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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO, PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA. INTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO AMAZONAS - CAMPUS MANAUS CENTRO. TRATAMENTO CONVENCIONAL DA ÁGUA MANAUS - AM 2022 MATTEO ALMEIDA BUONI TRATAMENTO CONVENCIONAL DA ÁGUA Trabalho solicitado pelo Profª. MSc. Marcelo Martins Da Gama, referente à disciplina de Tratamento de Água para a obtenção de notas no curso de Engenharia Civil – 8º Período. INTRODUÇÃO Neste trabalho serão mostrados e exemplificados os processos convencionais de tratamento de água. Levando em conta que a água é muito necessária para sobrevivência humana e em sua distribuição são necessários devidos cuidados, logo este trabalho busca explicar os processos e fases de tais processo. TRATAMENTO CONVENCIONAL DA ÁGUA O processo de tratamento de água é requerido para muitas atividades econômicas, como também, para tarefas do cotidiano, assim, a água que será consumida deve passar pelo processo de tratamento. Tal procedimento requer diversas etapas, que devidamente assistidas, garantem a qualidade da água. O tratamento de água pode tornar-se mais complexo e de elevado custo devido às impurezas advindas dos mananciais de coleta de água, como despejo de resíduos com alto teor de matéria orgânica. Para evidenciar a importância do estudo do tratamento de água, bem como, a estação de tratamento de água, realizou-se uma busca bibliográfica das etapas envolvidas no tratamento de água e as impurezas presentes na mesma. Logo, constatou-se que para obtenção da qualidade muitos indicadores de referência são necessários, como por exemplo, pH, cor e turbidez. 1- COAGULAÇÃO No tratamento de águas afluentes e efluentes, ferramentas de clarificação, como coagulantes e agentes de floculação, ajudam a remover sólidos suspensos, incluindo óleos, orgânicos (COT e cor) e dureza. Isso possibilita, ainda, que nossos clientes preparem sua água bruta afluente para uso eficiente como água de processo, cumprindo com os regulamentos de descarga de efluentes com segurança, sempre possibilitando o reúso da água de modo econômico. Nossos especialistas dão aos clientes a tranquilidade que pode vir somente de trabalhar com profissionais que há décadas tratam de clarificadores de afluentes e efluentes de todos os tipos. 1.1 Mecanismos de coagulação Os mecanismos intervenientes no processo de coagulação valem as partículas suspensas e coloidais dispersas na água apresentam carga predominantemente negativa. A mobilidade eletroforética constitui-se um dos parâmetros de avaliação da magnitude da carga das partículas presentes nas águas naturais e, dependendo da tecnologia de tratamento, do próprio êxito da coagulação. Sua determinação usualmente realiza-se utilizando uma célula micro eletroforética ao acondicionar a amostra de água em um tubo de pequeno diâmetro de plástico ou vidro. A aplicação axial de um campo elétrico à amostra e a inserção de dois eletrodos nas extremidades do tubo induzirá o deslocamento das partículas coloidais, fenômeno este denominada eletroforese. A razão entre a velocidade média das partículas presentes e o gradiente de voltagem ao longo do tubo constitui-se na mobilidade electroforética, relacionando - se intrinsecamente com sua carga superficial. Ainda, o segundo parâmetro de controle do processo de coagulação e que também traduz a grandeza da carga superficial das partículas coloidais denomina-se o potencial zeta, relacionado à eletroforese e determinado com base na própria mobilidade A mobilidade eletroforética constitui-se um dos parâmetros de avaliação da magnitude da carga das partículas presentes nas águas naturais e, dependendo da tecnologia de tratamento, do próprio êxito da coagulação. A aplicação axial de um campo elétrico à amostra e a inserção de dois eletrodos nas extremidades do tubo induzirá o deslocamento das partículas coloidais, fenômeno este denominada eletroforese. Ainda, o segundo parâmetro de controle do processo de coagulação e que também traduz a grandeza da carga superficial das partículas coloidais denomina-se o potencial zeta, relacionado à eletroforese e determinado com base na própria mobilidade eletroforética. 1.2 Compressão da dupla camada O aumento da força iônica, a concentração de íons, ocasiona a compressão da camada difusa. Duas grandes inconsistências da teoria da compressão da dupla camada residem na independência da dosagem de coagulante com a concentração de partículas coloidais e nos maus resultados auferidos com o emprego de sais de cálcio e magnésio como coagulantes com dosagens superiores as preconizadas pela lei de Schulze-Hardy, Tais inconsistências apontam para outras interações, além dos efeitos eletrostáticos, entre as espécies hidrolisadas do coagulante e as partículas dispersas na massa liquida. 1.3 Adsorção-desestabilização Dependendo do pH do meio, há formação de diversas espécies hidrolisadas de carga positiva que podem ser adsorvidas na superfície das partículas, desestabilizando-as. Em alguns casos minúsculas partículas do coagulante, produtos da hidrólise do sal, são adsorvidas pela superfície das partículas coloidais, podendo mesmo resultar na reversão da carga da partícula e consequente restabilização da suspensão. . 1.4 Varredura Em função do pH de coagulação, à medida que se eleva progressivamente, a dosagem do coagulante passa a predominar o mecanismo da varredura, o mais recorrente nas estações de tratamento de água. Esse mecanismo foi definido como sweep coagulation, pela inexistência de uma relação estequiométrica entre a dosagem de coagulante e a área superficial das partículas (Packman, 1965).Em função das dosagens de coagulante e do pH do meio, as partículas coloidais são adsorvidas e as suspensas envolvidas pelo precipitado de hidróxido de alumínio ou de ferro Interessante estudo sugere que o precipitado formado nas condições da coagulação por varredura apresenta carga positiva, explicando a atração eletrostática exercida sobre as partículas suspensas (Dempsey 1984 apud Dennet et al., 1995). 1.5 Formação de pontes químicas Tais substâncias podem ser definidas como compostos orgânicos de longas cadeias constituindo-se de série repetitiva de unidades químicas unidas por ligações covalentes formando moléculas denominadas monómeros, e o peso molecular do polímero é consequência da soma dos pesos dos diversos monómeros. No emprego dos polímeros, a coagulação pode efetuar-se por intermédio da formação de pontes químicas, quando as partículas coloidais são adsorvidas na superfície das diversas cadeias dos polímeros. 1.6 Fatores intervenientes na coagulação Embora não existam hierarquias absolutas em termos da coagulação, dentre os principais fatores intervenientes destacam-se o tipo de coagulante, o pH e a alcalinidade da água bruta, a natureza e a distribuição dos tamanhos das partículas causadoras de cor e turbidez, e a uniformidade de aplicação dos produtos químicos na massa líquida. . 1.7 Tipo de Coagulante As características da água bruta vão influenciar na escolha do coagulante, mas o êxito do processo de coagulação é indissociável do tipo de coagulante utilizado. A característica fundamental para um coagulante ser empregado no tratamento de água consiste na capacidade de produzir precipitados e espécies hidrolisadas em dissociação no meio aquoso, capazes de desestabilizar ou envolver as partículas suspensas e coloidaispresentes nas águas naturais. O cloreto de sódio constitui contraexemplo interessante. Ao se dissociar na água os íons (Na+ e CI-) atuam como cargas localizadas e não produzem espécies hidrolisadas fundamentais à coagulação, sendo por vezes denominados eletrólitos indiferentes. A definição do tipo de coagulante frequentemente deve fiar-se em fatores relacionados à adequabilidade à água bruta, à tecnologia de tratamento, ao custo do coagulante propriamente dito e dos produtos químicos porventura a ele associados-alcalinizantes, ácidos ou auxiliares de coagulação -e ao custo e manutenção dos tanques e dosadores. 2- FLOCULAÇÃO Onde, fornecem-se condições, em termos de tempo e agitação -como para as unidades de mistura rápida, o tempo de detenção e gradiente de velocidade, para que ocorram os choques entre as partículas anteriormente desestabilizadas pela ação do coagulante objetivando a formação dos flocos a serem posteriormente removidos por sedimentação/flotação ou, nas estações de filtração direta, nas próprias unidades de filtração. Floculação, assim como a sedimentação e a flotação, são consideradas operações unitárias por envolverem apenas fenómenos físicos de aglutinação das partículas. 2.1 Mecanismos de transporte e intervenientes na floculação Os mecanismos intervenientes na floculação referem-se à forma como o transporte das partículas desestabilizadas realiza-se para a formação dos flocos. O mecanismo de transporte predominante será função das dimensões das partículas desestabilizadas e da progressiva formação e crescimento dos flocos esse transporte pode ocorrer em virtude basicamente de três fenômenos: I. ao movimento Browniano - denominada floculação Peri cinética. II. as diferenças de velocidade das linhas de corrente do fluido em escoamento- denominada floculação ortocinética. III. às distintas velocidades de sedimentação dos flocos (sedimentação diferencial). O movimento aleatório das partículas coloidais de dimensão inferior a 1 µm permite que ocorram os primeiros choques. Pode-se afirmar que os primeiros contatos entre as partículas desestabilizadas se iniciam já na unidade de mistura rápida, decorrentes do movimento Browniano e da ação da gravidade. Nesta fase, as partículas coloidais desestabilizadas chocam-se e aglomeram-se formando pequenos flocos com dimensões usualmente inferiores a 1 µm. A despeito da menor relevância da floculação pericinética na formação dos flocos, a possibilidade de contacto entre os flocos já formados de maior dimensão com as partículas desestabilizadas remanescentes é liderado pelo movimento Browniano. Na floculação ortocinética decorre da introdução de energia externa que fomenta a aglutinação das partículas desestabilizadas e dos microflocos formados inicialmente por intermédio do movimento Browniano, para a formação de flocos de maior peso, passiveis de serem removidos por sedimentação ou flotação. Os parâmetros inerentes à eficiência da floculação são o gradiente de velocidade e o tempo de detenção hidráulico, quer no processo de agregação das partículas, quer no processo de erosão dos flocos. Assim, a floculação ortocinética é o único mecanismo no qual o profissional pode atuar de forma a otimizar a operação, deve – se ressaltar que este mecanismo continua a atuar mesmo após a unidade de floculação. Dependendo da configuração da estação de tratamento, o canal de água floculada, as comportas de acesso aos decantadores e a própria cortina de distribuição permitem que a floculação ortocinética ainda ocorra. 2.2 Mecanismos de agregação e ruptura dos flocos Com o progressivo aumento das dimensões e da densidade, aliada à melhor sedimentabilidade, ocorre elevação da área superficial dos flocos favorecendo a prevalência das forças hidrodinâmicas que tendem a provocar o descolamento destas partículas. 2.3 Fatores intervenientes na floculação Os fatores intervenientes no processo da coagulação podem ser listados como relevantes na eficiência da floculação. Além da coagulação propriamente dita, o gradiente de velocidade e o tempo de detenção ou tempo de floculação constituem- se indubitavelmente nos principais fatores intervenientes na floculação, ainda que para as unidades mecanizadas as geometrias das câmaras e das paletas possam também ser secundariamente mencionadas. Tais parâmetros enfatizam a densidade e o tamanho dos flocos formados, reduzindo a turbidez e cor aparente da água decantada ou, para estações de filtração direta, conferindo aos flocos maior resistência aos efeitos de cisalhamento provocado pelas forças hidrodinâmicas do escoamento maximizando a retenção nos interstícios do meio filtrante. 2.4 Tempo de detenção Até a década de 1960, nos projetos de estações de tratamento elaborados no País, as unidades de floculação hidráulicas eram dimensionadas em função da velocidade de escoamento e do tempo de detenção hidráulico. o tempo de detenção hidráulico corresponderia a razão entre o volume útil da unidade de floculação e a vazão afluente à mesma. 2.5 Tipos de unidades de floculação A distinção dos tipos de floculadores fundamenta-se na forma de transferir energia a massa liquida, hidráulica ou mecânica, para que possam ocorrer os choques entre as partículas desestabilizadas e a consequente formação dos flocos. Para qualquer tipo de unidades, a relevância do gradiente de velocidade e do tempo de detenção como balizadores da floculação confirma-se pelos parâmetros de projeto recomendados. 2.6 Comparação entre os tipos de floculadores Existe as unidades de floculação hidráulica, floculadores de escoamento helicoidal, floculadores de escoamento horizontal e de escoamento vertical, unidades de floculação mecanizadas e floculação em malhas. Na definição do tipo de floculador a ser empregado, os métodos hidráulicos têm sido, via de regra, pretendidos pelos mecanizados nos recentes projetos de construção e ampliação de estações de tratamento de água de médio e grande porte. Na comparação entre as distintas unidades de floculação algumas constatações são inequívocas. Os floculadores hidráulicos praticamente prescindem de manutenção e não demandam gastos com energia elétrica, sendo a alternativa mais viável para as localidades distantes dos centros mais desenvolvidos adicionalmente, apresentam custo de implantação inferior ao das unidades mecanizadas, à exceção, provavelmente, dos floculadores de escoamento horizontal de menor profundidade. Desta forma, como já foi ressaltado constituem em número absoluto o tipo de unidade mais extensivamente empregada no País, sobretudo em estações de tratamento para pequenas e médias comunidades onde as prováveis dificuldades inerentes à manutenção dos equipamentos inviabilizariam o uso da floculação mecanizada. A elevação do gradiente de velocidade toma-se menos problemática, uma vez que a inserção de um dispositivo que reduza a dimensão das passagens aumentando a perda de carga atingiria tal intento. Também a instalação de dispositivos que permitam a variação da lâmina d'água pode também atingir este objetivo. 3- DECANTAÇÃO A decantação, junto com a flotação, consiste na operação unitária que via de traduz a eficiência das etapas que a precedeu, ou seja, a coagulação e floculação, e em alguns casos mesmo a pré-desinfecção quando se objetiva a remoção de ferro e manganês. Na decantação aos flocos formados anteriormente são fornecidas condições que os permitam depositar pela ação da gravidade. Ambas operações objetivam diminuir o afluxo de partículas às unidades filtrantes, consistindo na última etapa da clarificação dentro do contexto de múltiplas barreiras no qual o tratamento de água se insere. Desta forma, a nomenclatura correta preconiza referir às partículas sedimentadas e ao efluente como água decantada.3.1 Distribuição de água floculada o primeiro fator interveniente relacionado especificamente à decantação consiste na equânime distribuição da água floculada. Em diversas estações, as unidades de floculação são construídas contiguamente em relação aos decantadores, de tal forma que se prescinde de dispositivo especifico para permitir a afluência da água floculada. A saída do floculador conecta-se diretamente à entrada do decantador e nestas circunstâncias comumente associa-se uma unidade de floculação a uma de decantação. Contudo, para a maioria das estações de tratamento, esta distribuição, para uma ou mais unidades, efetua-se por meio de canais de agua floculada que se comunicam com as comportas de cada decantador Frequentemente, verifica-se na rotina operacional das estações que monitoram individualmente a água decantada, desempenho distinto de unidades de decantação idênticas, com período de funcionamento entre limpezas de mesma magnitude, decorrente da distribuição desigual de água floculada, Como consequência sucede-se um significativo aporte de partículas aos filtros, pois à maior vazão de água decantada estará associada o maior número de partículas, concorrendo em última instância na redução do intervalo entre as lavagens das unidades filtrantes. Adicionalmente, para algumas estações a concepção hidráulica da distribuição da água decantada proporciona que para alguns filtros aflua, preferencialmente, o efluente de decantadores operando com vazões superiores às de outras unidades. Para estações de tratamento operando com sobrecarga, por vezes, o prosseguimento da floculação ao longo dos canais de distribuição de água floculada, nos quais há baixa velocidade de escoamento, resulta em maior sedimentabilidade aos flocos formados. Todavia, os benefícios advindos da floculação incidental consubstanciados, em última instância, em carreiras de filtração mais longas frequentemente anulam-se em função da desuniformidade na distribuição de água floculada aos decantadores. Adicionalmente, a elevação dos gradientes de velocidades por meio das comportas concorre também para reduzir a eficiência da decantação pela possibilidade de ruptura dos flocos precocemente formados. 3.2 Sedimentação de partículas discretas A agregação das partículas e a perspectiva de a formação dos flocos perdurar na unidade de decantação inviabilizam o delineamento de um modelo matemático que estime a velocidade de sedimentação e a consequente remoção das partículas suspensas e coloidais presentes na água bruta. Tais estimativas acabam por ser realizadas por meio de ensaios em reatores estáticos ou, de forma muito mais restrita no País, em colunas de sedimentação. Desta forma, a modelação matemática para sedimentação realiza-se de forma simplista considerando as partículas presentes como partículas discretas, ou seja, mantêm sua individualidade na trajetória descendente mesmo se porventura se chocarem entre si, perspectiva que se aproxima da realidade para águas com baixa concentração de partículas. Nesta vertente, sobre um corpo imerso em um fluido agirão, em primeira instância, duas forças: a força da gravidade que o impelirá no sentido descendente e a força do empuxo idem no sentido ascendente. 3.3 Tipos de unidades de decantação A decantação pode ocorrer, basicamente, por meio de três variantes: decantadores de escoamento horizontal, decantadores de alta taxa e os decantadores de manto de lodos floco-decantado que é quase inexistente no Brasil, mas de extensivo emprego nos EUA e Canada as operações de floculação e sedimentação sucedem-se na mesma unidade. 3.3.1 Decantadores de escoamento horizontal Aspectos geométricos Estas unidades constituem as mais comumente utilizadas no Brasil e na maioria dos países, respondendo por 60 a 70% da área das unidades integrantes da estação de tratamento. Usualmente os decantadores de escoamento horizontal apresentam-se na forma retangular em planta, mais facilmente adaptável ao layout das estações e com a perspectiva de aproveitamento comum das paredes para construção de floculadores e filtros. As formas circulares apresentam utilização mais restrita, a despeito da facilidade do lodo sedimentado. O papel das zonas de entrada e de coleta na eficiência da sedimentação acaba por influir na forma mais adequada às unidades de decantação. As seções quadradas e circulares apresentam como desvantagem o fato das zonas de entrada e saída representarem significativo percentual da área disponível à sedimentação. Em compensação, nos decantadores retangulares mais longos, estas zonas respondem por vezes por aproximadamente 10 % do comprimento da unidade, reduzindo até mesmo sua relevância na deposição dos flocos. Desta forma, estudos de laboratório reportam-se a bons resultados tia sedimentação quando as zonas de entrada e saída ocupam parcela do comprimento da unidade maior ou igual à profundidade (Camp,1953). Outra desvantagem que os experimentos em modelos reduzidos têm mostrado refere-se à instabilidade do fluxo, mais facilmente afetado nestas unidades pelas correntes convectivas de densidade e temperatura distintas. Estudos com traçadores realizados em modelos reduzidos e em escala real apontam a melhor performance das unidades retangulares, especialmente quando apresentam elevada relação entre o comprimento e a largura. 3.4 Dispositivos de admissão de água floculada Manifesta-se mais claramente na zona de entrada da unidade de decantação, especialmente quando se verifica maior concentração de flocos. A relativa turbulência do fluxo por vezes verificada próxima as comportas do canal de água floculada e na cortina de distribuição, conduz a uma maior probabilidade de os flocos parcialmente formados chocarem-se com energia ainda suficiente à formação de flocos ainda maiores, que haverão de se sedimentar com maior velocidade. Assim, ainda que de maneira especulativa, pode-se prever a minimização dos efeitos negativos sobre a qualidade do efluente nestas circunstâncias. Na rotina operacional das estações de tratamento na qual frequentemente se reporta à deposição da maioria dos flocos antes do primeiro da unidade de decantação. A função principal da cortina de distribuição consiste em distribuir uniformemente o fluxo de água floculada ao longo da seção transversal da unidade de decantação, reduzindo os efeitos de curto-circuito e a possibilidade de correntes ascensionais que fomentem o arraste de flocos. A NBR 12216 recomenda espaçamento máximo de 50 em entre os orifícios e gradiente de velocidade inferior a 20 s, e estabelece em função da área transversal e da profundidade do decantador a distância para instalação da cortina, com o objetivo de facilitar a manutenção. Estes dispositivos são mais comumente construídos em madeira e, para algumas estações de maior porte, em concreto ou alvenaria. Mais recentemente tem prevalecido a construção de orifícios circulares, acoplando às cortinas pedaços de tubos de PVC. 3.5.Disposição final de lodos Ha diversas opções para disposição final do lodo, dependendo para cada caso de uma análise de viabilidade técnica, económica e ambiental. O lançamento de resíduos nos cursos de água continua sendo a prática mais adotada nas estações somente em casos especiais esse procedimento pode ser viabilizado, ou seja, quando a carga poluidora pode ser absorvida pelo corpo receptor, dependendo para isso de estudos específicos. Uma das opções possíveis é a utilização de lagoas de lodo, como disposição final dos resíduos. Essa alternativa, além de não ser um dos métodos mais eficientes, não permite o armazenamento do resíduo por tempo muito longo. A disposição do lodo em aterro sanitário, consiste na colocação controlada em depressão natural ou vala escavada para posterior cobertura com terra. Esta alternativa temelevados custos de implantação. A incineração do lodo é uma prática pouco usual. 4- FILTRAÇÃO A filtração constitui-se no processo que tem como função primordial a remoção das partículas responsáveis pela cor e turbidez, cuja presença reduziria eficácia da desinfecção na inativação dos microrganismos patogênicos. Apesar desta evidência, a fração e outras etapas do tratamento tornam-se prescindíveis quando a qualidade da água bruta. Granda sobretudo de mananciais subterrâneos, permite efetuar apenas a desinfecção. Nas estações de tratamento convencionais cabe à filtração provavelmente a função mais relevante, por se constituir na tapa na qual as falhas - porventura ocorridas na coagulação, floculação e sedimentação/flotação podem ser corrigidas, assegurando a qualidade da água tratada. 4.1 Mecanismos intervenientes na filtração A filtração rápida consiste na conjunção dos mecanismos de transporte e de aderência. Os primeiros constituem-se fenômenos físicos e hidráulicos afetados pelos parâmetros ligados a transferência de massa. Ou seja, os mecanismos de aderência são influenciados por fenômenos predominantemente químicos, tais como formação de pontes químicas quando do emprego de polímeros como auxiliares de coagulação, balizados por parâmetros físicos e químicos também intervenientes nas etapas de coagulação e floculação (O'Melia; Stumm, 1967). Desta forma, espera-se remover na filtração ampla gama de partículas que, se presentes na água filtrada, reduziriam a eficiência da desinfecção. 4.2 Os mecanismos de transporte São influenciados pela temperatura da água que intervém, por meio da viscosidade, na laminaridade do escoamento, pelas características do meio filtrante, diâmetro e forma dos grãos, espessura e porosidade e pela taxa de filtração. A prevalência de um ou outro mecanismo de transporte dependerá da concentração e da distribuição dos tamanhos das partículas do afluente, além dos fatores intervenientes na velocidade intersticial, quais sejam, a porosidade do meio filtrante e a taxa de filtração. A velocidade intersticial é o quociente entre a taxa de filtração e a porosidade do meio filtrante, por consequência, cresce gradativamente à medida que a retenção de partículas se sucede no interior do filtro. 5 – DESINFECÇÃO A desinfecção constitui-se praticamente na última etapa do tratamento relacionada à consecução do objetivo de produzir água de consumo isenta da presença de microrganismos patogênicos, cuja inativação realiza-se por intermédio de agentes físicos e químicos. A desinfecção finaliza o processo de potabilização, sucedendo quando a tecnologia convencional de tratamento é empregada as fases de clarificação e filtração. Ainda que nas demais etapas da potabilização haja redução do número dos microrganismos agregados às partículas suspensas e coloidais removidas nas etapas de decantação e flotação e filtração, não consiste objetivo principal dos demais processos e operações unitárias usuais no tratamento das águas de abastecimento tal intento. Cabe à desinfecção inativar os microrganismos patogénicos e também os organismos indicadores -porventura presentes nas águas e prevenir o crescimento microbiológico nas redes de distribuição. 5.1.Fatores intervenientes na eficiência da desinfecção A eficiência da desinfecção consiste na conjunção das características do desinfetante, da água, do tipo de microrganismo a ser inativado e da instalação na qual o processo realizar-se-á. Em primeira instância, as características intrínsecas de cada desinfetante no que tange aos mecanismos de ação e às propriedades relacionadas à interação com as características físicas, químicas e biológicas da água haverão de intervir na eficiência do processo. O potencial de oxidação dos desinfetantes químicos varia significativamente. Desta forma, desinfetantes com menor potencial de oxidação podem ser empregados em função das características da água e das instalações. Com relação às características físicas, a turbidez desempenha papel preponderante na eficiência da desinfecção, promovendo o denominado efeito escudo sobre os microrganismos, protegendo-os da ação do desinfetante físico ou químico. 5.2 Desinfetantes alternativos ao cloro As restrições ao uso indiscriminado do cloro como desinfetante concorreram para o recrudescimento do emprego de desinfetantes alternativos como amônia, ozônio, radiações UV, peróxido de hidrogênio dióxido de cloro, entre outros. Estas restrições centram-se, principalmente, na geração de subprodutos e na maior resistência de alguns patogênicos à ação deste desinfetante. Como alternativa, diversos sistemas especialmente na América do Norte e em alguns países europeus - têm utilizado o cloro associado a outro desinfetante. Desta forma, reduz-se significativamente a dosagem deste gás que passa a assumir fundamentalmente a função de conferir o residual, minimizando a formação de subprodutos e assegurando a qualidade microbiológica da água tratada. No País, os desinfetantes alternativos têm aplicação ainda incipiente no que tange às águas de consumo, restrita às águas destinadas a distintas atividades industriais. Aos compostos químicos listados, insere-se o permanganato de potássio (KMnO4,) por vezes utilizado na pré-desinfecção com o fito de redução da cor verdadeira, ferro, manganês, arsênio e compostos passíveis de conferir sabor e odor às águas. Na oxidação dos compostos inorgânicos, os óxidos formados são removidos por sedimentação ou filtração. Da mesma forma que para o ozônio e radiação ultravioleta, há necessidade da posterior aplicação de cloro para conferir concentração residual na rede de distribuição. Por fim, as dosagens de KMnO4, aplicadas devem ser definidas e monitoradas com precisão visando a evitar coloração rosa à água de consumo. 6- FLUORETAÇÃO A fluoretação ou fluoração consiste na etapa do tratamento na qual se objetiva conferir, para algumas águas elevar, determinada concentração de fluoreto (F) à água tratada por meio da aplicação de compostos de flúor. Além da água de abastecimento, a ingestão do flúor dá-se também por meio dos alimentos correspondendo a aproximadamente 20% do total diário ao se considerar consumo médio de dois litros. A aplicação do flúor usualmente efetua-se após os processos físico-químicos inerentes ao tratamento, vale afirmar, a coagulação, desinfecção e correção do pH. Quando no tanque de contato, a dosagem de fluoreto deve ser realizada em ponto distinto ao da aplicação da cal secundária circunstâncias que está se faz necessária, objetivando evitar a formação do fluoreto de cálcio (CaF2.) que reduziria a concentração final de fluoreto na água tratada. O flúor comumente apresenta-se nas águas de pH inferior a 8,0 na forma iônica de fluoreto (F) e em pH mais baixo pode complexar-se aos cátions metálicos ou ser adsorvido junto ao precipitado de hidróxido do metal componente do coagulante, especialmente como Al (OH)3. Neste contexto a inusual remoção de flúor pode ocorrer por meio do emprego da alumina ativada ou carvão ativado como adsorventes ou junto ao precipitado de sulfato de alumínio. 6.1 Atuação preventiva do flúor A assimilação do flúor como íon fluoreto pode se dar pela água de abastecimento pela aplicação tópica de géis ou soluções, pelas suas adições ao sal de cozinha e por ampla gama de dentifrícios disponível no mercado. Acredita -se que parcela significativa do flúor ingerido advenha das águas de consumo, pois os alimentos apresentam concentrações inferiores a 0,5 mg/kg, à exceção dos peixes marinhos nos quais estas podem atingir até 27 mg kg. Ainda que haja variações em função da dieta alimentar, estima-se ingestão diária da ordem 0,02 3.2 mg de fluoreto advinda dos alimentos e da incorporação da água que os prepara. Embora o flúorse incorpore à estrutura do esmalte dentário, para fins de proteção da cárie bucal. a parcela que se adere à superfície -sujeita a trocas minerais permanentes entre a saliva e o esmalte - realiza de fato a ação preventiva. Desta forma, esta ação não é permanente o a cárie pode vir a se manifestar no futuro caso a exposição ao flúor seja interrompida. Na ingestão, o sal de flúor veiculado por meio da corrente sanguínea permite a deposição dos sons fluoreto nos dentes e ossos, com a parcela não absorvida sendo eliminada junto com as fezes, suor e fluidos gengivas (Oliveira, 1997). 6.2 Fluoretação no Brasil De acordo com informações contidas no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) referentes a 2007, amostragem contemplando 4091 municípios de um total de 5564 apontou que a fluoretação é plenamente realizada e toda água distribuída é fluoretada em 45,9% dos municípios amostrados, em 39,8 % não há este processo e em 11.6 % fluoreta-se 50 a 100% da água distribuída à população. 6.3 Composto de flúor Qualquer composto solúvel de flúor que em solução aquosa libera o íon fluoreto é passível de ser empregado na fluoretação de águas de consumo, contudo, assim como outros produtos químicos utilizados na potabilização, outros fatores norteiam esta definição, destacando-se: ▪ o composto deve apresentar solubilidade e grau de pureza adequados que permitam seu emprego confiável na rotina operacional das estações de tratamento de água, assegurando a concentração final de fluoreto estabelecida; ▪ na dissociação, o cátion liberado junto com o fluoreto não deve apresentar toxicidade ou outra característica indesejável às águas; ▪ o composto deve apresentar custo acessível - incluindo disponibilidade na região para minimizar os custos de transporte, continuidade de fornecimento pelo fabricante, e facilidade de armazenamento e manuseio. A disponibilidade do produto na região em relação aos custos de transporte. A fluoretação justifica-se economicamente desde que a indústria produtora esteja até 600 km de distância da estação de tratamento de água. A fluoretação efetua-se na maioria das estações por meio da aplicação de fluossilicato de sódio (Na2 SiF6), fluoreto de sódio (NaF) e ácido fluossilícico (H.2SiF6). Os compostos de flúor são comumente dosados na forma de soluções aquosas e, destes, o fluoreto de sódio constituiu-se no primeiro composto empregado na fluoretação. As características dos três principais produtos químicos utilizados na fluoretação. 6.4 Aplicação do flúor Embora a fluoretação ocorra com maior frequência ao final do tratamento, simultânea à desinfecção, em algumas estações facilidades operacionais culminaram com a aplicação dos compostos de flúor na unidade de mistura rápida, praticamente concomitante à dispersão dos coagulantes. Em outras 33 unidades, vazão total da ordem de 123 m/s, a fluoretação ocorre em algum ponto da estação entre a mistura rápida e a filtração. O impacto da fluoretação no custo da água tratada é desprezível. Em relação aos EUA, estimativa realizada em 1992 apontou que o custo da fluoretação equivalia ao de uma barra de chocolate por pessoa por ano. CONCLUSÃO Os processos de tratamento de água são conjuntos de procedimentos físicos e químicos que são aplicados na água para que a mesma fique em condições adequadas para o consumo, logo, para que se torne potável. O processo de tratamento de água tem como fundamental objetivo evitar qualquer tipo de contaminação, evitando a transmissão de doenças.
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