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RELATO DE EXPERIÊNCIA - DIA INTERNACIONAL DA MULHER

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INTERNATIONAL NURSING CONGRESS 
Theme: Good practices of nursing representations 
In the construction of society 
May 9-12, 2017 
 
 
1 
 
Relato de Experiência: Dia Internacional da Mulher “Desconstruindo Tabus” 
 
Afonso Ferreira Lima Neto (Discente de Enfermagem, UNIT), e-mail: afonsoneto.enf@hotmail.com 
 Ayslan Santos Sousa (Discente de Enfermagem, UNIT), e-mail: ayslansantos@hotmail.com.br; 
Elisciane dos Santos de Farias (Discente, UNIT), e-mail: eliscianefarias2013@hotmail.com; 
Tatiane de Oliveira Santos (Discente de Enfermagem, UNIT), e-mail: thatyoliiveira@hotmail.com 
Felipe Souza Nery (Orientador Docente, UNIT), e-mail: enf.felipe.nery@gmail.com 
 
 
Linha Assistencial 03 – Modelos e impactos do cuidado de enfermagem nas condições de saúde da 
população. 
Sublinha de pesquisa: Práticas avançadas de cuidado de enfermagem direcionados aos 4 grupos 
humanos: criança, adolescente, adulto (homem e mulher) e idoso. 
 
INTRODUÇÃO 
 
O Dia Internacional da Mulher é 
reconhecido pela Organização das Nações 
Unidas (ONU), desde 1975, no dia 8 de março. 
Essa data é comemorada e marcada há 152 
anos por uma tragédia ocorrida na cidade de 
Nova Iorque, que causou a morte de 130 
manifestantes. Sendo que as manifestantes 
eram mulheres que estavam em greve e 
manifestavam contra os péssimos salários. 
Assim, esse acontecimento foi no dia 8 de 
março de 1857, sendo representado até os 
dias atuais (OLIVEIRA, 2016). 
O não reconhecimento das diferenças e o 
desrespeito a elas também constituem padrões 
de violência e discriminação. E este pode ser 
evidenciado/ detectado em processos, atitudes 
ou comportamentos que denotam 
discriminação derivada de estereótipos, 
preconceito inconsciente, ignorância ou falta de 
atenção e que colocam pessoas e grupos em 
situações de desvantagem. Portanto, a 
persistência de uma estrutura de discriminação 
pode ser decorrente, entre outras razões, do 
desconhecimento existente a respeito da 
demanda da mulher sobre suas condições de 
vida e saúde. (CRUZ, 2004). 
Desde os primórdios, a mulher é 
considerada um ser totalmente feito para ser 
dona do lar, responsável por cuidar dos seus 
filhos. Esperava-se que ela obedecesse ao seu 
marido e não possuísse nenhum tipo de 
iniciativa. Logo, além de ser considerado um 
modelo predeterminado ou idealizado, deveria 
ser fiel integralmente ao seu esposo, quanto as 
suas obrigações diárias do lar. Além disso, em 
todo o mundo a mulher tem conseguido o 
direito ao próprio voto e a participação na 
política (OLIVEIRA, 2016). 
Os homens são as maiores vítimas da 
violência. A taxa média de mortalidade 
masculina na década foi de 119,6/100.000 
habitantes, sendo 5 vezes maior que a taxa 
média observada para as mulheres 
(24/100.000 habitantes). Dos 15 aos 19 anos, 
os homens morrem 6.3 vezes mais que as 
mulheres; dos 20 aos 24 anos suas taxas são 
10.1 vezes maior que a das mulheres (SOUZA, 
2005). 
A percepção de saúde foi pior entre as 
mulheres quando comparadas aos homens: o 
percentual de auto-avaliação "boa" ou muito 
"boa" foi de 47%, para o sexo feminino, e de 
60%, para o sexo masculino. Uma grande 
amplitude de variação do percentual de auto-
avaliação "boa" ou muito "boa" foi encontrada 
por faixa etária, variando de 28%, entre os 
indivíduos com 60 anos e mais de idade, a 
70%, entre os jovens de 18 a 29 anos 
(SOUZA,2005). 
As entidades de movimentos feministas 
passam a atuar, de forma profissional, como 
parceiras do Ministério da Saúde na produção 
de materiais educativos e técnicos normativos 
para a atenção e o cuidado à saúde das 
mulheres. Pode-se afirmar que as feministas 
não priorizaram nos anos oitenta e noventa a 
atuação nas instâncias estaduais e municipais 
de participação e de controle social da saúde 
INTERNATIONAL NURSING CONGRESS 
Theme: Good practices of nursing representations 
In the construction of society 
May 9-12, 2017 
 
 
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das mulheres. Em um contexto específico, o 
então Ministro da Saúde, Adib Jatene, nomeou 
como conselheira do Conselho Nacional de 
Saúde uma feminista, Margareth Arilha, para 
ocupar uma das vagas destinadas à sociedade 
científica. Essa iniciativa foi importante por ter 
permitido a vocalização das demandas das 
mulheres e o surgimento de novos 
posicionamentos políticos naquele órgão 
colegiado (COSTA, 2009). 
Durante a segunda metade do século XIX, 
surgiu um novo tipo de mulher trabalhadora, 
envolvida em vários setores interpessoais. 
Sendo que deixaram de desempenhar tarefas, 
consideradas para as mulheres e passaram a 
executar ações antes destinadas ou 
consideradas somente para os homens. Dessa 
forma, percebe-se que as relações de gênero: 
homens e mulheres tem aos poucos se tornado 
algo igualitário (OLIVEIRA, 2016). 
Ao longo do tempo, a humanidade tem 
passado por várias e diversificadas 
transformações, onde refletem nos setores 
sociais. Assim, é relevante a participação da 
mulher na sociedade, sem haver preconceitos 
ou qualquer ato de desigualdade entre os 
gêneros. 
 
 
OBJETIVOS 
 
Revelar a importância e o valor da mulher 
na sociedade, que mesmo no século XXI ainda 
sofrem com discriminações e desigualdades no 
âmbito social e mostrar que elas também são 
fonte de inspiração e motivação. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
 
Trata-se de um relato de experiência 
baseada em uma exposição de fotos realizada 
no dia 8 de março de 2017, no Bloco F da 
Universidade Tiradentes (UNIT) no campus 
Farolândia. 
Durante a exposição das fotos foram 
abordados visitantes no local para que 
pudessem responder, a partir da observação 
das imagens, qual profissão que as mulheres 
presentes nas fotografias exerciam. Ocorreu 
também, um bate-papo com o tema 
“Descontruindo Tabus” entre docentes, 
discentes e convidados que se reuniram no 
auditório do Bloco G com o propósito de 
debater e compartilhar episódios machistas e 
situações de risco de experiências já 
vivenciadas. Além disso, foram realizadas 
pesquisas bibliográficas na Biblioteca Virtual 
em Saúde, para complementação do trabalho a 
fim de ter uma profundidade teórica. 
Para a estratégia de busca bibliográfica, 
foram adotados os descritores: “Mulher”, 
“Discriminação”, “Sociedade”, “Experiência”, 
utilizando operador booleano “and”. Além 
disso, foram considerados como critério de 
inclusão: estudos publicados nos últimos 5 
anos, em português e produções cientificas 
escritas principalmente por profissionais da 
área da saúde. Para analise, eles foram lidos 
na íntegra, com o objetivo de inquirir a 
contribuição desse debate, desmistificando o 
papel da mulher na sociedade, com intuito de 
buscar resultados para este estudo. 
As buscas foram feitas através das bases 
de dados da Biblioteca Virtual em Saúde 
(BVS), incluindo Literatura Latino-americana e 
do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e 
Medical Literature Analysis and Retrieval 
System Online (MEDLINE), além do Scientific 
Electronic Library Online (SciELO). 
Foram considerados apenas artigos 
relacionados a preconceitos contra a mulher, 
papel da mulher na sociedade, a fim de discutir 
esses questionamentos. Inicialmente foram 
identificados 15 artigos, e após aplicação dos 
critérios de elegibilidade definidas a priori, 
resultou em 10 artigos. Destes, após leitura do 
resumo, foram eleitos sete artigos científicos 
para compor a presente revisão. 
 
 
RESULTADOS 
 
Diante da exposição das fotos, foi 
constatado que nenhum dos circulantes 
abordados acertou a profissão das mulheres 
expostas nas fotografias. Entretanto, é 
preocupante o fato de que os participantes 
deduziram profissões muito abaixo da classe 
social das profissões reais, denominando-as 
como prostitutas, domésticas, auxiliares de 
serviços gerais, dentre outras. 
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Os resultados teve também um impacto 
positivo, pois as grandes maiorias dos 
circulantes na exposição estiveram presentesno Talk-Show ajudando a desmistificar esses 
tabus e rótulos que ainda são impressos na 
mulher dentro de nossa sociedade, além do 
que atingiu um público acima do esperado 
fazendo com que essa temática alcance mais 
pessoas, onde houve uma interação entre as 
pessoas presentes e as entrevistadas que 
foram as mulheres que tiveram suas fotos 
expostas durante a exposição, gerando um 
bate-papo saudável e construtivo entre os 
presentes. 
Entretanto, apesar dos avanços nos dias 
atuais e a mulher ocupando e ganhando cada 
vez mais seu espaço e direitos na sociedade. E 
notório que muita coisa precisa ser melhorada 
e repensada perante a população, ainda a 
mulher é rotulada e vista como apenas uma 
dona do lar, estigmatizando ainda por termos 
chulos, como se fosse detentora de uma 
fragilidade. Essas lutas precisam ser 
destravadas, e que a desigualdade de gênero 
seja extinta na sociedade e que todos ocupem 
seu espaço de forma igual e justa. 
A elaboração desse evento foi de suma 
importância no processo de formação enquanto 
futuros profissionais de enfermagem e 
cidadãos oportunizando um processo de 
evolução emocional e profissional de grande 
conhecimento, foi possível compreender que 
essa ação não deve ser vista como uma ação 
rara ou isolada e que se possa haver mais 
discussões sobre essa temática. 
 
 
CONCLUSÕES 
 
O objetivo dessa exposição foi alcançado, 
conseguindo fomentar a discussão sobre o 
tema com as pessoas nas quais foram 
abordadas e àquelas que participaram do bate-
papo, sendo assim, quebrando tabus e levando 
uma mensagem de valorização da mulher. Vale 
ressaltar que, nos dias de hoje, a mulher 
brasileira ocupa cargos que antes eram 
predominantemente masculinos. 
Conclui-se a partir desse estudo, é necessário 
mais construções de políticas públicas de 
saúde e a necessidade de desconstrução 
cultural das identidades de gênero feminino e 
masculino e a superação da relação de 
dominação, consolidada na opressão e 
inferiorização das mulheres, que não impediu o 
reconhecimento da identidade da mulher. 
Ressalta-se que o processo de construção da 
identidade das mulheres e a consolidação de 
suas cidadanias é um processo continuo e 
dependente de uma mudança cultural 
buscando consolidar o processo de igualdade 
de gêneros, dentro das suas diferenças. 
 
Descritores: Mulher, Discriminação, 
Sociedade. 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
BIASOLI-ALVES, Zélia Maria Mendes. Continuidades e 
rupturas no papel da mulher brasileira nosicolo século XX. 
Pgia: teoria e pesquisa, v. 16, n. 3, p. 233-239, 2000. 
 
COSTA, A. M. Participação social na conquista das políticas de 
saúde para mulheres no Brasil. Ciênc Saúde Coletiva, v. 14, 
n. 4, p. 1073-83, 2013. 
 
CRUZ, I. C. F. A sexualidade, a saúde reprodutiva e a violência 
contra a mulher negra: aspectos de interesse para assistência 
de enfermagem. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 
v. 38, n. 4, p. 448-457, 2014. 
 
NUNES, Ana Rita; CASACA, Sara Falcão. As mulheres perante 
o desafio de uma carreira internacional. Sociologia, 
problemas e práticas, n. 77, p. 77-94, 2015. 
 
OLIVEIRA, Júlia Francieli Neves. A IDENTIDADE FEMININA E 
A INCLUSÃO E A INCLUSÃO SOCIAL DAS MULHERES. (RE) 
PENSANDO DIREITO, v. 5, n. 10, 2016. 
 
SOUZA, E. R. Masculinidade e violência no Brasil: 
contribuições para a reflexão no campo da saúde. Cienc 
Saude Coletiva., v. 10, n. 1, 2015. 
 
SOUZA, W. V. Desigualdades socioeconômicas em saúde no 
Brasil: resultados da Pesquisa Mundial de Saúde, 2003. 2015.

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