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1EBOOK MORFOLOGIA FAEL LETRAS UNIDADE 1

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Morfologia 
do 
Português
Débora Luiza da Silva 
Angela Francisca Mendez
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autor 
DÉBORA LUIZA DA SILVA 
ANGELA FRANCISCA MENDEZ
AS AUTORAS
Débora Luiza da Silva
Olá! Meu nome é Débora Luiza da Silva. Sou formada em Letras 
(habilitação Português e suas respectivas literaturas) pela Universidade do 
Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), e Especialista em Educação a Distância: 
Gestão e Docência, pela mesma instituição. Atualmente participo do 
Programa de Educação Continuada do Mestrado em Educação, na linha 
de Tecnologias Aplicadas à Educação da Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul (UFRGS). Tenho experiência técnico-profissional na área 
da docência, bem como na elaboração de conteúdos pedagógicos para 
cursos das modalidades presencial e a distância. Profissionalmente passei 
por diferentes instituições, entre elas o Governo do Estado do Rio Grande do 
Sul, a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), o Centro Universitário 
Ritter dos Reis (UniRitter) e a Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande 
do Sul (Fadergs), ambas do Grupo Laureate International Universities, nas 
quais já atuei como analista acadêmica de EaD, professora-tutora, designer 
educacional e docente. Atualmente sou professora de Língua Portuguesa 
e Literatura da EJA EaD do Serviço Social da Indústria (SESI/RS). Sou 
apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida, 
bem como contribuir com o aprendizado daqueles que estão iniciando em 
suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar 
seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar 
você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo e bons estudos! 
Angela Francisca Mendez
Olá! Meu nome é Angela Francisca Mendez. Sou graduada em Letras 
(habilitação em Português e Literaturas da Língua Portuguesa) pelo Centro 
Universitário Ritter dos Reis (UniRitter), e Mestre em Letras – Linguagem, 
Interação e Processos de Aprendizagem (UniRitter), com ênfase na área 
Discurso, Linguagem e Sociedade. No ensino superior, atuei como professora 
na UniRitter – Laureate International Universities (40h), ministrando as disciplinas 
de Morfologia; Literaturas da Língua Portuguesa; Leitura, Produção e Revisão 
de Texto; Escrita Criativa; Literatura Brasileira e Memória Cultural; entre outras. 
Tenho larga experiência no Ensino a Distância (EaD), tanto na produção de 
conteúdo, quanto na coordenação de ensino. Estou muito feliz em poder ajudar 
você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo e bons estudos!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Morfologia: identificando morfemas, morfes e estrutura de 
palavras ........................................................................................................... 12
Conceito de morfema .................................................................................................................. 13
Conceito de morfe .......................................................................................................................... 15
Estrutura das palavras ................................................................................................................. 17
Conhecendo a classificação e a função dos morfemas ............. 21
Raiz ............................................................................................................................................................. 21
Radical .....................................................................................................................................................22
Tema ou vogal temática .............................................................................................................23
Afixos .......................................................................................................................................................23
Prefixos .................................................................................................................................23
Sufixos ..................................................................................................................................26
Desinências ..........................................................................................................................................28
Vogal e consoante de ligação ...............................................................................................28
Analisando os processos de estrutura das palavras ..................30
Derivação ............................................................................................................................................. 30
Derivação prefixal (ou prefixação) ................................................................... 30
Derivação sufixal (ou sufixação) .........................................................................32
Derivação regressiva .................................................................................................32
Derivação imprópria ...................................................................................................33
Derivação parassintética (ou parassíntese) ...............................................34
Composição ........................................................................................................................................35
Justaposição ....................................................................................................................35
Aglutinação .......................................................................................................................35
Outros processos de formação de palavras ...............................................................35
Hibridismo ........................................................................................................................ 36
Onomatopeias ............................................................................................................... 36
Abreviação vocabular ...............................................................................................37
Siglonimização .............................................................................................................. 38
Radicais gregos e latinos....................................................................................... 38
Neologismos .................................................................................................................. 40
Empréstimos linguísticos .......................................................................................42
Examinando as palavras primitivas e derivadas, simples e 
compostas ......................................................................................................44O fenômeno que é a língua .....................................................................................................44
Palavras primitivas e derivadas .......................................................................................... 48
Palavras simples e compostas ............................................................................................ 51
9
INTRODUÇÃO À MORFOLOGIA 
UNIDADE
01
Morfologia do Português
10
INTRODUÇÃO
Você já parou para pensar em como são formadas as palavras 
da língua portuguesa? Nossa língua é derivada do latim, mas também 
recebeu, desde sua origem, a influência de outros idiomas, como o grego, 
as línguas indígenas e africanas, árabes, entre outros. Nesta disciplina, 
no entanto, estudaremos a morfologia da língua portuguesa, parte da 
gramática a qual estuda, além da formação, a classificação e a flexão das 
palavras. Iniciaremos pela compreensão dos morfemas, classificação e 
função desses elementos, para entendermos os processos de estrutura 
das palavras. Preparado? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar 
neste universo! Bons estudos!
Morfologia do Português
11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1 – Introdução à morfologia. 
Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes 
competências profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Identificar morfemas, morfes e estrutura de palavras;
2. Conhecer a classificação e a função dos morfemas;
3. Analisar os processos de estrutura das palavras (dedução);
4. Examinar as palavras primitivas e derivadas, simples e compostas.
Então? Vamos juntos para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho e ótimos estudos!
Morfologia do Português
12
Morfologia: identificando morfemas, 
morfes e estrutura de palavras
OBJETIVO:
Ao término desta competência, você será capaz de 
conhecer os elementos que fazem parte da estrutura das 
palavras. Isto será fundamental para sua prática docente 
como profissional da área de Letras, bem como para 
conhecer mais sobre nossa língua materna. Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Boa parte das palavras de nossa língua provém de outras já 
existentes. Como a língua é um organismo dinâmico e mutável, outras 
palavras vão surgindo a partir da influência de povos e de escritores que 
ultrapassam fronteiras (BEZERRA, p. 111). O estudo da formação e da 
evolução das palavras é de interesse de outra ciência, a ETIMOLOGIA. 
Aqui nos deteremos a estudar a MORFOLOGIA.
DEFINIÇÃO:
A palavra morfologia etimologicamente é formada a 
partir de dois radicais: “morf(o)-” e “-logia”. Ambos são 
provenientes do grego transliterado morphe, que significa 
“forma”, e  logía,  que significa “estudo”. Então, de modo 
geral, podemos afirmar que morfologia, em linguística, 
trata-se do estudo da estrutura e da formação das palavras.
Ao estudar morfologia, estudamos a formação de palavras através 
de  elementos morfológicos  (ou  mórficos), que são as unidades que 
formam uma palavra. Será essa nossa matéria nesta disciplina. 
Para a linguística, no nível de análise morfológica encontramos duas 
unidades formais: a palavra e o morfema. A peculiaridade da morfologia é, 
Morfologia do Português
13
como já definimos, estudar as palavras analisando-as isoladamente e não 
dentro da sua participação na frase ou no período – isso cabe à sintaxe. 
Ficamos em acordo que a morfologia  é um dos assuntos mais 
importantes e interessantes da  nossa gramática, pois seu estudo está 
relacionado à estrutura das palavras, a como ela é formada e a como se 
dá sua classificação na língua portuguesa. É a partir do conhecimento da 
palavra que tudo se forma e todos os sentidos se ampliam. Vamos ver 
detalhadamente esses conceitos da morfologia. 
Conceito de morfema
Como sabemos, morfologia é a área da gramática que estuda 
a estrutura, a formação, a classificação e as flexões das palavras. Para 
darmos início à compreensão dos aspectos morfológicos da nossa 
língua, teremos como ponto de partida a compreensão dos morfemas, 
considerados elementos ou unidades de significação que formam as 
palavras e que alteram seu significado. 
Figura 1 - Morfemas na formação das palavras
Fonte: Pixabay
Morfologia do Português
14
Vejamos a sequência de palavras a seguir:
 • governo;
 • governa;
 • desgoverno;
 • desgoverna;
 • governadores;
 • governativa;
 • governança;
 • ingovernável;
 • ingovernabilidade.
Todas essas palavras têm ao menos um elemento comum: “govern”. 
Da mesma forma, todas apresentam elementos dotados de significado. 
Exemplo: Nas palavras governo e desgoverno, o que as difere é o 
elemento inicial “des” (prefixo), que apresenta o sentido de ausência, falta, 
ação contrária.
Em suma, cada um dos elementos que formam as palavras, 
que fornecem noções de significado mínimo e são indecomponíveis 
denominam-se morfemas (PASQUALE, 2008).
NOTA:
[[Nota ]] A análise da estrutura das palavras nos revela a 
existência desses pequenos elementos que a formam. 
Quando tratamos de morfemas, “a menor unidade 
linguística que possui significado”, é importante ressaltar 
que os elementos que possuem o significado básico 
da palavra chamamos de morfemas lexicais. Já os que 
indicam a flexão das palavras, ou seja, as variações para 
indicar gênero, número, pessoa, modo e tempo, chamamos 
de morfemas gramaticais (ALMEIDA, p. 65).
Morfologia do Português
15
Exemplo: Em MENINAS, temos: MENIN- (morfema lexical) + A 
(morfema gramatical de gênero) + S (morfema gramatical de número). 
É possível afirmar ainda, que o conjunto de morfemas lexicais de 
uma língua é aberto, visto que sempre podem ser criadas novas palavras. 
No entanto, o conjunto dos morfemas gramaticais é sempre fechado, 
pois a qualquer radical (elemento cujas características estudaremos 
em seguida), sempre devem ser associados outros elementos que 
também conheceremos nesta unidade letiva: os sufixos, os prefixos e as 
desinências. Evidenciamos com o seguinte exemplo: 
Exemplo: A palavra “surfe” é de origem inglesa, entretanto criamos 
o substantivo surfista, usando um sufixo -ista, o qual já usamos na língua 
portuguesa em outras palavras, como em artista, motorista, diarista, 
desenhista etc.
Conceito de morfe
Se um morfema é uma unidade mínima de significação, de natureza 
gramatical ou lexical que possui valor gramatical, um morfe constitui a 
realização desse morfema. Muitos morfemas são realizados por um único 
morfe.
Exemplo: Em CANTAR, temos o morfe {cant-} (representado com 
chaves), que se mantém ao longo da conjugação: canto, cantei, cantava.
Morfe é a concretização de um morfema, ou seja, uma sequência 
fonêmica mínima a que se pode atribuir um significado. Vejamos a 
diferença entre ambos os elementos do ponto de vista do significado 
dessas palavras:
 • morfema: fonema 
 • morfe: fone
Um conceito importante que surge quando estudamos o fone 
(morfe) é o de alomorfia. Mas o que é alomorfia? A palavra alomorfe, de 
Morfologia do Português
16
origem grega (állos = outro + morphé = forma), indica a realização de um 
morfema por dois ou mais morfes diferentes, ou seja, é a concretização 
em morfes diferentes de dois segmentos com os mesmos valores 
significativos. 
DEFINIÇÃO:
Fala-se em alomorfe quando um morfema é realizado por 
dois ou mais morfes distintos. Em Portugal, por exemplo, o 
morfema nov- que ocorre em NOVO tem dois alomorfes 
(de novo representados com chaves): {nôv-} em novo e 
{nóv-} (com [ó] aberto) em nova.
Exemplo: Observem outros exemplos de alomorfia:
 • Alomorfia no prefixo:
injusto / ilegal: [in] ~ [i] → duas formas para um significado (algo negativo). 
subaquático / soterrar:  [sub] ~ [só] → duas formas para um significado 
(algo que está embaixo da superfície terrestre).
 • Alomorfia na raiz
ouro / áureo: [our] ~ [aur] → duas formas para um significado (palavra ouro). 
cabelo / capilar: [cabel] ~[capil] → duas formas para um significado (palavra 
cabelo).
Figura 2 - O morfe e a atribuição do significado
Fonte: Pixabay
Morfologia do Português
17
Exemplo: Nas ocorrências do prefixo “IN” – infeliz, incomum, 
inconstante –, verificamos que em todas as palavras o fonema tem a 
mesma função, que é a de negar o significado do elemento da palavra 
que vem na sequência. Já nas palavras imoral, ilegal, foi acrescido o 
prefixo “I”, que tem exatamente o mesmo significado de “IN”. Neste caso, o 
prefixo “IN” sofreu uma alomorfia, isto é, uma mudança de forma, e pode 
ser identificado através de dois ALOMORFES: os prefixos “IN” e “I”.
Estrutura das palavras
Para estudarmos a estrutura das palavras, é necessário 
conhecermos os elementos que as formam. Já sabemos o que significa 
morfe e morfema, mas os elementos mórficos (ou morfemas) também 
apresentam diferenças entre si.
As palavras têm em sua estrutura os seguintes elementos 
(CEGALLA, 2009):
1) Raiz, radical, tema: são os elementos básicos e significativos das 
palavras. 
Raiz é o constituinte da palavra que contém significado lexical mas 
não inclui afixos derivacionais ou flexionais (cf. carr- raiz nominal de carro).
Radical é o constituinte da palavra com significado lexical que 
não inclui afixos de flexão, mas que pode incluir afixos derivacionais. 
Os radicais podem ser: radicais adjetivais, radicais adverbiais, radicais 
nominais e radicais verbais. Os radicais podem ter uma estrutura simples 
(constituídos por um único morfema, como cas-, radical simples de casa) 
ou complexa (constituídos por mais de um morfema, como nacionaliza-, 
de nacionalização).
Tema é o constituinte da palavra que inclui uma raiz ou um radical 
e um índice temático ou uma vogal temática. Os temas, assim como os 
radicais, podem ser adjetivais, adverbiais, nominais ou verbais.
Morfologia do Português
18
Exemplo:
[[cant] radical verbal [a] vogal temática] tema verbal
[[doc] radical adjectival [e] índice temático] tema adjetival
[[bol] radical nominal [a] índice temático] tema nominal
2) Afixos (prefixos, sufixos), desinência, vogal temática: são 
elementos modificadores da significação.
Afixos são elementos secundários (geralmente sem vida autônoma) 
que se agregam a um radical ou tema para formar palavras derivadas. 
Exemplo: Sabemos que o acréscimo do morfema "-mente", por exemplo, 
cria uma nova palavra a partir de "certo": certamente, advérbio de modo.
Dentro dos afixos, dependendo da sua posição na palavra, temos: 
prefixo (antes do radical) e sufixo (depois do radical). 
Desinências são os elementos terminais indicativos das flexões das 
palavras. Existem dois tipos de desinências: nominais e verbais.
a) Desinências nominais: indicam as flexões de gênero (masculino e 
feminino) e de número (singular e plural) dos nomes.
Exemplos
alun-o aluno-s
alun-a aluna-s
IMPORTANTE:
Só podemos falar em desinências nominais de gêneros e 
de números em palavras que admitem tais flexões, como 
nos exemplos acima. Em palavras como mesa, tribo, 
telefonema, por exemplo, não temos desinência nominal 
de gênero. Já em pires, lápis, ônibus não temos desinência 
nominal de número.
Morfologia do Português
19
Figura 3 - Desinências nominais de gênero
Fonte: Pixabay 
b) Desinências verbais: indicam as flexões de número e pessoa e de 
modo e tempo dos verbos. 
Exemplos:
compr-o
compra-s
compra-mos
compra-is
compra-m
compra-va
compra-va-s
Morfologia do Português
20
VOCÊ SABIA?
A desinência “-o”, presente em “am-o”, é uma desinência 
número-pessoal, pois indica que o verbo está na primeira 
pessoa do singular; “-va”, de “ama-va”, é desinência modo-
temporal: caracteriza uma forma verbal do pretérito 
imperfeito do indicativo, na 1ª conjugação.
Vogal temática é o afixo que identifica o paradigma de flexão verbal 
a que pertence o verbo. No Português há três vogais temáticas: -a, -e, -i:
(ele) canta
(ele) come
(eu) parti'
3) Vogal de ligação, consoante de ligação: são elementos de 
ligação ou eufônicos. As vogais ou consoantes de ligação são morfemas 
cujas funções são formar, facilitar ou possibilitar a pronúncia de 
determinadas palavras da Língua Portuguesa. As vogais e as consoantes 
de ligação são fonemas que aparecem no interior das palavras permitindo 
a ligação entre o radical e as desinências. 
RESUMINDO:
Nesta competência você conheceu os elementos 
estruturais das palavras e a importância da morfologia 
para os estudos da Língua Portuguesa. Essa competência 
é fundamental para que você possa compreender como 
são formados os vocábulos da Língua Portuguesa. A partir 
dos estudos da morfologia, o significado e o conceito das 
palavras se ampliam, ganhando novas roupagens que 
auxiliam na hora de interpretar e compreender melhor o 
mundo e as comunicações que nele se estabelecem. Agora 
que já estudamos esses elementos, veremos a seguir as 
características e as funções de cada um deles.
Morfologia do Português
21
Conhecendo a classificação e a função 
dos morfemas
OBJETIVO:
Nesta competência, você irá estudar, além da classificação 
de cada um dos morfemas, a função que cada um deles 
desempenha nas palavras do léxico da nossa língua.
Raiz
A raiz é um elemento originário e irredutível, no qual se concentra 
a significação das palavras. Esse elemento tem como característica ser 
monossilábico e é comum às palavras que pertencem à mesma família 
etimológica (CEGALLA, 2009).
IMPORTANTE:
O estudo das raízes é um campo de estudo de interesse da 
gramática histórica ou da etimológica, não sendo, portanto, 
foco da gramática normativa.
Vejamos um exemplo, observando as seguintes palavras:
 • nocivo, nocividade;
 • inocente, inocentar, inócuo.
De acordo com CEGALLA (2009, p. 91), “a raiz noc (do latim nocere 
= prejudicar) tem a significação geral de causar dano, e a ela se prendem, 
pela origem comum” das palavras acima.
Morfologia do Português
22
Radical
Para entendermos a função desse elemento na formação das 
palavras, iniciaremos considerando as seguintes palavras:
 • livr- o;
 • livr- inho;
 • livr- eiro;
 • livr- eco.
Observamos que todas elas têm um elemento constante, “livr”, o 
qual é impossível de ser decomposto em unidades de menor significação. 
A esse elemento mórfico (ou morfema) damos o nome de radical. 
Figura 4 - O radical é a base de significação de palavras da mesma família
Fonte: Pixabay
De acordo com o linguista Celso Cunha Cintra (2001), esse elemento 
irmana as palavras da mesma família e lhes dá uma base comum de 
significação.
Morfologia do Português
23
Tema ou vogal temática
De acordo com CEGALLA (2009, p. 92), “Tema é o radical acrescido 
de uma vogal (chamada vogal temática)”.
 • Nos verbos, obtém-se o tema destacando-se o -r do infinitivo:
CANTA-r, BATE-r, PARTl-r etc.
 • Nos nomes, o tema é mais evidente em derivados de verbos:
CAÇA-dor, DEVE-dor, FINGl-mento, PERDOÁ-vel, FERVE-nte etc.
Afixos 
Esses elementos têm valor gramatical e se unem ao radical das 
palavras, modificando-as quanto ao significado ou até mesmo à função. 
Existem dois tipos de afixos, os quais veremos na sequência.
Prefixos
Ao afixo anteposto ao radical, damos o nome de prefixos. Na língua 
portuguesa, a maioria dos prefixos é de origem latina ou grega e alguns 
desses elementos, embora sejam diferentes, podem apresentar o mesmo 
significado.
Morfologia do Português
24
Figura 5 - Estudo dos prefixos nas palavras da língua portuguesa
Fonte: Pexels
Considere os seguintes prefixos, usados frequentemente em nosso 
idioma, verificando sua origem e seu significado (NORMA CULTA, 2019):
 • Prefixos que indicam negação e oposição:
des- (origem latina): desfavorável, desigual, desnecessário, 
descontente etc.
in- (origem latina): infeliz, inacabado, inconsequente, inconstante etc.
contra- (origem latina): contramão, contrassenso, contracorrente, 
contracurva etc. 
anti- (origem grega): anti-inflamatório, anticoncepcional, antirrugas,antitetânica etc.
a- / an- (origem grega): acéfalo, anaeróbico, anônimo, amoral etc.
 • Prefixos que indicam duplicidade:
di- (origem grega): ditongo, dióxido, digrafia, di-iodado etc.
Morfologia do Português
25
bi- (origem latina): bicampeão, bimensal, bicarbonato, bissexual etc.
ambi- (origem latina): ambidestro, ambivalente, ambilátero etc.
 • Prefixos que indicam movimento para dentro:
in- / im- (origem latina): ingerir, imigrar, importar, imigração etc.
en- / em- (origem latina): enterrar, enterrado, embarcar, enraizar etc.
intra- (origem latina): intramuscular, intravenoso, intraocular, 
intrapulmonar etc.
endo- (origem grega): endovenoso, endotérmico, endoscópio, 
endocarpo etc.
 • Prefixos que indicam movimento para fora:
ex- / e- (origem latina): exportar, extrair, emigrar, exprimir etc.
ec- / ex- (origem grega): êxodo, eclipse, exantema, eczema etc.
 • Prefixos que indicam repetição:
re- (origem latina): refazer, recomeçar, reeditar, reaver etc.
ana- (origem grega): anáfora, anagrama, analogia, análise etc.
 • Prefixos que indicam superioridade ou excesso:
super- (origem latina): superpovoado, superpor, super-homem, 
superdotado etc.
sobre- (origem latina): sobrecarga, sobrepor, sobrescrito, sobrevir etc.
supra- (origem latina): suprassumo, supradito, supracitado, supra-
humano etc.
ultra- (origem latina): ultrapassar, ultrassom, ultraconservador, 
ultrassofisticado etc.
Morfologia do Português
26
hiper- (origem grega): hipérbole, hipertensão, hipermercado, 
hipermetropia etc.
arqui- (origem grega): arquiduque, arqui-inimigo, arquibilionário, 
arquiconhecido etc.
 • Prefixo que indica inferioridade:
hipo- (origem grega): hipotensão, hipocalórico, hipoglicemia, 
hipoalergênico etc.
 • Prefixos que indicam simultaneidade ou companhia:
co- / com- / con- (origem latina): cooperar, compor, coordenar, 
conviver etc.
si- /sin- /sim- (origem grega): sinfonia, sincronia, sinônimo, 
sinestesia etc.
 • Prefixos que indicam anterioridade:
ante- (origem latina): antebraço, antessala, anteontem, antepasto etc.
pre- (origem latina): prefácio, prever, pré-história, pré-adolescente etc.
 • Prefixos que indicam posterioridade:
pos- (origem latina): pospor, pós-eleitoral, pós-graduação, posfácio etc.
epi- (origem grega): epílogo, epígrafe, epiderme, epidemia etc.
Sufixos
Assim como os prefixos, os sufixos também são elementos 
importantes na formação das palavras. No entanto, esses elementos 
estão pospostos ao radical.
Morfologia do Português
27
Tabela 1 - Principais sufixos utilizados na língua portuguesa
Tipos de 
sufixos
Principais sufixos Exemplos
Nominais 
Formam 
substantivos e 
adjetivos
Aumentativo: -alhão, -ão, 
-anzil, -arra, -orra, ázio
Corpázio, bocarra, 
corpanzil, casarão
Diminutivo: -acho, -eto, 
-inho, -inha, -ote
Riacho, filhote, 
livrinho
Superlativo: -íssimo, 
-érrimo, -limo
Belíssimo, 
paupérrimo, facílimo
Lugar: -aria, -ato, -douro, -ia
Padaria, internato, 
bebedouro
Profissão: -ão, -dor, -ista
Barista, dentista, 
vendedor
Origem: -ano, -eiro, -ês
Polonês, sergipano, 
mineiro
Coleção, aglomeração, 
conjunto: -al, -eira, -ada, 
-agem
Folhagem, cabeleira, 
capinzal
Excesso, abundância: 
-oso, -entro, -udo
Delicioso, ciumento, 
cabeludo
Verbais
-ear, -ejar, -ecer, -entear 
etc.
Folhear, farejar, 
amanhecer, 
presentear
Adverbiais 
(advérbio de 
modo)
-mente
Geralmente, 
facilmente, 
rapidamente, 
frequentemente etc.
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
Morfologia do Português
28
Desinências
São elementos com valor gramatical usados para indicar:
 • Gênero: nos nomes (adjetivos e substantivos) e em alguns pronomes, 
o gênero feminino ou masculino.
 • Número: nos nomes (adjetivos e substantivos) e em alguns pronomes, 
singular ou plural.
Exemplo: 
GAROT – O – S
Radical Des. de 
Gênero
Des. de Número 
(plural)
 • Pessoa e número, tempo e modo: nos verbos.
Exemplo:
FAL Á SSE MOS
Radical Vogal 
Temática
Des. de 
Tempo
De pessoa e número 
(1ª do plural)
Vogal e consoante de ligação
Diferente dos elementos que vimos até aqui, esses não trazem 
nenhuma informação gramatical ou modificação de sentido nas palavras 
– apenas vêm entre dois morfemas (ou elementos mórficos), a fim de 
facilitar a pronúncia.
Morfologia do Português
29
Vogal de ligação
GÁS Ô METRO
Radical Vogal de ligação Sufixo
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
Consoante de ligação
PAU L ADA
Radical Consoante de ligação Sufixo
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
RESUMINDO:
Nesta competência você aprendeu o que é raiz, radical, 
vogal temática, prefixos, sufixos, desinências, vogais e 
consoantes de ligação – conhecidos como morfemas. 
Seguiremos estudando os processos estruturais das 
palavras.
Morfologia do Português
30
Analisando os processos de estrutura das 
palavras 
OBJETIVO:
Agora que já conhecemos como são estruturadas 
as palavras na língua portuguesa, chegou a hora de 
compreendermos como ocorre a formação das palavras do 
nosso léxico. Dois processos básicos são responsáveis por 
formar novas palavras: derivação e composição.
Derivação
Segundo CEGALLA (2009, p. 96), “A derivação consiste em formar 
uma palavra nova (derivada), a partir de outra já existente (primitiva)”. 
Vamos retomar esse conceito, observando o quadro abaixo:
Palavra primitiva Palavra Derivada
mar marinheiro, marujo, marítimo
terra enterrar, aterrar, terreiro
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
Derivação prefixal (ou prefixação)
Esse processo é o resultado da formação de uma nova palavra 
formada pelo acréscimo de um prefixo.
Morfologia do Português
31
Figura 6 - Atenção para o processo de prefixação
Fonte: Pixabay
Vejamos:
 • incapaz; 
 • desligar; 
 • refresco; 
 • supersônico; 
 • pré-história.
Figura 7 - Processos de formação de palavras
Fonte: Pixabay
Morfologia do Português
https://pixabay.com/pt/photos/mindmap-brainstorm-id%C3%A9ia-inova%C3%A7%C3%A3o-2123973/
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32
Em resumo, esse processo acontece antepondo-se um prefixo a 
um radical.
Derivação sufixal (ou sufixação)
Esse processo se dá quando uma nova palavra é formada por meio 
do acréscimo de um sufixo juntamente ao radical.
Vejamos os diferentes tipos de derivação sufixal:
 • Nominal - formando substantivos e adjetivos:
- Papel – papelaria
- Riso – risonho
 • Verbal - formando verbos:
-Atual – atualizar
 • Adverbial – formando advérbios de modo, com o acréscimo do sufixo 
“mente”:
- Feliz – felizmente
Derivação regressiva
Acontece quando a palavra é formada não pelo acréscimo, mas 
pela redução de algum elemento.
Por exemplo, do verbo beijar deriva o substantivo beijo. Já o verbo 
falar dá origem ao substantivo fala.
Morfologia do Português
33
VOCÊ SABIA?
Para descobrirmos se um substantivo é derivado de um 
verbo ou se ocorre o contrário, podemos refletir sobre a 
seguinte situação: Se o substantivo indica ação, será palavra 
derivada, e consequentemente o verbo será primitivo. 
Contudo, se o nome denota algum objeto ou substância, 
verifica-se o contrário (CUNHA, 2001). No exemplo acima, as 
palavras fala e beijo indicam ações, portanto são derivadas.
Derivação imprópria
Chamamos de derivação imprópria quando uma palavra muda sua 
classe gramatical ao sofrer alguma alteração em sua formação.
Vejamos alguns casos:
 • Um substantivo usado no lugar de adjetivo: homem paulista;
 • Um adjetivo é usado como substantivo: Os melhores serão 
premiados. 
 • Um verbo é usado como substantivo: O jantar está pronto.
 • Um advérbio é usado como substantivo: A resposta foi um sim.
Vamos recordar quais são as classes gramaticais da língua 
portuguesa?
Conforme CEGALLA (2009, p. 15), “Na língua portuguesa há dez 
classes de palavras ou classes gramaticais:
1. Substantivo;
2. Artigo;
3. Adjetivo;
4. Numeral;
5. Pronome;
Morfologiado Português
34
6. Verbo;
7. Advérbio;
8. Preposição;
9. Conjunção;
10. Interjeição.
As seis primeiras classes são variáveis, isto é, flexionam-se, sofrem 
alterações na forma. As quatro outras são invariáveis”. Em momento 
oportuno desta disciplina seguiremos nos aprofundando algumas delas.
Figura 8 - Classes gramaticais
Fonte: Elaborado pela autora (2020).
Derivação parassintética (ou parassíntese)
Quando acrescidos simultaneamente um prefixo e um sufixo, 
ocorre a derivação parassintética. Por meio desse processo, são formados 
nomes (substantivos e adjetivos) e verbos.
Morfologia do Português
35
Vejamos no quadro abaixo:
Palavras 
primitivas
Prefixos Radicais Sufixos
Palavras 
novas
alma des alm ado desalmado
mudo e mud ecer emudecer
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
Composição
Quando há junção de dois ou mais radicais, ocorre a formação de 
palavras por composição. Esse processo, por sua vez, pode acontecer por 
meio da justaposição ou da aglutinação.
Justaposição
Esse processo se dá quando os radicais não sofrem nenhuma 
alteração para formarem uma nova palavra.
Exemplo: passatempo, guarda-sol, quinta-feira, cachorro-quente, 
beija-flor, couve-flor, guarda-roupa etc.
Aglutinação
Quando pelo menos um dos radicais da palavra sofre algum tipo de 
alteração, ocorre o processo de composição por aglutinação.
Exemplo: planalto (plano+alto), aguardente (água+ardente), fidalgo 
(filho de algo), hidrelétrico (hidro+elétrico).
Outros processos de formação de palavras
Além dos processos que já vimos, existem outros processos que 
formam novas palavras: hibridismo, onomatopeia, abreviação vocabular, 
Morfologia do Português
36
sigla e, ainda, a partir de radicais gregos e latinos, muitas palavras de uso 
científico podem ser criadas. 
É o que veremos a seguir.
Hibridismo
Segundo o linguista CEGALLA (2009, p. 99), “Hibridismos são 
palavras em cuja formação entram elementos de línguas diferentes”. São 
alguns exemplos de palavras formadas por esse processo:
 • monocultura (mono+cultura, grego e latim);
 • alcoômetro (álcool+metro, árabe e grego);
 • lactômetro (lact+metro, latim e grego);
 • televisão (tele+visão, grego e latim);
 • automóvel (auto+móvel, grego e latim);
 • abreugrafia (Abreu+grafia, português e grego).
Onomatopeias
Seguindo com a ideia de Cegalla (2009, p. 99):
Numerosas palavras devem sua origem a uma tendência 
constante da fala humana para imitar as vozes e os ruídos da 
natureza. Semelhantes vocábulos, chamados onomatopeias, 
reproduzem aproximadamente os sons e as vozes dos seres.
Entre as principais vozes imitativas, alguns exemplos:
 • arrulhar - pombo, rola;
 • badalar, bimbalhar, repicar, repenicar;
Morfologia do Português
37
 • balir - ovelha, cordeiro;
 • blaterar - camelo;
 • bramar, bramir, rugir - feras, mar;
 • cascalhar - risadas;
 • coaxar - rã;
 • cocoricar, cucuricar, cucuritar - galo;
 • chiar - carro de bois, insetos;
 • chilrar, chilrear - aves.
Além disso, as onomatopeias podem compreender palavras 
imitativas que procuram reproduzir certos sons ou ruídos. Esses casos são 
muito comuns em histórias em quadrinhos e charges.
Figura 9 - Onomatopeias nas histórias em quadrinhos
Fonte: Pixabay
Abreviação vocabular
Esse processo consiste na redução de uma palavra até o limite da 
sua compreensão. Vejamos algumas palavras que se encaixam nesse 
processo:
Morfologia do Português
38
 • Moto (redução de motocicleta);
 • Foto (redução de fotografia);
 • Quilo (redução de quilograma).
IMPORTANTE:
Fique atento para não confundir abreviação com abreviatura. 
Esta, por sua vez, é a representação de uma palavra apenas 
pela utilização de algumas letras. É o caso das palavras Dr. 
(doutor), Av. (avenida), Prof. (professor), entre outras.
Siglonimização
Utiliza-se essa opção quando, para abreviar o nome de uma 
associação, entidade, instituição ou organização, usamos uma sigla, a 
qual é formada por letras iniciais que compõem um nome.
Exemplo: ONU (Organização das Nações Unidas), Funai (Fundação 
Nacional do Índio), Petrobras (Petróleo Brasileiro S.A.), BNDES (Banco 
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) etc.
Radicais gregos e latinos
É muito comum a utilização de radicais gregos e latinos na criação 
de palavras científicas ou artísticas, por isso é fundamental que esses 
elementos sejam conhecidos, para melhor compreendermos o sentido 
de muitas palavras que utilizamos em nosso dia a dia.
De acordo com CEGALLA (2009, p. 117):
O conhecimento dos radicais gregos é de indiscutível 
importância para a exata compreensão e fácil memorização 
de inúmeras palavras criadas e vulgarizadas pela linguagem 
científica.
Morfologia do Português
39
Tabela 2 - Exemplos de radicais gregos e seus significados
Radicais Significados Exemplos
acro- alto acrópole
aero- ar aeródromo
-agogo que conduz pedagogo
biblio- livro bibliófilo
bio- vida biografia
cardio- coração cardiologia
deca- dez decâmetro
-delo visível psicodélico
enea- nove eneassílabo
entero- intestino entérico
fito- planta fitoide
fisis- natureza fisiológico
gero- velho geriatria
gimno- nu gimnofobia
nefro- rim nefrite
neo- novo neolatino
onico- unha onicofagia
oniro- sonho onírico
penta- cinco pentágono
Fonte: Elaborado pela autora, com base em Cegalla (2009, p. 117).
Além desses, segue uma pequena lista de radicais latinos com as 
respectivas formações vernáculas, de cunho erudito, isto é, palavras que 
entraram na língua portuguesa por via literária e científica, a maioria delas 
entre os séculos XVIII e XX, conforme a obra de Cegalla (2009).
Tabela 3 - Exemplos de radicais latinos e seus significados
Radicais Significados Exemplos
Agri Campo Agricultura
Ambi Ambos Ambidestro
Arbori- Árvore Arborícola
Morfologia do Português
40
Bis-, bi- Duas vezes Bípede, bisavô
Calori- Calor Calorífero
Cruci- cruz Crucifixo
Curvi- curvo Curvilíneo
Equi- igual
Equilátero, 
equidistante
Ferri-, ferro- ferro Ferrífero, ferrovia
Loco- lugar Locomotiva
Morti- morte Mortífero
Multi- muito Multiforme
Olei-, oleo- Azeite, óleo Oleígeno, oleoduto
Oni- todo Onipotente
Pedi- pé Pedilúvio
Pisci- peixe Piscicultor
Pluri- Muitos, vários Pluriforme
Quadri-, quadru- quatro Quadrúpede
Reti- reto Retilíneo
Semi- metade Semimorto
Tri- Três Tricolor
Fonte: Elaborado pela autora, com base em Cegalla (2009, p. 123).
Neologismos
É muito comum acrescentarmos significados a determinadas 
palavras sem modificá-las estruturalmente. Para muitos estudiosos da 
língua, isso é considerado um processo extremamente enriquecedor, 
visto que em muitos casos até mesmo se esquece do significado inicial 
das palavras (PASQUALE, 2008).
Pense, por exemplo, em situações em que a palavra arara é utilizada 
para evidenciar a irritação de uma pessoa, ou ainda quando alguém 
comete um equívoco e dizemos que ela está “pagando um mico”. Nessas 
situações, temos exemplos do uso de neologismos semânticos, que 
consistem em utilizar uma palavra atribuindo-lhe um significado diferente 
do seu original.
Morfologia do Português
41
EXPLICANDO MELHOR:
Os neologismos nascem em decorrência do progresso 
e do desenvolvimento da cultura humana. Novas ideias 
e invenções criam novas necessidades de expressão 
(CEGALLA, 2009).
Os neologismos são criados a partir do contato das pessoas 
com diferentes áreas de conhecimento, como a política e a ciência, e 
atualmente, com o acelerado crescimento da tecnologia. No entanto, 
cabe ressaltar que existem diferentes tipos de neologismos. 
Tabela 4 - Conhecendo os neologismos
TIPO DE 
NEOLOGISMO
CONCEITO EXEMPLOS
SEMÂNTICO
Palavra que já existe 
no léxico e adquire 
um novo significado
- A professora ficou 
uma arara porque 
entramos atrasados 
na aula. (ficou brava)
- Meu vizinho fez um 
gato na rede elétrica. 
(ligação elétrica 
irregular)
LEXICAL
Designa a criação de 
uma nova palavra
- “Vou deletar você 
da minha vida”. 
(apagar/esquecer)- O chefe pediu 
para escanear os 
documentos da 
reunião. (digitalizar/
fazer cópias)
Morfologia do Português
42
SINTÁTICO
Construção sintática 
que adquire um 
significado específico
- Joana deu a volta 
por cima e venceu as 
drogas. (superou)
- Lucas me deu 
o bolo e não 
compareceu ao 
encontro. (enganou)
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
Empréstimos linguísticos
Conforme já mencionamos nesta unidade letiva, o contato entre 
culturas produz efeitos no vocabulário das línguas (PASQUALE, 2008). 
Pense nas seguintes palavras:
 • Bife;
 • Futebol;
 • Abajur;
 • Xampu.
Todas elas são muito frequentes em nosso dia a dia e não nos 
damos conta de que são originárias de outros idiomas. Contudo, a 
maioria das palavras de origem estrangeira passa por algum processo de 
aportuguesamento, tanto do aspecto fonológico quanto gráfico.
Outro fato bastante influenciador no léxico da Língua Portuguesa é 
o surgimento constante de produtos e processos tecnológicos. Sobretudo 
com a chegada da internet, muitas palavras passaram a fazer parte do 
nosso vocabulário. Tomemos como exemplo: deletar, clicar, blogue, 
avatar, emoji, selfie e muitas outras. Assim, como sabemos, nossa língua 
é viva e, com o passar dos anos, muitas outras palavras ainda surgirão, 
dependendo da necessidade dos falantes de se comunicarem.
Morfologia do Português
43
RESUMINDO:
Nesta competência você aprendeu os principais processos 
de formação de palavras que ocorrem em nosso idioma: 
o processo de derivação (prefixal, sufixal, regressiva, 
imprópria e parassintética), e de composição (justaposição 
e aglutinação). Também conheceu processos outros, como 
hibridismo, onomatopeia, abreviação, siglonimização, 
neologismos e empréstimos linguísticos. Seguiremos 
estudando os processos de formação das palavras.
Morfologia do Português
44
Examinando as palavras primitivas e 
derivadas, simples e compostas
OBJETIVO:
Nesta competência, veremos que algumas palavras quanto 
à formação podem ser primitivas ou derivadas, ou ainda, 
simples e compostas. Por isso, para encerrar esta unidade 
letiva, vamos verificar o que as diferencia entre si.
O fenômeno que é a língua
Como estudamos aqui nesta unidade 1, boa parte das palavras 
de nossa língua provém de outras já existentes. Como a língua é um 
organismo dinâmico e mutável, outras palavras vão surgindo a partir da 
influência de povos e de escritores que ultrapassam fronteiras (BEZERRA, 
p. 111). E o processo não é novo, visto que nossa própria língua é resultante 
de mutação e de mistura. 
Em diálogo remoto sobre a língua portuguesa, Rodrigues Lobo fala 
com carinho da nossa língua e nos dá algumas pistas da sua formação. 
“E verdadeiramente que não tenho a nossa língua por grosseira, 
nem por bons os argumentos com que alguns querem provar que 
é essa; antes é branda para deleitar, grave para engrandecer, eficaz 
para mover, doce para pronunciar, breve para resolver e acomodada 
às matérias mais importantes da prática e escritura. Para falar é 
engraçada com um todo senhoril, para cantar é suave com um certo 
sentimento que favorece a música; para pregar é substanciosa, com 
uma gravidade que autoriza as razões e as sentenças; para escrever 
cartas nem tem infinita cópia que dane, nem brevidade estéril que 
a limite; para histórias nem é tão florida que se derrame, nem tão 
seca que busque o favor das alheias. A pronunciação não obriga a 
ferir o céu da boca com aspereza, nem a arrancar as palavras com 
Morfologia do Português
45
veemência do gargalo. Escreve-se da maneira que se lê, e assim se 
fala. Tem de todas as línguas o melhor: a pronunciação da Latina, 
a origem da Grega, a familiaridade da Castelhana, a brandura da 
Francesa, a elegância da Italiana. Tem mais adágios e sentenças que 
todas as vulgares, em fé da sua antiguidade. E se à língua Hebreia, 
pela honestidade das palavras, chamaram santa, certo que não sei 
eu outra que tanto fuja de palavras claras em matéria descomposta 
quanto a nossa. E, para que diga tudo, só um mal tem: e é que, pelo 
pouco que lhe querem seus naturais, a trazem mais remendada 
que capa de pedinte”.
Sabe-se, e Rodrigo Lobo nos aponta em seu diálogo, que nossa 
língua portuguesa brasileira é resultante de muitas outras. O processo 
histórico nos conta que, com a expansão marítima portuguesa, o português 
foi levado a todas as colônias de Portugal, chegando, assim, ao Brasil 
em 1500. De origem latina, a língua portuguesa em território brasileiro 
misturou-se com a dos índios e tem grande influência na formação de 
inúmeros vocábulos de nosso dia a dia. Também as línguas africanas 
provenientes do tráfico de escravos influenciaram grandemente a nossa 
língua. Não à toa, hoje estudamos radicais e afixos provenientes de outras 
línguas, sobretudo grega e latina, como quer o estudo da etimologia. 
Figura 10 - Formação da Língua Portuguesa no Brasil
Fonte: Pixabay
Morfologia do Português
46
Segundo Ricardo Lima, professor do Departamento de Estudos da 
Linguagem (UERJ), a língua é um organismo vivo e está em constante 
transformação. "A língua é viva porque está sendo usada sempre, em vários 
contextos, em várias situações, o que faz com que ela tenha novos usos e 
novas possibilidades. Isso acontece tanto no espaço quanto no tempo. No 
espaço geográfico, diferentes regiões; no tempo, em diferentes situações 
que mudam na sociedade. Assim como a sociedade vai mudando, a 
língua acompanha essas mudanças da sociedade" (LIMA, p. 51). 
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre as origens da nossa língua e o 
fenômeno de mutação desta, assista ao documentário 
“Português, a língua do Brasil”. 
Sinopse: O documentário apresenta depoimentos de 
16 Acadêmicos, membros da Academia Brasileira de 
Letras, sobre o atual estado da Língua Portuguesa. Nossa 
realidade idiomática é mostrada com as cores do Brasil na 
experiência personalíssima de cada Acadêmico. O diretor 
escolheu como cenário a Casa de Machado de Assis que, 
simbolicamente, representa a Casa da Língua Portuguesa. 
No documentário, os depoimentos se sucedem, registrados 
sempre com a presença do próprio Nelson, o grande 
anfitrião deste encontro de notáveis.
ACESSE:
https://www.youtube.com/watch?v=-bbT7QmdNSE
Se a língua é um organismo em movimento constante, ao estudar 
morfologia estudamos a formação de palavras através de  elementos 
morfológicos (ou mórficos), que são as unidades que formam uma palavra. 
Para tanto, alguns conceitos nos auxiliam no entendimento dessa 
mutação linguística e nos levam a observar a língua como fenômeno 
Morfologia do Português
47
que é. Entre esses conceitos, nos cabe agora os de palavras primitivas, 
derivadas, simples e compostas. 
Entendemos que no processo de formação de palavras existem 
aquelas que dão origem a outras, às quais chamamos de primitivas. 
DEFINIÇÃO:
Palavras primitivas são aquelas que não se formam a partir 
de um vocábulo preexistente. São também denominadas 
“derivantes” (BEZERRA, p. 128).
Exemplo: terra / pedra / ferro / luz / janela / carro
DEFINIÇÃO:
Já um dos processos mais recorrentes de formação 
de palavras é a derivação. Entendemos por palavras 
derivadas, então, aquelas formadas a partir de um 
vocábulo preexistente (os vocábulos primitivos).
Exemplo: terraço / pedreira / ferrugem / luzeiro / janelão 
/ carroceiro
Também neste processo fenomenal de formação de palavras, 
temos os conceitos que se ligam ao radical dos vocábulos. Entre eles, nos 
interessam os conceitos de palavras simples e compostas. 
DEFINIÇÃO:
Palavras simples dizemos que são aquelas que apresentam 
um único radical (BEZERRA, p. 128). 
Exemplo: água / guarda / perfume / perna
Morfologia do Português
48
DEFINIÇÃO:
Palavras compostas, por sua vez, como o próprio nome já 
indica, são aquelas que se compõem com dois ou mais 
radicais.
Exemplo: água-benta / guarda-chuva / lança-perfume / 
pernalta
Abaixo vamos organizar esses conceitospara fins de estudo. 
Palavras primitivas e derivadas 
a) Palavras primitivas: são as que não derivam de outras, dentro da 
Língua Portuguesa. 
Exemplos: pedra, terra, dente, pobre, etc. 
As palavras a que chamamos de primitivas são aquelas originárias 
do fenômeno de mutação das línguas. Trata-se de um conjunto que 
se forma pela influência de outras línguas e de outros países. A Língua 
Portuguesa possui vários vocábulos primitivos e a grande maioria, para 
não dizer a totalidade, têm sua origem em outras nacionalidades.
Existem influências vindas do latim, grego, inglês, árabe, francês, 
africano, entre outros locais. Todas essas contribuíram e deixaram seu 
legado na atual Língua Portuguesa. Sem falar da mistura com as línguas 
que aqui já existiam, como o tupi-guarani. 
Para ampliar nosso entendimento, abaixo temos uma lista com 
alguns vocábulos primitivos e, ao seu lado, a origem e sua tradução.
 • cafuné: essa palavra veio do quimbundo e é escrita kafundu.
 • xampu: vocábulo de origem latina, veio do inglês shampoo.
 • quilo: vem do grego khylós.
 • alface: esse termo tem origem árabe e é escrito al-hassa.
Morfologia do Português
49
 • batom: proveniente do francês bâton.
 • sapato: palavra originária do árabe sabbat.
 • piano: esse termo é procedente do italiano e tem como tradução a 
palavra pianoforte.
 • máquina: provém do latim machina.
 • gelo: descendente do latim, tem como tradução gelus.
 • azul: palavra natural do persa e originalmente chama-se lazward.
b) Palavras derivadas: são as que provêm de outras.
Exemplos: pedreiro, enterrar, dentista, pobrezinho etc. 
Os vocábulos derivados, como o próprio nome aponta, são aqueles 
que derivam de outras palavras já existentes na Língua Portuguesa, as 
palavras primitivas vistas acima. 
As palavras definidas como derivadas nasceram pelos termos 
primitivos. Um mesmo substantivo primitivo, por exemplo, pode gerar várias 
palavras derivadas, não se restringindo a apenas uma. Abaixo, uma lista 
com alguns vocábulos primitivos e algumas derivações dessas palavras:
 • mar: maresia, marinheiro e maremoto.
 • morte: mortal, mortuário e mortífero.
 • pedra: pedreiro, pedregulho e pedraria.
 • jornal: jornaleiro, jornada e jornalista.
 • dia: diário, diurno e diarista.
 • campo: camponês, campina e campinho.
 • terra: terreno, terreiro e terraplanagem.
 • casa: caseiro, casinha e casarão.
 • banana: bananada, bananinha e bananeira.
 • dente: dentadura, dentista e dentição.
Morfologia do Português
50
Nos exemplos citados acima é possível perceber o modo como cada 
vocábulo primitivo consegue dar vida às novas palavras e assim aumentar 
o vocabulário da Língua Portuguesa. Nossa língua é vasta e diversa 
justamente por conta de suas origens múltiplas e pelas possibilidades 
que o recurso morfológico, a partir dos processos de formação, possibilita. 
Relembrando: O radical é o morfema que contém o significado 
básico da palavra e a ele podem ser acrescidos outros elementos mórficos, 
como as desinências e os afixos – é o que acontece na série casa, casebre, 
casarão, caseiro. Por terem o mesmo radical e uma significação comum, 
dizemos que pertencem a uma família de palavras. As palavras que 
compõem uma mesma família são chamadas de cognatas. Vejamos 
outros grupos de palavras cognatas: régua, regra, regular, irregular; 
corpo, corpinho, corpanzil, corpúsculo, corporal, incorporação, corpanzil; 
fugir, fuga, refúgio.
Figura 11 - Estudo das palavras primitivas e derivadas, simples e compostas
Fonte: Pixabay
Morfologia do Português
https://pixabay.com/pt/photos/biblioteca-livros-conhecimento-1147815/
51
Palavras simples e compostas 
Com relação ao radical, dividem-se as palavras em simples e 
compostas. 
a) Palavras simples: são as que têm um só radical. 
Exemplos: livre, beleza, recomeçar, maquinismo, desmatamento. 
b) Palavras compostas: são as que apresentam mais de um radical. 
Seus elementos, em muitos casos, unem-se sem hífen. 
Exemplos: passatempo, automóvel, ferrovia, peixe-elétrico, melão-
de-São-Caetano.
Revisando: Radical é um morfema básico (que mostra o sentido 
básico da palavra), indivisível (porém existem palavras cujo radical se 
altera, como na conjugação de verbos anômalos), e comum a uma série 
de palavras. Também pode ser classificado como um morfema lexical. O 
radical retém o significado básico da palavra – é o núcleo. No português, 
diversas palavras são compostas a partir de radicais gregos e latinos – os 
chamados compostos eruditos.
Lista de radicais gregos
 • aero (aér = ar): aeroporto
 • astro (áster = estrela): astronomia
 • biblio (bibl-íon = livro): biblioteca
 • bio (bi-os = vida): biografia
 • cardio (kard-ia = coração): cardíaco
 • crono (chron-os = tempo): cronômetro
 • deca (deka = dez): década
Morfologia do Português
52
 • derme (derm-a = pele): dermatologista
 • di (dis = dois): dissílabo
 • etno (ethn-os = raça): etnia
 • gastro (gáster = estômago): gástrico
 • hetero (héter-os = diferente): heterogêneo
 • hidro (hyd-ro = água): hidrografia
 • macro (makr-ós = grande): macróbio
 • micro (mikrós = pequeno): micróbio
 • mono (mónos = um): monólogo
 • neo (né-os = novo): neologismo
 • oftalmo (ophthálmos = olho): oftalmologia
 • poli (polys = muito): poligamia
 • pseudo (pseudos = falsidade): pseudônimo
 • psico (psiqué = alma): psicologia
 • tele (têle = longe): telefone
 • termo (termós = calor): termômetro
 • tri (triás = três): tríade
 • zoo (zô-on = animal): zoológico
Lista de radicais latinos
 • agri (agri = campo): agricultura
 • alter (alter = outro): alternativa
 • ambi (ambi = ambos): ambidestro
 • audio (audire = ouvir): auditório
 • beli (bellum = guerra): bélico
Morfologia do Português
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 • bi (bis = duas vezes): bisavó
 • cídio (cidio = matar): suicídio
 • clar (clarus = claro): claridade
 • cruci (crux = cruz): crucificar
 • curv (curvus = curvo): curvilíneo
 • duo (duo = dois): dueto
 • equi (aequus = igual): equilátero
 • escri (scríbere = escrever): escrita
 • lac (lactis = leite): lácteo
 • loco (locus = lugar): locomover
 • loquo (lóquor = fala): ventríloquo
 • ludo (ludis = jogo): lúdico
 • mort (mortis = morte): mortandade
 • oni (omni = todo): onipresente
 • ped (pedis = pé): pedal
 • pisci (piscis = peixe): piscicultura
 • quadru (quattuor = quatro): quádruplo
 • tri (tres = três): tripé
 • uni (unus = um): uniforme
 • verm (vermis = verme): vermicida
Morfologia do Português
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SAIBA MAIS:
[[Saiba Mais]]: Quer se aprofundar mais sobre os 
processos de formação e estruturação das palavras da 
língua portuguesa? Recomendamos acessar a seguinte 
fonte de consulta e aprofundamento: Artigo “Prefixos 
e Sufixos gregos e latinos: uma proposta de ensino”. 
Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/
handle/10183/60667/000861827.pdf?sequence=1. Boa 
leitura e bons estudos!
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o conteúdo de estudo deste capítulo, 
vamos resumir o que vimos. Você deve ter aprendido 
que cada um dos elementos que formam as palavras, 
que fornecem noções de significado mínimo e são 
indecomponíveis denominam-se morfemas. Existem 
diferentes tipos de elementos mórficos na estrutura das 
palavras do nosso idioma: raiz, radical, tema: elementos 
básicos e significativos; afixos (prefixos, sufixos), desinência, 
vogal temática: elementos modificadores da significação; 
vogal de ligação, consoante de ligação: elementos de 
ligação ou eufônicos. No que se refere à formação das 
palavras, estudamos os dois tipos de processos: derivação 
(e seus casos específicos) e composição (por justaposição 
ou aglutinação). Ainda, conhecemos outros tipos de 
formação de palavras, entre elas siglas, abreviações 
vocabulares, hibridismos, neologismos e estrangeirismos, 
além de conhecermos o significado dos principais prefixos 
e sufixos de origemgrega e latina, bastante comuns na 
formação das nossas palavras. Em nossa próxima unidade 
letiva, seguiremos com o estudo da morfologia da língua 
portuguesa. Até lá!
Morfologia do Português
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/60667/000861827.pdf?sequence=1
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/60667/000861827.pdf?sequence=1
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REFERÊNCIAS
ALMEIDA, N. T. de. Gramática da língua portuguesa. São Paulo: 
Saraiva, 2009.
BEZERRA, R. Nova gramática da língua portuguesa para 
concursos. São Paulo: Método, 2013.
CIPRO NETO, P.; INFANTE, U. Gramática da língua portuguesa. 3. 
ed. São Paulo: Scipione, 2014.
CEGALLA, D. P. Novíssima gramática da língua portuguesa. 48. 
ed. São Paulo: IBEP, 2009.
CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português 
contemporâneo. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
LIMA, R.; KENEDY, E. Linguística II. v. 1. Rio de Janeiro: Fundação 
CECIERJ, 2013.
NORMA CULTA. Língua portuguesa em bom português. Disponível 
em: https://www.normaculta.com.br/prefixos/. Acesso em: 18 out. 2019.
WIKIPÉDIA. Morfologia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/
Morfologia_(linguística)#:~:text=A%20morfologia%20(“morf(o,estrutura%20
e%20formação%20das%20palavras. Acesso em: 15 jul. 2020.
Morfologia do Português
https://www.normaculta.com.br/prefixos/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Morfologia_(lingu%C3%ADstica)#:~:text=A morfologia (%5C%22morf(o,estrutura e forma%C3%A7%C3%A3o das palavras
https://pt.wikipedia.org/wiki/Morfologia_(lingu%C3%ADstica)#:~:text=A morfologia (%5C%22morf(o,estrutura e forma%C3%A7%C3%A3o das palavras
https://pt.wikipedia.org/wiki/Morfologia_(lingu%C3%ADstica)#:~:text=A morfologia (%5C%22morf(o,estrutura e forma%C3%A7%C3%A3o das palavras
Morfologia do 
Português
Débora Luiza da Silva 
Angela Francisca Mendez
	Morfologia: identificando morfemas, morfes e estrutura de palavras
	Conceito de morfema
	Conceito de morfe
	Estrutura das palavras
	Conhecendo a classificação e a função dos morfemas
	Raiz
	Radical
	Tema ou vogal temática
	Afixos 
	Prefixos
	Sufixos
	Desinências
	Vogal e consoante de ligação
	Analisando os processos de estrutura das palavras 
	Derivação
	Derivação prefixal (ou prefixação)
	Derivação sufixal (ou sufixação)
	Derivação regressiva
	Derivação imprópria
	Derivação parassintética (ou parassíntese)
	Composição
	Justaposição
	Aglutinação
	Outros processos de formação de palavras
	Hibridismo
	Onomatopeias
	Abreviação vocabular
	Siglonimização
	Radicais gregos e latinos
	Neologismos
	Empréstimos linguísticos
	Examinando as palavras primitivas e derivadas, simples e compostas
	O fenômeno que é a língua
	Palavras primitivas e derivadas 
	Palavras simples e compostas

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