Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Dica de simulação de julgamento em sala de aula Julgamento: Quando a sala de aula vira tribunal Abaixo o texto para fundamentar a situação e as orientações do andamento da aula O Animal Era uma maternidade pública daquelas em que as mulheres chegam, sabe Deus como ou de onde, sem nenhum preparo; sem pré-natal, sem condições sem dinheiro, sem saúde, sem alento, sem perspectivas. Até os médicos e enfermeiras tornaram-se desalentados. Afinal conviver diariamente com a miséria é suficiente para tornar a vida amarga. Mas, quis o destino que assim fosse: nasceram juntos, nessa mesma maternidade. Um porque a mãe não tinha onde cair morta, o outro porque se a mãe não fosse rapidamente socorrida cairia morta. E nasceram os dois de cesárea. E ainda assim, nasceram saudáveis, chorando forte, corados. Foram amamentados, pesados, medidos, esmiuçados e então devolvidos as respectivas mães. Foram amamentados, acarinhados, embalados e depois, um ficou na própria maternidade e o outro, assim que possível, transferido para casa de saúde particular. Um sozinho com a mãe solteira, o outro no seio de uma família agora aliviada das circunstâncias do nascimento em local tão impróprio. – Um acidente – diziam todos – Um acidente – dizia também a mãe solteira com o pequeno nos seios agarrado. Dois dias depois, cada qual seguiu seu destino, um, a favela; o outro o apartamento de frente para o mar. E ambos cresceram hígidos enquanto amamentados. Bonitos, saudáveis, risonhos. Depois, um já recebia outros alimentos que até sobravam, e o outro quando as tetas da mãe já não sustentavam, nem as sobras tinha para alimentar-se. E enquanto na casa de um os avós o disputavam, na favela a mãe desesperada não tinha mais com quem deixá-lo. E assim, num orfanato, acabou sendo abandonado. Cresceram, os anos passaram, um no seio da família, o outro no meio de estranhos e a ele ninguém se vinculava. Um superestimado, abençoado, o outro perdido, abandonado. Aos 6 anos, um matriculava-se no primeiro grau, o outro fugia com três pouco mais velhos para nunca mais voltar. Assim, enquanto um fazia da escola o caminho da sua vida, o outro fazia da vida na rua a sua escola. Um cada vez mais forte, saudável, o outro magrelo, perebento, desdentado. Enquanto um aprendia para alargar seus horizontes, o outro roubava estreitando cada vez mais o seu final. Os anos passavam e enquanto um ia galgando as escolas mais diferenciadas, o outro galgava os presídios mais apinhados. A seu modo cada qual recebia, dia a dia, mais e mais conhecimentos. Em pouco tempo, um usava a palavra como arma, e outro usava a arma como palavra. E, no exato dia em que se formava advogado, o outro empreendia mais uma fuga numa rebelião de presidiários E ambos se tornaram notórios, um como defensor incondicional da pena de morte, o outro usando a morte como forma incondicional de sobreviver. O inimigo público número um, o mais procurado. Um tornou-se juiz de direito, o outro, terrível juiz das vitimas das ruas escuras e desertas. Ambos com o destino dos outros nas mãos, um com o código de lei da sociedade, o outro com a lei da sociedade sem código. Até que certo dia se encontraram. Um bateu o martelo condenando, ao mesmo tempo que lamentava não haver pena de morte para imputar a tamanho animal. O outro, o animal, acuado, algemado, lamentando a vida que teria de novo na penitenciária. E ninguém nunca soube que, naquela maternidade pública, trinta anos atrás, eles haviam sido trocados. Atividade: O texto acima deixa subtendido que o rapaz denominado “animal”, recebeu do Juiz a prisão perpétua, já que não há pena de morte. Refaremos o julgamento do réu, para confirmar ou mudar a sentença dada: – Defesa: Elaborar um texto de defesa para o caso e estipular uma nova pena. – Acusação: Elaborar um texto de acusação para o caso e confirmar a pena ou estipular outra. Como fazer - Júri Simulado Júri simulado, como o nome diz, é a simulação de um tribunal judiciário, em que os participantes têm funções predeterminadas. Formam-se três grupos: dois grupos de debatedores (com mesmo número de pessoas) e uma equipe responsável pelo veredicto (o júri popular - com um número menor de componentes, entre três e seis alunos, de uma sala com 30, por exemplo). O papel do professor é o de coordenar a prática, delimitando o tempo para cada grupo defender sua tese e atacar a tese defendida pelo grupo oponente. O processo inicia-se com o lançamento do tema proposto pelo professor. Os alunos se preparam previamente para defender o tema com argumentos convincentes. Dar um tempo inicial para que os alunos socializem suas informações no grupo, antes do início do debate. A partir daí, ada grupo lança a sua tese inicial, defendendo seu ponto de vista na medida em que surjam réplicas e tréplicas. O professor, como coordenador da atividade, também pode lançar perguntas que motivem o debate, evitando fornecer respostas ou apoiar alguma das posições. Por fim, cada grupo tem um tempo para suas considerações finais. O júri popular, então, reúne-se para socializar seus apontamentos, feitos ao longo da atividade, e decretar o veredicto. Etapas: Tempo: · Socializar as ideias nos grupos - 10 min · Defesa da tese inicial - 10 min (5 min para cada grupo) · Debate entre grupos - 10 min · Considerações finais - 10 min (5 min para cada grupo) · Veredicto - 5 min Funções dos participantes: Juiz: Dirige e coordena o andamento do júri. Advogado de acusação: Formula as acusações contra o réu ou ré. Advogado de defesa: Defende o réu ou ré e responde às acusações formuladas pelo advogado de acusação. Testemunhas: Falam a favor ou contra o réu ou ré, de acordo com o que tiver sido combinado, pondo em evidência as contradições e enfatizando os argumentos fundamentais. Corpo de Jurados: Ouve todo o processo e a seguir vota: Culpado ou inocente, definindo a pena. A quantidade do corpo de jurados deve ser constituído por número ímpar (3, 5 ou 7). Público: Dividido em dois grupos da defesa e da acusação, ajudam seus advogados a preparar os argumentos para acusação ou defesa. Durante o júri, acompanham em silêncio. Passo a passo: Coordenador apresenta o assunto e a questão a ser trabalhada. Orientação para os participantes. Preparação para o júri. Juiz abre a sessão. Advogado de acusação (promotor) acusa o réu ou ré (a questão em pauta). Advogado de defesa defende o réu ou a ré. Advogado de acusação toma a palavra e continua a acusação. Intervenção de testemunhas, uma de acusação. Advogado de defesa retoma a defesa. Intervenção da testemunha de defesa. Jurados decidem a sentença, junto com o juiz. O público avalia o debate entre os advogados, destacando o que foi bom, o que faltou. Leitura e justificativa da sentença pelo juiz. Artigo tirado do site: http://www.mundojovem.com.br/dinamicas/como-fazer-um-juri-simulado http://www.mundojovem.com.br/dinamicas/como-fazer-um-juri-simulado
Compartilhar