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M UN DO D O TR AB AL H O: IN DI VÍ DU O E SO CI ED AD E Ár ea d o co nh ec im en to : Ci ên ci as H um an as e S oc ia is A pl ic ad as > EN SI N O M ÉD IO H um an as Ci ên ci as Angela Rama Gislane Azevedo Isabela Gorgatti Leandro Calbente Reinaldo Seriacopi M UN DO DO TRABALH O: IN DIVÍDUO E SOCIEDADE > EN SIN O M ÉDIO Área do conhecim ento: Ciências H um anas e Sociais Aplicadas Ciências H um anas 9 7 8 6 5 5 7 4 2 1 1 4 7 ISBN 978-65-5742-114-7 MANUAL DO PROFESSOR M UN DO D O TR AB AL H O: IN DI VÍ DU O E SO CI ED AD E Ár ea d o co nh ec im en to : Ci ên ci as H um an as e S oc ia is A pl ic ad as EN SI N O M ÉD IO H um an as H um an as H um an as H um an as Ci ên ci as Ci ên ci as Ci ên ci as Ci ên ci as CÓ DI GO D A CO LE ÇÃ O 02 15 P2 12 04 CÓ DI GO D O VO LU M E 02 15 P2 12 04 13 3 PN LD 2 02 1 • Ob je to 2 Ve rs ão su bm et id a à av al ia çã o M at er ia l d e di vu lg aç ão DIV-PNLD_21_3075-PRISMA-HUM-GIRA-MP-V1-Capa.indd All PagesDIV-PNLD_21_3075-PRISMA-HUM-GIRA-MP-V1-Capa.indd All Pages 16/04/21 17:2416/04/21 17:24 PRISMA 1a edição São Paulo – 2020 Ár ea d o co nh ec im en to : Ci ên ci as H um an as e S oc ia is A pl ic ad as > EN SI N O M ÉD IO > EN SI N O M ÉD IO H um an as Ci ên ci as Maria Angela Gomez Rama • Mestra em Ciências (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo (USP). • Bacharela e licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP). • Especialista em Ensino de Geografia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). • Licenciada em Pedagogia pela Universidade de Franca (Unifran-SP). • Formadora de professores. Atuou como professora no Ensino Fundamental e Médio das redes pública e privada e no Ensino Superior. Gislane Campos Azevedo Seriacopi • Mestra em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). • Professora universitária, pesquisadora e ex-professora de História do Ensino Fundamental e Médio nas redes pública e privada. Isabela Gorgatti Cruz • Bacharela em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP). • Especialista em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP). • Editora de livros didáticos. Leandro Calbente Câmara • Bacharel em História pela Universidade de São Paulo (USP). • Bacharel em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). • Mestre em Ciências (História Econômica) pela Universidade de São Paulo (USP). • Editor de livros didáticos. Reinaldo Seriacopi • Bacharel em Letras pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP). • Bacharel em Jornalismo pelo Instituto Metodista de Ensino Superior (IMS-SP). • Editor especializado na área de História. MANUAL DO PROFESSOR M UN DO D O TR AB AL H O: IN DI VÍ DU O E SO CI ED AD E D2-CH-EM-3075-V1-INICIAIS-001-009-LA-G21-AVU.indd 1D2-CH-EM-3075-V1-INICIAIS-001-009-LA-G21-AVU.indd 1 16/09/2020 03:5816/09/2020 03:58 Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada. Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33 Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375 Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à EDITORA FTD. Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Prisma : ciências humanas : mundo do trabalho : indivíduo e sociedade : ensino médio / Maria Angela Gomez Rama ... [et al.]. – 1. ed. – São Paulo : FTD, 2020. Área do conhecimento : Ciências humanas e sociais aplicadas Vários autores : Gislane Campos Azevedo Seriacopi, Isabela Gorgatti Cruz, Leandro Calbente Câmara, Reinaldo Seriacopi Bibliografia ISBN 978-65-5742-113-0 (Aluno) ISBN 978-65-5742-114-7 (Professor) 1. Ciências (Ensino médio) 2. Tecnologia I. Seriacopi, Gislane Campos Azevedo II. Cruz, Isabela Gorgatti III. Câmara, Leandro Calbente IV. Seriacopi, Reinaldo 20-44108 CDD-372.7 Índices para catálogo sistemático: 1. Ciências : Ensino médio 372.7 Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129 Copyright © Maria Angela Gomez Rama, Gislane Campos Azevedo Seriacopi, Isabela Gorgatti Cruz, Leandro Calbente Câmara e Reinaldo Seriacopi, 2020 Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira Direção editorial adjunta Luiz Tonolli Gerência editorial Flávia Renata Pereira de Almeida Fugita Edição João Carlos Ribeiro Junior (coord.) Bárbara Berges, Carolina Bussolaro, Maiza Garcia Barrientos Agunzi, Siomara Sodré Spinola Preparação e revisão de textos Maria Clara Paes (sup.) Danielle Costa, Diogo Souza Santos, Eliana Vila Nova de Souza, Felipe Bio, Fernanda Rodrigues Baptista, Graziele Cristina Ribeiro, Jussara Rodrigues Gomes, Kátia Cardoso da Silva, Lívia Navarro de Mendonça, Rita Lopes, Thalita Martins da Silva Milczvski, Veridiana Maenaka Gerência de produção e arte Ricardo Borges Design Daniela Máximo (coord.), Sergio Cândido Imagem de capa Dario Tironi Arte e Produção Vinicius Fernandes (sup.) Ana Suely Silveira Dobon, Karina Monteiro Alvarenga, Jacqueline Nataly Ortolan, Marcelo Saccomann (assist.) Diagramação C2 Artes Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno Koga Licenciamento de textos Érica Brambila, Bárbara Clara (assist.) Iconografia Priscilla Liberato Narciso, Ana Isabela Pithan Maraschin (trat. imagens) Ilustrações Alex Argozino, Alex Silva, Davi Augusto, Guilherme Ashtma, Gustavo Perg, Lassmar, Leandro Ramos, Nelson Provazi, Ricardo Sasaki, Sonia Vaz, Dacosta Mapas, Ericson Guilherme Luciano (cartografia) D2-CH-EM-3075-V1-INICIAIS-001-009-LA-G21-AVU.indd 2D2-CH-EM-3075-V1-INICIAIS-001-009-LA-G21-AVU.indd 2 16/09/2020 18:0316/09/2020 18:03 APRESENTAÇÃO Diariamente, somos bombardeados por notícias e informações na internet, na televisão, nos jornais, o que torna muito difícil entender o que acontece no mundo e identifi car aquilo que é signifi cativo para nós e que pode infl uenciar nosso cotidiano e impactar nossa comunidade. Se muitas vezes você tem a sen- sação de que não consegue analisar satisfatoriamente esse imenso volume de informações, saiba que não está sozinho. As Ciências Humanas e Sociais Aplicadas são uma ferramenta importante para nos ajudar a refl etir sobre o mundo em que vivemos. Os saberes desenvolvidos pela História, pela Geografi a, pela Sociologia e pela Filosofi a permitem mobilizar competências e habilidades fundamentais para o exercício do pensamento crítico, essencial para transformarmos as informações recebidas diariamente em conhe- cimentos capazes de nos ajudar a modifi car a realidade que nos cerca. Para auxiliá-lo nessa tarefa, selecionamos um conjunto de temas importan- tes para a compreensão dos tempos atuais. Por meio de textos, mapas, gráfi cos, tabelas, fotografi as e muitos outros documentos, você terá condições de interpre- tar e analisar criticamente não só a sua realidade, mas o mundo de uma maneira mais ampla. Com isso, esperamos ajudá-lo no exercício da cidadania e no desen- volvimento de práticas colaborativas que contribuam para a construção de uma sociedade mais justa, em busca do bem-estar coletivo. Esperamos oferecer o conhecimento necessário para você desenvolver uma visão crítica da realidade e se sentir seguro para adotar uma postura protagonista em seu dia a dia. Os autores D2-CH-EM-3075-V1-INICIAIS-001-009-LA-G21-AVU.indd 3D2-CH-EM-3075-V1-INICIAIS-001-009-LA-G21-AVU.indd 3 16/09/2020 03:5816/09/2020 03:58 10 UNIDADE 1 10 G U ST AV O P ER G Vamosfalar de trabalho? Quando você era criança, deve ter ouvido a pergunta “O que você quer ser quando crescer?”. E, provavelmente, mudou a resposta muitas vezes. Nas brincadeiras, também deve ter assumido diferentes papéis profissionais: professor, astronauta, cozi- nheiro, bombeiro etc. Hoje, você sabe que a escolha profissional depende não só da resposta que você dava quando era criança, mas de muitas outras coisas, desde identificar algo de que gosta até ter informações sobre oportunidades e sobre o contexto social e econômico do país. Nesta unidade, vamos discutir sobre as escolhas profissionais. 1. Você ou alguém que conhece exerce algu- ma dessas atividades de trabalho retrata- das nas imagens? Muitos jovens enfrentam obstáculos para tornar realidade a profissão de seus sonhos. Converse com os colegas sobre isso e liste esses obstáculos de acordo com as suas experiências. 2. No Brasil, muitos jovens que trabalham estão na informalidade, ou seja, sem seus direitos trabalhistas. Isso acontece em sua comuni- dade? Se sim, quais atividades se destacam nessa informalidade? Quais são os problemas enfrentados pelos trabalhadores informais? NÃO ESCREVA NO LIVRO D3-CH-EM-3075-V1-U1-C1-010-027-LA-G21-AVU.indd 10D3-CH-EM-3075-V1-U1-C1-010-027-LA-G21-AVU.indd 10 15/09/2020 16:5315/09/2020 16:53 NOVAS FORMAS DE TRABALHO O mundo do trabalho vem se transformando de forma acelerada nas últimas décadas. O trabalho fixo, com registro em carteira, vem diminuindo, enquanto novas relações profissionais ganham força. Além disso, refor- mas nas leis trabalhistas modificam os direitos e deveres dos trabalhadores. Nesse cenário, nem sempre o trabalhador tem conhecimento de todos os seus direitos e das regras das novas formas de trabalho. Este projeto (dividido em etapas nos finais dos capítulos 1 a 4) propõe a busca de informações sobre a situação do mundo do trabalho atual para divulgá-las à comunidade. Para isso, serão produzidas uma oficina e uma cartilha. 1111 D3-CH-EM-3075-V1-U1-C1-010-027-LA-G21-AVU.indd 11D3-CH-EM-3075-V1-U1-C1-010-027-LA-G21-AVU.indd 11 15/09/2020 16:5315/09/2020 16:53 6 CAPÍTULO Os primórdios da indústria ■ Homem bebe suco enquanto utiliza óculos de realidade virtual, em 2017. Muitos dos objetos que utilizamos e dos alimentos que consumimos no nosso cotidiano passam por processos industriais. Olhe a fotografia com atenção. Você consegue identificar algum elemento que não tenha passado por um processo industrial? Pode ser que você responda: a laranja utilizada para fazer o suco. Contudo, para a laranja chegar até o consumidor, máquinas devem ter sido usadas em seu plantio, agricultores devem ter utilizado fertilizantes durante o cultivo e, uma vez colhida, a laranja deve ter sido transportada por cami- nhões até os centros de vendas. Ou seja, diferentes tipos de máquinas e insumos foram utilizados ao longo de todo esse processo. Se o processo industrial envolvido no consumo de um suco de laranja pode passar despercebido, o mesmo não acontece com outros objetos da fotografia, como o fogão, a geladeira, a mesa, o copo e os óculos de realidade virtual que o homem está usando. Todos eles, por mais diferentes que sejam, foram produzidos em larga escala por alguma indústria do Brasil ou do exterior. Países como Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália, China, Alemanha, Japão e Brasil são hoje algumas das nações mais industria- lizadas do planeta. Suas indústrias movimentam parte significativa da economia mundial; muitas delas têm ações negociadas nas bolsas FR AN CK RE PO RT ER /E +/ G ET TY IM AG ES Consultar as Orientações para o professor para obter mais informações sobre o capítulo e sobre o trabalho com as atividades. 98 D3-CH-EM-3075-V1-U3-C6-098-115-LA-G21.indd 98D3-CH-EM-3075-V1-U3-C6-098-115-LA-G21.indd 98 15/09/20 01:2715/09/20 01:27 O trabalho infantil põe em risco a saúde física e emocional de crianças e adolescentes. Para refletir sobre essa questão, veja o texto e a imagem a seguir. O primeiro é o relato de infância de um ex-trabalhador infantil, Allan da Cruz. O segundo é um grafite do artista plástico Tinho (Walter Nomura, nascido em 1973), que, de forma poética e crítica, representou o abandono e a solidão da infância brasileira. Após analisar os dois documentos com atenção, responda ao que se pede. Comecei acompanhar minha mãe desde os 6 anos porque não tinha com quem ficar enquanto ela trabalhava. No início eu ficava só olhando e brincando entre as panelas. Aos 12 comecei a entregar as quentinhas para a clientela e desde então não parei mais. Fiz e faço isso para poder ajudar nas despesas de casa, mas posso dizer que não soube o que foi infância e cheguei até ficar reprovado devido à falta de tempo para revisar as disciplinas vistas em sala de aula. COSTA, C.; ARAÚJO, G. Infância perdida: criança chega a trabalhar até 10h por dia no Piauí. G1, Piauí, 31 jul. 2014. Disponível em: http://g1.globo. com/pi/piaui/noticia/2014/07/infancia-perdida-crianca-chega-trabalhar-ate-10h-por-dia-no-piaui.html. Acesso em: 13 jul. 2020. DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS> ■ Grafite do artista plástico Tinho (Walter Nomura) em Curitiba (PR), 2015. 1. Em seu depoimento, Allan da Cruz afirma que o trabalho infantil o prejudicou nos estudos. Em grupo, discuta com seus colegas outros impactos que o traba- lho infantil pode acarretar à vida de uma criança ou de um adolescente. 2. Em grupo, observem atentamente o grafite. Juntos, procurem refletir sobre a mensagem que o artista procurou transmitir por meio dessa obra e quais elementos ele usou para isso. Comentem a impressão que a obra causou, tanto em termos estéticos como emocionais. Em seguida, produzam um relato oral sobre as conclusões do grupo. 3. Tomando como ponto de partida o trabalho infantil, elabore uma produção artística que traduza sua reflexão a respeito do assunto. Pode ser uma pintura, uma música, uma charge, ilustração, crônica, conto, repente, performance ou outro tipo de produção que você aprecie. Em data determinada pelo professor, apresente o resultado para seus colegas, não deixando de contar como foi seu processo de criação. NÃO ESCREVA NO LIVRO TI N H O 60 D3-CH-EM-3075-V1-U2-C3-046-061-LA-G21.indd 60D3-CH-EM-3075-V1-U2-C3-046-061-LA-G21.indd 60 15/09/20 03:3315/09/20 03:33 Abertura dos capítulos Todos os capítulos iniciam-se com algum assunto do presente, para que você possa começar a entender como as Ciências Humanas e Sociais Aplicadas se relacionam com o seu cotidiano. Atividades Conjunto de atividades que aparece ao final de muitos capítulos. É o momento em que você aplica os saberes apreendidos e exercita sua reflexão a respeito de diferentes temas estudados. Linguagens e leituras Esta atividade trabalha habilidades de leitura e interpretação de diferentes tipos de documentos, como mapas, gráficos, tabelas, charges, fotografias, textos impressos etc. Muitas vezes, você será convidado a relacionar informações em documentos distintos. A seção encontra-se no meio dos capítulos, mas pode aparecer também ao final deles. Abertura das unidades Texto e imagem apresentam o tema central da unidade. Também encontram-se perguntas que auxiliam na reflexão sobre o assunto. Muitas imagens presentes nas aberturas são trabalhos de artistas plásticos contemporâneos. Todos os volumes estão divididos em quatro unidades, e cada unidade tem dois capítulos. Nossa comunidade Por meio desta seção, você e seus colegas desenvolverão um projeto que impactará a comunidade em que vivem. É o momento de exercerem o protagonismo. São dois projetos por livro, cada um composto de quatro etapas que aparecem ao final de cada capítulo. Esta coleção é composta de seis volumes. A seguir, apresentaremos algumas das principais características das obras. Este ícone aparece junto das atividades em que é proposto o trabalho em grupo. NÃO ESCREVA NO LIVROATIVIDADES> Observeo mapa a seguir, que apresenta informações sobre o número de horas de trabalho semanal estabelecido por leis em diver- sos países. Em seguida, responda às questões de 1 a 3. Mundo: horas de trabalho semanal estabelecidas por lei, 2017 Fonte: ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT) apud CUÁLES son los países donde la gente trabaja más y menos horas semanales (y qué quieren cambiar en Chile). BBC News Mundo, 21 ago. 2019. Disponível em: https://www.bbc.com/mundo/noticias-49411425. Acesso em: 6 jul. 2020. Trópico de Capricórnio Trópico de Câncer Equador M er id ia no d e G re en w ic h Círculo Polar Antártico Círculo Polar Ártico 0° 0° OCEANO ÍNDICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO 0 2600 Menos de 40 40 De 41 a 47 48 ou mais Sem limite Sem dados disponíveis Horas de trabalho semanal D AC O ST A M AP AS 1. Alguns países, indicados em verde-escuro no mapa, não possuem limite de horas trabalhadas semanalmente. Nos Estados Unidos, um desses países, o padrão é de 40 horas semanais, porém não existe limite jurídico de horas extras. a) Em sua opinião, a ausência de limite de horas semanais é um aspecto positivo ou negativo? b) Isso poderia ser aplicado no Brasil? Pense na nossa realidade e justifique. 2. Onde se situam os países com maior número de horas semanais trabalha- das? Com base em seus conhecimentos e no mapa, aponte uma hipótese para essa situação. 3. Pelo mapa, os brasileiros trabalham em média entre 41 e 47 horas semanais. A esse respeito, pesquise o limite de horas permitido por lei no Brasil e procure descobrir se a lei é realmente cumprida. NÃO ESCREVA NO LIVRO 110 D3-CH-EM-3075-V1-U3-C6-098-115-LA-G21-AVU.indd 110D3-CH-EM-3075-V1-U3-C6-098-115-LA-G21-AVU.indd 110 15/09/2020 19:0515/09/2020 19:05 CONHEÇA SEU LIVRO D2-CH-EM-3075-V1-INICIAIS-001-009-LA-G21-AVU.indd 4D2-CH-EM-3075-V1-INICIAIS-001-009-LA-G21-AVU.indd 4 16/09/2020 03:5816/09/2020 03:58 INVESTIGAÇÃO> Os desafios do mundo do trabalho O ingresso no mundo do trabalho pode ser um grande desafio. Como vimos, muitos jovens enfrentam dificuldades para ingressar no mercado de trabalho e permanecer empregados. Isso se reflete no crescimento do número de jovens que se encontram no grupo identificado como jovens que nem estudam nem trabalham. Em 2016, 21,3% dos jovens estavam nessa situação. Esse número saltou para 23% em 2019. Para refletir sobre esse momento e pensar em estratégias que auxi- liem a superar esse desafio, vamos aplicar a metodologia de grupo focal. Essa metodologia envolve a produção de dados qualitativos sobre um problema. Para isso, o pesquisador seleciona um grupo de pessoas, que será reunido para discutir o problema escolhido. A ideia é que o grupo compartilhe suas ideias e impressões com base em um roteiro proposto pelos moderadores. Dessa forma, o grupo focal pos- sibilita a produção coletiva de conhecimento sobre a realidade e abre caminho para decisões que possam transformar o mundo em que vive. Para isso, siga o roteiro: NÃO ESCREVA NO LIVRO ETAPA 1 A primeira etapa do trabalho é a seleção do problema e a formação do grupo focal. Nessa etapa, há dois problemas centrais que podem ser escolhidos pelo grupo: • As expectativas com o ingresso no mundo do trabalho. • As experiências de quem já ingressou no mundo do trabalho. ETAPA 2 Depois que cada grupo escolher um problema para ser trabalhado, a segunda etapa consiste na escolha dos moderadores da conversa. Caberá a eles a preparação do roteiro a ser seguido. A proposta é criar um roteiro com os temas que serão discutidos durante o grupo focal. Mas fiquem atentos para não elaborar questões fechadas. A proposta do grupo focal não é realizar uma entrevista, mas criar um espaço no qual o grupo possa socializar ideias e impressões, de modo a produzir novos conhecimentos sobre o tema. Assim, o roteiro pode elencar alguns temas gerais que organizarão a conversa do grupo. Além disso, durante a conversa, é importante que os moderadores apresentem novos questionamentos para estimular e enriquecer a discussão. Exemplos de questionamentos que podem ser feitos: Como você se preparou para ingressar no mundo do tra- balho? Você contou com o apoio da família? Quais foram as principais dificuldades encontradas? Quais são as suas expectativas relativas ao ingresso no mundo do trabalho? Como você se prepara para o primeiro emprego? De que forma sua experiência escolar ajuda nesse processo? Esses são apenas alguns exemplos para vocês se organizarem, uma vez que, para o sucesso da metodologia, é importante criar questionamentos que ajudem a refletir sobre a realidade e as preocupações de sua comunidade. 42 D3-CH-EM-3075-V1-U1-C2-028-045-LA-G21-AVU.indd 42D3-CH-EM-3075-V1-U1-C2-028-045-LA-G21-AVU.indd 42 15/09/2020 17:1115/09/2020 17:11 ETAPA 3 Após a seleção do moderador e a preparação do roteiro, é hora de organizar o grupo focal. A metodologia deverá ser aplicada com outro grupo da sala de aula. Para isso, selecio- nem um grupo que trabalha com um tema diferente do seu. Organizem-se de modo que a conversa possa ser realizada de forma tranquila e com o envolvimento de todos. O moderador pode utilizar o roteiro como ponto de partida e propor novos questionamentos para enriquecer o debate. Além de participar ativamente da discussão, socializando suas ideias e impressões, é importante registrar a conversa. Esse registro pode ser feito por meio de gravação, filmagem ou mesmo anotando informações no caderno. Para garantir que as informações não se percam, é necessário selecionar quem ficará responsável pelo registro. ETAPA 5 A quinta etapa do trabalho consiste na análise do material. Essa etapa deve ser realizada por todo o grupo, visando à identificação dos principais temas que foram discutidos. A proposta é utilizar essas informações para analisar o problema do ingresso no mundo do trabalho, bem como pensar em ideias que possam ajudar os jovens a enfrentar os inúmeros desafios que surgem nessa etapa da vida. Nesse momento, é possível pesquisar dados e informações sobre o traba- lho no Brasil e no mundo, especialmente dados sobre as principais atividades desempenhadas por jovens ou que os ajudem a compreender os desafios e pro- blemas que surgem durante a busca pelo primeiro emprego. Tais informações complementam as discussões produzidas durante a realização do grupo focal. De forma coletiva, sintetizem as ideias principais para a preparação do mate- rial final da atividade. ETAPA 6 A etapa final do projeto consiste na criação de uma live para discutir as experiências e ideias produzidas nas etapas anteriores. Essa é uma forma de disseminação de ideias e informações que vem ganhando importância no mundo atual e que possibilita a socialização de conhecimento de forma rápida e democrática. A proposta da live é discutir o problema central trabalhado no grupo focal e apresentar ideias que possam ajudar outros jovens da comunidade a lidar com a questão do ingresso no mundo do trabalho. Assim, é importante pensar previamente como organizar a live e como cada membro do grupo pode participar da atividade. Além disso, é importante retomar as informações organizadas na etapa anterior para apresentá-las de forma didática e organizada durante a transmissão ao vivo. Para a produção da live são necessários recursos simples, como câmeras de computadores ou de aparelhos celulares conectados à rede de internet. Existem programas gratuitos que podem ser utilizados para a produção da apresentação. Depois de selecionar os melhores recursos, basta divulgar nas redes sociais a data da apresentação e compartilhar as ideias com o público. Ao final, elaborem um texto que explore as principais dificuldades e desafios enfrentados pelos jovens para ingressar no mundo do trabalho que foram identificados com a aplicação da metodologia do grupo focal. Também devem constarno texto informações sobre como essa metodologia pode ajudar a superar tais dificuldades. ETAPA 4 Depois de encerrada a conversa, é necessário organizar as informações registradas. Caso o grupo focal tenha sido gravado ou filmado, é impor- tante transcrever as ideias principais. Se as informações foram anotadas, é necessário organizar o texto de forma clara. Para garantir a organização dessa etapa, é importante selecionar pre- viamente quais integrantes do grupo ficarão responsáveis por essa tarefa. 43 D3-CH-EM-3075-V1-U1-C2-028-045-LA-G21.indd 43D3-CH-EM-3075-V1-U1-C2-028-045-LA-G21.indd 43 14/09/20 23:2714/09/20 23:27 Quero Trampo: um aplicativo para conectar trabalho a pessoas Você ou alguém que conhece já colocou uma pastinha embaixo do braço e saiu pelas ruas entregando currículos? Ou buscou vagas em plataformas de empregos na internet? Procurar um trabalho não é fácil, principalmente para os jovens, que não têm formação especializada nem experiência em trabalhos anteriores. Além disso, muitas vezes sem dinheiro para pagar a condução, os jovens enfrentam dificuldade para se deslocar aos locais onde são realizadas entrevistas ou processos seletivos. Sabendo dessas dificuldades, Flávia Rodrigues e seus colegas desen- volveram um aplicativo para conectar quem está em busca de trabalho às oportunidades na própria comunidade onde moram – Paraisópolis, na cidade de São Paulo, onde mora Flávia. O app auxilia os moradores da comunidade a formular os próprios currículos e conectá-los a vagas com- patíveis oferecidas por empresas parceiras. O aplicativo, chamado Quero Trampo, foi premiado, e Flávia ganhou a oportunidade de apresentá-lo em um evento promovido pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, dando visibilidade ao trabalho, a fim de conseguir apoiadores. Não é a primeira vez que Flávia vê seu trabalho reconhecido e pre- miado. Isso também aconteceu no Ensino Médio, quando ganhou um concurso de redação, incentivada por sua professora Cida, de Língua Portuguesa. Leia o que Flávia disse sobre esse momento: ■ Vista aérea de Paraisópolis, em São Paulo (SP), 2020. Essa comunidade tem uma população de mais de 100 mil habitantes, dos quais cerca de 30% são jovens de 15 a 29 anos. DIÁLOGOS> EU TAMBÉM POSSO> 148148 D3-CH-EM-3075-V1-U4-C8-132-151-LA-G21.indd 148D3-CH-EM-3075-V1-U4-C8-132-151-LA-G21.indd 148 15/09/20 02:5715/09/20 02:57 “Isso mudou a minha vida, porque comecei a acreditar mais em mim” [...]. “Sem uma Cida, Francisca, Júlia na minha vida eu não teria essa chave de virada. Não é fácil você não ter apoio familiar e tantos problemas e conseguir saber o que quer fazer. Mas eu sempre tive essas pessoas de fora que sempre me apoiaram” [...]. KOMUKAI, D. Jovem de Paraisópolis cria app que mapeia empregos na quebrada e vai ao MIT. Ecoa, [São Paulo], 16 dez. 2019. Disponível em: https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2019/12/16/jovem-cria- aplicativo-para-mapear-empregos-em-paraisopolis.htm. Acesso em: 19 jun. 2020. 1. Antes da ideia de desenvolver o aplicativo, Flávia e seus colegas fizeram uma pesquisa para descobrir o que mais preocupava os moradores de Paraisópolis. Os problemas mais citados foram desemprego e lixo. No lugar onde você mora, o que mais preocupa as pessoas? Em grupo, vocês vão fazer um levantamento com os moradores do bairro ou da comuni- dade. Se não for possível, façam um levantamento com familiares e/ou conhecidos. Em sala de aula e com a ajuda do professor de Matemática, tabulem os dados para verificar e analisar as respostas. 2. Dos problemas levantados na sua comunidade, escolham um para pensar em uma solução ou soluções que envolvam tecnologias da informação e comunicação. Se vocês pensarem em um aplicativo, por exemplo, podem desenvolver apenas a ideia e não o aplicativo em si. 3. Vivendo em uma família de 13 irmãos, Flávia precisava trabalhar durante o Ensino Médio. Muitas vezes, faltava à escola para cuidar dos irmãos ou porque estava cansada. No entanto, ela contou com o apoio de pessoas que a incentivaram, como seus professores. Em sua opinião, qual é a importância de uma rede de apoio – instituições, familiares ou amigos – para os jovens de Ensino Médio não desistirem dos estudos? ■ Flávia Rodrigues, cocriadora do aplicativo Quero Trampo, em Paraisópolis, São Paulo (SP), 2019. ALEXANDRE SCHNEIDER/GETTY IMAGES 149149 ARQUIVO PESSOAL D3-CH-EM-3075-V1-U4-C8-132-151-LA-G21-AVU.indd 149D3-CH-EM-3075-V1-U4-C8-132-151-LA-G21-AVU.indd 149 15/09/2020 23:0215/09/2020 23:02 A grande concentração de capitais impulsionou fusões e incorpo- rações de empresas, favorecendo o aparecimento de conglomerados industriais e a formação de monopólios e oligopólios em muitos setores da economia dos países industrializados. Durante muito tempo, a atividade industrial se concentrou nos países que primeiro se industrializaram (Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica e Itália, na Europa; Rússia e Japão, na Ásia; e Estados Unidos, na América), proporcionando-lhes posição de destaque e supremacia na economia mundial. Essa concentração provocou grande desigualdade no comér- cio global, já que esses países exportavam produtos industrializados de elevado valor agregado e importavam matérias-primas e produtos agrí- colas de baixo valor agregado dos países não industrializados. Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), muitas das grandes cor- porações tornaram-se empresas multinacionais, que, em busca de mão de obra barata, de matéria-prima e de mercados consumidores, instala- vam-se em diversos países, especialmente na América Latina e na Ásia, contribuindo para expandir a industrialização. Países como Brasil, México, Argentina, África do Sul, Índia e Coreia do Sul passaram a produzir mais e a exportar produtos industrializados, deixando de ser, exclusivamente, exportadores de produtos primários. Nesses países, ocorreu um processo que ficou conhecido como industrialização tardia, pois aconteceu cerca de 200 anos depois da Primeira Revolução Industrial. Essas novas rela- ções caracterizaram a Nova Divisão Internacional do Trabalho. Posteriormente, outros países, como China, Tailândia, Malásia, Indonésia, Vietnã e Chile, também se transformaram em importantes polos industriais. Os países que primeiro se industrializaram, no entanto, continuaram concentrando o desenvolvimento de inovações e indústrias de alta tecnologia, como informática, química fina, robótica, biotecnologia, aeroespacial e telecomunicações, as chamadas indústrias de ponta, que empregam muito capital e mão de obra qualificada no processo produtivo. NÃO ESCREVA NO LIVRO> DE MÃOS DADAS • Quais foram os impactos econômicos e sociais da industrialização brasi- leira impulsionada pelas multinacionais? Por que o país não realizou sua própria industrialização?própria industrialização? ■ A imagem mostra a sede da G.E. (General Electric Company) em Schenectady (Estados Unidos), no fim do século XIX. Fundada em 1892, nos Estados Unidos, a G.E. é um conglomerado industrial. Monopólio Uma única empresa domina a oferta de determinado produto ou serviço, situação que garante a imposição de preço pela ausência de concorrência. A maioria dos países possui leis para impedir o domínio de mercado por uma empresa. Oligopólio Conjunto de empresas que domina o mercado de determinado produto, impondo preços e eliminando a concorrência por meio da aquisição de pequenas empresas. Valor agregado Valor adicional que adquirem os bens e serviços ao serem transformados durante o processo produtivo. Multinacional Empresa que possui matriz no país de origem e filiais espalhadas pelo mundo. THE READING ROOM/ALAMY/FOTOARENA 121 D3-CH-EM-3075-V1-U4-C7-116-131-LA-G21.indd 121D3-CH-EM-3075-V1-U4-C7-116-131-LA-G21.indd 121 15/09/20 02:0515/09/20 02:05 As ações afirmativas Ao longo das últimas décadas, algumas ações vêm sendo postas em prática, tantopelos governos municipais, estaduais e federal quanto pela iniciativa privada, com o objetivo de corrigir as desigualdades sociais. Essas medidas, conhecidas como ações afirmativas, visam promover a igualdade de oportunidades entre grupos desprivilegiados da socie- dade, bem como combater as discriminações que recaem sobre eles. Um exemplo de ação afirmativa foi a aprovação, em 2012, da lei no 12 711, conhecida como Lei de Cotas, que modificou o acesso dos estu- dantes às universidades federais e institutos federais de educação. Essa lei era uma antiga reivindicação do movimento negro brasileiro do país. De modo geral, a lei garante a reserva de 50% das matrículas por curso e por turno a estudantes oriundos das escolas públicas de Ensino Médio. A Lei de Cotas contempla pessoas de baixa renda, pretos, pardos, indígenas e, desde 2017, pessoas com deficiência. Em 2001, apenas 2% dos estudantes universitários eram negros. Em 2018, dados do IBGE revelaram que, pela primeira vez na história do Brasil, os negros eram maioria nos cursos das universidades públicas, totalizando 50,3% dos estudantes. > LEITURA DE IMAGEM NÃO ESCREVA NO LIVRO O gráfico compara a porcentagem de tempo gasto em diferentes afazeres domésticos por homens e mulheres que levam uma vida conjugal. Baseando-se na leitura do gráfico, responda: 1. O que é possível observar a respeito da divisão das tarefas domésticas entre homens e mulhe- res? Em sua opinião, por que isso acontece? 2. O que poderia ser feito para haver um equilíbrio na divisão do tempo dispensado aos afazeres domésticos? Como você pode ajudar nesse sentido? Tempo gasto por homens e mulheres nos afazeres domésticos conforme a atividade, 2018 0 20 40 60 80 100 Preparar ou servir alimentos Cuidar da limpeza ou manutenção de roupas e sapatos Tempo (em minutos) Fazer pequenos reparos ou manutenção do domicílio, do automóvel, de eletrodomésticos Limpar ou arrumar o domicílio, a garagem, o quintal ou o jardim 57,1 97,9 49,5 94,4 66,7 31,4 66,8 85,1 Homens Mulheres Fonte: MULHERES dedicam mais horas aos afazeres domésticos e cuidado de pessoas, mesmo em situações ocupacionais iguais às dos homens. Agência IBGE Notícias, 26 abr. 2019. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge. gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/ releases/24266-mulheres-dedicam-mais-horas-aos-afazeres- domesticos-e-cuidado-de-pessoas-mesmo-em-situacoes- ocupacionais-iguais-a-dos-homens. Acesso em: 13 jul. 2020. SO N IA V AZ 57 D3-CH-EM-3075-V1-U2-C3-046-061-LA-G21.indd 57D3-CH-EM-3075-V1-U2-C3-046-061-LA-G21.indd 57 15/09/20 03:3315/09/20 03:33 ABC da greve Direção: Leon Hirszman. Brasil, 1990. DVD (75 min). Esse documentário de longa-metragem retrata a greve dos metalúrgicos do ABC paulista no final da década de 1970, com imagens de época e depoimentos de trabalhadores e lideranças sindicais. Cabra marcado para morrer Direção: Eduardo Coutinho. Brasil, 1984. DVD (119 min). Esse documentário, também de longa-metragem, trata do assassinato do líder da Liga Camponesa de Sapé (PB), João Pedro Teixeira, por ordem de latifundiários da região. Domésticas Direção: Fernando Meirelles. Brasil, 2001. DVD (90 min). Essa comédia, baseada em uma peça de teatro, acompanha a vida de cinco mulheres que trabalham como empregadas domésticas. Que horas ela volta? Direção: Anna Muylaert. Brasil, 2015. DVD (152 min). O filme narra os conflitos gerados pela chegada da filha de uma empregada doméstica à casa dos patrões da mãe. A moça, que não via a mãe há treze anos, veio de Pernambuco para São Paulo a fim de prestar vestibular e não se encaixa no protocolo que era esperado para ela dentro da casa. OIT Brasília Disponível em: https://www.ilo.org/brasilia/lang--pt/index.htm. Acesso em: 13 jul. 2020. Trata-se da página brasileira da OIT, órgão das Nações Unidas que tem por missão “promover oportunidades para que homens e mulheres possam ter acesso a um trabalho decente e produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade”. Unicef Disponível em: https://data.unicef.org/. Acesso em: 13 jul. 2020. O site do Fundo das Nações Unidas para a Infância oferece dados sobre o trabalho infantil em todo o mundo. Em inglês. Olhos d’água Conceição Evaristo. Rio de Janeiro: Pallas, 2014. Nesse livro de contos de Conceição Evaristo, que nasceu numa comunidade de Belo Horizonte (MG) e trabalhou como empregada doméstica, as personagens, muitas vezes, são trabalhadores informais e sem proteção das leis trabalhistas. 81 D3-CH-EM-3075-V1-U2-C4-062-081-LA-G21.indd 81D3-CH-EM-3075-V1-U2-C4-062-081-LA-G21.indd 81 15/09/20 04:1915/09/20 04:19 A servidão também é uma relação de trabalho que não se baseia no pagamento daquele que trabalha, mas na submissão de um grupo social a outro em troca de proteção. Os servos perdem parte de suas liberdades e passam a ser obrigados a tra- balhar para seus senhores. Uma diferença fundamental entre servo e escravizado é que o primeiro não é considerado propriedade, tendo mais autonomia que o segundo. Muitas sociedades criaram relações de servidão, sendo o feudalismo na Europa um dos modelos mais conhecidos dessa relação de trabalho. Nessa sociedade, os servos eram formados por camponeses que se sub- metiam ao poder dos senhores feudais, indivíduos que controlavam grandes propriedades de terra, os feudos. Esses senhores protegiam os servos de inva- sões e conflitos, mas exploravam sua força de trabalho por meio da cobrança de impostos e obrigações variadas. Atualmente, a escravidão e a servi- dão são formas de trabalho consideradas ilegais por organismos internacionais, já que violam direitos humanos e subme- tem a grande violência aqueles que são obrigados a trabalhar nessas condições. Porém, ainda existem muitos exemplos de indivíduos sub- metidos a condições de trabalho análogas à escravidão em muitas partes do mundo, inclusive no Brasil. Feudalismo Sistema de organização social que se desenvolveu em regiões da Europa entre os séculos IX e XIV. ■ LIMBURG BROTHERS. Les tres riches heures du Duc de Berry. c. 1416. Iluminura. 13,5 × 15,5 cm. Iluminura francesa que ilustra o trabalho servil na colheita de feno por volta de 1416. Chantilly (França). M U SE U C O N D É, C H AN TI LL Y, F RA N ÇA . F O TO : A KG -IM AG ES /A LB U M /F O TO AR EN A NÃO ESCREVA NO LIVRO> MEUS ARGUMENTOS • Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que mais de 40 milhões de pessoas vi- viam em regimes análogos à escravidão em 2018. Pesquise informações sobre ações tomadas por governos, organizações internacionais, empresas, associações e grupos da sociedade civil para combater esse tipo de situação e reflita em sala de aula como é possível engajar sua comunidade de modo a ajudar nesse combate. 31 D3-CH-EM-3075-V1-U1-C2-028-045-LA-G21.indd 31D3-CH-EM-3075-V1-U1-C2-028-045-LA-G21.indd 31 14/09/20 23:2714/09/20 23:27 De mãos dadas Atividades que relacionam temas do capítulo com sua realidade, como seus amigos, sua escola, seu bairro, seu município etc. Aparece de forma aleatória nos capítulos. Saiba mais Aqui você encontra sugestões de filmes, sites, vídeos, podcasts, livros e outros materiais que ampliam os saberes explorados nas unidades. Leitura de imagem Atividade de leitura e análise de mapas, gráficos, charges e outras linguagens imagéticas. Aparece de forma aleatória nos capítulos. Eu também posso Esta seção apresenta exemplos de jovens que exerceram o protagonismo e promoveram mudanças na comunidade em que vivem. O texto vem acompanhado de atividades que exploram, entre outros itens, suas competências socioemocionais. Esta seção aparece duas vezes por volume. InvestigAção Esta seção estimula o pensamento crítico. Aliando criatividade com diferentes práticas de pesquisa, você será convidado a solucionar problemas e desafios relacionados ao seu cotidiano. Estaseção aparece duas vezes por volume. Glossário As palavras destacadas nos textos ganham uma explicação aprofundada no glossário. Meus argumentos Momento em que você expõe suas ideias, pois esta seção explora sua capacidade de analisar, refletir e argumentar a respeito de determinado assunto. Aparece de forma aleatória nos capítulos. D2-CH-EM-3075-V1-INICIAIS-001-009-LA-G21-AVU.indd 5D2-CH-EM-3075-V1-INICIAIS-001-009-LA-G21-AVU.indd 5 16/09/2020 04:1116/09/2020 04:11 Vamos falar de trabalho? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 UNIDADE 1 > CAPÍTULO 1 Minhas escolhas . . . . . . . . . . . 12 Trabalho e profissão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 O difícil momento da escolha profissional . . . . . 14 Realidade do jovem hoje . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Foco nas habilidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Como aprendiz, eu posso! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Lei do Aprendiz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20 Formação técnica ou universitária? . . . . . . . . . . . . . . 21 Empreendedor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 É possível prever o trabalho no futuro? . . . . . . . . .24 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26 Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 > CAPÍTULO 2 O mundo do trabalho . . . . 28 Formas de trabalho ao longo do tempo (assalariado, escravidão, servidão) . . . . . . . . . . . . . . .29 Escravidão e servidão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30 Condições de trabalho na atualidade . . . . . . . . . . . . 32 A precarização do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 A uberização do trabalho no mundo contemporâneo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36 Empreendedorismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38 Trabalho decente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39 Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 InvestigAção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42 Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 Saiba mais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45 O trabalho no Brasil . . . . 46 UNIDADE 2 > CAPÍTULO 3 O mercado de trabalho no Brasil e suas desigualdades . . . . . . . . . . . . . . . 48 Tempo é dinheiro? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49 O trabalho entre os indígenas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 Escravidão indígena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Africanos escravizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 A mão de obra escravizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 Desigualdades étnico-raciais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .54 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 Desigualdade entre homens e mulheres . . . . . . .56 As ações afirmativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 Os idosos e o mercado de trabalho . . . . . . . . . . . . . . .58 O combate ao trabalho infantil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .59 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 > CAPÍTULO 4 Conquistas trabalhistas no Brasil . . .62 O trabalho livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .63 A substituição da mão de obra escravizada pela assalariada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 O operariado na industrialização brasileira . . .65 As primeiras greves . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .66 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 Consolidação das Leis do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . .68 O sindicalismo na Era Vargas (1930-1945) . . . . . . . . . . .69 Trabalhadores rurais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 O papel dos sindicatos entre 1975 e 1980 . . . . . . 71 A Reforma Trabalhista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 Os impactos da Reforma de 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 InvestigAção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 Saiba mais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 SUMÁRIO D2-CH-EM-3075-V1-INICIAIS-001-009-LA-G21-AVU.indd 6D2-CH-EM-3075-V1-INICIAIS-001-009-LA-G21-AVU.indd 6 16/09/2020 03:5816/09/2020 03:58 O trabalho e a Revolução Industrial . . . 82 UNIDADE 3 > CAPÍTULO 5 O trabalho sempre foi igual?. . . . . . . . . . 84 Visões de trabalho: Adam Smith, Marx, Durkheim, Foucault . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .86 Liberalismo, socialismo, comunismo . . . . . . . . . . . . .88 Liberalismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .88 Socialismo e comunismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .89 O trabalho e os valores morais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 O espírito do capitalismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 O trabalho nas sociedades ameríndias e africanas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .92 Ética e trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .93 Como pensar a ética do trabalho no mundo contemporâneo? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .93 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .95 Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .96 Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97 > CAPÍTULO 6 Os primórdios da indústria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98 A Revolução Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 Máquina a vapor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 A revolução na pintura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103 Formação da classe operária inglesa . . . . . . . . . . 104 As condições de trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105 Más condições de trabalho e trabalho infantil . . . . 106 O trabalho infantil hoje . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 A organização da classe trabalhadora . . . . . . . . . 108 Nascem os sindicatos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110 Eu também posso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112 Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . 114 Saiba mais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115 Trabalho e produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116 UNIDADE 4 > CAPÍTULO 7 Transformações tecnológicas . . . . . . . . . . . . . . . . . 118 A Segunda Revolução Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . 119 Novos territórios e mercados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120 Impactos no campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122 Terceira Revolução Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123 Meio técnico-científico-informacional . . . . . . . . . . . . . 124 Produção de tecnologia e os tecnopolos . . . . . . . . . . 125 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126 O mundo do trabalho na Terceira Revolução Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127 Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130 Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131 > CAPÍTULO 8 O futuro do trabalho . . . . . 132 A Quarta Revolução Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133 Tecnologias da Quarta Revolução Industrial . . . . . . 134 Muito além das fábricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136 Impactos da Quarta Revolução Industrial . . . . . . . . . 138 No mundo do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141 Desigualdades entre países . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142 Encarando o desafio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144 Pensar novos modelos? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145 Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146 Eu também posso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148 Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150 Saiba mais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151 > FICHAS DE AUTOAVALIAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152 > BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR . . . . 154 > BIBLIOGRAFIA COMENTADA . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158 Orientações para o professor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161 D2-CH-EM-3075-V1-INICIAIS-001-009-LA-G21-AVU.indd 7D2-CH-EM-3075-V1-INICIAIS-001-009-LA-G21-AVU.indd 7 16/09/2020 03:5816/09/2020 03:58 NESTE VOLUME Objetivos, justificativas, competências e habilidades Você já parou para pensar por que e para que estuda os conteúdos escolares? Eles devem ter importância para sua vida, sendo uma ferramenta a mais para que você, com seus colegas e professores, pensem em solu- ções para diferentes problemas do cotidiano, da sociedade brasileira e do mundo em geral. Apresentamos, a seguir, as justifi cativas (importância) e os objetivos (para que) de cada unidade deste livro e também indicamos competências e habilidades da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), cujos textos se encontram ao fi nal do livro. UNIDADE 1 Vamos falar de trabalho? Justificativa • Por que é importante estudar este conteúdo? Em muitos aspectos, o mundo do trabalho de hoje é dife- rente daquele das gerações passadas e daquele que se esboça para o futuro. Por exemplo, há profi ssões que existiam no passado e que hoje não existem mais, e profi ssões atuais que podem ser extintas daqui a alguns anos. Condições de trabalho e formas dos jovens entrarem no mundo do trabalho também mudaram ao longo do tempo. Essas e muitas outras questões apresentadas nesta unidade infl uenciam sua vida hoje e, principalmente, seus planos para o futuro. Objetivos • Devo estudar este conteúdo para... 1. Identifi car sonhos e desejos relacionados à escolha profi ssio- nal, planejando com mais consciência um projeto de vida. 2. Iniciar ou aprofundar um processo de autoconhecimento de forma a lidar melhor com angústias e inseguranças frente à escolha profi ssional. 3. Reconhecer a importância de habilidades socioemocio- nais para a vida pessoal e profi ssional, como empatia, fl exibilidade, criatividade, capacidade de interagir e tra- balhar em equipe. 4. Ser capaz de analisar informações (em gráfi cos e textos, por exemplo) sobre as oportunidades de trabalho para os jovens. 5. Compreender as transformações nas relações de trabalho no mundo contemporâneo, com ênfase na informalidade e precarização do trabalho. 6. Conhecer diferentes formas de trabalho ao longo do tempo, identifi cando permanências e rupturas nas condições de trabalho de hoje em dia. 7. Entender o conceito de trabalho informal e compreender que ampliação desse tipo de trabalho contribuiu para a pre- carização das condições de vida do trabalhador. 8. Conhecer os aspectos positivos e negativos do empreende- dorismo, buscando informar-se sobre práticas inovadoras que podem ser aplicadas na vida pessoal ou comunitária. 9. Compreender o que é trabalho decente e a importância de pensar em soluções para ampliá-lo na sociedade bra- sileira atual. Competências e habilidades Competências gerais 1, 2, 6, 9 e 10 Competências específi cas 1, 4, 5 e 6 Habilidades EM13CHS101, EM13CHS103, EM13CHS106, EM13CHS401, EM13CHS403, EM13CHS404, EM13CHS501, EM13CHS502, EM13CHS503, EM13CHS504, EM13CHS605, EM13CHS606 UNIDADE 2 O trabalho no Brasil Justificativa • Por que é importante estudar este conteúdo? A conquista de direitos por parte dos trabalhadores foi um processo lento e que resultou de muitas disputas sociais. As marcas dessa conquista se encontram em sua vida, em sua comunidade e na sociedade brasileira como um todo até os dias de hoje. Portanto, para entender a realidade do trabalho no Brasil hoje e as desigualdades tão marcantes observadas no país, é fundamental compreender esse processo e participar de discussões na socie- dade para a busca de melhorias nas condições de vida para todos. Objetivos • Devo estudar este conteúdo para... 1. Compreender que as desigualdades no mundo do trabalho no Brasil têm raízes históricas, reconhecendo a importância de combater preconceitos e estereótipos no mercado de trabalho. 2. Comparar diferentes lógicas de organização do trabalho no presente e no passado, problematizando o conceito de etnocentrismo. 3. Compreender como se deu o processo de transição da mão de obra escravizada para o trabalho livre e assalariado no Brasil e o impacto disso na população negra que vivia no Brasil. 4. Analisar dados para identifi car diferenças de rendimentos entre brancos, negros e pardos, com o objetivo de pensar e propor ações para a diminuição das desigualdades étni- co-raciais do Brasil. 5. Reconhecer, a partir de dados, as desigualdades existen- tes entre homens e mulheres no mercado de trabalho, pensando em ações para a redução das desigualdades associadas a questões de gênero. 6. Conhecer aspectos da Reforma Trabalhista de 2017 no Brasil para avaliar de forma crítica diferentes pontos de vista e os impactos dessa nova lei na vida dos trabalhadores. 7. Compreender as relações trabalhistas no país desde o século XIX até o século XXI, valorizando a conquista de direitos trabalhistas. 8. Compreender aspectos da realidade do trabalhador rural no Brasil atual, refl etindo sobre as transformações tecnoló- gicas no modo de produção agrícola. 9. Fazer leitura e análise de diferentes fontes de informação e gêneros, como gráfi cos, poemas, pinturas e depoimentos e criar produtos artístico-culturais. Competências e habilidades Competências gerais 1, 6, 7, 9 e 10 Competências específi cas 1, 4, 5 e 6 Habilidades EM13CHS101, EM13CHS102, EM13CHS103, EM13CHS104, EM13CHS401, EM13CHS402, EM13CHS403, EM13CHS404, EM13CHS502,EM13CHS601, EM13CHS602 D2-CH-EM-3075-V1-INICIAIS-001-009-LA-G21-AVU.indd 8D2-CH-EM-3075-V1-INICIAIS-001-009-LA-G21-AVU.indd 8 16/09/2020 03:5816/09/2020 03:58 UNIDADE 3 O trabalho e a Revolução Industrial Justificativa • Por que é importante estudar este conteúdo? Em meados do século XVIII, teve início a Revolução Industrial. Esse processo provocou mudanças na forma como as sociedades humanas organizavam suas atividades econômicas, suas relações sociais e práticas culturais. Esse processo foi fundamental para a disseminação do modo de produção capitalista e a criação de novas concepções de trabalho humano que continuam presentes no mundo até o presente. Objetivos • Devo estudar este conteúdo para... 1. Compreender como a Primeira Revolução Industrial trans- formou de maneira signifi cativa o modo de se trabalhar em todo o mundo. 2. Analisar concepções de trabalho em diferentes socieda- des humanas ao longo do tempo e do espaço, buscando superar estereótipos e preconceitos em relação a diferentes lógicas de organização do trabalho em sociedades indíge- nas e africanas. 3. Compreender as relações de trabalho atuais, relacionando teorias de Adam Smith, Marx, Durkheim e Foucault ao seu cotidiano. 4. Analisar e comparar diferentes modelos de sociedade (liberal, socialista, comunista), desenvolvendo a capaci- dade argumentativa e ser capaz de pensar novos modelos de sociedade, que promovam o bem-estar de todos. 5. Compreender que a ética ajuda a construir novas lógicas de trabalho no mundo contemporâneo. 6. Reconhecer a importância do consumo consciente no mundo atual para se evitar a compra de matérias-primas ou produtos nos quais é utilizada a mão de obra infantil. 7. Conhecer o processo de organização da classe trabalha- dora, a fi m de refl etir sobre as estratégias que melhoraram as condições de vida. Competências e habilidades Competências gerais 1, 6, 7 e 10 Competências específi cas 1, 3, 4 e 5 Habilidades EM13CHS101, EM13CHS103, EM13CHS104, EM13CHS106, EM13CHS301, EM13CHS303, EM13CHS304, EM13CHS401, EM13CHS402, EM13CHS403, EM13CHS404, EM13CHS501 UNIDADE 4 Trabalho e produção Justificativa • Por que é importante estudar este conteúdo? As modernas tecnologias do mundo atual, muitas das quais fazem parte da sua vida, transformam diversos aspectos da sociedade, como a produção na indústria e na agropecuária, as relações e as formas de trabalho, as relações entre as pessoas, entre outros. Essas transformações ocorrem de diferentes manei- ras nas diversas regiões, países, grupos sociais etc., afetando a todos indistintamente. Por isso, é importante analisarmos o avanço das técnicas e tecnologias ao longo do tempo e discutir de que forma elas impactaram e impactam a vida das pessoas. Objetivos • Devo estudar este conteúdo para... 1. Analisar o papel das relações de produção, capital e tra- balho em diferentes territórios e contextos, avaliando as transformações na sociedade contemporânea e os impac- tos na vida cotidiana. 2. Identifi car transformações tecnológicas em diferentes perí- odos da história, reconhecendo suas consequências sobre a produção e relações de trabalho do mundo atual. 3. Relacionar as inovações técnicas e tecnológicas com as transformações no mundo do trabalho, de modo a avaliar os seus impactos na produção industrial e agropecuária. 4. Ampliar o olhar sobre o futuro do trabalho, considerando a expansão e a integração de tecnologias digitais, em espe- cial as tecnologias da informação e comunicação. 5. Desnaturalizar a exploração dos trabalhadores, analisando a organização da produção e as relações de trabalho no toyotismo. 6. Entender o cálculo do desemprego, problematizando questões sobre os setores formais e informais e políticas públicas para minimizar os efeitos do avanço tecnológico na perda de empregos. 7. Avaliar o risco de automatização de algumas atividades de trabalho a fi m de refl etir sobre seus projetos de vida. 8. Compreender como a concentração de tecnologias físicas e digitais, surgidas com a 3a R. I. e a 4a R. I.,s aprofunda as desigualdades entre países, grupos sociais e indivíduos, a fi m de pensar em soluções e modelos de sociedade que reduzam as desigualdades socioeconômicas. Competências e habilidades Competências gerais 1, 5 e 6 Competências específi cas 1, 3 e 4 Habilidades EM13CHS101, EM13CHS103, EM13CHS106, EM13CHS302, EM13CHS306, EM13CHS401, EM13CHS402, EM13CHS403, EM13CHS404 D2-CH-EM-3075-V1-INICIAIS-001-009-LA-G21-AVU.indd 9D2-CH-EM-3075-V1-INICIAIS-001-009-LA-G21-AVU.indd 9 16/09/2020 03:5816/09/2020 03:58 10 UNIDADE 1 10 G U ST AV O P ER G Vamos falar de trabalho? Quando você era criança, deve ter ouvido a pergunta “O que você quer ser quando crescer?”. E, provavelmente, mudou a resposta muitas vezes. Nas brincadeiras, também deve ter assumido diferentes papéis profissionais: professor, astronauta, cozi- nheiro, bombeiro etc. Hoje, você sabe que a escolha profissional depende não só da resposta que você dava quando era criança, mas de muitas outras coisas, desde identificar algo de que gosta até ter informações sobre oportunidades e sobre o contexto social e econômico do país. Nesta unidade, vamos discutir sobre as escolhas profissionais. 1. Você ou alguém que conhece exerce algu- ma dessas atividades de trabalho retrata- das nas imagens? Muitos jovens enfrentam obstáculos para tornar realidade a profissão de seus sonhos. Converse com os colegas sobre isso e liste esses obstáculos de acordo com as suas experiências. 2. No Brasil, muitos jovens que trabalham estão na informalidade, ou seja, sem seus direitos trabalhistas. Isso acontece em sua comuni- dade? Se sim, quais atividades se destacam nessa informalidade? Quais são os problemas enfrentados pelos trabalhadores informais? NÃO ESCREVA NO LIVRO D3-CH-EM-3075-V1-U1-C1-010-027-LA-G21-AVU.indd 10D3-CH-EM-3075-V1-U1-C1-010-027-LA-G21-AVU.indd 10 15/09/2020 16:5315/09/2020 16:53 NOVAS FORMAS DE TRABALHO O mundo do trabalho vem se transformando de forma acelerada nas últimas décadas. O trabalho fixo, com registro em carteira, vem diminuindo, enquanto novas relações profissionais ganham força. Além disso, refor- mas nas leis trabalhistas modificam os direitos e deveres dos trabalhadores. Nesse cenário, nem sempre o trabalhador tem conhecimento de todos os seus direitos e das regras das novas formas de trabalho. Este projeto (dividido em etapas nos finais dos capítulos 1 a 4) propõe a busca de informações sobre a situação do mundo do trabalho atual para divulgá-las à comunidade. Para isso, serão produzidas uma oficina e uma cartilha. 1111 D3-CH-EM-3075-V1-U1-C1-010-027-LA-G21-AVU.indd 11D3-CH-EM-3075-V1-U1-C1-010-027-LA-G21-AVU.indd 11 15/09/2020 16:5315/09/2020 16:53 1 CAPÍTULO Minhas escolhas No começo do século XX, o artista francês Villemard criou uma série de postais sobre como ele imaginava que seria a cidade de Paris no ano 2000. No postal reproduzido a seguir, ele retratou veículos aéreos individuais e um profissional com asas para controlar o trânsito: o agente de trânsito. ■ Cartão postal ilustrado pelo artista francês Villemard, no início do século XX. Passados mais de 100 anos desde que a imagem foi produzida, você vê alguma correspondência dela com o mundo atual? E como você imagina que será o transporte daqui a 100 anos? Ou mesmo em uma data mais próxima, como daqui a 20 ou 10 anos? Você acha que teremos ainda a profissão de agente de trânsito, por exemplo? Um estudo bastante completo, feito com metodologias variadas – entrevistas com especialistas, uso de dados etc. –, apontou que, em cerca de 10 anos (ou seja, um tempo bem curto em termos históricos), provavel- mente, estaremos vivendo transformações tão aceleradas que, mais do que pensar se determinadas profissões continuarão ou não existindo, será preciso se preocupar em desenvolver habilidades específicas. Habilidades podem ser definidascomo a capacidade do indivíduo de realizar algo. Podemos nascer com determinadas habilidades (inatas), mas também é possível apreender habilidades por meio de treinamento ou experiência. Elas podem ser de diversos tipos: práticas (construir, limpar etc.), cognitivas (refletir) e sociais (aquelas que utilizamos em nossas relações interpessoais para expressar nossos desejos, sentimen- tos, opiniões etc.). Metodologia Conjunto dos métodos utilizados para realizar uma pesquisa ou para chegar a determinado fim. O conhecimento científico se baseia em regras estabelecidas e métodos de pesquisa que incluem observação e experimentação para, ao final, sistematizar os dados, ou seja, organizá- -los de forma coerente. © BI AN CH ET TI /L EE M AG E/ AF P 12 Consultar as Orientações para o professor para obter mais informações sobre o capítulo e sobre o trabalho com as atividades. D3-CH-EM-3075-V1-U1-C1-010-027-LA-G21-AVU.indd 12D3-CH-EM-3075-V1-U1-C1-010-027-LA-G21-AVU.indd 12 16/09/2020 09:4916/09/2020 09:49 Quer ver um exemplo desse raciocínio? Atualmente, chamamos de bibliotecário o profissional que separa, cataloga e organiza livros. Como boa parte do conhecimento produzido na atualidade é registrado em arquivos eletrônicos, uma pessoa mais apressada pode chegar à con- clusão de que bibliotecário será uma profissão inexistente no futuro. Grande engano! Muitos estudos consideram que as habilidades que fazem parte da formação do bibliotecário, entre outros profissionais, serão cada vez mais importantes. Isso porque eles exercem atividades como separar, catalogar e diferenciar informações verdadeiras das falsas. Em um mundo com tantas informações e com enorme quantidade de notícias falsas, profissionais como eles serão primordiais. Entre outros assuntos, neste capítulo vamos conhecer habilidades importantes para a vida e o futuro profissional. Trabalho e profissão Você já pensou sobre a trajetória de um alimento até chegar à sua mesa? Tem ideia de quantas pessoas são necessárias para que isso aconteça? Pense também neste livro que está em suas mãos. Até chegar aqui, ele passou por diversas pessoas, como os autores, que o escreveram; os iconógrafos, que pesquisaram as imagens; os revisores, que cuidaram para que o texto saísse sem erros; os profissio- nais que carregaram as bobinas de papel até a gráfica; a equipe que limpa os espaços onde esses profissionais atuam, entre outros. Realmente, uma infinidade de pessoas trabalha para que cada alimento ou objeto chegue às nossas mãos. O trabalho pode ser definido como um conjunto de atividades que o ser humano desenvolve para atingir determinado fim. Existem diversos tipos de trabalho, como o intelectual (feito pelos autores deste livro, por exemplo) e o manual (do agricultor que planta o alimento, por exemplo), entre muitos outros. Por conta da importância do trabalho no nosso mundo, a escolha das profissões é algo importante em quase todas as sociedades, em diferentes tempos e espaços. Ser escriba no Egito antigo, por exemplo, era uma das profissões mais valorizadas. Já na Índia contemporânea, a existência de um sistema de castas, embora proibido por lei, impede que pessoas de determinados ofícios se casem com outras de castas superiores ou até mesmo as toquem. ■ Muitas pessoas trabalham em uma extensa cadeia produtiva para que tenhamos acesso a diversos produtos, como o livro que a estudante da imagem está lendo, na cidade de São Leopoldo (RS), 2017. Sistema de castas Sistema de estratificação social, de base hereditária, que impede a mobilidade entre suas categorias, ou seja, não é permitido passar de uma casta para outra. Mesmo proibido, esse sistema persiste e as pessoas das castas situadas na base da pirâmide social são vítimas de forte preconceito. Além de enfrentar dificuldades para obter bons empregos, são impedidas de se casar com pessoas de castas superiores. Existem mais de 3 mil castas e 27 mil subcastas na Índia. EY EE M /A LA M Y/ FO TO AR EN A 13 D3-CH-EM-3075-V1-U1-C1-010-027-LA-G21-AVU.indd 13D3-CH-EM-3075-V1-U1-C1-010-027-LA-G21-AVU.indd 13 15/09/2020 16:5315/09/2020 16:53 O difícil momento da escolha profissional No Brasil contemporâneo, a escolha da profissão pelos jovens costuma ser carregada de emoções e sentimentos, muitas vezes con- traditórios. Nesse processo, é comum mudar de ideia de um dia para o outro, bem como experimentar certa ansiedade, apreensão e inse- gurança. A imagem a seguir simboliza um pouco esse momento, que, provavelmente, você e os colegas já viveram ou viverão. As dúvidas relacionadas às escolhas profissionais são muitas, e as razões para essa insegurança podem ter diversas origens. Uma das mais comuns e difíceis de enfrentar é a autocobrança, ou pressão interna, situação em que a pessoa passa a se cobrar demais a respeito de um processo de escolha que muitas vezes não está amadurecido. E quando amigos dizem que já sabem qual profissão seguir, a ansie- dade e a insegurança podem se intensificar. Acontece que a vida não D AV I A U G U ST O 14 D3-CH-EM-3075-V1-U1-C1-010-027-LA-G21-AVU.indd 14D3-CH-EM-3075-V1-U1-C1-010-027-LA-G21-AVU.indd 14 15/09/2020 16:5315/09/2020 16:53 é como um time de futebol, no qual, após o apito do juiz, 22 pessoas começam a jogar ao mesmo tempo. O fato de um colega dizer que será médico não significa que você precise escolher uma profissão se ainda não estiver seguro do que quer. Portanto, se você perceber que está se pressionando, é hora de respirar fundo, refletir e buscar ajuda de pessoas mais experientes ou mesmo de um profissional. Provavelmente, o professor ou o coorde- nador da escola terão condições de oferecer alguma orientação. Outro fator que costuma gerar dúvidas e ansiedade é a pressão externa. Não são raros os casos de jovens que se sentem pressionados por outras pessoas para que sigam o mesmo caminho profissional de um familiar, amigo ou até mesmo de alguma celebridade. Um ponto importante que você deve considerar nesse caso é o da auto- confiança. Isso significa que, embora seja bom e importante ouvir e respeitar as opiniões alheias, é igualmente importante ter clareza de que seus sonhos e suas escolhas não podem ser deixados nas mãos de terceiros. Realidade do jovem hoje O suíço Jean Piaget (1896-1980) é reconhecido em todo o mundo por seus estudos a respeito do desenvolvimento humano, o qual ele dividiu em quatro fases, chegando à conclusão de que em cada uma delas o ser humano adquire determinadas habilidades fundamentais. A última, que começa por volta dos 11 ou 12 anos e vai até a vida adulta, é conhecida como fase das operações formais. Experiências evidenciaram que esse é o momento em que o ser humano passa a conseguir realizar operações no campo das ideias sem necessitar de manipulação (sem ter de tocar) ou de referências concretas. Por exemplo, um professor de Física explica que em uma gangorra estão sentadas, em situação de equilíbrio, a pessoa A e a pessoa B. Não é difícil organizar o pensamento e entender o que o professor disse, sem necessidade de ver duas pessoas reais sentadas em uma gangorra ou uma ilustração que represente a cena. Essa fase das operações formais também é marcada por sentimen- tos ora intensos, ora contraditórios, e por uma necessidade do jovem de conviver com os amigos. Os grupos se tornam importantes refe- renciais, influenciando o gosto, a roupa, as ideias, o comportamento etc. É a junção de todas essas características que forma a identidade do jovem para a vida adulta. D AV I A U G U ST O 15 D3-CH-EM-3075-V1-U1-C1-010-027-LA-G21-AVU.indd 15D3-CH-EM-3075-V1-U1-C1-010-027-LA-G21-AVU.indd 15 15/09/2020 16:5315/09/2020 16:53 Assim, diversos estudos apontam a importância de adolescentes e jovens se dedicarem, prioritariamente, aos estudos e à convivência social. O trabalho, nesse momento da vida, é algo que, provavelmente, irá maisatrapalhar do que ajudar. ■ Estudantes convivem em uma quadra poliesportiva do Parque Buritizal, na cidade de Feijó (AC), 2016. Mas tanto por desejo de independência como por necessidades familiares, muitos jovens acabam tentando conciliar estudo e trabalho. No entanto, situações como cansaço, decepção ou baixo rendimento escolar levam esses jovens a largar os estudos, muitas vezes sem ter- minar o Ensino Médio. Alguns ainda dizem: “Ano que vem eu volto a estudar!”, mas muitos, por falta de condições, não conseguem voltar. Sem uma formação adequada, em pouco tempo alguns jovens entram para as estatísticas de subemprego ou mesmo do desemprego. Compõem um grupo que os cientistas sociais e políticos passaram a chamar de “geração nem-nem”, jovens que “nem estudam, nem traba- lham”. Em 2019, havia mais de 10 milhões de jovens, entre 15 e 29 anos, nessa situação no Brasil, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). M AR CO S AM EN D /P U LS AR IM AG EN S NÃO ESCREVA NO LIVRO> MEUS ARGUMENTOS • Segundo a pesquisa do IBGE citada anteriormente, 3 em cada 10 jovens que fazem parte do grupo “nem-nem” são mulheres. Muitas abandonaram o emprego e a escola por engravidar e precisar cuidar do filho. Em sua opinião, o que pode ser feito para que essas jovens voltem a estudar e tenham uma formação? E por que, no Brasil, a responsabilidade de cuidar do filho acaba recaindo mais sobre a mulher? Reflita sobre essas questões e organize seus argumentos para participar de uma roda de conversa sobre o assunto. 16 D3-CH-EM-3075-V1-U1-C1-010-027-LA-G21-AVU.indd 16D3-CH-EM-3075-V1-U1-C1-010-027-LA-G21-AVU.indd 16 15/09/2020 16:5315/09/2020 16:53 Foco nas habilidades Na escola, no clube, na rua, na igreja, na comunidade em geral, a todo momento colocamos em prática habilidades sociais fundamen- tais para a convivência coletiva. Podemos citar a empatia, habilidade de se colocar no lugar do outro. Ela é praticada quando, por exemplo, mesmo não concordando com as ideias ou propostas de um colega, prestamos atenção e o escutamos de verdade, buscando entender e respeitar a sua fala. No entanto, não é apenas nas relações interpessoais que a empatia é importante. Com outros elementos (como organização, estratégia para resolver conflitos, capacidade de mobilização, clareza de obje- tivos e busca de justiça), ela foi fundamental em muitas ocasiões ao longo da história. A luta pelo fim da escravidão no Brasil é um exemplo, uma vez que, além de contar com a ação dos próprios escravizados, houve o envolvimento de pessoas que não eram escravizadas nem negras, mas defen- deram esse ideal por entender que aquela situação era fonte do sofrimento do outro. Mais um exemplo de empatia foi o caso de Miep Gies, que protegeu Anne Frank e sua família (todos judeus) das tropas nazistas durante dois anos em um sótão na cidade de Amsterdã, na Holanda. Foi também ela quem achou o diário de Anne e o publicou. Também a flexibilidade, a criatividade, o trabalho em equipe e a capacidade de interagir são habilidades importantes para a vida coletiva. Pense que as invenções da roda, da eletricidade, do computador e do celular, por exemplo, são os resultados da ação de pessoas criativas e que, em geral, souberam trabalhar em equipe para superar conceitos preestabelecidos. Por conta da importância das habilida- des na vida social, os processos de seleção profissional estão muito direcionados a entender quais habilidades cada candi- dato possui. ■ Miep Gies em Nova York (Estados Unidos), 1995. ■ Trabalho em equipe: a astronauta Mae Jemison (sentada) aguarda enquanto a especialista em roupas espaciais Sharon McDougle faz a checagem de seu macacão. Cabo Canaveral (Estados Unidos), 1992. PA U L H U RS CH M AN /A P PH O TO /G LO W IM AG ES U PI /A LA M Y/ FO TO AR EN A 17 D3-CH-EM-3075-V1-U1-C1-010-027-LA-G21-AVU.indd 17D3-CH-EM-3075-V1-U1-C1-010-027-LA-G21-AVU.indd 17 15/09/2020 16:5315/09/2020 16:53 O texto a seguir é o trecho de um artigo escrito por professores do Centro de Educação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Nele, os autores discutem a importância das habilidades sociais, principalmente as de autocontrole e expressividade emocional. Leia-o com atenção e responda às questões. Autocontrole e expressividade emocional Através do seu desenvolvimento da habilidade de autocontrole e expressividade emocional, é possível aprender como lidar com as emoções positivas e negativas e entender as atitudes que promoverão melhorias nas relações interpessoais. O desenvolvimento das habilidades dessa classe proporcionará, em longo prazo, melhorias nas relações interpessoais e auxiliará no entendimento das emoções de uma forma geral. [...] conhecer as próprias emoções e saber lidar com elas é parte crucial do desenvolvimento interpessoal e componente crítico da competência social em praticamente todas as situações e demandas que ocorrem no cotidiano. Essa capacidade refere-se à expressão verbal e não-verbal das emoções, é crucial o papel das condições estabelecidas pela comunidade verbal para a nome- ação e a expressão das emoções compartilhadas pela cultura e também para o autoconhecimento e autocontrole emocional. […] as habilidades de reconhecer e nomear as emoções próprias e dos outros; falar sobre emoções e sentimentos; expressar emoções (positivas e negativas); acalmar-se, lidar com os próprios senti- mentos, controlar o próprio humor; lidar com sentimentos negativos (vergonha, raiva, medo); tolerar frustrações; mostrar espírito esportivo são componentes indispensáveis da classe autocontrole e expressividade emocional. Espera-se o mínimo de controle emocional para lidar com emoções negativas e habilidades básicas de prontidão para o processo de solução de problemas e tomada de decisão. […] técnicas cognitivas do tipo Acalme-se, relaxe e pense antes de agir e falar sobre o que está pensando e sen- tindo são estratégias necessárias para obter o controle emocional. ANDRADE, F. C. B. de; SANTOS, C. S. G. dos; VASCONCELOS, M. H. V. Autocontrole e expressividade emocional: desenvolvendo habilidade de sentir e expressar-se. Disponível em: http://www.prac.ufpb.br/enex/trabalhos/4CEDFEPROBEX2012184.pdf. Acesso em: 16 abr. 2020. 1. Entre as habilidades de autocontrole e de expressividade emocional citadas no texto, quais são as que você tem mais facilidade e mais dificuldade de aplicar em seu dia a dia? Registre-as no caderno como uma lista de duas colunas, depois reflita sobre quais seriam as origens de suas dificuldades e como você pode melhorar esses aspectos. 2. Quais ganhos o desenvolvimento das duas habilidades citadas no texto pode propiciar, na visão dos autores? 3. O termo técnicas cognitivas foi utilizado pelos autores para se referir às orientações e aos procedi- mentos específicos para as pessoas lidarem com situações negativas (como no exemplo citado no texto: “Acalme-se, relaxe e pense antes de agir e falar”). Essas orientações e técnicas são desenvol- vidas por profissionais que se dedicam aos estudos do comportamento humano, como psicólogos, psiquiatras e neurocientistas. Em grupo, façam uma pesquisa sobre a natureza central da Psicologia e alguns dos ramos aos quais ela se dedica. Não deixem de dar particular atenção à terapia cognitiva comportamental, que trabalha com técnicas cognitivas, citadas no texto. DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS> NÃO ESCREVA NO LIVRO 18 D3-CH-EM-3075-V1-U1-C1-010-027-LA-G21-AVU.indd 18D3-CH-EM-3075-V1-U1-C1-010-027-LA-G21-AVU.indd 18 16/09/2020 02:3516/09/2020 02:35 Como aprendiz, eu posso! “Ah! Mas eu queria tanto ter experiência pro- fissional, saber como uma empresa funciona, me relacionar com outras pessoas e ter independên- cia financeira...” Esses costumam ser alguns dos argumen- tos de adolescentes que querem trabalhar em uma empresa. Mas, para quem é menor de 16 anos e deseja ou necessita ter
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