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Contabilização atuarial de seguros

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Objetivos
Módulo 1
A atuária no mercado
Reconhecer alguns mercados que atuam com cálculos e contabilização atuarial.
Acessar módulo
Módulo 2
Eventos e a contabilização atuarial
Interpretar os eventos e a contabilização atuarial.
Contabilização atuarial de
seguros
Prof.ª Iara Marchioretto
Descrição
Noções de cálculos atuariais, bem como a contabilização atuarial no mercado por meio de explicações teóricas e
exemplos.
Propósito
A mitigação dos riscos nos negócios empresariais e o funcionamento da contabilização e dos cálculos do ramo atuarial
em determinadas situações de mercado são fundamentais para entender e interagir com o mercado atuário.
Preparação
Antes de iniciar seu estudo, tenha em mãos o manual de práticas e procedimentos contábeis do mercado segurador,
disponibilizado pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), e uma calculadora.
dVídeos 
Acessar módulo
Introdução
A atuária é a ciência que analisa e mensura riscos. Em outras palavras, o profissional atuante nesse ramo é capaz de gerenciar e examinar riscos de
diversas situações e/ou bens. Quando falamos em riscos, podemos encontrar inúmeras situações em que ele está ou pode estar presente.
Por isso, neste conteúdo, iremos conhecer alguns mercados que lidam com a atuária, além de também compreender e interpretar situações em que
ela é fundamental para estabelecer processos com o menor risco possível.
No entanto, é preciso estar atento a todas as orientações para a realização dos cálculos e, além disso, saber interpretar qual a aplicação correta em
cada situação.
1
A atuária no mercado
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer alguns mercados que atuam com cálculos e contabilização atuarial.

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Atuária
Conceituando atuária
A atuária é uma ciência que lida com riscos e busca minimizá-los por meio de ferramentas, como:

A matemática

A estatística

A contabilidade
Uma das preocupações do mercado financeiro é a gestão de risco proveniente de algum fato que pode prejudicar uma instituição ou grupo.
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Um evento prejudicial pode desencadear o que chamamos de efeito dominó, pois em uma situação de insolvência em uma companhia de seguros,
por exemplo, coloca em risco todas as operações compartilhadas com outras companhias, como operações de cosseguros e resseguros.
E como podemos reduzir riscos? Vamos ver um exemplo de um processo de plantio de soja:
Processo de plantio de soja.
Iara Marchioretto.
dVídeos 
Entendemos que o processo de produção está sujeito a riscos naturais, como seca, chuvas excessivas, frio e/ou geadas, pragas. Um fato isolado ou
conjunto (reunindo vários fatores de risco) pode colocar tudo a perder.
E os insumos utilizados na produção, como adubos e sementes, têm seu preço que variam de acordo com a oferta e a procura, e também com a
variação cambial. Dessa forma, o processo de produção apresenta risco cambial.
Para plantar, geralmente o produtor busca empréstimos bancários em instituições financeiras a fim de obter auxílio financeiro e reduzir os riscos,
contratando o seguro agrícola e pagando os prêmios de seguro. Se ocorrer um sinistro – como uma geada, que faça com que parte ou toda a
produção seja perdida –, o produtor fará a comunicação do sinistro e será indenizado, conforme a cobertura contratada.
Antes mesmo da colheita, ou às vezes, na etapa do plantio, a produção já está vendida. Como a parte contratante (comprador) e a parte contratada
(produtores/vendedores) podem ficar tranquilos em adiantar o dinheiro de parte ou de toda a produção e ficar esperando pelo produto? Se estamos
falando de uma commoditie, que tem seu preço ditado internacionalmente, precisamos pensar em resguardar o valor do dinheiro no tempo.
Normalmente, os contratos de grãos são feitos em dólar. Como a moeda norte-americana sofre oscilação diariamente, devemos pensar em
resguardar ambas as partes, para que não tenham prejuízo.
Um dos benefícios do seguro agrícola é estar seguro em continuar investindo na produção, mantendo-se
competitivo no mercado do agro, mesmo sabendo dos riscos de perdas econômicas ou quebras na safra.
Veja que a atividade securitária está em todo lugar, até mesmo nos tratores, nas plantadeiras, nos veículos, além de no seguro de vida dos
trabalhadores rurais, na previdência deles e dos proprietários das terras, dos produtores rurais ou condôminos, arrendatários – enfim, em toda
transação pode existir riscos, e onde houver riscos, poderá haver uma espécie de seguro para mitigar os riscos de ocorrência de sinistros. Veja:
dVídeos 
Mas o seguro não cobre tudo. Se o plantio for realizado em desacordo com as regras e normas, em áreas precárias, a indenização não ocorrerá.
O agronegócio brasileiro tem a sua importância para o mundo. Em 2021, o Brasil foi o quarto maior produtor de grãos do mundo, com 7,8% da
produção mundial, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Por essa razão, o seguro agrícola conta com subvenção do
governo federal a partir do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).
Para os grãos de verão (algodão, amendoim, arroz, fava, feijão, girassol, milho primeira safra e soja), no produto custeio ou produtividade multirrisco,
a subvenção é de 25% do prêmio/valor do seguro. Para os grãos de inverno (aveia, canola, cevada, centeio, milho segunda safra, sorgo, trigo) a
subvenção é de 40%.
Multirriscos 
Riscos nomeados 
Replantio 
Atenção!
A subvenção é limitada anualmente, por cadastro de pessoa física (CPF) e por grupos. O produtor que não assinar o termo de
responsabilidade ou estiver com registro no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (CADIN) não tem
direito à subvenção e terá que pagar o valor do prêmio integral de seguro.

dVídeos 
Por falar em subvenção e seguros, voltamos ao ponto da oscilação de preços das commodities para mostrar contratos diferenciados, os derivativos,
que são essenciais para operações de hedge (que significa “seguro”, em inglês).
Derivativos
De�nição e mercados
Derivativos são contratos que derivam a maior parte de seu valor de um ativo subjacente, taxa de referência ou índice. O ativo subjacente pode ser
físico (café, ouro etc.) ou financeiro (ações, taxas de juros etc.), negociado no mercado à vista ou não (é possível construir um derivativo sobre outro
derivativo).
Os derivativos podem ser classificados, entre outros, em:

Contratos a termo

Contratos futuros

Opções de compra e venda

Operações de swaps
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Uma característica do mercado de derivativos é a negociação dos principais produtos do mercado sob a forma de contratos padronizados (ou com
certa padronização) com especificação da quantidade, qualidade, prazo de liquidação e forma de cotação do ativo objeto (ou subjacente) do
contrato.
Os negócios ocorrem em mercados organizados, para garantir segurança e oportunidades para a realização das transações que viabilizem a
transferência de riscos das flutuações de preços das commodities vinculadas às variáveis macroeconômicas.
Nos mercados futuros e a termo, os participantes se comprometem a comprar ou vender certa quantidade de um
ativo por um preço estipulado para a liquidação em data futura.
O mercado futuro é negociado em bolsa, é todo padronizado e possui ajuste diário: todos os dias são verificadas as alterações de preços dos
contratos para apuração das perdas de um lado e dos ganhos do outro, realizando-se a liquidação das diferenças do dia.
Já no mercado de balcão, os bancos fazem os contratos customizados para os clientes e normalmente não há ajuste diário.
No mercado de opções, o adquirente paga um prêmio pela opção, ou seja, pela possibilidade de comprar ou vender um ativo em uma data futura por
um valor previamente acordado. O comprador (chamado titular) sempre terá o direito de exercer o contrato, mas não tem a obrigação de fazer. O
vendedor do contrato futuro por opção é chamado de lançador, que tem a obrigação no pregão de atenderao exercício caso o titular opte por
negociar seu contrato.
Entenda mais sobre os mercados:

Mercado a termo
Os desembolsos ocorrem somente no vencimento do contrato.
A negociação dos contratos ocorre em balcão ou mesas de negociação.

Mercado futuro
Os compromissos são ajustados diariamente.
Os contratos são negociados somente em bolsas.

Mercado de opções
Negocia-se o direito de comprar ou vender um bem por um preço fixo em data futura.
Os contratos são negociados em pregão, com ampla concorrência, ou em balcão.
dVídeos 
Exemplos de operações de hedge em contratos derivativos
Veja um exemplo de operação de hedge com contratos a termo.
Um frigorífico, exportador de carne bovina, resolveu planejar, em 16 de agosto de 2021, o suprimento de abate para outubro de 2022, equivalente a 2
mil cabeças de gado, para que possa honrar seus compromissos de exportação. Para tanto, o frigorífico precisa comprar bois na data futura.
A empresa corre dois riscos: o do preço do boi (ela terá que comprar o boi em uma data futura); e o da moeda estrangeira (ela já irá fechar o preço
em dólares dos bois vendidos na exportação).
Para mitigar esses riscos, o frigorífico pode recorrer a contratos derivativos: pode comprar boi a termo (que é combinar de comprar o boi em uma data
futura a um já predeterminado hoje) e pode vender dólar a termo (combinar de vender os dólares que a empresa irá receber a um preço já
preestabelecido).
Agora, veja um exemplo de operação de hedge com contratos de opções de venda.
Um produtor de milho, que ainda não colheu sua safra estimada em 1 mil sacas, supõe que, quando for vender milho no mercado, os preços podem
ter caído muito e pensa em se proteger contra esse risco. Ele estima colher e vender seu milho em até sessenta dias.
Para assegurar um preço de venda competitivo, mais uma margem de lucro, decide comprar opções de venda de milho ao preço de exercício de 20
dólares por saca (ou seja, tem o direito de vender cada saca por 20 dólares), negociadas na Bolsa para um vencimento compatível (por volta de
sessenta dias) ao prêmio de 2 dólares por saca. Dessa forma, o produtor compra um seguro por 2 dólares que lhe dá o direito de vender cada saca
por 20 dólares. Se o preço estiver abaixo desse valor, ele irá exercer a sua opção.
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Suponha que no vencimento da opção o preço à vista esteja em 15 dólares. O produtor exercerá seu direito de vender a 20 dólares por saca, obtendo
um ganho de 5 dólares por saca. Estimando colher 1 mil sacas, teria um ganho econômico de 5 mil dólares com a opção, dos quais deduzirá 2 mil
dólares que pagou pelo prêmio, auferindo um lucro de 3 mil dólares na operação.
Saca de milho.
Se não fizesse a opção e vendesse no mercado interno e competitivo a 15 dólares a saca, não teria tal vantagem.
Os estudos de natureza econômica e contábil são baseados na regulação bancária, atuarial e previdenciária, fundamentais para evidenciar e
esclarecer os procedimentos contábeis e consolidá-los.
Sabemos que o atuário é vital no mercado mundial, principalmente no ramo de proteções. Sendo assim, falaremos sobre a contabilização atuarial de
seguros por meio de explicações, cálculos e alguns exemplos práticos.
Reservas x Provisões atuariais
Diferenças entre reservas e provisões atuariais
Quando falamos em contabilização atuarial, precisamos falar primeiro sobre os cálculos realizados pelo atuário a fim de garantir recurso para a
seguradora honrar seus compromissos. Nesse campo de trabalho, costumamos ouvir duas expressões que podem ser confundidas entre si:
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
Reservas

Provisões
Na contabilidade, essas expressões carregam uma diferença entre si e não devem ser confundidas.
As reservas são registros feitos no patrimônio líquido (PL) da empresa decorrentes de lucro, retidos com finalidade específica. Alguns exemplos são:
Reserva legal;
Reserva para contingência;
Reserva estatutária.
Para as seguradoras, existe uma reserva de capital exigida para que possam operar. Tal reserva é chamada de capital mínimo requerido (CRM).
Quando esse capital não é atingido, a SUSEP determina que a seguradora deve apresentar planos de suficiência e solvência para garantir a cobertura
das obrigações. Veja:
Plano de regularização de solvência (PRS)
Plano que deverá ser enviado à SUSEP pela supervisionada, na forma estabelecida nesta resolução, visando à recomposição da
situação de solvência quando a insuficiência do patrimônio líquido ajustado (PLA) em relação ao CMR for de até 50%.
Plano de regularização de su�ciência de cobertura (PRC)
Plano que deverá ser enviado à SUSEP pela supervisionada, na forma estabelecida nesta resolução, visando à recomposição da
situação de cobertura das provisões técnicas.
Insu�ciência de cobertura das provisões técnicas
Insuficiência do ativo garantidor em relação ao montante das provisões técnicas subtraído do valor dos ativos redutores da
necessidade de cobertura, desconsiderando o montante das provisões matemáticas de benefícios a conceder e dos seus
correspondentes fundos de investimentos especialmente constituídos, relativos a planos abertos de previdência complementar e de
seguro de pessoas com cobertura por sobrevivência cuja remuneração esteja calcada na rentabilidade de carteiras de investimentos
durante o prazo de diferimento.
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Já as provisões são valores alocados para utilização futura, ou seja, estimados ou já conhecidos, reservados para cumprir despesas futuras. Alguns
exemplos são as provisões de férias, décimo terceiro salário, entre outros.
Apesar dos termos apresentarem diferenças entre si no campo contábil, no campo atuarial eles são similares e, por isso, você pode encontrá-los
como sinônimos em muitos materiais.
Provisões técnicas
Reservas técnicas
Uma empresa de seguro deve ter dinheiro disponível para cumprir com as suas obrigações. Por exemplo: uma seguradora precisa de valor “imediato”
para pagar uma indenização por morte de um segurado de 30 ou 80 anos, assim como precisa ter dinheiro para cobrir um sinistro de um carro com
seguro contratado há dois ou dez meses.
Essas situações podem ou não acontecer; afinal, são riscos, e, para garantir a solvência, todos os cálculos precisam
estar corretos.
Para isso, na atuária, temos o que chamamos de provisões técnicas ou reservas técnicas.
Essas reservas são valores calculados pelos atuários a partir dos prêmios pagos pelos segurados, com a finalidade de garantir as indenizações
futuras.
Provisão técnica com base em eventos ocorridos
Conhecida como provisão de sinistros, essa reserva tem como objetivo liquidar os eventos já ocorridos, ou seja, os sinistros. Neste grupo existem
duas provisões:
Provisão de sinistros ocorridos mas não avisados (IBNR)
Provisão de sinistros a liquidar (PSL)
IBNR
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O período em que ocorre o sinistro até o momento do aviso para a seguradora é chamado de IBNR, do inglês Incurred but not reported. Nesse
momento, o pagamento da indenização ainda é uma estimativa, baseada em eventos anteriores, grupos similares e outras características em comum
apuradas pelo atuário.
PSL
Já o PSL tem relação com o período posterior, ou seja, do aviso do sinistro até o pagamento (do valor estimado até o valor real a ser pago). Quando
comunicado o sinistro à seguradora, o processo de pagamento começa a ser realizado.
Dependendo do tipo de seguro, pode levar mais ou menos tempo para ocorrer de fato o pagamento. Sendo assim, a provisão engloba cálculos e
detalhes que permitem a avaliação correta do pagamento, sem prejudicar as partes (seguradora x segurado).
Provisão técnica com base em eventos futuros
Conforme sugere o nome, essa provisão garante o pagamento de eventos futuros que ainda não ocorreram. Quando reconhecido na contabilidade da
empresa, o prêmio é incorporado como receita e as provisões são realizadas em uma conta chamada de provisão de prêmios não ganhos.
Cálculos das provisões
Como calcular as provisões
Para cada tipo de seguro, há uma análisediferente. Se partirmos dos princípios da equiprobabilidade e da classificação dos riscos, podemos agregar
vários seguros que possuem similaridades entre si e analisá-los de forma conjunta.
Comentário
Sem determinação de cálculo por lei, cada empresa pode estabelecer qual a melhor regra e metodologia que atenda às suas necessidades,
sendo sempre acompanhada por um profissional atuário.

dVídeos 
Essas análises trarão para o atuário informações relevantes para encontrar quais são os valores ideais das reservas.
Existem dois métodos de cálculos para as provisões:
Cálculo retrospectivo
Diferença entre as obrigações passadas do cliente para com a seguradora e da seguradora para com o cliente.
Cálculo prospectivo
São as diferenças dos compromissos futuros entre as partes (seguradora x segurado) que são trazidas ao valor presente.
Para nosso estudo, usaremos o cálculo retrospectivo.
Por exemplo: Luís é atuário na seguradora Protege Tudo SA desde 2009. Entre 2000 a 2008, a empresa apresentou alguns problemas financeiros,
mas não conseguiu encontrar saída para eles.
Com toda essa situação, ao ser contratado, Luís analisou os documentos contábeis da empresa e pôde perceber uma divergência de valores nas
provisões técnicas realizadas em relação ao número de indenizações pagas, e isso tudo estava gerando prejuízo para a seguradora.
Em outras palavras, ele identificou que as reservas eram menores que o valor das obrigações da seguradora para com os segurados.
Pensando em resolver os problemas financeiros do novo local de trabalho, Luís alavancou um estudo referente ao período anterior a sua contratação,
conforme apresenta os dados abaixo.
GRUPO QUANTIDADE DE SEGUROS VALOR MÉDIO MENSAL / BEM VALOR MÉDIO ANUAL / BEM
A 20 200,00 200 x 12 = 2.400,00
B 30 100,00 100 x 12 = 1.200,00
Tabela 1: Dados dos grupos A e B. 
Iara Marchioretto.
Ao observar os dados da tabela, podemos deduzir que os grupos A e B foram formados de acordo com as características das proteções, assim como
outras similaridades que permitem análises em conjunto (valor do prêmio, bem segurado, indenização etc.), respeitando os princípios atuariais.
Considere que a empresa manteve a quantidade de segurados e o valor dos seguros pelo período de 2000 a 2008. Além disso, no exemplo, cada
sinistro do Grupo A equivale a uma indenização de 30 mil reais. Veja:
GRUPO A SINISTROS / ANO ARRECADAÇÃO ANUAL TOTAL EM R$

dVídeos 
GRUPO A SINISTROS / ANO ARRECADAÇÃO ANUAL TOTAL EM R$
2000 0 20 x 2.400 = 48.000 48.000,00
2001 1 20 x 2.400 = 48.000 96.000,00
2002 1 20 x 2.400 = 48.000 144.000,00
2003 0 20 x 2.400 = 48.000 192.000,00
2004 2 20 x 2.400 = 48.000 240.000,00
2005 0 20 x 2.400 = 48.000 288.000,00
2006 3 20 x 2.400 = 48.000 336.000,00
2007 1 20 x 2.400 = 48.000 384.000,00
2008 1 20 x 2.400 = 48.000 432.000,00
Tabela 2: Análise por período Grupo A. 
Iara Marchioretto.
Para entender melhor a Tabela 2, o valor de 48.000,00 /ano, que constam nas linhas da coluna Arrecadação Anual, é resultado da soma de todos os
pagamentos dos prêmios dos segurados, uma vez que cada segurado contribui com 200,00 mensais por 12 meses/ano, totalizando 2.400,00/prêmio
total. Se temos 20 seguros no Grupo A, logo chegamos ao valor de 48.000,00/ano.
Nas notas explicativas dos relatórios contábeis, Luís encontrou que a seguradora deixava para a provisão técnica cerca de 35% do valor total da
arrecadação. Sendo assim:
48.000,00 x 35% = 16.800,00
Rotacione a tela. 
Esse é o valor que a empresa separava anualmente referente às reservas. Temos nove anos de análise, portanto:
9 x 16.800,00 = 151.200,00
Rotacione a tela. 
De acordo com o levantamento do atuário, a Protege Tudo SA obteve sinistros em 2001, 2002, 2004, 2006, 2007 e 2008, totalizando nove
indenizações a ser pagas:
dVídeos 
30.000,00 para cada indenização x 9 = 270.000,00 
Total provisionado no período = 151.200,00
Saldo do grupo provisão x indenização = - 118.800,00
Rotacione a tela. 
Já o Grupo B paga 15.000,00 para cada sinistro ocorrido. Além disso, nas notas explicativas, esse grupo mantinha como provisão 50% das
arrecadações.
GRUPO B SINISTROS / ANO ARRECADAÇÃO ANUAL TOTAL EM R$
2000 2 30 x 1.200 = 36.000 36.000,00
2001 1 30 x 1.200 = 36.000 72.000,00
2002 1 30 x 1.200 = 36.000 108.000,00
2003 0 30 x 1.200 = 36.000 144.000,00
2004 2 30 x 1.200 = 36.000 180.000,00
2005 0 30 x 1.200 = 36.000 216.000,00
2006 1 30 x 1.200 = 36.000 252.000,00
2007 0 30 x 1.200 = 36.000 288.000,00
2008 1 30 x 1.200 = 36.000 324.000,00
Tabela 3: Análise por período Grupo B. 
Iara Marchioretto.
Os sinistros para o Grupo B aconteceram em 2000, 2001, 2002, 2004, 2006 e 2008, totalizando oito indenizações. Conforme apresentado, a empresa
determinava reserva de 50%, veja:
324.000 x 50% = 162.000,00
Rotacione a tela. 
O cálculo também pode ser feito pela arrecadação anual, assim como feito na análise do Grupo A:
36.000 x 50% = 18.000 
18.000 x 9 (quantidade de anos analisados no período) = 162.000,00
dVídeos 
Rotacione a tela. 
Para cada sinistro, deve-se pagar 15.000,00.
Logo, 8 x 15.000,00 = 120.000,00 
Total provisionado no período = 162.000,00
Saldo do grupo provisão x indenização = 42.000,00
Rotacione a tela. 
Com esses estudos, Luís pôde descobrir por que a empresa vinha apresentando valores negativos, mesmo mantendo todos os segurados durante
longo período.
A fim de resolver o problema de imediato, ele propôs um aumento de reserva do Grupo A para 50%, além de um reajuste do prêmio pago pelos
segurados em 25%, buscando manter os benefícios para eles. Com isso, o prêmio passaria de 2.400/ano para 3.000/ano.
GRUPO A SINISTROS / ANO ARRECADAÇÃO ANUAL TOTAL EM R$
2000 0 20 x 3.000 = 60.000 60.000,00
2001 1 20 x 3.000 = 60.000 120.000,00
2002 1 20 x 3.000 = 60.000 180.000,00
2003 0 20 x 3.000 = 60.000 240.000,00
2004 2 20 x 3.000 = 60.000 300.000,00
2005 0 20 x 3.000 = 60.000 360.000,00
2006 3 20 x 3.000 = 60.000 420.000,00
2007 1 20 x 3.000 = 60.000 480.000,00
2008 1 20 x 3.000 = 60.000 540.000,00
Tabela 4: Proposta de reajuste Grupo A. 
Iara Marchioretto.
Repetindo a mesma análise, porém com novos dados, temos que, de acordo com o levantamento do atuário, a Protege Tudo SA obteve sinistros em
2001, 2002, 2004, 2006, 2007 e 2008, totalizando nove indenizações.
9 x 30.000,00 = 270.000,00 (total de indenizações a pagar) 
dVídeos 
Valor total previsto para reserva = 540.000,00 x 50% = 270.000,00 
Saldo do grupo provisão x indenização = 270.000,00 – 270.000,00 = 0,00
Rotacione a tela. 
Você pode estar pensando que o problema da empresa está todo resolvido zerando o “prejuízo” do Grupo A. Entretanto, na atuária, um excesso
acidental de constituição de provisões técnicas, como no Grupo B, pode distorcer a fidedignidade e a transparência de demonstrações financeiras.
Sendo assim, seguem as alterações para o Grupo B.
Luís propôs a seguinte alteração: reduzir as provisões de 50% para aproximadamente 37%. Com essas alterações a empresa passa a ter um fôlego
financeiro e será possível honrar todas as obrigações com os segurados, de acordo com as perspectivas apuradas, além de garantir a transparência e
confiança em suas operações.
Um dos princípios mais importantes no campo atuarial é o da Lei dos Grandes Números: quanto mais um caso for
analisado (com mais dados e com um período maior), maior a sua confiabilidade.
Vale ressaltar que o caso analisado aqui é hipotético, ou seja, trata-se de um exemplo para entender alguns cálculos atuariais. Em uma situação real,
é de extrema importância analisar mais dados, períodos maiores e qualquer outra situação relevante que possa implicar a obtenção dos valores
atuários.
Além disso, é importante estar atento a todas as regras e obrigações com o órgão supervisor, garantindo a solvência e credibilidade da empresa e do
trabalho do profissional.
O mercado atuarial
Veja a seguir em quais mercados o atuário é essencial e a relevância da contabilização em alguns aspectos.Atenção
A seguradora deve manter as provisões equilibradas com as indenizações de seus segurados, sem exceder valores, pois essa situação pode
causar insegurança em relação aos números e dados apresentados, além de poder prejudicar o lucro dos acionistas.
Para evitar questionamentos e manter a transparência, a seguradora, junto ao profissional atuário, produz uma série de cálculos e estudos
matemáticos/estatísticos por meio de relatórios contábeis/financeiros de um longo período ou, ao menos, do maior período possível.
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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Mercado de derivativos
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Operação de hedge com contrato de opção de venda
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Reservas técnicas
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Questão 1
Antônio tem um seguro de veículos na empresa Carro Protegido S/A. Ao sair para o trabalho, bateu com o veículo. Era preciso, então, acionar a
seguradora. Entretanto, ele ainda não fez isso, pois está juntando a documentação que acredita ser necessária.
Essa situação em que já ocorreu o sinistro, mas ainda não foi comunicado à seguradora, é definida como:
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Vamos praticar alguns conceitos?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
A PSL
B IBNR
C Indenização
D Tempo de espera
E Tempo médio de atendimento
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Questão 2
Bruna é especialista em atuária e contadora experiente. A seguradora a contratou para realizar os cálculos atuariais relativos às provisões. Em
sua proposta de honorários de consultoria, Bruna estabeleceu valores de honorários correspondentes aos dois métodos de cálculos para as
provisões e aguardará para que a seguradora analise a proposta e responda qual é, entre as duas opções de cálculo de provisões, sua política.
Marque a alternativa relativa aos métodos de cálculos de provisões.
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Eventos e a contabilização atuarial
Ao final deste módulo, você será capaz de interpretar os eventos e a contabilização atuarial.
Responder
A Cálculo explicativo e indutivo.
B Cálculo retrospectivo e explicativo.
C Cálculo retrospectivo e prospectivo.
D Cálculo explicativo e prospectivo.
E Cálculo retroativo e retrospectivo.
Responder

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Contabilização atuarial
A contabilização atuarial na prática
Na contabilização, a partir dos cálculos atuariais, efetuaremos registros contábeis referente aos acontecimentos das operações de seguros.
Para os registros de receita e despesa nas seguradoras, devemos respeitar o princípio da competência, ou seja, devem ser registrados na data em
que ocorrem, independentemente de pagamento ou recebimento.
O fato gerador da receita dos produtos de risco, para fins de reconhecimento inicial, é a emissão do
prêmio/contribuição ou o início da vigência do risco, o que ocorrer primeiro.
(Superintendência de Seguros Privados (SUSEP))
Assim, o lançamento contábil para o reconhecimento de receita em uma seguradora deve ser realizado no seguinte formato:
D – Prêmios a receber (conta do ativo)
R – Prêmios ganhos (conta de resultado – receita)
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No registro devem ser desconsiderados impostos, como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), além de adicionais de fracionamentos ou
demais encargos, com a finalidade de manter o lançamento aberto para qualquer situação de reconhecimento de receita.
Para contabilizar o valor recebido referente ao prêmio pelo segurado, usamos este modelo de lançamento:
D – Caixa/Bancos
C – Prêmios a receber (conta do ativo)
Já para contabilizar as provisões mensais, usaremos a conta de provisão do passivo:
D – Provisões técnicas (conta de resultado – despesa)
C – Provisões técnicas (conta do passivo)
Quando ocorre o sinistro e o pagamento da indenização é efetuado:
D – Provisões técnicas (conta do passivo)
C – Caixa/Bancos
Por exemplo: Luciane trabalha na seguradora ABC S/A e precisa realizar os registros contábeis conforme as seguintes informações:
A empresa registrou a venda de dois seguros com prêmio bruto total no valor de 1000,00 cada.
Após quinze dias, os segurados efetuaram o pagamento total dos prêmios à seguradora.
Luciane precisa registrar as provisões de 50% em cima dos valores dos prêmios conforme orientação do atuarial.
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Luciane efetuou os seguintes registros:
Dois lançamentos relativos a Venda de seguro no valor de 1000,00
D – Prêmios a receber
C – Prêmios ganhos
H: Venda de seguro no valor de 1000,00
Nesses dois primeiros lançamentos, registramos a venda dos seguros realizados, considerando o pagamento dos prêmios em cota única.
Após alguns dias, o valor é recebido de fato no caixa da empresa. Aqui é importante lembrar que foi respeitado o princípio da competência e, com
isso, independentemente desse recebimento, a receita foi reconhecida anteriormente no momento da venda.
Dois lançamentos relativos ao Recebimento de 1000,00 da venda de seguro efetuada há quinze dias
D – Caixa/Bancos
C – Prêmios a receber
H: Recebimento de 1000,00 da venda de seguro efetuada há quinze dias
Dois lançamentos relativos à Provisão técnica de 50%: 500,00
D – Provisões técnicas
C – Provisões técnicas (passivo)
H: Provisão técnica de 50% no valor de 500,00
Repare que os lançamentos de provisão para a seguradora são diferentes dos lançamentos de seguros mais comuns que fazemos na contabilidade.
No dia a dia, lançamos o seguro dentro de uma conta redutora do ativo e fazemos mês a mês o lançamento da despesa até zerar a apropriação,
garantindo o direito ao seguro durante todo o período e respeitando o reconhecimento da despesa.
Para uma seguradora, o seguro não se trata de um direito, mas sim de uma obrigação para com os segurados.
Por isso, as provisões feitas vão diretamente para uma conta de passivo, sendo a principal obrigação do ramo.
As movimentações e o saldo das contas estão dispostos na tabela a seguir:
Conta Débito Crédito Saldo
Caixa/Bancos (ativo) 1.000,00 - -
1.000,00 - 2.000,00
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Conta Débito Crédito Saldo
Prêmios a receber (ativo) 1.000,00 - -
1.000,00 - -
- 1.000,00
- 1.000,00 0,00
Prêmios ganhos (receita) - 1.000,00 -
1.000,00 2.000,00
Provisão de sinistros a liquidar (passivo) - 500,00 -
500,00 1.000,00
Provisões técnicas (Despesa) 500,00 - -
500,00 - 1.000,00
- - - -
SALDO ATIVO PASSIVO RESULTADO
2.000,00 1.000,00 1.000,00
Tabela 5: Relação de saldos. 
Iara Marchioretto.
Veja agora como deve ser a contabilização das principais operações pelas seguradoras. Vamos lá!
Sinistros
Pelo registro da indenização de sinistros avisados:
Débito
Indenizações avisadas / Resultado.
Crédito
P i ã d i i t li id / P i
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Ajuste da provisão de indenização:
Pagamento de indenização:
Despesas com regularização de sinistros:
Provisão de sinistros a liquidar / Passivo.
Débito
Ajuste de indenização de sinistros / Resultado.
Crédito
Provisão de sinistros a liquidar / Passivo.
Débito
Provisão de sinistros a liquidar / Passivo circulante.*
* Geralmente são pagos com trinta dias.
Crédito
Disponibilidades / Ativo circulante.
Débito
Despesas com sinistros / Resultado.
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Pagamentos de despesas com sinistros:
Pela provisão de prêmios não ganhos
Variação positiva:
Crédito
Contas a pagar / Passivo circulante.
Débito
Contas a pagar / Passivo circulante.
Crédito
Disponibilidades / Ativo circulante.
Débito
Variação das provisões de prêmios não ganhos / Resultado.
Crédito
Provisão de prêmios não ganhos / Passivo circulante e/ou Passivo não circulante.*
* Depende do contrato.
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Pela provisão de riscos decorridos
Variação positiva:
Variação negativa:
Pela emissão da apólice
Débito
Variação de riscos decorridos / Resultado.
Crédito
Provisão de riscos decorridos / Passivo.
Débito
Variação de riscos decorridos / Resultado.
Crédito
Provisão de riscos decorridos / Passivo.
Débito
Prêmios emitidos – seguros / Ativo Circulante.
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Pela cobrança doprêmio
Comissão sobre prêmio de seguro emitido
Despesa de comercialização diferida
Crédito
Prêmio emitido – seguros / Resultado.
Débito
Disponibilidades / Ativo circulante.
Crédito
Prêmios emitidos – seguros / Ativo circulante.
Débito
Comissão sobre prêmio emitido / Resultado.
Crédito
Comissões sobre prêmios emitidos / Passivo circulante e/ou Passivo não circulante.*
* Depende do prazo do contrato/apólice
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Demonstrações contábeis
Demonstrações contábeis individuais e consolidadas
As demonstrações contábeis podem ser classificadas em:
Individuais
No caso de entidades individualizadas.
Consolidadas
Com base nos grupos econômicos.
Podem ser anuais e abrangem os fatos contábeis do exercício social, ou intermediárias, apresentadas em períodos-base de levantamentos, inferiores
a um ano, com periodicidade mensal, trimestral ou semestral.
Veja as diferentes demonstrações:
Débito
Comissões sobre prêmios emitidos / Passivo circulante e/ou Passivo não circulante.*
* Se o prazo for de 12 meses ou mais, registrar como longo prazo.
Crédito
Disponibilidades / Ativo circulante.
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Demonstrações individuais
Consideram a companhia de forma individualizada, específica, apresentando ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de
caixa. Nesse caso, os investimentos em companhias controladas, coligadas, associadas ou joint ventures são apresentados no subgrupo de
investimentos por meio do método da equivalência patrimonial (MEP).
Demonstrações consolidadas
Apresentam a situação econômico-financeira de um grupo econômico em que os bens, direitos e obrigações representados pelos ativos,
passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa da controladora e de suas controladas são apresentados como se fosse uma
única entidade econômica, uma só companhia.
Para isso são realizados procedimentos de consolidação das demonstrações contábeis individuais em consonância com o estabelecido no
Pronunciamento Técnico CPC nº 36 (R3). A entidade que deve apresentar as demonstrações consolidadas é a que controla uma ou mais controladas
(a controladora).
De acordo com o CPC nº 21 (R1), a demonstração contábil intermediária é uma demonstração que contém um conjunto completo de demonstrações
contábeis ou um conjunto de demonstrações contábeis condensadas, de período intermediário, podendo ser apresentada em período inferior àquele
do exercício social completo.
A SUSEP, por meio da Circular nº 517/15, obriga as supervisionadas a elaborar demonstrações contábeis individuais, com periodicidade anual ou
intermediária, e consolidadas contendo:
relatório da administração;
balanço patrimonial;
demonstração do resultado do período;
demonstração de resultado abrangente;
demonstração das mutações do patrimônio líquido;
demonstração dos fluxos de caixa;
notas explicativas; e
relatório do auditor independentemente sobre as demonstrações contábeis.
Pela Circular SUSEP nº 517/15, as supervisionadas ficam obrigadas a se enquadrarem no conceito de controladora, conforme estabelecido no CPC
nº 36 (R3), e assim se sujeitam a apresentar as demonstrações contábeis consolidadas anuais elaboradas com base em pronunciamentos em
conformidade e aderentes às normas internacionais; tais pronunciamentos são emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e
recepcionados pela SUSEP.
Todas as demonstrações contábeis são enviadas à SUSEP e divulgadas no seu site com o objetivo de ampliar a
transparência das empresas que atuam no mercado de seguros.
Com a finalidade de atender aos critérios de comparabilidade, previstos no Pronunciamento Conceitual Básico CPC nº 00 (R1), com os valores
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relativos ao final do exercício social anterior, as demonstrações contábeis individuais e consolidadas das companhias do mercado segurador devem
conter duas colunas de valores comparáveis – uma relativa ao exercício social corrente e outra relativa ao anterior.
As demonstrações contábeis e a regulação pela SUSEP
Composição das demonstrações contábeis
A SUSEP estabeleceu modelos de publicação específicos para o balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercício, a demonstração das
mutações do patrimônio líquido e a demonstração de fluxo de caixa. O Normativo Circular nº 517/2015 define, ainda, o nível de aglutinação máxima
das contas para os modelos de publicação referentes ao balanço patrimonial e à demonstração do resultado do exercício, evitando que a informação
seja agregada em um grupo de contas mais abrangente do que o estabelecido.
A SUSEP definiu os itens que devem compor das demonstrações contábeis de elaboração obrigatória pelas entidades supervisionadas.
Relatório de administração (RA)
Relatório de elaboração e divulgação obrigatória, por ser parte integrante do rol de relatórios contidos na publicação das demonstrações individuais
intermediárias e anuais. O RA deve evidenciar os negócios sociais e os principais fatos administrativos ocorridos no período considerado, os
investimentos em outras empresas, a política de distribuição de dividendos e de reinvestimentos de lucros, entre outros assuntos.
Balanço patrimonial (BP)
Demonstração contábil obrigatória, destinada a evidenciar qualitativa e quantitativamente a posição patrimonial e financeira da entidade em uma
data determinada.
Apresenta as contas classificadas, segundo os elementos do patrimônio, agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação
financeira da empresa.
Atenção!
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A estrutura dessa demonstração contábil é apresentada a partir da aglutinação máxima de contas, contida no modelo de publicação.
Demonstração do resultado do exercício (DRE)
A DRE é de caráter obrigatório para as empresas em geral, e apresentada de forma estruturada a fim de evidenciar as receitas auferidas e as
despesas incorridas dentro de um período (exercício social), de modo a explicar como o resultado líquido foi gerado.
Os resultados podem representar:
Lucros
Se positivos.
As contas devem ser classificadas no balanço patrimonial de forma ordenada e uniforme, de acordo com o elenco de contas proposto no
plano de contas padrão, a fim de permitir aos usuários uma adequada análise e interpretação da situação patrimonial e financeira, o que,
no caso do mercado segurador brasileiro, é facilitado pelo modelo de publicação.
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Prejuízos
Se negativos.
Os resultados ainda consideram os itens normais da operação, custos, despesas, comissões, tributos, as participações nos lucros, EBITDA, resultados
financeiros, entre outros.
Se resultar em lucro, pode ser chamado de lucro dos acionistas e será destinado conforme regras societárias. Em caso de prejuízo, poderá ser
absorvido por reserva própria ou transferido para conta de prejuízos acumulados no patrimônio líquido da empresa.
No que se refere aos modelos de publicação das DREs que apresentam as operações de seguros e previdência, a principal diferença entre elas é o
posicionamento dos blocos de grupos de contas específicos relativos à previdência e seguros.
Saiba mais
Quando houver a predominância de operações de previdência, o bloco relativo a essas operações é apresentado na parte superior da DRE,
denominado previdência e seguros. Quando houver a predominância de operações de seguros, o bloco relativo a essa operação é
apresentado na parte superior da DRE, denominado seguros e previdência.
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Os modelos de publicação de DRE relativos à previdência e seguros têm como objetivo possibilitar a melhor visualização e compreensão do
desempenho do período reportado nas demonstrações contábeis divulgadas pelas supervisionadas, tendo em vista que a base de formação dos dois
modelos deriva do Quadro 23 do Formulário de Informações Periódicas (FIP/SUSEP), o qual tem um tipo único de apresentação.
O bloco de grupos de contas específico das operações de previdência registra todos os produtos que têm por essência previdência complementar, ou
seja, abrangeplanos tradicionais – PGBL, PRGP, PAGP, PRI, VGBL, VAGP, VRGP, VRSA e VR (mesmo que VGBL, VAGP, VRGP, VRSA e VRI, sejam
legalmente classificados como “seguros”).
Demonstração do resultado abrangente (DRA)
A DRA evidencia itens de receita e despesa, incluindo ajustes de reclassificação, que não são reconhecidos na DRE por exigência ou permissão de
pronunciamentos contábeis específicos.
A SUSEP não estabeleceu um modelo de publicação para a DRA, recomendando que as seguradoras e entidades abertas de previdência
complementar (EAPCs) sigam as regras estabelecidas no CPC nº 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis, incluindo as alterações
promovidas pela Revisão de Pronunciamentos Técnicos nº 8/2015, cuja revisão passou a exigir a seguinte segregação:
Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL)
A DMPL tem por objeto informar a movimentação ocorrida durante o exercício nas diversas contas que compõem o patrimônio líquido (PL),
permitindo visualizar as transações ocorridas no fluxo de uma conta para outra e indicar a origem e o valor de cada acréscimo ou diminuição no PL
durante o exercício.
Trata-se, portanto, de informação complementar aos demais dados constantes do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício.
A SUSEP, por meio do anexo XI da Circular SUSEP nº 517/15, estabeleceu o modelo de publicação da DMPL para as entidades seguradoras.
Outros resultados abrangentes, exceto os citados no item a seguir, classificados por natureza e agrupados em contas que: não serão
reclassificados subsequentemente para o resultado do período; e serão reclassificados subsequentemente para o resultado do período,
quando condições específicas forem atendidas.
Participação em outros resultados abrangentes de coligadas e empreendimentos controlados em conjunto contabilizados pelo método
da equivalência patrimonial, separadas pela participação nas contas que: não serão reclassificadas subsequentemente para o
resultado do período; e serão reclassificadas subsequentemente para o resultado do período, quando condições específicas forem
atendidas.
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Demonstração dos �uxos de caixa (DFC)
A DFC tem por objetivo informar sobre os pagamentos e recebimentos de uma empresa ocorridos dentro de um período determinado. Auxilia,
portanto, os usuários das demonstrações contábeis na análise da capacidade de geração de caixa, equivalente de caixa e da necessidade de
utilização desses fluxos.
Segundo os itens 9 a 10 do CPC nº 3 (R2), os equivalentes de caixa são mantidos com a finalidade de atender a compromissos de caixa, de modo
que os investimentos precisam ter conversibilidade imediata em montante conhecido de caixa e estar sujeito a um insignificante risco de mudança
de valor. Ademais, a SUSEP requer que os investimentos tenham prazo de vencimento igual ou inferior a noventa dias na data de aquisição.
Os recebimentos e pagamentos de caixa são classificados nesta demonstração em três atividades:

Operacionais

De investimentos

De �nanciamento
A classificação dos recebimentos e pagamentos de caixa relaciona-se com natureza da transação que lhe dá origem. A natureza da transação deve
levar em consideração a intenção subjacente para fins de classificação.
O anexo XI da Circular SUSEP nº 517/15 definiu os modelos de publicação de DFC elaborados pelo método direto e indireto a ser utilizados pelas
entidades supervisionadas.
Notas explicativas (NE)
As NEs têm como objetivo principal fornecer as informações adicionais necessárias ao entendimento da situação patrimonial e do desempenho
obtido pela companhia que divulga as demonstrações contábeis ou, ainda, para menção de fatos que podem alterar futuramente essa situação
patrimonial.
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Fazem parte do conjunto completo das demonstrações contábeis e devem compreender um resumo das políticas
contábeis significativas e outras informações elucidativas.
As NEs podem ser apresentadas nas formas descritiva ou de quadros analíticos. Além das exigidas pelos pronunciamentos técnicos emitidos pelo
CPC e recepcionados pela SUSEP, o art. 156 da Circular SUSEP nº 517/15 estabeleceu um rol de notas explicativas de divulgação obrigatória.
Relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis
Relatório elaborado pelo auditor contábil independente, no qual emite opinião sobre a adequação das demonstrações contábeis individuais da
supervisionada auditada às práticas contábeis adotadas no Brasil aplicáveis às instituições autorizadas a funcionar pela SUSEP, ou seja, as normas
básicas e as normas recepcionadas contidas na Circular SUSEP nº 517/15.
A opinião do auditor sobre as demonstrações consolidadas deve considerar a adequação aos pronunciamentos plenamente convergentes com as
normas internacionais (IFRS - International Financial Reporting Standards), emitidos pelo CPC e recepcionados pela SUSEP.
A opinião do auditor poderá ser:
1. Sem ressalvas
2. Com ressalvas
3. Com abstenção de opinião
4. Adverso
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Os arquivos enviados a SUSEP deverão conter, obrigatoriamente:
1. Relatório da administração e notas explicativas.
2. Balanço patrimonial, demonstração do resultado do período, demonstração do resultado abrangente, demonstração das mutações do patrimônio
líquido, demonstração dos fluxos de caixa.
3. Relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis.
4. Nome dos diretores, nome do contador e nome do atuário.
A Contabilização atuarial
Veja a seguir em quais pontos a contabilização atuarial se faz necessária.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
A Contabilização atuarial na prática
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Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
Questão 1
A SUSEP determina como são as demonstrações a ser elaboradas pelas seguradoras. Nessas demonstrações devem conter:
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Vamos praticar alguns conceitos?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
A Balanço patrimonial e notas explicativas.
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Questão 2
Para contabilizar o valor recebido referente ao prêmio pelo segurado, usamos o modelo de lançamento:
B Balancetes e DRE.
C DRE e balancetes.
D Balanço patrimonial e livro contábil.
E Lançamentos contábeis e notas explicativas.
Responder
A
D – Caixa/Bancos
C – Prêmios a receber (conta do ativo)
B
D – Prêmios a receber (conta do ativo)
C – Caixa/Bancos
C
D – Caixa/ Bancos
C – Receita com prêmios
D
D – Caixa/Bancos
C – Despesa de prêmios
E
D – Despesa de prêmios
C – Caixa/Bancos
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Considerações �nais
Abordamos alguns mercados em que a atuária é essencial, bem como em quais situações são utilizados interpretações, cálculos e contabilização.
Além disso, trouxemos exemplos práticos de como utilizar esses materiais e em quais situações cada um deles se encaixa de forma correta.
Com isso, podemos concluir que a atuária está presente em diversos lugares, desde a compra de um simples seguro até a sua contabilização dentro
das seguradoras. São muitas as situações em que você encontrará a atuária e, por isso, é preciso estar preparado para escolher a aplicação correta
dessa ferramenta, sempre buscando minimizar riscos e garantir o processo correto.
Podcast
Para encerrar, ouça sobre situações do mercado que envolvem a atuária, bem como os cálculos e contabilizações dessa ferramenta.
00:00 00:00
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Responder



Referências
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Seguro agrícola: riscos nomeados (sem cobertura do Fundo de Estabilidade do Seguro
Rural – FESR). Condições gerais. Brasília: MAPA, 2021.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Brasil é o quarto maior produtor de
grãos e o maior exportador de carne bovina do mundo, diz estudo. Notícias Embrapa, 1 jun. 2021. Consultado na internet em: mar. 2021.
BRASIL. Ministério da Economia.Comissão de Valores Imobiliários. Derivativos. Investidor.gov, Rio de Janeiro. Consultado na internet em: mar. 2021.
BRASIL. Ministério da Economia. Comissão de Valores Imobiliários. Mercado futuro. Investidor.gov, Rio de Janeiro. Consultado na internet em: mar.
2021.
BRASIL Ministério da Economia Superintendência de Seguros Privados Cálculo do capital mínimo requerido Rio de Janeiro: SUSEP Consultado na
dVídeos 
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03787/index.html
BRASIL. Ministério da Economia. Superintendência de Seguros Privados. Cálculo do capital mínimo requerido. Rio de Janeiro: SUSEP. Consultado na
internet em: mar. 2021.
BRASIL. Ministério da Economia. Superintendência de Seguros Privados. Capital mínimo requerido (CMR). Rio de Janeiro: SUSEP. Consultado na
internet em: mar. 2021.
BRASIL. Ministério da Economia. Superintendência de Seguros Privados. Circular SUSEP nº 634, de 14 de julho de 2021. Altera a Circular SUSEP nº
517, de 30 de julho de 2015. Diário Oficial da União, n. 134, p. 126, 2021. Consultado na internet em: mar. 2021.
BRASIL. Ministério da Economia. Superintendência de Seguros Privados. Manual de práticas e procedimentos contábeis do mercado segurador. Rio
de Janeiro: SUSEP, 2019.
BRASIL. Ministério da Economia. Superintendência de Seguros Privados. Provisões técnicas: orientação da SUSEP ao mercado. Rio de Janeiro:
SUSEP, 2020. Consultado na internet em: mar. 2021.
BRASIL. Ministério da Fazenda. Tesouro Nacional. Instruções de procedimentos contábeis. Brasília: Ministério da Fazenda, 2018. Consultado na
internet em: mar. 2021.
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Acesse o Manual de Contabilidade no mercado de seguros, no site da SUSEP, e conheça mais sobre o assunto.
Acesse o site do Instituto Brasileiro de Atuária, ele possui dados interessante para o seu conhecimento.
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