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Informativo STF 1077

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2 DE DEZEMBRO DE 2022
Edição 1077/2022
Secretaria-Geral da Presidência
Estêvão André Cardoso Waterloo
Gabinete da Presidência
Paula Pessoa Pereira
Diretoria-Geral
Miguel Ricardo de Oliveira Piazzi
Secretaria de Altos Estudos, Pesquisas e Gestão da Informação
Manuelita Hermes Rosa Oliveira Filha
Coordenadoria de Difusão da Informação
Thiago Gontijo Vieira
Equipe Técnica
Renan Arakawa Pamplona 
Anna Daniela de Araújo M. dos Santos
Daniela Damasceno Neves Pinheiro 
João de Souza Nascimento Neto
Luiz Carlos Gomes de Freitas Júnior 
Mariana Bontempo Bastos
Ricardo Henriques Pontes
Tays Renata Lemos Nogueira
Capa e projeto gráfico
Flávia Carvalho Coelho Arlant
Diagramação
Ana Carolina Caetano
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Supremo Tribunal Federal — Biblioteca Ministro Victor Nunes Leal)
Informativo STF [recurso eletrônico] / Supremo Tribunal Federal. N. 1, (1995) – . Brasília : STF, 1995 – .
Semanal.
O Informativo STF, periódico semanal do Supremo Tribunal Federal, apresenta, de forma objetiva e concisa, resumos das teses e 
conclusões dos principais julgamentos realizados pelos órgãos colegiados – Plenário e Turmas –, em ambiente presencial e virtual. 
http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?servico=informativoSTF
ISSN: 2675-8210.
1. Tribunal supremo, jurisprudência, Brasil. 2. Tribunal supremo, periódico, Brasil. I. Brasil. Supremo Tribunal Federal (STF). Secretaria de 
Altos Estudos, Pesquisas e Gestão da Informação. 
CDDir 340.6
Permite-se a reprodução desta publicação, no todo ou em parte, sem alteração do conteúdo, desde que citada a fonte.
ISSN: 2675-8210
INFORMATIVO STF. Brasília: Supremo Tribunal Federal, Secretaria de Altos Estudos, Pesquisas e Gestão da Informação, n. 1077/2022. 
Disponível em: http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?servico=informativoSTF. Data de divulgação: 2 de dezembro de 2022. 
INFORMAÇÕES 
ADICIONAIS
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2 de dezembro de 2022 | 1077/2022 INFORMATIVO STF
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
MINISTRA 
ROSA MARIA PIRES WEBER
Presidente [19.12.2011]
MINISTRO 
LUÍS ROBERTO BARROSO
Vice-presidente [26.6.2013]
MINISTRO 
GILMAR FERREIRA MENDES
Decano [20.6.2002]
MINISTRO 
ENRIQUE RICARDO LEWANDOWSKI
[16.3.2006]
MINISTRA 
CÁRMEN LÚCIA ANTUNES ROCHA
[21.6.2006]
MINISTRO 
JOSÉ ANTONIO DIAS TOFFOLI
[23.10.2009]
MINISTRO
LUIZ FUX
[3.3.2011]
MINISTRO 
LUIZ EDSON FACHIN
[16.6.2015]
MINISTRO 
ALEXANDRE DE MORAES
[22.3.2017]
MINISTRO 
KASSIO NUNES MARQUES
[5.11.2020]
MINISTRO 
ANDRÉ LUIZ DE ALMEIDA MENDONÇA
[16.12.2021]
2 de dezembro de 2022 | 1077/2022 INFORMATIVO STF
SUMÁRIO
1 INFORMATIVO
1.1 PLENÁRIO
DIREITO ADMINISTRATIVO
 » Registro de Imóveis Públicos; Bens Públicos; Terras Devolutas
• Requisitos para a ratificação pela União de registros imobiliários decorrentes 
de títulos expedidos pelos estados referentes a alienações e concessões de 
terras públicas situadas nas faixas de fronteira - ADI 5623/DF
DIREITO CONSTITUCIONAL
 » Ministério Público; Prerrogativas; Direitos e Garantias Fundamentais
• Prerrogativa do Ministério Público de posicionar-se ao lado do magistrado 
nos julgamentos - ADI 4768/DF
 » Repartição de Competências
• Proibição de apreensão e retenção de motocicletas, motonetas ou ciclomotores 
de até 150 cilindradas por falta de pagamento do IPVA - ADI 6997/RN
DIREITO ELEITORAL
 » Eleição; Campanha Eleitoral; Prazos
• Prazo para o ajuizamento de representação que visa apurar condutas em 
desacordo com as normas eleitorais relativas a arrecadação e gastos de 
recursos - ADI 4532/DF
DIREITO TRIBUTÁRIO
 » Contribuições Sociais; PIS/PASEP; COFINS
• Regime não cumulativo da contribuição ao PIS/Pasep e da Cofins - RE 841979/PE 
(Tema 756 RG)
2 de dezembro de 2022 | 1077/2022 INFORMATIVO STF
1.2 SEGUNDA TURMA
 » Repartição de Competências
• Gratuidade de acesso às salas de cinemas para idosos - ARE 1307028/SP
2 PLENÁRIO VIRTUAL EM EVIDÊNCIA
• Direito a crédito de ICMS requerido por distribuidora de combustíveis 
nas operações com diferimento do pagamento do tributo - RE 781926/
GO (Tema 694 RG)
• Competência da Assembleia Legislativa para julgar contas dos demais 
Poderes estaduais - ADI 6981/SP
• Criação, extinção e transformação de juizados especiais e varas judiciárias 
no estado - ADI 4235/RJ
• Exercício da competência comum para a proteção do meio ambiente - 
ADI 4757/DF
• Ampliação da competência constitucional da Justiça Militar - ADI 5032/DF
• Proteção a povos indígenas isolados e de recente contato - ADPF 991 MC-Ref/DF
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INFORMATIVO STF
SUMÁRIO
1 INFORMATIVO
1.1 PLENÁRIO
DIREITO ADMINISTRATIVO – REGISTRO DE IMÓVEIS; BENS PÚBLICOS; 
TERRAS DEVOLUTAS
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS; 
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE; POLÍTICA AGRÍCOLA E 
FUNDIÁRIA; REFORMA AGRÁRIA
Requisitos para a ratificação pela União de 
registros imobiliários decorrentes de títulos 
expedidos pelos estados referentes a alienações 
e concessões de terras públicas situadas 
nas faixas de fronteira - ADI 5623/DF
AMICUS
CURIAE 
ÁUDIO
DO TEXTO 
RESUMO:
É constitucional a ratificação de registros imobiliários prevista na Lei 13.178/2015, 
desde que observados os requisitos e condições exigidos pela própria norma e os 
previstos pela Constituição Federal de 1988 concernentes à política agrícola, ao 
plano nacional de reforma agrária e à proteção dos bens imóveis que atendam a 
sua função social.
A ratificação de registro imobiliário não se confunde com a doação de terras públicas 
ou a desapropriação para fins de reforma agrária. Entretanto, a destinação dos imó-
veis, diante de sua origem pública, deve ser compatível com a política agrícola e com 
o plano nacional de reforma agrária (CF/1988, art. 188), eis que asseguram o controle 
da efetividade do cumprimento da destinação racional aos bens.
O objetivo é impedir que a ratificação de título se converta em automática transferência 
de bens imóveis da União (1), até mesmo porque não seria legítimo que essa medida, 
permitida legalmente, pudesse ser realizada sem obediência ao conjunto das normas 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5091463
https://drive.google.com/file/d/1bxGAzoJOkr5ICzeIH4KMyFlSNUYyd7h0/view
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INFORMATIVO STF
SUMÁRIO
constitucionais que conferem efetividade ao princípio da função social da propriedade 
(CF/1988, arts. 5º, XXIII; 170, caput e III; e 186) (2) (3).
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou parcialmente pro-
cedente a ação para atribuir interpretação conforme a Constituição aos artigos 1º, 
2º e 3º da Lei 13.178/2015, fixando-se como condição para a ratificação de registros 
imobiliários, além dos requisitos formais previstos naquele diploma, que os respectivos 
imóveis rurais se submetam à política agrícola e ao plano nacional de reforma agrária 
previstos no art. 188 da CF/1988 e aos demais dispositivos constitucionais que prote-
gem os bens imóveis que atendam a sua função social.
(1) CF/1988: “Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola 
e com o plano nacional de reforma agrária. § 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras 
públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por 
interposta pessoa, dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional. § 2º Excetuam-se do disposto 
no parágrafo anterior as alienações ou as concessões de terras públicas para fins de reforma agrária.”
(2) Precedentes citado: ADI 2213 MC.
(3) CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, 
à segurança e à propriedade,nos termos seguintes: (...) XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
(...)Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por 
fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes 
princípios: (...) III - função social da propriedade; (...) Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade 
rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes 
requisitos: I - aproveitamento racional e adequado; II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis 
e preservação do meio ambiente; III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; 
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.”
ADI 5623/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 25.11.2022 (sexta-
feira), às 23:59
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=347486
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5091463
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5091463
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INFORMATIVO STF
SUMÁRIO
DIREITO CONSTITUCIONAL – MINISTÉRIO PÚBLICO; PRERROGATIVAS; 
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Prerrogativa do Ministério Público de 
posicionar-se ao lado do magistrado 
nos julgamentos - ADI 4768/DF 
AMICUS
CURIAE 
ÁUDIO
DO TEXTO 
 
VÍDEO DO
JULGAMENTO
 
VÍDEO DO
JULGAMENTO
 
VÍDEO DO
JULGAMENTO
 
VÍDEO DO
JULGAMENTO
Parte 1 Parte 2 Parte 3 Parte 4 
RESUMO:
A prerrogativa atribuída aos membros do Ministério Público de situar-se no mesmo 
plano e imediatamente à direita dos magistrados nas audiências e sessões de 
julgamento (Lei Complementar 75/1993, art. 18, I, “a”; e Lei 8.625/1993, art. 41, XI) 
não fere os princípios da isonomia, do devido processo legal, da ampla defesa e 
do contraditório (CF/1988, art. 5º, I, LIV e LV) nem compromete a necessária pari-
dade de armas que deve existir entre a defesa e a acusação.
A atual posição dos sujeitos processuais na sala de audiências e de julgamento é jus-
tificada seja pela tradição, seja pela diferenciada função desempenhada pelo órgão 
ministerial como representante do povo, uma vez que atua de forma imparcial para 
alcançar os fins que lhe foram constitucionalmente conferidos (1).
O direito à igualdade das partes é substancial, não figurativa. Inclusive, a impessoali-
dade dos magistrados e dos membros do Ministério Público é assegurada pela orga-
nização legal das carreiras. Se assim não fosse, poderia ocorrer o subjetivismo nos 
julgamentos e a mudança de locais segundo afetos e desafetos, de modo que, ao 
determinar os lugares, a lei evita essa possibilidade.
Além disso, a atuação do Parquet pode conjugar, simultânea ou alternadamente, os 
papéis de parte processual e de custos legis, dada a singela circunstância de sua 
atribuição em defender o interesse público e a sociedade. Assim, não se pode afirmar 
que a proximidade física entre o integrante do Ministério Público e o magistrado, por 
si só, propicie algum tipo de influência ou comprometimento aos julgamentos.
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, julgou improcedente a ação.
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4233888
https://drive.google.com/file/d/18wB9UhaUoLncs41ZJqD2lFUbJzbrfe3V/view
https://youtu.be/9yhLxPn9JuM?t=2005
https://youtu.be/iRP6UuqcyCk?t=1
https://www.youtube.com/watch?v=CWxJW_4euxA&t=1s
https://www.youtube.com/watch?v=WvzeP1Nap3s&t=1s
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/
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INFORMATIVO STF
SUMÁRIO
(1) CF/1988: “Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, 
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais 
indisponíveis. (...) Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a 
ação penal pública, na forma da lei; II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de 
relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua 
garantia; III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, 
do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; IV - promover a ação de inconstitucionalidade 
ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição; 
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; VI - expedir notificações nos 
procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, 
na forma da lei complementar respectiva; VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da 
lei complementar mencionada no artigo anterior; VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração 
de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais; IX - exercer 
outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a 
representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.”
ADI 4768/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento finalizado em 23.11.2022.
DIREITO CONSTITUCIONAL – REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS; 
TRÂNSITO E TRANSPORTE
Proibição de apreensão e retenção de motocicletas, 
motonetas ou ciclomotores de até 150 cilindradas 
por falta de pagamento do IPVA - ADI 6997/RN 
ÁUDIO
DO TEXTO 
RESUMO:
É inconstitucional — por violar a competência privativa da União para legislar sobre 
trânsito e transporte (CF/1988, art. 22, XI) e conferir tratamento diverso do pre-
visto no Código de Trânsito Brasileiro (1) — lei estadual que proíbe a apreensão e 
a remoção de motocicletas, motonetas e ciclomotores de até 150 cilindradas, por 
autoridade de trânsito, em razão da falta de pagamento do IPVA.
Esta Corte, em várias oportunidades, declarou a inconstitucionalidade de normas esta-
duais análogas (2), tendo, inclusive, retirado do ordenamento jurídico, em recente julgado 
e pelos mesmos fundamentos ora utilizados, leis fluminenses que permitiam a circula-
ção de veículos automotores nas vias públicas sem o regular pagamento do IPVA (3). 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente a 
ação para declarar a inconstitucionalidade formal da Lei 10.963/2021 do Estado do 
Rio Grande do Norte (4).
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4233888
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6254231
https://drive.google.com/file/d/1hcXZjRL5bstl1RDu7nN3nZSYFZQ3dcvd/view
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/
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INFORMATIVO STF
SUMÁRIO
(1) CTB/1977: “Art. 131. O Certificado de Licenciamento Anual será expedido ao veículo licenciado, vinculado ao 
Certificado de Registro, no modelo e especificações estabelecidos pelo CONTRAN. (...) § 2º O veículo somente 
será considerado licenciado estando quitados os débitos relativos a tributos, encargos e multas de trânsito e 
ambientais, vinculados ao veículo, independentemente da responsabilidade pelas infrações cometidas. (...) Art. 
230. Conduzir o veículo: (...) V - que não esteja registrado e devidamente licenciado; VI - com qualquer uma das 
placas de identificação sem condições de legibilidade e visibilidade: Infração - gravíssima; Penalidade - multa 
e apreensão do veículo; Medida administrativa - remoção do veículo; (…) Art. 270. O veículo poderá ser retido 
nos casos expressos neste Código. (...) § 2º Não sendo possível sanar a falha no local da infração, o veículo, 
desde que ofereça condições de segurança para circulação, poderá ser liberado e entregue a condutor 
regularmente habilitado, mediante recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual, contra apresentação 
de recibo, assinalando-se prazo razoável ao condutor pararegularizar a situação, para o que se considerará, 
desde logo, notificado. (Redação dada pela Lei nº 13.160, de 2015). § 3º O Certificado de Licenciamento Anual 
será devolvido ao condutor no órgão ou entidade aplicadores das medidas administrativas, tão logo o veículo 
seja apresentado à autoridade devidamente regularizado. (...) § 6º Não efetuada a regularização no prazo 
a que se refere o § 2º, será feito registro de restrição administrativa no Renavam por órgão ou entidade 
executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, que será retirada após comprovada a regularização. 
(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015). § 7º O descumprimento das obrigações estabelecidas no § 2º resultará 
em recolhimento do veículo ao depósito, aplicando-se, nesse caso, o disposto no art. 271. (Incluído pela Lei nº 
13.160, de 2015). Art. 271. O veículo será removido, nos casos previstos neste Código, para o depósito fixado 
pelo órgão ou entidade competente, com circunscrição sobre a via. § 1º A restituição do veículo removido só 
ocorrerá mediante prévio pagamento de multas, taxas e despesas com remoção e estada, além de outros 
encargos previstos na legislação específica. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015). § 2º A liberação do veículo 
removido é condicionada ao reparo de qualquer componente ou equipamento obrigatório que não esteja 
em perfeito estado de funcionamento. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015). § 3º Se o reparo referido no § 
2º demandar providência que não possa ser tomada no depósito, a autoridade responsável pela remoção 
liberará o veículo para reparo, na forma transportada, mediante autorização, assinalando prazo para 
reapresentação. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016). § 4º Os serviços de remoção, depósito e guarda 
de veículo poderão ser realizados por órgão público, diretamente, ou por particular contratado por licitação 
pública, sendo o proprietário do veículo o responsável pelo pagamento dos custos desses serviços. (Redação 
dada pela Lei nº 13.281, de 2016). § 5º O proprietário ou o condutor deverá ser notificado, no ato de remoção 
do veículo, sobre as providências necessárias à sua restituição e sobre o disposto no art. 328, conforme 
regulamentação do CONTRAN. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015). § 6º Caso o proprietário ou o condutor 
não esteja presente no momento da remoção do veículo, a autoridade de trânsito, no prazo de 10 (dez) dias 
contado da data da remoção, deverá expedir ao proprietário a notificação prevista no § 5º, por remessa 
postal ou por outro meio tecnológico hábil que assegure a sua ciência, e, caso reste frustrada, a notificação 
poderá ser feita por edital. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016). (...) § 9º Não caberá remoção nos 
casos em que a irregularidade puder ser sanada no local da infração. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)”.
(2) Precedentes citados: ADI 5283; ADI 6605 e ADI 3269.
(3) Precedente citado: ADI 5796.
(4) Lei 10.963/2021 do Estado do Rio Grande do Norte: “Art. 1º Ficam proibidas a apreensão e a remoção de 
motocicletas, motonetas ou ciclomotores de até 155cc (cento e cinquenta e cinco cilindradas), por autoridade 
de trânsito, em função da não identificação de pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos 
Automotores – IPVA, no Estado do Rio Grande do Norte. Parágrafo único. Não se aplica o caput deste artigo 
quando a autoridade fiscalizadora estadual estiver de posse de mandado judicial ou identificar a ocorrência 
de outras hipóteses de apreensão e remoção previstas na Lei Federal nº 9.503, de 23 de dezembro de 1997 
(Código de Trânsito Brasileiro – CTB). Art. 2º A autoridade administrativa estadual atenderá, a requerimento do 
proprietário interessado na retirada de motocicleta, motoneta ou ciclomotor de até 155cc (cento e cinquenta 
e cinco cilindradas) apreendidos até a data da entrada em vigor desta Lei, exclusivamente em decorrência 
da não identificação de pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA, a sua 
restituição sem ônus para o contribuinte. Art. 3º O Poder Executivo regulamentará esta Lei, no que couber. 
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.”
ADI 6997/RN, relator Ministro Gilmar Mendes julgamento virtual finalizado em 25.11.2022 (sexta-
feira), às 23:59
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=12977066
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756349196
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=627775
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755600496
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6254231
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6254231
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INFORMATIVO STF
SUMÁRIO
DIREITO ELEITORAL – ELEIÇÃO; CAMPANHA ELEITORAL; PRAZOS
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Prazo para o ajuizamento de representação 
que visa apurar condutas em desacordo com 
as normas eleitorais relativas a arrecadação 
e gastos de recursos - ADI 4532/DF 
ÁUDIO
DO TEXTO 
RESUMO:
A fixação do prazo de 15 (quinze) dias para o ajuizamento da representação pre-
vista no art. 30-A da Lei 9.504 /1997, com a redação dada pela Lei 12.034/2009, 
não compromete os valores da isonomia entre os candidatos nem afronta o sis-
tema de proteção à lisura e à legitimidade das eleições (CF/1988, art. 14, § 9º) (1).
O estabelecimento do referido prazo decadencial se harmoniza com os princípios que 
regem o exercício da jurisdição eleitoral, em especial o da segurança jurídica, da cele-
ridade e da duração razoável do processo (CF/1988, art. 5º, LXXVIII; e Lei 9.504/1997, 
art. 97-A), com o objetivo de proporcionar a estabilização do resultado das urnas, de 
modo a refletir a vontade soberana do eleitor.
Nesse contexto, os meios de impugnação e os recursos específicos da Justiça Eleitoral 
são taxativos e submetidos a exíguos prazos preclusivos, adequando-se a cada fase 
do processo eleitoral, circunstâncias justificáveis pela necessidade de estabilização das 
relações jurídicas, pelos resultados das eleições e pela temporalidade dos mandatos 
políticos.
Ademais, o intuito da norma foi suprir lacuna procedimental decorrente da ausência 
de sanção imediata no âmbito das prestações de contas, uma vez que a desaprova-
ção jamais repercutiu diretamente nos diplomas ou mandatos dos candidatos eleitos 
e no direito à obtenção de quitação eleitoral.
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedente a 
ação para declarar a constitucionalidade da expressão “no prazo de 15 (quinze) dias 
da diplomação”, constante do art. 30-A da Lei 9.504/1997, com a redação que lhe foi 
conferida pela Lei 12.034/2009 (2).
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4012177
https://drive.google.com/file/d/18gSNWEUl0wSa14R4tLdjs-n7nphQZPow/view
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/
EDIÇÃO 1077/2022 | 
12
INFORMATIVO STF
SUMÁRIO
(1) CF/1988: “Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com 
valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: (...) § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos 
de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade 
para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das 
eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na 
administração direta ou indireta.”
(2) Lei 9.504/1997: “Art. 30-A. Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, 
no prazo de 15 (quinze) dias da diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de 
investigação judicial para apurar condutas em desacordo com as normas desta Lei, relativas à arrecadação 
e gastos de recursos. (Redação dada pela Lei 12.034/2009)”.
ADI 4532/DF, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 25.11.2022(sexta-feira) 
às 23:59
DIREITO TRIBUTÁRIO – CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS; PIS/PASEP; COFINS
DIREITO CONSTITUCIONAL – ORDEM SOCIAL; SEGURIDADE SOCIAL
Regime não cumulativo da contribuição ao PIS/
Pasep e da Cofins - RE 841979/PE (Tema 756 RG) 
REPERCUSSÃO
GERAL 
AMICUS
CURIAE 
ÁUDIO
DO TEXTO 
TESES FIXADAS:
“I. O legislador ordinário possui autonomia para disciplinar a não cumulatividade 
a que se refere o art. 195, § 12, da CF/1988, respeitados os demais preceitos cons-
titucionais, como a matriz constitucional das contribuições ao PIS e Cofins e os 
princípios da razoabilidade, da isonomia, da livre concorrência e da proteção à 
confiança; II. É infraconstitucional, a ela se aplicando os efeitos da ausência de 
repercussão geral, a discussão sobre a expressão ‘insumo’ presente no art. 3º, II, 
das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003 e sobre a compatibilidade, com essas leis, das 
IN/SRF 247/2002 (considerada a atualização pela IN/SRF 358/2003) e 404/2004; 
III. É constitucional o § 3º do art. 31 da Lei 10.865/2004.” 
RESUMO:
O § 12 do art. 195 da CF/1988 (1) autoriza a coexistência dos regimes cumulativo 
e não cumulativos da contribuição para os Programas de Integração Social e de 
Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) e da Contribuição para 
o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), contudo, ao exercer essa opção e 
ao disciplinar o regime não cumulativo, o legislador deve ser coerente e racional, 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4012177
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4012177
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4647544
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4647544&numeroProcesso=841979&classeProcesso=RE&numeroTema=756
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SUMÁRIO
observando o princípio da isonomia, a fim de não gerar desequilíbrios concorren-
ciais e discriminações arbitrárias ou injustificadas (2).
Nesse contexto, são válidas as disposições previstas nas Leis 10.637/2002 e 10.833/2003 
que: (i) estabeleceram como se deve aproveitar o crédito decorrente, dentre outros itens, 
de ativos produtivos, de edificações e de benfeitorias (art. 3º, § 1º, III); e (ii) impossibili-
taram o aproveitamento de créditos quanto ao valor de mão de obra paga a pessoa 
física e ao da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contri-
buição ao PIS/Pasep ou da Cofins, inclusive no caso de isenção, esse último quando 
revendidos ou utilizados como insumo em produtos ou serviços sujeitos à alíquota zero, 
isentos ou não alcançados pela contribuição (art. 3º, § 2º, I e II).
Por outro lado, não se depreende diretamente do texto constitucional o que se deve 
entender pelo vocábulo “insumo” para fins da não cumulatividade da contribuição ao 
PIS e da Cofins, cabendo à legislação infraconstitucional dispor sobre o assunto.
A revogação total da possibilidade de crédito, sem a limitação temporal específica 
estabelecida no caput do art. 31 da Lei 10.865/2004, não ofende a irretroatividade tri-
butária ou a proteção da confiança. Já a proibição contida no § 3º desse dispositivo 
legal vale para todos os contribuintes inseridos no regime não cumulativo das contri-
buições, respeitou a anterioridade nonagesimal e está dentro do poder de conforma-
ção do legislador (3) (4).
Ademais, quando do início da produção dos efeitos desse dispositivo, os contribuintes 
só possuíam direito adquirido a crédito da contribuição ao PIS/Pasep e da Cofins em 
relação ao valor dos aluguéis ou das contraprestações de arrendamento mercantil 
concernentes aos meses decorridos até a véspera daquela data. De qualquer forma, 
inexiste direito adquirido a regime jurídico, inclusive em sede de matéria tributária.
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, ao apreciar o Tema 756 da 
repercussão geral, negou provimento ao recurso extraordinário.
(1) CF/1988: “Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, 
nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I – do empregador, da empresa e da entidade a ela 
equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (...) b) a receita ou o faturamento; (...) § 12. A lei definirá os 
setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do 
caput, serão não-cumulativas.”
(2) Precedentes citados: RE 607642 (Tema 337 RG); RE 570122 (Tema 34 RG); RE 587108 (Tema 179 RG); RE 
1178310 (Tema 1047 RG); RE 1043313 (Tema 939 RG); RE 599316 (Tema 244 RG) e RE 607109 (Tema 304 RG).
(3) Lei 10.865/2004: “Art. 31. É vedado, a partir do último dia do terceiro mês subseqüente ao da publicação 
desta Lei, o desconto de créditos apurados na forma do inciso III do § 1º do art. 3º das Leis 10.637, de 30 de 
dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, relativos à depreciação ou amortização de bens 
e direitos de ativos imobilizados adquiridos até 30 de abril de 2004. (...) § 3º É também vedado, a partir da 
data a que se refere o caput, o crédito relativo a aluguel e contraprestação de arrendamento mercantil de 
bens que já tenham integrado o patrimônio da pessoa jurídica.”
(4) Precedentes citados: ADI 3184; RE 354870 AgR; RE 634573 AgR e RE 1043313 (Tema 939 RG).
RE 841979/PE, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 25.11.2022 (sexta-feira), 
às 23:59
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4647544&numeroProcesso=841979&classeProcesso=RE&numeroTema=756
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4647544&numeroProcesso=841979&classeProcesso=RE&numeroTema=756
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15344896933&ext=.pdf
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=3820754&numeroProcesso=607642&classeProcesso=RE&numeroTema=337
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15345190190&ext=.pdf
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2574207&numeroProcesso=570122&classeProcesso=RE&numeroTema=34
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15344575969&ext=.pdf
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2618622&numeroProcesso=587108&classeProcesso=RE&numeroTema=179
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15344589337&ext=.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15344589337&ext=.pdf
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5596953&numeroProcesso=1178310&classeProcesso=RE&numeroTema=1047
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15346010440&ext=.pdf
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5176420&numeroProcesso=1043313&classeProcesso=RE&numeroTema=939
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754015540
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2672735&numeroProcesso=599316&classeProcesso=RE&numeroTema=244
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756743652
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=3810658&numeroProcesso=607109&classeProcesso=RE&numeroTema=304
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.833.htm
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753857672
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7596166
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=3013680
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15346010440&ext=.pdf
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5176420&numeroProcesso=1043313&classeProcesso=RE&numeroTema=939https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4647544
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SUMÁRIO
1.2 SEGUNDA TURMA
DIREITO CONSTITUCIONAL – REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS; 
DIREITO ECONÔMICO; FAMÍLIA, CRIANÇA, ADOLESCENTE, JOVEM E 
IDOSO
Gratuidade de acesso às salas de cinemas 
para idosos - ARE 1307028/SP
 
ÁUDIO
DO TEXTO
 
VÍDEO DO
JULGAMENTO
 
VÍDEO DO
JULGAMENTO
 
VÍDEO DO
JULGAMENTO
Parte 1 Parte 2 Parte 3
RESUMO:
É inconstitucional — por tratar de matéria que diz respeito a norma de direito eco-
nômico e contrariar a disciplina conferida a benefício já previsto no art. 23 da Lei 
federal 10.741/2003 (Estatuto do Idoso) — lei municipal que institui o acesso gratuito 
de idosos às salas de cinema da cidade, de segunda a sexta-feira.
Esta Corte, nas oportunidades em que analisou a constitucionalidade de leis estaduais 
que concediam o direito à meia-entrada em estabelecimentos de diversão, esporte, 
cultura e lazer, assentou que a competência para legislar sobre direito econômico é 
concorrente entre a União, os estados-membros e o Distrito Federal, e que, inexistindo 
legislação federal a dispor sobre o tema, o ente federado pode se utilizar de sua com-
petência plena (1) (2).
Por sua vez, o poder legislativo municipal possui competência para suplementar a 
legislação federal e estadual no que couber (CF/1988, art. 30, II). Contudo, é necessá-
rio que haja algum elemento de localidade afeto à disciplina legislativa, o que não se 
vê no caso analisado.
Nesse contexto, vislumbra-se que o legislador municipal, ao editar a Lei 2.068/2019, 
dispôs sobre matéria já prevista na Lei federal 10.741/2003 (3), não de forma a com-
plementá-la, mas de substituí-la.
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6085000
https://drive.google.com/file/d/1b0a2mP-TklHzWxPJK23wgZMyFuhJax6I/view
https://www.youtube.com/watch?v=8Mc5jaoO1pw&t=10170s
https://www.youtube.com/watch?v=OP4ifiV8_Lg&t=2060s
https://www.youtube.com/watch?v=kW_eYO29BgA&t=4250s
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INFORMATIVO STF
SUMÁRIO
Com base nesse entendimento, a Segunda Turma, por maioria, deu provimento ao 
agravo regimental para determinar a reforma da decisão agravada e a manutenção 
do acórdão proferido pelo TJ/SP, objeto do recurso extraordinário, que havia decla-
rado a inconstitucionalidade da Lei 2.068/2019 do Município de Cotia/SP (4).
(1) CF/1988: “Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
(...) I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico (...) § 1º No âmbito da legislação 
concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 2º A competência da União 
para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. § 3º Inexistindo lei 
federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas 
peculiaridades. § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, 
no que lhe for contrário.”
(2) Precedentes citados: ADI 1950; ADI 3512 e ADI 2163.
(3) Lei 10.471/2003: “Art. 23. A participação das pessoas idosas em atividades culturais e de lazer será 
proporcionada mediante descontos de pelo menos 50% (cinquenta por cento) nos ingressos para eventos 
artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos locais. (Redação 
dada pela Lei nº 14.423, de 2022)”
(4) Lei 2.068/2019 do Município de Cotia/SP: “Art. 1º As empresas de exibição cinematográfica com salas 
de cinemas no Município de Cotia, ficam obrigadas a garantir o acesso de pessoas idosas a partir de 60 
(sessenta) anos, as suas dependências sem a cobrança de importância a qualquer título ou justificativa. Art. 
2º Fica garantido a pessoas idosas, a partir de 60 (sessenta) anos, o ingresso gratuito a todas as salas de 
exibição cinematográfica existentes no Município de Cotia, a presente propositura tem a finalidade precípua 
de conceder o acesso amplo a cultura ao idoso da nossa cidade conforme os preceitos normativos da 
Constituição Federal. Art. 3º A gratuidade de acesso a que se refere o artigo 2º da presente Lei será exercida 
no período de segunda-feira a sexta-feira, em qualquer sala de exibição, em qualquer sessão que nela 
ingressarão mediante a simples apresentação de documento de identidade com foto legalmente reconhecido. 
Art. 4º [sic] descumprimento da presente Lei, implicará nas seguintes penalidades: I - Multa de R$ 1.000,00 
(mil) reais corrigidos semestralmente pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) ou qualquer outro 
que venha substituí-lo; II - O triplo em caso de reincidência; III - Suspensão das atividades por até 180 (cento 
e oitenta) dias; IV - Cassação do Alvará de funcionamento. Art. 5º A fiscalização da presente Lei ficará a 
cargo do Conselho Municipal do Idoso e do Poder Executivo. Art. 6º As empresas de exibição cinematográfica, 
com salas de cinema no Município de Cotia, ficam obrigadas a anexar de maneira visível um cartaz, ao lado 
da bilheteria, contendo as informações sobre o direito ao acesso gratuito para as pessoas com 60 anos ou 
mais. § 1º cartaz deve conter no mínimo 30 centímetros de altura e 40 centímetros de largura, devendo ser 
impresso em letras visíveis. Art. 7º Fica autorizado o recolhimento integral das importâncias arrecadadas em 
favor do Fundo Municipal do Idoso. Art. 8º Poder Executivo regulamentará a presente Lei, no que couber, no 
prazo de 30 (trinta) dias a contar da data de sua publicação. Art. 9º Esta lei entra em vigor na data de sua 
publicação, revogadas as disposições em contrário.”
ARE 1307028/SP, relator Ministro Edson Fachin, redator do acórdão Ministro Gilmar Mendes, julgado 
em 22.11.2022
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266808
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=363387
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750415180
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6085000
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SUMÁRIO
2 PLENÁRIO VIRTUAL EM EVIDÊNCIA
JULGAMENTO VIRTUAL: 02/12/2022 a 12/12/2022 
RE 781926/GO 
Relator: Ministro DIAS TOFFOLI 
 
Direito a crédito de ICMS requerido por distribuidora de combustíveis 
nas operações com diferimento do pagamento do tributo (Tema 694 RG) 
Questionamento constitucional acerca do direito de compensação de créditos 
do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente na 
aquisição de álcool anidro de usinas nas operações em que haja diferimento 
do pagamento do tributo. Jurisprudência: ADI 2320; RE 174478 ED; RE 392370 
AgR e RE 325623 AgR. 
ADI 6981/SP 
Relator: Ministro ROBERTO BARROSO
 
Competência da Assembleia Legislativa para julgar contas dos demais 
Poderes estaduais 
Análise da constitucionalidade de dispositivo da Constituição paulista que 
concede à Assembleia Legislativa (ALESP) competência para proceder à 
tomada e ao julgamento anual das contas prestadas pelos Poderes Legislativo, 
Executivo e Judiciário. Jurisprudência: ADI 6983 e ADI 6984. 
REPERCUSSÃO
GERAL
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4488876
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4488876&numeroProcesso=781926&classeProcesso=RE&numeroTema=694
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur6982/false
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur88822/false
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur183879/false
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur183879/false
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur91603/false
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6243784
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur456137/false
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur460902/false
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SUMÁRIO
ADI 4235/RJ 
Relator: Ministro EDSON FACHIN 
Criação, extinção e transformação de juizados especiais e varas 
judiciárias no estado 
Discussão relativa à constitucionalidade de dispositivos legais estaduais que 
autorizam o órgão especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ/RJ) a 
criar, extinguir e transformar juizados especiais e varas judiciárias no estado. 
Jurisprudência: HC 88660. 
ADI 4757/DF 
Relatora: Ministra ROSA WEBER 
 
Exercício da competência comum para a proteção do meio ambiente 
Verificação da constitucionalidade de dispositivos da legislação federal que fixa 
normas para a cooperação entre a União, os estados, o Distrito Federal e os 
municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência 
comum relativas à proteção das paisagens naturais, do meio ambiente e do 
combate à poluição, além da preservação das florestas, da fauna e da flora. 
ADI 5032/DF 
Relator: Ministro MARCO AURÉLIO
 
Ampliação da competência constitucional da Justiça Militar 
Análise da constitucionalidade de dispositivo de lei complementar que insere na 
competência da Justiça Militar o julgamento de crimes cometidos no exercício 
das atribuições subsidiárias das Forças Armadas. 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2673622
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur271104/false
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4224704
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4451226
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INFORMATIVO STF
SUMÁRIO
ADPF 991 MC-Ref /DF 
Relator: Ministro EDSON FACHIN 
 
Proteção a povos indígenas isolados e de recente contato 
Referendo de medida cautelar deferida no sentido de determinar à União 
que sejam tomadas todas as medidas necessárias para garantir a proteção 
integral dos territórios com presença de Povos Indígenas Isolados e de Recente 
Contato (PIIRC). 
LEITURAS
EM PAUTA
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6437270
https://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?servico=informativoSTF&pagina=Leituras_Em_Pauta
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