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TCC Larissa 06-12-2022

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SANTA RITA - UNIFASAR
Curso de Graduação em Farmácia
LEVANTAMENTO ETNOBOTÂNICO DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS NA CIDADE DE RIO ESPERA-MG
Larissa Júnia Ferreira
Conselheiro Lafaiete-MG 2022
Larissa Júnia Ferreira
LEVANTAMENTO ETNOBOTÂNICO DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS NA CIDADE DE RIO ESPERA-MG
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Farmácia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Farmácia pelo Centro Universitário Santa Rita – UNIFaSaR.
Orientadora: Profª. Drª. Danielle Cristiane Correa de Paula.
Coorientadora: Profa. Dra. Nívea Cristina Vieira Neves
Área de concentração: Farmacognosia
Conselheiro Lafaiete-MG 2022
FOLHA DE APROVAÇÃO
Larissa Júnia Ferreira
LEVANTAMENTO ETNOBOTÂNICO DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS NA CIDADE DE RIO ESPERA – MG
Trabalho de Conclusão do Curso apresentado à Banca Examinadora do Curso de Graduação em Farmácia, do Centro Universitário Santa Rita – UNIFaSaR, Conselheiro Lafaiete-MG, 2022.
DATA DE APROVAÇÃO:	/	/ 	
Orientador (a): 		 Prof.ª Dra. Danielle Cristiane Correa de Paula
1º Examinador (a): 		 Prof.
2º Examinador (a): 	 Prof.ª
RESUMO
O presente trabalho aborda o levantamento etnobotânico das plantas medicinais e fitoterápicos comumente utilizados na cidade de Rio Espera/MG. O objetivo do estudo é verificar o conhecimento dos moradores de Rio Espera/MG resgatando práticas terapêuticas quanto ao modo de preparo, indicação de uso, parte da planta utilizada e dosagem, além de caracterizar os entrevistados segundo o sexo, estado civil, profissão e formas de aprendizado, com o propósito de manutenção da saúde e cura de diversas enfermidades. A coleta de dados se deu por meio de entrevistas semiestruturadas contendo perguntas objetivas e abertas. Os resultados obtidos demonstraram uma maioria da população do sexo feminino faz uso de plantas medicinas, com idade entre 50-59 anos, nível de escolaridade de Ensino Fundamental e com renda mensal de até 1 salário mínimo. Além disso, a maioria dos entrevistados faz uso das plantas medicinais apenas quando há algum desconforto, e lembrando também da falta de acesso a informações seguras, por se tratar de uma tradição popular, fazendo-se necessária a orientação das formas corretas de uso, coleta e preparo das mesmas. Normalmente estes usos são de plantas confiáveis presentes no próprio quintal partir de conhecimentos adquiridos com pais ou parentes próximos. Dessa forma, fica claro a facilidade de acesso e uso da população às plantas medicinais como forma de terapia, o que contribui para o conhecimento passado de geração em geração e também uma área da ciência que deve ser estudada e aperfeiçoada para ser aplicada de forma segura e eficaz.
PALAVRAS-CHAVE: Etnobotânica; Plantas medicinais; Fitoterápicos; Saber popular.
LISTA DE QUADROS
	Quadro 1 - Tipo de pesquisa e suas características........................................
	15
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Distribuição percentual do gênero sexual dos entrevistados	29
Figura 2 - Distribuição percentual da faixa etária do grupo entrevistado	30
Figura 3 - Distribuição percentual do nível de escolaridade do grupo entrevistado	31
Figura 4 - Distribuição percentual da renda mensal familiar do grupo entrevistado	32
Figura 5 - Distribuição percentual das pessoas que utilizam plantas para
fins medicinais do grupo entrevistado	33
Figura 6 - Distribuição percentual das pessoas que indicam plantas para
fins medicinais do grupo entrevistado	34
Figura 7 - Distribuição percentual da frequência de utilização de plantas para
fins medicinais do grupo entrevistado	35
Figura 8 - Distribuição percentual da confiabilidade do grupo entrevistado nas plantas para fins medicinais	36
Figura 9 - Distribuição percentual da forma de aquisição das plantas para
fins medicinais do grupo entrevistado	37
Figura 10 - Distribuição percentual da origem dos conhecimentos sobre as
plantas para fins medicinais do grupo entrevistado	38
Figura 11 - Distribuição percentual do melhor período do dia para a coleta das plantas para fins medicinais do grupo entrevistado	39
Figura 12 - Distribuição percentual da melhor estação do ano para a coleta das plantas para fins medicinais do grupo entrevistado	40
Figura 13 - Distribuição percentual das partes mais utilizadas das plantas para
fins medicinais do grupo entrevistado	41
Figura 14 - Distribuição percentual da (s) forma (s) mais utilizadas das plantas
para fins medicinais do grupo entrevistado	42
Figura 15 - Distribuição percentual da (s) situação (ões) de uso para utilização
das plantas para fins medicinais do grupo entrevistado	43
Figura 16 - Distribuição percentual das partes mais utilizadas das plantas para
fins medicinais do grupo entrevistado	44
Figura 17 - Distribuição percentual da utilização de plantas para fins medicinais juntamente com algum medicamento do grupo entrevistado	45
Figura 18 - Distribuição percentual da utilização dos medicamentos fitoterápicos
do grupo entrevistado	46
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ACS- Agente Comunitário de Saúde APS – Atenção Primária à Saúde
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária ESF- Estratégia da Saúde Familiar
EPM – Erro Padrão da Média MS- Ministério da Saúde
PNPMF- Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos PNPIC- Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares PSF- Programa da Saúde Familiar
RDC- Resolução da Diretoria Colegiada SMS- Secretaria Municipal de Saúde SUS- Sistema Único de Saúde
TCLE- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido UBS- Unidade Básica de Saúde
SUMÁRIO
	1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................
	11
	
2 OBJETIVOS ...................................................................................................
2.1 Objetivo Geral ............................................................................................
2.2 Objetivos Específicos ................................................................................
3 METODOLOGIA ............................................................................................
3.1 Delineamento e área do estudo .................................................................
3.2 População do estudo .................................................................................
3.3 Amostra do estudo .....................................................................................
3.4 Procedimentos de coleta de dados ............................................................
3.5 Critérios de inclusão ..................................................................................
3.6 Critérios de exclusão .................................................................................
3.7 Retorno à população ..................................................................................
3.8 Critérios de suspensão ou encerramento da pesquisa ..............................
3.9 Destinação do material coletado e uso de dados ....................................
3.10 Orçamento da pesquisa............................................................................
4 REFERENCIAL TEÓRICO ..............................................................................
4.1 Histórico do uso das Plantas Medicinais e Fitoterápicos
4.2 Etnobotânica e Etnofarmacologia .................................................................
4.3 Uso Tradicional de Plantas Medicinais ........................................................
4.4 Políticas Nacionais ........................................................................................
5 EQUIPE.............................................................................................................
REFERÊNCIAS ..............................................................................................6 APÊNDICES ....................................................................................................
	
14
14
14
15
15
16
16
18
18
18
18
19
19
19
20
20
22
23
25
48
49
56
	APÊNDICE A ......................................................................................................
APÊNDICE B ......................................................................................................
	56
60
1. INTRODUÇÃO
Desde a antiguidade, a utilização de plantas medicinais acompanha a evolução da humanidade, sendo considerada uma das maiores terapias alternativas e complementares de todos os tempos (BADKE et al., 2012). Essa situação é proveniente da facilidade de acesso, aquisição e baixo custo das plantas medicinais e da dificuldade ou deficiente acesso da população a postos de saúde e médicos. Além disso, o conhecimento passado de geração em geração auxilia na perpetuação do conhecimento popular sobre plantas medicinais (ARNOUS; SANTOS; BEINNER, 2005; OLIVEIRA; MENINI NETO, 2012).
O expressivo uso dos recursos naturais, para fins terapêuticos se deve, principalmente à extensa e diversificada flora brasileira (DE DAVID; PASA, 2015). Com isso, o uso de plantas medicinais e fitoterápicos é uma prática bastante difundida entre populações rurais no Brasil e no mundo (BOSCOLO; GALVÃO, 2019).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA (BRASIL, 2014) define as plantas medicinais como “uma espécie vegetal, cultivada ou não, utilizada com propósitos terapêuticos”, já as plantas medicinais frescas são definidas como aquelas que apresentam fim terapêutico, usada logo após a colheita sem o processo de secagem, sendo capaz de aliviar ou curar alguma doença (BRASIL, 2014).
Enquanto os medicamentos fitoterápicos são obtidos de matéria-prima vegetal, sem substâncias isoladas, em forma de cápsulas, comprimidos, xaropes, dentre outros, seu processo de fabricação envolve processos mais rigorosos exigidos pela legislação, o que previne possíveis contaminações de micro-organismos ou substâncias desconhecidas, conferindo assim uma maior segurança para o paciente, e para a sua comercialização e utilização devem possuir padrões aceitáveis de qualidade, segurança e eficácia (ARGENTA et. al., 2011).
Por tal motivo deve-se conhecer a finalidade do uso das plantas medicinais, sua parte mais utilizada, seu modo de preparo e de onde são obtidas (PINHA; ALVES; ROMANOSQUE; NETO, 2019).
 (
11
)
É nesse contexto que a etnobotânica, a ciência que analisa e estuda as informações populares que o homem tem sobre o uso das plantas (MARTINS et al. 2005) se enquadra, estudando essas inter-relações: ecológicas, evolucionárias e simbólicas, além do reconhecimento da dinâmica entre as plantas e o ser humano, (SANTOS; MIGUES, 2019). Apesar da grande evolução em métodos terapêuticos ainda existem barreiras que impedem o acesso de populações carentes, a um posto de atendimento, obtenção de exames, acesso a medicamentos, tudo isso influencia ainda mais a utilização das plantas medicinais e fitoterápicas como uma opção terapêutica devido ao fácil acesso e grande tradição do uso popular (VEIGA JUNIOR; PINTO; MACIEL, 2005).
E com a retomada de antigos saberes de culturas passadas e a incorporação de novas práticas nos usos de plantas medicinais e fitoterápicos tem possibilitado a revalorização da etnobotânica em muitas regiões do país, abrindo caminhos para o aproveitamento e a conservação de ecossistema (BOSCOLO; GALVÃO, 2019).
Mas sem esquecer, conforme evidenciado por Santos; Migues (2019) e Pereira; David; Pasa (2017), com base nas vantagens que o uso desses medicamentos “naturais” pode oferecer, como: qualidade, eficácia e segurança cientificamente comprovadas e o fato das pessoas acreditarem que por serem menos agressivas ao organismo quando comparados aos medicamentos sintéticos, as pessoas anulam ou desconhecem que elas podem causar efeitos tóxicos quando manuseadas de forma inadequada, o que acontece não somente por falta de informação, mas por poucas espécies serem estudadas para comprovação da sua qualidade, segurança e eficácia terapêutica.
Frente a combater esses problemas dessa terapia, por meio do Decreto Nº 5.813, de
22 de junho de 2006, foi aprovada a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), a fim de garantir o acesso seguro e uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos em nosso país (MINISTÉRIO DA SÁUDE, 2016). Para Santos; Migues (2019) e Caccia-Bava et al. (2017), esse incentivo favoreceu o desenvolvimento de diretrizes, dentre elas a estimulação da formação e capacitação
de recursos humanos para o desenvolvimento de pesquisas, tecnologias e inovação em plantas medicinais e fitoterápicos. Além de incentivar a implementação da fitoterapia em programas de atenção primária à saúde.
E desde então a “Medicina Tradicional e Complementar” vem se difundindo pelo mundo e sendo reconhecida pela OMS, e em maio de 1978, através de uma resolução da XXXI da Assembleia Geral da organização citada, foi determinado o início do programa mundial com objetivo de avaliar os métodos e uso de tal medicina, e ainda a reconhecendo como essencial quanto aos cuidados primários à saúde. E confirmando o seu compromisso com a medicinal tradicional e complementar foram criados várias resoluções, em 2006, foi criada a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, baseando-se em mostrar o conhecimento, apoia e proporcionar aos usuários terapias alternativas, visando ajudar na prevenção, agravo e recuperação da saúde, que são pontos importantes que colaboram com os princípios fundamentais do Sistema Único de Saúde (SUS) (TOMAZZONI; NEGRELLE; CENTA, 2006; BRASIL, 2015; BRASIL, 2018).
Neste sentido, o presente estudo visa fazer um levantamento etnobotânico de plantas medicinais e fitoterápicos mais utilizados na cidade de Rio Espera – MG, no intuito de resgatar a cultura do uso de plantas medicinais e proporcionar o uso seguro das mesmas e dos fitoterápicos.
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral:
Realizar um levantamento etnobotânico de plantas medicinais e fitoterápicos utilizados pela população usuária da Unidade Básica de saúde na cidade de Rio Espera - MG.
2.2 Objetivos Específicos:
· Resgatar e valorizar o uso popular de plantas medicinais e fitoterápicos;
· Investigar perfil de consumo da população quanto à utilização das plantas medicinais e fitoterápicos;
· Traçar o perfil da população estudada quanto à idade, sexo, escolaridade;
· Descrever os fins terapêuticos para os quais as plantas medicinais e fitoterápicos são usados pela população.
3. METODOLOGIA
Trata-se de um estudo transversal, quali-quantitativo, com finalidade descritiva e exploratória a partir da aplicação de um questionário.
Quadro 1: Tipo de pesquisa e suas características
	Tipo de Pesquisa
	Características
	Quanto à natureza
	Quanto à forma de abordagem
	Quanto aos fins da pesquisa
	Quanto aos procedimentos
	Tipos de instrumento
	Aplicada
	Quali- quantitativa
	Descritiva e exploratória
	Pesquisa de campo
	Aplicação de questionário
Fonte: Própria autora.
3.1 Delineamento e área de estudo
Trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa, de corte transversal, tendo como objetivos descritivos e exploratórios, através do levantamento de dados. Aplicando-se um questionário (Apêndice 1), com a ajuda dos Agentes comunitários de saúde (ACS), onde conta-se com 3 Programas da Saúde Familiar (PSF), atendendo a população urbana e rural do município de Rio Espera, a coleta de dados foi realizada no período de maio a agosto de 2022.
O questionário visa identificar o conhecimento da população referente aos fitoterápicos e as plantas medicinais e traçar o perfil da população (idade, sexo, nível de escolaridade, condições socioeconômicas e identificar casos de doenças crônicas na família). Um levantamento das espécies mais usadas pela população, indicação terapêutica e posologia foi realizado, além de identificar se a população possui acesso às informações relacionadasàs plantas medicinais e fitoterápicos.
3.2 População do estudo
A população em estudo é composta pela sociedade urbana e rural do município de Rio Espera com idade mínima de 18 anos que aceitem participar da pesquisa através do questionário que será aplicado pelos ACS responsável pela localidade, segundo estimativas do Sistema de Informação do e-Gestor Atenção Básica (e-Gestor AB) do município referente ao ano de 2021, demonstrando o quantitativo de pessoas possíveis para aplicação do questionário.
3.3 Amostra do estudo
A população em estudo foi definida uma população-alvo em faixa etária acima de 18 anos através de amostragem não probabilística, de forma aleatória e da disponibilidade dos moradores que estejam em suas residências no horário de exercício de trabalho dos ACS, e aceitarem participar da pesquisa através de um questionário semiestruturado com questões abertas e fechadas.
A população do município foi contada segundo coleta de dados através dos Agentes Comunitários de Saúde, onde se inclui um quantitativo de 2.710 mulheres e 2.653 homens, totalizando assim uma população de 5.363 pessoas acima de 18 anos.
O cálculo amostral do estudo será baseado na população finita para uma amostra aleatória simples, com base no número de habitantes maiores de 18 anos da cidade de Rio Espera - MG (dados atualizados pelo e-Gestor AB (e-Gestor Atenção Básica), aplicando-se a fórmula (FONTELLES; SIMÕES; DE ALMEIDA, 2010):
𝑛 =
𝑁 𝑥 𝑛0
𝑁 + 𝑛
0
 (
𝐸
2
) (
1
)Em que: 𝑛0 =
0
N = n° total de habitantes acima de 18 anos da cidade de Rio Espera - MG
𝒏𝟎 = 𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑎𝑝𝑟𝑜𝑥𝑖𝑚𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎
𝑬𝟎 = 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎𝑙 (𝑚𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑒𝑟𝑟𝑜)
Considerando que o valor estimado para a população da cidade de Rio Espera – MG acima de 18 anos é de 5.363 habitantes e, assumindo-se um nível de confiança de 95%, com erro de amostragem de 5%, tem-se que:
𝐸0 = 5% = 0,05 N= 5.363
𝑛0
=	1
0,052
𝑛0
= 400 𝑛0
= 400 Pessoas
𝑛 = 𝑁 𝑥 𝑛0
𝑁+ 𝑛0
n = 5.363 * 400 / 5.363 + 400 = 372,236 pessoas
n = 373 pessoas a serem entrevistadas
Os questionários foram distribuídos entre os 16 ACS do município, sendo aplicados 23 questionários por Agente.
3.4 Objeto de estudo
O estudo se deu por meio da aplicação de um questionário semiestruturado (Apêndice 1), o qual contém 18 perguntas. Tratando-se de um questionário aplicado aos moradores urbanos e rurais do município. Contando com a equipe dos 3 PSF (Programa dde Saúde da Família) que totalizam 16 pesquisadores, sendo que todos foram previamente instruídos e treinados pela pesquisadora para aplicarem o questionário aos pacientes. Cada ACS (Agente Comunitário dda Saúde) é responsável pelas localidades divididas entre os mesmos. Além do questionário
constou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (Apêndice 2) que foi explicado aos participantes e solicitada a assinatura, quando sinalizada a intenção de participar da pesquisa.
3.5 Procedimentos de coleta de dados
O questionário (Apêndice1) foi elaborado conforme dados encontrados na literatura, tendo como referência (BRITO; MARÍN; CRUZ, 2017; SILVA; SANTANA, 2018; VALERIANO et al., 2019).
Em decorrência da pandemia do novo coronavírus, o questionário foi aplicado respeitando sempre os limites de distanciamento estabelecidos pelas normas sanitárias, além do uso de máscara e do álcool 70°.
3.6 Critérios de inclusão
Foram incluídas as pessoas com faixa etária acima de 18 anos através de amostragem não probabilística, de forma aleatória, através da disponibilidade dos moradores que estavam em suas residências no horário de exercício de trabalho dos ACS, e aceitaram participar da pesquisa através de um questionário semiestruturado com questões abertas e fechadas.
3.7 Critérios de exclusão
Foram excluídas as pessoas que não quiseram participar da pesquisa ou não assinarem o TCLE.
3.8 Retorno à população
Após a conclusão da pesquisa, o retorno à população se deu por meio de panfletos e palestras, orientando sobre os benefícios e as formas corretas do uso de plantas medicinais e os fitoterápicos, para que não haja possíveis interações medicamentosas e efeitos adversos dos mesmos.
3.9 Critérios de suspensão ou encerramento da pesquisa
A pesquisa poderá ser suspensa ou encerrada se caso não for obtido um número significativo de resultados que permitam chegar a uma conclusão.
3.10 Destinação do material coletado e uso de dados
Os dados obtidos foram utilizados para a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso e futuras publicações científicas, mantendo total sigilo dos participantes da pesquisa. Todo o material coletado ficou sob responsabilidade da pesquisadora responsável e após o término da pesquisa serão incinerados.
3.11 Orçamento da Pesquisa
	Gastos
	Quantidade
	Valor em R$
	Cópias dos questionários e TCLE
	373
	373,00
	Canetas
	32
	48,00
	Total
	
	421,00
 O custo para a execução da pesquisa foi financiado pela pesquisadora.
4. REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 Histórico do uso das Plantas Medicinais e Fitoterápicos
Contando com registros datando desde 60.000 anos a.C., estando presentes em diversas culturas, como a Egípcia, Hindu, Persa, Grega e os povos da américa pré- colombiana as plantas medicinais podem ser consideradas uma das formas mais antigas de práticas terapêuticas, sendo o somatório de todas essas contribuições culturais às responsáveis pelos avanços científicos atuais na área de produtos naturais (ROCHA et al, 2015;VIEGAS; BOLZANI & BARREIRO, 2006).
Nas referências históricas podem-se verificar alguns fatos que foram muito importantes sobre as primeiras descrições sobre plantas medicinais, como cita Braga (2011), onde fala de Hipócrates, chamado de “Pai da Medicina”, com sua nobre obra “Corpus Hipocratium”, onde além de apontar informações médicas, também aponta cada doença, seu remédio vegetal e seu devido tratamento (BRAGA, 2011).
Já na era Cristã, Pedanius Dioscórides, médico grego militar nascido em Anazarbo da Cilícia (40–90 d.C.), foi essencial, pois pôde deixar uma generosa contribuição, onde realizou estudos com cerca de 600 espécies de plantas medicinais, deixando registrado em sua obra “De Materia Medica “, nela descrevia o emprego terapêutico das plantas utilizadas em seu estudo, sendo muitos os nomes e que ainda são conhecidos pela botânica atual. Esta obra é considerada uma grande referência até o Renascimento, pois ainda na era Cristã, a Igreja Católica se fortaleceu e era contra aos conhecimentos científicos, o que fez cair no esquecimento todo o conhecimento adquirido e também adquirir novos saberes sobre tal assunto (BRAGA, 2011; MONTEIRO; BRANDELLI, 2017).
Foi então que, mais tarde a Fitoterapia ganhou força, em 1542 na Alemanha foi criada uma lista com mais de 300 espécies de plantas medicinais, sendo considerada a primeira farmacopeia, além de contar com a ajuda de Hahnemann (1755-1843),
permitindo grandes avanços científicos na área da química, tendo como objetivo, a análise e separação dos princípios ativos das plantas (ALMEIDA, 2011).
O Brasil teve seus primeiros relatos sobre as plantas medicinais descritos por Gabriel Soares de Souza, autor do Tratado Descritivo do Brasil, de 1587, tal tratado descrevia sobre os produtos medicinais utilizados pelos índios de “as árvores e ervas da virtude”, o que mostrou a grande importância das plantas usadas pelos indígenas na época em que os portugueses vieram para o Brasil. Vale ainda relembrar que, os africanos também tem grande influência nas práticas terapêuticas do uso medicinal de plantas, trazendo consigo no decorrer de três séculos de tráfico negreiro, vastas plantas medicinais, se instalando principalmente no Norte, Nordeste e Sudeste do país, o que fortaleceu ainda mais a prática do uso de plantas medicinais utilizadas até mesmo em rituais religiosos (ALMEIDA, 2011; HOFFMANN; ANJOS, 2018; ARGENTA et al., 2011).
No ano de 1926, foi publicada a primeira Farmacopeia Brasileira, escrita por RodolphoAlbino Dias da Silva, chamada de “Farmacopeia Verde”, contando com 183 espécies de plantas medicinais brasileiras, além de trazer consigo ainda, descrições micro e macroscópicas das mesmas. Mais tarde, na década de 80, com estratégias mais modernas, descoberta de novos fármacos, grande desenvolvimento da indústria farmacêutica, as plantas medicinais e seus derivados passaram a ser consideradas um atraso tecnológico, sendo substituídas pelos medicamentos sintéticos (MONTEIRO; BRANDELLI, 2017; BRAGA,2011; ALMEIDA, 2011).
Nos dias atuais, por seguir tendências mundiais, o Brasil tem uma grande biodiversidade de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos, esta considerada como um resultado de práticas das comunidades locais que domesticam espécies e aumentam a diversidade local. Assim, são de extrema importância que se realizem pesquisas e inventários desses conhecimentos, usos e práticas, que são fontes do saber sobre a diversidade biológica, além da manutenção da qualidade de vida (BOSCOLO; GALVÃO, 2019; BADKE et al., 2012).
4.2 Etnobotânica e Etnofarmacologia
A humanidade faz uso das plantas medicinais desde os primórdios dos tempos, principalmente populações rurais, que fazem da sua relação com a natureza um bem precioso, garantido seu sustento, alimento, abrigo e remédio para curar algum enfermo. E por possuírem esse contato direto com a natureza, adquirem vasto conhecimento acerca da forma correta de se usar as plantas medicinais. E nestas comunidades é de grande importância pesquisas etnobotânicas e etnofarmacológicas, de forma a contribuir para a preservação das espécies medicinais e estudos comprobatórios dos efeitos dessas plantas no organismo (OLIVEIRA; MENINI NETO, 2012; GONÇALVES, 2016).
Tem-se então, a etnobotânica como a “ciência que estuda as sociedades humanas, passadas e presentes, e suas interações ecológicas, genéticas, evolutivas, simbólicas e culturais com as plantas”, e seus objetivos são "investigar e estudar o uso de plantas com finalidades medicinais com o firme propósito de oferecer elementos práticos para outros investigadores nas áreas de fitoquímica e farmacologia, favorecendo a descoberta de novos medicamentos" (FONSECA-KRUEL; PEIXOTO, 2004;ALBUQUERQUE, 2005).
Os estudos etnobotânicos são imprescindíveis, visto que, aborda acerca das interações entre o ser humano e as plantas, sendo possível identificar o pensamento das populações quanto à utilização de plantas medicinais, o grau de conhecimento que detêm e quais são os tratamentos executados por meio dos remédios caseiros e permitindo também avaliar de que maneira os habitantes reúnem conhecimentos trazidos de seus locais de origem e como são transmitidos para as novas gerações (CAVALCANTE; SILVA, 2014; COAN; MATIAS, 2014).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) (1999) reconhece o valor dos trabalhos etnobotânicos, que mostram a relevância das espécies medicinais de uso tradicional nas diferentes enfermidades, estimulando as comunidades a identificarem suas próprias tradições em relação às terapias, explorando práticas seguras e eficazes para posterior utilização em cuidados primários de saúde (SCARDELATO et al., 2013).
Visando a preservação de tal conhecimento passado de geração em geração, é importante uma educação ambiental a fim de sensibilizar a população da conservação e utilização das plantas medicinais (AVILA & HOPPE , et al. 2011).
Precedendo a etnobotânica, temos a etnofarmacologia, onde Pinto, L., Flor e Barbosa (2014, p. 307) conceituam como uma metodologia para estudos que “surge como estratégia na investigação de plantas medicinais, combinando informações adquiridas junto a usuários da flora medicinal com estudos químicos e farmacológicos. Este método permite formular hipóteses sobre a atividade farmacológica e o composto responsável pela ação terapêutica relatada” (OLIVEIRA; KFFURI; CASALI, 2010; OLIVEIRA; MENINI NETO, 2012; ROGÉRIO, 2014).
A etnofarmacologia tem como objetivos resgatar e avaliar as técnicas mais tradicionais sobre a utilização das plantas e seus fins terapêuticos, juntando informações junto às comunidades, ajudando então em novas descobertas de medicamentos, preservação da flora e valorização dos conhecimentos passados de geração em geração (BORCARD et al.,2015; KAYSER,2018).
4.3 Uso Tradicional de Plantas Medicinais
A crença popular de que as plantas tem o poder de tratar doenças e obtenção satisfatória de resultados nos tratamentos, vem de muitos anos, acredita-se que a sua utilização seja mais antiga que o próprio homem, crenças estas que são conhecidas utilizando-se da prática da medicina tradicional que vem sendo substituída pelos medicamentos industrializados, com a promessa de cura total. Porém o método de uso tradicional das plantas como medicamento, ainda prevalece até hoje, não apenas como um conhecimento passado de pais para filhos, mas também como uma ciência a ser estudada e aperfeiçoada continuamente (PRADO; MATSUOK; GIOTTO, 2018; GONÇALVES, 2016).
Em seu estudo científico, SOUZA et al.(2016), deixa evidente, a importância da valorização do conhecimento sobre as plantas medicinais, contando com o vasto conhecimento de raizeiros locais do município de Jataí-GO, lembrando da
preservação das espécies, conseguindo determinar a etnoespécie, parte usada, uso, modo de preparo, sintomas / doenças relacionando aos sistemas corporais. Porém, vale ressaltar que é de extrema importância saber que esses produtos, por mais que sejam “naturais”, podem oferecer riscos à saúde, quando usados de forma indiscriminada, podendo causar intoxicações, além de gerar alergias, ou até mesmo distúrbios respiratórios, cardiovasculares, gastrintestinais, metabólicos e até neurológicos, e sem contar o risco de interação medicamentosa (BADKE et al., 2019; SANTANA, 2018).
E para evitar que tais problemas permaneçam, a identificação botânica e o nome científico da espécie, é necessária, já que pode haver variações de nomes, de acordo com as regiões. E em 2006 a ANVISA lançou uma Cartilha de Plantas Medicinais com o intuito de esclarecer a população sobre o uso seguro das plantas medicinais e diferenças entre os fitoterápicos, fala também sobre recomendações de plantio, colheita, e um bom armazenamento (BRASIL, 2006).
E em 2011 a ANVISA criou o Formulário de Fitoterápicos Farmacopeia Brasileira, reafirmando a importância de observar a indicação terapêutica de cada planta medicinal, e sua forma de uso, como por exemplo, a decocção, umas das formais mais utilizadas pela população. Em pesquisa de Almeida (2011), relata o conceito que a ebulição é o contato da droga vegetal em água potável por tempo determinado, sob aquecimento, sendo indicada para partes de vegetais com consistência rígida (cascas, raízes, rizomas, caules, sementes e folhas coriáceas). E o gargarejo, que é a agitação do infuso, decocto ou macerado na garganta pelo ar que se expele da laringe. O líquido não deve ser engolido. Vendo que, o processo desde a colheita até a utilização da planta, de forma medicinal, deve ser feito com muito cuidado, para que se possa obter eficácia e segurança terapêutica de tais (BRASIL, 2011).
Após estudos, o Brasil por possuir uma diversidade de plantas que chegam a mais de
46.000 espécies, colocando o país como, o que possui maior riqueza de plantas no mundo, contando também com os seus seis biomas, que são importantes fatores responsáveis pela rica e diversificada flora do país, contando com a Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pampa e Pantanal, e os seus três ecossistemas
marinhos. E os estados que possuem maior biodiversidade de biomas são, o Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia e Minas Gerais, cada um deles possui três biomas. Em Minas Gerais, por exemplo, existem áreas de Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga (FORZZA et al., 2010; IBGE,2019).
Levando em consideração o bioma de Minas Gerais, foram feitos vários levantamentos sobre a utilização de plantas medicinais no estado, podendo citar o trabalho de pesquisa feito por Oliveira; Menini Neto (2012), em que a cidadea ser entrevistada vive da agricultura, e é exemplo de um local com forte demonstração da utilização de plantas, não apenas como alimentos, mas também como um fim curativo ou profilático de doenças. Outro levantamento feito por Messias et al.2015, aponta as principais doenças tratadas pelas plantas medicinais, entre elas estão a insônia, doenças do trato respiratório, hepáticas e renais, entre outras.
4.4 Políticas Nacionais
A Assembleia Mundial de Saúde, em 1987, acatou as recomendações feitas pela Alma-Ata e recomendou aos estados-membros iniciarem programas amplos relativos à identificação, avaliação, preparo, cultivo e conservação de plantas usadas em medicina tradicional; e assegurar a qualidade das drogas derivadas de medicamentos tradicionais extraídas de plantas, através do uso de técnicas modernas e a aplicação de padrões apropriados e de boas práticas de fabricação (BRASIL, 2016; PEREIRA; DAVID; PASA, 2017)
E com todo desenvolvimento tecnológico científico se desenvolvendo ao longo dos anos e com o sentimento de que a medicina convencional não está sendo tão satisfatória e o querer adotar um estilo mais “natural”, o Brasil instituiu a Política de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo a fitoterapia, e as normas específicas para os medicamentos fitoterápicos, que são a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), ambas foram publicadas em 2006 (BRASIL 2006).
A criação da PNPIC constitui um importante marco regulatório, com o objetivo de orientar a população quanto ao uso correto de plantas medicinais e fitoterápico na Atenção Primária à Saúde (APS) (FIGUEIREDO; GURGEL; GURGEL JÚNIOR, 2014).
A PNPIC se impõe como uma estratégia inovadora, uma vez que se propõe a promover a saúde da população através do uso terapêutico da flora. Assim, ela vem atuando como um elemento de resgate de valores culturais, de integração entre setores nas ações governamentais e de incentivo à formação de um vínculo efetivo entre os profissionais de saúde e as comunidades onde atuam, contribuindo para o desenvolvimento local e a participação comunitária (ANTONIO; TESSER; MORETTI- PIRES, 2013).
O Brasil, através da Portaria MS/GM N°. 971, de 3 de maio de 2006, instituiu a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). No documento foram criadas 17 diretrizes, dentre elas, as Diretrizes PMF 5 e PMF 6 estimulam a criação de hortos de espécies medicinais, bem como a implantação do uso destas no Sistema Único de Saúde – SUS (BRASIL, 2018).
Outro marco importante a ser citado, é a criação da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) em junho de 2006, visando garantir aos usuários o acesso seguro as plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo também um uso sustentável da biodiversidade e o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional. E como citado acima, além de estabelecer regulamentos sobre o cultivo, manejo, produção, distribuição e uso das plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos, devendo ser editadas com o intuito de contemplarem e garantirem tratamento a todas as fases dessa cadeia produtiva. Estes regulamentos devem incluir as Boas Práticas Agrícolas e Boas Práticas de Manipulação/Fabricação de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (BRASIL, 2016).
Não menos importante, em Fevereiro de 2009, o Ministério da Saúde publicou a Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS – RENISUS, tendo por finalidade, a orientação de estudos e pesquisas que possam ajudar na elaboração da relação de fitoterápicos disponíveis para uso da população, garantindo segurança e
eficácia para o tratamento de determinada doença, confirmando a presença de 71 espécies vegetais usadas pela sabedoria popular e comprovadas cientificamente (BRASIL, 2009).
Também merece destaque a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME). que contempla os medicamentos e insumos disponibilizados no SUS, além de determinados medicamentos de uso hospitalar e outros insumos para saúde, sendo composta pelos medicamentos que são disponibilizados mediante receita médica nas Unidades Básicas, Unidades de Saúde da Família, Policlínicas e Ambulatórios (BRASIL, 2022)..
A RENAME é uma lista oficial de medicamentos e insumos que devem atender às necessidades de saúde prioritárias da população brasileira e é divulgada a cada dois anos. Desta forma, a Relação Municipal de Medicamentos REMUME deve ser elaborada para atender às necessidades específicas da população de cada município, tendo a RENAME como modelo. (BRASIL, 2022).
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os 16 agentes comunitários de saúde (ACS) da cidade de Rio Espera foram previamente treinado para aplicarem os questionários do presente estudo. Após o treinamento, os questionários foram então aplicados no período de 30 de maio a 12 de agosto de 2022. Os resultados apresentados correspondem a 224 questionários que foram respondidos oralmente. De acordo com cálculo do estudo amostral, deveriam ter sido entrevistadas 378 pessoas, mas em decorrência da pandemia do novo corona vírus e também pelo período de isolamento social, onde foram aplicados os questionários de casa em casa, algumas pessoas não quiseram responder. Mesmo sem conseguir os resultados esperados, os números obtidos foram de grande valor para a pesquisa, e com grande valor para o desenvolvimento do trabalho.
5.1 Estudo do perfil socioeconômico
Avaliando-se o perfil socioeconômico da população em estudo, pôde-se observar que, dos 224 entrevistados, a maior parte era do sexo feminino (Figura1), correspondendo a 89% dos entrevistados. Onde as mulheres em sua maioria são as maiores detentoras dos conhecimentos e práticas tradicionais de plantio e manuseio com as plantas medicinais, pois, por se dedicarem mais ao lar e seus afazeres, com isso, mostrando que estes conhecimentos são muito importantes na transmissão e tradição do uso das plantas de forma medicinal (MARINHO, SILVA E ANDRADE, 2011; OLIVEIRA E MENINI NETO, 2012; RODRIGUES et al. 2020; VALERIANO, SAVANI E SILVA, 2019)
Figura 1: Distribuição percentual do gênero sexual dos entrevistados.
 (
0%
 
0%
11%
Feminino
 
Masculino
 
Não Declarado
 
Outros
89%
)
Quanto à predominância da faixa etária, o intervalo de idade entre 30 a 70 anos ou mais (Figura 2) foi o prevalente, sendo que a faixa etária mais entrevistada foi de 50 a 59 anos (25%). Mostrando que o conhecimento dessas práticas tradicionais é adquirida ao longo do tempo, onde os mais velhos são os que possuem mais conhecimentos. Pôde-se perceber que, são em maioria pessoas com mais idade que ficam em casa. Além disso, devido à pandemia por optarem não sair de casa, com medo de se contaminarem com a COVID-19, utiliza-se deste método tradicional do uso de plantas medicinais para ajuda em algumas situações de incômodo ou desconforto (MARINHO, SILVA E ANDRADE, 2011; OLIVEIRA E MENINI NETO, 2012).
Figura 2: Distribuição percentual da faixa etária do grupo entrevistado.
 (
Faixa
 
Etária
14%
4%
 
4%
18
 
à
 
20
 
anos
17%
17%
21
 
à
 
29
 
anos
30
 
à
 
39
 
anos
40
 
à
 
49
 
anos
50
 
à
 
59
 
anos
19%
25%
60
 
à
 
69
 
anos
70 anos
 
ou mais
)
O nível de escolaridade que prevalece é o ensino fundamental (Figura 3), correspondendo a 58% dos entrevistados (131 pessoas), seguido de 25% (55 pessoas) possuem ensino superior, e 13% dos entrevistados (28 pessoas) não são alfabetizadas. Estudos mostram que a população que apresenta baixa escolaridade, pode estar correlacionada com os hábitos ligados a tradição popular do uso de plantas medicinais. E por maioria dos entrevistados possuírem um grau de instrução inferior, mostrando que este índice é maior em pessoas de mais idade, o que influencia em seus hábitos, criação e conservação de tradições, até mesmo pela questão de fácil acesso e estarem mais familiarizados com as plantas medicinais (MARINHO, SILVA E ANDRADE, 2011; BOSCOLO E GALVÃO, 2019)
Figura 3: Distribuição percentual do nível de escolaridade do grupo entrevistado.(
Nível
 
de
 
Escolaridade
0%
4%
13%
25%
Não
 
alfabetizado
Ensino 
fundamental
 
Ensino médio
 
Ensino
 
superior
Pós
 
graduação
58%
)
A renda mensal por sua vez, concentra-se em sua maioria com pessoas de até um salário mínimo, o que corresponde a 67% do total dos entrevistados (149 pessoas) (Figura 4), e 33% dos entrevistados (75 pessoas) entre dois e três salários mínimos, o que influência também na economia, por se tratar da agricultura de subsistência e pecuária em sua maioria. E por se tratar de entrevistados de localidades rurais, quilombolas, e também aposentados. O que corrobora para o fato de ser locais em desenvolvimento e baixo nível econômico do município, e por tal motivo, as pessoas sentem-se familiarizadas, e por terem difícil acesso ao centro médico, e ao munícipio, optam pelo uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos (BOSCOLO E GALVÃO, 2019; MARINHO, SILVA E ANDRADE 2011; RODRIGUES et al. 2020)
Figura 4: Distribuição percentual da renda mensal familiar do grupo entrevistado.
 (
Renda
 
Mensal
 
Familiar
0%
 
0%
Até
 
1
 
salário
 
mínimo
33%
67%
Entre
 
2
 
e
 
3
 
salários
mínimos
Entre
 
4
 
e 5
 
salários
 
mínimos
Acima
 
de
 
6
 salários
mínimos
)
5.2 Estudo Etnobotânico
O estudo etnobotânico de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos utilizados pela população estudada foram realizados com 224 pessoas, destas, 85% (190 pessoas) dos entrevistados utilizam plantas para fins medicinais (Figura 5), enquanto 15 % dos entrevistados (34 pessoas) não utilizam plantas para nenhum fim medicinal. Por ainda haver grande adesão do uso de plantas medicinais nos dias atuais deve-se ao fato de ainda ser um método de baixo custo, fácil aquisição e conservação de tradições (SIRQUEIRA et al., 2014; BOSCOLO E GALVÃO, 2019; RODRIGUES et al. 2020)
Figura 5: Distribuição percentual das pessoas que utilizam plantas para fins medicinais do grupo entrevistado.
 (
Pessoas
 
que
 
utilizam
 
plantas
 
para
 
fins
 
medicinais
15%
Sim
 
Não
85%
)
Por eventual consequência da utilização das plantas medicinais e fitoterápicos, teve- se então um grande resultado referente à indicação do seu uso de forma terapêutica (Figura 6), onde também 85% das pessoas que responderam as pesquisas (190 pessoas) indicariam para outras pessoas a utilização das mesmas para cura, ou ação profilática de doenças, e 15% (34 pessoas) responderam que não indicariam, pois além de não fazerem uso ou não conhecem seus efeitos terapêuticos ou reações adversas (BOSCOLO E GALVÃO, 2019; RODRIGUES et al. 2020).
Figura 6: Distribuição percentual das pessoas que indicam plantas para fins medicinais do grupo entrevistado.
 (
Pessoas
 
que
 
indicam
 
plantas
 
medicinais
15%
Sim
 
Não
85%
)
Quanto à frequência da utilização de plantas medicinais e fitoterápicos (Figura 7), em maior percentual, 68% dos entrevistados (152 pessoas) fazem uso de plantas medicinais e fitoterápicos apenas em situações de incômodo ou desconforto, mostrando que em sua maior parte não utilizam sem algum fim terapêutico ou grande necessidade (NETO E GOMES, 2018).
Figura 7: Distribuição percentual da frequência de utilização de plantas para fins medicinais do grupo entrevistado.
 (
Frequência
 
de
 
utilização
 
das
 
plantas
medicinais
Todos
 
os
 
dias
6%
5%
7%
Uma
 
vez
 
por
 
semana
5%
4%
5%
Duas
 
ou
 
mais vezes
 
por
semana
Uma
 
vez
 
ao
 
mês
Duas
 
ou
 
mais vezes
 
ao
 
mês
68%
Somente
 
em
 
desconforto
)
E foi perguntado também sobre qual a confiabilidade do grupo estudo sobre as plantas medicinais e fitoterápicos (Figura 8), onde 70% dos entrevistados (156 pessoas) responderam que acham as plantas medicinais confiáveis, seguida de 20% (44 pessoas) possuem muita confiança no efeito terapêutico das plantas medicinais e fitoterápicos, e pequena porcentagem acham que as plantas medicinais são pouco ou nada confiáveis (OLIVEIRA E MENINI NETO, 2012; RODRIGUES et al., 2020)
Figura 8: Distribuição percentual da confiabilidade do grupo entrevistado nas plantas para fins medicinais.
 (
Confiança
 
das
 
pessoas
 
nas
 
plantas
medicinais
0%
3%
7%
20%
Não
 
confiável
Pouco 
confiável
 
Confiável
 
Muito
 
confiável
Indiferente
70%
)
Quanto à forma de aquisição dessas plantas medicinais e fitoterápicos (Figura 9), 73% das respostas (199 pessoas) disseram que adquirem em seus próprios quintais ou jardins, fato que mostra que, pelo perfil da população estudada, as plantas além de serem de fácil aquisição, são uma opção terapêutica muito utilizada ainda, e pelas condições econômicas locais ainda mantém este método como uma opção terapêutica de confiança, e 24% dos entrevistados (64 pessoas) responderam que adquirem com vizinhos ou parentes próximos, fato que também pode ser comprovado, pela questão de familiarização das espécies, que por não possuírem certa espécie em seu quintal, buscam aos vizinhos ou parentes para obtenção destas (ZUCCHI et al. 2013; BOSCOLO E GALVÃO , 2019).
Figura 9: Distribuição percentual da forma de aquisição das plantas para fins medicinais do grupo entrevistado.
 (
Forma
 
de
 
aquisição
 
das
 
plantas
 
medicinais
2%
0%
 
0%
1%
Feiras
 
Livres
Quintais/
 
jardim
 
de casa
24%
Vizinhos, amigos
 
ou
 
parentes
Supermercados
Farmácia
73%
Loja de
 
produtos naturais
 
e
Ervas
 
medicinais
)
Uma das perguntas de grande valor para a pesquisa foi sobre como adquiriram tais conhecimentos sobre as plantas medicinais e fitoterápicos apresentado na Figura 10, 87% (224 pessoas) responderam que tiveram tais conhecimentos passados de pais ou parentes próximos, mostrando-se o quão importante a conservação desse saber popular passado de geração em geração, transmitido dos mais velhos aos mais novos, além de mostrar que, pela questão do meio em que estão inseridas essas pessoas, como variáveis sociais e/ou econômicas podem ter grande influência da permanência do uso de tal prática alternativa (MARINHO, SILVA E ANDRADE, 2011; VALERIANO, SAVANI, SILVA, 2019; BOSCOLO E GALVÃO, 2019).
Figura 10: Distribuição percentual da origem dos conhecimentos sobre as plantas para fins medicinais do grupo entrevistado.
 (
Origem
 
do
 
conhecimento
 
sobre
 
plantas
medicinais
0%
 
3%
1%
9%
Pais ou
 
parentes
 
próximos
Amigos
 
e
 
vizinhos
Cursos
 
Internet
Outros
87%
)
Um fator importante a ser observado, e que foi questionado aos entrevistados, foi sobre qual o melhor período para se coletar as plantas medicinais (Figura 11), onde 59% (134 pessoas) do grupo entrevistados disseram que o período da manhã é o melhor para se coletar as plantas medicinais, seguida de 27% (62 pessoas) responderam que o período é indiferente, podendo-se coletar em qualquer horário do dia. Estudos comprovam que para a obtenção maior do efeito terapêutico de cada planta, sendo ela fresca ou não, cada espécie deve ser coletada em um horário específico de acordo com sua necessidade particular (BRASIL, 2006 ;BRAGA, 2011).
Figura 11: Distribuição percentual do melhor período do dia para a coleta das plantas para fins medicinais do grupo entrevistado.
 (
Melhor
 
período
 
do
 
dia
 
para
 
coleta
das
 
plantas
 
medicinais
27%
5%
59%
Manhã
Tarde
 
Noite
 
Indiferente
9%
)
Da mesma forma, foi perguntado a respeito da melhor estação do ano para a coleta das plantas medicinais (Figura 12), onde 66% (148 pessoas) disseram que a estação não interfere para se coletar as plantas medicinais, e 13% (29 pessoas) respondeu que o outono é uma estação propícia a coleta de plantas medicinais. Alguns estudos mostram que há estações, assim como períodos de coleta, são importantes fatores a se avaliarem para um resultado benéfico quanto à ação terapêutica de cada planta (BRASIL, 2006; BRAGA, 2011).
Figura 12: Distribuição percentual da melhor estação do ano para a coleta das plantas para fins medicinais do grupo entrevistado.
 (
Melhor
 
estação
 
do
 
ano
 
para
 
coleta
 
de
plantas
 
medicinais
4%
8%
13%
9%
66%
Primavera
Verão
 
Outono
 
Inverno
Indiferente
)
Nota-se que a parte mais utilizada das plantas medicinais(Figura 13), são as folhas (37% - 206 pessoas), seguido de 16% (91 pessoas) disseram que utilizam a planta inteira (com raiz), e 10% (55 pessoas) utilizam a parte aérea da planta (sem raiz). Estudos apontam que a folha por ser de mais fácil acesso durante o ano todo, e os princípios ativos estarem presentes nesse órgão do vegetal em grande parte das espécies, é a parte mais utilizada e passando confiabilidade e eficácia na sua utilização (GUERRA et al., 2012; SILVA et al. 2015; RODRIGUES, et al. 2020).
 (
Partes
 
da
 
planta
 
medicinal
 
mais
 
utilizada
 
para
 
preparo
100.0%
100.0%
90.0%
80.0%
70.0%
60.0%
)Figura 13: Distribuição percentual das partes mais utilizadas das plantas para fins medicinais do grupo entrevistado.
	50.0%
	
	
	36.7%
	
	40.0%
	
	
	
	
	30.0%
	
	
	
	
	20.0%
10.0%
	16.2%
	11.2%
	
	
6.4%
	
9.8%
	
6.0%
	
5.5%
	
3.7%
	
4.4%
	0.0%
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Neste estudo, as pessoas responderam que as formas das quais se usam as plantas medicinais (Figura 14), são infusão, 44% (139 pessoas) e 37% (116 pessoas) usam o método de decocção. Apesar de serem formas diferentes de uso, algumas pessoas acham que o método de preparo é o mesmo por não conhecerem os nomes, e cada um deles é utilizado para tipos de planta ou partes das mesmas utilizadas, e em estudos, são os meios mais utilizados pela facilidade de preparo (BRAGA, 2011; SILVA et al., 2015; RODRIGUES et al., 2020).
Figura 14: Distribuição percentual da (s) forma (s) mais utilizadas das plantas para fins medicinais do grupo entrevistado.
 (
Formas
 
utilizadas
 
para
 
uso
 
das
 
plantas
medicinais
1%
1%
3%
6%
7%
1%
Infusão
Decocção
44%
Triturada
Natural
 
(
 
na
 
forma
 
como colhe)
 
Xarope
 
caseiro
Curtida
 
em álcool
Curtida
 
em
 
água
37%
Outros
)
O uso de plantas medicinais está muito presente no tratamento e cura de várias doenças comuns, principalmente em algumas situações a serem citadas na Figura
15. O percentual de 18,4% (169 pessoas) responderam que a situação mais comum de uso é a gripe, por se tratar de apenas de uma doença mais simples e fácil de ser tratada, as pessoas preferem tratar em casa, ou pela questão do difícil acesso aos centros médicos, e facilidade de acesso as plantas para tratamento de tais enfermidades, outra situação que se utilizam as plantas como meio medicinal são para inflamações, 16,4% (151pessoas), a tosse com 14,3% (132 pessoas), e então, tem- se 13,2% (121 pessoas), dados estes que só reafirmam que os estudos referenciados estão relacionados principalmente quando se trata de sintomas gripais com maior porcentagem (MARINHO, SILVA E ANDRADE, 2011; ZUCCHI et al, 2013; VALERIANO, SAVANI; DA SILVA, 2019; RODRIGUES et al., 2020).
Figura 15: Distribuição percentual da (s) situação (ões) de uso para utilização das plantas para fins medicinais do grupo entrevistado.
 (
Situações
 
em
 
que as
 
plantas
 
medicinais
 
são
 
utilizadas
100.0%
100.0%
90.0%
80.0%
70.0%
60.0%
50.0%
40.0%
30.0%
18.4%
14.3%
13.2%
20.0%
16.4%
8.6%
10.0%
1.7%
 
1.3%
5.0%
5.1%
0.8%
 
2.6%
 
1.2%
 
2.6%
6.1%
0.3%
 
0.1%
 
1.7%
0.5%
0.0%
)
As plantas usadas para algum fim medicinal são fontes alternativas terapêuticas, usadas para a prevenção e/ou tratamento de alguma enfermidade, usada principalmente em populações carentes, município e/ou localidades em desenvolvimento econômico baixo ou em desenvolvimento, sendo relatadas pela população estudada algumas plantas que mais se fazem utilização (Figura 16), a planta mais citada com 10% (176 pessoas) é o hortelã comumente usado em situações como sintomas gripais (ZUCCHI et al., 2013; BOSCOLO E GALVÃO, 2019; RODRIGUES et al., 2020).
 (
Plantas
 
mais
 
utilizadas
100.0%
100.0%
90.0%
80.0%
70.0%
60.0%
50.0%
40.0%
30.0%
20.0%
8.4%
10.0%
10.0%
4.7%
6
.
4
%
6
.
0
%
 
 
4
.
4
%
5
.
9
%
0.5%
1
.
1
%
1
.
9
%
0
.
9
%
2
.
0
%
3
.
0
%
1
.
8
%
0
.
7
%
1
.
2
%
3.8%
2.5%
4.1%
0.6%
3
.
4
%
4
.
5
%
4
.
9
%
5
.
1
%
3
.
2
%
 
 
1
.
6
%
3
.
0
%
 
7
%
3.9%
0.
0.0%
)Figura 16: Distribuição percentual das partes mais utilizadas das plantas para fins medicinais do grupo entrevistado.
 (
Erva-cidreira
Camomila
 
Hortelã
 
Limão
 
Boldo
 
Malva
 
Erva doce
 
Laranja
 
Guaco
 
Babosa
 
Alfavaca
 
Romã
 
Alecrim
 
Macela
 
Arnica
 
Bálsamo
Alho
 
Cebola
 
Quebra-pedra
Sálvia
 
Gengibre
Poejo
 
Tanchagem
Funcho
 
Maracujá
 
Algodão
 
Carqueja
Picão
Outras
 
Total
)Por mais que as plantas sejam consideradas fontes naturais, elas não deixam de oferecer riscos à saúde, como as interações medicamentosas, e/ou intoxicações, alergias. A população entrevistada acredita que a mistura dos medicamentos sintéticos em uso concomitante com plantas medicinais (Figura 17), oferecem algum risco, onde 54% (141 pessoas) responderam que não usam ou não se misturam, mas ainda assim pessoas ainda acreditam que de certa forma a conciliação entre os métodos de tratamento, podem ajudar algumas pessoas em determinadas doenças ou redução de sintomas, como em casos que foram apresentados, em 19,9% (52 pessoas) utilizam as plantas juntamente com medicamentos para a hipertensão, e 8,8% (23 pessoas) usam juntamente com medicamentos para diabetes (NICACIO et al., 2020).
Figura 17: Distribuição percentual da utilização de plantas para fins medicinais juntamente com algum medicamento do grupo entrevistado.
 (
Utilização
 
de
 
plantas
 
medicinais
 
juntamente
 
com
 
algum
medicamento
100.0%
100.0%
90.0%
80.0%
70.0%
60.0%
50.0%
40.0%
54.0%
30.0%
20.0%
10.0%
0.0%
19.9%
8.8%
3.1%
 
 
3.4% 
 
3.4%
0.4%
1.5%
3.1%
0.4%
1.9%
)
Por fim, os entrevistados foram questionados sobre a utilização de medicamentos fitoterápicos (Figura 18), 58,2% (138 pessoas) disseram não conhecer ou não utilizam tal medicamento, e tem-se 21,9% (52 pessoas) responderam conhecer e utilizar a canela de velho, e 5,9% (14 pessoas) dos entrevistados utilizam ou já utilizaram passiflora, pela questão de desconhecerem ou não usarem tais plantas, houve baixo índice de utilização (BRASIL, 2011; NICÁCIO et al., 2020; RODRIGUES et al., 2020).
Figura 18: Distribuição percentual da utilização dos medicamentos fitoterápicos do grupo entrevistado.
 (
Medicamentos
 
Fitoterápicos
 
utilizados
100.0%
100.0%
90.0%
80.0%
70.0%
58.2%
60.0%
50.0%
40.0%
30.0%
21.9%
20.0%
10.0%
5.9%
1.7%
0.8%
3.0%
0.4%
1.3%
0.4%
3.8%
0.0%
 
 
0.0%
2.5%
0.0%
)
6.	CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos resultados obtidos pela pesquisa, pode-se concluir que, a população em estudo, tem grande aderência pela utilização das plantas medicinais e fitoterápicos, resultados estes que são reafirmados pela questão da transmissão dessa oralidade passada de geração em geração, pela população apresentada sendo em idades mais avançadas, transmitindo tais conhecimentos sobre as plantas medicinais e seus benefícios para os mais novos, pode-se também citar a essa conservação de conhecimento e utilização pelo perfil-socioeconômico da população estudada em apresentarem faixa etária de escolaridade e renda mensal baixas, e se tratar de uma população que se abastece da agricultura de subsistência, mantém em seus quintais o plantio de plantas medicinais para caso seja necessário em alguma situação de desconforto ou necessidade, como se obteve grande resultado em opções de plantas como respostas, pode-se concluir que a flora local é de grande valor também para o cultivo e preservação, sem deixar de lembrar a importância da orientação correta do uso das plantas medicinais e fitoterápicos, suas interações ou efeitos adversos, e pensando a longo prazo, pode-se propor ao município uma possível implementação de “Farmácia Viva”, podendo assim, cultivar as espécies mais abordadas pelo estudo de acordo com o perfil de população estudada, podendo então ajudar de forma gratuita, promovendo o treinamento de profissionais da saúde para melhor orientar a população, resgatando e evitando que esses saberes tradicionais se percam.
EQUIPE
	Orientador/Coordenador/Pesquisador:
	Titulação
	Danielle Cristiane Correa de Paula
	DoutoradoNívea Cristina Vieira Neves
	Doutorado
	Discente(s) envolvido(s)
	Curso/Período
	Larissa Júnia Ferreira
	10º período
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APÊNDICES
Apêndice A
Questionário para avaliação do perfil da população da cidade de Rio Espera –
MG e utilização de plantas medicinais e fitoterápicos
(Adaptado de BRITO; MARÍN; CRUZ, 2017; SILVA; SANTANA, 2018; VALERIANO et al., 2019).
1) Sexo:
(	) Feminino.	(	) Masculino.	(	) Não declarado. (	) Outro.
2) Idade:
(	) 18 – 20 anos.	(	) 21 – 29 anos.	(	) 30 – 39 anos.	(	) 40 – 49 anos. (	) 50 – 59 anos.	(	) 60 – 69 anos.	(	) 70 anos ou mais.
	3) Escolaridade:
	
	(	) Não alfabetizado.
(	) Ensino Superior.
	(	) Ensino Fundamental.
(	) Pós Graduação.
	(	) Ensino Médio.
4) Qual a renda mensal da sua casa?
(	) Até 1 salário mínimo.	(	) Entre 2 e 3 salários mínimos. (	) Entre 4 e 5 salários mínimos.	(	) Acima de 6 salários mínimos.
5) Utiliza plantas para fins medicinais?
(	) Sim.	(	) Não.
6) Com qual frequência utiliza as plantas medicinais?
(	) Todos os dias.	(	) Uma vez por semana.
(	) Duas ou mais vezes por semana.	(	) Uma vez ao mês.
(	) Duas ou mais vezes ao mês.	(	) Somente em desconforto. (	) Nunca.
7) Qual a sua confiança na ação das plantas medicinais?
(	) Não confiável.	(	) Pouco confiável.	( ) Confiável. (	) Muito confiável.			(	) Indiferente.
8) Como adquire as plantas medicinais?
(	) Feiras livres.	(	) Quintal / jardim de casa. (	) Vizinhos, amigos ou parentes.	(	) Supermercados.
(	) Farmácia.	(	) Loja de Produtos Naturais e Ervas Medicinais.
9) Indica as plantas medicinais para as pessoas?
(	) Sim.	(	) Não.
10) Qual a origem dos seus conhecimentos sobre usos e aplicações das plantas medicinais?
(	) Pais ou parentes próximos.	(	) Amigos e vizinhos.	(	) Cursos. (	) Internet.	(	) Outros:			.
11) Qual é o melhor período do dia para a coleta das plantas medicinais?
(	) Manhã.	(	) Tarde.	(	) Noite.	(	) Indiferente.
12) Qual é a melhor estação do ano para a coleta das plantas medicinais? (	) Primavera.	( ) Verão.	( ) Outono.	(	) Inverno.	(	) Indiferente.
13) Qual (is) é (são) a (s) parte (s) da planta utilizada?
(	) Planta inteira (com raiz).	(	) Parte aérea (sem raiz).	(	) Folha.
(	) Flor.	(	) Raiz.	(	) Casca.	(	) Frutos.	(	) Sementes.	(	) Caule.
14) Qual (is) a (s) forma (s) de preparo utilizada (s)?
(	) Infusão (água fervente é adicionada sobre a planta, deixando a mistura em repouso, de preferência tampada para abafar o vapor).
(	) Decocção (a planta é fervida juntamente com a água).	( ) Triturada.
(	) Natural (na forma como colhe).	( ) Xarope caseiro.	(	) Curtida em álcool. (	) Curtida em água.	(	) Outros:			.
15) Utiliza planta (s) medicinal (is) em qual (is) situação (ões)?
(	) Inflamações.	(	) Infecções.	(	) Cicatrização.	(	) Febre.
(	) Gripe.	(	) Tosse.	(	) Resfriado.	(	) Dores no corpo. (	) Artrite e artrose. ( ) Hipertensão.	(	) Diabetes.	(	) Dor de cabeça. (	) Sistema digestório.	(	) Sistema circulatório.
( ) Sistema reprodutor feminino.
(	) Como vermicida.	(	) Como calmante.
(	) Outras situações:	.
16) Utiliza alguma (s) dessa (s) planta (s) medicinal (is)?
	(	) Erva-cidreira.
	(	) Camomila.
	(	) Hortelã.
	(	) Limão.
	(	) Boldo.
	(	) Malva.
	(	) Erva doce.
	(	) Laranja.
	(	) Guaco.
	(	) Babosa.
	(	) Alfavaca.
	(	) Romã.
	(	) Alecrim.
	(	) Macela.
	(	) Arnica.
	(	) Bálsamo.
	(	) Alho.
	(	) Cebola.
	(	) Quebra-pedra.
	(	) Sálvia.
	(	) Gengibre.
	(	) Poejo.
	(	) Tanchagem.
	(	) Funcho.
	(	) Maracujá.
	(	) Algodão.
	(	) Carqueja.
	(	) Picão.
(	) Outras:	.
17) Utiliza plantas medicinais juntamente com algum medicamento?
(	) Sim, medicamento para hipertensão. (	) Sim, medicamento para diabetes.
(	) Sim, medicamento para depressão. (	) Sim, medicamento para ansiedade.
(	) Sim, medicamento para colesterol alto.	(	) Sim, antialérgicos. (	) Sim, anti-inflamatórios.	(	) Sim, analgésicos. (	) Sim, antitérmicos.
(	) Sim, outros. Qual (is)?	. (	) Não.
18) Já fez ou faz uso de algum desses medicamentos fitoterápicos?
(	) Alcachofra.	(	) Aroeira. (	) Canela de velho.	(	) Espinheira santa. (	) Garra do diabo. ( ) Ginkgo biloba. (	) Isoflavona.	(	) Passiflora.
(	) Plantago.	(	) Salgueiro.	(	) Unha de gato.	(	) Valeriana. (	) Outros:							.
Apêndice B
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(Conselho Nacional de Saúde, Resolução 466/2012)
Nome do participante:			. Data de nascimento: / /	Idade: 	
Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino	( ) Não declarado.	( ) Outro.
Eu, acima qualificado, CONCORDO em participar da pesquisa “Levantamento Etnobotânico de Plantas Medicinais e Fitoterápicos na Cidade de Rio Espera – MG”, coordenada pelos pesquisadores responsáveis Dra. Danielle Cristiane Correa de Paula, Dra. Nívea Cristina Vieira Neves e conduzida por Larissa Júnia Ferreira aluna/pesquisadora do curso de Farmácia, da Faculdade Santa Rita - FaSaR.
1. Explicaram-me que esta pesquisa se justifica para fins de levantamento etnobotânico das plantas medicinais e fitoterápicos mais utilizados na cidade, bem como orientação e conscientização quanto ao uso das plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos utilizados pela população de estudo.
2. Ao ser convidado a participar, explicaram-me que os objetivos da pesquisa são traçar o perfil da utilização de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos, pela população atendida pela Unidade Básica de Saúde (UBS), da Cidade de Rio Espera– MG, resgatando e valorizando o uso tradicional popular de plantas medicinais. Além disso, também se tem como objetivo verificar os fins terapêuticos para os quais as plantas medicinais e os medicamentos fitoterápicos são utilizados pela população e identificar as possíveis interações com os medicamentos sintéticos.
3. As informações serão coletadas mediante a aplicação de um questionário estruturado aos usuários do SUS, devidamente cadastrados, nos municípios da Cidade de Rio Espera – MG. O questionário será aplicado nos meses de Fevereiro à Agosto de 2022.
4. Estou ciente de que a pesquisa não trará danos à saúde dos participantes, mas em contrapartida, os usuários podem sentir-se incomodados, desconfortáveis e constrangidos ao serem abordados para participarem da pesquisa. Contudo, todos os participantes que se dispuserem a responder ao questionário, serão instruídos acerca da proteção e sigilo das informações pessoais coletadas. Além disso, a entrevista será realizada individualmente e em local reservado para que o participante tenha mais privacidade ao responder.
5. Os participantes se beneficiarão com esclarecimento acerca das formas de
utilização das plantas, fins terapêuticos de plantas medicinais e fitoterápicos, partes das plantas a serem utilizadas, possíveis riscos de interações medicamentosas e eventos adversos, entre outros. Também será oferecida à população maior e melhor assistência e mais opções terapêuticas. Ademais, o presente estudo é importante, pois fornecerá informações relevantes que subsidiará estudos no meio científico.
6. Explicaram-me que os pesquisadores manterão sigilo absoluto, no decorrer da pesquisa, quanto a minha identidade, sob sua responsabilidade e sob as penas previstas na Lei brasileira.
7. Sei que minha participação é livre, não importando quaisquer prejuízos pessoais, e que não implica quaisquer tipos de recebimento de remuneração, auxílio ou subsídio. Também sei que não tenho o dever de pagar por minha livre participação.
8. A presente pesquisa não acarretará em qualquer despesa para os participantes. Mas, ainda assim, há garantia de ressarcimento diante de eventuais danos decorrentes da pesquisa.
9. Estou ciente de que poderei, a qualquer momento, desistir da participação, sem que isso implique responsabilização ou o cancelamento dos serviços oferecidos por esta

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