nossos projetos de vida e nos organizam
os a p:1rtir ela 
percepção de nossa finitude. Sendo a vida um
 bem
 ·transitório,. proporno-nos a 
utilizá-la de m
aneira eficiente no intuito de tentarm
os saciar nossas dem
andas. 
O
 plantonista tam
bém
 deve se propor a responder à dem
anda du cliente 
naquele m
om
ento. Essa proposta, aparentem
ente im
possív~I. torna-se viável 
quando o profissional coloca-se à disposição para acolher a experiência do cliem
e 
e não apenas seus sintom
as. A
dotando essa form
a de conduta será possível 
facilitar ao cliente um
a visão m
ais am
pla de si, que poderá quernonar-sc e 
entender seus sintum
as inserido em
 um
 contexto m
ais am
plo. O
 que se d~sej,·, é 
168 
jl V. 
ACONSELHAM
ENTO PSICOL_ÓGICO CEN
!JtA
C'O
 N,1 PESSOA 
q_ue 
O
 c(ience perceba-se inserido no m
undo e passe a com
preender suas ques-
toes e sintom
as não _m
ais dissociados do geral, e, sim
, com
o parte integrante 
desse to?º· Esse m
ovim
ento vai dar um
 nov o valor à doença para o indivíduo 
m
stttuc1onalizado, pois essa não m
ais será um
a entidade isolada e sim
 aloo 
contextualizado. 
"' 
-
4
 
A
gora que abordam
os de m
aneira sucinta os pontos básicos dessa m
odalida-
de terapêutica, fica fácil justificar o plantão psicológico na insiituiç4o em
 ques-
tão. A
 possibilidade de realizar um
 acendim
ento eficiente em
 um
 curto espaço 
de tem
po integra-se plenam
ente à proposta do hospital em
 trabalhar com
 inter-nações de curto prazo. 
Q
uando o plantão psicológico propicia ao cliente. um
a visão m
ais clara e 
abrangente de si e de suas perspectivas frente à problem
ática, ele está prom
ovendo 
saúde, com
o a com
preendem
os. Q
uando o indivíduo se questiona e se posiciona 
frente a seus conflitos, ele está fazendo opções e percebendo sua existência inserido 
em
 um
 contexto histórico-sociocultural. N
esse m
om
ento, há um
 resgate da capa-
cidade de optar e da própria identidade do sujeito. M
esm
o que esse resgate seja 
m
om
entâneo -
com
o m
uitas vezes acontece -
e o indivíduo m
ergulhe na estag-
nação e nulidade patológica em
 seguida, esses núcleos devem
 ser valorizados, 
pois falam
 de um
 potencial de saúde. D
entro do caos psicótico há m
om
entos de 
organização e o plantão tem
 se m
ostrado eficiente com
o facilitador para· que esses 
m
om
entos ecludam
. A
 postura desenvolvida pelo psicoterapeuta de aceitar in-
condicionalm
ente a experiência do cliente pennite que se estruture um
 cam
po 
onde este pode entrar em
 contara com
 os fatores que vêm
 causando desorganização 
na sua relação com
 o m
undo e, a partir daí, tentar um
a organização m
ais eficiente. 
Estar em
 sintonia consigo m
esm
o facilita ao cliente identificar sua dem
anda 
e fazer um
a opção com
prom
etida com
 as outras m
odalidades terapêuticas dis-
poníveis, inclusive a terapêutica m
edicam
entosa. 
G
eralm
ente, os clientes que procuram
 o plantão psicológico conseguem
 um
a 
integração m
ais ativa no grupo psicoterápico e m
elhor se benefié'ia·m
 da dinâm
ica 
grupal. Para essas pessoas, o grupo psicoterápico assum
e um
a nova conotação. 
N
ão é m
ais um
a tarefa im
posta pela instituição, m
as, sim
, um
 instrum
ento de 
auto-conhecim
ento e resgate da saúde com
o a com
preendem
os. Eles estão no 
grupo por opção, pois sentem
 necessidade. 
A
 m
esm
a coisa ocorre com
 a psicoterapia individual. É com
um
 o cliente 
querer prosseguir o trabalho iniciado no plantão de m
aneira m
ais sistem
ática. 
A
pós ter tido um
a visão m
ais am
pla da sua experiência, e conseqüentem
ente de 
sua dem
anda, a pessoa tem
 m
ais condiç_ões de estabelecer e hierarquizar os 
focos a serem
 abordados nessa nova etapa de tratam
ento. N
ão existe m
ais a 
necessidade de o psicoterapeuta estabelecer de m
aneira unilateral os focos da 
abordagem
. Esse m
ovim
ento do cliente determ
inando os rum
os do processo 
(_e /5<:> 
;,~ 
PtA
N
T Á()_ PSICOLÓGICO EM_l:l_c?SPITAL !'SIQL!IÁTl{JCO 
lw
 
psicoterápico só é possível devido ao clim
a de aceirnção im:ondicion:il q11c pre-
valece no encontro. 
A
 própria possibilidade de escolher se quer ou não utili,ar-se do plan1fo é 
um
 ato de saúde) pois está im
plícito nessa acirnde um
a opçfi1) L 11m
,1 
t\.i , 
contestatória da nulidade patológica. 
O
utra vantagem
 do plantão psicológico no conrexto hospitalar re/Ú
c "' _, 
possibilidade de atender de m
aneira eiiciente um
a população bastam
e hcr,·,,1-
gênea. Podem
 beneficiar-se do plantão pessoas bastante detetioradas pela lustórw
 
de doença (deficientes, crônicos, oligofrênicos, dem
enciailos, etc.) e aqul"les 
que m
antêm
 preservado sua capacidade sim
bólica e elaborativa (neuróticos, 
depressivos, alguns quadros psicóticos, etc.), visto que a ação psicoterapêutica 
é centrada na própria experiência do cliente. Para m
elhor com
preenderm
os a 
abrangência dessa m
odalidade terapêutica, irei expor dois casos que passaram
 
pelo nosso serviço de plantão psicológico. 
R.F.A
. possui o diagnóstico psiquiátrico de esquizofrenia residual. As scqüe-
las deixadas pelos vários surtos psicóticos transform
aram
-na .,~m
 um
a pessoa bas-
tante com
prom
etida e m
arcada pela cronicidade. O
 contaro é ditlcil e a aíeti-
vidade encontra-se bastante prejudicada. Seria im
possível vincular um
a ptssoa 
com
 este grau de deterioração a um
 grupo psicoterápico ou m
esm
o a um
a psicorc • 
rapia individual. C
erto dia, R.F.A
. entrou no consultório onde era rea!trn,!u u 
plantão psicológico. Sentou-se e perm
aneceu em
 silêncio por um
 longo perí0do. 
Por trás de sua expressão cronificada e de seu quase autism
o, deLxava rran.sparecer 
um
 certo incôm
odo. Perguntei o que havia acontecido. Com
 m
uito esforço e 
com
 poucas palavras R.F.A
. apontou para os pés descalços e contou que havia 
perdido seus sapatos. N
esse m
om
ento, com
eçam
os um
 exaustivo trabalho visan-
do relem
brar quando fora a últim
a vez que os havia visto. A
pontei a im
porrôn-
cia de cuidar daquilo que lhe pertence. Saúnos à procura dos sapatos de R. EA. 
por todo o setor até os encontrarm
os abandonados sob um
a cadeira. R. Ei\. 
calçou-os, sorriü e voltou para o seu m
undo de alheam
ento. Porém
, até -o ·1111, de 
sua internação, toda vez que m
e via pelos corredores do hospital apontava paro 
os pés e sorria, com
o se quisesse dizer que havia se benefíci.1do do nci;;o breve 
atendim
ento. N
esse rápido encontro foi resgatado, sem
 dúvida, m
uito m
ais do 
que um
 par de sapato. Estava im
plícito nesse atendim
ento o resgate da indi•;i-
dualidade de R.F.A
. à m
edida que agora tentasse cuidar do que é seu 
P:!l'ece 
ser pouco, porém
 é m
uito se levarm
os em
 conta o quadro patológico de R.EA
. 
O
 segundo caso não fala de um
a pessoa tão com
prom
etida. N.S.C. 1inha, na 
época da sua internação, 31 anos. N
a verdade, aquela era sua segunda im
w
uçéio 
com
 diagnóstico psiquiátrico de politóxicofilia. A
pesar do uso con;tante, a dn,g,, 
não havia com
prom
etido sua capacidade sim
bólica e elaborativa. Na suc, prim
eira 
internação, N
.S.C. participava dos grupos psicoterápicos e foi ~tendida ;,,Jivi:lu-
alm
ente, porém
 não apresentava um
a !x,a vinculação às aba, 'Jgens. !/,--~, 
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A 
N
a segunda internação 
d 
· 
--
-
forte 
t
r
r
' 1 'tabi'l'd d 
d 
' º1 qua ro era m
arcado por um
a grande ansiedade e 
1 a e causa a pe a 
b 
· • 
• 
d 
d 
m
ais intensa N
 S 
ª s~
encia 
a 
roga. Em
 um
a crise de angústia 
l~[ . 
E.11 
f1h;. 
t;j[ 
t,1~, 
~ir f: ,,,,,.;:,. 
i ,' 1 ~·, l ·uC·, 
; :1[t t'~. 
,_;i!.''.··• 
111, 
J~Ú. 
~{ 
':\'' 
}{ 
i~~':, 
~~fl:' i~~· :it ti,. ;~~· 1 A ff...: fJ·· f•' )', 1.· 
enco t 
fi 
, 
· 1 .C
. procurou o plantao psicológico. N
os prim
eiros m
om
entos do 
n ro 
cou caro a preocu a -
d 
1· 
fi 
1 
. 
P çao 
a c tente em
 constatar se podia ou não con-
ar no p antom
sta. A
firm
a 
-
va que a questao que a levara a procurar o plantão era 
m
eram
ente adm
inistrativa. A
pós vencer um
a grande resistência 
N
.S.C
. relatou 
que ouV
1ra o 
t 
· 
b' 
· 
' 
. 
u ras internas com
 m
arem
 de trazer drogas para dentro· da instituição 
após a licença hospitalar. N
.S.C
. m
ostrava-se extrem
am
ente irritada com
 o discurso 
de _suas _colegas ao ponto de quase perder o controle de suas atitudes. Tentava 
racionalizar suas em
oções justificando que era incorreto ·o não respeito às regras 
do hospital. 
A
pós ouvi-la por um
 longo período, apontei que tanta carga em
ocional não 
estava sendo m
obilizada apenas pelo desrespeito a um
a das regras do hospital. 
N
a verdade, hªvia a possibilidade de N
.S.C
. ficar frente a frente com
 a droga, e 
isso a atem
orizava, pois não acreditava na sua capacidade de controlar-se. A
 
cliente conseguiu perceber sua fragilidade frente à droga e de com
o depositava 
toda a raiva m
obilizada em
 suas colegas. H
avia sido destruído naquele m
om
ento 
o discurso típico do toxicofílico, que costum
a afirm
ar sua suprem
acia frente ao 
im
pulso de se drogar. À
 m
edida que a sessão prosseguia, N
.S.C
. foi entrando em
 
contato com
 sua angústia e pode elaborar um
a queixa. A
pós esse encontro, a 
vinculação de N
.S.C
. com
 as várias m
odalidades terapêuticas se m
odificou porcom
pleto. A
o sair de ai ta levou consigo um
 encam
inham
ento para prosseguir 
seu processo psicoterápico. 
A
lém
 do caráter terapêutico, o plantão psicológico pode ter várias finalidades 
secundárias. N
a instituição em
 questão, a com
posição dos grupos psicoterápicos 
tende a ser a m
ais hom
ogênea possível, no que se refere à capacidade elaborativa 
e de sim
bolização. A
pesar de term
os plena consciência que a heterogeneidade 
pode enriquecer a dinâm
ica grupal, o pequeno prazo de internação não nos 
perm
ite um
a com
posição que possa levar a um
a ação terapêutica m
ais lenta. 
C
om
 o intuito de facilitar o processo de integração ao contexto grupal e, conse-
qüentem
ente, otim
izar o processo psicoterápico, os grupos são constituídos pela 
fusão das enferm
arias de um
a ala. Dessa form
a os internos podem
 usufruir de um
 
período de convivência m
aior. Isso facilita a interação no ato da sessão, dim
inuindo, 
assim
, o período de adaptação ao processo. Portanto, para que esse fim
 seja 
alcançado, a com
posição das alas deve obedecer a um
a orientação do setor de 
psicologia. 
D
urante o plantão psicológico, o plàntonista tem
 a possibilidade de avaliar a 
capacidade do indivíduo em
 lidar com
 as intervenções, seu potencial elaborativo 
e sua capacidade de sim
bolização e, a partir desse_sd
_ados, encam
inhá-lo a um
a 
enferm
aria que o levará a um
 grupó rriais condizente com
 seu potencial. N
esse 
=
--v=
 
!t.~
~ 
PLANT.-i.O P$1C
O
LO
O
IC
O
 E~1 !-iO?l'!TAL P:-i!Q
Ul.~TIUCO
 
17 t 
caso, o plantão psicológico serve com
o um
 instrum
ento de. orgunizaçcio 
_;,11 .,. ,. 
ral do setor de psicologia. 
As exigências da sociedade m
oderna levaram
 os profissionais dt saúde a um
 
processo de especialização intenso que acabou gerando um
a visão fragm
cm
nd" 
do ser hum
ano. O
s profissionais se restringem
 às suas especialidades e esquecem
 
de ver o indivíduo com
o um
 todo. O
 psicólogo não é exceção, pois m
uitas vezes 
o cliente é visto com
o um
 grande "aparelho psíquico". 
O
 plantão psicológico é um
 instrum
ento que se propõe a facilitar o resgJJc de 
um
a visão m
ais integrada do cliente (Psico-B
io-Social). O
 plantonista não deve 
estar atento apenas às queixas psicológicas do cliente, m
as sim
, no m
odo com
o a 
situação conflitiva interfere nas várias esferas da vida da pessoa. A
colher a expe-
riência global do cliente, e não orientar os rum
os do encontro pela sua 
especialidade, coloca o plantonista em
 um
a posição privilegiada para fazer 
encam
inham
entos quando necessário. N
o hospital psiquiátrico não é Jifcr,n, ,. 
A
pós o plantão, o ato de encam
inhar para os serviços internos (terapia ocupa,ian,ol, 
· serviço social, clínico geral) ou externos tom
ou-se m
ais fácjl e eficiente. 
A
pesar da abrangência dessa m
odalidade terapêutica, e·xistem
 alguns lim
ites 
que im
pedem
 ou dificultam
 a relação de ajuda. Esses lim
ites tom
am
-se m
ais 
evidentes no contexto hospitalar. 
O
s quadros esquizóides onde o indivíduo cem
 um
a exclusão sistem
ática da 
vida afetiva, ou esteja m
ergulhado em
 um
 profundo autism
o bleulerianu, n§o 
irão poder aproveitar-se dessa abordagem
. Para que haja um
 encontro e um
a 
relação terapêutica eficiente é necessário que a pessoa m
antenha relarivam
ente 
preservada sua capacidade de interação. Q
uadros m
aníaco, caracteri:ados por 
um
a profunda agitação psicom
otora, aceleração do pensam
ento e alterações cb 
im
aginação tam
bém
 são de am
bição lim
itada. O
 m
áxim
o que pode ser leito é 
estabelecer lim
ites externos para a exaltação, visto que os internos estão ausentes. 
M
esm
o os clientes que não estejam
 com
 suas capacidades básicas prejudic.,c'." 
pela doença irão benetlciar-se de m
aneira lim
itada se não. ,iverem
 disp,,niLih-
dade interna para se auto-conhecerem
. O
s lim
ites não devem
 ser attibuíJos 
apenas a lesões residuais causadas pela doença ou a indisponibilid~cle interna 
do cliente, pois dessa form
a a responsabilidade do fracasso recai som
ente no 
cliente. M
uitas vezes é o plantonista que lim
ita a potencialidade do encontro. 
N
ão é todos os dias que o plantonista sente-se apto para estabelecer um
a reloção 
em
pática. A
 relação de ajuda com
 pessoas em
 quadro psicótico exige um
:, 
disponibilidade im
ensa que vai depender de com
o o plam
onista lido com
 seus 
conteúdos internos. Fatores externos à relação de ajuda tam
bém
 lim
icnrn stlª 
abrangência. Q
uestões ligadas à organização técnica institucional, excesso Je 
.. m
edicação, efeitos colaterais dos psicofárm
acos e etc., são extremc1m
,· 1110 
lim
itantes. 
r 
r
l72 
A
 
-
-
-
-
-
-
CONSELHAM
ENTO PSl( ... "OLÓG
ICO C
E
N
TR
A
D
O
 NA PESSOA 
~.'f,'f 
\\~
1
/0
_
.p
la
n
tã
o
 psicoló!ic~, com
 sua· proposta inovadora, proporci~nou m
udanças 
r [,· 1
/ 
s,i_gm
ticat:vas na ~m
am
ica hospttalar. C
onstatam
os· de m
aneira em
pírica um
a 
(!i 
dtm
m
uiça~ nos m
veis de ansiedade e irritabilidade nos setores que têm
 acesso 
, · 
a esse serv1ç 
A
 · 
· 
b']'d d 
· 
i-t 
, . 
o. 
tm
ta 1 1 a e e a agressividade, excluindo os quadros onde tal 
,}1:: 
m
anifestação faz parte integrante da estrutura nosográfica (encefalopatias por 
!J · 
ex_em
plo), yodem
 ~er in:erpretadas com
o sintom
as provenientes da inadaptação 
b: 
à m
st1tu1çao e à s1tuaçao de ruptura no processo de vida do irrdivíduo. Se o 
r,;I! . 
cliente tem
 um
 espaço onde ele pode falar de sua internação e de suas conse-
~; 1; 
qüências, _este nã_o precisará interagir com
 o m
eio influenciado por essa forte 
~' 1 _;: 
carga afetiva. O
 interno não precisará projetar sua -irritabilidade para o m
eio 
~; !,I_. 
externo, pois poderá utilizar-se do plantão para colocar o afeto na sua verdadeira 
~:jr, 
representação. Portanto; o plantão psicológico tem
 se m
ostrado um
a eficiente 
r,,;., 
válvula de escape para as tensões institucionais. Talvez por ser um
a form
a de 
[ ir~_: / 
at~ndim
ento com
 características diferentes das tradicionais, os internos se per~ 
1;,;-
m
1tem
 procurar o plantão para falar da relação com
 a instituição. N
esses casos, 
1 /~, 1 
a crise e o sofrim
ento psíquico são colocados em
 segundo plano, e o cliente 
;:!~.·.{ 
passa a _abordar as atitudes institucionais. Além
_ do s_inal de sa_úde, tal atitude 
,;f :·: 
evidencia um
a m
udança na quahdade da relaça o ps1cólogo-chente. 
~;,,: 
O
 setor de psicologia parece ter assum
ido um
 lugar m
uito m
ais próxim
o da 
i • ... :,\.~f,:-
cU
entela_ graças à disponibilidade e ao acolhim
ento que caracterizam
 o plantão 
;,lj~ 
pstcológtco. 
, 1r-
A
 resposta positiva que o plantão psicológico gerou nos internos m
obilizou-
'!:·i . 
nos para am
p~iarrnos a experiência: Se tal abordagem
 perm
ite que pessoas com
 
i_,·~;, 
acentuado n1vel de com
prom
enm
ento possam
 estar v1vencrnndo novas 
,.'[:, 
experiências e se reorganizando a partir delas, nada im
pede de a utili.iarrnos 
/;!~ 
com
o instrum
ento terapêutico junto às fam
ílias dos internos e à própria instituição. 
1 1·;, 
A
 experiência nos m
ostra que o processo terapêutico tom
a-se m
ais eficiente 
I, 
quando com
preendem
os a doença m
ental com
o um
 fenôm
eno am
plo que não se 
jJ 
encerra som
ente naquele que apresenta o quadro psicopatológico. O
 contexto 
social -
e principalm
ente a fam
ília -
tem
 papel relevante no processo de 
adoecim
ento e desencadeam
ento da crise. A
 partir da segunda m
etade do século 
XX vários autores abordaram
 a im
portância desta dinâm
ica relacional. A
pesar 
dos progressos da genética e da neurologia, a ação do m
eio continua a ter papel 
relevante no desenvolvim
ento psíquico do indivíduo. 
Partindo deste pressuposto, o D
epartam
ento de psicologia viu a necessidade 
de am
pliar o seu espectro de ação. A
pesar de o indivíduo institucionaliiado ser o 
alvo principal de nossa ação, percebem
os que nossa intervençãopoderia ser poten-
cialiiada se atingíssem
os tam
bém
 a fam
ília. A
 intenção é aproveitar este m
om
en-
to de ruptura que a doença m
ental e a própria necessidade de internação geram
 
nesta dinâm
ic_a fam
iliar pouco adaptada-e patogênica e tentar fa'zer"corii que 
:.f? 
P
~
T
À
O
 PSILULÓ<..110,.\ E/li HO
S/'IT.~L PSJQUI.-\TRJC_O
 
_
_
_
_
_
_
_ 
' 
___
_
__ _l_Zl 
am
bas as parte.s (fam
iltares~indivíduo institucionalizado) renh,1m um
u 
vi'vt·11cia 
diferente da anterior. A
 princípio, tentam
os prom
over esta intervençcio arrav~s da 
convocação dos fam
iliares. N
o entanto, a resposta era bastanre pequen,1. A
 fr1c1ilia 
que com
parecia não se colocava no lugar de clienre e prevaleciam
 (l1/"le.s 
sentim
entos persecutórios que bloqueavam
 o acesso a uma intervenção efk:1~. O
 
discurso perm
anecia voltado ao elem
ento fam
iliar internado e a cc 1nvocaç:t1) er:1 
vivenciada com
o um
 ato agressivo da instiruição. C
onseqü~ntem
em
i:: 
5t1
r~
1.!lr, 
fortes resistências e atitudes defensivas. 
Estava sendo ignorado nesta proposta um
a das leis básicas da intervenção 
terapêutica. Q
ualquer proposta que vise m
udanças em
 um
a estrutura conílitiv:, 
só pode rer êxito se am
bas as panes envolvidas (cliente -ps1coterapeuta) SJbem
 
de seu papel e o aceitam
. É necessário que a pessoa identifique tm
 si a de1n~111J.1 
e faça um
 pedido de ajuda. Sendo assim
, configura-se o lugar de clienre (aquele 
que sofre e se propõem
 a intervir neste sofrim
ento) e psicoterapeuta (aquele 
· que se propõe a acom
panhar e a ajudar neste .processo de intervenção). 
N
ovam
ente o plantão psicológico surgia com
o um
a opçã0 eficaz para con..:i~ 
Uar o que é aparentem
ente inconciliável. Foram
 abertos vários horárius nn 
rP
t "1~1 
do hospital para que as fam
ílias pudessem
 se beneficiar desse espaço t,tJfk'"''·' 
Esses horários ficavam
 estrategicam
ente próxim
os do hora.:io de visirns 
t' da · 
conversa com
 o m
édico. Sendo assim
, quando a fam
ília vinha visirnr seu JvcnLt 
poderia, se desejasse, beneficiar-se do plantão psicológico fam
iliar. Prom
ovem
os 
na equipe e na instituição um
 clim
a propício para que as fam
ílias se sentissem
 
m
obilizadas e seguras para utilizarem
 esse espaço. 
A
 princípio o núm
ero de fam
ílias que procuravam
 o serviço er.1 pequeno. A
 
tendência era de com
parecer para obter infom
1ações do familiar internadu. C
Jbia 
ao plantonista localizar e resgatar a angústia do cliente e deLxar claro 4ue aquele 
espaço era de uso exclusivo dele
1 se assim
 desejasse. Conseqüentem
ente, os 
prim
eiros 
11aventureiros
11 voltavam
 e traziam
 novos clientes, O
 em
Drião drslc 
projeto de atendim
ento foi im
plantado em
 1995; hoje percebem
os que o n(unero 
de fam
ílias beneficiadas aum
entou significativam
ente. N
os prim
eiros m
eses cio 
ano de 1997 atendem
os o dobro de fam
ílias que no m
esm
o período do ano anterior. 
Frente a esta resposta positiva surgem
 novos questionam
entos. Tenw
s L
.)11:,i 
projeto futuro exam
inarm
os a correlação entre o com
parecim
i:nt0 da fam
íli~t ;io 
plantão psicológico e os índices de reinternação, 
A
 grande vantagem
 do plantão psicológico é a pussibilidade ele gerar um:1 
intervenção etlciente e breve através de um
a técnica versátil que perm
ire um
a 
am
pla aplicabilidade, Tal flexibilidade só é possível porque todo o processu Je 
intervenção fica centrado no cliente. Podem
os atender a pessoa inrernad,1 cum
 
grave com
prom
etim
ento, a sua fam
ília, e até m
esm
u 
:.i insntui,;ãu qut:> a :-ico\he de
· 
um
a form
a indireta. 
.1 / 
I li ,/ 
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_ A--'CO--'----N--'SE.c:L~E
N
T
O
 Ps1cou'.~!---~
~
~
 
Partindo do pressuposto que· um
a instituição está bem
 quando os m
em
bros 
que a com
põem
 estão bem
, fez-se necessário em
 um
 determ
inado m
om
ento da 
hIBtória do hospital oferecer um
 espaço de continência para seus funcionários. 
Percebíam
os o quanto o contato constante com
 a doença m
ental sem
 o devido 
respaldo psicológico criava um
a vivência interna am
eaçadora, que refletia no 
trato com
 o cliente e na própria dinâm
ica institucional. N
dem
anda era evidente, 
porém
 não possuíam
os instrum
entos para nela intervir. N
ão podíam
os encam
inhar 
todos os funcionários para psicoterapia, pois sabíam
os da ineficácia e da 
im
possibilidade dessa conduta. N
ovam
ente recorrem
os à estrutura do plantão 
psicológico para dar conta dessa dem
anda instituciona). O
 funcionário passou a 
possuir um
 espaço para expressar suas angúsàas, seus anseios e se instrum
entalizar 
para dar conta das exigências internas e do seu cotidiano. Este pôde procurar o 
plantão quando sentia necessidade ou desenvolvia um
 projeto psicoterápico 
breve na própria instituição. Se desejasse, poderia ser encam
inhado para um
a 
psicoterapia de longo curso fora da estrutura do hospital. 
A
pós a im
plantação deste serviço, percebem
os que as tensões institucionais 
tornaram
-se m
enos em
ergentes e o acolhim
ento ao doente m
eneai, m
ais efi-
ciente. D
esenvolver um
 projeto de plantão psicológico para os funcionários exigiu 
certos cuidados. Prim
eiro, tivem
os que contar com
 a com
preensão da direção, 
pois o plantão ocorre durante o horário de trabalho. Sendo assim
, m
uitas vezes 
o funcionário abandona seu posto para beneficiar-se do atendim
ento. Tal situação 
foi contornada graças ao sucesso das experiências com
 os internos e seus fam
i-
liares. Em
 seguida, a situação exigia que o plantonista tivesse um
a vinculação 
especial com
 a instituição. C
onsideram
os im
produàvo que o plantonista respon-
sável pelo atendim
ento ao., internos e seus fam
iliares tam
bém
 atendesse os fun-
cionários. A
 proxim
idade do vfnculo profissional poderia intervir na liberdade 
de expressão do cliente. Sendo assim
, o plantonista que atendesse os funcionários 
teria exclusividade nesta tarefa. Seu trabalho ficaria totalm
ente voltado à 
instituição. H
oje, além
 do plantão· psicológico aos funcionários; grupos operativos 
são realizados com
 a equipe de atendentes de enferm
agem
 visando o aprim
ora-
m
ento pessoal e inter-relacional. 
C
om
o havia dito nas prim
eiras linhas deste trabalho, não tenho a intenção 
de esgotar a questão. A
 cada plantão realizado nos deparam
os com
 novas 
potencialidades que nos instigam
 para novos estudos e pesquisas. O
 plantão 
psicológico é um
 instrum
ento viável para o resgate da cidadania e a reinteração 
do indivíduo institucionalizado no jogo social, assim
 corno é eficaz para o pro-
cesso de aprim
oram
ento hum
ano. 
l~"T 
PLANT ÁO P~ICOLÓGICO E! f HOSPITAL PSl9_UIÁ TIUCO 
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