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ISBN 978-65-5742-122-2
MANUAL DO 
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PRISMA
1a edição
São Paulo – 2020
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Maria Angela Gomez Rama
• Mestra em Ciências (Geografia Humana) pela 
Universidade de São Paulo (USP).
• Bacharela e licenciada em Geografia pela 
Universidade de São Paulo (USP).
• Especialista em Ensino de Geografia pela Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
• Licenciada em Pedagogia pela Universidade de 
Franca (Unifran-SP).
• Formadora de professores. Atuou como professora 
no Ensino Fundamental e Médio das redes pública 
e privada e no Ensino Superior.
Gislane Campos Azevedo Seriacopi 
• Mestra em História Social pela Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
• Professora universitária, pesquisadora e 
ex-professora de História do Ensino Fundamental e 
Médio nas redes pública e privada.
Isabela Gorgatti Cruz
• Bacharela em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP).
• Especialista em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP).
• Editora de livros didáticos.
Leandro Calbente Câmara
• Bacharel em História pela Universidade de São Paulo (USP).
• Bacharel em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP).
• Mestre em Ciências (História Econômica) pela Universidade
de São Paulo (USP).
• Editor de livros didáticos.
Reinaldo Seriacopi
• Bacharel em Letras pela Faculdade de Filosofia, 
Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP). 
• Bacharel em Jornalismo pelo Instituto Metodista de Ensino 
Superior (IMS-SP).
• Editor especializado na área de História.
MANUAL DO 
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Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 
de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à
EDITORA FTD.
Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP
CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300
Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970
www.ftd.com.br
central.relacionamento@ftd.com.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Prisma : ciências humanas : sustentabilidade em 
ação : sociedade e natureza : ensino médio / 
Maria Angela Gomez Rama ... [et al.]. – 1. ed. – 
São Paulo : FTD, 2020.
Área do conhecimento : Ciências humanas e sociais 
aplicadas
Vários autores : Gislane Campos Azevedo 
Seriacopi, Isabela Gorgatti Cruz, Leandro Calbente 
Câmara, Reinaldo Seriacopi
Bibliografia
ISBN 978-65-5742-121-5 (Aluno)
ISBN 978-65-5742-122-2 (Professor)
1. Ciências (Ensino médio) 2. Tecnologia I. 
Seriacopi, Gislane Campos Azevedo II. Cruz, Isabela 
Gorgatti III. Câmara, Leandro Calbente IV. Seriacopi, 
Reinaldo
20-44112 CDD-372.7
Índices para catálogo sistemático:
1. Ciências : Ensino médio 372.7
Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129
 
Copyright © Maria Angela Gomez Rama, Gislane Campos Azevedo Seriacopi, Isabela 
Gorgatti Cruz, Leandro Calbente Câmara e Reinaldo Seriacopi, 2020
Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira
Direção editorial adjunta Luiz Tonolli
Gerência editorial Flávia Renata Pereira de Almeida Fugita
Edição João Carlos Ribeiro Junior (coord.)
Bárbara Berges, Carolina Bussolaro, Maiza Garcia Barrientos Agunzi,
Siomara Sodré Spinola
Preparação e revisão de textos Maria Clara Paes (sup.)
Danielle Costa, Diogo Souza Santos, Eliana Vila Nova de Souza, 
Felipe Bio, Fernanda Rodrigues Baptista, Graziele Cristina Ribeiro, 
Jussara Rodrigues Gomes, Kátia Cardoso da Silva, 
Lívia Navarro de Mendonça, Rita Lopes, Thalita Martins da Silva Milczvski, 
Veridiana Maenaka
Gerência de produção e arte Ricardo Borges
Design Daniela Máximo (coord.), Sergio Cândido
Imagem de capa StephanKogelman/Shutterstock.com
Arte e Produção Vinicius Fernandes (sup.)
Ana Suely Silveira Dobon, Karina Monteiro Alvarenga, 
Jacqueline Nataly Ortolan, Marcelo Saccomann (assist.)
Diagramação C2 Artes 
Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno Koga
Licenciamento de textos Érica Brambila, Bárbara Clara (assist.)
Iconografia Priscilla Liberato Narciso, Ana Isabela Pithan Maraschin (trat. imagens)
Ilustrações Davi Augusto, Erika Onodera, Lápis 13B, Nelson Provazi, Ricardo 
Sasaki, Sonia Vaz, Studio Caparroz
Em respeito ao meio ambiente, as folhas 
deste livro foram produzidas com fibras 
obtidas de árvores de florestas plantadas, 
com origem certificada.
Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD
CNPJ 61.186.490/0016-33
Avenida Antonio Bardella, 300
Guarulhos-SP – CEP 07220-020
Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375
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APRESENTAÇÃO
Diariamente, somos bombardeados por notícias e informações na internet, 
na televisão, nos jornais, o que torna muito difícil entender o que acontece no 
mundo e identifi car aquilo que é signifi cativo para nós e que pode infl uenciar 
nosso cotidiano e impactar nossa comunidade. Se muitas vezes você tem a sen-
sação de que não consegue analisar satisfatoriamente esse imenso volume de 
informações, saiba que não está sozinho.
As Ciências Humanas e Sociais Aplicadas são uma ferramenta importante para 
nos ajudar a refl etir sobre o mundo em que vivemos. Os saberes desenvolvidos 
pela História, pela Geografi a, pela Sociologia e pela Filosofi a permitem mobilizar 
competências e habilidades fundamentais para o exercício do pensamento crítico, 
essencial para transformarmos as informações recebidas diariamente em conhe-
cimentos capazes de nos ajudar a modifi car a realidade que nos cerca.
Para auxiliá-lo nessa tarefa, selecionamos um conjunto de temas importan-
tes para a compreensão dos tempos atuais. Por meio de textos, mapas, gráfi cos, 
tabelas, fotografi as e muitos outros documentos, você terá condições de interpre-
tar e analisar criticamente não só a sua realidade, mas o mundo de uma maneira 
mais ampla. Com isso, esperamos ajudá-lo no exercício da cidadania e no desen-
volvimento de práticas colaborativas que contribuam para a construção de uma 
sociedade mais justa, em busca do bem-estar coletivo.
Esperamos oferecer o conhecimento necessário para você desenvolver uma 
visão crítica da realidade e se sentir seguro para adotar uma postura protagonista 
em seu dia a dia.
Os autores
D2-CH-EM-3075-V5-INICIAIS-001-009-LA-G21.indd 3D2-CH-EM-3075-V5-INICIAIS-001-009-LA-G21.indd3 20/09/2020 23:5320/09/2020 23:53
Esta coleção é composta de seis volumes. A seguir, apresentaremos 
algumas das principais características das obras.
CONHEÇA
SEU LIVRO
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L.UNIDADE
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1
■ Latas de sopa Campbell (1962), de Andy Warhol. Suas obras se 
particularizam pelo uso de cores brilhantes, pela representação de 
materiais industrializados e pelo exagero do efeito de simultaneidade, 
como se observa na repetição das telas na imagem ao lado.
Consumo responsável
Os artistas da pop art, movimento estético que teve 
seu auge na década de 1960, utilizavam em suas obras 
imagens de embalagens, propagandas, pop stars, perso-
nagens da televisão, cinema e quadrinhos e de outros 
aspectos da vida cotidiana e da chamada cultura de 
massa. Uma das possíveis intenções dos artistas era fazer 
uma crítica ao consumismo e à influência que os produ-
tos fabricados em massa exerciam na vida das pessoas.
Contraditoriamente, a exposição acabava populari-
zando ainda mais o produto, como no caso das sopas 
Campbell, que inspirou a obra do estadunidense Andy 
Warhol (1928-1987), na imagem ao lado. Enlatados, assim 
como outros tipos de alimentos processados, surgiram 
com a industrialização e foram, por muito tempo, asso-
ciados a uma vida moderna e urbanizada. Os alimentos 
industrializados continuam inspirando críticas, mas rela-
cionadas aos efeitos negativos na saúde das pessoas e a 
quantidade de uso de embalagens, por exemplo.
 1. Você acha que as embalagens de alimentos e as propa-
gandas o influenciam a consumir mais?
 2. Como as atitudes das pessoas em relação ao consumo 
influenciam a produção dos resíduos sólidos?
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO
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CAPÍTULO
Todos têm sede, mas 
nem todos têm água
Com grande parte do território banhado por caudalosos e extensos 
rios, além de contar com importantes reservas de água no subsolo, o Brasil 
sempre foi considerado uma potência hídrica. No entanto, fatores como a 
má gestão de governos e empresas, os impactos socioambientais, a intensa 
urbanização, a cultura do desperdício e as questões relacionadas ao clima 
geraram crises de abastecimento em muitos lugares do país.
Consultar as Orientações para o professor para obter mais informações sobre o capítulo 
e sobre o trabalho com as atividades.
Especialistas afirmam que a quantidade de água disponível no 
planeta Terra é a mesma desde sua origem, há 4,6 bilhões de anos. Se a 
quantidade permanece inalterada no planeta, por que ela desapareceu 
em alguns lugares ou está desaparecendo? As crises de abastecimento, 
acesso e consumo de água potável são fenômenos isolados ou mun-
diais? Por que aumentou o consumo de água no mundo? Por que o 
acesso à água se dá de maneira tão desigual? Como os recursos hídri-
cos estão distribuídos no espaço geográfico? Como você pode notar, o 
tema traz à discussão muitas questões, algumas das quais serão abor-
dadas neste capítulo.
■ A carcaça de um carro abandonado na represa de Atibainha, em Nazaré Paulista (SP), que faz parte do 
Sistema Cantareira responsável pelo abastecimento de parte da Região Metropolitana de São Paulo, tornou-
-se um dos símbolos da crise hídrica no estado de São Paulo, entre 2014 e 2016. À esquerda, a carcaça com a 
intervenção do artista Mundano, em dezembro de 2014. À direita, a mesma carcaça e o nível de água maior 
no reservatório, em fevereiro de 2015.
Recurso hídrico
Corresponde às águas 
disponíveis em rios, 
lagos, mares, oceanos, 
geleiras e aquíferos para 
o uso em atividades 
humanas.
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DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS>
■ OSO, O. M. Pachamama. 
2013. Acrílico em tela. 
61 cm x 76,2 cm. 
Representação de 
Pachamama, Mãe da Terra, 
divindade cultuada por 
povos indígenas que vivem 
na Cordilheira dos Andes, na 
América do Sul.
Para os povos indígenas que vivem na Cordilheira dos Andes, especialmente 
na Bolívia, no Peru e no Chile, Pachamama, que significa Mãe Terra, representa a 
divindade máxima.
Observe a representação de Pachamama e em seguida realize as atividades.
 1. Que aspectos da obra indicam que Pachamama é protetora da natureza?
 2. De acordo com a tradição dos povos indígenas da Cordilheira dos Andes, o ser humano 
deve utilizar os recursos naturais de maneira parcimoniosa, o suficiente para garantir 
a sua sobrevivência, respeitando a Pachamama. Quando isso não acontece, ocorrem 
secas, tempestades, terremotos, erupções vulcânicas, inundações, avalanches, desliza-
mentos de terra, doenças e escassez de alimentos. Em sua opinião, há correspondência 
entre esse entendimento, as questões ambientais do mundo atual e o conhecimento 
científico vigente?
 3. Dia 22 de abril é o Dia Internacional da Mãe Terra. Em grupo, criem um cartaz para o 
Dia Internacional da Mãe Terra utilizando materiais alternativos/reaproveitados. O objeti-
vo é conscientizar as pessoas, por meio da mensagem e dos materiais utilizados, de que 
a preocupação ambiental deve ser diária e envolver os diversos agentes da sociedade.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO
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Abertura dos 
capítulos
Todos os capítulos iniciam-se 
com algum assunto do presente, 
para que você possa começar 
a entender como as Ciências 
Humanas e Sociais Aplicadas se 
relacionam com o seu cotidiano.
Atividades
Conjunto de atividades que 
aparece ao final de muitos 
capítulos. É o momento em 
que você aplica os saberes 
apreendidos e exercita sua 
reflexão a respeito de diferentes 
temas estudados. 
Linguagens e leituras
Esta atividade trabalha habilidades de leitura e 
interpretação de diferentes tipos de documentos, 
como mapas, gráficos, tabelas, charges, fotografias, 
textos impressos etc. Muitas vezes, você será 
convidado a relacionar informações em documentos 
distintos. A seção encontra-se no meio dos capítulos, 
mas pode aparecer também ao final deles. 
NÃO ESCREVA 
NO LIVROATIVIDADES>
 1. Vimos que as dificuldades de abastecimento de água têm diversos motivos e consequências 
e que são especialmente comuns no continente africano. Em 2018, a Cidade do Cabo, capital 
da África do Sul, passou por uma seca severa em que foi necessário adotar restrições bas-
tante limitantes ao consumo de água da população. Foi previsto também o “Dia Zero”, no 
qual o abastecimento seria completamente interrompido. Leia o trecho da notícia a seguir:
No Dia Zero, toda a distribuição de água seria interrompida para casas e comércio, 
com exceção de hospitais, escolas e algumas poucas instituições fundamentais ao 
funcionamento da cidade. Depois, os habitantes teriam de buscar água, diariamente, 
em 200 postos espalhados pelo município, onde poderiam captar no máximo 25 litros.
O QUE salvou a Cidade do Cabo da falta de água em 2018? Juntos pela água, 2017. Disponível em: https://www.juntospelaagua.com.
br/2018/10/22/o-que-salvou-a-cidade-do-cabo-da-falta-de-agua-em-2018/. Acesso em: 23 ago. 2020.
Por causa da implementação de novas tecnologias, como dessalinização e perfura-
ção de poços em aquíferos, e à redução no consumo, a Cidade do Cabo conseguiu evitar 
o “Dia Zero” e adotou uma nova abordagem, buscando aplicar mudanças permanentes 
no abastecimento e no consumo da água.
 a) Em caso de necessidade, como poderiaser a adoção de uma política como a do “Dia Zero” 
em seu município?
 b) Como você imagina os impactos em seu bairro ou sua comunidade?
 2. O abastecimento de água em grandes cidades se apresenta como um desafio crescente, em 
razão da alta densidade populacional e da rápida urbanização. Observe o mapa a seguir, 
que mostra as cidades que, segundo projeções da Organização das Nações Unidas para a 
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), vão sofrer com a redução da disponibilidade de 
água doce até 2050. Em seguida, responda às questões.
Fonte: UNESCO-ONU. 
Agua y cambio climático: 
informe mundial de 
las Naciones Unidas 
sobre el desarrollo de 
los recursos hídricos 
2020. Unesco: París, 
2020. p. 23. Disponível 
em: https://unesdoc.
unesco.org/ark:/48223/
pf0000373611/
PDF/373611spa.pdf.
multi. Acesso em: 
23 ago. 2020.
Diminuição da disponibilidade da água urbana, 2050*
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Círculo Polar Ártico
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
Círculo Polar Antártico
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Maior que 10000000
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De 1000001 a 5000000
De 500001 a 1000000
De 100001 a 500000
População urbana em risco, em 2050
*Projeção.
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Glossário
As palavras destacadas nos 
textos ganham uma explicação 
aprofundada no glossário.
111111
RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA
Você se preocupa com a quantidade de lixo que produz ou com o destino dele? Um dos 
grandes problemas do consumo de produtos industrializados é a quantidade de resíduos sólidos 
gerada. No Brasil, desde 2010 está em vigor a lei no 12 305, que instituiu a Política Nacional dos 
Resíduos Sólidos. Essa lei estabelece a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos 
produtos, envolvendo fabricantes, cidadãos e governos. Diante dessa realidade, qual é o seu 
papel como cidadão? Ao longo deste projeto, você e seus colegas vão buscar respostas para 
essa pergunta e irão criar uma campanha para realização da coleta seletiva na comunidade.
RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA
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Abertura das 
unidades
Texto e imagem apresentam 
o tema central da unidade. 
Também encontram-se 
perguntas que auxiliam na 
reflexão sobre o assunto. 
Muitas imagens presentes 
nas aberturas são trabalhos 
de artistas plásticos 
contemporâneos. Todos os 
volumes estão divididos 
em quatro unidades, e cada 
unidade tem dois capítulos.
Nossa comunidade
Por meio desta seção, você e seus colegas desenvolverão um projeto que impactará a 
comunidade em que vivem. É o momento de exercerem o protagonismo. São dois projetos 
por livro, cada um composto de quatro etapas que aparecem ao final de cada capítulo. 
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INVESTIGAÇÃO>
Pegada ecológica
Você já parou para pensar que a forma como vivemos deixa marcas 
no meio ambiente?
Para descobrir quais são as marcas deixadas por sua comunidade, 
vamos utilizar a metodologia da pegada ecológica e a prática de pes-
quisa por amostragem.
A pegada ecológica é uma metodologia de contabi-
lidade ambiental que avalia a pressão do consumo das 
populações humanas sobre os recursos naturais, permi-
tindo verificar o impacto do padrão de consumo sobre 
a capacidade do planeta em fornecer recursos naturais 
biológicos renováveis (grãos e vegetais, carne, peixe, 
madeira e fibras, energia renovável etc.). Feita individual-
mente, fornece uma ideia de como o indivíduo utiliza os 
recursos naturais de acordo com os hábitos de consumo 
e o estilo de vida.
Para saber qual é sua pegada ecológica e a dos demais 
participantes da amostragem será preciso montar um 
questionário. Você e os colegas de grupo podem uti-
lizar como base a cartilha Pegada ecológica. Qual é 
a sua?, elaborada pelo Instituto Nacional de Pesquisas 
Espaciais (Inpe), <http://www.inpe.br/noticias/arquivos/
pdf/Cartilha%20-%20Pegada%20Ecologica%20-%20web.
pdf> (acesso em: 23 ago. 2020); ou o questionário eletrô-
nico Pegada ecológica <http://www.pegadaecologica.
org.br/2019/pegada.php> (acesso em: 23 ago. 2020). Veja a seguir um 
exemplo de questão.
• Que meio de transporte você utiliza com mais frequência?
 a) transporte público (ônibus, metrô, trem);
 b) carro;
 c) bicicleta ou me locomovo a pé;
 d) carro, mas procuro fazer os percursos curtos a pé ou de bicicleta.
Antes de aplicar o questionário é possível elaborar hipóteses sobre a pegada 
ecológica da comunidade e os possíveis limitadores de um bom resultado. Por 
exemplo, se sua comunidade não tem coleta seletiva, essa ausência é um limi-
tador para a população reciclar, aumentando os impactos no ambiente. Nesse 
caso, vocês poderiam, por exemplo, fazer um abaixo-assinado solicitando à 
prefeitura o oferecimento desse serviço para a comunidade.
■ Símbolo que 
representa diversas 
iniciativas para 
diminuir nossas 
pegadas no meio 
ambiente, como 
reciclagem e 
uso de fontes de 
energia renovável.
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As respostas do questionário devem contar com uma pontuação cuja soma-
tória leve a uma classificação, como a utilizada na publicação do Inpe, Pegada 
ecológica. Qual é a sua?: Pegada bacana; Pegada moderada (atenção); Pegada 
larga (mudanças de hábitos já).
A amostragem será representada por uma parcela selecionada da popula-
ção. Existem várias metodologias de amostragem; para esse estudo sugerimos 
a acidental. A amostragem acidental baseia-se em uma escolha aleatória dos 
pesquisados. Então, vocês devem 
entregar aleatoriamente o questio-
nário para preenchimento a diversas 
pessoas da comunidade. 
No entanto, é importante calcular 
a média da amostra que vai represen-
tar a população total da comunidade. 
Por exemplo, se a comunidade tem 
1 000 habitantes, pode-se entregar for-
mulários para 5% da população, que 
corresponde a cinquenta pessoas.
Uma vez que os pesquisados 
tenham respondido ao questionário e o 
devolvido a vocês, é preciso tabular os 
dados para verificar a classificação da 
pegada ecológica de cada um deles.
A importância da análise dos dados 
é a resposta às hipóteses iniciais, que podem ter questões como:
• Qual é a pegada ecológica média da amostra da população?
• Quais práticas da comunidade tornam a sua pegada ecológica mais impac-
tante para o meio ambiente?
• Que ações podem aumentar a conscientização da comunidade em relação 
ao meio ambiente, a fim de melhorar sua pegada ecológica?
A partir da análise dos resultados, é possível criar ações de conscientização 
para diminuir a pegada da comunidade, tais como:
• repensar hábitos de consumo;
• produzir menos lixo e reciclar;
• optar por meios de transporte que não utilizam combustíveis fósseis;
• desenvolver o consumo consciente.
	■ Uma amostra é uma parcela representativa da população 
selecionada para fins de estudo.
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Mulheres, empoderamento e 
desenvolvimento sustentável
Uma das declarações feitas durante a Conferência da ONU sobre 
Desenvolvimento Sustentável em 212 (Rio+2) foi a de que as mulhe-
res têm funções centrais e transformadoras no desenvolvimento 
sustentável e que a igualdade de gênero deve ser prioridade das ações 
em áreas como participação e liderança econômica, social e política. 
A igualdade de direitos entre homens e mulheresé tratada em 
diversos documentos nacionais e internacionais, inclusive na Declaração 
Universal dos Direitos Humanos promulgada em 1948. Apesar disso, as 
mulheres continuam a enfrentar discriminação, marginalização, exclu-
são e violência. 
Nas últimas décadas, a maior participação feminina no mercado de 
trabalho, nas universidades e na liderança de diversas instituições trouxe 
à discussão a questão do empoderamento das mulheres em diferen-
tes setores, por exemplo o político e o científico. O empoderamento 
feminino fortalece a economia, promove a melhoria da qualidade de 
vida de todos e é uma garantia para o desenvolvimento sustentável. A 
sustentabilidade não é possível sem a participação efetiva das mulheres.
Ainda no Ensino Médio, Juliana Estradioto (2-) começou a desen-
volver uma pesquisa para transformar a casca da noz de macadâmia em 
um material sustentável que substitui, por exemplo, curativos e sacos 
plásticos produzidos principalmente a partir de material sintético.
■ Painel produzido pelo 
artista Adn, Adriano 
dos Santos Damasceno 
(1985-), com o tema 
“Mulher no Poder e 
na Liderança”, para a 
exposição itinerante 
Pequim+20 em Graffiti
(2014), iniciativa que 
faz parte do debate 
promovido pela 
ONU Mulheres sobre 
os avanços para a 
igualdade de gênero, 
desde o estabelecimento 
da Plataforma de Ação 
de Pequim, em 1995. 
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DIÁLOGOS> EU TAMBÉM POSSO>
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O trabalho de Juliana trouxe-lhe prêmios e reconhecimento inter-
nacional. No aspecto ambiental, a pesquisa de Juliana pode trazer ao 
menos dois tipos de benefício:
• diminuir os resíduos da macadâmia, que 
acabam sendo, na maior parte, jogados 
em aterros sanitários ou queimados para 
produzir energia;
• reduzir a produção e o uso de materiais 
plásticos e borrachas sintéticas que, em 
sua maioria, não são biodegradáveis e 
nem sempre são recicláveis.
 1. Como a fala de Juliana, apresentada a seguir, 
se relaciona com o empoderamento de mu-
lheres no Brasil? 
[...]
“Ter feito pesquisa no Ensino médio mudou minha vida comple-
tamente e eu acho que tem que dar essa oportunidade para cada vez 
mais jovens das mais diferentes realidades do país. Educação tem 
essa capacidade transformadora”.
[...]
ESTUDANTE gaúcha que ganhou o Prêmio Jovem Cientista é uma das vencedoras da maior feira de ciências do 
mundo. Clic Camaquã, 18 maio 2019. Disponível em: https://www.cliccamaqua.com.br/noticia/39944/estudante-. 
Acesso em: 26 ago. 2020.
 2. Se fossem fazer uma pesquisa relacionada a soluções sustentáveis para sua 
comunidade, o que vocês pesquisariam? Há produtos locais que podem 
ser reaproveitados? Há problemas ambientais que precisam de soluções?
 3. Pode ser que você ou alguém que conheça já tenha sonhado ou sonhe 
ser cientista. Muitas vezes, a visão que se tem de um cientista é daquele 
profissional que fica trancado em um laboratório fazendo experiências 
com tubos de ensaio e microscópios. Embora também possa fazer isso, 
esse profissional realiza muitas outras atividades, e em diferentes áreas, 
como Medicina, Comunicação, História, Sociologia e tantas outras. Além 
disso, qualquer pessoa pode se tornar cientista, desde que tenha uma 
grande vontade de contribuir na busca de soluções para os problemas 
enfrentados pela sociedade, além de estudar bastante e desenvolver 
habilidades. Na sua opinião, que habilidades socioemocionais são im-
portantes para a formação de um cientista? Como as políticas públicas e 
a iniciativa privada podem contribuir? Discuta essas questões com seus 
colegas e busquem informações para complementar a resposta. 
	■ Juliana Estradioto 
ganhou o Prêmio 
Jovem Cientista em 
2018 e foi uma das 
vencedoras da maior 
feira de ciências do 
mundo. Fotografia em 
Brasília (DF), 2018.
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NÃO ESCREVA 
NO LIVRO
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Água como fonte de 
energia renovável
A energia hidrelétrica, gerada 
pela força do movimento de grandes 
massas de água, é uma importante 
fonte energética no Brasil, em razão da 
riqueza hidrográfica do país.
Essa é uma fonte renovável, pois 
depende de recursos não esgotáveis, 
e, em geral, considerada energia limpa, 
quando comparada aos combustíveis 
fósseis, como o petróleo e o carvão 
mineral, que são fontes não renováveis 
e causam sérios danos ao ambiente, 
em especial os relacionados ao clima.
A energia hidrelétrica, entretanto, 
provoca também impactos ambien-
tais e sociais significativos, pois, para a 
implantação das usinas geradoras, faz-se 
necessária a inundação de grandes 
áreas. Ação que resulta em perda do solo na região, alterações no clima e 
grandes prejuízos à flora e à fauna locais, inclusive com o desaparecimento 
de espécies, por exemplo, de peixes.
Além disso, as áreas alagadas causam decomposição de matéria orgâ-
nica, que libera dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4) na atmosfera, 
contribuindo assim para a intensificação do efeito estufa.
O alagamento do entorno força ainda o deslocamento de popu-
lações, geralmente de comunidades tradicionais, como indígenas e 
quilombolas, que têm fortes vínculos com o território e cujo modo de 
vida, em geral, depende da relação com o rio.
Por essa razão, no Brasil, foi criado o Movimento dos Atingidos 
por Barragens (MAB), organização autônoma que defende um projeto 
energético popular em todo o país. O MAB luta contra as desapropria-
ções e por reparação e melhores programas de reassentamento para 
os atingidos.
	■ Usina hidrelétrica na 
Rússia, 2020.
> DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Em grupos, discutam e identifiquem as possíveis consequências da implantação do novo marco 
legal de saneamento básico para a população de seu município.
ILYA TIMIN/TASS/GETTY IMAGES
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controle dos resíduos dispostos. Dessa forma, mesmo 
com as atividades encerradas, o lixão de Gramacho 
continua poluindo o ambiente, pois a matéria orgâ-
nica em decomposição, despejada a céu aberto, gera 
gases, como o gás metano, e chorume. Resíduos 
vindos de hospitais e mesmo de processos indus-
triais também eram depositados em Gramacho, o que 
aumenta a preocupação com a contaminação.
O lixão de Gramacho também influenciou a vida 
de milhares de pessoas que viviam da coleta de mate-
riais recicláveis, em condições insalubres. Estima-se 
que cerca de cinco mil catadores viveram do local.
Em 2007, o artista plástico brasileiro Vik Muniz (1961-) 
iniciou um projeto para criar obras de arte com os cata-
dores de material reciclável do lixão de Gramacho, 
fotografando essas pessoas e, posteriormente, retra-
tando-as em painéis confeccionados com o próprio 
material coletado pelo grupo, resultando em uma série 
de obras denominada Retratos do lixo.
Os catadores que participaram do projeto relataram 
que o processo artístico modificou suas vidas e lhes trouxe 
autoestima, revelando o poder transformador da arte. 
Mas também a crueldade de suas realidades, ganhando projeção internacio-
nal e que de certa forma, ajudou no processo de encerramento do lixão de 
Gramacho.
Quase 10 anos depois, no entanto, o bairro Jardim Gramacho, no entorno 
do antigo lixão, ainda presencia caminhões de lixo entrando nos portões antes 
fechados: esses resíduos, de origem privada, são despejados ilegalmente. As 
quase 28 mil pessoas que moram no bairro são, em sua maioria ex-catadores 
e catadoras que já não vivem do lixão, mas continuam em situação de vulne-
rabilidade social.
O caso de Gramacho ajuda a ilustrar algumas das questões que vamos 
discutir neste capítulo: Para onde vão os resíduos que geramos diaria-mente? E qual é o impacto deles no meio ambiente e na vida das pessoas?
	■ Retratos do lixo, obra 
do artista Vik Muniz, 
cópia cromogênica 
digital de 2008, 
retratando um dos 
catadores de material 
reciclável do lixão de 
Gramacho.
Chorume 
Resíduo líquido resultante 
da decomposição do lixo 
orgânico.
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NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM
 1. Em sua opinião, como a ideia de transformação aparece na arte produ-
zida por Vik Muniz?
 2. A que reflexões sobre a destinação do lixo no Brasil o trabalho do artista 
nos leva? 
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> SAIBA MAIS
Entre rios 
Direção: Caio da Silva Ferraz. Brasil, 2009. Vídeo (25 min)
Disponível em: https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/educacaoambiental/
prateleira-ambiental/entre-rios/. Acesso em: 28 ago. 2020
O documentário trata sobre o processo de transformação sofrido pelos rios e córregos na cidade 
de São Paulo (SP) e as motivações sociais, políticas e econômicas que promoveram a supressão 
desses cursos de água na paisagem, que até o final século XIX abasteciam a população e hoje 
passam despercebidos pela maioria dos paulistanos.
A lei da água – Novo Código Florestal
Direção: André D’Elia. Brasil, 2014. Vídeo (80 min). Disponível em: https://vimeo.
com/123222594. Acesso em: 29 ago. 2020.
Patrocinado por ONG ambientalistas, como a WWF e a SOS Mata Atlântica, o documentário trata 
da importância das florestas para a conservação das águas e dos problemas do novo Código 
Florestal Brasileiro, aprovado em 2012.
Na natureza selvagem 
Direção: Sean Penn. Estados Unidos, 2007. DVD (87 min). 
O filme conta a história real de um jovem estadunidense que, na década de 1990, abandona 
todos os bens materiais e decide empreender uma jornada pelos Estados Unidos, buscando 
autoconhecimento e contato com a natureza.
The thirsty world
Direção: Yann Arthus-Bertrand. França, 2013. Vídeo (90 min).
“Nunca bebi água potável. Não sei que gosto tem”, diz uma mulher nesse documentário que 
mostra lugares na África e na Ásia em que não há água potável, e as pessoas só têm água 
contaminada disponível. Em tradução livre, “O mundo sedento”.
Observatório do clima 
Disponível em: http://www.observatoriodoclima.eco.br/. Acesso em: 28 ago. 2020
Esse site, criado por uma rede que reúne entidades da sociedade civil com o objetivo de discutir 
a questão das mudanças climáticas no contexto brasileiro, apresenta diversas informações, 
resultados de pesquisa, debates e estatísticas a respeito das questões que envolvem o clima, 
a exemplo dos cálculos de emissões de gases de efeito estufa. Há também informações 
detalhadas sobre compromissos que o Brasil precisa assumir para a criação de políticas 
públicas efetivas na mitigação e adaptação às mudanças climáticas. 
Glossário de doenças relacionadas à água
Disponível em: http://www.aguabrasil.icict.fiocruz.br/index.php?pag=doe. Acesso em: 23 ago. 2020.
O site Água Brasil: sistema de avaliação da qualidade da água, saúde e saneamento do 
Ministério da Saúde, disponibiliza um glossário que relaciona as principais doenças causadas 
direta e indiretamente pela água contaminada.
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Verde, outro nome para 
o chamado ambientalismo 
de mercado
Alguns pensadores também criticam a ideia de que 
seja possível criar uma economia verde capaz de resolver 
os problemas ambientais em um mundo capitalista. Um 
exemplo é o sociólogo brasileiro Michael Löwy (1938-).
Em suas obras, Löwy faz uma análise crítica da possibi-
lidade de reformas no sentido de transformar o capitalismo 
em um sistema social menos predatório. A economia verde, 
para ele, seria uma nova forma de propor tais reformas, mas 
sem promover mudanças radicais no sistema social em que 
vivemos.
O problema, segundo Löwy, é que o sistema capitalista 
não pode ser transformado a ponto de garantir a equidade 
social e o equilíbrio ambiental, já que a estrutura do capi-
talismo é essencialmente predatória e visa à exploração 
constante dos recursos naturais do planeta. Desse modo, 
seria impossível a construção de uma economia verdadei-
ramente verde.
Para Löwy, sem uma mudança profunda no modo como as socie-
dades capitalistas estão organizadas, há o risco crescente de uma crise 
ambiental que ameaça a própria existência da vida humana no planeta 
e, por essa razão, defende um projeto político que ele chama ecosso-
cialismo. Esse modelo de sociedade seria baseado em uma organização 
democrática dos recursos econômicos do planeta de modo a conter o 
crescimento ilimitado da economia e assegurar a utilização não predató-
ria dos recursos naturais.
As ideias de Michael Löwy não são aceitas por todos os pensadores da 
área das Ciências Humanas. Há aqueles que defendem outros caminhos 
para a construção de uma sociedade capaz de encontrar equilíbrio entre 
desenvolvimento econômico e uso sustentável dos recursos naturais do 
planeta, o que demonstra diferentes visões sobre a questão ambiental.
	■ Vitrine de loja de 
roupas confeccionadas 
a partir de materiais 
reciclados, em 
Estocolmo (Suécia), 
2019. 
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> MEUS ARGUMENTOS
• Contraponha o conceito da ONU de economia verde e o de ecossocialis-
mo de Michael Löwy. Com qual dos conceitos você tende a concordar? 
Apresente argumentos para embasar sua resposta.
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De mãos dadas
Atividades que relacionam temas 
do capítulo com sua realidade, 
como seus amigos, sua escola, seu 
bairro, seu município etc. Aparece 
de forma aleatória nos capítulos.
Saiba mais
Aqui você encontra 
sugestões de 
filmes, sites, 
vídeos, podcasts, 
livros e outros 
materiais que 
ampliam os 
saberes explorados 
nas unidades. 
Leitura de 
imagem
Atividade de leitura 
e análise de mapas, 
gráficos, charges e 
outras linguagens 
imagéticas. Aparece 
de forma aleatória 
nos capítulos.
Meus argumentos
Momento em que você expõe 
suas ideias, pois esta seção 
explora sua capacidade de 
analisar, refletir e argumentar 
a respeito de determinado 
assunto. Aparece de forma 
aleatória nos capítulos.
Eu também posso
Esta seção apresenta exemplos de jovens que exerceram o 
protagonismo e promoveram mudanças na comunidade em que 
vivem. O texto vem acompanhado de atividades que exploram, 
entre outros itens, suas competências socioemocionais. Esta seção 
aparece duas vezes por volume.
InvestigAção
Esta seção estimula o pensamento crítico. Aliando criatividade com 
diferentes práticas de pesquisa, você será convidado a solucionar 
problemas e desafios relacionados ao seu cotidiano. Esta seção 
aparece duas vezes por volume.
Este ícone aparece 
junto das atividades 
em que é proposto o 
trabalho em grupo.
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Consumo 
responsável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
UNIDADE
1
> CAPÍTULO 1 Consumir para viver 
ou viver para consumir? . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Natureza na sociedade urbano-industrial . . . . . . . 13
Da sociedade de consumo 
à sociedade de hiperconsumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Problemas do hiperconsumismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Muito para poucos: a distribuição desigual. . . . . 19
É possível criar outra relação 
com o consumo? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
> CAPÍTULO 2 O que sobra depois do 
consumo: para onde vai meu lixo? . . . 24
Geração e destino dos resíduos 
sólidos no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Principais destinos do lixo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Breve histórico da política de gestão 
dos resíduos sólidos no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
O que tem no meu lixo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
E o lixo que vai para o mar? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Um caminho de oportunidades e práticas . . . . . 34
O que o mundo faz com os resíduos sólidos . . . 36
Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Eu também posso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Saiba mais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Recursos naturais: 
usos e abusos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
UNIDADE
2
> CAPÍTULO 3 Visões de natureza . . . . . . . . 46
As diferentes visões de natureza 
na evolução da humanidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
O dualismo no pensamento grego . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
O dualismo no pensamento moderno . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
A natureza vista pelas comunidades tradicionais . . 52
Crise ambiental, novas ideologias 
e a ética ecológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Antropocentrismo e biocentrismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
> CAPÍTULO 4 Todos têm sede, 
mas nem todos têm água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .60
Disponibilidade hídrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Demanda por água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Acesso e degradação dos recursos hídricos . . . . 64
Saneamento básico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Doenças transmitidas pela água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
Gestão dos recursos hídricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Água como fonte de energia renovável . . . . . . . . . 69
Conflitos e gestão compartilhada . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
InvestigAção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .74
Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
Saiba mais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
SUMÁRIO
D2-CH-EM-3075-V5-INICIAIS-001-009-LA-G21-AV.indd 6D2-CH-EM-3075-V5-INICIAIS-001-009-LA-G21-AV.indd 6 21/09/2020 00:5021/09/2020 00:50
Questões ambientais 
no mundo 
contemporâneo . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
UNIDADE
3
> CAPÍTULO 5 Mudanças climáticas e 
preservação das florestas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
Mudanças climáticas e aquecimento global . . . 82
Aquecimento global . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Consequências locais e globais 
das mudanças climáticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
Emissão de GEE no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
As queimadas como fonte de GEE . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
A importância das florestas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Brasil: vegetação nativa × vegetação atual . . . . . . . . . . 92
O Código Florestal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
Crise ambiental e as comunidades 
tradicionais: outros caminhos são possíveis? ......94
Povos da floresta e Reservas Extrativistas . . . . . . . . . . . . 94
Povos e comunidades tradicionais no Cerrado . . . . . . 95
Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
> CAPÍTULO 6 Desastres naturais 
ou humanos? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
Desastres naturais no mundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
População em risco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
Inundações e alagamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
Movimentos de massa/deslizamentos . . . . . . . . . . . . . . . 103
Tempestades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
Seca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
Desertificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
Gestão dos riscos ambientais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
InvestigAção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
Saiba mais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
Políticas ambientais e 
sociedade civil . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
UNIDADE
4
> CAPÍTULO 7 Políticas ambientais 
internacionais do século XXI . . . . . . . . . . . . 116
Conferências ambientais internacionais . . . . . . . 118
Maior atenção ao clima e à biodiversidade . . . 120
Interesses individuais em um mundo 
globalizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
Os Objetivos de Desenvolvimento 
Sustentável e a Agenda 2030 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
Economia verde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
Verde, outro nome para o chamado 
ambientalismo de mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
Organizações à frente das causas 
ambientais globais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
Greenpeace .................................................................... 126
WWF ................................................................................ 126
Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
Nossacomunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
> CAPÍTULO 8 Políticas ambientais 
no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
A proteção na forma de lei . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
Quem cria e executa as leis ambientais . . . . . . . . . 134
As formas de fiscalizar e controlar 
os impactos ambientais da ação humana . . . . . 136
Os casos de Mariana e Brumadinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140
Questões ambientais ou socioambientais? . . . 141
A longa duração dos problemas 
socioambientais no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142
O Brasil na agenda internacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143
Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144
Eu também posso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146
Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148
Saiba mais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
> FICHAS DE AUTOAVALIAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150
> BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152
> BIBLIOGRAFIA COMENTADA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157
Orientações para o professor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
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NESTE VOLUME
 Objetivos, justificativas, competências e habilidades
Você já parou para pensar por que e para que estuda os conteúdos escolares? Eles devem ter importância 
para sua vida, sendo uma ferramenta a mais para que você, com seus colegas e professores, pensem em solu-
ções para diferentes problemas do cotidiano, da sociedade brasileira e do mundo em geral.
Apresentamos, a seguir, as justifi cativas (importância) e os objetivos (para que) de cada unidade deste 
livro e também indicamos competências e habilidades da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), cujos textos 
se encontram ao fi nal do livro.
UNIDADE 1 Consumo responsável
Justificativa • Por que é importante estudar este 
conteúdo?
Podemos dizer que a questão do consumo excessivo de bens 
industrializados e a do lixo são duas faces da mesma moeda. E, 
mesmo aquelas sociedades que não estão entre as que mais con-
somem, enfrentam problemas com a destinação do lixo, já que 
este é composto principalmente por resíduos que necessitam de 
destinação adequada e que não causem impactos ao ambiente. 
Daí a necessidade urgente de se discutir as reponsabilidades de 
cada um nessa questão, como governos, empresas e indivíduos.
Objetivos • Devo estudar este conteúdo para...
1. Entender a origem, o desenvolvimento e as características 
da chamada sociedade do consumo, reconhecendo que 
é um modelo insustentável para as próximas gerações.
2. Diferenciar os ciclos produtivos baseados na economia 
linear e circular, avaliando o risco do esgotamento dos 
recursos naturais.
3. Compreender que a sociedade do hiperconsumo prioriza 
a compra de bens que expressam a subjetividade e os 
valores de quem os compra.
4. Relacionar práticas de consumo às infl uências dos meios 
de comunicação e aos impactos ambientais que provocam.
5. Analisar ações de governos e empresas, e conhecer prá-
ticas, como a economia solidária e o comércio justo, que 
aliem desenvolvimento com preservação ambiental. 
6. Analisar a geração e o descarte do lixo, refl etindo sobre os 
impactos no ambiente e na vida das pessoas.
7. Relacionar produção de resíduos sólidos no mundo e 
no Brasil ao nível de renda e às práticas de consumo de 
países, grupos sociais e indivíduos. 
8. Utilizar coleta e análise de diversos tipos de informações 
em diferentes tipos de linguagens, como mapas e gráfi cos.
9. Conhecer e avaliar os avanços da Política Nacional de 
Resíduos Sólidos (PNRS), assim como os obstáculos para 
sua implementação.
10. Investigar a gestão dos resíduos sólidos em seu municí-
pio, a fi m de refl etir sobre medidas que levem em conta 
a responsabilidade compartilhada.
Competências e habilidades
Competências gerais 1, 2, 3, 7 e 10
Competências específi cas 1, 3 e 6
Habilidades EM13CHS103, EM13CHS106, EM13CHS301, EM13CHS302, 
EM13CHS303, EM13CHS304, EM13CHS305, EM13CHS601
UNIDADE 2 Recursos naturais: 
usos e abusos
Justificativa • Por que é importante estudar este 
conteúdo?
Para muitos setores da sociedade urbano-industrial contempo-
rânea, a natureza está a serviço dos seres humanos. Esta visão levou, 
ao longo do tempo, a impactos socioambientais que passaram a 
colocar a biodiversidade mundial e vidas humanas em risco. Entre os 
recursos que foram “usados e abusados” está a água, necessária para 
existência da vida e inúmeras atividades econômicas. Assim, discutir 
o modo como nos relacionamos com a natureza, considerando a 
sustentabilidade econômica e socioambiental, se faz urgente. 
Objetivos • Devo estudar este conteúdo para...
1. Criticar a oposição entre natureza e cultura compreen-
dendo que as paisagens resultam da interação entre 
sociedade e natureza.
2. Compreender as diferentes visões da natureza ao longo 
da história, refl etindo sobre as relações entre os seres 
humanos e a natureza no mundo contemporâneo.
3. Contrapor a visão predatória da natureza com práticas 
sustentáveis utilizadas por comunidades tradicionais.
4. Conhecer diferentes ideologias ambientalistas, refl etindo 
sobre a ética ambiental na contemporaneidade.
5. Refl etir sobre a crescente demanda pela água no século 
XXI e a necessidade de adoção do uso responsável desse 
recurso natural.
6. Identifi car e compreender fatores da desigualdade no 
acesso à água, de modo a avaliar políticas públicas para 
minimizar esse problema. 
7. Identifi car doenças transmissíveis pela água e debater 
medidas para a diminuição da ocorrência delas. 
8. Reconhecer a importância de uma gestão efi ciente dos 
recursos hídricos e refl etir sobre ações para promover a 
educação ambiental da comunidade escolar.
9. Discutir o papel das hidrelétricas como fontes de energia 
renováveis no país, reconhecendo benefícios e impactos 
ambientais e sociais. 
10. Conhecer confl itos e exemplos de gestão compartilhada 
dos recursos hídricos no mundo e no Brasil, de modo.
11. Utilizar coleta e análise de dados em diferentes tipos de 
linguagens, como gráfi cos e mapas.
Competências e habilidades
Competências gerais 1, 2, 7 e 10
Competências específi cas 1, 2, 3, 5 e 6
Habilidades EM13CHS101, EM13CHS102, EM13CHS103, EM13CHS104, 
EM13CHS105, EM13CHS202, EM13CHS206, EM13CHS301, 
EM13CHS302, EM13CHS304, EM13CHS305, EM13CHS306, 
EM13CHS501, EM13CHS601, EM13CHS604
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UNIDADE 3 Questões ambientais do 
mundo contemporâneo
Justificativa • Por que é importante estudar este 
conteúdo?
Os problemas ambientais do mundo atual, como o aqueci-
mento global e as secas, têm causas naturais ou humanas?Essa é 
uma discussão bastante atual e, embora, muitos eventos naturais 
sempre marcassem a história da Terra, pesquisas demonstram que 
a ação humana vem acelerando problemas ambientais globais e 
ampliando ou aprofundando outros, como a questão das inunda-
ções e dos deslizamentos em cidades, que fazem vítimas no Brasil 
e no mundo. Assim, refl etir sobre a ação de diferentes atores (indi-
víduos, governos, indústrias etc.) em diferentes escalas (do local ao 
global) se faz urgente.
Objetivos • Devo estudar este conteúdo para...
1. Reconhecer o processo natural da história evolutiva da 
Terra e as ações humanas nas mudanças climáticas.
2. Identifi car evidências científi cas das mudanças climáticas, 
refl etindo sobre ações para conter a aceleração das altera-
ções dos climas em escala mundial, regional e local.
3. Identifi car consequências locais e globais das mudanças cli-
máticas, propondo soluções que respeitem e promovam a 
consciência e a ética socioambiental.
4. Analisar emissões dos gases do efeito estufa (GEE) no Brasil, 
de modo a refl etir sobre ações que possam reduzi-las no 
município, na Unidade da Federação e no país.
5. Identifi car a cobertura vegetal do município e na Unidade da 
Federação da comunidade escolar, de modo a problematizar 
o desmatamento e a importância da preservação das fl orestas 
para a regulação das temperaturas médias do planeta.
6. Conhecer aspectos do Código Florestal brasileiro avaliando 
os diferentes pontos de vista sobre eles. 
7. Compreender o papel de comunidades e povos tradicionais 
refl etindo como o modo de vida desses grupos pode ser 
aliado ao conhecimento científi co sobre sustentabilidade.
8. Entender que eventos naturais são considerados desastres 
quando seres humanos vivem nas áreas onde ocorrem.
9. Classifi car a origem dos desastres naturais e identifi car 
perdas humanas e econômicas no mundo e no Brasil.
10. Relacionar desastres naturais a situações de vulnerabilidade, 
problematizando ações para evitar ou minimizar os impactos.
11. Utilizar coleta e análise de diversos tipos de informação em 
diferentes linguagens, como gráfi co, esquema, texto e tabela.
Competências e habilidades
Competências gerais 1, 5, 7 e 10
Competências especí� cas 1, 2, 3 e 6
Habilidades EM13CHS101, EM13CHS103, EM13CHS104, EM13CHS106, 
EM13CHS202, EM13CHS206, EM13CHS302, EM13CHS304, 
EM13CHS305, EM13CHS306, EM13CHS601
UNIDADE4 Políticas ambientais e 
sociedade civil 
Justificativa • Por que é importante estudar este 
conteúdo?
Acordos e políticas ambientais nos países e entre eles são fun-
damentais para regular as relações entre a sociedade e natureza. 
Afi nal, diferentes grupos têm visões diversas sobre a exploração 
dos recursos naturais e sobre impactos ambientais. Assim, valori-
zar as lutas em favor de comunidades tradicionais e do ambiente 
pelo cumprimento de acordos e leis, no Brasil e na comunidade 
internacional, se faz necessário para evitar retrocessos e promover 
a sustentabilidade socioambiental.
Objetivos • Devo estudar este conteúdo para...
1. Conhecer organizações e políticas internacionais do século 
XXI relacionadas à preservação ambiental, de modo a iden-
tifi car soluções inovadoras para o consumo e produção 
sustentáveis.
2. Discutir os limites dos esforços internacionais para a pre-
servação ambiental, de modo a perceber que é preciso 
assegurar a assinatura e o cumprimento dos acordos fi r-
mados pelos países e o envolvimento da sociedade civil.
3. Compreender que o alcance dos Objetivos de 
Desenvolvimento Sustentável (ODS) depende das ações de 
organismos globais, de governos locais e da sociedade civil.
4. Compreender os conceitos de economia verde e ecossocia-
lismo, a fi m de confrontar os argumentos que sustentam 
cada uma dessas propostas.
5. Conhecer organizações ambientalistas, a fi m de identifi car 
ações globais e locais dessas organizações.
6. Conhecer a legislação ambiental do Brasil e identifi car os 
órgãos responsáveis pela fi scalização e execução dessas 
leis, de modo a destacar a importância da participação da 
população na cobrança dos órgãos responsáveis, denúncias 
de crimes, entre outras formas.
7. Compreender que as questões ambientais estão relacio-
nadas às esferas política, econômica e social do país, de 
modo a avaliar as complexas relações entre a natureza e a 
sociedade a partir da realidade do município ou da Unidade 
da Federação da comunidade escolar.
Competências e habilidades
Competências gerais 1, 7, 9 e 10
Competências especí� cas 1, 3 e 6
Habilidades EM13CHS103, EM13CHS104, EM13CHS304, EM13CHS305, 
EM13CHS306, EM13CHS604, EM13CHS606
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SI
L.UNIDADE
10
1
■ Latas de sopa Campbell (1962), de Andy Warhol. Suas obras se 
particularizam pelo uso de cores brilhantes, pela representação de 
materiais industrializados e pelo exagero do efeito de simultaneidade, 
como se observa na repetição das telas na imagem ao lado.
Consumo responsável
Os artistas da pop art, movimento estético que teve 
seu auge na década de 1960, utilizavam em suas obras 
imagens de embalagens, propagandas, pop stars, perso-
nagens da televisão, cinema e quadrinhos e de outros 
aspectos da vida cotidiana e da chamada cultura de 
massa. Uma das possíveis intenções dos artistas era fazer 
uma crítica ao consumismo e à influência que os produ-
tos fabricados em massa exerciam na vida das pessoas.
Contraditoriamente, a exposição acabava populari-
zando ainda mais o produto, como no caso das sopas 
Campbell, que inspirou a obra do estadunidense Andy 
Warhol (1928-1987), na imagem ao lado. Enlatados, assim 
como outros tipos de alimentos processados, surgiram 
com a industrialização e foram, por muito tempo, asso-
ciados a uma vida moderna e urbanizada. Os alimentos 
industrializados continuam inspirando críticas, mas rela-
cionadas aos efeitos negativos na saúde das pessoas e a 
quantidade de uso de embalagens, por exemplo.
 1. Você acha que as embalagens de alimentos e as propa-
gandas o influenciam a consumir mais?
 2. Como as atitudes das pessoas em relação ao consumo 
influenciam a produção dos resíduos sólidos?
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO
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RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA
Você se preocupa com a quantidade de lixo que produz ou com o destino dele? Um dos 
grandes problemas do consumo de produtos industrializados é a quantidade de resíduos sólidos 
gerada. No Brasil, desde 2010 está em vigor a lei no 12 305, que instituiu a Política Nacional dos 
Resíduos Sólidos. Essa lei estabelece a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos 
produtos, envolvendo fabricantes, cidadãos e governos. Diante dessa realidade, qual é o seu 
papel como cidadão? Ao longo deste projeto, você e seus colegas vão buscar respostas para 
essa pergunta e irão criar uma campanha para realização da coleta seletiva na comunidade.
RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA
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1
CAPÍTULO
Você já parou para pensar quantos e quais produtos consome diaria-
mente? Todos eles são essenciais? O consumo faz parte do nosso cotidiano 
e é influenciado por uma série de fatores, como costumes, crenças, práti-
cas sociais, que vão desde necessidades básicas para nossa sobrevivência, 
como alimentos, até aquelas que são construídas de forma subjetiva, em 
que não ocorre uma reflexão sobre as razões pelasquais consumimos, 
por exemplo, a compra de celulares de última geração.
As sociedades pós-industriais estabeleceram padrões tão eleva-
dos de consumo, que, no futuro, os recursos naturais poderão não ser 
mais suficientes. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), esti-
ma-se que daqui a 50 anos sejam necessários dois planetas Terra para 
atender os patamares atuais de produção e de consumo de mercadorias 
do mundo. Diante desse panorama, torna-se fundamental pensar em 
mudanças no padrão de consumo da sociedade atual.
Além dos recursos naturais, a aquisição de um novo produto consome 
também horas de dedicação ao trabalho. Você imagina quantas horas de 
trabalho são necessárias para ganhar uma remuneração e ter dinheiro 
para comprar um par de tênis? E um aparelho celular? Considerando 
que a renda média mensal do brasileiro, de acordo com o IBGE, corres-
pondia, em 2019, a 2.308 reais e que a jornada de trabalho no mês era de 
176 horas, seriam necessárias aproximadamente 15 horas de trabalho para 
comprar um par de tênis no valor de R$ 200 reais. Para obter um celular 
no valor de 1.500 reais seria necessário trabalhar cerca de 114 horas.
A quantidade de horas de trabalho 
necessárias para obter um salário e comprar 
determinados produtos não essenciais é um 
dos aspectos que nos ajuda a refletir sobre 
a relação que construímos com os bens e os 
serviços divulgados diariamente nos meios de 
comunicação, como fundamentais para nossa 
vida. Em que medida nossa felicidade está con-
dicionada ao consumo, levando-nos ao ciclo 
vicioso relacionado à vontade de adquirir cada 
vez mais? Neste capítulo vamos discutir sobre 
esta e outras questões.
Consumir para viver ou 
viver para consumir?
Sociedade 
pós-industrial
Sociedade na qual se dá 
a ascensão das atividades 
econômicas relacionadas 
aos serviços e declínio 
das industriais.
■ Eletrodomésticos são 
itens desejados por 
consumidores. Na 
fotografia, pessoas 
disputam televisores 
em uma liquidação em 
São Paulo (SP), 2017.
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Consultar as Orientações para o professor para obter mais informações sobre o capítulo 
e sobre o trabalho com as atividades.
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Natureza na sociedade 
urbano-industrial
A consolidação do capitalismo como sistema econômico e social acon-
teceu principalmente com as Revoluções Industriais, que introduziram 
diversas inovações tecnológicas e possibilitaram, direta e indiretamente, 
o aumento da produção e do consumo de bens e serviços. 
O processo de industrialização, os avanços técnicos e tecnológicos, 
a redução dos custos de transporte, as propagandas e os preços rela-
tivamente acessíveis contribuíram para originar a chamada sociedade 
de consumo. Nesse tipo de sociedade, o processo de subjetivação 
dos indivíduos é marcado pelo ato de consumir.
Fundamental para o funcionamento do sistema produtivo capita-
lista, o ato do consumo é caracterizado, em geral, pela padronização, 
pois o mesmo produto de uma determinada marca é comercializado 
e comprado em diversas regiões do mundo. Além disso, as relações 
entre as pessoas passam a ser moldadas pelo consumo não somente 
de produtos, mas de informações, bens culturais etc.
Na sociedade de consumo, milhões de mercadorias são produzidas 
diariamente. Por isso, é fundamental que a compra de produtos seja 
incentivada, com o intuito de escoar a produção, assegurar a circulação 
de riquezas, gerar lucro e sustentar o ciclo produtivo (produzir, vender, 
comprar, consumir, descartar, produ-
zir, vender…). Se esse ciclo “emperra” 
por causa da redução no consumo, 
os estoques de mercadorias se acu-
mulam, fábricas são desativadas, 
trabalhadores perdem seus empre-
gos e a economia entra em crise.
O marketing é instrumento 
fundamental nesse ciclo produ-
tivo, pois incentiva o consumo, 
mantendo o capitalismo em pleno 
funcionamento. Propagandas e 
publicidades são constantemente 
veiculadas pelos meios de comuni-
cação de massa, como a televisão, o 
rádio, a internet e o cinema, com 
o objetivo de influenciar o consumi-
dor a adquirir os bens e serviços.
Processo de 
subjetivação 
Formação de um indiví-
duo a partir do contato 
com elementos externos, 
como informações e 
experiências, que são 
interiorizados e que 
transformam o sujeito. 
Esse processo contribui 
para a formação da iden-
tidade de uma pessoa.
Marketing 
Conjunto de atividades 
orientado a entender e 
atender as necessidades 
do consumidor, promo-
vendo o relacionamento 
entre cliente e marcas 
e gerando lucros para 
empresas por meio 
das vendas.
	■ A Times Square, na cidade de Nova York (Estados Unidos), 
é um local emblemático pela quantidade excessiva de 
anúncios e propagandas existentes nas fachadas dos edifícios. 
Fotografia de 2018.
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Esse tipo de ciclo produtivo se baseia, em geral, em uma economia 
linear, caracterizada pela grande extração de recursos naturais, em um 
processo de extração-produção-descarte, sem o reaproveitamento de 
resíduos. Observe a figura a seguir. 
Economia linear
Fonte: ALLEN, A. Economia linear, economia circular e blockchain. A criação, 9 jul. 2018. Disponível em: 
http://www.acriacao.com/economia-linear-economia-circular-e-blockchain/. Acesso em: 29 jul. 2020.
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Recursos
naturais
Matéria-
-prima Manufatura Distribuição
Uso/
consumo Descarte
	■ A economia linear é 
baseada no processo 
extração-produção- 
-descarte e provoca o 
risco do esgotamento 
dos recursos naturais.
Além de utilizar excessivamente os recursos naturais, os processos 
da economia linear geram grandes volumes de resíduos que impactam 
e degradam o ambiente. A degradação ambiental é uma das conse-
quências negativas do modo como ocorreu a industrialização, associada à 
expansão do modo de produção capitalista e das sociedades de consumo.
Até algumas décadas atrás, a degradação ambiental era entendida 
como consequência inevitável do processo industrial e do desenvolvi-
mento econômico, o que provocou grande deterioração dos recursos 
naturais, mais acentuada em algumas regiões do mundo.
Entre os impactos gerados pela atividade 
industrial estão: a liberação de gases que poluem 
o ar, prejudicando as condições de saúde da 
população; a poluição das águas superficiais por 
efluentes de indústrias (rejeitos líquidos), cau-
sando a mortandade de animais; a contaminação 
do solo e das águas subterrâneas em razão da dis-
posição inadequada de resíduos sólidos e líquidos 
da produção industrial.
Agora observe ao lado o ciclo produtivo pau-
tado na economia circular. Você consegue notar 
as diferenças? 
A economia circular é um modelo desenvol-
vido com base na ideia de sustentabilidade. Nele os 
materiais são utilizados ao máximo para reduzir o 
desperdício de recursos naturais e os produtos são 
projetados para que seus componentes sejam reu-
tilizados. Além disso, o ciclo produtivo é baseado 
em fontes renováveis de energia, substituição de 
produtos tóxicos e eliminação de resíduos indus-
triais, reduzindo os impactos ambientais.
Economia circular
Resíduos
Reciclagem
Design
Produção
re-transformação
Distribuição
Consumo, 
utilização
reutilização
reparação
Recolha
Matérias-
-primas
Economia
circular
	■ Na economia circular, a reutilização, a reparação 
de produtos e a reciclagem do material 
descartado são elementos inseridos no ciclo 
produtivo.
Fonte: ALLEN, A. Economia linear, economia circular e blockchain. 
A criação, 9 jul. 2018. Disponível em: http://www.acriacao.com/
economia-linear-economia-circular-e-blockchain/. 
Acesso em: 29 jul. 2020.
Degradação 
ambiental 
Alterações nas caracte-
rísticas do ambiente, por 
açõesantrópicas ou natu-
rais, que diminuem a sua 
capacidade de sustentar 
a vida e seu potencial de 
renovação de recursos 
naturais.
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http://www.acriacao.com/economia-linear-economia-circular-e-blockchain/
http://www.acriacao.com/economia-linear-economia-circular-e-blockchain/
Da sociedade de consumo à 
sociedade de hiperconsumo
No início do século XX, alguns países alcança-
ram um estágio de desenvolvimento econômico, 
industrial e tecnológico avançado. Nos chamados 
países industrializados, o crescimento acelerado 
da população, especialmente nas áreas urbanas, 
e a ampliação das atividades, como o comércio 
e a prestação de serviços, contribuíram para as 
profundas transformações da força de trabalho e 
ampliação do poder de consumo dos indivíduos. 
Isso fez com que um número crescente de con-
sumidores tivesse acesso a bens variados, como 
alimentos industrializados, automóveis, eletrodo-
mésticos. Esse movimento teve início na década 
de 1920, mas foi especialmente forte no período 
pós-Segunda Guerra Mundial, nos Estados Unidos e em países euro-
peus. Nesse contexto, o ato de consumir deixou de ser um privilégio das 
camadas mais ricas da sociedade, disseminando-se entre a população de 
média e baixa renda.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o período após a Segunda Guerra 
Mundial apresentou um grande crescimento de produção e consumo, na 
medida em que o país despontava como uma nova liderança no cenário 
geopolítico internacional, enquanto as demais potências da Europa e o Japão 
se recuperavam economicamente das duas grandes guerras mundiais. 
Nesse contexto, o modelo de sociedade estadunidense passou a ser 
referência para diversos países. O American way of life, isto é, o estilo de 
vida americano, pautado em ideais e comportamentos liberais, estimu-
lava o consumo por meio das propagandas e publicidades veiculadas 
nos principais meios de comunicação, especialmente o cinema.
Esse modo de viver influenciou as sociedades de outros países, criando a 
ideia de que o exercício da cidadania, da felicidade e da liberdade estava asso-
ciado com a capacidade de consumir bens industriais. Durante a segunda 
metade do século XX, mesmo o grupo de países considerados em desen-
volvimento, como era o caso do Brasil, foi influenciado por esse modelo de 
comportamento baseado na valorização excessiva do consumo.
	■ O American way of life 
se tornou referência 
para diversos países 
em meados do século 
XX, contribuindo para 
o elevado crescimento 
da produção e do 
consumo de bens e 
serviços.
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NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM
• Analise de que forma os elementos contidos na imagem acima revelam 
características do chamado American way of life.
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Até o final do século XX a sociedade de consumo se disseminou 
por diversas regiões do mundo. Porém, na transição do século XX 
para o século XXI, esse tipo de sociedade começou a se transformar, 
surgindo, segundo o filósofo francês Gilles Lipovetsky (1944-), uma 
sociedade de hiperconsumo.
Enquanto a sociedade de consumo foi marcada pela expansão da 
produção de bens padronizados e semelhantes, sendo os eletrodo-
mésticos um símbolo importante, a sociedade de hiperconsumo foi 
marcada pela individualização do consumidor. 
Nesse contexto, as empresas passaram a investir na criação de 
bens personalizados e na venda das chamadas “experiências”. A lógica 
de consumo se fundamenta cada vez mais na compra de bens que 
expressariam a subjetividade e os valores do consumidor. Por isso, há 
um investimento crescente na construção de marcas e símbolos que 
representem as qualidades únicas das mercadorias de determinadas 
empresas. Nesse contexto, para o indivíduo não basta ser capaz de 
comprar um aparelho celular ou uma roupa, mas é importante adquirir 
bens que simbolizem ou expressem seus valores e visão de mundo. 
É por isso que Lipovetsky afirma que, na sociedade de hipercon-
sumo, o consumo passa a ter uma função subjetiva cada vez maior. 
Os indivíduos consomem bens não por sua utilidade genérica, mas 
pela forma como eles podem ajudá-lo a expressar sua personalidade 
e a vivenciar suas experiências no mundo. Um aparelho celular não 
é vendido apenas por ser um símbolo de distinção social, mas por 
expressar valores subjetivos, como ser descolado. 
Além disso, na sociedade de 
hiperconsumo, não há limite de 
espaço e tempo para consumir, pois 
com a internet podem-se obter 
produtos a qualquer hora e local. 
Muitas coisas se tornam consumí-
veis e as redes sociais intensificam 
essa experiência na medida em 
que os indivíduos podem exibir 
sua vida a todo momento. Uma 
viagem transforma-se em um 
bem de consumo no momento 
em que as pessoas publicam suas 
fotografias e vídeos para milhares 
de seguidores, com o objetivo de 
afirmar sua identidade e divulgar 
seu estilo de vida.
	■ Atualmente, a escolha 
de um modelo de 
smartphone ou outro 
dispositivo eletrônico 
pode representar 
determinado modo 
de se comunicar 
e relacionar com 
a sociedade. Na 
fotografia, lançamento 
de novo modelo 
de smartphone nos 
Estados Unidos, 
em 2018.
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Problemas do hiperconsumismo
A sociedade de hiperconsumo 
pode ser pensada como uma radica-
lização do consumismo que marcou 
o século XX. O gráfico ao lado revela 
os dados da produção global de 
plástico de 1950 a 2016 e a projeção 
para o ano de 2030. O crescimento 
da produção desse material ajuda 
a demonstrar como o consumo de 
bens industrializados aumentou nas 
últimas décadas, já que muitos deles 
são constituídos ou possuem com-
ponentes plásticos.
Outros dados também ajudam 
a compreender como o consumo 
excessivo torna insustentável o atual 
modelo de produção, em função do 
esgotamento dos recursos naturais. 
De acordo com os dados publicados 
pela Organização das Nações Unidas (ONU), desde a década de 1970 
até o ano de 2017 a extração de recursos naturais (biomassa, com-
bustíveis fósseis, minerais metálicos e não metálicos, água e solo) 
mais do que triplicou. No caso dos combustíveis fósseis, houve um 
aumento de 45% no uso de petróleo, gás natural e carvão mineral. 
Acredita-se que até 2060 o uso de recursos extraídos da natureza irá 
dobrar e chegar a 190 bilhões de toneladas, ante os 92 bilhões regis-
trados em 2017. Esse panorama deverá contribuir para o aumento de 
43% das emissões de gases do efeito estufa.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> MEUS ARGUMENTOS
• De acordo com o filósofo Gilles Lipovetsky, vivemos atualmente em 
uma sociedade na qual os hábitos de consumo estão associados ao 
processo de construção de nossas subjetividades. Por isso, há uma 
relação profunda entre consumir e a construção da autoestima. Para 
muitos, a individualidade e a personalidade são afirmadas por meio do 
consumo. E, quem não pode consumir, acaba tendo sua autoimagem 
afetada. Reflita sobre essa questão e elabore um texto argumentativo, 
pensando em ações que podem ajudar a fortalecer a autoestima sem 
associá-la ao consumo.
Produção global de plástico, 1950-2030
100
0
200
500
400
300
600
Ano
Milhões de 
toneladas
19701960 20001980 1990 2010 2016 20301950
Projeção
2 8
35
70
120
213
313
396
550
A produção de plástico 
virgem neste século 
equivale a tudo que 
foi produzido entre 
1950 e 2000.
	■ A produção global de 
plástico aumentou 
significativamente 
ao longo do período 
retratado. Esses dados 
estão relacionados 
ao crescimento do 
consumo de bens 
materiais.
Fonte: VASCONCELOS, Y. Planeta plástico. Pesquisa FAPESP, São Paulo, ano 20,n. 281, p. 22, jul. 2019. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/folheie-
a-edicao-281/. Acesso em: 6 jun. 2020.
Gases do efeito estufa 
São gases, como o dióxido 
de carbono (CO2) e metano 
(CH4), que absorvem parte 
da radiação infravermelha 
refletida pela superfície 
terrestre, impedindo que se 
irradie para o espaço, aque-
cendo o planeta Terra.
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https://revistapesquisa.fapesp.br/folheie-a-edicao-281/
Leia o texto e a tirinha da personagem Mafalda e, em seguida, responda às 
questões.
A relação culturas juvenis, mídia e consumo
[...]
Na Grã-Bretanha, o trabalho de Steven Miles [1977-] e seus pares também contou 
com o conceito de estilo de vida para dar sentido à relação dos jovens com a mídia e com 
o mercado. Conforme Miles, os jovens utilizaram as suas práticas de consumo para 
desenvolver um estilo de vida em que sentiam que “se encaixavam”, com um grupo 
mais amplo de pares, ao mesmo tempo dando-lhes um senso de individualidade em 
um mundo marcado pela instabilidade, o fluxo e a mudança. [...] 
Em resposta, os jovens procuraram uma sensação de estabilidade, através da 
construção de uma identidade com base nos valores simbólicos dos produtos que 
consumiam. Desta forma, os meios de comunicação eram vistos como um recurso fun-
damental em que os jovens se baseavam à medida que pretendiam construir uma 
identidade autônoma [...].
O consumo não é visto como uma atividade frívola, mas algo com “potencial eman-
cipatório”. É um aspecto fundamental da formação da identidade pessoal e social. No 
mundo pós-moderno a essência da identidade está ligada menos ao trabalho e mais às 
atividades de lazer. 
Face a estas definições, o marketing para adolescentes não é simplesmente uma 
maneira temporária de influenciar as suas preferências de compra. Mais importante, é 
uma maneira de moldar como eles se definem e o que constitui um estilo de vida ade-
quado para aquela identidade – uma vez que escolher e criar um estilo de vida próprio 
é visto como uma forma fundamental de “emancipação” [...].
[...]
FRANCISCO, K. C. A cultura juvenil, a mídia e o apelo ao consumo. Revista Eco-Pós, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p. 119, 2010. 
Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/eco_pos/article/view/888/828. Acesso em: 30 jul. 2020.
DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS>
QUINO. Toda 
Mafalda. São 
Paulo: Martins 
Fontes, 1992.
 1. Segundo a pesquisa realizada pelo sociólogo Steven Miles e sua equipe, qual é a re-
lação entre as práticas de consumo e o estilo de vida dos jovens? Em seguida, reflita 
sobre suas práticas de consumo, avaliando se o seu comportamento condiz com as 
ideias mencionadas no texto.
 2. Com base na leitura do texto e na tirinha, explique a relação entre o consumo dos 
jovens e o papel da mídia.
 3. Analise criticamente a relação direta entre o consumismo e a ocorrência de impactos 
ambientais.
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NO LIVRO
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https://revistas.ufrj.br/index.php/eco_pos/article/view/888/828
Muito para poucos: a 
distribuição desigual 
Nas páginas anteriores, vimos o crescimento elevado do consumo a 
partir da década de 1960, com a difusão do consumo em massa. Os meios 
de comunicação de massa tiveram um papel importante na difusão de 
valores da indústria cultural, padronizando os hábitos de consumo 
ditados pela lógica material das sociedades urbano-industriais. 
Apesar de ter sido registrado o crescimento do consumo nas últimas 
décadas, não se pode afirmar que esse panorama ocorre de forma 
homogênea em todas as regiões do mundo. De forma geral, o consumo 
é mais elevado nas grandes potências econômicas mundiais, como os 
Estados Unidos, Japão e países da União Europeia.
A distribuição desigual do consumo entre os países ajuda a revelar 
a forte concentração de renda e as grandes desigualdades socioeconô-
micas existentes no mundo. Observe nas fotografias a seguir o trabalho 
realizado pelo fotógrafo Peter Menzel (1948-), em 2013, que retratou os 
alimentos consumidos em uma semana por 30 famílias de diversos 
países do mundo, mostrando as diferenças tanto dos tipos de alimen-
tos como da quantidade de produtos.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM
 1. Quais diferenças são observadas no consumo e nos hábitos alimentares das duas famílias? Indique 
qual das famílias apresentada possui um padrão de consumo que provavelmente gera mais impactos 
no meio ambiente.
 2. Na sua opinião, qual é a importância do trabalho desenvolvido pelo fotógrafo Peter Menzel?
Indústria cultural 
Termo criado na década 
de 1940, por sociólogos 
como Theodor Adorno 
(1903-1969) e Max 
Horkheimer (1895-1973), 
da chamada Escola de 
Frankfurt. Para esses 
pensadores, expressões 
culturais das sociedades 
capitalistas, como filmes 
e músicas, são fabrica-
das e vendidas como 
mercadorias, provocando 
a homogeneização das 
tendências e criando con-
formismo na população.
	■ Fotografias do projeto de Peter Menzel que registrou o consumo semanal de alimentos por famílias em diferentes 
lugares no mundo e o valor gasto na semana para alimentação. À esquerda, uma família nos Estados Unidos, que 
gastava em 2013 cerca de 684 reais; à direita, uma família tradicional no Equador, que gastava 62 reais. 
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É possível criar outra relação 
com o consumo? 
Na década de 1960, no contexto de uma sociedade consumista, cres-
cente industrialização e aumento da degradação ambiental, começaram 
a surgir movimentos ambientalistas e uma pressão mundial sobre gover-
nos, para a criação de legislação ambiental rigorosa e maior fiscalização, 
e sobre as empresas, para a adoção de métodos de produção que mini-
mizassem os impactos ambientais.
Atualmente, em muitos países, entre eles o Brasil, existem leis que 
obrigam as indústrias a diminuírem os impactos de suas atividades no 
ambiente, devendo realizar ações, como colocar filtros para a retenção 
de contaminantes atmosféricos; tratar a água antes de ser despejada na 
rede de esgotos ou em rios; dar destino adequado ao resíduo industrial; 
entre outras.
No final do século XX, além de ações obrigatórias por lei, muitas indús-
trias potencialmente poluidoras, preocupadas com sua imagem, passaram 
a adotar práticas sustentáveis, como o uso de matérias-primas recicladas, 
de fontes de energia renovável, além de obterem certificação ambiental, 
ou seja, um certificado garantindo que a empresa atendia à legislação 
ambiental e controlava os impactos de sua atividade.
Essa certificação ambiental é concedida quando a empresa atende 
a normas definidas por organizações internacionais. A International 
Organization for Standardization (Organização Internacional de 
Normatização), a ISO, federação mundial das organizações nacionais de 
normatização sediada em Genebra (Suíça), na década de 1990 lançou 
a série ISO 14 000, composta de normas que orientam as empresas na 
gestão e mitigação dos impactos ambientais e adequação de seus pro-
cessos às políticas ambientais do país, visando à melhoria contínua em 
toda sua cadeia produtiva.
A certificação ambiental tem se tornado um parâmetro de análise 
por parte dos consumidores, que podem utilizar como referência o 
histórico de impacto ambiental dos produtos oferecidos e a respon-
sabilidade socioambiental da empresa. O selo verde, fornecido pela 
ISO 14 000, certifica que a empresa reduziu ou eliminou o desperdício 
de matéria-prima e nãoapresentou impacto ambiental no processo 
produtivo.
Além de gestão dos impactos das atividades industriais, outras 
alternativas têm sido desenvolvidas atualmente com a finalidade de 
promover o desenvolvimento sustentável, como a economia solidária 
e o comércio justo. 
	■ Logo da ISO.
LO
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Na economia solidária, a forma de produção, distribuição e consumo 
de bens ou serviços é horizontal, isto é, não há ganhos em nenhuma parte 
da cadeia produtiva e os lucros não são priorizados. Os trabalhadores se 
organizam em cooperativas e a posse dos meios de produção é coletiva. 
Por meio de princípios de autogestão, cooperação e uma relação direta 
entre a produção e as necessidades da comunidade local, busca-se maior 
equilíbrio entre as demandas da sociedade e o ambiente.
O comércio justo (fair trade), movimento criado no continente 
europeu, durante a década de 1960, tem o objetivo de promover trans-
formações na cadeia produtiva, ao eliminar as etapas intermediárias 
entre produtores e consumidores. 
Essa iniciativa prioriza relações empregatícias justas, garantindo 
condições de trabalho e salários adequados e os direitos previstos aos 
trabalhadores. O foco do comércio justo está no empoderamento dos 
pequenos e médios produtores e no trabalho artesanal, e exige menos 
dos recursos naturais.
Por fim, algumas cidades ao redor do mundo têm adotado práticas 
capazes de transformar localmente as relações de consumo. As hortas 
urbanas, por exemplo, encurtam as distâncias entre os locais de pro-
dução e consumo e promovem melhorias na qualidade ambiental das 
cidades, na medida em que ampliam as áreas verdes. Movimentos como 
o vegetarianismo e o veganismo têm crescido, contribuindo para a dimi-
nuição dos impactos ambientais provocados pela atividade pecuária.
■ Horta comunitária 
localizada na zona leste 
do município de São 
Paulo (SP), 2019.
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NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> DE MÃOS DADAS
 1. Reúnam-se em grupos e pesquisem exemplos de economia solidária ou 
de comércio justo. Façam um storyboard, sequências de ilustrações seme-
lhantes a histórias em quadrinhos, para contarem à classe as experiências 
encontradas.
 2. Reflitam como vocês poderiam colocar em prática alguns elementos pro-
postos na economia solidária ou no comércio justo.
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NÃO ESCREVA 
NO LIVROATIVIDADES>
 1. Leia o fragmento do texto abaixo e faça a atividade.
Um guia de moda influente e muito lido oferece para a temporada outono-inverno de 2005 
“meia dúzia de looks fundamentais” “para os próximos meses”, “que colocam qualquer um à 
frente do júri do estilo”. Essa promessa é apropriada e habilmente calculada para conquistar 
nossa atenção: com uma frase breve, decidida, é possível atingir todas as ansiedades e os 
ímpetos criados pela sociedade de consumidores e nascidos da vida de consumo”. 
BAUMAN, Z. A ética é possível num mundo de consumidores? São Paulo: Zahar, 2011. p. 127.
• Relacione o fragmento do texto acima com a ideia de sociedade de consumo.
 2. Com base nas ideias do filósofo Gilles Lipovetsky, analise a linguagem utilizada pela propaganda 
abaixo, relacionando-a com as necessidades de consumo criadas na sociedade contemporânea.
Semijoias a 
partir de 
R$ 59,90
SUA MÃE VAI 
ADORAR ESSE 
PRESENTE. 
 3. Leia o texto abaixo e, depois, faça o que se pede.
“Eu faço vídeos e tiro fotos para me inspirar e inspirar as pessoas sobre um estilo de vida 
mais consciente.” É assim que Marina Godward se apresenta em [sua rede social] [...], com mais 
de 14 mil seguidores. Receitas veganas, dicas para uma alimentação saudável e discussão sobre 
consumo consciente estão entre os principais temas que a jovem aborda também em seu canal 
do Youtube, com mais de 18 mil inscritos.
Tudo começou em 2012 quando Marina optou por virar vegana.
“Percebi que nem tudo na vida é como nos contaram, ou como a sociedade considera ‘normal’. 
Comecei a repensar vários aspectos da minha vida, principalmente no que diz respeito ao 
impacto que meu estilo de vida tem no planeta”, conta.
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Foi então que a blogueira começou a estudar sobre a realidade do lixo, desper-
dício de alimentos, indústria da moda, entre outros temas que ajudaram a entender 
como adotar uma forma diferente de viver, com hábitos mais sustentáveis.
[...]
SUSTENTABILIDADE vira tema de influenciadores e ganha espaço nas redes. Reciclasampa, 15 jan. 2019. Disponível em: 
https://www.reciclasampa.com.br/artigo/sustentabilidade-vira-tema-de-influenciadores-e-ganha-espaco-nas-redes. 
Acesso em: 3 ago. 2020.
• Pesquise exemplos de ações que promovam a sustentabilidade adotadas na sua co-
munidade escolar e compartilhe com os seus colegas. Em um amplo debate mediado 
pelo professor, avalie de que forma as ações trazidas contribuem para minimizar os 
impactos ambientais.
DIAGNÓSTICO I: RESPONSABILIDADE DO MUNICÍPIO
A Política Nacional de Resíduos Sólidos determinou que a extinção dos lixões no Brasil 
deveria acontecer até 2014. No entanto, em 2018, cerca de 54% dos municípios não depo-
sitavam seus resíduos em aterros sanitários. Essa política também propõe a prática de 
hábitos de consumo sustentável e busca promover o incentivo à reciclagem e à reutiliza-
ção dos resíduos sólidos, além da destinação ambientalmente adequada.
Nesta etapa do projeto, você vai descobrir qual é a destinação dos resíduos sólidos no 
município onde estuda. Em grupos, pesquisem em que local é depositado o lixo coletado 
no município, por exemplo, em lixões e ou aterros sanitários, e se ocorre coleta seletiva, 
reciclagem e reutilização dos resíduos.
Apresentem o resultado da pesquisa por meio de um mapa, localizando os pontos de 
interesse, como aterros sanitários e locais de coleta seletiva. O mapa deve ser acompa-
nhado por um texto comentando os resultados obtidos.
Com base nas informações coletadas, discutam com os colegas se, na opinião deles, o 
município faz a destinação adequada do lixo. Reúnam os dados pesquisados e a conclu-
são da discussão para serem utilizados na etapa 4.
Etapa
1
■ Marina Godward apresentando materiais separados para a reciclagem. Porto Alegre (RS), 2017.
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https://www.reciclasampa.com.br/artigo/sustentabilidade-vira-tema-de-influenciadores-e-ganha-espaco-nas-redes
2
CAPÍTULO
Na periferia do município de Duque Caxias (RJ) funcionou, por mais 
de 30 anos, o lixão de Gramacho. Fechado em 2012, era o maior lixão 
da América Latina e recebia diariamente mais de 7 mil toneladas de 
resíduos sólidos gerados em Duque de Caxias e munícipios vizinhos.
O encerramento das atividades de Gramacho, 
marcado por uma cerimônia de fechamento da 
entrada do lixão, representou os esforços dos 
governos federal, estadual e municipal de encer-
rar mais de 30 anos de degradação ambiental. 
Estima-se que cerca de 60 milhões de toneladas 
de lixo foram depositados no local, que não apre-
sentava qualquer sistema de controle de poluição 
e controle de proliferação de vetores de doenças, 
como leptospirose e dengue.
Diferente de um aterro sanitário, que é uma 
obra de engenharia planejada para receber de 
forma adequada os resíduos sólidos, evitando a 
contaminação do solo e das águas pelo chorume
e controlando a emissão de gases, um lixão é uma 
forma de depósito de lixo em que não há qualquer 
O que sobra depois 
do consumo: para 
onde vai meu lixo?
Consultar asOrientações para o professor para obter mais informações sobre o capítulo 
e sobre o trabalho com as atividades.
Localização do lixão de Gramacho
Fonte: ORTIZ, F. Lixão de Gramacho fecha esta semana; 
catadores querem forma “mais humana” de trabalhar com 
reciclagem. UOL, 31 maio 2012. Disponível em: https://noticias.
uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/05/31/desastre-
ambiental-lixao-de-gramacho-fecha-amanha-com-60-milhoes-
de-toneladas-de-residuos.htm. Acesso em: 8 ago. 2020.
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■ Lixão de Gramacho, em 
Duque de Caxias (RJ), 2012.
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https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/05/31/desastre-ambiental-lixao-de-gramacho-fecha-amanha-com-60-milhoes-de-toneladas-de-residuos.htm
controle dos resíduos dispostos. Dessa forma, mesmo 
com as atividades encerradas, o lixão de Gramacho 
continua poluindo o ambiente, pois a matéria orgâ-
nica em decomposição, despejada a céu aberto, gera 
gases, como o gás metano, e chorume. Resíduos 
vindos de hospitais e mesmo de processos indus-
triais também eram depositados em Gramacho, o que 
aumenta a preocupação com a contaminação.
O lixão de Gramacho também influenciou a vida 
de milhares de pessoas que viviam da coleta de mate-
riais recicláveis, em condições insalubres. Estima-se 
que cerca de cinco mil catadores viveram do local.
Em 2007, o artista plástico brasileiro Vik Muniz (1961-) 
iniciou um projeto para criar obras de arte com os cata-
dores de material reciclável do lixão de Gramacho, 
fotografando essas pessoas e, posteriormente, retra-
tando-as em painéis confeccionados com o próprio 
material coletado pelo grupo, resultando em uma série 
de obras denominada Retratos do lixo.
Os catadores que participaram do projeto relataram 
que o processo artístico modificou suas vidas e lhes trouxe 
autoestima, revelando o poder transformador da arte. 
Mas também a crueldade de suas realidades, ganhando projeção internacio-
nal e que de certa forma, ajudou no processo de encerramento do lixão de 
Gramacho.
Quase 10 anos depois, no entanto, o bairro Jardim Gramacho, no entorno 
do antigo lixão, ainda presencia caminhões de lixo entrando nos portões antes 
fechados: esses resíduos, de origem privada, são despejados ilegalmente. As 
quase 28 mil pessoas que moram no bairro são, em sua maioria ex-catadores 
e catadoras que já não vivem do lixão, mas continuam em situação de vulne-
rabilidade social.
O caso de Gramacho ajuda a ilustrar algumas das questões que vamos 
discutir neste capítulo: Para onde vão os resíduos que geramos diaria-
mente? E qual é o impacto deles no meio ambiente e na vida das pessoas?
	■ Retratos do lixo, obra 
do artista Vik Muniz, 
cópia cromogênica 
digital de 2008, 
retratando um dos 
catadores de material 
reciclável do lixão de 
Gramacho.
Chorume 
Resíduo líquido resultante 
da decomposição do lixo 
orgânico.
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NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM
 1. Em sua opinião, como a ideia de transformação aparece na arte produ-
zida por Vik Muniz?
 2. A que reflexões sobre a destinação do lixo no Brasil o trabalho do artista 
nos leva? 
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Geração e destino dos resíduos 
sólidos no Brasil
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de 
Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), em 
2018 foram gerados 79 milhões de toneladas de resí-
duos sólidos no Brasil. Essa grande quantidade de 
materiais é proveniente das residências, dos comér-
cios e da limpeza das ruas, praias e demais locais das 
áreas urbanas.
No Brasil, as diferenças na geração de lixo podem 
ser observadas entre as grandes regiões, como apre-
sentado no gráfico ao lado. Enquanto um habitante 
da região Norte gera cerca de 0,884 kg por dia, no 
Sudeste essa contribuição por habitante pode passar 
de 1,2 kg nas mesmas 24 horas. Fatores como renda 
per capita, hábitos de consumo, número de habitan-
tes e concentração urbana ajudam a explicar essas 
diferenças regionais. 
Principais destinos do lixo
Segundo a Abrelpe, em 2018 92% do lixo gerado no Brasil foi cole-
tado. Depois de o lixo ser recolhido das casas, comércios e outros locais 
do município onde você mora, pode ser que o caminhão de coleta se 
dirija para um lixão, como o de Gramacho, ou para um aterro contro-
lado, onde o lixo depositado é coberto por uma camada de terra, o que 
não evita a contaminação do ambiente por chorume e gases gerados 
pela decomposição. Esses locais são o destino de 40% de todo resíduo 
sólido urbano coletado no Brasil. Veja a tabela a seguir. 
Brasil e grandes regiões: geração de 
resíduos sólidos per capita, 2018
Brasil
Norte
Nordeste
Centro-Oeste
Sudeste
Sul
1,039
0,884
0,951
0,990
1,232
0,759
0 0,3 0,6 0,9 1,2 1,5
Quilos por dia
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA 
PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS. Panorama dos resíduos 
sólidos no Brasil 2018/2019. São Paulo, 2019. p. 19. Disponível 
em: https://abrelpe.org.br/download-panorama-2018-2019/. 
Acesso em: 3 ago. 2019.
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 Brasil e grandes regiões: disposição final de resíduos sólidos urbanos, por número de municípios, 2018 
Disposição final Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul Brasil
Aterro sanitário 93 454 162 820 1 040 2 569
Aterro controlado 110 496 152 641 109 1 508
Lixão 247 844 153 207 42 1 493
Brasil 450 1 794 467 1 668 1 191 5 570
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil 
2018/2019. São Paulo, 2019. p. 17. Disponível em: https://abrelpe.org.br/download-panorama-2018-2019/. Acesso em: 3 ago. 2019.
	■ Apesar de a Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída em 2010, ter definido que até 2014 os resíduos 
sólidos deveriam ser depositados em aterros sanitários, uma grande parte dos municípios ainda encaminha 
esses resíduos para locais como lixões e aterros controlados.
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https://abrelpe.org.br/download-panorama-2018-2019/
https://abrelpe.org.br/download-panorama-2018-2019/
Também pode ser que o lixo da sua casa seja levado para um aterro sanitário, que é uma 
unidade ambientalmente adequada de recebimento de resíduos sólidos, com controles ambien-
tais necessários, como a impermeabilização do solo e sistemas de drenagem, para evitar a 
poluição das águas subterrâneas e do ar (veja a imagem abaixo), além de não permitir a entrada 
de catadores, mas apoiar o trabalho de cooperativas para a separação de materiais recicláveis.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM
 1. Qual região do Brasil apresenta a maior geração de resíduo sólido per capita? E a menor?
 2. Considerando a quantidade de municípios, identifique a região brasileira que tem o lixão como 
principal local para disposição final de resíduos sólidos.
 3. Você sabe onde os caminhões de lixo depositam os resíduos depois que fazem a coleta no seu bairro 
ou município? Pesquise essa informação, com seus colegas, proponham uma visita escolar ao local, 
se possível. Muitos aterros sanitários possuem programas de visitas guiadas de escolas.
 O que um aterro sanitário deve ter
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de catadores, mas apoiar o trabalho de cooperativas para a separação de materiais recicláveis.
 O que um aterro sanitário deve ter
Drenagem da 
água da chuva
Camada 
impermeabilizante
Cercamento da área, 
com isolamento visual da 
vizinhança.
Sistema de drenagem 
e tratamento de 
chorume (resíduo da 
decomposição do lixo).
Monitoramento das 
águas subterrâneas.
Sistema de drenagem de 
gases. Em alguns casos, 
são usados também para a 
produção de energia.
Lixo
Fonte: MATOS, T. E. N. Análise do aproveitamentoenergético do biogás de aterro sanitário em uma central de potência de pequeno porte. 
TCC (Graduação em Ciências Exatas e Tecnológicas) – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas, 2016. p. 7. Disponível em: 
https://www2.ufrb.edu.br/bcet/components/com_chronoforms5/chronoforms/uploads/tcc/20190327174429_2016.1_-_TCC_Tamiles_Matos_-_
Anlise_do_Aproveitamento_Energtico_do_Biogs_de_Aterro_Sanitrio_em_Uma_Central_de_Potncia_de_Pequeno_Porte.pdf. Acesso em: 26 ago. 2020.
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_Anlise_do_Aproveitamento_Energtico_do_Biogs_de_Aterro_Sanitrio_em_Uma_Central_de_Potncia_de_Pequeno_Porte
Breve histórico da 
política de gestão dos 
resíduos sólidos no Brasil
O problema do destino inadequado de resíduos sólidos não é 
recente na história do Brasil. Desde o século XIX, as vilas e as cidades 
brasileiras já enfrentavam problemas provocados pela gestão 
inadequada do lixo. No período imperial (1822-1889), a maior e prin-
cipal cidade do país era o Rio de Janeiro. Mesmo sendo a capital 
do império, não contava com uma política sistemática de controle 
dos resíduos.
As autoridades relatavam com frequência que o espaço urbano 
estava constantemente sujo. Vale lembrar que a cidade não contava 
com estrutura de saneamento básico; dessa forma, as 
pessoas precisavam dispor por conta própria das fezes 
e urinas que produziam em suas casas. Para isso, utili-
zavam tinas onde armazenavam os excrementos. Essas 
tinas eram transportadas por pessoas escravizadas, cha-
madas de tigres ou cabungos, até regiões distantes do 
centro urbano, especialmente as praias.
Em 1850, foi criado um decreto que estabeleceu a 
Junta de Higiene Pública. Essa instituição passou a ter a 
função de garantir a salubridade nas cidades brasileiras, 
inclusive tomando decisões relativas à gestão dos resí-
duos produzidos pela população. O governo brasileiro 
passou a tomar medidas para regulamentar o trabalho 
dos tigres e evitar que o descarte dos resíduos das casas 
ocorresse sem nenhum controle.
Na década de 1860, uma companhia inglesa iniciou 
a instalação de um sistema de captação de esgoto na 
cidade do Rio de Janeiro, o que teve um papel impor-
tante no controle dos esgotos domésticos. Além disso, 
foram feitas experiências para incinerar os resíduos 
sólidos urbanos. Porém, a principal forma de disposição 
do lixo urbano foram os lixões.
Ainda analisando o caso do Rio de Janeiro (RJ), a 
ilha de Sapucaia foi utilizada de 1865 até 1949 como um 
espaço de armazenamento dos resíduos sólidos urbanos. 
Posteriormente, foram construídos lixões no aterro do 
Gestão dos resíduos
Envolve aspectos como 
o recolhimento e o 
transporte de resíduos 
sólidos, supervisão e 
manutenção dos locais 
de destinação. Pode ser 
realizado de forma a 
gerar maior ou menor 
impacto ambiental.
	■ “Não mais febre amarela! Está descoberto 
o bicho”, capa do jornal O Mosquito, 1876.
A partir do decreto nO 6378, de 15 de 
novembro de 1876, a Junta de Higiene 
Pública teve o auxílio de médicos e 
de outros profissionais para indicar as 
providências necessárias para conter o 
avanço da febre amarela e providenciar 
ações para melhorar as condições 
sanitárias do Rio de Janeiro (RJ).
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Retiro Saudoso, do Amorim e de Cavalcanti. Finalmente, na década de 1970, o lixão do Jardim 
Gramacho, em Duque de Caxias (RJ), tornou-se um dos principais destinos do lixo produzido no 
Rio de Janeiro (RJ) e municípios vizinhos.
A partir da década de 1970, foram tomadas novas iniciativas para melhorar a gestão dos resí-
duos sólidos. Um exemplo disso foi a criação da Usina de Irajá, que entrou em funcionamento 
em 1977, para reciclar parte do lixo produzido no Rio de Janeiro (RJ). A proposta era que na usina 
fosse realizada a separação de materiais recicláveis e compostagem de resíduos orgânicos.
Assim como a Usina de Irajá, foi criada a Usina do Caju em 1992. Porém, as duas usinas foram 
administradas de forma ineficiente, utilizando tecnologia antiquada e sem recursos para investir 
em melhorias. Por isso, acabaram sendo soluções ineficientes, desperdiçando grande quanti-
dade de resíduos sólidos, os quais foram depositados em lixões ou aterros.
Outro exemplo de iniciativa de melhoria da gestão dos resíduos urbanos foi a decisão de criar 
o primeiro sistema municipal de reciclagem do lixo em Curitiba (PR). Criado em 1988, a iniciativa 
foi pioneira e posteriormente foi adotada por outros municípios.
Apenas em 2010 foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos, visando assegurar um 
gerenciamento mais adequado desses resíduos no território brasileiro.
	■ Descarga de resíduos no aterro da praia do Retiro Saudoso no Rio de Janeiro (RJ), em 1962.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> DE MÃOS DADAS
• Quais são as políticas públicas e leis relacionadas aos resíduos sólidos em seu município e como o 
governo as coloca em prática? Reúna-se com seus colegas, pesquisem informações sobre o tema e 
reflitam sobre medidas que podem ajudar a melhorar essa gestão. Depois, gravem um vídeo curto 
sobre o tema e compartilhem o material nas redes sociais visando à conscientização da comunidade.
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Uma lei inteiramente dedicada aos 
resíduos sólidos
Em agosto de 2010 foi publicada a lei no 12 305, que instituiu a Política 
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Em seu texto há princípios e 
objetivos que orientam sua aplicação, bem como definições técnicas 
e instrumentos necessários para a gestão correta dos resíduos sólidos. 
Leia alguns dos trechos da lei e depois faça as atividades.
DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS>
■ Cooperativa de reciclagem de plástico no Rio de Janeiro (RJ), 2019.
[...]
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
[...]
IX - geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas ou jurídicas, de 
direito público ou privado, que geram resíduos sólidos por meio de suas 
atividades, nelas incluído o consumo;
[...]
XV - rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as 
possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos 
disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade 
que não a disposição final ambientalmente adequada; 
XVI - resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado 
resultante de atividades humanas em sociedade, [...];
Disposição final 
ambientalmente 
adequada
Distribuição ordenada 
de rejeitos em aterros, 
observando normas 
operacionais específicas, 
de modo a evitar danos 
ou riscos à saúde pública 
e à segurança e a 
minimizar os impactos 
ambientais adversos.
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NO LIVRO
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XVII - responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produ-
tos: conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, 
importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titu-
lares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos 
sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem 
como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade 
ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei; 
XVIII - reutilização: processo de aproveitamento dos resíduos sólidos 
sem sua transformação biológica, física ou físico-química, observadas as 
condições e os padrõesestabelecidos pelos órgãos competentes [...];
[...]
Art. 6o São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos:
[...]
VI - a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor 
empresarial e demais segmentos da sociedade; 
VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; 
VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como 
um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e pro-
motor de cidadania; 
IX - o respeito às diversidades locais e regionais;
X - o direito da sociedade à informação e ao controle social;
[...]
Art. 7o São objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos:
I - proteção da saúde pública e da qualidade ambiental; 
II - não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos 
resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada 
dos rejeitos; 
III - estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo 
de bens e serviços; 
IV - adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas 
como forma de minimizar impactos ambientais;
[...]
BRASIL. Lei nº 6 2015, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a lei 
nº 9 605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Brasília, DF: Casa Civil, [2010]. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm. Acesso em: 3 ago. 2020.
 1. Com base nos trechos da lei que instituiu a Política Nacional de Resíduos 
Sólidos, explique e dê exemplos de geradores, de resíduos sólidos e de 
rejeitos. Há dificuldades nessa tarefa, mesmo com as definições trazidas 
pela lei?
 2. Os princípios estabelecidos podem ser complementados? Discuta com 
seus colegas alguns exemplos de como fazer isso.
 3. Como você, em sua casa, ou a escola podem contribuir para o cumprimento 
dos objetivos expostos no Artigo 7? Dê sugestões de iniciativas locais.
 4. Reúnam-se em grupos e discutam como a sociedade brasileira e seus 
atores (governos, empresas, indivíduos etc.) podem tornar realidade 
os objetivos da PNRS.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm
Brasil: estimativa da composição dos 
resíduos sólidos coletados, 2008
2,9%
Rejeitos
13,1%
Resíduos potencialmente recicláveis (31,9%)
Metais
Papel/papelão
Plásticos
Vidro
13,5%
Resíduos orgânicos
2,4%
16,7%
51,4%
Fonte: INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. 
Diagnósticos dos resíduos sólidos urbanos. Brasília, DF, 
2012, p. 36. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/portal/
images/stories/PDFs/relatoriopesquisa/121009_relatorio_
residuos_solidos_urbanos.pdf. Acesso em: 4 ago. 2020.
Fonte de pesquisa: BRASIL. Lei 
nº 6 205, de 2 de agosto de 2010. 
Institui a Política Nacional de 
Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 
9 605, de 12 de fevereiro de 1998; 
e dá outras providências. Brasília, 
DF: Casa Civil, [2010]. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/
Lei/L12305.htm. Acesso em: 
3 ago. 2020.
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O que tem no meu lixo
Em 2018, cada brasileiro gerou, em média, 380 kg de resíduos sólidos, 
segundo a Abrelpe. Os resíduos urbanos são gerados não somente em 
nossas residências, mas também nas escolas e em locais de lazer, no 
trabalho, nos restaurantes etc. 
Na composição média do lixo urbano, mais da 
metade é composta de materiais orgânicos, como restos 
de alimento, folhas, galhos e outros. Veja o gráfico ao lado.
Além das residências, comércios e limpeza das 
ruas, há outros locais que geram lixo nas cidades? 
Hospitais e postos de saúde produzem resí-
duos que podem ser perigosos para as pessoas e o 
ambiente, como agulhas usadas, restos de curativos 
e materiais de procedimentos cirúrgicos, e devem 
receber tratamento como a incineração em unida-
des especializadas. Resíduos de obras e demolição 
também devem ser destinados a unidades que 
possam torná-los reutilizáveis para outras ativida-
des também na construção civil. E resíduos sólidos 
industriais, por fim, podem possuir diferentes carac-
terísticas, entre as quais algumas classificadas como 
perigosas e poluentes, se não forem corretamente 
manipuladas e tratadas. 
Resíduos sólidos urbanos
RESÍDUOS 
DOMICILIARES
RESÍDUOS DA 
CONSTRUÇÃO CIVIL
RESÍDUOS DE 
LIMPEZA URBANA
RESÍDUOS DE 
SERVIÇOS DE SAÚDE
RESÍDUOS SÓLIDOS 
URBANOS
RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
RESÍDUOS DE 
ESTABELECIMENTOS 
COMERCIAIS E 
PRESTADORES DE SERVIÇOS
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https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatoriopesquisa/121009_relatorio_residuos_solidos_urbanos.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm
E o lixo que vai para o mar?
Os rios que atravessam áreas 
urbanas são vias por onde diversos 
materiais, descartados de forma ina-
dequada, são transportados e vão 
parar nos oceanos; portanto, resíduos 
gerados em municípios distantes do 
mar podem ter como destino suas 
águas. Um exemplo é Manaus, a 
capital do Amazonas: com a intensa 
urbanização, seus mais de 90 iga-
rapés passaram a receber grandes 
quantidades de resíduos sólidos, 
que são levados ao Rio Negro. Esse 
é afluente do Rio Amazonas que 
deságua no Oceano Atlântico. 
Estima-se que 80% dos resíduos encontrados nos oceanos são de 
origem terrestre, ou seja, podem ter vindo de lugares onde vivemos. 
No Brasil, segundo a Abrelpe, quase 2 milhões de toneladas vão parar 
em nosso litoral. Esse volume equivale a cobrir 7 mil campos de futebol.
A fauna marinha sofre grandes impactos pela ingestão desses resí-
duos que chegam aos oceanos, especialmente pedaços muito pequenos 
de plásticos que se degradam no mar ao longo do tempo. No topo da 
cadeia alimentar, os seres humanos acabam por sofrer as consequências 
em sua saúde também.
Outro impacto negativo é na eco-
nomia local de cidades litorâneas que 
dependem do turismo e precisam 
manter as águas e praias limpas para 
não afastar seus usuários. 
Ações de comunicação e enga-
jamento para conscientização de 
banhistas nas praias, instalação 
de eco barreiras em rios, melhoria da 
coleta seletiva e fechamento de lixões 
são algumas das formas de prevenir e 
desviar o caminho que o lixo faz até o 
mar. E essas soluções precisam da parti-
cipação das prefeituras, dos comércios, 
das indústrias e dos cidadãos. 
	■ Grande quantidade de 
lixo nas margens do 
Rio Negro em Manaus 
(AM), 2019.
	■ Ecobarreira feita de materiais reutilizados, instalada no Canal 
do ABC, na zona oeste do Recife (PE), para barrar o transporte 
de resíduos sólidos, 2019.
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Igarapé
Canal fluvial estreito e 
pouco profundo que liga 
duas ilhas ou uma ilha à 
terra firme.
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Um caminho de oportunidades e práticas
Um dos objetivos da PNRS é estabelecer uma ordem de prioridades na gestão dos resíduos 
sólidos, que começa na não geração e termina na disposição dos rejeitos nos aterros sanitá-
rios. Cada etapa pode ser alcançada por meio de diversas iniciativas que nos fazem repensar o 
consumo, a responsabilidade pelo descarte e a disposição final do lixo. A partir dessa reflexão é 
possível reivindicar mudanças às autoridades locais.
Se não dá para evitar, reduzir e reutilizar 
Optar por produtos usados em bom estado 
ou repassar a outras pessoas os objetos e 
materiais que você não deseja mais são reco-
mendações da política de resíduos. Há uma 
forte tendência na Europa e no Brasil por 
brechós e outros tipos de lojas que vendem 
roupas, equipamentos eletrônicos e objetos 
de decoração usados. O preço geralmente é 
maisbaixo do que um novo e é uma forma 
de poupar os recursos naturais que seriam 
extraídos no processo produtivo de novos 
produtos, além de evitar a geração de mais 
resíduos.
Não geração Reciclagem
Primeiro passo é a não geração
Refletir sobre a real necessidade de comprar um produto é fundamental 
para reduzir a geração de lixo. Esse passo pode ser iniciado com perguntas 
relacionadas aos hábitos pessoais. Para reduzir a quantidade de resíduos 
sólidos, por exemplo, podemos planejar a quantidade de alimentos que 
será consumida, não comprando muitos produtos perecíveis de uma vez, 
evitando o desperdício. Essas ações também se relacionam com uma 
postura ética perante a sociedade, pois promove a reflexão sobre o 
trabalho necessário e os recursos naturais utilizados para o cultivo dos 
alimentos. 
“Preciso trocar todo ano o aparelho celular, mesmo estando em bom 
funcionamento?” “Preciso de tantas roupas?” Essas são perguntas impor-
tantes para a decisão de não comprar e, assim, não gerar mais resíduos. 
Redução e reutilização
Reciclar para não faltar!
Segundo a Abrelpe, em 2018 menos de 3% dos materiais reci-
cláveis gerados no Brasil foram coletados separadamente do 
restante do lixo. A coleta seletiva é de extrema importância 
para o setor da reciclagem, mas cerca de 27% dos municípios 
brasileiros nem sequer possuem uma iniciativa. 
A logística reversa é definida pela PNRS como um conjunto de 
ações que promovem o retorno dos resíduos sólidos ao setor 
empresarial para reaproveitamento em seu ciclo ou em outros 
ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente 
adequada. As embalagens dos produtos que consumimos, seja 
de papelão, plástico, metal ou vidro, devem ser recolhidas por 
meio da coleta seletiva. E, uma vez preparadas para a compra 
pela indústria, serem recicladas e utilizadas em novos produtos. 
Lâmpadas, medicamentos, equipamentos eletroeletrônicos, 
pilhas e baterias, entre outros produtos, também devem ser 
recolhidos por meio da logística reversa.
■ Logo da iniciativa 
#SemDesperdício 
lançada pela WWF, 
FAO e Embrapa, 
para conscientizar 
os brasileiros sobre 
o desperdício de 
alimentos.
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Disposição final
Tratamento
Tratamento como solução
Como já apresentado anteriormente, metade dos 
resíduos sólidos coletados no Brasil são orgânicos, 
como restos de comida. Para esse tipo de resíduo há 
muitas possibilidades de tratamento, como a com-
postagem e a biodigestão.
A compostagem é uma técnica que estimula a 
decomposição de resíduos orgânicos e gera um 
material rico em nutrientes, que pode ser aplicado 
no cultivo de alimentos. A biodigestão é um método 
anaeróbico (ausência de oxigênio) que promove a 
decomposição de resíduos orgânicos e gera biogás, 
utilizado como combustível e na produção de 
energia elétrica. 
Há também uma parte dos resíduos sólidos que não 
pode ser reciclada ou passar por diferentes trata-
mentos como os descritos acima. O aproveitamento 
energético é uma alternativa que deve ser planejada 
e considerada no tratamento desses resíduos, e que 
consiste em técnicas como a incineração, que gera 
eletricidade.
Aterro sanitário só no final
Os rejeitos que sobram tanto da recicla-
gem como das formas de tratamento 
devem ir para locais como os aterros 
sanitários. Essas unidades devem reali-
zar a captação do biogás gerado em seu 
interior e, de preferência, aproveitá-lo 
para a geração de eletricidade ou com-
bustível a gás.
■ Compostagem de matéria orgânica em 
Caetité (BA), 2019.
■ Fardos de plástico separados para a 
reciclagem, no Rio de Janeiro (RJ), 2019.
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O que o mundo faz com os 
resíduos sólidos
Um estudo do Banco Mundial estima que mais de 2 bilhões de tone-
ladas de resíduos sólidos são gerados ao ano, podendo chegar a quase 
4 bilhões até 2050. A distribuição desses resíduos varia entre as regiões 
do mundo. Veja o gráfico a seguir.
Geração de lixo, por região do mundo, 2016
14%
9%
20%
11%
17%
23%
Leste Asiático e Pací�co
Oriente Médio e Norte da África
África Subsaariana
América Latina e Caribe
América do Norte
Sul da Ásia
Europa e Ásia Central
6%
Fonte: WORLD BANK GROUP. What 
a waste 2.0. A global snapshot 
of solid waste management 
to 2050. Washington, 2018. 
p. 19. Disponível em: https://
openknowledge.worldbank.org/
handle/10986/30317. Acesso em: 
4 ago. 2020.
Segundo dados do Banco Mundial, embora representem apenas 
16% da população do mundo, os países mais ricos geram 34%, ou 683 
milhões de toneladas, dos resíduos mundiais. Bermudas, Canadá e 
Estados Unidos produzem a maior quantidade média de resíduos per 
capita, com 2,21 kg por dia. A média global estimada é a geração de 
0,74 kg per capita/dia.
Mundo: composição dos resíduos sólidos, 2016
44%
5%4%
14%
17%
12%
2%
2%
Borracha e couro
Madeira
Alimentos
Vidro
Metal
Outros
Papel e papelão
Plástico
44%
5%4%
14%
17%
12%
2%
2%
Borracha e couro
Madeira
Alimentos
Vidro
Metal
Outros
Papel e papelão
Plástico
44%
5%4%
14%
17%
12%
2%
2%
Borracha e couro
Madeira
Alimentos
Vidro
Metal
Outros
Papel e papelão
PlásticoFonte: WORLD BANK GROUP. What 
a waste 2.0. A global snapshot 
of solid waste management 
to 2050. Washington, 2018. 
p. 29. Disponível em: https://
openknowledge.worldbank.org/
handle/10986/30317. Acesso em: 
4 ago. 2020.
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https://openknowledge.worldbank.org/handle/10986/30317
https://openknowledge.worldbank.org/handle/10986/30317
A composição média dos resíduos globais demonstra que, em 
geral, o mundo desperdiça uma quantidade considerável de alimentos 
e a fração orgânica se aproxima da metade de tudo o que é gerado. 
Observe o gráfico da página anterior.
De todos os resíduos coletados no mundo em 2016, cerca de 33% 
tiveram destino inadequado em lixões, 37% foram enviados para aterros 
sanitários, 19% foram para a reciclagem e compostagem e 11% para 
incineração. 
Destinação dos resíduos sólidos, por região do mundo, 2016
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Despejo a céu aberto
Aterro
Compostagem
Reciclagem
Incineração
%
Leste Asiático
e Pací�co
54,3% 33,3% 12%
2%
75%
34%
24%
24%46%
20%
52,4%
25,6%
26,8% 68,5%
25,9% 10,7% 17,8%
6,6%
4,5%
4%
4%
0,4%
5%
9%
9%
16%
18%
69%
América do Norte
Sul da Ásia
Oriente Médio e
Norte da África
Europa e Ásia Central
África Subsaariana
América Latina
e Caribe
<1%
<1%
<1%
Nota: Algumas porcentagens indicadas no grá�co não somam 100%. Isso se deve
ao arredondamento feito em cada uma das categorias.
Fonte: WORLD BANK GROUP. What 
a waste 2.0. A global snapshot 
of solid waste management 
to 2050. Washington, 2018. 
p. 35. Disponível em: https://
openknowledge.worldbank.org/
handle/10986/30317. Acesso em: 
4 ago. 2020.
Como é possível analisar no gráfico acima, cada uma das sete 
regiões do mundo possui um sistema próprio de gestão e tratamento 
de resíduos sólidos. As diferenças são claras: enquanto em algumas 
regiões no mundo o lixo é destinado à reciclagem e a outros métodos 
de reaproveitamento, sendo um recurso utilizado como valioso para 
a preservação de recursos naturais e geração de energia, em outras 
regiões o lixo é depositado em locais inadequados, como os lixões, e 
apenas uma pequena parte é reaproveitada.
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NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM
 1. No gráfico “Destinação dos resíduos sólidos, por região do mundo, 2016”, em qual região o Brasilestá localizado e de que forma o sistema nacional se parece com a análise regional?
 2. Com base na hierarquia da gestão dos resíduos sólidos, definida na Política Nacional dos Resíduos 
Sólidos, discutida nas páginas 34 e 35, analise o gráfico da destinação dos resíduos nas diferentes 
regiões do mundo e debata com seus colegas sobre quais regiões se aplicam os conceitos da ordem 
de prioridades.
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https://openknowledge.worldbank.org/handle/10986/30317
NÃO ESCREVA 
NO LIVROATIVIDADES>
Composição dos resíduos sólidos por nível 
de renda dos países, 2016
32%
5%
6%
11%
25%
13%
4% 4%
54%
4%
2%
15%
12%
11%
1% 1%
53%
3%2%
17%
12,5%
11%
<1% 1%
56%
1%
2%
27%
7%
6,4%
<1%
Borracha e couro
Madeira
A. Alta renda B. Renda média-alta
C. Renda média-baixa D. Baixa renda
Alimentos
Vidro
Metal
Outros
Papel e papelão
Plástico
 1. Observe a composição dos resíduos 
sólidos gerados em países divididos 
em quatro níveis de renda.
 a) Quais frações variam mais entre 
os níveis de renda? Qual sua opi-
nião sobre isso?
 b) Quais frações variam menos?
 c) Considerando o dado sobre a 
produção de resíduos sólidos 
orgânicos no Brasil, apresentado 
neste capítulo, a qual composi-
ção de renda mais se aproxima 
o Brasil? 
 d) Afinal, como o mundo se com-
porta na geração de resíduos? 
Converse com os seus colegas 
sobre ações e responsabilida-
des que podemos tomar para 
mudar o tipo e quantidade de 
resíduos sólidos que geramos. 
Será que essas ações pode-
riam ser aplicadas a todas as 
culturas?
 2. A pintura abaixo foi feita em 
bueiros na cidade de Sintra, em 
Portugal. Reflita: A qual problema 
ela se refere? Qual é o objetivo da 
mensagem?
Fonte: WORLD BANK GROUP. What a waste 2.0. A global snapshot of solid 
waste management to 2050. Washington, 2018. p. 30. Disponível em: https://
openknowledge.worldbank.org/handle/10986/30317. Acesso em: 4 ago. 2020.
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	■ Pintura realizada ao lado de um bueiro 
em Sintra, Portugal, 2019.
 3. Como sua família faz a gestão dos resíduos sólidos 
que vocês geram? Afinal, quanto e o que é gerado? A 
sugestão desta atividade é que você avalie os resídu-
os sólidos gerados em sua casa em um dia. Para isso, 
tome nota:
 a) do que é orgânico: faça anotações do que foi 
descartado nas principais refeições do dia, consi-
derando os resíduos do preparo de alimentos e os 
restos de comida que foram para o lixo.
 b) do que é reciclável: anote as embalagens de ali-
mentos (por exemplo iogurtes e bolachas, restos 
de papel e papelão, entre outros).
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https://openknowledge.worldbank.org/handle/10986/30317
• Dos dois tipos de resíduos, qual apresentou 
maior volume? E que hábitos você pode 
mudar para evitar uma geração menor de 
resíduos? 
 4. O post abaixo, feito em uma rede social 
pela Associação Brasileira de Empresas de 
Limpeza Pública e Resíduos Especiais, teve 
963 curtidas. Foi a publicação com o maior 
número de curtidas dessa associação.
 
	■ Post da Abrelpe feito em maio de 2020.
	■ Histórico das publicações mais curtidas da rede 
social da Abrelpe, em setembro de 2020.
	■ Informações sobre os seguidores da Abrelpe em 
rede social, em setembro de 2020. 
 a) A quantidade de curtidas é a base para 
qualquer métrica de rede social. “Gari”, a 
publicação mais curtida da Abrelpe, está 
dentro ou fora da média das últimas doze 
publicações? Explique.
 b) Sabendo que a página da Abrelpe contava 
com aproximadamente 2 960 seguidores, 
em setembro de 2020, você considera que 
as postagens dessa associação são de im-
pacto? Por quê?
 c) Considerando que a quantidade de 
curtidas mede como o conteúdo está 
atingindo as redes sociais, como você ca-
racterizaria o alcance das publicações da 
associação?
 d) A rede social utilizada pela Abrelpe apre-
senta informações sobre o público que 
segue a associação. Qual a localização 
dessas pessoas? Qual é a faixa etária da 
maioria dos seguidores?
 e) O que você achou da publicação mais curti-
da? Qual a importância dos garis dentro da 
Política Nacional de Resíduos Sólidos?
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Mulheres, empoderamento e 
desenvolvimento sustentável
Uma das declarações feitas durante a Conferência da ONU sobre 
Desenvolvimento Sustentável em 212 (Rio+2) foi a de que as mulhe-
res têm funções centrais e transformadoras no desenvolvimento 
sustentável e que a igualdade de gênero deve ser prioridade das ações 
em áreas como participação e liderança econômica, social e política. 
A igualdade de direitos entre homens e mulheres é tratada em 
diversos documentos nacionais e internacionais, inclusive na Declaração 
Universal dos Direitos Humanos promulgada em 1948. Apesar disso, as 
mulheres continuam a enfrentar discriminação, marginalização, exclu-
são e violência. 
Nas últimas décadas, a maior participação feminina no mercado de 
trabalho, nas universidades e na liderança de diversas instituições trouxe 
à discussão a questão do empoderamento das mulheres em diferen-
tes setores, por exemplo o político e o científico. O empoderamento 
feminino fortalece a economia, promove a melhoria da qualidade de 
vida de todos e é uma garantia para o desenvolvimento sustentável. A 
sustentabilidade não é possível sem a participação efetiva das mulheres.
Ainda no Ensino Médio, Juliana Estradioto (2-) começou a desen-
volver uma pesquisa para transformar a casca da noz de macadâmia em 
um material sustentável que substitui, por exemplo, curativos e sacos 
plásticos produzidos principalmente a partir de material sintético.
■ Painel produzido pelo 
artista Adn, Adriano 
dos Santos Damasceno 
(1985-), com o tema 
“Mulher no Poder e 
na Liderança”, para a 
exposição itinerante 
Pequim+20 em Graffiti
(2014), iniciativa que 
faz parte do debate 
promovido pela 
ONU Mulheres sobre 
os avanços para a 
igualdade de gênero, 
desde o estabelecimento 
da Plataforma de Ação 
de Pequim, em 1995. 
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DIÁLOGOS> EU TAMBÉM POSSO>
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O trabalho de Juliana trouxe-lhe prêmios e reconhecimento inter-
nacional. No aspecto ambiental, a pesquisa de Juliana pode trazer ao 
menos dois tipos de benefício:
• diminuir os resíduos da macadâmia, que 
acabam sendo, na maior parte, jogados 
em aterros sanitários ou queimados para 
produzir energia;
• reduzir a produção e o uso de materiais 
plásticos e borrachas sintéticas que, em 
sua maioria, não são biodegradáveis e 
nem sempre são recicláveis.
 1. Como a fala de Juliana, apresentada a seguir, 
se relaciona com o empoderamento de mu-
lheres no Brasil? 
[...]
“Ter feito pesquisa no Ensino médio mudou minha vida comple-
tamente e eu acho que tem que dar essa oportunidade para cada vez 
mais jovens das mais diferentes realidades do país. Educação tem 
essa capacidade transformadora”.
[...]
ESTUDANTE gaúcha que ganhou o Prêmio Jovem Cientista é uma das vencedoras da maior feira de ciências do 
mundo. Clic Camaquã, 18 maio 2019. Disponível em: https://www.cliccamaqua.com.br/noticia/39944/estudante-. 
Acesso em: 26 ago. 2020.
 2. Se fossem fazer uma pesquisa relacionada a soluções sustentáveis para sua 
comunidade, o que vocês pesquisariam? Há produtos locais que podem 
ser reaproveitados? Há problemas ambientais que precisam de soluções?
 3. Pode ser que você ou alguémque conheça já tenha sonhado ou sonhe 
ser cientista. Muitas vezes, a visão que se tem de um cientista é daquele 
profissional que fica trancado em um laboratório fazendo experiências 
com tubos de ensaio e microscópios. Embora também possa fazer isso, 
esse profissional realiza muitas outras atividades, e em diferentes áreas, 
como Medicina, Comunicação, História, Sociologia e tantas outras. Além 
disso, qualquer pessoa pode se tornar cientista, desde que tenha uma 
grande vontade de contribuir na busca de soluções para os problemas 
enfrentados pela sociedade, além de estudar bastante e desenvolver 
habilidades. Na sua opinião, que habilidades socioemocionais são im-
portantes para a formação de um cientista? Como as políticas públicas e 
a iniciativa privada podem contribuir? Discuta essas questões com seus 
colegas e busquem informações para complementar a resposta. 
	■ Juliana Estradioto 
ganhou o Prêmio 
Jovem Cientista em 
2018 e foi uma das 
vencedoras da maior 
feira de ciências do 
mundo. Fotografia em 
Brasília (DF), 2018.
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DIAGNÓSTICO II: RESPONSABILIDADE DOS CIDADÃOS 
E DAS EMPRESAS
Nesta etapa, vocês irão aplicar questionários sobre os cuidados com os resíduos sólidos 
nas residências da comunidade, como a separação de materiais recicláveis e a destinação 
correta do lixo.
Os questionários podem ser aplicados pessoalmente ou enviados por mensagem eletrônica. 
Junto com o questionário é importante formular um breve texto explicando o objetivo da pes-
quisa e a importância das respostas, procurando despertar o interesse em quem irá recebê-lo. 
Questionário é um instrumento de coleta de dados, elaborado com uma série ordenada 
de perguntas. Ele pode apresentar três tipos de questões: abertas, fechadas (sim ou não) 
ou de múltipla escolha. 
Vocês podem utilizar o questionário-modelo apresentado a seguir. No entanto, sugerimos 
que ele seja ampliado, contemplando aspectos específicos da comunidade. O ideal é que 
ele tenha, no máximo, 10 questões semiestruturadas. 
Na elaboração do questionário, sugerimos o uso de perguntas fechadas para facilitar o tra-
balho de tabulação. As perguntas abertas são mais complexas, de difícil tabulação e análise, 
apesar de possibilitarem investigações mais precisas e profundas. Caso necessário, utilizar 
somente uma pergunta aberta. Nas perguntas fechadas e de múltipla escolha é possível ela-
borar questões de opinião (Você acha importante reciclar?), de avaliação (Qual a qualidade 
do serviço de coleta de resíduos sólidos no seu bairro?), de intenção (Se o serviço de coleta 
de reciclagem e de entulhos fosse disponível na sua rua, você iria participar?), entre outras.
Após o recebimento dos questionários respon-
didos, vocês deverão reunir e tabular os dados 
coletados por todos os estudantes da classe 
e produzir gráficos. Tabulação é a disposição 
dos dados em tabelas, realizada para facilitar a 
verificação das inter-relações; pode ser feita de 
forma manual ou em planilhas eletrônicas. Esse 
processo permite a representação gráfica dos 
dados obtidos.
Ao final, analisem os resultados e identifi-
quem quais respostas foram preponderantes.
Após obter informações sobre a destinação 
dos resíduos sólidos gerados nas residências 
da comunidade, vocês irão pesquisar em grupos 
ações de empresas considerando a responsa-
bilidade delas no ciclo de vida e na destinação 
correta dos resíduos, ou seja, em ações de logís-
tica reversa. 
Pesquisem se as fábricas ou outras empresas 
instaladas no munícipio onde vocês estudam 
e/ou moram possuem programas de geren-
ciamento ambiental para diminuir a geração 
de resíduos, se desenvolvem programas de 
coleta seletiva e reciclagem de materiais para 
que os resíduos dos produtos gerados por elas 
retornem à cadeia produtiva ou recebam um 
tratamento adequado na disposição final, como 
pilhas e lâmpadas fluorescentes.
DIAGNÓSTICO II: RESPONSABILIDADE DOS CIDADÃOS 
Etapa
2
 Sugestão de formulário para reunir 
informações sobre os cuidados com os 
resíduos sólidos em sua comunidade.
1. Qual a quantidade aproximada de lixo 
produzida por dia na sua casa? Considere 
o volume de um saco de lixo (em litros).
Menos de 30 l De 31 l a 60 l
Até 30 l De 61 l a 120 l
2. É feita a separação do lixo reciclável? 
Sim
Qual o destino do reciclável?
Catadores ou cooperativas
Coleta seletiva do município
Reúso e reaproveitamento
O que é feito com o lixo orgânico?
Coleta municipal
Compostagem
Outros
Não
Quais são os motivos?
Não há coleta seletiva no município
Dá trabalho
Outros
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> SAIBA MAIS
Lixo extraordinário 
Direção: Lucy Walker. Brasil/Reino Unido, 2010. DVD (98 min).
Documentário filmado ao longo de dois anos, entre agosto de 2007 e maio de 2009, que 
acompanhou o trabalho do artista brasileiro Vik Muniz com catadores de materiais recicláveis no 
lixão de Gramacho, em Duque de Caxias (RJ).
Estamira
Direção: Marcos Prado. Brasil, 2006. DVD (121 min)
Documentário a respeito de Estamira Gomes de Souza, catadora de materiais recicláveis no lixão 
de Gramacho, em Duque de Caxias (RJ), e que sofre de distúrbios mentais. As falas de Estamira 
misturam um discurso filosófico e poético com frases muitas vezes sem sentido. Em muitos 
momentos, Estamira analisa questões de interesse global com profundidade e lucidez.
Os delírios de consumo de Becky Bloom
Direção: P. J. Hogan. Estados Unidos, 2009. DVD (106 min).
Comédia estadunidense sobre uma mulher consumista e ambiciosa que tem como sonho 
trabalhar em uma revista de moda. O filme foi baseado na série de livros “Delírios de consumo”, 
escrita por Sophie Kinsella, e que se tornou um best-seller mundial.
Ecologia industrial: conceitos, ferramentas e aplicações
Biagio F. Giannetti e Cecília M. V. B. Almeida. São Paulo: Edgard Blücher, 2006.
O livro apresenta metodologias e aplicações de conceitos aplicadas em alguns países, incluindo 
o Brasil, para a solução de problemas ambientais e busca por competitividade baseada em 
processos industriais mais sustentáveis.
Ilha das Flores
Direção: Jorge Furtado. Brasil, 1989. Vídeo (13 min). Disponível em: http://portacurtas.org.br/
filme/?name=ilha_das_flores. Acesso em: 27 ago. 2020.
O curta-metragem desenvolve de forma perspicaz a relação entre seres humanos e a complexa 
cadeia que envolve lucro, pobreza, consumo, descarte e lixo.
A história das coisas
Direção: Louis Fox. Estados Unidos, 2009. Vídeo (21 min). Disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=3c88_Z0FF4k. Acesso em: 27 ago. 2020.
Documentário disponível na internet, com legendas em português, que trata sobre a origem 
das coisas que compramos no dia a dia e o destino delas após serem descartadas. O 
documentário permite diversas reflexões sobre consumo sustentável. O filme faz parte de 
um projeto desenvolvido pelo site <www.storyofstuff.org> (acesso em: 7 set. 2020) em que 
também é possível encontrar outros vídeos legendados em inglês a respeito de consumo e 
sustentabilidade.
#SemDesperdício
Disponível em: http://www.semdesperdicio.org/. Acesso em: 27 ago. 2020.
Lançada pelo WWF-Brasil, em parceria com a Embrapa e a Organização das Nações Unidas para 
Alimentação e Agricultura, a #Desperdício é uma iniciativa para promover a conscientização da 
população brasileira sobre o desperdício de alimentos e mudanças nos hábitos de consumo alimentar.
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http://portacurtas.org.br/filme/?name=ilha_das_flores
https://www.youtube.com/watch?v=3c88_Z0FF4k
https://www.semdesperdicio.org/
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UNIDADE
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 1. A instituição de datas comemorativas pode ter em vista dife-
rentes objetivos. Em muitos casos, essas datas são instituídas 
para lembrar a sociedade de um tema importante. Assim, 
qual a importância do dia 22 de março no sentido de pro-
mover o acesso a água limpa e segura à população mundial, 
considerando as ações de governos, empresas, indíviduos, 
ONGs e outros atores da sociedade?
 2. Observe atentamente cada elemento representado na obra 
de arte reproduzida nestas páginas. Aponte aspectos nos 
quais se nota a integração das pessoas com a paisagem.
Recursos naturais: 
usos e abusos
Em 1993, a Organização das Nações Unidas (ONU) insti-
tuiu o dia 22 de março como Dia Mundial da Água. Nessa 
data, todos os anos, é lançada um tema relacionado à água. 
Em 2019, o tema “Não deixe ninguém para trás” teve o 
objetivo de reforçar o acesso a água limpa e segura como 
um dos direitos humanos fundamentais, de acordo com a 
resolução da ONU assinada em 2010. Esse é um tema central 
no compromisso da Agenda 2030 para o Desenvolvimento 
Sustentável, cuja finalidade é garantir que todas as pessoas 
ao redor do mundo se beneficiem do desenvolvimento 
socioeconômico.
■ Lavadeiras. Ilustração do livro Menino do Rio Doce, de Ziraldo, 
publicado por Cia. das Letrinhas, em 1996. Bordados de cambraia de 
linho, técnica utilizada: aquarela e bordado espontâneo a fios soltos 
e malabares.
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NO LIVRO
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3
CAPÍTULO
Visões de natureza 
D o que depende o modo como a sociedade se relaciona com a 
natureza? O que determina nossas visões sobre a natureza? Será que, 
ao longo da história e nas diferentes culturas, houve diferentes visões?
Observe as imagens a seguir e perceba, em cada caso, como essa 
relação acontece.
Consultar as Orientações para o professor para obter mais informações sobre o capítulo e 
sobre o trabalho com as atividades.
■ Vista aérea do Rio Tietê na cidade de São Paulo (SP), 2018. O modelo de 
urbanização da capital paulista priorizou as avenidas para estimular a indústria 
automobilística, retificando as margens do rio e eliminando as áreas de várzea. 
■ Sobre as extensas terras 
aplainadas, conhecidas 
como chapadas, uma 
apanhadora de flores 
sempre-vivas aparece 
como parte do sistema 
agrícola tradicional na 
Serra do Espinhaço, 
em Diamantina (MG), 
2015. As comunidades 
tradicionais da 
Serra do Espinhaço 
exploram os recursos 
locais de maneira 
sustentável, garantindo 
a subsistência das 
famílias e mantendo a 
sua identidade. 
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As visões sobre a natureza foram construídas historicamente e refletem 
o modo como as sociedades se relacionam com o ambiente. Essas visões 
não são neutras e muitas vezes expressam os discursos dominantes de cada 
época. Um exemplo disso é quando se fala que uma floresta é um meio de 
produção de riquezas. Essa visão justifica a exploração dos recursos naturais e 
reforça o discurso dominante de que a natureza está a serviço do ser humano 
e pode ser explorada livremente.
Há visões que integram a relação ser humano-natureza, como os 
povos indígenas. Para eles não existe uma separação entre a sociedade 
e a natureza. A natureza não é pensada como algo à disposição dos seres 
humanos, que podem explorá-la livremente.
Essa visão contrasta com aquela que por muito tempo foi praticamente 
unânime entre as sociedades ocidentais, na qual existe uma clara separação 
entre o ser humano e a natureza. Essa perspectiva pode ser classificada como 
uma visão dualista e é muito antiga no pensamento ocidental, colocando, 
em geral, o ser humano acima do mundo natural.
A visão dualista justifica a ideia de que a natureza está subordi-
nada aos interesses da sociedade. Assim, os grupos humanos podem 
explorá-la ao máximo para satisfazer as necessidades de alimentação, 
de abrigo e como fonte de matérias-primas para se desenvolver tecno-
logicamente e transformar seu entorno. A partir dessa visão dualista, 
os seres humanos percebem a natureza a partir da abundância ou da 
escassez, da beleza ou de sua destruição, como solução ou problema, 
lucro ou prejuízo.
Por essa razão, é muito importante entender de que maneira essa 
visão foi construída ao longo do tempo e como continua influen-
ciando o modo de pensar e agir das sociedades urbano-industriais 
contemporâneas, propagando as 
ideias de que os recursos naturais 
podem ser explorados indefini-
damente e que os humanos são 
excepcionais e se distinguem dos 
demais seres vivos.
Refletir acerca das visões 
construídas sobre a natureza é 
uma forma de pensar critica-
mente os impactos das ações 
humanas, os riscos que eles ofere-
cem para a vida de todos os seres 
vivos e lutar contra a degradação 
ambiental que marcou o planeta 
nas últimas décadas.
	■ Grafite em muro no 
centro da cidade de 
Cambuí (MG), 2018. 
Nas áreas urbanas, 
geralmente onde 
há menor presença 
de vegetação, os 
elementos naturais 
contrastam com 
elementos artificiais 
na paisagem. As 
intervenções artísticas 
urbanas podem 
dialogar com esses 
elementos de 
diferentes formas.
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As diferentes visões 
de natureza na 
evolução da humanidade
A natureza assume significados distintos 
segundo os valores e os objetivos de cada agru-
pamento humano. A relação entre seres humanos 
e natureza, ao longo do tempo, é expressa por 
uma situação complexa na qual a sobrevivência 
depende da forma como os grupos humanos se 
relacionam com o meio no qual estão inseridos 
e o transformam, e, ao mesmo tempo, de que 
maneira o meio afeta e influencia a forma como 
esses grupos se organizam.
É nesse movimento de influências recípro-
cas que as sociedades humanas refletiram sobre 
o impacto da natureza na organização social, 
bem como no papel desempenhado pelos seres 
humanos em sua relação com a natureza. 
Como vimos, essas visões variaram muito ao longo do tempo e ainda 
são bem diferentes nos dias de hoje, de acordo com a maneira de pensar 
e as concepções de mundo de diferentes sociedades. Contudo, o pensa-
mento baseado em uma concepção que coloca o ser humano em primeiro 
plano e suas necessidades acima das necessidades das demais espécies, 
justificando o usufruto dos recursos naturais do planeta, em larga medida 
ainda guia o modelo de desenvolvimento em nossa sociedade. No pensa-
mento ocidental, a origem dessa concepção reside em alguns pensadores 
gregos que se utilizavam do dualismo para conceber as relações entre o ser 
humano e o ambiente.
O dualismo no pensamento grego
O pensamento filosófico grego refletiu longamente sobre a questão das 
relações entre seres humanos e a natureza, gerando visões distintas. Segundo 
os pensadores pré-socráticos, não havia uma clara separação entre os seres 
humanos, os animais e os vegetais. A visão dominante entre esses pensadores 
opunha o reino vivo e o reino não vivo. 
Nessa perspectiva, Pitágoras (c. 570 a.C.-c. 495 a.C.) considerava que a alma 
humana, a animal e a vegetal tinham a mesma natureza. Existiam diferen-
ças físicas entre esses seres, mas a essência da alma era a mesma. De forma 
semelhante, Anaxágoras (c. 500 a.C.-428 a.C.) entendia que a essência de 
	■ Cultivo de arroz por 
meio de terraceamento 
em Yuanyang (China), 
2019. Essa técnicaagrícola de plantio 
permite a conservação 
dos solos e a 
ampliação dos espaços 
agricultáveis.
ZHANG HONGKE/VCG/GETTY IMAGES
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todos os seres vivos era a mesma, o que variava era a quantidade de razão 
presente em cada uma delas.
Sócrates (469 a.C.-399 a.C.) e Platão (c. 428 a.C.-347 a.C.), porém, critica-
ram essa visão e passaram a defender uma visão dualista dos seres. Para 
eles, os humanos, dotados de razão, diferenciavam-se dos animais, que 
só podiam usar o instinto. 
Essa visão criava uma hierarquia entre seres vivos, na qual os humanos 
se encontravam acima das demais espécies. Essa tese não se tornou con-
sensual no pensamento grego. Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), por exemplo, 
defendeu que, embora a razão fosse uma propriedade exclusiva dos 
humanos, existia uma equivalência funcional entre todos os seres vivos.
Essa oposição entre duas visões, uma que via o humano como um 
ser essencialmente diferente e outra que se centrava no equilíbrio e 
reconhecia todas as espécies como iguais, influenciou durante muito 
tempo o pensamento medieval e humanista. A partir do início da Idade 
Moderna, a primeira, denominada visão antropocêntrica, consolidou-se 
como dominante. 
	■ BOTTICELLI, S. O 
nascimento de Vênus. 
1482-1485. Têmpera 
sobre tela, 172,5 cm × 
278,5 cm. Galleria degli 
Uffizi, Florença, Itália.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM
Observe essa famosa pintura renascentista. 
Com a ajuda de seu professor, faça uma breve 
pesquisa a respeito desse movimento artístico e 
responda às questões.
 1. Qual é a temática dessa pintura e o que ela re-
presenta para o contexto histórico da época? 
 2. Como a natureza e as formas humanas são 
caracterizadas nessa pintura?
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O dualismo no 
pensamento moderno
Um dos pontos centrais na construção do dualismo moderno é a 
obra do filósofo francês René Descartes (1596-1650). Esse pensador se 
dedicou a refletir sobre a produção do conhecimento humano de modo 
a construir uma base filosófica sólida que pudesse separar as ideias 
verdadeiras das ideias falsas.
Nesse processo, ele defendeu que a única maneira de se produzir 
conhecimento verdadeiro é por meio da razão humana. Para Descartes, 
os humanos são os únicos seres dotados de razão e, por meio dela, 
seriam capazes de analisar a realidade e produzir conhecimento verda-
deiro sobre o mundo.
Assim, Descartes retoma a tese de que a razão é uma propriedade 
dos humanos, o que os diferencia dos demais seres do planeta. Além 
disso, dá um passo a mais defendendo a tese de que todos os outros 
seres vivos funcionam como máquinas, sujeitos apenas às leis naturais 
da física, não possuindo capacidade de pensar racionalmente.
Para Descartes, uma máquina construída em uma oficina seria idên-
tica a um animal, já que ambos agiriam de forma automática, sem a 
necessidade do pensamento. Com isso, esse pensador cria uma oposição 
radical entre os seres vivos racionais e os seres vivos não racionais.
Essa visão influenciou muitos filósofos e cientistas a partir do século 
XVII, que retomaram e aprofundaram essa separação dualista proposta 
por Descartes. Nesse movimento, o pensamento científico passou cada 
vez mais a justificar novas formas de intervenção sobre o meio. Ao assumir 
que a natureza funcionava como uma máquina, tor-
nava-se legítimo explorá-la de forma ilimitada, já 
que sempre seria possível arrumar e modificar 
tais máquinas de acordo com os interesses 
humanos.
A partir do final do século XVIII, enrai-
zada nas ideias iluministas, a visão de que o 
ser humano é capaz de conhecer e dominar a 
natureza por meio da ciência e da razão passou 
a legitimar um modelo de desenvolvimento 
antropocêntrico. No entanto, hoje sabemos 
que essa visão ameaça a própria existência desse 
modelo: ao não impor limites para o uso da 
técnica, o ser humano destrói a natureza e 
compromete o desenvolvimento das gera-
ções futuras.
■ RODIN, A. O pensador. 
1904. Escultura em 
bronze. Museu Rodin, 
Paris, França.
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Leia o texto a seguir, um fragmento da obra de Descartes. Em 
seguida, responda ao que se pede.
Se houvesse máquinas assim que tivessem os órgãos e o aspecto de 
um macaco ou de qualquer outro animal sem razão, não teríamos nenhum 
meio de reconhecer que elas não seriam, em 
tudo, da mesma natureza desses animais; 
ao passo que, se houvesse algumas que se 
assemelhassem a nossos corpos e imitassem 
as nossas ações tanto quanto moralmente é 
possível, teríamos sempre dois meios muito 
certos para reconhecer que, mesmo assim, não 
seriam homens [seres humanos] verdadeiros. 
O primeiro é que nunca poderiam servir-se de 
palavras nem de outros sinais, combinando-os 
como fazemos para declarar aos outros nossos 
pensamentos. [...] E o segundo é que, embora 
fizessem várias coisas tão bem ou talvez melhor 
do que algum de nós, essas máquinas falha-
riam necessariamente em outras, pelas quais se 
descobriria que não agiam por conhecimento, 
mas somente pela disposição de seus órgãos”.
DESCARTES, R. Discurso do método. São Paulo: Martins Fontes, 
2001. p. 63-64. (grifo nosso)
 1. Por que Descartes enfatiza que as máquinas 
são semelhantes apenas aos animais sem 
razão?
 2. De acordo com Descartes, quais são as características únicas dos seres 
humanos?
 3. As Ciências Biológicas já demonstraram que as teses defendidas por 
Descartes com relação às diferenças entre seres humanos e animais 
não são verdadeiras. Em grupo, formulem argumentos para refutar a 
diferença proposta por Descartes.
 4. A visão de Descartes sobre a natureza teve implicações éticas importan-
tes, na medida em que ajudou a formular uma visão de mundo que con-
sidera que o ser humano pode utilizar livremente os recursos da natureza 
sem se preocupar com os impactos ambientais e sofrimento causado 
aos animais. Do ponto de vista ético, você considera correta essa visão? 
Elabore um texto, no caderno, justificando seu ponto de vista.
DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS> NÃO ESCREVA NO LIVRO
■ Capa do livro Discurso 
do método publicado 
em Paris (França), 1668.
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A natureza vista pelas 
comunidades tradicionais
As chamadas comunidades tradicionais compõem-se de uma 
grande diversidade de agrupamentos humanos ao redor do mundo, que 
vivem, principalmente, no campo. Essas comunidades ainda mantêm 
vigentes práticas resultantes de um grande conhecimento tradicional 
associado, proporcionando uma exploração sustentável dos recursos 
naturais e a conservação da biodiversidade.
A forma de essas comunidades se relacionar com a natureza evidencia 
uma multiplicidade de práticas extrativistas e sistemas agrícolas tradi-
cionais baseados em princípios agroecológicos, nos quais o manejo dos 
recursos naturais ocorre de forma criativa e sustentável, a garantir sua 
exploração pelas gerações futuras.
Além de proporcionarem a produção de alimentos saudáveis, as 
formas de transformação dos recursos da natureza associadas as comu-
nidades tradicionais permitem manutenção e reprodução de sua cultura 
material e imaterial e geram menos impactos no ambiente em relação 
às práticas das sociedades industriais.
De modo geral, essas comunidades demonstram uma relação de 
equilíbrio entre seres humanos e natureza e uma ampla cooperação 
entre os indivíduos, servindo comomodelo de práticas sustentáveis 
para as sociedades modernas em diversos sentidos. 
No Brasil, as comunidades tradicionais correspondem a mais de 230 
povos indígenas, aproximadamente 3 mil comunidades quilombolas, 
distribuídas em 24 Unidades da Federação, e a mais de 20 outros povos 
e comunidades, a de ribeirinhos, caiçaras, quebradeiras de coco babaçu, 
entre outros, distribuídas por todo o território nacional.
	■ Quebradeiras de 
coco babaçu em 
Viana (MA), 2019.
Conhecimento 
tradicional associado 
Conjunto de saberes cole-
tivos que são transmitidos 
entre gerações e acumu-
lados por comunidades 
tradicionais ao longo do 
tempo, resultantes de 
suas práticas culturais e 
produtivas e relacionadas 
à adaptação ao ambiente 
e ao conhecimento acerca 
do patrimônio genético 
das regiões onde vivem. 
Sistemas agrícolas 
tradicionais 
Modos de produção 
agrícolas e/ou agroex-
trativistas realizados por 
comunidades tradicionais 
e que envolvem conjuntos 
de saberes e formas de 
organização produtiva 
resultantes de sua herança 
cultural.
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A sustentabilidade
As comunidades tradicionais enxergam a natureza como prove-
dora, mas não ignoram que sua exploração e seus produtos possam 
ser fonte de trabalho e renda.
O conceito de sustentabilidade ganhou destaque a partir da 
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em 
1972, em meio às preocupações internacionais sobre questões rela-
cionadas à degradação ambiental e à poluição. Em 1987, a Comissão 
Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas 
(ONU) publicou um documento intitulado Nosso Futuro Comum, 
introduzindo pela primeira vez o termo desenvolvimento sustentá-
vel, o qual passou a ser entendido como o desenvolvimento capaz de 
suprir as necessidades da geração 
atual, sem comprometer a capaci-
dade de atender as necessidades 
das gerações futuras, e que asse-
gura o crescimento econômico, 
sem esgotar os recursos para o 
futuro. 
Em 1990, o ambientalista John 
Elkington (1949-) cunhou o con-
ceito de tripé da sustentabilidade 
para nortear o desenvolvimento 
sustentável, defendendo o princí-
pio de que as atividades humanas 
precisam considerar, conjunta-
mente, a economia, a justiça social 
e o equilíbrio ambiental. 
Social
Ambiental
Sustentabilidade
Econômica
■ Esquema que ilustra 
o conceito de tripé da 
sustentabilidade.
> DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO
 1. Converse com seus colegas e, a partir de pesquisa em fontes documentais de comunidades tradicio-
nais que possam existir no município onde vocês estudam, busquem descrever quais são as práticas 
econômicas, sociais ou culturais que expressem a relação dessas comunidades com o a natureza. 
 2. Caso exista uma comunidade tradicional no município de vocês, realizem uma visita e procurem 
retratar as práticas identificadas no item anterior. Vocês poderão fotografar e documentar aspec-
tos da cultura, como uma festa ou confecção de um objeto, e das práticas agrícolas e extrativistas. 
Podem ainda entrevistar membros da comunidade, gravando ou filmando depoimentos. Ao final 
do processo, compartilhem os resultados da pesquisa (documental e/ou exploratória) com os demais 
colegas da escola por meio de uma exposição. Se houver possibilidade, convidem membros da 
comunidade tradicional visitada para uma roda de conversa sobre suas práticas e histórias. 
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■ Seres humanos e natureza participam 
de complexos sistemas de interação que 
influenciam toda a vida na Terra. 
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Crise ambiental, novas 
ideologias e a ética ecológica
A ideia de progresso esteve durante muito tempo associada ao mito da superabundância 
da natureza e à crença de que os recursos eram ilimitados e que o poder da técnica serviria 
para resolver os problemas ambientais. No entanto, os crescentes problemas verificados em 
nosso planeta exigem perceber o mundo de outro jeito, especialmente refletir acerca das 
consequências das ações humanas sobre a natureza.
Não basta apenas uma solução técnica para os problemas ambientais, mas uma mudança 
comportamental em todos nós: em nossa vida pessoal, convivência social, produção, consumo 
e descarte de produtos, circulação e escolha de meios de transporte, entre outros exemplos. 
Exige, portanto, uma transformação de mentalidade e de visão do mundo. 
Atualmente ouvimos sempre que devemos pensar ecologicamente. Essa forma de pensar 
critica a racionalidade moderna e o sistema econômico capitalista. Mas do que se trata esse 
novo pensamento?
Em um primeiro momento, a ética ambiental surge como reação à mentalidade predatória 
da natureza; na prática, está muito associada ao Direito Ambiental. Nessa perspectiva, no caso 
brasileiro, a Constituição de 1988 afirma em seu art. 225 que:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo 
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 30 ago. 2020.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
De acordo com a Constituição, portanto, preservar o meio 
ambiente significa garantir qualidade de vida das gerações atuais e 
futuras. A preservação ambiental deve servir aos interesses dos seres 
humanos ou à vida em geral? Essa é uma questão que se coloca, 
levando a posições éticas antagônicas baseadas nas visões de antro-
pocentrismo e de biocentrismo.
Antropocentrismo e biocentrismo
Como vimos anteriormente, a visão dualista se tornou referência para 
o desenvolvimento humano durante muito tempo, ajudando a conso-
lidar a ideia da exploração da natureza para satisfação e progresso da 
humanidade. Esse pensamento é a base do antropocentrismo, visão 
que considera o ser humano o centro do Universo, sendo referência para 
determinar os valores (verdade, bem etc.) que orientam normas e leis em 
relação ao ambiente. No entanto, ao se deparar com os problemas ambien-
tais, como a sociedade resolve eticamente a questão a partir dessa visão?
Na visão antropocêntrica, a solução encontrada repousa na ideia de 
que é preciso conservar os recursos naturais porque são limitados e as 
gerações futuras têm direito a eles, e a preservação é realizada para satis-
fazer apenas as necessidades dos seres humanos, como a contemplação 
das paisagens, que promovem o bem-estar físico e emocional. 
Essas ideias englobam uma ética de responsabilidade do ser 
humano para com a natureza, mas não deixam de ter como horizonte 
o bem-estar da própria humanidade.
No século XX, porém, essa visão antropocêntrica passou a ser con-
testada a partir de uma concepção baseada no biocentrismo, que 
coloca o ser humano como parte da natureza e no mesmo patamar 
dos demais seres vivos. Nesse contexto, a vida se torna o valor que 
orienta normas, condutas e leis. Ao considerar a vida um valor supremo, 
é possível mitigar as intervenções dos seres humanos que causam 
impactos ambientais. Do ponto de vista ético, isso implica o “dever” do 
ser humano de proteger a natureza, “cuidando” dela para que todas as 
presentes e futuras gerações possam viver de modo justo. Nessa visão, 
a natureza é sujeito de direito, por isso devemos respeitá-la. 
> MEUS ARGUMENTOS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Faça uma reflexão sobre a relevância, no Brasil, das unidades de conservação,terras indígenas e 
quilombolas na atualidade e sua relação com as comunidades tradicionais (indígenas, ribeirinhas, 
quilombolas etc.) que exercem atividades de subsistência nessas áreas. 
De acordo com a Constituição, portanto, preservar o meio 
ambiente significa garantir qualidade de vida das gerações atuais e 
futuras. A preservação ambiental deve servir aos interesses dos seres 
humanos ou à vida em geral? Essa é uma questão que se coloca, 
levando a posições éticas antagônicas baseadas nas visões de antro-
Como vimos anteriormente, a visão dualista se tornou referência para 
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Ecocentris mo e a reintegração ser 
humano-natureza
O pensamento biocentrista tem como foco a vida, entendendo 
que todo ser vivo merece consideração moral e deve ter seus direitos 
respeitados. 
Uma vertente do biocentrismo passou a defender uma visão mais 
abrangente, a qual parte da ideia de que todas as vidas são merecedo-
ras de consideração moral não somente como entidades individuais, 
mas como conjuntos sistêmicos, a exemplo dos ecossistemas e biomas, 
valorizando a coletividade e não apenas os seres como indivíduos. Essa 
visão é o ecocentrismo.
Com isso, a ideia de direitos que devem ser respeitados é ampliada 
para ecossistemas, biomas, cadeias alimentares, fluxos energéticos e a 
biosfera de modo geral. Uma floresta inteira, por exemplo, passa a ser 
vista como detentora de direitos que devem ser respeitados pelas socie-
dades humanas. Nessa perspectiva, o direito de viver não é pensado a 
partir de distinções entre as formas de vida mais ou menos importantes, 
não existindo uma hierarquia entre as espécies.
A natureza, portanto, é vista como um conjunto interdependente, 
em que cada ser ocupa seu lugar, incluindo os seres humanos. Essa 
vertente parte de uma postura bioempática (de se importar com a 
vida, seja ela qual for) levando à transformação radical das práticas de 
sensibilidade humana em relação à natureza.
Nessa concepção, muito mais holística, as atitudes humanas em 
relação à natureza e às outras vidas não podem ser reduzidas a leis 
nem responder a direitos, afinal o “cuidado” não é normatizável. Por 
isso, a solução para enfrentar os problemas ambientais inclui a ideia 
Holístico
Relativo a holismo, 
doutrina que busca 
entendimento integral dos 
fenômenos em contrapo-
sição à visão analítica, que 
separa em partes.
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de que o ser humano deve ser educado para ter condutas que expressem virtudes 
condizentes com o cuidado da vida e o respeito às comunidades de seres vivos. 
Assim surge uma ética ecológica, que vê a natureza como merecedora de conside-
ração moral não somente enquanto serve aos interesses humanos, mas por si mesma, 
por ser a matriz da vida. 
Essa ética ecológica também pode ser entendida como um esforço de superação da 
lógica dualista, na medida em que se afirma a integração de todos os viventes. Os seres 
humanos deixam de ser seres privilegiados e passam a ser vistos como equivalentes aos 
demais seres vivos. Com isso, não é mais importante discutir o que há de específico no 
ser humano (como sua capacidade racional), mas sim o que há de comum entre todos os 
seres vivos (o direito de viver). Como explica o filósofo José Roque Junges (195?-), 
A biologia levou a humanidade ao conhecimento do fato de que todas as formas de vida 
e os seres humanos descendem de antepassados comuns. A biologia evolutiva mostrou o 
parentesco comum de todos os viajantes da aventura da vida. O conhecimento deste fato 
suscita amor e respeito como quando conhecemos parentes. A biologia ecológica faz tomar 
consciê ncia da existência de comunidades bióticas às quais estamos ligados como membros, 
ligações não menos estreitas do que com comunidades humanas.
JUNGES, J. R. Ética ecológica: antropocentrismo ou biocentrismo? Perspectiva teológica, ano 23, n. 89, p. 43, jan./abr. 2001. 
Disponível em: http://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/perspectiva/article/view/801/1232. Acesso em: 31 ago. 2020.
Assim, nessa perspectiva, a natureza e os seres humanos possuem uma história 
comum e não é possível pensá-los como entidades separadas ou opostas.
> MEUS ARGUMENTOS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• A partir do pensamento biocêntrico, houve um esforço em superar a visão dualista que marcou 
o pensamento ocidental ao longo do tempo. De que modo esse esforço pode ajudar a reverter 
os efeitos negativos das intervenções humanas sobre o meio ambiente no presente? Discuta essa 
questão com seus colegas e, ao final, elabore um texto justificando seu ponto de vista.
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■ Trecho do rio Ogooe na 
floresta equatorial, nas 
proximidades de Ndjole 
(Gabão), 2017.
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http://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/perspectiva/article/view/801/1232
NÃO ESCREVA 
NO LIVROATIVIDADES>
 1. Leia um trecho do livro Nós e a natureza, do antropólogo Emilio F. Moran (1946-), e faça as atividades.
[...]
[...] A dicotomia entre natureza e cultura não faz sentido nas realidades não ocidentais, e mesmo 
em algumas ocidentais. Em resumo, o entendimento tanto da humanidade quanto do resto do 
mundo natural exige novos caminhos de reflexão sobre as interações em andamento. [...] As pessoas 
integram o meio ambiente e, do mesmo modo, o meio ambiente integra a pessoa. No entanto, [...]
essa dicotomia está profundamente enraizada na filosofia e na prática do mundo ocidental [...].
Atualmente, essa linha filosófica ocidental para pensar natureza e humanidade, plena de 
equívocos, atrapalha a solução das nossas crises ambientais. [...]
Se pensarmos de modo menos dicotômico, poderemos pensar de maneira mais semelhante 
às de outras sociedades. A dicotomia cartesiana entre homem e natureza é uma ideia específica 
da sociedade ocidental, não necessariamente partilhada por outras culturas. A maior parte dos 
povos do mundo não exterioriza a natureza dessa maneira. Ao contrário, considera o homem como 
parte da natureza. [...]
Um dos desafios é como “reconceituar” as interações entre as pessoas e a natureza. Um passo 
à frente é pensar organicamente, como organismos da natureza, dando nossas próprias versões 
de sentido a esse processo, de acordo com nossas histórias. O pensamento dicotômico nos leva a 
ver as pessoas separadas da natureza, incumbidas de controlá-la para os propósitos humanos [...]. 
A partir desse erro, originou-se grande parte da espiral rumo à destruição que se seguiu após a 
Segunda Guerra Mundial, com o conjunto da natureza sendo tratado como tratamos os produtos 
industriais, como se fosse um todo inanimado, como se o que fizéssemos à natureza não tivesse 
importância para nós. [...]
É uma fantasia atraente conceber os sistemas ecológicos sem nós – no passado, uma fantasia 
utilizada com frequência em ecologia, quando se falava de sistemas naturais sem seres humanos. 
E, de fato, há houve uma época, muitos milhões de anos atrás, em que isso era uma realidade. No 
entanto, também é verdade que, durante dezenas de milhares de anos, a humanidade teve um 
impacto significativo sobre a estrutura, a função, a extensão territorial e a composição das espé-
cies dos ecossistemas do planeta. Esse fato apresenta duas consequências importantes em relação 
a como começamos a desenvolver soluções e estratégias a favor de um planeta sustentável: em 
primeiro lugar, houve um tempo em que não arruinávamos a Terra; em segundo lugar, a crise é 
relativamente recente e será reversível se agirmos com persistência e vigor. 
No passado, os ecologistas costumavam responsabilizar a humanidade pela nossa atual crise, e, 
de fato, há certo mérito nesse ponto de vista [...]. Noentanto, isso não fez com que buscássemos solu-
ções. [..] A presença humana acrescenta um novo elemento de mudança nos processos da natureza. 
[...] se somos tão capazes de cuidar de nós mesmos, e de nos organizarmos para atingir nossos obje-
tivos, por que atravessamos a crise atual? Acredito que a resposta se encontra em nossa tendência 
evolutiva de pensar principalmente em termos dos territórios locais ou do meio ambiente imediato, 
ainda que nossa capacidade atual de utilizar recursos de locais distantes tenha crescido muito.
[...]
MORAN, E. F. Nós e a natureza: uma introdução às relações homem-ambiente. Tradução de Carlos Szlak. São Paulo: Senac, 2008. p. 26-29.
 a) A qual visão sobre a natureza, entre as que você estudou no capítulo, o texto se relaciona?
 b) Diversas sociedades não compartilham do pensamento dualístico. Busque exemplos desse tipo 
de sociedade.
 c) Você concorda com a resposta dada pelo autor no último parágrafo do texto? Por quê?
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DIAGNÓSTICO III: TRABALHO DE CAMPO
Nesta etapa, a proposta é que vocês façam uma investigação sobre uma pequena parte do 
lixo produzido em sua comunidade, com o objetivo de identificar os principais materiais que o 
compõem e, assim, pensar em soluções que envolvem a geração e o descarte. Para isso, vocês 
vão escolher o local para o trabalho de campo, que pode ser o entorno da escola, uma praça ou, 
se morar no litoral, a praia.
No trabalho de campo vocês farão a coleta do lixo e uma ação de mutirão de limpeza, tomando 
os devidos cuidados de higiene (como orientado abaixo). Embora pontual e local, o mutirão pode 
contribuir para rever hábitos individuais (como o jogar o lixo em qualquer lugar), cobrar governos 
e empresas quanto às suas responsabilidades sobre o lixo e também valorizar as pessoas que 
trabalham diretamente com o lixo e são invisíveis para grande parte da sociedade: funcionários 
de limpeza e coleta e catadores autônomos ou de cooperativas.
Trabalho de campo (e mutirão de limpeza)
Organizar um grupo de voluntários e a distribuição de tarefas específicas: providenciar mate-
riais como luvas, sacos plásticos e bonés; desenvolver uma tabela simples para o registro 
dos resíduos coletados com base no Formulário do mutirão de limpeza do Ministério do Meio 
Ambiente <https://www.mma.gov.br/agenda-ambiental-urbana/lixo-no-mar/item/15662-levan-
tamento-nacional-de-mutir%C3%B5es-de-limpeza.html> (acesso em: 31 ago. 2020); planejar 
o mutirão: dia, horário e a área-objeto da ação; escolham uma área tranquila, considerando 
o trânsito local e a passagem das pessoas. Para todos os casos, será necessário enviar uma 
comunicação à prefeitura do município pedindo a autorização para o mutirão. No fim do registro 
dos materiais, a disposição final correta dos resíduos será feita pela prefeitura.
No trabalho de campo, além de coletar o lixo, observem também se há lixeiras no local. Se houver: 
Elas estão cheias? Estão acessíveis? Há quantidade suficiente? Há lixeiras para coleta seletiva?
Registro
1. Chegou o momento de registrar tudo o que foi encontrado. Escolham uma sala, forrem uma 
mesa com um plástico de cor neutra ou uma lona, e despejem o conteúdo coletado. 
2. Separem os materiais por tipo: canudos, hastes de pirulito, papéis, lacres de latinha, tampas 
de garrafa e fragmentos de plástico.
3. Anotem na planilha a quantidade contabilizada de cada tipo.
Análise e ações
Analisem os dados e respondam:
1. Qual o tipo de resíduo mais encontrado? Por que esse tipo de resíduo se destaca no local? 
É possível saber se o lixo é gerado no local ou se é trazido pela água ou pelo vento, por 
exemplo?
2. A quantidade de lixo encontrado tem relação com a presença ou ausência de lixeiras?
3. É possível identificar a origem a partir da análise das atividades realizadas no entorno da área 
pesquisada?
4. Considerando os materiais encontrados, que ações podem ser feitas para reduzir a quanti-
dade de lixo e para o descarte adequado?
Etapa
3
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https://www.mma.gov.br/agenda-ambiental-urbana/lixo-no-mar/item/15662-levantamento-nacional-de-mutir%C3%B5es-de-limpeza.html
4
CAPÍTULO
Todos têm sede, mas 
nem todos têm água
Com grande parte do território banhado por caudalosos e extensos 
rios, além de contar com importantes reservas de água no subsolo, o Brasil 
sempre foi considerado uma potência hídrica. No entanto, fatores como a 
má gestão de governos e empresas, os impactos socioambientais, a intensa 
urbanização, a cultura do desperdício e as questões relacionadas ao clima 
geraram crises de abastecimento em muitos lugares do país.
Consultar as Orientações para o professor para obter mais informações sobre o capítulo 
e sobre o trabalho com as atividades.
Especialistas afirmam que a quantidade de água disponível no 
planeta Terra é a mesma desde sua origem, há 4,6 bilhões de anos. Se a 
quantidade permanece inalterada no planeta, por que ela desapareceu 
em alguns lugares ou está desaparecendo? As crises de abastecimento, 
acesso e consumo de água potável são fenômenos isolados ou mun-
diais? Por que aumentou o consumo de água no mundo? Por que o 
acesso à água se dá de maneira tão desigual? Como os recursos hídri-
cos estão distribuídos no espaço geográfico? Como você pode notar, o 
tema traz à discussão muitas questões, algumas das quais serão abor-
dadas neste capítulo.
■ A carcaça de um carro abandonado na represa de Atibainha, em Nazaré Paulista (SP), que faz parte do 
Sistema Cantareira responsável pelo abastecimento de parte da Região Metropolitana de São Paulo, tornou-
-se um dos símbolos da crise hídrica no estado de São Paulo, entre 2014 e 2016. À esquerda, a carcaça com a 
intervenção do artista Mundano, em dezembro de 2014. À direita, a mesma carcaça e o nível de água maior 
no reservatório, em fevereiro de 2015.
Recurso hídrico
Corresponde às águas 
disponíveis em rios, 
lagos, mares, oceanos, 
geleiras e aquíferos para 
o uso em atividades 
humanas.
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NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM
 1. Cite dois países entre os que têm os maiores níveis de disponibilidade de água doce per capita.
 2. Se um país tem alta disponibilidade de água per capita, significa que todo seu território tem a mesma 
distribuição dos recursos hídricos? Explique.
Dessalinização 
Processo de retirada ou 
redução do sal e outros 
minerais da água.
Disponibilidade hídrica
De toda a água existente na Terra, 97,5% 
dessa água, que é salgada, está nos oceanos, e, 
para ser aproveitada para o consumo humano 
ou para a irrigação, deve passar por um pro-
cesso de dessalinização.
A água doce corresponde a apenas 2,5% 
do total da água existente na Terra. Além de 
a quantidade de água doce disponível ser 
pequena, em relação ao total, ela varia muito 
entre as regiões do planeta. Observe o gráfico 
ao lado e o mapa a seguir.
Fonte: BRASIL. Ministério do Meio 
Ambiente. Consumo sustentável: 
manual de educação. 
Brasília: DF, 2005. p. 28.
Fonte: FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS (FAO). Aquastat. Disponível em: 
http://www.fao.org/nr/water/aquastat/maps/world-map.ww.cap_eng.htm. Acesso em: 20 ago. 2020.
Terra: distribuição de água
0,3%
Água doce
Água salgada 
Geleiras e neves eternas
Rios e lagos 
Águas subterrâneas
Solo, pântanos e geadas
Total global
(água)
2,5%
97,5%
2,5% do total global
(água doce)
68,9% 29,9%
0,9%
Mundo: disponibilidade hídrica per capita, 2016
< 97,67
< 254,2
< 420,2
< 812,0
>= 812,0
Sem dados
Disponibilidade hídrica
(em m3/habitante/ano)0º
0º
Círculo Polar Ártico
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
Círculo Polar Antártico
Equador
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
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OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO
GLACIAL
ANTÁRTICO
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http://www.fao.org/nr/water/aquastat/maps/world-map.ww.cap_eng.htm
Demanda por água
Dos setores produtivos, segundo 
a Organização das Nações Unidas 
para Alimentação e Agricultura 
(FAO), a agricultura é o setor que 
mais utiliza água, sendo responsá-
vel por 69% das retiradas totais. Já 
os setores industrial e doméstico 
representam os restantes 19% e 12%, 
respectivamente. Na indústria, os 
maiores consumidores são metalúr-
gicas, siderúrgicas, petroquímicas 
e indústrias de produção de papel. 
Há, no entanto, diferenças entre os 
países, pois os de renda mais elevada 
têm uma proporção muito maior de 
captação para a indústria do que os 
menos desenvolvidos. Observe o 
gráfico ao lado.
Até o século XIX, a demanda 
mundial por água cresceu gradual-
mente, sendo acelerada no século 
XX a partir da década de 1950, como 
pode ser observado no gráfico 
ao lado. Os principais fatores que 
explicam esse crescimento são o 
aumento populacional e de consumo 
e a expansão urbana e de atividades 
industriais e agrícolas. No século XXI, 
o crescimento da demanda foi impul-
sionado pelo aumento de produção 
e consumo de bens industrializados, 
recursos naturais e energéticos. Esses 
fatores resultam na necessidade cres-
cente de água potável, para saúde e 
saneamento, produção de alimentos 
e outros bens e serviços. De acordo 
com a Organização das Nações 
Unidas (ONU), a demanda mundial 
vai crescer 55% até 2050.
Mundo: retirada de água total e por grupo de países 
(por setor), 2014
Fonte: FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS (FAO). 
Water uses. 2010. Disponível em: www.fao.org/nr/water/aquastat/water_use/
image/WithTime_eng.pdf. Acesso em: 20 ago. 2020.
Fonte: ATLANTE GEOGRAFICO DE AGOSTINI. Novara: 
Istituto Geografico De Agostini, 2015. E11.
Em % do total
Mundo Países
de baixa
renda
Países
com renda
média
baixa
Países
com renda
média
alta
Países
com alta
renda
100
0
10
60
70
80
90
20
30
40
50
Uso domésticoAgricultura Indústria 
Retirada global de água total, 1900-2010
500
0
1 000
1 500
2 000
2 500
4 500
4 000
3 500
3 000
Ano
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20
00
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10
*Evaporação de lagos arti�ciais.
Reservatórios* 
Municípios 
Indústrias
Agricultura
Em km³/ano
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http://www.fao.org/nr/water/aquastat/water_use/image/WithTime_eng.pdf
No mapa a seguir, foram usadas duas soluções cartográficas para representar as informações:
• Cartograma: a forma dos países não corresponde aos limites do território e o tamanho de 
cada um varia de acordo com a informação representada.
• Variável valor: os valores são percebidos pela variação da tonalidade da cor, do claro para 
o escuro.
Observe o mapa e, depois, responda às questões.
DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS>
 1. No mapa foram representadas duas informações. Quais são elas? Que soluções cartográficas foram 
usadas para representar cada uma delas?
 2. O tamanho dos territórios representados no mapa corresponde ao real? Explique sua resposta apon-
tando exemplos.
 3. Em que continente há países com maiores percentuais de população sem acesso à água? Em que 
países a situação é mais grave?
 4. Em que continente está o maior número de pessoas sem acesso à água? Calcule, de forma aproxi-
mada, esse número nos dois países onde a situação é mais crítica.
 5. Analise a situação do Brasil de acordo com os dados do mapa. Verifique as duas informações repre-
sentadas e compare com os dados de outros países.
 6. Considerando as duas informações representadas no mapa, explique por que países com tamanhos 
maiores, como China e Índia, não são representados com tonalidades mais escuras.
Mundo: população sem acesso à água, 2010 
Fonte: BLANCHON, D. Atlas mondial de l’eau: de l'eau pour tous. Paris: Autrement, 2013. p. 56.
Madagascar
Moçambique
Somália
Iêmen
Índia
Bangladesh
China
Etiópia
Quênia
Tanzânia
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daNigéria
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Mali
Níger
Sri Lanka
Timor Leste
Papua Nova Guiné
Camboja
Indonésia
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La
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Mongólia
Cazaquistão
Uzbequistão
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AfeganistãoTurquia
Síria
IraqueChade
Argélia
Marrocos
Mauritânia
Burkina Faso
Senegal
Guiné
México
Cuba Haiti
Nicarágua
Venezuela
Brasil
Bolívia
Chile
Peru
Colômbia
Equador
Paraguai
Argentina
*Padrão da OMS para acesso à água corrente:
ponto de água potável a menos de 200 metros.
Libéria
Gana
Togo
Benin
Costa do Marfim
Serra
Leoa
Egito
Congo Rep. Dem.
do Congo
Angola
África do Sul
Lesoto
Zimbábue
100 milhões
25 milhões
10 milhões
1 milhão
De 50 a 78
De 30 a 49
De 20 a 29
De 10 a 19
De 1 a 9
População sem acesso
à água (em percentual)
Número de pessoas que não têm acesso
à água por país, segundo a OMS* A
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Acesso e degradação 
dos recursos hídricos
A desigualdade no acesso à água é explicada 
por vários fatores. Entre eles, destacam-se fatores 
naturais (clima, relevo, solo etc.), a degradação dos 
recursos hídricos e os aspectos políticos e econô-
micos. Mesmo com uma grande abundância de 
água em seu território, o Brasil enfrenta problemas 
de escassez de água potável, por diversas razões, 
em muitos lugares.
Em muitos países, acesso, tratamento e distri-
buição da água são controlados pelo governo. Em 
2018, segundo o Instituto Trata Brasil, cerca de 82% 
da população brasileira e mais de 90% das moradias 
em áreas urbanas no país já contavam com água 
encanada, isto é, adequada ao consumo. Ainda 
assim, mais de 30 milhões de pessoas não eram 
atendidas por esse serviço. Em alguns países, no entanto, nem sequer 
existem redes de distribuição de água potável. Nesses casos, quem tem 
condição financeira abre poços em casa ou compra água para o consumo 
doméstico, restando aos mais pobres consumir água não potável.
Muitas vezes, a ausência de políticas públicas para regular o acesso 
e a distribuição abre espaço para que grandes empresas explorem as 
fontes e comercializem a água potável em outras regiões que não as de 
origem, em vez de oferecê-la para a população local. Um país com baixa 
disponibilidade hídrica pode garantir o acesso à água para sua popula-
ção se investir em técnicas como perfuração de poços, dessalinização, 
sistemas de reutilização, cisternas para captação e armazenamento de 
água de chuva, entre muitas outras.
■ Degradação dos recur-
sos hídricos causada 
pelo lançamento de 
esgoto em córrego no 
município de Novo 
Hamburgo (RS), 2016.
água de chuva, entre muitas outras.
■ Usina de dessalinização 
da água do mar em 
Omã, 2019.
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O acesso desigual à água tem sido motivo de crescente preocupação 
no mundo todo. A quantidade disponível por pessoa diminuiu nos últimos 
50 anos, e, em muitos lugares, é necessário buscar água em locais cada vez 
mais distantes, o que encarece ou inviabiliza o abastecimento. Enquanto 
em várias áreas a água é usada de forma abundante e, às vezes, ineficiente 
(como nas perdas na distribuição pelas empresas) e irresponsável (como 
quando se lava a calçada com água tratada), emoutras o acesso a ela é 
muito difícil, sendo reservada apenas para as necessidades básicas.
	■ O uso abundante de 
água para lavar calça-
das é um exemplo de 
desperdício e mau uso 
da água. Fotografia em 
São Gonçalo do Sapucaí 
(MG), 2018.
Água subterrânea 
Água localizada no 
subsolo, que preen-
che os poros ou vazios 
granulares das rochas 
sedimentares, ou as 
fraturas, as falhas e as 
fissuras das rochas ígneas 
e metamórficas.
> MEUS ARGUMENTOS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Na sua opinião, você e sua família fazem uso responsável da água? Por quê? Poderiam melhorar a 
forma como utilizam esse recurso?
A degradação dos recursos hídricos colabora para o desequilíbrio na 
oferta de água doce, pois a contaminação de rios e águas subterrâneas 
por esgoto, resíduos industriais, agrotóxicos e fertilizantes compromete sua 
qualidade.
Durante séculos, a água usada nos processos produtivos foi devolvida à 
natureza sem tratamento. Embora a preocupação ambiental mundial tenha 
aumentado, e em muitos países leis específicas tenham passado a regula-
mentar o uso e o tratamento da água, a degradação desse recurso ainda 
constitui um grande problema.
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Saneamento básico
Além do acesso desigual à água tratada, as deficiências dos sistemas de saneamento básico 
atingem também a coleta e o tratamento de esgoto. Um relatório publicado pela Organização 
Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em 2017, apon-
tava que 892 milhões de pessoas no mundo não tinham acesso a banheiro. Mais de 2 bilhões de 
pessoas ainda não tinham acesso a nenhum tipo de serviço de saneamento básico no mundo. 
Isso corresponde aproximadamente a três em cada dez pessoas no mundo sem acesso a sane-
amento. Observe o mapa a seguir.
Assoreamento 
Processo natural de 
acúmulo de sedimentos 
no leito do rio, que causa 
sua elevação. Pode ser 
intensificado por ação 
antrópica.
Mundo: acesso ao saneamento básico, 2019
0º
0º
Círculo Polar Ártico
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
Círculo Polar Antártico
Equador
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
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OCEANO GLACIAL ÁRTICO
0 3350
Maior de 94,9
De 86,1 a 94,9
De 74,3 a 86,1
De 59,4 a 74,3
De 42,2 a 59,4
De 26 a 42,2
Inferior a 26
Sem dados
População com acesso ao saneamento básico (em %)OCEANO
GLACIAL
ANTÁRTICO
Fonte: DE AGOSTINI GEOGRAFIA. 
Acess to improvide sanitation. 
Disponível em: http://www.
deagostinigeografia.com/wing/
confmondo/confronti.jsp. Acesso 
em: 28 ago. 2020. 
No Brasil, de acordo com o Instituto Trata Brasil, em 2018 apenas 53% das pessoas tinham 
acesso à coleta de esgoto. Além disso, apenas 46% do esgoto do país era tratado. Na região Norte 
esse índice era de 21,7% e na região Centro-Oeste, 53,8%. Das 100 maiores cidades brasileiras, 
apenas 21 tinham mais de 80% do esgoto tratado.
O esgoto não tratado prejudica o ambiente das mais diversas formas. Mais de 110 mil quilô-
metros de trechos de rios no Brasil estão comprometidos com despejo de esgoto não tratado. 
Entre os impactos ambientais dessa prática, estão a intensificação do assoreamento dos rios e 
a contaminação da água para abastecimento da população e uso agrícola, expondo as pessoas 
a inúmeras doenças, resultando em problemas de saúde pública.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM
 1. Que continente apresenta a maior concentra-
ção de países com baixos índices de acesso 
aos serviços sanitários?
 2. O que pode explicar esses índices?
 3. Que impactos isso traz para as populações 
desses países?
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http://www.deagostinigeografia.com/wing/confmondo/confronti.jsp?goal=100077&section=2&year=2020&title=PIL%20totale
Doenças transmitidas pela água
 Em países da África, Ásia e América Latina são ainda comuns epidemias de cólera e de outras 
doenças transmitidas direta ou indiretamente pela água.
A maioria das doenças transmitidas dessa forma são causadas por microrganismos presentes 
em reservatórios, em geral após contaminação por fezes humanas ou de animais. A transmissão 
do agente infeccioso ocorre por ingestão, pelo contato com a pele durante o banho, pela pre-
paração de alimentos ou pelo consumo de alimentos lavados com água contaminada.
Nas regiões onde não há saneamento básico (coleta e tratamento de esgoto), as doenças infec-
ciosas podem ocorrer devido à contaminação de rios, lagos, córregos e mar. Observe o mapa a seguir.
A cólera é uma doença infectocontagiosa aguda, causada pelo vibrião colérico (Vibrio 
cholerae), bactéria que se multiplica rapidamente no intestino humano, produzindo 
uma potente toxina que provoca diarreia intensa, acompanhada de vômito. Em poucas 
horas, a perda excessiva de água e de sais minerais nas evacuações pode resultar em desi-
dratação grave do corpo humano, com risco de morte, particularmente em crianças. 
A cólera pode ser tratada 
de forma simples e efetiva 
por meio da substituição 
imediata dos fluidos e sais, 
realizada por via oral com 
soro caseiro ou soluções 
reidratantes.
A água parada pode 
servir também como meio 
para a proliferação de mos-
quitos transmissores de 
doenças, como dengue, 
zika e malária, que ali depo-
sitam seus ovos.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM
 1. Em que regiões do mundo ocorreram os maiores surtos de cólera entre 2010 e 2015?
 2. Por que essa doença está concentrada nessas regiões?
 3. Que medidas podem ser tomadas para a diminuição da ocorrência de doenças transmitidas pela água?
 4. Faça uma pesquisa sobre doenças transmissíveis pela água, de forma direta e indireta. Procure saber 
como se dá a ocorrência dessas doenças no Brasil e no mundo.
Mundo: surtos de cólera, 2010-2015
0º
0º
Círculo Polar Ártico
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
Círculo Polar Antártico
Equador
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
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OCEANO GLACIAL ÁRTICO
0 3350
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO2015
2010 a 2014
Ocorrência de casos de cólera
(relatados pelos países)
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
Fonte: WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). World: countries reporting cholera, 2010-2015. 
Disponível em: http://gamapserver.who.int/mapLibrary/Files/Maps 
/Global_Cholera_2010_2015.png. Acesso em: 21 ago. 2020.
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http://www.deagostinigeografia.com/wing/confmondo/confronti.jsp?goal=100077&section=2&year=2020&title=PIL%20totale
Gestão dos recursos hídricos
Em geral, o modelo de gestão de recursos hídricos adotado por muitos países do mundo 
mostrou-se ineficaz diante das condições climáticas extremas (como secas prolongadas), dos pro-
blemas ambientais (desmatamento, assoreamento de rios, extinção de nascentes, entre outros), 
do ritmo de desenvolvimento econômico nas últimas décadas e do crescimento populacional e 
urbano (com maiores demandas por alimentos e energia). Ocorreu assim um desequilíbrio entre 
a intensidade do uso da água e os investimentos necessários, ampliando-se, ao mesmo tempo, 
problemas antigos, como a degradação de mananciais e o desperdício na rede de distribuição.
A implementação de ações e planos efetivos focados na redução das perdas torna-se ainda 
mais necessária com os recorrentes déficits hídricos em diferentes regiões do Brasil. Cidades do 
mundo com padrão de excelência em perdas têm indicadores menores de 15%. No Brasil, em 
2018, o índice de perdas total na distribuição foi de 37,1%. Observe a ilustração a seguir.
Entre as políticas públicas importantes para manter a qualidade das águas adequadasao 
consumo estão as medidas preventivas para evitar a poluição de mananciais, o investimento na 
recuperação de rios e as ações para racionalizar o uso da água (programas de conscientização 
da população e educação ambiental, incentivo à coleta de água de chuva e reúso etc.).
Nos últimos anos, está em pauta a proposta de privatização do setor de saneamento no 
Brasil. A lei no 14 026, aprovada em julho de 2020, atualiza o marco legal do saneamento básico, 
retirando a autonomia de estados e municípios para contratação de empresas de abastecimento 
de água e coleta de resíduos, e prevendo a concessão de serviços de saneamento para empresas 
privadas e a criação de mercados de água em bacias hidrográficas brasileiras.
Enquanto os favoráveis ao projeto afirmam que o investimento privado possibilitaria uma 
gestão eficiente dos recursos hídricos e melhorias na qualidade dos serviços, os contrários enten-
dem que ele entrega a água, um direito humano, ao capital financeiro, para que a comercialize 
sem preocupação com a universalização do acesso da população ou com a preservação ambiental.
Fonte: ÁGUA no Brasil. Folha de S.Paulo, 2015. Disponível em: 
http://www1.folha.uol.com.br/infograficos/2015/01/118521-agua-no-brasil.shtml. Acesso em: 22 ago. 2020.
Alemanha 7%
Inglaterra 20%
ÍNDICE DE PERDAS
NA DISTRIBUIÇÃO
POR PAÍS
Japão 3%
Brasil 37%
PERDAS NA DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA
POR VAZAMENTOS
Registro 
defeituoso 
ou 
desgastado
Tubo 
rachado, 
quebrado 
ou perfurado
Junta 
ou luva 
corroída, 
desgastada 
ou solta
Hidrante 
vazando
POR “GATOS”
Perdas por ligações 
irregulares ou falhas 
na medição
Ligação
“Gato”
Consumidor
Hidrômetro
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https://www1.folha.uol.com.br/infograficos/2015/01/118521-agua-no-brasil.shtml
Água como fonte de 
energia renovável
A energia hidrelétrica, gerada 
pela força do movimento de grandes 
massas de água, é uma importante 
fonte energética no Brasil, em razão da 
riqueza hidrográfica do país.
Essa é uma fonte renovável, pois 
depende de recursos não esgotáveis, 
e, em geral, considerada energia limpa, 
quando comparada aos combustíveis 
fósseis, como o petróleo e o carvão 
mineral, que são fontes não renováveis 
e causam sérios danos ao ambiente, 
em especial os relacionados ao clima.
A energia hidrelétrica, entretanto, 
provoca também impactos ambien-
tais e sociais significativos, pois, para a 
implantação das usinas geradoras, faz-se 
necessária a inundação de grandes 
áreas. Ação que resulta em perda do solo na região, alterações no clima e 
grandes prejuízos à flora e à fauna locais, inclusive com o desaparecimento 
de espécies, por exemplo, de peixes.
Além disso, as áreas alagadas causam decomposição de matéria orgâ-
nica, que libera dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4) na atmosfera, 
contribuindo assim para a intensificação do efeito estufa.
O alagamento do entorno força ainda o deslocamento de popu-
lações, geralmente de comunidades tradicionais, como indígenas e 
quilombolas, que têm fortes vínculos com o território e cujo modo de 
vida, em geral, depende da relação com o rio.
Por essa razão, no Brasil, foi criado o Movimento dos Atingidos 
por Barragens (MAB), organização autônoma que defende um projeto 
energético popular em todo o país. O MAB luta contra as desapropria-
ções e por reparação e melhores programas de reassentamento para 
os atingidos.
	■ Usina hidrelétrica na 
Rússia, 2020.
> DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Em grupos, discutam e identifiquem as possíveis consequências da implantação do novo marco 
legal de saneamento básico para a população de seu município.
ILYA TIMIN/TASS/GETTY IMAGES
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Conflitos e 
gestão compartilhada
Vários limites territoriais são marcados pelos rios, levando milhões 
de pessoas no mundo a depender do abastecimento de águas parti-
lhadas entre países.
Em razão da transnacionalização dos recursos hídricos, ou seja, de 
eles pertencerem a mais de um país, em algumas regiões do mundo 
ocorreram diversos conflitos, com disputas pela água e pelo controle de 
barragens, e acordos, com gestão compartilhada entre países. Vejamos 
a seguir alguns exemplos, entre os mais de 30 casos registrados nos 
últimos 50 anos.
Uma bacia hidrográfica importante no Oriente Médio é a do rio Jordão, 
que abrange os territórios de Síria, Líbano, Israel, Jordânia e Palestina. Em 
1967, durante a Guerra dos Seis Dias, Israel se apropriou das colinas de 
Golã, que era território sírio, onde estão as principais nascentes dessa 
bacia hidrográfica e destruiu uma barragem que estava sendo construída 
pela Jordânia e pela Síria. Nessa guerra, Israel também atacou o Egito e a 
Jordânia e, em seis dias, venceu o confronto e se apropriou de parte dos 
territórios desses países.
No sul da Ásia, Bangladesh alega diminuição do 
fluxo do rio Ganges, em razão da construção de bar-
ragens e projetos de irrigação na Índia, que coloca 
em risco florestas e mangues da região.
Na África, em razão do potencial energético e de 
irrigação, a bacia do Nilo é foco de disputas entre 
Egito, Etiópia, Tanzânia, Uganda e Sudão, países que 
apresentam extensas áreas desérticas.
Na região do Oriente Médio, a Turquia, o Iraque 
e a Síria enfrentam dificuldades para administrar a 
rede hidrográfica formada pelos rios Tigre e Eufrates. 
A Guerra de Seis Dias e a ocupação 
israelense
34º L
31º N
JORDÂNIA
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SAUDITA
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ba
Mar
Mediterrâneo
0 90
Cisjordânia. Pertencia à Jordânia. Importante zona fértil, guarda grande valor 
religioso para o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. 
Faixa de Gaza. Pertencia ao Egito. Zona árida, de intensa atuação da guerrilha 
palestina contra alvos israelenses. 
Península do Sinai. Pertencia ao Egito. Foi devolvida, posteriormente, mediante os 
Acordos de Camp David, em 1979.
Colinas de Golã. Pertenciam à Síria. São a mais importante área de manancial
da região.
Fonte dos dados: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8 ed. 
Rio de Janeiro, 2018. p. 49.
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34º L
31º N
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Cisjordânia. Pertencia à Jordânia. Importante zona fértil, guarda grande valor 
religioso para o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. 
Faixa de Gaza. Pertencia ao Egito. Zona árida, de intensa atuação da guerrilha 
palestina contra alvos israelenses. 
Península do Sinai. Pertencia ao Egito. Foi devolvida, posteriormente, mediante os 
Acordos de Camp David, em 1979.
Colinas de Golã. Pertenciam à Síria. São a mais importante área de manancial
da região.
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Com a construção da bar-
ragem de Ataturk, no rio 
Eufrates, e o desvio do 
curso desses rios para 
irrigação na Turquia, o 
volume das águas que 
chegam ao Iraque e à 
Síria diminuiu conside-
ravelmente. A situação 
na região foi agravada 
também pela Guerra civil 
na Síria e pela atuação do 
grupo terrorista Estado 
Islâmico na região, que 
atacou diversas barragens.
A Guerra civil na Síria 
teve início em 2011 com 
revoltas e manifestações contra o governo de Bashar al-Assad. A forte 
repressão levou os manifestantes à luta armada. No conflito, forças leais 
ao governo, rebeldes e grupos radicais lutam entre si sob a observação 
das grandes potências mundiais. Milhares de pessoas morreram e há 
milhões de deslocados e refugiados. Até meados de 2020, a guerra não 
havia cessado.
Há situações, no entanto,em que ocorre a gestão compartilhada 
dos recursos hídricos. Na Europa, países têm projetos comuns de recu-
peração das águas poluídas e construção de hidrovias em rios, como 
o Reno e o Danúbio. Na América do Sul, Brasil e Paraguai fazem uma 
gestão compartilhada da usina hidrelétrica de Itaipu, localizada no rio 
Paraná, na fronteira entre os dois países.
Rios Tigre e Eufrates
IRAQUE
SÍRIA
TURQUIA
Mar Mediterrâneo
40º L
Mar Negro
Mar
Cáspio
R
io Tigre
Rio Eufrates
40º N
Golfo
Pérsico
0 190
Fonte: IBGE. Atlas geográfico 
escolar. 8. ed. Rio de Janeiro, 
2018. p. 49.
■ Hidrovia no rio Reno, 
Alemanha, 2020.
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ANDREAS RENTZ/GETTY IMAGES
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NÃO ESCREVA 
NO LIVROATIVIDADES>
 1. Vimos que as dificuldades de abastecimento de água têm diversos motivos e consequências 
e que são especialmente comuns no continente africano. Em 2018, a Cidade do Cabo, capital 
da África do Sul, passou por uma seca severa em que foi necessário adotar restrições bas-
tante limitantes ao consumo de água da população. Foi previsto também o “Dia Zero”, no 
qual o abastecimento seria completamente interrompido. Leia o trecho da notícia a seguir:
No Dia Zero, toda a distribuição de água seria interrompida para casas e comércio, 
com exceção de hospitais, escolas e algumas poucas instituições fundamentais ao 
funcionamento da cidade. Depois, os habitantes teriam de buscar água, diariamente, 
em 200 postos espalhados pelo município, onde poderiam captar no máximo 25 litros.
O QUE salvou a Cidade do Cabo da falta de água em 2018? Juntos pela água, 2017. Disponível em: https://www.juntospelaagua.com.
br/2018/10/22/o-que-salvou-a-cidade-do-cabo-da-falta-de-agua-em-2018/. Acesso em: 23 ago. 2020.
Por causa da implementação de novas tecnologias, como dessalinização e perfura-
ção de poços em aquíferos, e à redução no consumo, a Cidade do Cabo conseguiu evitar 
o “Dia Zero” e adotou uma nova abordagem, buscando aplicar mudanças permanentes 
no abastecimento e no consumo da água.
 a) Em caso de necessidade, como poderia ser a adoção de uma política como a do “Dia Zero” 
em seu município?
 b) Como você imagina os impactos em seu bairro ou sua comunidade?
 2. O abastecimento de água em grandes cidades se apresenta como um desafio crescente, em 
razão da alta densidade populacional e da rápida urbanização. Observe o mapa a seguir, 
que mostra as cidades que, segundo projeções da Organização das Nações Unidas para a 
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), vão sofrer com a redução da disponibilidade de 
água doce até 2050. Em seguida, responda às questões.
Fonte: UNESCO-ONU. 
Agua y cambio climático: 
informe mundial de 
las Naciones Unidas 
sobre el desarrollo de 
los recursos hídricos 
2020. Unesco: París, 
2020. p. 23. Disponível 
em: https://unesdoc.
unesco.org/ark:/48223/
pf0000373611/
PDF/373611spa.pdf.
multi. Acesso em: 
23 ago. 2020.
Diminuição da disponibilidade da água urbana, 2050*
0º
0º
Círculo Polar Ártico
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
Círculo Polar Antártico
Equador
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
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en
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OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
0 2400
Maior que 10000000
De 5000001 a 10000000
De 1000001 a 5000000
De 500001 a 1000000
De 100001 a 500000
População urbana em risco, em 2050
*Projeção.
AL
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72
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https://www.juntospelaagua.com.br/2018/10/22/o-que-salvou-a-cidade-do-cabo-da-falta-de-agua-em-2018/
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000373611/PDF/373611spa.pdf.multi
 a) Que cidade brasileira com mais de 10 milhões de habitantes vai sofrer com a escassez de água?
 b) Que país latino-americano, além do Brasil, apresenta grande número de cidades afetadas? 
Pesquise e explique os motivos que levam à escassez de água nesse país.
 c) Que outras regiões do mundo chamam a atenção pela quantidade de cidades afetadas?
 d) Que consequências a redução na disponibilidade de água pode trazer para essas cidades?
 e) Que consequências esse cenário pode trazer para o contexto global?
 3. Leia a afirmação abaixo e, depois, responda às questões.
[...]
A crise hídrica, ou seja, quando se abre a torneira e não sai água, é sempre gerencial, e não 
natural.
[...]
GEÓGRAFO da FFLCH alerta sobre noção equivocada de “falta de água”. USP Online Destaque, 24 ago. 2015. Disponível em: www5.usp.
br/96406/geografo-da-fflch-alerta-sobre-nocao-equivocada-de-falta-de-agua. Acesso em: 23 ago. 2020.
 a) Como se pode prevenir ou amenizar as crises hídricas?
 b) Quais são as consequências do lançamento de esgoto sem tratamento em rios e no mar para 
a população? Em sua opinião, a poluição dos recursos hídricos pode comprometer o abasteci-
mento de água nas residências? Explique.
 4. Segundo a ONU, em 2025, duas a cada três pessoas viverão 
situações de carência de água caso não haja mudanças no 
padrão atual de consumo. Observe a tabela ao lado.
 a) Qual foi o aumento percentual aproximado do consumo 
de água de 1900 para o ano 2000? Que fatores explicam 
esse crescimento?
 b) Quais são as consequências do aumento do consumo de 
água?
 5. Quando as forças do grupo jihadista Estados Islâmico domina-
vam grande parte do Iraque em 2015, uma das táticas utilizadas 
pelo grupo foi interferir no abastecimento de água da região. 
Leio o trecho da notícia e responda às questões a seguir.
O grupo jihadista Estado Islâmico fechou as comportas de uma represa em Ramadi, cidade 
localizada a oeste de Bagdá [Iraque], reduzindo os níveis de água do Rio Eufrates e criando 
uma nova ameaça à segurança e ao plano humanitário.
[...]
Isso resultou na queda do nível de água no Rio Eufrates e causou o corte do abastecimento 
em Khaldiyah e Habbaniyah, cidades a leste de Ramadi que ainda estão sob o controle do 
governo na província de Al-Anbar.
[...]
Estado Islâmico fecha represa iraquiana em Ramadi. G1, 2 jun. 2015. Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/06/estado-
islamico-fecha-represa-iraquiana-em-ramadi.html. Acesso em: 11 set. 2020.
 a) Como a ação do grupo Estado Islâmico afetou o território do seu adversário?
 b) Explique por que o acesso a água pode ser considerado uma importante questão geopolítica.
 Evolução do consumo mundial 
médio de água, 1900-2025*
Ano Água consumida (km3/ano)
1900 580
1950 1 400
2000 4 000
2025* (estimativa) 5 200
BLANCHON, D. Atlas mondial de l’eau: défendre 
et partager notre bien commun. 13. ed. Paris: 
Autrement, 2017. p. 29. 
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https://www5.usp.br/noticias/entrevista/geografo-da-fflch-alerta-sobre-nocao-equivocada-de-falta-de-agua/
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/06/estado-islamico-fecha-represa-iraquiana-em-ramadi.html
INVESTIGAÇÃO>
Pegada ecológica
Você já parou para pensar que a forma como vivemos deixa marcas 
no meio ambiente?
Para descobrir quais são as marcas deixadas por sua comunidade, 
vamos utilizar a metodologia da pegada ecológica e a prática de pes-
quisa por amostragem.
A pegada ecológica é uma metodologia de contabi-
lidade ambiental que avalia a pressão do consumo das 
populações humanas sobre os recursos naturais, permi-
tindo verificar o impacto do padrão de consumo sobre 
a capacidade do planeta em fornecer recursos naturais 
biológicos renováveis (grãos e vegetais, carne, peixe, 
madeira e fibras, energia renovável etc.). Feita individual-
mente, fornece uma ideia de como o indivíduo utiliza os 
recursos naturais de acordo com os hábitos de consumo 
e o estilo de vida.
Para saber qual é sua pegada ecológica e a dos demais 
participantes da amostragem será preciso montar um 
questionário.Você e os colegas de grupo podem uti-
lizar como base a cartilha Pegada ecológica. Qual é 
a sua?, elaborada pelo Instituto Nacional de Pesquisas 
Espaciais (Inpe), <http://www.inpe.br/noticias/arquivos/
pdf/Cartilha%20-%20Pegada%20Ecologica%20-%20web.
pdf> (acesso em: 23 ago. 2020); ou o questionário eletrô-
nico Pegada ecológica <http://www.pegadaecologica.
org.br/2019/pegada.php> (acesso em: 23 ago. 2020). Veja a seguir um 
exemplo de questão.
• Que meio de transporte você utiliza com mais frequência?
 a) transporte público (ônibus, metrô, trem);
 b) carro;
 c) bicicleta ou me locomovo a pé;
 d) carro, mas procuro fazer os percursos curtos a pé ou de bicicleta.
Antes de aplicar o questionário é possível elaborar hipóteses sobre a pegada 
ecológica da comunidade e os possíveis limitadores de um bom resultado. Por 
exemplo, se sua comunidade não tem coleta seletiva, essa ausência é um limi-
tador para a população reciclar, aumentando os impactos no ambiente. Nesse 
caso, vocês poderiam, por exemplo, fazer um abaixo-assinado solicitando à 
prefeitura o oferecimento desse serviço para a comunidade.
■ Símbolo que 
representa diversas 
iniciativas para 
diminuir nossas 
pegadas no meio 
ambiente, como 
reciclagem e 
uso de fontes de 
energia renovável.
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http://www.inpe.br/noticias/arquivos/pdf/Cartilha%20-%20Pegada%20Ecologica%20-%20web.pdf
As respostas do questionário devem contar com uma pontuação cuja soma-
tória leve a uma classificação, como a utilizada na publicação do Inpe, Pegada 
ecológica. Qual é a sua?: Pegada bacana; Pegada moderada (atenção); Pegada 
larga (mudanças de hábitos já).
A amostragem será representada por uma parcela selecionada da popula-
ção. Existem várias metodologias de amostragem; para esse estudo sugerimos 
a acidental. A amostragem acidental baseia-se em uma escolha aleatória dos 
pesquisados. Então, vocês devem 
entregar aleatoriamente o questio-
nário para preenchimento a diversas 
pessoas da comunidade. 
No entanto, é importante calcular 
a média da amostra que vai represen-
tar a população total da comunidade. 
Por exemplo, se a comunidade tem 
1 000 habitantes, pode-se entregar for-
mulários para 5% da população, que 
corresponde a cinquenta pessoas.
Uma vez que os pesquisados 
tenham respondido ao questionário e o 
devolvido a vocês, é preciso tabular os 
dados para verificar a classificação da 
pegada ecológica de cada um deles.
A importância da análise dos dados 
é a resposta às hipóteses iniciais, que podem ter questões como:
• Qual é a pegada ecológica média da amostra da população?
• Quais práticas da comunidade tornam a sua pegada ecológica mais impac-
tante para o meio ambiente?
• Que ações podem aumentar a conscientização da comunidade em relação 
ao meio ambiente, a fim de melhorar sua pegada ecológica?
A partir da análise dos resultados, é possível criar ações de conscientização 
para diminuir a pegada da comunidade, tais como:
• repensar hábitos de consumo;
• produzir menos lixo e reciclar;
• optar por meios de transporte que não utilizam combustíveis fósseis;
• desenvolver o consumo consciente.
	■ Uma amostra é uma parcela representativa da população 
selecionada para fins de estudo.
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POPULAÇÃO
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ANÁLISE DA REALIDADE E PROPOSTAS DE AÇÕES
Nesta etapa, vocês irão realizar em grupos uma pesquisa sobre os cuidados 
com os resíduos sólidos domésticos, necessários para evitar a contaminação do 
ambiente e riscos à saúde de moradores e de coletores de lixo. Por exemplo: O que 
pode ser feito com o lixo reciclado e o orgânico, mesmo antes de serem coleta-
dos? O que deve ser feito com o óleo de cozinha usado, pilhas e lâmpadas? Qual é 
a melhor forma de acondicionar vidros e outros objetos cortantes e perfurantes?
Vocês podem pesquisar em sites de órgãos públicos, empresas e cooperativas 
de coleta de resíduos, conversar com moradores do bairro, funcionários de coo-
perativas de reciclagem de lixo ou coletores de lixo.
A partir dos dados coletados na pesquisa e nas etapas anteriores deste projeto, 
vocês vão discutir se no município onde vocês moram e em suas residências 
ocorrem ações de responsabilidade compartilhada em relação aos resíduos 
sólidos. É possível fazer diferente? Que ações para uma conduta mais responsá-
vel podem ser realizadas? 
Com base nesses questionamentos, proponham ações em sua comunidade. 
Vejam algumas propostas a seguir.
I. Projeto de coleta seletiva, reúso e reciclagem na escola
Montar um projeto que envolva toda a comunidade escolar. Para a execução 
do projeto deve-se trabalhar com a conscientização dos estudantes e funcioná-
rios e alterações na infraestrutura, como providenciar recipientes diferenciados 
para cada tipo de resíduo, em tamanho e número suficiente para toda a escola. 
Deve-se pensar também no reaproveitamento de materiais, como garrafas e 
potes de plástico e de vidros, e latinhas de alumínio 
e papelão. Podem ser produzidos peças artesanais, 
potes, vasos ou outras de diferentes usos, como 
cercas para jardim, potes para horta comunitária, 
enfeites para eventos comemorativos etc. Os reci-
cláveis também podem ser vendidos ou doados para 
catadores. A renda arrecadada pode ser destinada a 
alguma instituição local ou para a própria escola.
II. Produção de panfletos digitais
Produção de um panfleto para a comunidade com 
informações sobre a separação de resíduos sólidos 
para a reciclagem.
III. Mensagens, e-mails ou petição pública
Enviar mensagens por aplicativos e e-mails ou 
reunir assinaturas em uma petição pública (abaixo-
-assinado) cobrando, se for o caso, a responsabilidade 
compartilhada de governantes e representantes 
políticos do município, como prefeito, secretários 
municipais e vereadores.
Etapa
4
■ Cartaz incentivando a separação do 
lixo para a coleta seletiva.
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> SAIBA MAIS
Entre rios 
Direção: Caio da Silva Ferraz. Brasil, 2009. Vídeo (25 min)
Disponível em: https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/educacaoambiental/
prateleira-ambiental/entre-rios/. Acesso em: 28 ago. 2020
O documentário trata sobre o processo de transformação sofrido pelos rios e córregos na cidade 
de São Paulo (SP) e as motivações sociais, políticas e econômicas que promoveram a supressão 
desses cursos de água na paisagem, que até o final século XIX abasteciam a população e hoje 
passam despercebidos pela maioria dos paulistanos.
A lei da água – Novo Código Florestal
Direção: André D’Elia. Brasil, 2014. Vídeo (80 min). Disponível em: https://vimeo.
com/123222594. Acesso em: 29 ago. 2020.
Patrocinado por ONG ambientalistas, como a WWF e a SOS Mata Atlântica, o documentário trata 
da importância das florestas para a conservação das águas e dos problemas do novo Código 
Florestal Brasileiro, aprovado em 2012.
Na natureza selvagem 
Direção: Sean Penn. Estados Unidos, 2007. DVD (87 min). 
O filme conta a história real de um jovem estadunidense que, na década de 1990, abandona 
todos os bens materiais e decide empreender uma jornada pelos Estados Unidos, buscando 
autoconhecimento e contato com a natureza.
The thirsty world
Direção: Yann Arthus-Bertrand. França, 2013. Vídeo (90 min).
“Nunca bebi água potável. Não sei que gosto tem”, diz uma mulher nesse documentário que 
mostra lugares na África e na Ásia em que não há água potável, e as pessoas só têm água 
contaminada disponível. Em tradução livre, “O mundo sedento”.
Observatório do clima 
Disponível em: http://www.observatoriodoclima.eco.br/. Acessoem: 28 ago. 2020
Esse site, criado por uma rede que reúne entidades da sociedade civil com o objetivo de discutir 
a questão das mudanças climáticas no contexto brasileiro, apresenta diversas informações, 
resultados de pesquisa, debates e estatísticas a respeito das questões que envolvem o clima, 
a exemplo dos cálculos de emissões de gases de efeito estufa. Há também informações 
detalhadas sobre compromissos que o Brasil precisa assumir para a criação de políticas 
públicas efetivas na mitigação e adaptação às mudanças climáticas. 
Glossário de doenças relacionadas à água
Disponível em: http://www.aguabrasil.icict.fiocruz.br/index.php?pag=doe. Acesso em: 23 ago. 2020.
O site Água Brasil: sistema de avaliação da qualidade da água, saúde e saneamento do 
Ministério da Saúde, disponibiliza um glossário que relaciona as principais doenças causadas 
direta e indiretamente pela água contaminada.
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https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/educacaoambiental/prateleira-ambiental/entre-rios/
https://vimeo.com/123222594
http://www.observatoriodoclima.eco.br/en/
http://www.aguabrasil.icict.fiocruz.br/index.php?pag=doe
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UNIDADE
3
78
Questões ambientais 
do mundo 
contemporâneo
A ocorrência de períodos de seca no semiárido 
brasileiro faz parte da característica do clima da região, 
seco e quente, ao qual se associa à Caatinga, bioma 
de rica biodiversidade. Se por um lado ações humanas 
podem agravar as consequências das secas, por outro 
há outras que promovem a convivência com as condi-
ções ambientais do semiárido. Exemplos dessas ações 
são as promovidas pela Agência de Desenvolvimento 
Econômico Local (Adel), fundada por oito jovens com 
o objetivo de apoiar empreendedores rurais.
 1. Entre as ações protagonizadas pela Adel estão a pro-
moção do acesso ao conhecimento, ao crédito e às 
tecnologias. Na sua opinião, por que promover esse 
acesso é importante para que os jovens consigam em-
preender, seja em uma comunidade do semiárido nor-
destino, seja em outra região?
 2. Em sua opinião, como pesquisas sobre as condições 
do ambiente de uma região ou comunidade podem 
evitar desastres ambientais e possibilitar melhores con-
dições de vida? Pense em um exemplo, considerando 
sua realidade.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO
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■ João Paulo, jovem empreendedor rural, na comunidade 
Coité Pedreiras, município de Caucaia (CE), 2019. Ele 
faz parte da Agência de Desenvolvimento Econômico 
Local, que é uma organização sem fins lucrativos que 
tem como missão promover o desenvolvimento local de 
comunidades rurais por meio do empreendedorismo e 
do protagonismo social de jovens e agricultores.
7979
PROBLEMAS AMBIENTAIS NA COMUNIDADE
Como se dá a relação entre a sociedade e a natureza no município onde 
você vive? Como os governantes, empresários, membros de ONGs, colegas 
da escola, sua família e você se relacionam com a natureza? Essa relação 
gera impactos ambientais? Quais? O que está sendo feito sobre isso? Outras 
ações poderiam ser encaminhadas? Ao longo deste projeto você e seis 
colegas irão responder a essas e outras perguntas. Para chamar a atenção 
da população e dos governantes, vão realizar postagens impactantes nas 
redes sociais.
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5
CAPÍTULO
Mudanças climáticas 
e preservação 
das florestas
Nos últimos anos, vimos um aumento da mobilização em torno 
das mudanças climáticas globais e seus efeitos sobre o ambiente e a 
sociedade. As ações de líderes mundiais, instituições internacionais, 
meio científico-acadêmico, sociedade civil, comunidades tradicionais 
e organizações não governamentaiss vêm ganhando o reforço de cele-
bridades do meio artístico, como a atriz Jane Fonda (1937-) e o ator 
Leonardo DiCaprio (1974-), que usam sua visibilidade mundial para 
chamar a atenção sobre o tema.
Leonardo DiCaprio se tornou uma importante voz na luta contra 
as mudanças climáticas, ao utilizar em seu discurso sobre esse tema 
evidências científicas obtidas por estudos e pesquisas desenvolvidas 
nas últimas décadas, que indicam que as ações antrópicas influenciam 
o aumento das temperaturas médias da atmosfera e possuem efeitos 
em escala global.
Consultar as Orientações para o professor para obter mais informações sobre o capítulo 
e sobre o trabalho com as atividades.
■ Na fotografia, a atriz 
Jane Fonda sendo 
detida por protestar 
por políticas mais 
duras contra as 
mudanças climáticas 
em Washington 
(Estados Unidos), 2019. 
A atriz e outros ativistas 
foram presos por 
participarem de uma 
manifestação em frente 
ao prédio do congresso 
estadunidense, onde 
não são permitidos 
esses atos.
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Veja o discurso do ator ao receber o prêmio 
do Oscar em 2016.
E, por último, só quero dizer isso: fazer O 
Regresso [filme protagonizado por DiCaprio] foi 
falar sobre a relação dos seres humanos com 
o mundo natural. Um mundo que, em 2015, foi 
sentido como o ano mais quente da história. Nossa 
produção precisava se deslocar para o extremo sul 
deste planeta apenas para poder encontrar neve. 
A mudança climática é real, está acontecendo 
agora. É a ameaça mais urgente que toda a nossa 
espécie enfrenta, e precisamos trabalhar juntos e 
parar de procrastinar. Precisamos apoiar líderes em 
todo o mundo que não falam pelos grandes poluidores, mas que falam por 
toda a humanidade, pelos povos indígenas do mundo, pelos bilhões e bilhões 
de pessoas desprivilegiadas que serão as mais afetadas pelas consequên-
cias das mudanças climáticas. Para os filhos de nossos filhos e para aquelas 
pessoas lá fora, cujas vozes foram abafadas pela política da ganância. 
Agradeço a todos por este prêmio incrível esta noite. Não vamos 
considerar o planeta como algo garantido. Eu não considero esta noite 
garantida. Muito obrigado.
DOVE, S. Watch Leonardo DiCaprio’s 2016 Oscar acceptance speech for best actor. Tradução nossa. Oscars, 
29 fev. 2016. Disponível em: https://oscar.go.com/news/winners/watch-leonardo-dicaprios-acceptance-
speech-for-best-actor-2016. Acesso em: 27. ago. 2020. 
Eventos climáticos extremos têm ocorrido em todas as regiões do 
mundo, como chuvas torrenciais e ciclones mais intensos, períodos de 
fortes secas e ondas de calor. Em maior ou menor intensidade, a depen-
der das localidades onde ocorrem, as evidências apontadas pela ciência 
nos mostram um panorama de crise em escala planetária que pode 
afetar as condições de vida da atual sociedade nas próximas décadas. 
Ativistas e pesquisadores alertam sobre a necessidade urgente de 
ações e medidas que levem à redução dos índices de poluição e de libera-
ção dos gases do efeito estufa (GEE), ao fim do desmatamento de florestas 
e à redução da degradação dos recursos naturais.
Mas é importante considerar que os cenários de crise são uma opor-
tunidade para promover transformações que levam países, instituições, 
empresas e pessoas a tomar novas decisões e a seguir adiante, como 
afirma o historiador Leandro Karnal (1963-):
“É a crise que transforma, que busca o melhor de nós, nos tira da zona 
de conforto e dá estímulo. Mudar não é fácil, mas não mudar é fatal”.
VILLAR, D. É a crise que transforma, afirma Leandro Karnal durante a Expoagas 2017. Rádio Uirapuru, 
Passo Fundo, 23 ago. 2017. Disponível em: https://rduirapuru.com.br/geral/e-a-crise-que-transforma-
afirma-leandro-karnal-durante-a-expoagas-2017/.Acesso em: 17 ago. 2020.
Daí a necessidade de que diferentes setores da sociedade reconhe-
çam os cenários de crise e tomem ações conjuntas para enfrentá-los.
	■ O ator e ativista 
Leonardo DiCaprio 
destacou a importância 
das medidas de 
combate às mudanças 
climáticas durante 
o discurso da cerimônia 
de entrega do 
Oscar de 2016, nos 
Estados Unidos.
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Mudanças climáticas 
e aquecimento global
Mudanças no clima global fazem parte do 
ambiente terrestre desde a origem do planeta, há 
cerca de 4,5 bilhões de anos. Ao longo das eras geo-
lógicas, o clima da Terra se transformou em razão de 
uma série de fatores naturais, como intensas ativi-
dades vulcânicas, glaciações e queda de meteoros, 
alterando a vegetação, o relevo, a distribuição das 
águas e substituindo, por exemplo, áreas de climas 
úmidos por desertos e vice-versa. Estudos apontam 
que a região congelada da Antártida foi ocupada 
por uma floresta tropical há mais de 200 milhões 
de anos. A atual área no estado do Arizona, nos Estados Unidos, com 
um clima árido, era ocupada por uma floresta de clima úmido, que foi 
encoberta por lava vulcânica, e milhões de anos mais tarde, com a erosão, 
foram revelados troncos de árvores petrificados, compostos principal-
mente de quartzo.
Mudanças climáticas, portanto, fazem parte de um processo natural 
vinculado à história da Terra e, para definir uma tendência de alteração 
das condições climáticas globais e regionais, é necessário analisar dados 
de um longo período de tempo. A última mudança climática regional, 
conhecida como Pequena Idade do Gelo, ocorreu entre os séculos XVI e 
XVII. A Europa passou por sucessivas ondas de frio que desencadearam 
crises de fome e revoltas sociais. 
Nos últimos anos, o tema mudanças climáticas passou a ganhar força 
em razão dos inúmeros estudos indicando que as alterações no clima 
global estão ocorrendo principalmente em consequência do aqueci-
mento global. Também aumentaram as discussões e os estudos sobre 
a participação das atividades humanas na aceleração das alterações dos 
climas em escala mundial, regional e local, como veremos a seguir.
■ Tradução da legenda: Seus 
resultados saíram. Trata-se de 
mudanças climáticas. Quantos 
gases de efeito estufa você 
tem consumido?
Tradução do texto 
apresentado na prancheta 
da médica: Sintomas: 
aquecimento global; 
derretimento de calotas 
polares; elevação do nível do 
mar; tempestades.
GREENHALGH, E. NOOA 
Climate.gov, [201?]. Disponível 
em: https://www.climate.gov/
sites/default/files/Q%26A_
GWvsCC_comic_lrg.png. 
Acesso em: 10 set. 2020.
EMILY GREENHALGH, NOAA CLIMATE.GOV
■ Na fotografia, troncos 
petrificados de grandes 
árvores que constituíam 
uma floresta de clima 
úmido há milhões de 
anos depositados sobre 
um solo típico de clima 
seco no Parque Nacional 
da Floresta Petrificada, 
no estado do Arizona 
(Estados Unidos), 2019.
PANORAMIC IMAGES/ALAMY/FOTOARENA
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https://www.climate.gov/sites/default/files/Q%26A_GWvsCC_comic_lrg.png
Aquecimento global
O termo aquecimento global refere-se especificamente ao aumento médio da temperatura 
na superfície terrestre, isto é, em torno de 1,5 °C acima dos níveis anteriores à Revolução Industrial, 
iniciada em meados do século XVIII. As evidências científicas mostram que o aquecimento global 
está associado e é agravado pelo desenvolvimento das atividades humanas, pois coincide com 
o aumento das emissões de gases de efeito estufa, especialmente o dióxido de carbono (CO2). 
Observe o gráfico a seguir que apresenta a variação da temperatura média global nos últimos 
1700 anos. Segundo os dados, o clima da Terra apresentou variações de aumento e diminuição 
da temperatura, mas nenhum episódio de aquecimento anterior parece ter sido tão grande e 
abrupto quanto o demonstrado pela linha roxa.
De acordo com os estudos recentes desenvolvidos pelo Painel Intergovernamental sobre 
Mudanças Climáticas (IPCC), órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), estima-se que 
entre 1880 a 2012, a temperatura média global aumentou 0,85 °C. Além disso, os resultados dos 
estudos apontam o aquecimento dos oceanos, o aumento do nível do mar e a diminuição das áreas 
cobertas de neve e de gelo no planeta. Há estimativas de que as concentrações atuais e as emissões 
contínuas de gases de efeito estufa serão responsáveis pelo aumento de 1 °C a 2 °C na temperatura 
média global até final do século XXI.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM
• Relacione a charge, apresentada na página ao lado, com as informações do gráfico acima e analise 
as influências das atividades humanas para o aquecimento global e as mudanças climáticas.
Variação da temperatura média global nos últimos 1700 anos*
Registros realizados com base em termômetros
Registros realizados com base em indicadores
de paleoclima presentes em corais,
amostras de gelo e anéis de árvores, por exemplo
* Observe que a temperatura
está em escala °F.
Pequena
Idade do Gelo
Período
Quente Medieval
Ano
1,5
0,5
– 0,5
– 1,5
– 1
1
0
Diferença da média (°F)
400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
Fonte: KENNEDY, C.; LINDSEY, R. 
What’s the difference between 
global warming and climate 
change? NOAA Climate.gov, 17 
jun. 2015. Disponível em: https://
www.climate.gov/news-features/
climate-qa/whats-difference-
between-global-warming-and-
climate-change. Acesso em: 17 
ago. 2020.
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https://www.climate.gov/news-features/climate-qa/whats-difference-between-global-warming-and-climate-change
Consequências locais e globais das 
mudanças climáticas
Os impactos provocados pelo aquecimento global ocorrem com 
intensidades diferentes, mas em todo o mundo, afetando os seres 
humanos e as demais formas de vida responsáveis pelo equilíbrio 
natural e pela manutenção dos ecossistemas existentes no planeta Terra. 
Os fenômenos que vêm sendo relacionados às alterações climáticas 
são, por exemplo, o aumento da ocorrência e intensidade de fortes tem-
pestades, ciclones e furacões e maior quantidade e extensão de incêndios 
em florestas, como os que ocorreram na Austrália em 2020. Esses fenôme-
nos são observados em vários países e provocam diversas consequências 
sociais, como mortes, prejuízos materiais e problemas de saúde pública.
Estudos também indicam que o aquecimento global tem sido respon-
sável diretamente pela perda da biodiversidade do planeta. De acordo 
com a Plataforma Intergovernamental para Biodiversidade e Serviços 
Ecossistêmicos (IPBES), órgão ligado a ONU, estima-se que atualmente 
mais de 1 milhão de espécies da fauna e flora mundial estão ameaçadas 
de extinção por causa das mudanças climáticas. As atividades agrícolas 
e pecuárias também sofrem consequências das mudanças climáticas, 
colocando a segurança alimentar da população mundial em risco.
No Brasil, os estudos indicam que nos próximos 50 anos, a tempera-
tura no país poderá aumentar entre 2 °C a 3 °C, e o calor será mais intenso 
nas regiões Norte e Nordeste. Para as regiões Sul e Sudeste, as pesquisas 
apontam a tendência de ocorrer alterações nos regimes de chuvas.
Possíveis consequências do aquecimento global
Fonte: A NOVA 
realidade da 
mudança climática. 
São Paulo: Planeta 
Sustentável/Editora 
Abril, [201?]. 
Disponível em: 
http://www.
santoandre.sp.gov.
br/pesquisa/
ebooks/371583.
PDF. Acesso em: 17 
ago. 2020
■ Principais consequência globais, previstas por cientistas, caso a temperatura média do 
planeta Terra aumente mais de 2 °C.
■ Cientistas acreditam 
que o aumento 
das temperaturas 
dos oceanos tem 
contribuído para o 
embranquecimentodos corais. Na 
fotografia, a Grande 
Barreira de Corais na 
Austrália, 2017.
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http://www.santoandre.sp.gov.br/pesquisa/ebooks/371583.PDF
Apesar dos diferentes entendimentos, todos 
devem agir
Em 2015, durante a Conferência das Partes das Nações Unidas (COP), realizada em 
Paris, na França, 195 países ratificaram o Acordo de Paris, que prevê o comprometi-
mento mundial com metas para manter o aumento da temperatura média global 
abaixo de 2 °C, limitando-o a 1,5 °C. Para isso, as nações deveriam, a partir de 2020, 
criar mecanismos de estímulo econômico e social necessários para que os setores 
tradicionalmente mais poluentes, como energia e agropecuária, passassem a reduzir 
o volume das emissões de gases do efeito estufa.
Apesar desse comprometimento mundial, alguns chefes de estado e alguns cien-
tistas afirmam que as atividades humanas não são responsáveis pelo aquecimento 
global, mas que este resulta exclusivamente de dinâmicas da natureza. Além disso, 
consideram que a transição para uma economia verde trará prejuízos econômicos 
para os países. 
Compromissos estabelecidos em acordos internacionais, como o Acordo de Paris 
(tema abordado na unidade 4 deste livro) demonstram que a sociedade busca uma 
transição econômica com menores impactos ambientais e maior justiça social. Dessa 
forma, não se trata somente de 
ações para frear o aumento da 
temperatura do planeta, mas 
também mitigar seus efeitos 
colaterais no sistema climá-
tico que podem afetar milhões 
de pessoas, principalmente, 
aquelas que vivem em condi-
ções mais vulneráveis, promover 
a preservação da natureza, o 
uso sustentável dos recursos 
naturais e repensar as práticas 
da sociedade de consumo. 
	■ Charge de Joel Petts publicada em 2009.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM
 1. Há uma mensagem irônica na charge? Discorra sobre a crítica que ela traz e se você concorda ou 
não com esse posicionamento. 
 2. Você saberia dizer que prováveis consequências do aquecimento global poderiam ocorrer no lugar 
em que vive? Pesquise em artigos científicos ou reportagens. Reúna as informações obtidas e discuta 
com os colegas. Durante o debate, reflita a respeito das atitudes e mudanças de comportamento que 
podem ser adotadas pela sua comunidade escolar a fim de minimizar os impactos do aquecimento 
global no seu lugar de vivência.
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Emissão de GEE no Brasil 
Em 2016, o Brasil era o sétimo maior emissor de dióxido de carbono (CO2), segundo a organiza-
ção Climate Watch Data. Esse é o principal gás do efeito estufa lançado por atividades humanas, 
veja o gráfico abaixo.
No Brasil, o monitoramento das emis-
sões de GEE é realizado pelo Sistema de 
Estimativas de Emissões e Remoções de 
Gases de Efeito Estufa (Seeg), iniciativa do 
Observatório do Clima, uma organização 
da sociedade civil criada em 2001. Esse 
sistema monitora cinco setores: agrope-
cuário, produção de energia, mudanças 
no uso da terra (desmatamento e queima-
das), indústria e resíduos (tratamento de 
esgoto e destino de resíduos sólidos que 
geram gases, como incineração e aterro 
sanitário). Segundo dados Seeg, em 2018, 
mais de 40% das emissões de dióxido de 
carbono (CO2) no Brasil tiveram origem em 
alterações no uso do solo, relacionadas ao 
desmatamento.
O setor de energia engloba as ativi-
dades de geração de energia elétrica e 
as atividades de transporte, que utilizam 
combustíveis derivados de petróleo, por 
exemplo, a gasolina e o diesel. Segundo a 
Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em 
2018, 13% da energia elétrica no Brasil foi 
gerada a partir da queima de gás natural, 
derivados de petróleo e carvão mineral, 
que são combustíveis fósseis e liberam 
poluentes como o dióxido de carbono 
(CO2) e o dióxido de enxofre (SO2). O diesel 
e a gasolina, combustíveis derivados do 
petróleo, são consumidos, principalmente, 
pela frota de carros e caminhões que circu-
lam o território diariamente.
Os combustíveis fósseis (petróleo, 
carvão mineral e gás natural) ocorrem em 
Fonte dos dados: EMISSÕES totais. SEEG Brasil, c2019. 
Disponível em: http://plataforma.seeg.eco.br/total_emission#. 
Acesso em: 18 ago. 2020.
Fonte dos dados: GLOBAL historic emissions. Climate Watch, [2017?]. 
Disponível em: https://www.climatewatchdata.org/ghg-emissions?breakB
y=gas&chartType=percentage. Acesso em: 18 ago. 2020.
Mundo: emissão de gases 
do efeito estufa, 2016
Dióxido de carbono (CO2)
Metano (CH4)
75%
17%
6,1%
1,9%
Óxido nitroso (N20)
Outros gases
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Brasil: participação nas 
emissões de CO2 por setor, 2018
%0 10 20 30 40 50
*Mudanças no uso da terra, como desmatamento e queimadas.
Resíduos
Uso da terra*
Agropecuária
Indústria
Energia
4,7%
43,6%
25,4%
5,2%
21,1%
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https://www.climatewatchdata.org/ghg-emissions?breakBy=gas&chartType=percentage
http://plataforma.seeg.eco.br/total_emission#
bacias sedimentares, e são formados por restos de plantas e animais 
soterrados juntamente com sedimentos há milhões de anos. São ampla-
mente utilizados como fontes de energia e respondem por cerca de 
80% da energia consumida no mundo. O uso desse tipo de combustível 
vem sendo bastante discutido por cientistas, governos e instituições 
internacionais, pois, em relação a outras fontes de energia (hidráulica, 
eólica, solar etc.), causam maiores impactos ambientais, como a emissão 
de gases de efeito estufa que, de acordo com diversas pesquisas, con-
tribuem para o aquecimento global.
A tabela abaixo demonstra que, apesar do reconhecimento da 
comunidade científica e da maior parte da sociedade de que é neces-
sário reduzir as emissões de GEE, no Brasil elas não apresentam ritmo de 
diminuição significativo, como você pode verificar no caso da emissão 
de dióxido de carbono (CO2) na tabela a seguir.
 Brasil: emissão de CO2, por setor em milhões de toneladas - 2013-2018
2014 2015 2016 2017 2018
Resíduos 86,3 87,6 89,3 90,6 91,9
Uso da terra* 794,1 890,3 909,3 816,7 845,9
Indústria 101,4 100,9 96,0 99,9 101,2
Energia 480,6 457,1 423,8 429,5 407,9
Agropecuária 488,1 491,2 499,8 495,9 492,2
Total 1 950,5 2 027,1 2 018,2 1 932,6 1 939,1
Bacia sedimentar 
Estrutura rebaixada em 
relação aos terrenos 
vizinhos, preenchida com 
detritos oriundos das 
áreas circundantes.
> DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• De que forma você pode contribuir para melhorar a qualidade do ar 
onde vive? Primeiro, conte como você percebe o problema no seu co-
tidiano: há muitos veículos circulando nas ruas e estradas no município 
em que vive? Pesquise sobre como a poluição do ar pode gerar proble-
mas no ambiente e na saúde das pessoas. Agora, pesquise alternativas 
à queima de combustíveis fósseis para os meios de transporte que ob-
servou. Que tipo de combustível pode ser utilizado, ou mesmo formas 
de transporte que não poluam o ar? Leve os resultados da sua pesquisa 
para a sala de aula. Debata com os colegas e relacionem as ações lo-
cais a possíveis impactos regionais e nacionais. Será que a experiência 
apontada para seu municípiopode ser levada a outras cidades?
*Mudanças no uso da terra, 
como desmantamento e 
queimadas.
Fonte dos dados: EMISSÕES 
totais. SEEG Brasil, c2019. 
Disponível em: http://
plataforma.seeg.eco.br/total_
emission#. Acesso em: 
18 ago. 2020.
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http://plataforma.seeg.eco.br/total_emission#
As queimadas como fonte de GEE
No Brasil, o desmatamento associado às queimadas é a fonte principal das 
emissões de GEE, sendo que as maiores áreas de ocorrência estão na Amazônia 
e no Cerrado.
Queimadas naturais, muito comuns nas áreas da vegetação do Cerrado, são 
eventos menos frequentes na Amazônia. Parte significativa é resultado de ações 
de desmatamento e limpeza do terreno para criação de áreas de pastagem para o 
gado ou abertura de novas áreas para agricultura. O processo de desmatamento 
tem, geralmente, três etapas na região: o corte das árvores maiores para o aprovei-
tamento da madeira, corte raso da vegetação remanescente e, depois de dois meses 
secando, é colocado fogo para reduzir o volume de galhos e troncos.
Importante destacar que a expansão das atividades agropecuárias, especial-
mente produção de soja e criação de gado, estão fortemente relacionadas ao 
desmatamento e às queimadas na Amazônia.
As queimadas são responsáveis pela liberação de grandes quantidades de gases 
de efeito estufa, especialmente o dióxido de carbono (CO2), pois no momento da 
combustão de biomassa vegetal, o carbono armazenado nas árvores é liberado 
na atmosfera.
Além disso, a perda das áreas florestais durante as queimadas prejudica a regula-
ção das temperaturas da superfície terrestre, já que a vegetação densa contribui para 
preservar a umidade e, consequentemente, manter as temperaturas mais baixas. 
Os solos expostos costumam absorver maior radiação solar e, por isso, mantém as 
temperaturas mais elevadas. Portanto, a preservação das florestas é fundamental no 
combate ao aquecimento global, pois além de armazenar em carbono, contribuem 
para a regulação das temperaturas médias do planeta.
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	■ Estima-se 
que cerca de 
125 000 hectares 
da Floresta 
Amazônica 
foram perdidos 
em 2019 com o 
desmatamento 
e as queimadas. 
Na fotografia, 
queimada na 
floresta em Porto 
Velho (RO), 2019.
88
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As atuais tecnologias digitais de informação e comunicação são importantes 
ferramentas para o combate ao desmatamento nas florestas e em outras coberturas 
vegetais. Há inúmeros exemplos, como uso de aplicativos e celulares por comu-
nidades tradicionais, como indígenas e quilombolas, para registrar e denunciar 
atividades ilegais em suas terras, por exemplo, garimpo e extração de madeira. Outro 
exemplo é o Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo do Brasil, o 
Mapbiomas, que integra especialistas em diversas áreas, como biólogos e cientistas 
da computação, e disponibiliza mapas anuais de cobertura e uso da terra do Brasil, 
desde 1985. Veja a tela inicial da plataforma e faça as atividades que seguem.
DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS>
 1. Visite a ferramenta digital disponibilizada pelo Projeto de Mapeamento Anual da 
Cobertura e Uso do Solo no Brasil (MapBiomas). O acesso deve ser realizado por meio 
do link <https://plataforma.mapbiomas.org/map#coverage> (acesso em: 27 ago. 2020).
 2. Ao acessar a ferramenta, colete os dados de cobertura vegetal, desmatamento e re-
generação da vegetação registrados na Unidade da Federação ou município em que 
você vive. Em seguida, analise as informações coletadas e selecione alguns aspectos 
que considera importante. Por exemplo, tente desenvolver uma breve discussão sobre 
como leis, como o Novo Código Florestal (Lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012), podem 
influenciar o desmatamento na área selecionada.
 3. Escreva um pequeno texto sobre os resultados de sua pesquisa e compartilhe-o com o 
professor e os demais colegas. Você pode buscar outras informações a respeito desse 
tema para complementar o trabalho.
■ Imagem do site do projeto MapBiomas obtida em 2020.
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NÃO ESCREVA 
NO LIVRO
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A importância das florestas
As comunidades tradicionais, como povos indígenas, quilombolas e extrativistas, depen-
dem da vegetação original (também chamada de vegetação nativa), associada aos demais 
elementos naturais, para garantir a subsistência, manter as tradições culturais e a existência 
enquanto povo.
Por muito tempo, no mundo todo, o desmatamento foi associado a desenvolvimento 
econômico. Durante séculos, as florestas foram importantes fontes de matérias-primas e 
sua exploração foi intensificada com o desenvolvimento industrial. Iniciada na Inglaterra, 
em meados do século XVIII, a Revolução Industrial promoveu profundas transformações no 
modelo de produção, a partir da transição da manufatura para a indústria mecânica. Esse 
processo contribuiu não somente para o desmatamento de formações vegetais nativas de 
diversas regiões do mundo, como também para o uso excessivo dos demais recursos naturais, 
como os minerais. 
A retirada da vegetação original também está associada à urbanização e ao desenvolvi-
mento de atividades econômicas primárias, como agricultura, pecuária e mineração. De acordo 
com o monitoramento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), estima-se 
que de mais de 75% das florestas primárias do mundo foram extintas. Para expandir áreas 
de agricultura e pastagem para a criação de gado, e também para obter madeira, formações 
vegetais foram derrubadas. Hoje, muitas pesquisas e práticas apontam diversos motivos para 
se preservar grandes áreas de vegetação, além de, a médio e longo prazo, serem obtidos 
maiores ganhos econômicos.
Mundo: cobertura fl orestal original e atual
Equador
0°
Trópico de Capricórnio
Círculo Polar Antártico
Trópico de Câncer
0°
M
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Círculo Polar Ártico
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ÍNDICO
0 2445
Cobertura florestal atual
Cobertura florestal original
Fonte: RAINFOREST FOUNDATION NORWAY. State of the rainflorest 2014. Oslo, 2014. p. 24. Disponível em: http://stateoftherainforest.
regnskogfondet.no/uploads/docs/StateOfTheRainforest_lo.pdf. Acesso em: 27 ago. 2020.
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http://stateoftherainforest.regnskogfondet.no/uploads/docs/StateOfTheRainforest_lo.pdf
Entre os principais motivos para a preservação, em especial das 
formações florestais, estão:
• a capacidade de prover bens, como plantas medicinais (grande 
parte delas usadas pela indústria farmacêutica), frutos, raízes, 
madeira, fibras, óleos etc.;
• o controle de pragas e doenças nos cultivos agrícolas, purificação 
e regulação do ciclo das águas; regulação climática; capacidade de 
absorver carbono pela fotossíntese (ver imagem abaixo); influên-
cia no controle de inundações, erosão e assoreamento; proteção 
de nascentes de rios etc.; 
• a contribuição para processos naturais, como a formação de solos 
e o ciclo de nutrientes na natureza.
A umidade atmosférica na floresta, que resulta principalmente da 
transpiração das plantas, ajuda a regular o clima não apenas da região 
onde a floresta se encontra, mas também de outras bem mais distantes. 
O desmatamento reduz a evapotranspiração e, assim, inibe a reciclagem 
de água pois diminui a umidade na atmosfera, reduzindo a precipitação 
local em regiões para onde a umidadeé transportada.
■ Por meio da fotossíntese, as florestas são capazes de armazenar carbono, que 
fica retido nas plantas e no solo. O desmatamento, principalmente quando 
acontece por meio de queimadas, causa a liberação do CO2.
Fonte: RAINFOREST FOUNDATION NORWAY. State of the rainflorest 2014. Oslo, 2014. p. 36. Disponível em: 
http://stateoftherainforest.regnskogfondet.no/uploads/docs/StateOfTheRainforest_lo.pdf. Acesso em: 27 ago. 2020.
Formação florestal
Termo genérico que 
se refere a tipos de 
formação vegetal no qual 
os elementos dominantes 
são as árvores, formando 
um dossel (cobertura 
superior da floresta).
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NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM
 1. Que formações vegetais nativas foram mais devastadas?
 2. Que formações vegetais nativas ocorrem na Unidade da Federação em 
que você vive? Qual a situação atual?
Serviço ecossistêmico 
Benefício que a 
sociedade obtém da 
natureza, como provisão 
de alimentos, regulação 
climática, lazer e de 
suporte para a vida, por 
exemplo, formação de 
solo, sendo vitais para o 
bem-estar das pessoas 
e para as atividades 
econômicas.
Brasil: vegetação 
nativa x vegetação 
atual
No Brasil, o desmatamento teve início 
durante o processo de colonização, mas 
se intensificou ao longo do século XX, 
no período em que houve crescimento 
da população, especialmente nas áreas 
urbanas, industrialização e expansão de 
atividades agropecuárias no país. 
A vegetação nativa tem importância 
ambiental, social e econômica: cumpre impor-
tantes serviços ecossistêmicos, podem ser 
aproveitadas economicamente de forma 
sustentável e são fundamentais para a sub-
sistência direta e a preservação de tradições 
culturais de inúmeras comunidades.
No Brasil, as florestas constituem a for-
mação vegetal de maior extensão. Mesmo 
no Cerrado e na Caatinga, caracterizadas 
por formações arbustivas, há trechos de for-
mações florestais. Compare, nos mapas ao 
lado, as áreas de vegetação nativa com as 
de vegetação atual. 
Segundo o Relatório Anual de Desma-
tamento do Brasil, somente em 2019 foram 
detectados e confirmados 56,8 mil alertas de 
desmatamento, que devastaram 12 187 km2 
quadrados de vegetação nativa no país, sendo 63% na Floresta Ama-
zônica, 33,5% no Cerrado e 3,3% na Mata Atlântica, na Caatinga, no 
Pantanal e nos Campos. O estudo constatou que mais de 99% dos 
desmatamentos não foram autorizados ou se sobrepõem com áreas 
protegidas; portanto, são ilegais.
Brasil: vegetação nativa
50º O
0º Equador
Trópico de C
apricórnio 
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
Floresta Amazônica
Mata dos Cocais
Matas Atlânticas
Mata de Araucárias
Caatinga
Cerrado
Campos
Complexo do 
Pantanal (cerrado e 
campos inundáveis)
Vegetação litorânea
(mangue, restinga, 
jundu)
Tipos de vegetação
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0 740
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Fonte: GIRARDI, G.; ROSA, J. V. Atlas Geográfico. 
São Paulo: FTD, 2016. p. 64.
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Brasil: vegetação atual
50º O
0º
Equador
Trópico de 
Capricórnio
 
OCEANO
ATLÂNTICO
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Matas Atlânticas
Mata de Araucárias
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Complexo do 
Pantanal (cerrado e 
campos inundáveis)
Vegetação litorânea
(mangue, restinga, 
jundu)
Tipos de vegetação
Área devastada
Rios
0 740
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA 
E ESTATÍSTICA (IBGE). Atlas geográfico escolar. 
7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 100.
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50º O
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Floresta Amazônica
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Pantanal (cerrado e 
campos inundáveis)
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Tipos de vegetação
Área devastada
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OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
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Floresta Amazônica
Mata dos Cocais
Matas Atlânticas
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Pantanal (cerrado e 
campos inundáveis)
Vegetação litorânea
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Principais medidas do Código Florestal
1. Trecho desmatado 
6. Topo de morro 
3. Margem de rio 
7. Encosta 
2. Mata 
4. Nascente de rio 
5. Manguezal 
8. Atividade agrossilvipastoril 
Área de Preservação Permanente
(APP): área protegida, coberta ou não por 
vegetação nativa, com a função ambiental 
de preservação. Corresponde às margens 
dos rios e lagos, nascentes, topos de morro, 
encostas, manguezais, restingas e bordas 
de chapadas. 
Reserva Legal: área que deve ser 
preservada em uma propriedade rural para 
garantir a biodiversidade e não colocar em 
risco os ciclos naturais.
Módulo fiscal: unidade variável de 
medida agrária em hectares, pois é definido 
para cada município e considera o tipo de 
exploração e a renda obtida.
Agrossilvipastoril: cultivo em conjunto 
de agricultura, silvicultura e pecuária.
 Lei válida para ações feitas até 2008
 Lei válida para ações feitas a partir de 2008
 Área de Preservação Permanente
 Reserva Legal
1. Trecho desmatado na encosta:
• Em terrenos de até 4 módulos fiscais: sem 
obrigação de recomposição;
• Em terrenos com mais de 4 módulos fiscais: 
recomposição em até 20 anos.
2. Mata:
Área a ser preservada varia de acordo com o 
bioma, sendo:
• Amazônia: 80%;
• Cerrado: 35%;
• Demais biomas, exceto manguezais: 20%.
3. Margem de rio:
A preservação do entorno depende da largura 
do rio:
4. Nascente perene de rio e olho-d´água perene:
Mínimo de 50 metros de distância em relação à 
nascente.
5. Manguezal:
Toda a extensão deve ser preservada.
6. Topo de morro:
Nos topos de morros com altura mínima 
de 100 m e inclinação maior que 25°, 
devem ser preservados 2/3 da altura 
mínima definida em relação à base.
7. Encosta:
Devem ser preservadas todas as áreas 
com declividade superior a 45°.
8. Atividade agrossilvipastoril:
Para propriedades que ocupam área 
de preservação permanente com 
atividades agrossilvipastoris, de 
ecoturismo e turismo rural, as regras 
transitórias e de adequação serão reu-
nidas nos Programas de Regularização 
Ambiental (PRAs) elaborados pelos 
estados e pelo Distrito Federal.
O Código Florestal
O Código Florestal, instituído a partir de 2012, foi motivo de debate e discórdia entre 
os chamados ruralistas e os ambientalistas. Observe o infográfico a seguir.
ST
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 C
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Fonte de pesquisa: BRASIL. Lei 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa. Brasília, DF: Casa Civil, 2012. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm. Acesso em: 28 ago. 2020.
Largura do rio
• Até 10 metros 
de largura 
• De 10 metros 
a 50 metros 
• De 50 metros 
a 200 metros 
• De 200 metros 
a 600 metros 
• Mais de 600 metros 
Mata preservada 
• 30 metros
• 50 metros
• 100 metros
• 200 metros
• 500 metros 
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Crise ambiental e as 
comunidades tradicionais: outros 
caminhos são possíveis?
De acordo com a legislação brasileira, povos e comunidades tradicionais são 
grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, possuem formas 
próprias de organização social, ocupam e usam territóriose recursos naturais como 
condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, uti-
lizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição. 
Desses grupos, fazem parte os inúmeros povos indígenas e comunidades de diversas 
partes do território brasileiro. Povos da floresta é a denominação que recebem as 
comunidades tradicionais que vivem e tiram seu sustento das florestas, como os indí-
genas, extrativistas, seringueiros e ribeirinhos.
As comunidades tradicionais, principalmente os povos das florestas, sofrem 
com a crise ambiental global, pois são grupos sociais que dependem diretamente 
dos recursos oferecidos pela natureza para sobreviver. Por isso, o desmatamento 
das áreas florestais pode prejudicar sua base de subsistência e comprometer seu 
modo de vida. No entanto, em razão do seu profundo conhecimento sobre os ele-
mentos da natureza e sua dinâmica, esses grupos podem aliar 
informações passadas entre as gerações ao conhecimento 
científico sobre agroecologia e desenvolvimento sustentável. 
De acordo com a ONU, os povos das florestas são grandes 
aliados na luta contra o aquecimento global, pois conhecem 
integralmente o valor e a importância da preservação da 
natureza para o equilíbrio ambiental. Os avanços científicos 
associados ao conhecimento tradicional podem ser uma saída 
para a crise ambiental. 
Conheça um pouco mais sobre o modo de vida de alguns 
povos da floresta e comunidades tradicionais que vivem no Brasil.
Povos da floresta e Reservas 
Extrativistas
Na Amazônia, a luta dos povos da floresta ganhou força 
com a notoriedade mundial de Chico Mendes (1944-1988) e 
outros seringueiros do Acre na década de 1980. Desde os 
anos de 1970, Chico Mendes liderou os povos da floresta na 
luta pela preservação da Amazônia. Uma das formas de luta 
era o empate, na qual os seringueiros impediam de forma 
pacífica a derrubada das árvores.
	■ Na fotografia, Chico 
Mendes em Xapuri (AC), 
1988.
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Em 1988, Chico Mendes foi assassinado, pois a sua atuação era 
inconveniente para os fazendeiros locais. Mas a sua luta, entre outras con-
quistas, resultou na criação das Reservas Extrativistas (Resex), sendo a 
primeiras delas no Acre em 1990, a reserva Alto Juruá. A implantação das 
Resex, presentes em todo o país, teve como objetivo aliar a preservação 
da floresta com uma exploração sustentável pelas comunidades locais, 
como a extração do látex e da castanha. No entanto, a pressão sobre essas 
reservas teve grande aumento principalmente a partir do final da década 
de 2010. Na Amazônia e no Cerrado, o principal fator foi a expansão das 
atividades agropecuárias. Ao mesmo tempo, faltam políticas públicas 
para apoiar as comunidades tradicionais que, em muitos casos, não vêm 
um retorno econômico com os produtos explorados. 
Povos e comunidades tradicionais 
no Cerrado 
Atualmente, estratégias de manejo do Cerrado e de áreas de tran-
sição são realizadas em mais de 50 territórios indígenas, em terras 
quilombolas e diversas comunidades rurais, como geraizeiros, retireiros, 
vazanteiros, veredeiros – essas denominações são relacionadas aos ecos-
sistemas do Cerrado, como os campos gerais, várzeas dos rios e veredas.
Muitas comunidades tradicionais no Brasil se articulam em associa-
ções e redes para promover avanços sociais e econômicos integrados 
à preservação da cultura, das formações vegetais nativas e demais ele-
mentos naturais. A Rede Cerrado é um exemplo de integração de mais 
de trezentas associações da sociedade civil. O objetivo principal é a luta 
pela conservação do Cerrado e a defesa de seus povos e comunidades 
tradicionais, promovendo justiça social e sustentabilidade ambiental.
Reserva Extrativista
Unidade de conservação 
de uso sustentável em 
que tem o objetivo de 
proteger os meios de 
vida e a cultura das 
populações extrativistas 
e assegurar o uso 
sustentável dos recursos 
naturais.
tradicionais, promovendo justiça social e sustentabilidade ambiental.
■ Geraizeiros catadores 
de pequi em Minas 
Gerais, 2014.
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Área de transição
Área que agrupa 
características de dois 
ou mais biomas.
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NÃO ESCREVA 
NO LIVROATIVIDADES>
 1. Observe a ilustração para fazer as atividades.
	■ Cartum de artista 
iraniano Shahram Rezaei, 
publicado em 2014.
 a) Descreva a cena representada.
 b) Qual é o tema abordado pelo cartum e sua principal crítica? A qual 
ameaça global ele se refere?
 2. Observe o gráfico a seguir e responda.
 a) O que o gráfico indica sobre o desmatamento da Amazônia? Que 
fatores ajudam a explicar isso? 
 b) Qual a importância da preservação da floresta para as comunidades 
tradicionais? E para as demais sociedades?
Amazônia: desmatamento, 2011-2020
0
200
400
600
800
km²
165
43
84 
185 
389
474
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Fonte: Desmatamento registrado 
na Amazônia em maio foi o 2o maior 
da década. Amazônia, 17 jun. 2020. 
Disponível em: https://amazonia.
org.br/2020/06/desmatamento-
registrado-na-amazonia-em-maio-
foi-o-2o-maior-da-decada/. Acesso 
em: 19 ago. 2020.
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https://amazonia.org.br/2020/06/desmatamento-registrado-na-amazonia-em-maio-foi-o-2o-maior-da-decada/
PLANEJAMENTO DO TRABALHO E DIAGNÓSTICO DA 
REALIDADE 
Nesta etapa vocês irão se reunir em grupos. Cada grupo deverá investigar um 
assunto relacionado à temática ambiental no município onde estudam. Pode 
ser escolhido um impacto ou problema ambiental, como: poluição atmosférica; 
degradação de rios e córregos; devastação de áreas verde; contaminação dos 
solos; ou outros que ocorrem especificamente no município.
Escolhido o tema, o grupo discutirá o que sabe sobre o problema e buscará 
informações para complementar o diagnóstico da realidade, por exemplo: 
• Em que áreas do município ocorre?
• Há quando tempo esse problema ocorre?
• Quem são as pessoas mais atingidas?
• Quais são as causas?
Os grupos devem pesquisar dados e informações sobre o tema escolhido, 
para ampliar o que já sabem, fazer novas perguntas e buscar respostas. Os 
dados podem ser coletados em publicações, sites ou visitas às secretarias 
de meio ambiente do município e do estado, ONGs, institutos de pesquisa, 
como o IBGE, universidades e outras instituições comprometidas com o tema 
de estudo. Podem ser coletados dados estatísticos e consultados relatórios, 
reportagens, mapas temáticos e legislações ambientais municipais, estaduais 
ou federais. Também podem ser feitas entrevistas com os atores envolvidos 
com o problema. 
Etapa
1
■ Lixo em córrego 
no munícipio de 
Juazeiro (BA), 2016.C
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D3-CH-EM-3075-V5-U3-C5-078-097-LA-G21_AVU1.indd 97D3-CH-EM-3075-V5-U3-C5-078-097-LA-G21_AVU1.indd 97 20/09/20 23:4620/09/20 23:46
6
CAPÍTULO
Desastres naturais ou 
humanos?
Tempestades, inundações, deslizamentos e terremotos são fenôme-
nos naturais intensos. Quando ocorrem em locais habitados por seres 
humanos, resultando em danos (materiais e humanos) e prejuízos (socioe-
conômicos), são considerados desastres naturais. Você já presenciou um 
desastre natural ou viu alguma reportagem sobre o assunto pela televisão?
Eventos naturais se convertem em desastres apenas quando os seres 
humanos que vivem nas áreas em que ocorrem são afetados. Assim, ao 
analisar desastres naturais temos de considerara forma como as socie-
dades ocupam e usam o território e a sujeição dos grupos humanos 
aos riscos.
Observe no esquema a seguir as principais categorias de desastres 
naturais, de acordo com a origem.
Consultar as Orientações para o professor para obter mais informações sobre o capítulo e 
sobre o trabalho com as atividades.
Desastres naturais: classifi cação quanto à origem
MeteorológicosHidrológicosClimatológicosGeofísicosBiológicos
Epidemias Terremotos Secas Inundações Tempestades
Infestações
por insetos
Ataques animais
Movimentos 
de massa 
(sem água)
Temperaturas 
extremas
Incêndios
Movimentos
de massa
(com água)
Vulcões
Fonte: SAITO, S. M. INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE). Desastres naturais: conceitos 
básicos. Disponível em: http://www3.inpe.br/crs/crectealc/pdf/silvia_saito.pdf. Acesso em: 21 ago. 2020.
■ O ciclone extratropical 
que atingiu a região 
Sul do Brasil em 
junho de 2020 causou 
grandes estragos no 
Paraná, onde as rajadas 
de vento chegaram 
a 120 quilômetros 
por hora. O temporal 
atingiu 30 municípios 
e afetou 3 127 pessoas 
no Estado. Fotografia 
de um município do 
Paraná, 2020.
DEFESA CIVIL DO PARANÁ 
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D3-CH-EM-3075-V5-U3-C6-098-113-LA-G21.indd 98D3-CH-EM-3075-V5-U3-C6-098-113-LA-G21.indd 98 20/09/20 18:5620/09/20 18:56
http://www3.inpe.br/crs/crectealc/pdf/silvia_saito.pdf
Para um fenô-
meno da natureza ser 
reconhecido como 
desastre natural, o 
Centre for Research 
on the Epidemiology 
of Disasters (Cred), 
ou, em português, 
Centro de Pesquisas 
sobre Desastres, órgão 
ligado à Organização 
das Nações Unidas 
(ONU), considera pelo 
menos um dos seguintes critérios: dez ou mais pessoas mortas; 100 ou 
mais indivíduos afetados; declaração de estado de emergência; e pedido 
de assistência internacional.
Para quantificar a gravidade dos impactos causados pelos desastres 
naturais são utilizados como parâmetros os números absolutos e relativos 
das pessoas afetadas e mortas na fase de emergência, os custos econô-
micos e a infraestrutura danificada e destruída. Observe o gráfico acima.
O impacto dos desastres naturais sobre os seres humanos depende 
de múltiplos fatores, como o tipo e a duração do impacto, além da loca-
lização e da vulnerabilidade da população.
O grau de vulnerabilidade é determinado por uma combinação de 
fatores, que incluem a consciência da população acerca do perigo, as 
condições de moradia, a infraestrutura existente, as políticas e a adminis-
tração públicas, além da capacidade de lidar com desastres. A pobreza, 
presente na maioria das regiões do mundo, é também uma das principais 
causas dessa vulnerabilidade.
Em geral, os desastres naturais são intensificados por ações humanas, 
como o desmatamento e a ocupação irregular nas cidades, muitas vezes 
em áreas de risco, como margens de rios sujeitas a inundação e encostas 
ou morros com risco de deslizamento.
Embora o percentual de ocorrências mundiais seja pequeno, se com-
parado a outros desastres, os deslizamentos (movimentos de massa) 
precedidos de fortes chuvas constituem um grave problema no Brasil, 
causando mais mortes que as inundações.
Área de risco 
Área considerada impró-
pria para moradia dada 
a fragilidade ou instabili-
dade do terreno causada 
pela natureza ou ação 
humana.
Fonte: CENTRE FOR RESEARCH 
ON THE EPIDEMIOLOGY OF 
DISASTERS (CRED)/ UNITED 
NATIONS OFFICE FOR DISASTER 
RISK REDUCTION (UNISDR). 
Economic losses, poverty & 
disasters (1998-2017). Bélgica/ 
Suiça, 201[?]. p. 7. Disponível 
em: https://www.unisdr.
org/2016/iddr/IDDR2018_
Economic%20Losses.pdf. 
Acesso em: 21 ago. 2020.
Mundo: ocorrência de desastres naturais (por tipo), 1998-2017
3 148
43,4%
2 049
28,2%
Incêndio
Atividade vulcânica
Movimento de massa (sem água)
563
7,8%
405
5,6%
378
5,2%
347
4,7%
254
3,5%
99
1,4%
12
0,2%
Inundação
Tempestade
Terremoto
Temperatura extrema
Deslizamento
Seca
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> MEUS ARGUMENTOS
• Ao analisar o que acabou de ler nesta dupla de páginas, como você responderia à pergunta no título 
do capítulo? Em sua opinião, o desastre natural poderia ser evitado? Como?
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https://www.unisdr.org/2016/iddr/IDDR2018_Economic%20Losses.pdf
Desastres naturais no mundo
Entre 1998 e 2017, desastres geofísicos e climáticos ocorridos no mundo mataram 1,3 milhão 
de pessoas e deixaram mais 4,4 bilhões feridas, desabrigadas ou precisando de assistência 
emergencial. Enquanto a maioria das fatalidades ocorreram em razão de eventos geofísicos, 
principalmente terremotos e tsunamis, 91% dos desastres foram causados por inundações, 
tempestades, ondas de calor e outros eventos climáticos extremos. Observe os gráficos.
Mundo: número de mortes por tipo de 
desastre, 1998-2017
Mundo: número de pessoas afetadas por 
tipo de desastre, 1998-2017
56%
747 234
17%
232 680
13%
166 346
11%
142 088
2%
21 563
1%
18 414
0,2%
2 398
Movimento
de massa 
(sem água)
Inundação
Seca
Tempestade
Terremoto
Temperatura
extrema
Deslizamento
Incêndio
Atividade
vulcânica
0,1%
4,8 milhões
0,1%
6,2 milhões
45%
2 bilhões
33%
1,5 bilhão
16%
726 milhões
3%
125 milhões
2%
97 milhões
Movimento
de massa 
(sem água)
Inundação
Seca
Tempestade
Terremoto
Temperatura
extrema
Deslizamento
Incêndio
Atividade
vulcânica
Fonte: CENTRE FOR RESEARCH ON THE EPIDEMIOLOGY OF DISASTERS (CRED)/ UNITED NATIONS OFFICE FOR DISASTER RISK REDUCTION (UNISDR). 
Economic losses, poverty & disasters (1998-2017). Bélgica/ Suíça, 201[?]. p. 8-9. Disponível em: https://www.unisdr.org/2016/iddr/
IDDR2018_Economic%20Losses.pdf. Acesso em: 21 ago. 2020.
Muito embora os desastres naturais tenham atingido todos os continentes no período de 1998 
a 2017, a Ásia foi o continente mais impactado – o que se explica principalmente pela extensa área 
territorial, pelas altas densidades demográficas, pelo relevo constituído de formas propensas a 
desastres, como planícies de inundação e montanhas, e por determinadas condições geológicas, 
zonas sísmicas e vulcânicas, por exemplo.
Em termos monetários, os países de alta renda relataram perdas de 53% dos desastres entre 
1998 e 2017, os países de baixa renda relataram apenas 13% dos desastres no mesmo período. No 
entanto, as perdas nos países de baixa renda são maiores do que os dados disponíveis sugerem 
por causa da subnotificação sistemática. O Banco Mundial calculou que o custo real para a 
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0,1%
4,8 milhões
0,1%
6,2 milhões
45%
2 bilhões
33%
1,5 bilhão
16%
726 milhões
3%
125 milhões
2%
97 milhões
Movimento
de massa 
(sem água)
Inundação
Seca
Tempestade
Terremoto
Temperatura
extrema
Deslizamento
Incêndio
Atividade
vulcânica
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https://www.unisdr.org/2016/iddr/IDDR2018_Economic%20Losses.pdf
https://www.unisdr.org/2016/iddr/IDDR2018_Economic%20Losses.pdf
comunidade global é aproximadamente de 520 bilhões de dólares por ano, levando 26 milhões 
de pessoas à pobreza todos os anos.
As perdas absolutas também mascaram o peso relativamente maior dos desastres sobre os 
países com renda mais baixa. Quando os custos econômicos são expressos como porcentagem 
média do Produto Interno Bruto (PIB), isso fica mais claro. Observe os mapas abaixo.
Segundo o Cred, entre 
2000 e 2017, em países de baixa 
renda, morreram, em média, 
130 pessoas por milhão de habi-
tantes que viviam em áreas 
afetadas por desastres, em 
comparação com apenas 18 em 
países de alta renda. Isso signi-
fica que as pessoas expostas a 
riscos naturais nas nações mais 
pobres estavam sujeitas a uma 
probabilidade de morrer de sete 
vezes maior do que as pessoas 
expostas a riscos equivalentes 
nas nações mais ricas. 
As catástrofes naturais 
expõem e agravam as vulne-
rabilidades, comoa pobreza, a 
desigualdade, a degradação 
ambiental e a má gestão pública. 
Os países e as comunidades mais 
pobres, sem conhecimento dos 
riscos e com pequena capaci-
dade preventiva, são os que mais 
sofrem os impactos dos desastres. 
As ações preventivas requerem 
investimentos significativos a 
longo prazo em educação, tecno-
logia e infraestrutura, bem como 
necessitam de instituições e pro-
fissionais preparados. 
Fonte: CENTRE FOR RESEARCH ON THE EPIDEMIOLOGY OF DISASTERS (CRED)/ UNITED NATIONS 
OFFICE FOR DISASTER RISK REDUCTION (UNISDR). Economic losses, poverty & disasters (1998-
2017). Bélgica/Suíça, 201[?]. p. 4-5. Disponível em: https://www.unisdr.org/2016/iddr/IDDR2018_
Economic%20Losses.pdf. Acesso em: 18 ago. 2020.
Os dez países que mais registraram perdas percentuais em relação 
ao PIB, 1998-2017
0°
0°
Equador
Trópico de Câncer
Círculo Polar Antártico
Círculo Polar ÁrticoCírculo Polar Ártico
 
Trópico de Capricórnio
M
er
id
ia
no
 d
e 
G
re
en
w
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h
M
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no
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w
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h
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO 
Renda alta
Renda média alta
Renda média baixa
Renda baixa Terremoto
Tempestade Inundação
Tsunami
EUA
944,8
0 3550
Índia
79,5 Tailândia52,4
China
492,2
Japão
376,3
Alemanha
57,9
Itália
56,6
França
43,3
México
46,5
Porto
Rico
71,7
0°
0°
Equador
Trópico de Câncer
Círculo Polar Antártico
Círculo Polar ÁrticoCírculo Polar Ártico
 
Trópico de Capricórnio
M
er
id
ia
no
 d
e 
G
re
en
w
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h
M
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G
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w
ic
h
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO 
Tadjiquistão
2,7
Renda alta
Renda média alta
Renda média baixa
Renda baixa
Nicarágua
3,6
Honduras
7,0
Haiti
17,5
Porto Rico
12,2
Coreia
do Norte
7,4
Geórgia
3,5
Mongólia
2,8
Cuba
4,6
El Salvador
4,2
Terremoto
Tempestade Temperatura
extrema
0 3550
Os dez países que mais registraram perdas econômicas causadas 
por desastres naturais, em valores absolutos (em bilhões de 
dólares), 1998-2017
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM
• Analise os gráficos desta dupla de páginas e explique a relação entre a vulnerabilidade a desastres 
e o desenvolvimento econômico.
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https://www.unisdr.org/2016/iddr/IDDR2018_Economic%20Losses.pdf
População em risco
Segundo o Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística (IBGE) e o 
Centro de Monitoramento e Alertas 
de Desastres Naturais (Cemaden), 8,27 
milhões de brasileiros vivem em áreas 
de risco de desastres naturais em 872 
municípios do país. A maior parte dos 
desastres naturais no Brasil tem origem 
hidrológica (inundações e movimentos 
de massa com água) e geológica (movi-
mento de massa sem água).
Inundações e 
alagamentos
O crescimento urbano tem influen-
ciado no aumento das inundações em 
razão, principalmente, da intensa imper-
meabilização do solo e da ocupação das 
áreas naturais de inundação dos rios 
(planícies fluviais). Nas cidades, a situação se agrava, pois o asfalto e o 
concreto dificultam ou impedem que a água das chuvas penetre no solo. 
A água escorre então por ruas e calçadas até atingir os bueiros (bocas de 
lobo), que podem estar com o acesso obstruído por lixo. Com isso, a água 
não chega às galerias pluviais (que também podem estar obstruídas 
por detritos e, assim, sem vazão suficiente), acumulando-se na superfície 
e provocando alagamento nas partes mais baixas do relevo.
Estudos vêm demonstrando que as inundações periódicas têm 
impacto grave e de longo prazo nas condições de vida e na saúde das 
pessoas, em particular nas zonas rurais pobres que dependem da agri-
cultura. Na zona rural da Índia, as crianças de até 1 ano de idade que 
vivem em áreas sujeitas à inundação sofrem de desnutrição crônica em 
consequência da produção agrícola perdida e do abastecimento de ali-
mentos interrompido.
Diferentemente de outros desastres naturais, as inundações podem 
ser prevenidas. Algumas dessas medidas preventivas são: construção 
de barragens e diques nas áreas rurais; aumento do número de áreas 
verdes, redução de construções e asfaltamento em áreas de inundação, 
destino adequado ao lixo, serviços públicos como coleta e varrição de 
ruas e limpeza de rios e córregos nas cidades.
Brasil: distribuição dos municípios monitorados na Base 
Territorial Estatística de Áreas de Risco (BATER), 2010
50º O
0º
Equador
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
Trópico de Capricó
rnio
RR
AM
RO
AC
PA
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PI
CEMA
TO
GO
BA
MG ES
RJ
RN
PB
PE
SE
AL
SP
PR
SC
RS
MS
MT
DF
Municípios monitorados 
com BATER
0 485
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO 
DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA 
(IBGE). População em áreas de 
risco no Brasil. Rio de Janeiro, 
2018. p. 37. Disponível em: 
https://biblioteca.ibge.gov.br/
visualizacao/livros/liv101589.
pdf. Acesso em: 18 ago. 2020.
Galeria pluvial 
Conjunto de tubulações 
subterrâneas que capta a 
água da chuva (pluvial) e 
permite o escoamento.
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https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101589.pdf
Movimentos de massa/
deslizamentos
A erosão pluvial é provocada pelas águas da chuva que desgastam 
as rochas e transportam materiais das áreas mais altas do relevo para 
as mais baixas.
Em geral, a erosão provocada pela chuva é mais 
intensa em terrenos muito inclinados, já que a força da 
gravidade faz com que os solos tendam a deslizar.
A mecânica dos deslizamentos é caracterizada pela 
ruptura das condições de equilíbrio de uma massa de 
solo, sedimentos ou rochas, em uma encosta. Além das 
águas da chuva, outros agentes podem ser responsá-
veis pela ruptura desse equilíbrio, como as fraturas das 
rochas, as alterações do peso específico do solo devido 
à saturação, a compactação do terreno, o uso urbano, 
as vibrações provocadas por explosões ou pelo tráfego 
de veículos pesados, assim como forças naturais, como 
os terremotos etc.
O desmatamento aumenta o escoamento superficial 
da água, que leva parte do solo. O solo pode também 
ficar encharcado e escorregar encosta abaixo. As constru-
ções de moradias em áreas impróprias para a ocupação, 
como as encostas de morros, podem intensificar os des-
lizamentos e causar mortes.
Saturação do solo
Estado do solo em que 
todos os poros estão 
preenchidos por água.
■ Casa destruída por um deslizamento no 
Japão, 2020.
Deslizamentos
Fonte: CENTRO NACIONAL 
DE MONITORAMENTO E ALERTS 
DE DESASTRES NATURAIS. 
Movimento de massa. Disponível 
em: http://www.cemaden.gov.br/
deslizamentos/. Acesso em: 18 ago. 2020.
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■ Quando a superfície de ruptura é curvada 
(em forma de colher) com movimento 
rotatório em materiais superficiais, o 
deslizamento é classificado como rotacional. 
Quando o deslizamento ocorre em superfície 
relativamente plana e associada a solos mais 
rasos, é denominado translacional.
103
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http://www.cemaden.gov.br/deslizamentos/
Tempestades
Como os seres humanos se distribuem praticamente por toda a 
superfície do planeta Terra, ocupando áreas de baixas a altas latitudes, 
as diversas sociedades são afetadas em épocas distintas do ano por 
fenômenos atmosféricos variados, como frio intenso, chuvas torrenciais, 
furacões, grandes períodos de estiagem, calor intenso, queda acentuada 
de neve etc.
Em geral, o avanço tecnológico tem contribuído para que se façam 
previsões do tempo mais confiáveis, o que pode ser um dos fatores que 
explicam a diminuição global das mortes por tempestades nos últimos 
vinte anos. Pesquisadores concluem que aocorrência de tempestades 
não pode ser controlada, mas uma melhor gestão preventiva possibilita 
a redução de mortes e outras perdas. Após um superciclone ocorrido 
em 1999, no estado de Odisha, na Índia, foram desenvolvidos sistemas 
de redes de comunicação que permitiram alertar comunidades expos-
tas e pescadores sobre os riscos, além da construção de aterros para 
proteger a população contra tempestades e inundações costeiras.
Em 27 de março de 2004, um fenômeno climático extremo 
deixou um rastro de destruição em quarenta cidades nos estados de 
Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Esse evento, denominado como 
Catarina, é um marco na história meteorológica mundial, pois foi o 
único furacão a se formar no oceano Atlântico sul, onde a ocorrência 
desse fenômeno é pouco comum por apresentar águas com menores 
temperaturas e ventos mais fortes. Foi também o primeiro e único 
furacão a atingir o Brasil.
São poucos os registros de tornados no 
Brasil, mas existe uma zona propícia à inci-
dência que vai de Lajeado (RS) até Foz do 
Iguaçu (PR), com 800 quilômetros de compri-
mento. Para os especialistas, esses fenômenos 
meteorológicos no país são consequência do 
encontro das correntes de ar quente e úmido 
da Amazônia com as massas de ar frio vindas 
do Oceano Glacial Antártico.
Em 20 de abril de 2015, um tornado, com 
ventos de 300 quilômetros por hora, atingiu as 
cidades de Xanxerê e Ponte Serrada, também 
em Santa Catarina. Duas pessoas morreram, 124 
ficaram feridas, mais de 5 300 ficaram desaloja-
das e o prejuízo financeiro foi aproximadamente 
de 114 milhões de reais.
	■ Com ventos de até 180 
quilômetros por hora, 
o furacão Catarina, 
no Brasil, provocou a 
morte de 11 pessoas, 
deixou 518 feridos, mais 
de 27 mil desabrigados 
e milhares de 
moradias destelhadas 
ou destruídas. O 
prejuízo foi estimado 
em 1 bilhão de reais. 
Imagem de satélite de 
2004.
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“Aguenta a mã o, João”, foi escrita pelo cantor e compositor paulista Adoniran Barbosa (1910-
1982) em parceria com o compositor mineiro Hervê Cordovil (1914-1979), em 1965. A seguir, leia a 
letra da canção (se possível, ouça a música) e observe a fotografia. Depois, responda às questões.
Aguenta a mão, João
Não reclama, contra o temporal
Que derrubou seu barracão
Não reclama, aguenta a mão, João
Com o Cibide aconteceu coisa pior
Não reclama, pois a chuva só levou a sua cama
Não reclama, aguenta a mão, João
Que amanhã tu levanta um barracão muito melhor
C’o Cibide, coitado, não te contei?
Tinha muita coisa mais no barracão
A enxurrada levou seus tamancos e o lampião
E um par de meia que era de muita estimação
O Cibide tá que tá dando dó na gente
Anda por aí com uma mão atrás e outra na frente
AGUENTA A MÃO, JOÃO. Intérprete: Adoniran Barbosa. In: ADONIRAN Barbosa. São Paulo: RGE Discos, 1965. Faixa 3. Disponível em: https://www.
letras.mus.br/adoniran-barbosa/188487/. Acesso em: 18 ago. 2020.
 1. Qual é a relação entre a canção e a fotografia? Em sua opinião, por que os pro-
blemas se repetem no decorrer dos anos?
 2. Em sua comunidade existe algum problema relacionado a fenômenos climáticos que se repete 
todos os anos?
 3. O que você acha que pode ser feito para melhorar esse problema?
DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS>
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO
■ Moradores limpam moradia 
após inundação em 
Colombo (PR), município da 
Região Metropolitana de 
Curitiba (PR), 2018.
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Seca
Em geral, as secas estão associadas a perdas agrícolas e de gado, 
escassez de abastecimento de água e surtos de doenças. Podem durar 
vários anos, resultando em impactos econômicos e sociais, com deslo-
camento de grande parcela da população afetada.
Os dados que apontam 2% das mortes em todo o mundo 
por causa da seca devem ser analisados com cuidado, pois 
excluem a grande maioria das mortes indiretas, causadas 
por desnutrição, doenças e deslocamentos. Embora seja 
muito difícil quantificar essas mortes, não há dúvida de que 
resultam do aumento da fome e da miséria, perpetuando as 
condições de pobreza em muitos países e regiões. Os pro-
cessos de desertificação do solo intensificam os problemas 
relacionados à seca.
No Brasil, projetos que incluem a construção de cisternas
no sertão nordestino têm contribuído para garantir o abaste-
cimento de água para milhares de famílias agricultoras.
Desertificação
Segundo a ONU, a desertificação é um processo de destruição 
do potencial produtivo da terra em áreas de clima semiárido, árido e 
subúmido, por meio da pressão exercida pelas atividades humanas 
(queimadas, desmatamento, mineração, técnicas agropecuárias impró-
prias etc.) sobre ecossistemas frágeis, cuja capacidade de regeneração é 
baixa. A desertificação é um problema global que afeta diretamente 250 
milhões de pessoas e um terço da superfície terrestre. A degradação do 
solo e a desertificação ameaçam a quantidade de alimentos produzidos. 
Veja o mapa.
■ Cisterna em Carnaúba 
dos Dantas (RN), 2018.
Mundo: deserti� cação, 2012
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICOEquador0°
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Trópico de Câncer
Círculo Polar Ártico
Círculo Polar Antártico
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Trópico de Capricórnio
OCEANO
PACÍFICO
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OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
GRANDE
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ATACAMA
PATAGÔNIA
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SOMÁLIA
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VITÓRIA
SAARA
KALAHARI
0 3315
Deserto
Risco moderado
de desertificação
Alto risco de
desertificação
Fonte: FERREIRA, G. M. L. 
Atlas geográfico: espaço 
mundial. 4. ed. São Paulo: 
Moderna, 2013. p. 29.
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Gestão dos riscos ambientais 
O termo “risco ambiental”, às vezes, é usado como sinônimo de 
desastre, mas são conceitos diferentes.
O risco ambiental é a probabilidade de acontecer um desastre, ou 
seja, é a percepção do perigo. Portanto, é possível minimizar os desas-
tres por meio do gerenciamento ou gestão dos riscos, que envolve um 
conjunto de ações preventivas, tais como:
• medidas estruturais: obras de engenharia, como as realizadas para 
a contenção de inundações (barragens, diques etc.);
• medidas não estruturais: ações de planejamento e gerencia-
mento, como sistemas de alerta, monitoramento e mapeamento 
de áreas de risco; orientação à população.
A gestão de riscos e desastres envolve ações de diversos setores da 
sociedade em momentos diferentes: antes, durante e após um desastre. 
Observe o esquema ao lado.
Além de governos, empresas, instituições de pesquisa etc., os indiví-
duos têm papel fundamental na prevenção dos desastres naturais e na 
redução de seus impactos, podendo agir de diferen-
tes formas, desde perceber riscos para comunicá-los às 
autoridades até saber o que fazer durante o desastre 
e depois dele.
A defesa civil, organizada por governos e cidadãos, 
desenvolve ações em relação aos desastres naturais, 
que podem ser classificadas em prevenção, prepara-
ção, resposta e reconstrução. As ações de prevenção 
e preparação minimizam a ocorrência e os danos pro-
vocados pelos desastres e devem ser colocadas em 
prática antes do evento. As de resposta e reconstrução 
ocorrem durante e após o desastre. Além disso, ações 
adequadas de monitoramento possibilitam a criação 
de sistemas eficientes de alerta.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> MEUS ARGUMENTOS
 1. Explique por que as secas perpetuam as más condições de vida nos lu-
gares em que ocorrem.
 2. Em sua opinião, como as técnicas e os avanços tecnológicos poderiamcontribuir para amenizar os impactos da seca sobre as populações que 
vivem em regiões onde esses fenômenos ocorrem?
 3. Em sua opinião, a condição de pobreza e fome nessas regiões se dá ex-
clusivamente por fatores naturais?
Fonte: KOBIYAMA, M et al. 
Prevenção de desastres 
naturais: conceitos básicos.
Florianópolis: Organic Trading, 
2006. p. 41. Disponível em: 
http://www.disaster-info.
net/lideres/portugues/curso-
brasil08/documentos_e_artigos/
Prevencao%20desastres%20
naturais.pdf. Acesso em: 
21 AGO. 2020.
Relação entre três atores no 
gerenciamento de desastres naturais
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Pré-eventoPré-eventove neé- o
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GOVERNAMENTAL
Federal
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http://www.disaster-info.net/lideres/portugues/curso-brasil08/documentos_e_artigos/Prevencao%20desastres%20naturais.pdf
NÃO ESCREVA 
NO LIVROATIVIDADES>
 1. Leia o texto e, depois, observe a fotografia e sua legenda.
Chove mais forte nos países 
pobres que nos ricos? A seca é mais 
intensa nas áreas miseráveis do 
mundo que nos grandes centros de 
poder? Se as mudanças climáticas 
atingem todo o planeta, sem distin-
ção de fronteira ou regime político, 
um levantamento de uma década de 
desastres naturais revela que são os 
pobres os que mais morrem e sofrem 
com enchentes, secas ou furacões. 
Mas o problema não são os eventos 
climáticos, mas a própria pobreza.
Em dez anos, 2 bilhões de 
pessoas em todo o planeta foram 
atingidos por desastres naturais, 
um volume recorde e que mostra o 
impacto de eventos extremos como 
chuvas, secas ou furacões.
CHADE, J. Impacto de desastres naturais recai sobre pobres. Estadão, 16 out. 2014. Disponível em: https://sustentabilidade.estadao.com.br/
noticias/geral,impacto-de-desastres-naturais-recai-sobre-pobres,1577479. Acesso em: 19 ago. 2020.
• A porção Noroeste do Japão foi atingida, em 2019, por um terremoto de intensidade 7,0 na escala 
Richter, a mesma intensidade daquele que atingiu o Haiti em 2010. No Haiti as consequências ime-
diatas foram 316 mil mortos 1,5 milhão de feridos e 1,5 milhão de desabrigados, enquanto no Japão 
foram 26 feridos. Qual é a relação que podemos fazer entres os dois lugares? Por que o terremoto 
no Haiti é considerado um desastre natural e, no Japão, não?
 2. No Brasil, a defesa civil faz parte do Sistema Nacional de Defesa Civil, que conta com Centro Nacional 
de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), órgão de apoio às defesas civis locais. Leia a seguir 
trecho de uma cartilha elaborada pelo Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres 
(Ceped) para prevenção de riscos. Depois, responda às questões.
Saiba como agir em tempestades
Se estiver na rua:
• Evite lugares que ofereçam pouca ou nenhuma proteção contra raios tais como: pequenas 
construções não protegidas como celeiros, tendas ou barracos; veículos sem capota como 
tratores, motocicletas ou bicicletas;
• Evite estacionar próximo a árvores ou linhas de energia elétrica;
• Evite estruturas altas tais como torres de linhas telefônicas e de energia elétrica;
• Alguns lugares são extremamente perigosos durante uma tempestade. Por isso: NÃO per-
maneça em áreas abertas como campos de futebol, quadras de tênis e estacionamentos;
	■ Na fotografia registrada em abril de 2010, apenas alguns meses após 
o terremoto de janeiro de 2010, cidadãos começaram a reconstruir 
uma escola em Porto Príncipe, no Haiti. Entretanto, dez anos depois 
do desastre que matou mais de 300 mil pessoas naquele país, a 
corrupção e a turbulência política impediram a pequena nação 
insular de se recuperar. 
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https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,impacto-de-desastres-naturais-recai-sobre-pobres,1577479
• NÃO fique no alto de morros ou no topo de prédios;
• NÃO se aproxime de cercas de arame, varais metálicos, linhas aéreas e trilhos;
• NUNCA se abrigue debaixo de árvores isoladas.
Se estiver dentro de casa:
• Não use telefone (o sem fio pode ser usado);
• Não fique próximo a tomadas, canos, janelas e portas metálicas.
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE DESASTRES (CEPED). Cartilha: prevenção de riscos de desastres. Disponível em: 
https://www.ceped.ufsc.br/wp-content/uploads/2014/10/Cartilha_prevencao_de_desastres.pdf. Acesso em: 19 ago. 2020.
 a) O texto orienta as pessoas a se proteger de qual fenômeno atmosférico?
 b) Qual é a importância da defesa civil na gestão de riscos e desastres naturais?
 c) Além da defesa civil, que outros setores da sociedade devem atuar na prevenção de desastres 
naturais?
 d) Você ou alguém que conhece já esteve em uma situação de risco ou desastre, como tempesta-
des, enchentes ou outros? Em caso afirmativo, relate as ações dos envolvidos e das autoridades 
responsáveis. Em sua opinião foram tomadas atitudes adequadas?
 e) Antes de ler o texto acima, você saberia como agir em tempestades? Busque informações de 
como agir em caso de outros eventos naturais como ventos fortes e inundações.
 3. Observe o gráfico e, depois, responda às questões.
 a) Quais foram os desastres naturais que, proporcionalmente, mais aumentaram no decorrer dos 
anos?
 b) Qual é a relação desse fato com o aumento da urbanização no mundo?
Mundo: desastres naturais relacionados com o clima, 1980-2018
800
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Ano
Número de
eventos
Nota: Os eventos contabilizados causaram pelo menos uma morte e/ou produziram perdas, pela ordem, 
de ≥ 100 mil, 300 mil, 1 milhão ou 3 milhões de dólares (dependendo do grupo de investimentos do país 
afetado, segundo o Banco Mundial).
Eventos meteorológicos
(Tempestade tropical, tempestade
extratropical, tempestade 
convectiva, tempestade local)
Eventos hidrológicos
(Inundação, deslizamento)
Eventos climatológicos
(Temperatura extrema, 
seca, incêndio �orestal)
Fonte: UNWATER. Agua y cambio climático: informe mundial de las Naciones Unidas sobre el Desarrollo de 
los Recursos Hídricos 2020. ONU, 2020. p. 27. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/
pf0000373611. Acesso em: 19 ago. 2020.
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https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000373611
INVESTIGAÇÃO>
Prevenir para salvar vidas
Como vimos, os riscos ambientais podem causar muitos problemas para os habi-
tantes das áreas afetadas, como doenças e até mortes.
Passar por um desastre costuma mudar a vida de uma comunidade para sempre. Tal 
experiência pode levar à perda de confiança e ao sentimento de seguir vivendo exposto 
ao perigo – e, assim, impedir a recuperação da população afetada –, mas também pode 
ampliar a percepção dos riscos e provocar uma mudança de costumes e hábitos.
Nesta atividade você vai se juntar a alguns colegas e formar um grupo para 
entrevistar pessoas da comunidade (conhecidos ou não) a fim de analisar se elas têm 
informações sobre riscos e como fazer prevenção.
A prática de pesquisa usada será a entrevista semiestruturada, composta de 
perguntas ou um roteiro. Veja a seguir alguns aspectos desse tipo de técnica:
• as questões da entrevista devem atender aos objetivos da pesquisa, ou seja, 
deve-se perguntar o que se quer saber sobre o tema pesquisado;
• deve-se predefinir as perguntas ou os tópicos do roteiro, que podem ser alte-
rados ou mesmo acrescidos de outras perguntasque surgirem de acordo com 
as respostas durante a entrevista;
• o entrevistador deve ter cuidado para não fugir do objetivo da pesquisa e ser 
sempre respeitoso e ético com o entrevistado;
• o pesquisador deve conhecer o contexto a ser investigado em profundidade, 
pois isso vai ajudá-lo na elaboração das perguntas e do roteiro, assim como 
na condução da entrevista.
Sigam as seguintes etapas para a investigação.
I. Escolha do tema e levantamento de informações
Elejam um tipo de risco, de preferência relacionando a desastres naturais, como 
tempestades, inundações, seca e deslizamento. A escolha vai depender das carac-
terísticas da comunidade, do município ou região em que os entrevistados vivem. 
Busquem informações sobre a ocorrência de desastres na região dos entrevistados.
Esse levantamento inicial vai ajudá-los a construir o roteiro e elaborar as pergun-
tas. Por exemplo, sabendo que a comunidade está em área de risco de inundações, 
vocês podem elaborar as perguntas em torno desse evento.
II. Elaboração de roteiro e perguntas
Vocês deverão elaborar as perguntas de acordo com o que querem descobrir. A 
entrevista tem como objetivo geral verificar a percepção das pessoas sobre os riscos 
a que estão sujeitas e como podem se prevenir contra eles.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO
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III. A entrevista
Combinem com o entrevistado um momento apropriado que ele possa dispor 
para conceder a entrevista e expliquem-lhe seus objetivos. Estabeleçam um contato 
amistoso e cordial, de forma a deixá-lo à vontade. Os entrevistadores podem falar, 
mas devem ouvir principalmente, mantendo sempre o foco no roteiro. Façam uma 
pergunta de cada vez para não confundir o entrevistado. O registro das repostas 
deve ocorrer durante a entrevista, podendo ser em gravação de áudio, vídeos ou 
anotação escrita. Fiquem atentos também aos gestos e à inflexão de voz do entre-
vistado, por exemplo, pois essas manifestações espontâneas podem ser muito 
reveladoras e úteis para o resultado da entrevista. Ao término da entrevista, não 
se esqueçam de agradecer ao entrevistado e solicitar, se for o caso, um segundo 
contato para dúvidas.
IV. Análise das respostas
Reúnam as entrevistas, leiam juntos as respostas de cada entrevistado pelo 
grupo e organizem as informações coletadas (em um relatório ou mapa mental, 
por exemplo), de acordo com a orientação do professor. Analisem o conteúdo das 
respostas buscando verificar como as pessoas percebem o risco, se tomam atitudes 
preventivas, se percebem que as soluções são responsabilidade de diversos atores, 
como as pessoas da comunidade e o poder público etc.
V. Apresentação e ações possíveis
Apresentem o resultado da análise de forma 
resumida para os demais colegas e professor. 
Após todas as apresentações, discutam coleti-
vamente como podem contribuir para que as 
pessoas da comunidade tenham mais acesso 
à informação de prevenção de riscos e como a 
comunidade pode se organizar a fim de solicitar 
ações do poder púbico, por exemplo. Uma ideia 
para orientar essa organização é a produção de 
textos informativos, como cartilhas, mensagens 
de texto divulgadas em mídias sociais, organiza-
ção de palestras na escola etc.
■ Cartaz de sistema de alerta da 
Defesa Civil do estado de São 
Paulo divulgado em 2017.
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ANÁLISE DA REALIDADE E PROPOSTA DE AÇÕES
Nesta etapa, o tema de estudo será analisado com base nos dados pesqui-
sados na etapa anterior. A análise das informações coletadas pode ser um 
momento de descobertas e levantamento de novas dúvidas, exigindo que a 
pesquisa seja ampliada para responder aos possíveis questionamentos que 
surgirem.
Ao final da análise dos dados e das informações, os questionamentos não 
podem ficar sem resposta. É preciso formular hipóteses para orientar a investi-
gação das causas do impacto e do problema ambiental estudado. Veja a seguir 
alguns exemplos:
• Os rios do munícipio estão poluídos e a falta de rede de coleta e tratamento 
de esgotos no bairro e/ou no município é a principal causa da poluição. A 
ausência de coleta dos efluentes domésticos está relacionada a políticas 
públicas de saneamento básico que não atendem a toda população. 
• O município apresenta um sério problema no abastecimento de água potável, 
por essa razão muitas casas possuem poços artesianos e cisternas para 
obter água utilizada em atividades domésticas, como limpeza da casa e 
lavagem da roupa, dessa forma, há água disponível na região. A falta de água 
potável está relacionada à ineficiência do sistema de abastecimento de água 
potável, que é antigo e não recebe investimentos para a sua manutenção e 
melhoria.
• Determinada área do bairro próximo a um rio sofre com inundações. No 
passado, esse local não era afetado por tais eventos, mas atualmente, prin-
cipalmente no verão, durante as chuvas mais intensas, os moradores têm 
suas casas invadidas por água. A ocorrência desses eventos está relacionada 
ao grande crescimento do bairro nos últimos 10 anos, que promoveu a dimi-
nuição de áreas verdes e a impermeabilização do solo.
As principais questões a serem respondidas: 
• Quais as causas do problema? 
• Que atores (indústrias, órgãos do governo, empresas, população etc.) são 
responsáveis? 
• Em que medida esses atores são responsáveis pelo problema e podem resol-
vê-lo ou mitigar suas consequências?
 Após a investigação das hipóteses levantadas e obtenção de respostas sobre 
o problema estudada, é hora de pensar nas soluções. 
• O que o grupo propõe para a resolução do problema identificado com base 
nos dados e informações coletados? 
• Que tipo de ação cabe a cada ator envolvido para a resolução do problema 
ambiental ou diminuição dos impactos? 
• Como garantir que tais ações sejam encaminhadas para o poder público ou 
outro ator que pode solucionar o problema identificado? 
• O que o grupo pode fazer de maneira mais direta para intervir na realidade?
Etapa
2
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Meio ambiente: e eu com isso?
Nurit Bensusan. São Paulo: Peirópolis, 2009. 
No livro, a bióloga e ambientalista Nurit Bensusan desafia o leitor desde o título. As 
provocações no decorrer da leitura levam as pessoas a refletir sobre as questões ambientais.
Um futuro para a Amazônia
Bertha Becker e Claudio Stenner. São Paulo: Oficina de Textos, 2008.
O livro procura mostrar que o valor da Amazônia vai além da rica biodiversidade, discutindo o 
caminho para o futuro de uma floresta que se tornou floresta urbanizada.
Agricultores que cultivam no Cerrado
Daniel Luis Mascia Vieira et al (org.) Brasília: WWF Brasil, 2014. Disponível em: http://ispn.org.
br/site/wp-content/uploads/2018/10/AgricultoresQueCultivam%C3%81rvoresNoCerrado.pdf. 
Acesso em: 19 ago. 2020.
O livro traz experiências de trabalhadores rurais que cultivam árvores nativas e promovem a 
conservação e restauração dos elementos naturais por meio de técnicas de baixo custo, e que 
adotam saberes tradicionais e inovações adaptadas às condições locais.
Observatório Florestal
Disponível em: http://www.observatorioflorestal.org.br/. Acesso em: 20 ago. 2020.
O Observatório Florestal foi criado em 2013 por associações da sociedade civil, como WWF e 
SOS Mata Atlântica, com o objetivo de monitorar a implementação do novo Código Florestal e 
contribuir para minimizar os aspectos que o grupo considera negativos. No site há informações 
sobre o trabalho do grupo.
Rede do Cerrado
Disponível em: https://redecerrado.org.br/. Acesso em: 28 ago. 2020
Composta por mais de 50 entidades da sociedade civil associadas, a Rede Cerrado trabalha 
para a promoção da sustentabilidade,em defesa da conservação do Cerrado e dos seus povos. 
No site dessa organização há informações sobre os povos do Cerrado como os indígenas, 
quilombolas, quebradeiras de coco babaçu, vazanteiros, fundo e fecho de pasto, pescadores 
artesanais, geraizeiros, extrativistas e veredeiros.
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
Disponível em: http://videoseducacionais.cptec.inpe.br/. Acesso em: 28 ago. 2020.
O site do Inpe disponibiliza materiais educacionais com diversos temas, como desastres 
naturais, mudanças climáticas e erosão do solo. 
Previsão do tempo e do clima
Realização: Univesp TV. Brasil, 2011. Vídeo (25 min). 
Disponível em: https://youtu.be/QwcVKWafbrU. Acesso em: 28 ago. 2020.
Meteorologistas expõem como realizam análises do tempo e do clima – diversos fenômenos 
meteorológicos são exemplificados, como as frentes frias e quentes.
> SAIBA MAIS
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http://ispn.org.br/site/wp-content/uploads/2018/10/AgricultoresQueCultivam%C3%81rvoresNoCerrado.pdf
https://observatorioflorestal.org.br/
http://videoseducacionais.cptec.inpe.br/
https://youtu.be/QwcVKWafbrU
114
UNIDADE
114
4
Políticas 
ambientais e 
sociedade civil
Artemisa Xakriabá (2000-) é uma das jovens vozes 
do movimento indígena de Minas Gerais, que, histori-
camente, resiste aos avanços ruralistas. Ela se tornou 
conhecida mundialmente ao discursar na Cúpula da 
Juventude pelo Clima, que antecedeu a Cúpula do 
Clima da ONU, realizada em setembro de 2019.
Em seu discurso, Artemisa proferiu as seguintes 
palavras: 
Lutamos pela nossa Mãe Terra, porque a luta pela 
Mãe Terra é a mãe de todas as outras lutas.”
DIA do meio ambiente. Três jovens ativistas pelo meio ambiente para conhecer. 
Produzindo Cultura, 5 jun. 2020. Disponível em: https://produzindocultura.com.
br/cultura/dia-do-meio-ambiente-tres-jovens-ativistas-pelo-meio-ambiente-
para-conhecer/. Acesso em: 8 set. 2020.
 1. A que lutas a Artemisa está se referindo em seu discurso?
 2. Qual a importância das políticas ambientas e por que 
elas influenciam diretamente a vida das populações 
tradicionais?
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO
■ Representação artística do discurso da brasileira Artemisa 
Barbosa Ribeiro, também conhecida como Artemisa Xakriabá, 
na Cúpula da Juventude pelo Clima – evento que abre a 
Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), 
realizada de 21 a 23 de setembro de 2019, em Nova York 
(Estados Unidos).
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CAPÍTULO
Políticas ambientais 
internacionais do 
século XXI
Nas últimas décadas, as mudanças climáticas deixaram de ser um 
assunto restrito ao meio científico e se converteram em um tema de 
interesse global, discutido nas mais diferentes esferas da sociedade 
e se transformando em bandeira de diversos grupos ligados à causa 
ecológica, como o Fridays For Future (Sextas-feiras para o futuro) (#fri-
daysforfuture nas redes sociais), liderado pela jovem ativista sueca, Greta 
Thumberg, nascida em 2003. Iniciado em 2018, esse movimento consiste 
em uma greve escolar semanal em que milhões de jovens de mais de 
200 países de todos os continentes, engajados por essa iniciativa, saem 
às ruas todas às sextas-feiras para pedir aos governantes que assumam 
o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
As propostas desse grupo engajam pessoas de diversos níveis socioe-
conômicos, gêneros e etnias em torno do tema ambiental. E parece haver 
um consenso de que a temática ambiental diz respeito à sobrevivência, à 
igualdade e à justiça social, que garantam a qualidade de vida de toda a 
sociedade. E que as responsabilidades são compartilhadas entre pessoas, 
empresas e governos, estes últimos o principal alvo do movimento.
Mais recentemente, governos de diversos países passaram a incor-
porar uma série de demandas oriundas de movimentos populares em 
suas políticas nacionais de proteção ambiental. A essa pressão “de baixo 
para cima”, soma-se uma pressão exercida de “cima para baixo” por 
organismos internacionais. A Organização das Nações Unidas (ONU), 
Consultar as Orientações para o professor para obter mais informações sobre o capítulo e 
sobre o trabalho com as atividades.
■ Jovens seguram 
cartazes do movimento 
Fridays For Future, em 
Paris (França), 2019.
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por exemplo, estabelece acordos e tratados entre os países a fim de que 
estes assumam compromissos globais de proteção ambiental em suas 
políticas internas e em suas relações comerciais e diplomáticas.
A importância da temática ambiental pode ser observada na forma 
como os governos passaram a pressionar uns aos outros na adequação 
de suas legislações. Contudo, de acordo com a primeira avaliação global 
do Estado de Direito Ambiental, divulgada em janeiro de 2019 pela ONU 
Meio Ambiente, embora o número de leis e agências ambientais tenha 
registrado aumento significativo em todo o mundo nas últimas quatro 
décadas, a fraca aplicação das leis é uma tendência que vem agravando 
os problemas ambientais.
O diálogo entre os governos e o setor privado é importante para 
o estabelecimento de uma economia sustentável. Países que adotam 
políticas ambientais restritivas influenciam diretamente os processos 
produtivos das empresas, forçando-as a adaptar suas instalações e pro-
cedimentos de modo a reduzir os impactos negativos sobre o ambiente, 
ao mesmo tempo em que abre possibilidades de novos negócios e 
serviços ecologicamente adequados. Adaptações nas formas de con-
trole e monitoramento da poluição, substituição de recursos naturais 
por insumos reaproveitados e programas de pagamento e proteção a 
comunidades tradicionais e/ou de baixa renda são respostas positivas 
da indústria às políticas nacionais e internacionais.
A comunidade científica é parte de uma sociedade engajada e com-
prometida com as questões ambientais. O desenvolvimento de novas 
tecnologias e soluções para diminuir ou mesmo 
eliminar impactos negativos ao ambiente são 
consequência de políticas que incentivam e 
reconhecem a importância da ciência. O conhe-
cimento científico contribui para a construção e 
o aperfeiçoamento de leis e outros mecanismos 
governamentais, promovendo um ciclo funda-
mental para melhorar as condições de vida de 
toda a comunidade. 
Se considerarmos o mundo um jogo de 
tabuleiro, as peças representam as organiza-
ções internacionais, os governos, as empresas, 
os cidadãos e a comunidade científica. E as polí-
ticas, que você conhecerá neste e no próximo 
capítulo são as regras do jogo, que devem ser 
claras e conhecidas por todas as pessoas.
	■ “Como Salvar o Planeta” 
foi um dos temas do 
Fórum Econômico 
Mundial realizado em 
Davos (Suíça), em janeiro 
de 2020. 
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1972: Conferência de Estocolmo, em 
Estocolmo, Suécia
A Conferência das Nações Unidas para o 
Meio Ambiente Humano, ou Conferência de 
Estocolmo, foi a primeira grande reunião de 
chefes de Estado para discutir questões ambien-
tais, reunindo cerca de 113 países-membros. Oencontro tentou mediar as divergências entre 
os países desenvolvidos, que pediam a redução 
do crescimento da industrialização, e os países 
em desenvolvimento, que não queriam assumir 
compromissos que pudessem reduzir seu cresci-
mento econômico.
Apesar das disputas, a conferência foi um marco 
em termos de conscientização mundial quanto ao 
uso sustentável dos recursos naturais do planeta 
e inaugurou o direito ambiental internacional. 
1992: Rio-92 ou Eco-92, no Rio de Janeiro (RJ), Brasil
A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, que debateu e buscou soluções para os grandes 
problemas ambientais do planeta, contou com representantes de 
178 países, ONGs e organizações internacionais. O evento trouxe 
como resultado a assinatura de diversos documentos, como: 
• Agenda 21, no qual os governos se comprometeram a organizar 
um programa de ações e metas locais para solucionar os princi-
pais problemas socioambientais, como pobreza, desmatamento, 
desigualdade no acesso à saúde e à educação. 
• Convenção sobre Mudanças Climáticas, que apresentou propos-
tas para eliminar ou restringir o uso de gases responsáveis pela 
destruição da camada de ozônio e pelo aquecimento global. 
• Convenção sobre Diversidade Biológica, que estabeleceu o direito 
soberano dos países sobre a biodiversidade de seus territórios e o 
dever de conservá-la e usá-la de forma sustentável.
2002: Cúpula Mundial sobre 
Desenvolvimento Sustentável ou 
Rio+10, em Johanesburgo, África do Sul
A Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento 
Sustentável, que ficou mais conhecida como 
Rio+10, trouxe à pauta temas como pobreza e 
falta de acesso à água potável. Representantes 
de 189 países-membros da ONU se reuniram com 
o objetivo de discutir ações para o desenvolvi-
mento sustentável, propostas dez anos antes, na 
Rio-92, e avançar na preservação ambiental.
Conferências ambientais internacionais
1972 2002
1992
■ Integrantes de ONGs participam de 
protesto em evento paralelo à Rio-92, no 
Rio de Janeiro (RJ), 1992.
■ Reunião da Conferência das Nações 
Unidas para o Meio Ambiente Humano, 
no Parlamento sueco, em Estocolmo 
(Suécia), 1972.
■ O então presidente sul-africano Thabo 
Mbeki (1942-) discursa durante abertura 
da Rio +10, em Johanesburgo (África do 
Sul), 2002.
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NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> DE MÃOS DADAS
• Analisem os avanços em relação às questões ambientais trazidos pelas conferências internacionais 
ao longo do tempo. Depois, façam uma pesquisa para avaliar se esses avanços refletiram em mu-
danças para as sociedades.
2012: Rio+20, no Rio de Janeiro (RJ), Brasil
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvol-
vimento Sustentável (Rio+20), que marcou os vinte 
anos de realização da Rio-92, reuniu delegações dos 
193 países-membros da ONU e contou com ampla 
participação popular. 
O documento final O futuro que queremos
apresentou seis grandes temas: reafirmação do 
compromisso político; economia verde no contexto 
do desenvolvimento sustentável e da erradica-
ção da pobreza; estrutura institucional para o 
desenvolvimento sustentável; estrutura de ação e 
acompanhamento e meios de implementação. A 
partir dos resultados dessa conferência, teve início 
o processo intergovernamental para a criação dos 
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 
da Agenda 2030.
2019: Assembleia Ambiental 
das Nações Unidas (Unera), em 
Nairóbi, Quênia
Composta por 193 países-membros, 
a Assembleia Ambiental das Nações 
Unidas representa o nível mais alto 
em termos de decisões globais para 
questões de meio ambiente. A cada 
dois anos, chefes de Estado, minis-
tros de meio ambiente, presidentes 
de multinacionais e ONGs reúnem-se 
para discutir e assumir compromissos 
globais de proteção ambiental. 
A decisão de criar a Unea surgiu a partir 
da grande conferência da ONU Meio 
Ambiente, realizada em 2012, no Rio de 
Janeiro (RJ). 
2012
2019
■ Conferência durante a Assembleia das Nações 
Unidas para o Meio Ambiente realizada em 
Nairóbi (Quênia), 2019.
■ Protesto de indígenas nos arredores do centro 
de eventos onde foi realizada a Rio+20, Rio de 
Janeiro (RJ), 2012.
Nota: nesta obra, por questão de espaço, as 
linhas do tempo não obedecem a uma escala.
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Maior atenção ao clima e à biodiversidade
As decisões sobre temas complexos, como mudanças climáticas e biodiversidade são apoia-
das por grupos de especialistas e cientistas, uma vez que elas influenciam diretamente as políticas 
nacionais e as relações comerciais entre os países, portanto exigem dados técnicos e imparciais. 
Conheça as principais organizações e convenções internacionais relacionadas ao meio ambiente.
Painel Intergovernamental sobre Mudanças 
Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) 
Criado em 1988, o IPCC é o órgão que realiza avaliações 
científicas sobre as mudanças climáticas. Seu objetivo 
é fornecer aos governos informações que possam ser 
usadas para o desenvolvimento de políticas climáticas. 
É formado por 195 países-membros e uma comunidade 
voluntária de organizações observadoras e científicas de 
todo o mundo.
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre 
Mudanças do Clima (UNFCCC, na sigla em 
inglês) 
A UNFCCC, tratado internacional que resultou da 
Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
e o Desenvolvimento (Cnumad) – conhecida como 
Cúpula da Terra, realizada na Rio-92, em que os países 
signatários se comprometeram a reduzir as concentra-
ções atmosféricas de gases de efeito estufa. Desde 1992, 
os países membros dessa convenção reúnem-se anual-
mente nas chamadas Conferências entre as Partes (COP), 
que têm o objetivo de acompanhar os avanços, ratificar 
compromissos e metas que devem ser colocadas em 
prática, sobretudo por meio de políticas nacionais.
Em 1997, a COP realizada na cidade de Kyoto, no Japão, 
deu origem ao Protocolo de Kyoto, que foi assinado 
por 141 países e entrou em vigor em 2005. O documento 
reconhecia que os países não contam com os mesmos 
recursos econômicos e sociais para combater o aqueci-
mento global, e considera que os países desenvolvidos 
são os principais responsáveis pela emissão de gases de 
efeito estufa e impõe a eles metas de redução.
A COP de 2015, realizada em Paris, na França, deu origem 
ao Acordo de Paris, criado para substituir o Protocolo 
de Kyoto a partir de 2020. Dos 195 países signatários 
do acordo, 189 ratificaram o compromisso de limitar o 
aumento da temperatura global abaixo de 2 °C até 2100.
Convenção da Diversidade Biológica
A cada dois anos, os países signatários da Convenção da 
Diversidade Biológicas (também estabelecida durante a 
Rio-92), organizações não governamentais, cientistas e 
demais observadores se reúnem para levantar proble-
mas e apresentar possíveis soluções para a preservação 
da diversidade biológica no planeta e a utilização susten-
tável dos recursos naturais.
■ Manifestação em Paris (França), para a aprovação 
do novo acordo para deter o aquecimento 
global, durante a COP 2015.
■ Reunião do IPCC em Incheon (Coreia do Sul), 2018.
■ XI Convenção da Diversidade Biológica realizada 
em Hyderabad (Índia), 2012.
Nota: nesta obra, por questão de espaço, as 
linhas do tempo não obedecem a uma escala.
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Interesses individuais em um 
mundo globalizado
Apesar de todos os esforçosinternacionais para 
evidenciar a necessidade de preservação ambiental, 
os países não apresentam o mesmo grau de compro-
metimento. Isso ocorre, principalmente, por questões 
de interesses políticos e econômicos internos. As eco-
nomias que se baseiam no uso de combustíveis fósseis, 
na agropecuária de larga escala e na intensa atividade 
industrial emitem uma quantidade maior de gases poluentes. 
Desde a primeira Conferência promovida pela ONU Meio Ambiente, 
há quase 50 anos, ocorre uma disputa entre países desenvolvidos e 
em desenvolvimento, ou seja, entre os que já atingiram a estabilidade 
econômica e buscam compensar os impactos ambientais e os que se 
sentem prejudicados pelas novas restrições de produção.
Os Estados Unidos, embora façam parte do grupo de países desen-
volvidos, atualmente negam-se a assumir qualquer compromisso global, 
seja em relação à redução das emissões de poluentes ou à assinatura 
de outros tratados ambientais. Historicamente, o país não ratificou o 
Protocolo de Kyoto e, recentemente, saiu do Acordo de Paris. Em 2017, o 
então presidente estadunidense, Donald Trump (1946-), afirmou publi-
camente que não deseja colocar a proteção ambiental à frente dos 
interesses econômicos da nação. Entretanto, alguns estados e empresas 
multinacionais instaladas no território estadunidense se compromete-
ram a manter as metas assinadas anteriormente no Acordo de Paris. 
Por outro lado, China, Rússia e países da União Europeia vêm demons-
trando compromisso com a proteção ambiental por meio de leis cada 
vez mais restritivas, inclusive com impactos sentidos em todo o mundo. 
Desde 2018, a China proibiu a importação de vários tipos de resíduos, 
incluindo plásticos, por questões ambientais, de saúde da população e 
de proteção da economia interna. Essa medida afetou as indústrias de 
reciclagem de todo o mundo. Países como Estados Unidos e Reino Unido 
foram seriamente afetados e tiveram de repensar toda a logística de reci-
clagem de plástico produzido em seus territórios.
	■ O movimento 
estadunidense We are 
still in (Ainda estamos 
dentro) representa, 
aproximadamente, 
155 milhões de 
estadunidenses, 
que são a favor do 
cumprimento do 
Acordo de Paris.
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NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> MEUS ARGUMENTOS
• É possível afirmar que a realização de conferências e assembleias inter-
nacionais garante avanços mundiais nas questões ambientais? Apresente 
argumentos para justificar sua resposta.
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Os Objetivos de Desenvolvimento 
Sustentável e a Agenda 2030
	■ 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são um apelo universal à ação para acabar 
com a pobreza, proteger o planeta e melhorar a vida e as perspectivas de todas as pessoas, em todos 
os lugares. Os 17 objetivos foram propostos ao longo de quase três anos e adotados por todos os 
países-membros da ONU em 2015, como parte da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
É importante lembrar que o alcance dos ODS até 2030 não depende apenas das ações dos gover-
nos, mas de todos os setores da sociedade. As responsabilidades devem ser compartilhadas entre:
• organismos globais, que devem garantir liderança, recursos e soluções inteligentes para 
atingir os ODS;
• governos locais, cuja responsabilidade é incorporar as transições necessárias em suas 
políticas internas, orçamentos, instituições e estruturas regulatórias de governos, cidades 
e autoridades locais; 
• sociedade civil, incluindo jovens, mídia, setor privado, sindicatos e outros segmentos, de 
modo a gerar um amplo movimento social pelas transformações necessárias.
Cada um dos 17 objetivos tem uma série de prioridades, em um total de 169, distribuídas entre 
eles. O ODS 1- Erradicação da pobreza, cujo objetivo é acabar com a pobreza em todas as suas 
formas, em todos os lugares, por exemplo, possui sete prioridades para a ação de governos, 
empresas e pessoas. A de número 4 é:
Até 2030, garantir que todos os homens e mulheres, particularmente os pobres e vulneráveis, 
tenham direitos iguais aos recursos econômicos, bem como o acesso a serviços básicos, propriedade 
e controle sobre a terra e outras formas de propriedade, herança, recursos naturais, novas tecnolo-
gias apropriadas e serviços financeiros, incluindo microfinanças.
NAÇÕES UNIDAS BRASIL. Objetivo 1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares. Disponível em: https://nacoesunidas.
org/pos2015/ods1/. Acesso em: 19 ago. 2020.
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https://nacoesunidas.org/pos2015/ods1/
Pode parecer que esse objetivo não tem muita relação com a proteção ambiental, mas só 
é possível preservar recursos naturais e ecossistemas se todas as pessoas tiverem condições de 
alimentação, habitação e renda que lhes garantam uma vida digna. Por outro lado, ambientes 
degradados – como áreas desmatadas ou desertificadas pela ação humana, rios e mares poluídos 
etc. – prejudicam comunidades inteiras, que muitas vezes são obrigadas a abandonar o lugar 
onde vivem ou levadas à condição de extrema pobreza.
O ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis possui 10 prioridades, as quais estabelecem que 
os assentamentos humanos, em todas as suas formas, devem ser inclusivos, seguros, resilientes e 
sustentáveis, com respeito ao ecossistema onde estão inseridos. Uma dessas prioridades consiste em:
Apoiar os países menos desenvolvidos, inclusive por meio de assistência técnica e financeira, 
para construções sustentáveis e resilientes, utilizando materiais locais.
NAÇÕES UNIDAS BRASIL. Objetivo 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. Disponível em: 
https://nacoesunidas.org/pos2015/ods11/. Acesso em: 19 ago. 2020.
A ONU possui um sistema para acompanhar o cumprimento dos ODS pelos governos, empre-
sas e sociedade em geral. Existe uma preocupação especial em relação ao combate à crescente 
pobreza no mundo, ao empoderamento de mulheres e meninas e ao enfrentamento da emer-
gência climática.
Em 2019, foi publicado um relatório referente aos quatro primeiros anos de ação e a conclusão 
é de que ainda há muito a ser feito. 
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> MEUS ARGUMENTOS
• Em relação aos ODS, o entendimento da ONU é de que, em um mundo globalizado, todos devem
contribuir, pois os impactos positivos e negativos são sentidos em todas as partes.
Consulte a página do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – Brasil que traz os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável <https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/
sustainable-development-goals.html> (acesso em: 19 ago. 2020), escolha um ODS e apresente ar-
gumentos que comprovem a afirmação acima.
■ Jovens em campanha de divulgação
dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável, na Armênia, 2017. ©UNDPI YEREVAN
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Economia verde
Em 2011, a ONU Meio Ambiente definiu a economia verde como aquela que
pode melhorar o bem-estar humano e a igualdade social, enquanto reduz significativamente 
os riscos ambientais, custos e escassez ecológica. Em sua expressão mais simples, uma economia 
verde é de baixo carbono, eficiente em termos de recursos e socialmente inclusiva.
STEINER, A. Planeta precisa que mudemos nosso padrão de consumo – Achim Steiner, diretor executivo do PNUMA. Nações Unidas Brasil, 4 jun. 
2015. Disponível em: https://nacoesunidas.org/pnuma-mudar-nosso-padrao-de-consumo-e-uma-escolha-que-devemos-tomar/. Acesso em: 19 
ago. 2020.
A base da mudança para uma economia verde está na criação de políticas nacionais que 
estimulem a criação eo uso de tecnologias menos poluentes e valorizem as fontes de energia 
renovável, por exemplo. Uma vez que essas políticas são aprovadas e colocadas em prática, as 
indústrias devem desempenhar o papel fundamental de incorporar essas recomendações em 
seus processos produtivos. Para isso, devem investir recursos financeiros.
Com a previsão de 7 bilhões de pessoas vivendo em cidades a partir de 2050, o setor energé-
tico é um dos mais pressionados a iniciar essa mudança. Combustíveis fósseis, como petróleo, gás 
e carvão mineral, devem ser substituídos por formas menos poluentes e que possam ser geradas 
em áreas mais próximas aos centros urbanos. Apesar das críticas, as fontes de energia eólica e 
solar, além dos próprios resíduos sólidos, são defendidas por especialistas como possibilidades 
reais para essa transição.
Algumas organizações da sociedade civil, no entanto, fazem críticas ao conceito de econo-
mia verde. Para elas, trata-se apenas de mais uma versão do capitalismo que pode, entre outras 
coisas, estimular ainda mais o consumo de produtos que passam a falsa sensação de serem 
“ecologicamente corretos”, mas podem acabar utilizando mais recursos naturais, como água, 
em sua produção ou reciclagem.
	■ Turbinas eólicas instaladas em 
João Câmara (RN), 2017.
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Verde, outro nome para 
o chamado ambientalismo 
de mercado
Alguns pensadores também criticam a ideia de que 
seja possível criar uma economia verde capaz de resolver 
os problemas ambientais em um mundo capitalista. Um 
exemplo é o sociólogo brasileiro Michael Löwy (1938-).
Em suas obras, Löwy faz uma análise crítica da possibi-
lidade de reformas no sentido de transformar o capitalismo 
em um sistema social menos predatório. A economia verde, 
para ele, seria uma nova forma de propor tais reformas, mas 
sem promover mudanças radicais no sistema social em que 
vivemos.
O problema, segundo Löwy, é que o sistema capitalista 
não pode ser transformado a ponto de garantir a equidade 
social e o equilíbrio ambiental, já que a estrutura do capi-
talismo é essencialmente predatória e visa à exploração 
constante dos recursos naturais do planeta. Desse modo, 
seria impossível a construção de uma economia verdadei-
ramente verde.
Para Löwy, sem uma mudança profunda no modo como as socie-
dades capitalistas estão organizadas, há o risco crescente de uma crise 
ambiental que ameaça a própria existência da vida humana no planeta 
e, por essa razão, defende um projeto político que ele chama ecosso-
cialismo. Esse modelo de sociedade seria baseado em uma organização 
democrática dos recursos econômicos do planeta de modo a conter o 
crescimento ilimitado da economia e assegurar a utilização não predató-
ria dos recursos naturais.
As ideias de Michael Löwy não são aceitas por todos os pensadores da 
área das Ciências Humanas. Há aqueles que defendem outros caminhos 
para a construção de uma sociedade capaz de encontrar equilíbrio entre 
desenvolvimento econômico e uso sustentável dos recursos naturais do 
planeta, o que demonstra diferentes visões sobre a questão ambiental.
	■ Vitrine de loja de 
roupas confeccionadas 
a partir de materiais 
reciclados, em 
Estocolmo (Suécia), 
2019. 
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> MEUS ARGUMENTOS
• Contraponha o conceito da ONU de economia verde e o de ecossocialis-
mo de Michael Löwy. Com qual dos conceitos você tende a concordar? 
Apresente argumentos para embasar sua resposta.
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Organizações à frente das 
causas ambientais globais 
As organizações ambientalistas atuam na conservação e recupe-
ração do meio ambiente, baseando-se em aspectos políticos, sociais e 
científicos. Muitas delas são instituições civis sem fins lucrativos e que 
obtêm recursos por meio do financiamento de governos e empresas 
privadas, e da venda de produtos e doações. 
Presentes em todo o mundo, essas organizações focam suas ações 
principalmente nos seguintes temas: mudanças climáticas, extinção de 
espécies, riscos à biodiversidade, poluição das águas, desmatamento, 
desertificação, poluição do ar, deterioração da camada de ozônio, 
contaminação dos solos, chuva ácida, organismos geneticamente modi-
ficados, produtos radioativos e desenvolvimento de pesquisas de novas 
tecnologias para incentivar o uso de recursos naturais menos susceptí-
veis ao esgotamento.
Algumas organizações ambientalistas têm atuação internacio-
nal, com representação em vários países. Entre elas destacam-se o 
Greenpeace e o WWF. 
Greenpeace
Essa organização ambiental foi criada em 1971, quando um grupo de 
12 pessoas começou a protestar contra testes nucleares realizados pelas 
grandes potências econômicas mundiais. Na embarcação que transpor-
tava o grupo até o Alasca, onde os Estados Unidos promoviam testes, 
tremulavam a bandeira da ONU e outra com as palavras green (verde) e 
peace (paz), transmitindo a mensagem da defesa do ambiente e da paz. 
Assim nascia o Greenpeace, cujas principais ações estão voltadas à pro-
teção das florestas, dos oceanos e do clima.
WWF
Considerada a maior organização ambiental do mundo, a WWF foi 
fundada em 1961, na Suíça. Sua atuação está focada na defesa da con-
servação da biodiversidade, na sustentabilidade dos recursos naturais 
renováveis e na redução da poluição e do desperdício. 
	■ Protesto do 
Greenpeace em 
Brasília (DF) sobre o 
vazamento de óleo 
que atingiu o litoral 
brasileiro em 2019. 
	■ Logo da WWF.
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NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> MEUS ARGUMENTOS
• Qual a relação entre a atuação internacional das ONGs e as ações locais? Você já presenciou alguma 
ação dessas organizações ou de outras ONGs e movimentos ambientalistas organizados em sua cidade?
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DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS>
■ OSO, O. M. Pachamama. 
2013. Acrílico em tela, 
61 cm × 76,2 cm. 
Representação de 
Pachamama, Mãe da Terra, 
divindade cultuada por 
povos indígenas que vivem 
na Cordilheira dos Andes, na 
América do Sul.
Para os povos indígenas que vivem na Cordilheira dos Andes, especialmente 
na Bolívia, no Peru e no Chile, Pachamama, que significa Mãe Terra, representa a 
divindade máxima.
Observe a representação de Pachamama e em seguida realize as atividades.
 1. Que aspectos da obra indicam que Pachamama é protetora da natureza?
 2. De acordo com a tradição dos povos indígenas da Cordilheira dos Andes, o ser humano 
deve utilizar os recursos naturais de maneira parcimoniosa, o suficiente para garantir 
a sua sobrevivência, respeitando a Pachamama. Quando isso não acontece, ocorrem 
secas, tempestades, terremotos, erupções vulcânicas, inundações, avalanches, desliza-
mentos de terra, doenças e escassez de alimentos. Em sua opinião, há correspondência 
entre esse entendimento, as questões ambientais do mundo atual e o conhecimento 
científico vigente?
 3. Dia 22 de abril é o Dia Internacional da Mãe Terra. Em grupo, criem um cartaz para o 
Dia Internacional da Mãe Terra utilizando materiais alternativos/reaproveitados. O objeti-
vo é conscientizar as pessoas, por meio da mensagem e dos materiais utilizados, de que 
a preocupação ambiental deve ser diária e envolver os diversos agentes da sociedade.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO
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NÃO ESCREVA 
NO LIVROATIVIDADES>
 1. Imagine que você vai assumir temporariamente o cargo de Secretário/a 
Geral da ONU e precisaliderar uma nova discussão ambiental global. 
Decida o tema justificando sua importância, determinando os setores 
que devem ser convocados a participar (governos, empresas, entre ou-
tros) e selecionando os ODS relacionados a esse tema.
 2. Analisando a comunidade onde você vive, escolha um dos ODS e pro-
ponha ações locais que contribuam para seu alcance e que envolvam os 
moradores e organizações de atuação local. 
 3. Atualmente, a maioria dos países apresenta déficits ecológicos, ou seja, 
utilizam mais recurs os naturais do que seus ecossistemas são capazes 
de repor, enquanto outros dependem fortemente de recursos externos. 
Observe o mapa e a legenda. Identifique três países onde a situação de 
déficit ecológico é mais crítica e em seguida desenvolva uma proposta 
para melhorar a situação nesses países.
Trópico de Capricórnio
Trópico de Câncer
Equador
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Círculo Polar Antártico
Círculo Polar Ártico
0°
0°
OCEANO
ÍNDICO 
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
0 3 140
Mais de 150%
De 101% a 150% 
De 51% a 100% 
Crédito de biocapacidade* 
Biocapacidade maior
que pegada ecológica
De 0% a 50%
Sem dados
Sem dados
Mais de 150%
De 101% a 150% 
De 51% a 100% 
De 0% a 50%
Déficit de biocapacidade
Pegada ecológica maior
que a biocapacidade
*Biocapacidade é a capacidade dos ecossistemas de produzir e repor recursos naturais e de absorver 
os resíduos gerados pelos humanos, sob os atuais esquemas de manejo e tecnologias de extração.
Mundo: pegada ecológ ica, 2016
Fonte: GLOBAL FOOTPRINT NETWORK. Disponível em: http://data.footprintnetwork.org/#/?. 
Acesso em: 22 jul. 2020.
 4. Escolha dois dos 17 ODS da Agenda 2030 com os quais você mais se 
identifica e relate o que gostaria de fazer para ajudar a alcançá-los.
 5. Em grupo, pesquisem e citem ao menos uma ação no Brasil do Greenpeace, 
da WWF ou de outra organização ambientalista internacional. Procurem 
descobrir como ocorreu, quais foram os resultados obtidos e que impor-
tância ela representou para a sociedade brasileira. Apresentem, oralmente 
ou em forma de podcast, os resultados para os colegas e o professor.
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PRODUTOS FINAIS: PODCASTS, VÍDEOS, FOTOGRAFIAS
Nesta etapa, a ideia é chamar atenção do poder público e da população do município onde 
estudam por meio de conteúdos que devem ser criados com base nos temas e nas soluções 
discutidos na etapa 2. 
A proposta é que esses conteúdos sejam desenvolvidos para serem postados em uma rede 
social escolhida. Vocês devem certificar-se que as informações e os dados que farão parte do 
conteúdo criado sejam retirados de fontes confiáveis, não promovendo a divulgação de infor-
mações falsas ou erradas. Nada de fake news!
Para a elaboração de conteúdos que serão postados na internet vocês podem, por exemplo:
• Entrevistar pesquisadores ou pessoas envolvidas com o problema na comunidade e gravar 
podcasts.
• Registrar por meio de fotografias o problema ambiental estudado e criar uma campanha com 
as imagens acompanhadas de textos denunciando os impactos do tema retratado.
• Convidar especialistas e representares do poder público, indústria e ONG para um debate com 
a comunidade, discutindo como o problema ambiental afeta a população, as suas causas e 
as possíveis formas de mitigação ou resolução. O debate pode ser gravado e depois postado. 
Outra possibilidade é organizar essa conversa por meio de videoconferência, utilizando uma 
plataforma digital de comunicação.
• Elaborar e divulgar na rede social escolhida uma carta pública aos representantes políticos, 
relatando o problema e solicitando ações de acordo com a legislação municipal, estadual e 
federal vigente.
• Criar cartazes e intervenções artísticas que sensibilizam as pessoas sobre o problema 
ambiental e promovam a conscientização.
• Criar um vídeo sobre o problema ambiental, apresentando depoimentos de moradores e rela-
tando as suas causas e consequências para a população.
Etapa
3
■ Entrevistar pessoas envolvidas com problemas ambientais da comunidade e divulgar 
nas redes sociais é um meio de chamar a atenção da população. Fotografia nos Estados 
Unidos, 2018.
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CAPÍTULO
8
Você já deve ter tido notícia, por meio da imprensa ou das redes 
sociais, sobre desmatamentos irregulares, poluição das águas de rios e 
mares, incêndios em matas e florestas, entre outras ações consideradas 
crimes ambientais. É possível até que tenha presenciado algum deles 
no lugar onde vive.
Leia as notícias e observe o cartaz da página 131:
Empresa têxtil é multada por cometer crime ambiental em 
Petrolina, PE
Uma empresa de fabricação têxtil, que fica no Distrito Industrial de 
Petrolina, Sertão de Pernambuco, foi multada pela Agência Municipal do 
Meio Ambiente (AMMA) na quinta-feira (23). De acordo com a AMMA, 
a empresa estava despejando resíduos químicos sem tratamento em um 
canal que tinha como destino o Rio São Francisco. A multa aplicada é de 
R$ 16 milhões.
Segundo a AMMA, o crime ambiental foi descoberto através de denúncia 
à Ouvidoria do Município. O resíduo era despejado através de uma tubulação 
de concreto camuflada com madeira e vegetação, o que dificultava a visuali-
zação e identificação da origem.
EMPRESA têxtil é multada por cometer crime ambiental em Petrolina, PE. G1, 24 ago. 2018. Disponível em: 
https://g1.globo.com/pe/petrolina-regiao/noticia/2018/08/24/empresa-textil-e-multada-por-cometer-
crime-ambiental-em-petrolina-pe.ghtml. Acesso em: 22 jul. 2020.
Empresa é multada em R$ 17,1 mil por crime ambiental
A Polícia Militar Ambiental multou em R$ 17,1 mil uma empresa sucro-
energética depois de constatada a retirada de 57 árvores nativas. O terreno 
onde ocorreu o crime ambiental fica localizado em uma propriedade rural, 
às margens da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294), em 
Tupi Paulista [SP]. O flagrante ocorreu ontem, durante fiscalização de rotina 
dos militares. [...]
“Sempre que ocorre mudança de atividade agrícola para a implantação 
de canavial, é padrão que a polícia entre e verifique se está tudo certo. 
Como a área era de conhecimento nosso, verificamos por meio de imagens 
de satélite que faltava vegetação, o que constatou a perda de 57 árvores”, 
explica [o primeiro-sargento Robson] Dinardi. A terra estava arrendada para 
a empresa, desta forma, a mesma responderá às penalidades.
KAWAZAKI, R. Empresa é multada em R$ 17,1 mil por crime ambiental. O Imparcial digital, 26 fev. 2019. 
Disponível em: http://www.imparcial.com.br/noticias/empresa-e-multada-em-r-17-1-mil-por-crime-
ambiental,25998. Acesso em: 22 jul. 2020.
Políticas ambientais 
no Brasil
130
Consultar as Orientações para o professor para obter mais informações sobre o capítulo e 
sobre o trabalho com as atividades.
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http://www.imparcial.com.br/noticias/empresa-e-multada-em-r-17-1-mil-por-crime-ambiental,25998
De acordo com a legislação 
brasileira, todos têm direito a 
um meio ambiente saudável 
como extensão do direito à 
vida. Violar esse direito constitui 
crime previsto na Lei de Crimes 
Ambientais, lei no. 9 605 promul-
gada no ano de 1998. 
As leis ambientais no Brasil 
são bastante abrangentes e avan-
çadas em relação às de muitos 
outros países. O não cumprimento 
das leis ambientais é classifi-
cado como crime ambiental e as 
punições vão desde a prisão ao 
pagamento de multas e compen-
sações pelos danos causados.
Uma das formas utilizadas pelo governo para fazer cumprir as 
leis é pela fiscalização,realizada por órgãos governamentais com o 
chamado poder de polícia ambiental. O governo pode emitir licenças 
ambientais por meio de um processo de licenciamento em etapas e 
monitorar as atividades de empreendimentos que utilizam recursos 
naturais e oferecem riscos de poluição ou degradação do ambiente. 
Também são realizadas vistorias por técnicos ambientais, com o obje-
tivo de verificar o cumprimento das leis e das licenças obtidas.
Como você verá neste capítulo, na esfera federal, a fiscalização 
ambiental é feita pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Nas esferas estadual e munici-
pal, existem órgãos específicos, como secretarias de meio ambiente e 
polícia militar ambiental. 
Ainda assim, em muitos casos, as leis não são cumpridas, por diver-
sos motivos, como falhas na fiscalização, falta de políticas públicas 
voltadas à conscientização e apoio técnico a comunidades, sentimento 
de impunidade na sociedade, entre outros. Além disso, parte impor-
tante no cumprimento das leis está nas mãos dos cidadãos, que podem 
fazer denúncias aos órgãos responsáveis que, por sua vez, devem tomar 
as providências necessárias.
Conhecer as leis e políticas ambientais é um dos primeiros passos 
para o exercício da cidadania e participação política, da qual também 
faz parte cobrar ações de órgãos públicos, denunciando crimes e orga-
nizando-se em busca de um ambiente saudável para todos.
	■ Cartaz do Governo 
de Minas Gerais em 
campanha de combate 
a queimadas, 2020.
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A proteção na forma de lei
1981: Política Nacional de Meio Ambiente 
(PNMA) 
Primeira política do Brasil a ter como objetivo principal 
a preservação, melhoria e recuperação da qualidade 
ambiental, estabelecendo que os ambientes e todos os 
seus elementos devem ser protegidos. Destaca que o 
desenvolvimento econômico e social deve ocorrer com 
o uso racional dos recursos naturais e a preservação da 
qualidade do meio ambiente. Também traz a definição 
de degradação e poluição, abrindo o caminho para a 
criação de leis específicas de punição por esses atos.
1997: Política Nacional de Recursos 
Hídricos (PNRH)
A Lei das Águas, como é conhecida, introduziu 
formas de gestão dos recursos hídricos em todo 
o território nacional e criou o Sistema Nacional de 
Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh). Esse 
sistema participativo promove o esforço conjunto entre 
governo federal e governos estaduais, e conta com a 
participação dos municípios e da sociedade civil na 
gestão de recursos hídricos por meio dos comitês de 
bacias hidrográficas.
1998: Lei de Crimes Ambientais
Segundo essa lei, constitui crime 
ambiental qualquer tipo de agressão 
cometida contra o meio ambiente e 
seus componentes. Ela define cinco 
tipos de crime ambiental: caçar, causar 
danos, entre outras ações prejudiciais 
à fauna; destruir e/ou danificar a 
flora; causar danos ao ordenamento 
urbano e ao patrimônio cultural; poluir 
o ambiente; e fraudar ou sonegar 
informações em processos de licencia-
mento ambiental. 
1999: Política Nacional de Educação Ambiental (Pnea) 
A Pnea apresenta os princípios básicos e os objetivos da educação 
ambiental no país, definida como
os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletivi-
dade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, 
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio 
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qua-
lidade de vida e sua sustentabilidade.
BRASIL. Lei n. 9.795, de 27 de abril de 1999. Política Nacional de Educação 
Ambiental. Brasília, DF, 1999. Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/
conama/legiabre.cfm?codlegi=321. Acesso em: 20 ago. 2020.
Legislação é o conjunto de leis elaboradas nas esferas federal, estadual e 
municipal. As leis são regras prescritas que todos os cidadãos devem respeitar. 
Elas podem ser modificadas ao longo do tempo e adaptadas de acordo com as 
necessidades e pressões da sociedade, incorporando questões socioambientais.
Conheça a seguir as leis e políticas ambientais instituídas no Brasil.
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NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> MEUS ARGUMENTOS
 1. Discuta com seus colegas as leis e as políticas ambientais instituídas no país, listadas no infográfico, 
e citem fatos que comprovem o descumprimento da legislação ao longo do tempo. 
 2. Como a população pode se engajar ou se manifestar para que as leis e políticas ambientais sejam 
cumpridas?
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Nota: nesta obra, por questão 
de espaço, as linhas do tempo 
não obedecem a uma escala. 
2009: Política Nacional de 
Mudanças Climáticas (PNMC) 
A PNMC representa o compromisso voluntário 
do Brasil junto à Convenção-Quadro das 
Nações Unidas sobre Mudança do Clima 
(UNFCCC) para redução de emissões de gases 
de efeito estufa. Seu objetivo é garantir 
que o desenvolvimento econômico e social 
contribua para a proteção do sistema 
climático global.
2010: Política Nacional de Resíduos 
Sólidos (PNRS) 
A PNRS define os conceitos e as formas para a 
gestão adequada dos resíduos sólidos com a 
finalidade de prevenir os principais problemas 
ambientais, sociais e econômicos causados 
pelo tratamento e disposição inadequada dos 
resíduos, por exemplo, em lixões.
2012: Novo Código Florestal 
Atualização da primeira versão do Código 
Florestal, de 1965, determina as normas sobre 
a proteção da vegetação nativa; a exploração 
florestal, o controle e a prevenção dos 
incêndios florestais; a previsão de instrumentos 
econômicos e financeiros para o alcance de 
seus objetivos. 
2015: Plano Nacional 
de Combate à 
Desertificação 
(PAN-Brasil 
Desertificação)
Esse plano foi criado a fim 
de estabelecer mecanismos 
de prevenção, proteção, 
preservação, conservação 
e recuperação dos recursos 
naturais das áreas afetadas 
pelos processos de 
arenização e desertificação 
no território brasileiro.
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Quem cria e executa as leis 
ambientais
O Sistema Nacional de Meio Ambiente, conhecido como Sisnama, 
representa a governança ambiental do Brasil: é uma estrutura formada 
pelos níveis federal, estadual e municipal para a proteção, melhoria e 
recuperação da qualidade ambiental.
Organograma do Sisnama
Fonte: MINISTÉRIO DO MEIO 
AMBIENTE. Sistema Nacional 
do Meio Ambiente. Disponível 
em: https://www.mma.gov.br/
governanca-ambiental/sistema-
nacional-do-meio-ambiente. 
Acesso em: 28 ago. 2020.
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Ministério do Meio Ambiente (MMA)
O Ministério do Meio Ambiente foi criado em 1992. Como órgão 
central do Sisnama, a missão do MMA é criar e implementar políticas 
públicas ambientais nacionais em diálogo e acordo com os atores públi-
cos e a sociedade para o desenvolvimento sustentável.
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis (Ibama)
Criado em 1989 como órgão executor da PNMA, o Ibama tem como 
função realizar o controle e a fiscalização sobre o uso dos recursos naturais 
(água, flora, fauna, solo) e emitir licenças ambientais para empreendimen-
tos com potencial poluidor. Cada estado brasileiro também possui um 
órgão ambiental autorizado a emitir licenças, com o aval do Ibama.
Órgão Superior
Órgãos Executores
Conselho de Governo
Ibama e ICMBio
Órgão Central
Órgãos Locais
MMA
Municípios
Órgão Consultivo e 
Deliberativo
Órgãos Seccionais
Conama
Estados
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■ Fiscal do Ibama 
apreende toras de 
madeira em Parintins 
(AM), 2016.
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Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
O papel do ICMBio é cumprir as ações do Sistema Nacional de 
Unidades de Conservação (Snuc), como criação, proteção e fiscalização 
de Unidades de Conservação (UCs). Criado em 2007, como resultado da 
reorganização do Ibama, o Instituto assumiu a responsabilidade de incen-
tivar e executar programas de pesquisa e o poder de polícia ambiental 
para a proteção, preservação e conservação da biodiversidade.
Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama)
Criado em 1981, o Conama constitui um grupo representativo de 
cinco setores: órgãos federais, estaduais e municipais, setor empresarial 
e sociedade civil. O Conselho tem como principais atribuições estabele-
cer normas técnicas para o controle da poluição do ambiente e divulgar 
recomendações para o cumprimento dos objetivos da PNMA. 
Estados 
Em um país de dimensões continentais como o Brasil, a descen-
tralização das políticas e das ações é fundamental para garantir o 
cumprimento das leis em todo o território. 
Há secretarias e outros órgãos estaduais dedicados ao ambiente, 
cujas responsabilidades vão desde a criação de leis específicas para 
seus territórios até a realização de fiscalização para o cumprimento das 
normas. 
A Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente 
(Abema) reúne as secretarias de estado, autarquias e fundações res-
ponsáveis pela execução das políticas ambientais, possibilitando o 
diálogo entre elas e a comunicação direta com o Ibama.
Municípios
Na esfera municipal, as secretarias ou órgão ambiental observam a 
execução das leis nas áreas urbanas e rurais. Há também os conselhos 
municipais de meio ambiente, integrados por diferentes atores sociais 
(governo, empresas e sociedade civil). Eles representam o nível local do 
Conama, contam com participação popular e têm a função de opinar e 
assessorar o poder executivo municipal.
Autarquia 
Entidade com autonomia 
econômica, técnica e 
administrativa, sob tutela 
do Estado.
	■ Logo do ICMBio.
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NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> DE MÃOS DADAS
• Informar-se sobre os acontecimentos atuais ocorridos no país é o primeiro passo para contribuir 
com ações preventivas e com a fiscalização das políticas ambientais. Pesquisem um crime ambien-
tal praticado no Brasil recentemente. Depois verifiquem quando e onde ocorreu; quais esferas do 
poder público assumiram responsabilidade; como a sociedade se envolveu para resolvê-lo. Ao final, 
discutam de que formas podemos prevenir novas ocorrências como essa.
135
D3-CH-EM-3075-V5-U4-C8-130-149-LA-G21.indd 135D3-CH-EM-3075-V5-U4-C8-130-149-LA-G21.indd 135 20/09/2020 21:5420/09/2020 21:54
As formas de fiscalizar 
e controlar os impactos 
ambientais da ação humana
De acordo com a legislação ambiental brasileira, qualquer atividade 
considerada “modificadora do meio ambiente”, ou seja, causadora de 
impacto ambiental, deve passar por processo de licenciamento para 
aprovação ou não. São considerados causadores de impactos ambientais 
obras e empreendimentos como estradas, ferrovias, portos, aeropor-
tos, oleodutos, linhas de transmissão de energia elétrica, canais para 
navegação, hidrelétricas, extração mineral, aterros sanitários, distritos 
industriais, grandes projetos urbanísticos, entre outros. 
O processo de licenciamento ambiental pode ser feito por meio do 
Ibama, dos órgãos estaduais ambientais ou dos municípios – o caminho 
dependerá da dimensão e do tipo de empreendimento. A construção 
de uma casa em terreno com vegetação nativa que demande o corte 
de espécies vegetais, por exemplo, deve solicitar a licença necessária ao 
órgão ambiental municipal, apresentando estudos locais. 
Já uma linha de transmissão de energia planejada para atravessar 
territórios estaduais, com corte de vegetação nativa em larga escala, 
deslocamento de residências e movimentação de solo, precisará passar 
pela análise do Ibama e as informações necessárias deverão ser apre-
sentadas por meio de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e de um 
Relatório de Impacto Ambiental (Rima), produzidos por equipes técnicas 
multidisciplinares, ou seja, de diversas áreas, como geógrafos, sociólo-
gos, biólogos e engenheiros. Devem constar no Estudo e Relatório de 
Impacto Ambiental os prováveis impactos socioambientais da implan-
tação de determinado projeto e as medidas a serem tomadas para 
amenizá-los e compensá-los.
■ Instalação de dutos 
para transporte de gás 
natural em Pedreiras 
(MA), 2017.
ANTONIO AZEVEDO/PULSAR IMAGENS
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Os casos de Mariana e Brumadinho
A mineração causa impactos ambientais em todas as etapas do 
processo, desde o momento da extração até a deposição de rejeitos 
(sedimentos e substâncias químicas usadas pelas mineradoras). No 
Brasil, há inúmeras e extensas áreas de exploração mineral, cujas ativi-
dades devem se pautar nas legislações ambientais específicas.
Entre os impactos da mineração, destacam-se: poluição sonora, 
causada pela explosão de rochas, por exemplo; poluição do ar, pro-
vocada por gases resultantes do processamento mineral e por poeira 
gerada pela extração e pelo transporte de materiais; poluição das águas 
usadas na atividade extrativa e no processamento dos minérios; polui-
ção do solo nas áreas utilizadas para depositar rejeitos da produção.
O caso de Mariana
O caso ocorrido em Minas Gerais, em 2015, é bastante ilustrativo dos 
impactos ambientais que as mineradoras podem causar. O rompimento 
de uma barragem de rejeitos resultou em danos socioambientais sem 
precedentes: poluição das águas dos rios, morte da vida aquática, de 
animais e de pessoas, atingindo diversas comunidades e se estendendo 
pelo Vale do Rio Doce. 
De acordo com a Subprocuradoria da República, o crime ambiental 
e suas consequências demonstraram, no mínimo, negligência por parte 
das empresas envolvidas e fragilidade do poder público quanto à fis-
calização. Observe o mapa a seguir e as fotografias na próxima página.
Fonte: MACHADO, V. Lama deixa 1,4 mil pescadores sem renda e mata 3t de peixes no ES. G1 ES, 5 
dez. 2015. Disponível em: http://g1.globo.com/espirito-santo/desastre-ambiental-no-rio-doce/
noticia/2015/12/barragem-que-rompeu-ha-1-mes-traz-mar-de-lama-e-prejuizos-para-o-es.html. 
Acesso em: 24 ago. 2020.
	■ De acordo com o Ibama, 
o rompimento da 
barragem do Fundão, em 
2015, no distrito de Bento 
Rodrigues, município 
de Mariana (MG), lançou 
cerca de 45 milhões 
de metros cúbicos de 
rejeito de minérios no Rio 
Doce e seus afluentes, 
percorrendo 663,2 km até 
atingir o sistema costeiro 
marinho, no litoral do 
Espírito Santo.
MG
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40° O
20° S
OCEANO
ATLÂNTICO
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Do
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Percurso da lama
Rompimento
da barragem
em Mariana
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Mariana: percurso da lama
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	■ Acima, imagem de 
satélite da barragem 
do Fundão antes do 
rompimento, em julho 
de 2015 , no distrito 
de Bento Rodrigues, 
em Mariana (MG). 
Abaixo, imagem de 
satélite da barragem 
após o rompimento 
que ocorreu em 5 
novembro de 2015. 
Imagem de 9 de 
novembro de 2015.
O caso de Brumadinho
Quatro anos depois do caso de Mariana, uma barragem em 
Brumadinho (município mineiro situado a pouco mais de 100 km de 
distância de Mariana), lançou 11,7 milhões de metros cúbicos de lama 
tóxica sobre os prédios administrativos do Complexo do Córrego do 
Feijó e sobre a comunidade. A tragédia causou quase 260 mortes confir-
madas e danos ambientais de grandes dimensões, com grande impacto 
sobre a fauna e a flora locais e a contaminação do solo e dos recursos 
hídricos da região, como o rio Paraopeba.
A barragem que estourou estava desativada desde 2014, mas apre-
sentava sinais de risco pelasdiversas alterações sofridas ao longo do 
tempo para aumentar sua capacidade de armazenamento de rejeitos 
da mineração.
Os governos federal, estadual e municipal uniram esforços para 
providenciar alojamento aos desabrigados e montar equipes de busca 
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de possíveis sobreviventes e iden-
tificação dos que não puderam 
ser salvos. Houve grande mobi-
lização popular em todo o Brasil 
para envio de doações às famílias 
que perderam suas casas. 
Dos grandes impactos socio-
ambientais, muitas vezes, nascem 
movimentos positivos e avanços para 
que os erros não se repitam. Logo 
após a tragédia de Brumadinho, o 
Projeto de Lei “Mar de Lama Nunca 
Mais” foi aprovado pela Assembleia 
Legislativa de Minas Gerais por 
unanimidade. Com mais de 55 mil 
assinaturas da sociedade civil, a nova 
lei instituiu mais etapas para os pro-
cessos de licenciamento ambiental 
e fiscalização, além de proibir a construção de estruturas próximas a 
comunidades no estado.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> MEUS ARGUMENTOS
• Em razão de conflito de interesses, muitas ações e omissões que levam a 
graves impactos socioambientais não são denunciadas. Muitas vezes, as 
comunidades que vivem próximas a barragens também não têm força 
suficiente para enfrentar o poder político e econômico local em favor 
dos seus direitos. De que maneira essas comunidades poderiam contar 
com o apoio da sociedade civil e das organizações para ganhar força na 
defesa de seus direitos?
■ Fotografia aérea da 
Barragem da Mina do 
Feijão rompida, em 
Brumadinho (MG), em 
janeiro de 2019.
■ Bombeiros em meio à 
lama procurando por 
vítimas do rompimento 
da barragem em 
Brumadinho (MG), em 
janeiro de 2019.
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Rio Branco
Maceió
Macapá
Manaus
Salvador
Fortaleza
Vitória
Goiânia
São Luís
Cuiabá
Campo Grande
Belo Horizonte
Belém
João
Pessoa
Curitiba
Recife
Teresina
Rio de Janeiro
Natal
Porto Alegre
Porto
Velho
Boa Vista
Florianópolis
São
Paulo
Aracaju
Palmas
Brasília
MINAS
GERAIS
MATO GROSSO
DO SUL ESPÍRITO
SANTO
 SÃO PAULO
 RIO DE JANEIRO
PARANÁ
SANTA 
CATARINA
RIO GRANDE
DO SUL
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MARANHÃO
PIAUÍ
CEARÁ
RIO GRANDE
DO NORTE
PARAÍBA
PERNAMBUCO
ALAGOAS
MATO GROSSO
TOCANTINS
BAHIA
GOIÁS
DISTRITO
FEDERAL
SERGIPE
RORAIMA AMAPÁ
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OCEANO
ATLÂNTICO
Trópico de Ca
pricórnio
50° O
0°
OCEANO
PACÍFICO
Nome da barragem
de mineração
Minério
principal
1
2
Barragem II Mina
Engenho
Minério de
ouro primário
Barragem Mina
Engenho
Minério de
ouro primário
3 Unidade I Minério denióbio
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
Aluvião
com gemas
Minério de ferro
Minério de ferro
Minério de zinco
Minério de
ouro primário
Aluvião
estanífero
Aluvião
estanífero
Areia
Carvão mineral
Carvão mineral
Carvão mineral
Camada Bonito
Argila
Argila
Água Fria
Barragem
B1a Ipê
Barragem Minar
Planta
Pondes de Rejeitos
do Igarapé Bahia
Ca01
Jacaré Médio
Ca02
Bacia de Finos da 
Mina do Recreio
Barragem 
Rio Fiorita
Barragem 
Lauro Müller
Barragem de 
Clarificação
Ouro Branco 
Oeste
1 2
3
5 6
7
8
9
10
11
12
13
14
1516
4
0 470
Alta
Média
Categoria de risco
A Agência Nacional de Mineração (ANM) possui duas categorias de classificação de barragens: 
risco – refere-se a fatores como falhas estruturais e humanas, que podem levar a ocorrência 
de acidentes, um rompimento, por exemplo; e dano potencial – estimativa do dano em caso 
de acidente e consequente derrame de rejeitos de mineração, como a perda de vidas, danos à 
natureza e à economia. Observe o mapa a seguir.
DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS>
Fonte: TREVIZAN, K. País tem quase 200 barragens de mineração com alto potencial de dano. G1, 29 jan. 2019. Disponível em: 
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/01/30/pais-tem-quase-200-barragens-de-mineracao-com-alto-potencial-de-dano.
ghtml. Acesso em: 23 jul. 2020.
 1. Qual é a informação apresentada no mapa? 
 2. Quais são as unidades federativas e regiões onde se localizam essas barragens? Além da mineração, 
você sabe dizer que outras atividades econômicas são praticadas nesses estados?
 3. Existem barragens no município ou na região onde você mora? Elas estão localizadas próximas ao 
seu local de moradia? Em caso positivo, você sabe como é feita a fiscalização? A população sabe 
como agir em caso de acidente? 
 4. Você considera que as consequências dos danos socioambientais causados pelo rompimento de 
uma barragem se limitam ao município onde ela está instalada? Por quê?
 5. Realize uma pesquisa para saber quais medidas podem ser adotadas para evitar o rompimento de 
barragens. Converse com a turma sobre esse assunto, lembrando das informações que obteve sobre 
os casos de Mariana e Brumadinho.
Brasil: barragens com alto potencial de dano, 2019
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https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/01/30/pais-tem-quase-200-barragens-de-mineracao-com-alto-potencial-de-dano.ghtml
Questões ambientais ou 
socioambientais?
O ambiente deve ser entendido como a interação entre elementos naturais e humanos. As 
questões ambientais estão diretamente ligadas à forma como a sociedade se relaciona com a 
natureza e com os elementos construídos pelos seres humanos. Além disso, devem considerar 
como os diversos agentes da sociedade (governos, empresas, cidadãos etc.) se relacionam entre 
si. Se a relação do poder público com empresas poluidoras é de conivência, isso resultará em 
impacto sobre os elementos naturais (água, ar etc.) que, por sua vez, prejudicará as condições de 
vida das pessoas. As questões ambientais, portanto, são também sociais, daí serem chamadas 
de socioambientais.
Os exemplos de Mariana e Brumadinho demonstram a estreita relação entre a natureza e 
as esferas sociais e econômicas. A negligência causada pelos interesses econômicos resultou na 
perda de centenas de vidas, afetou a economia dos municípios e do entorno, contaminou as 
águas, o solo e a vegetação. 
Nas últimas décadas, o Brasil avançou em 
relação a algumas questões ambientais, com 
maior (embora ainda não suficiente) fiscalização 
na emissão de gases poluentes por indústrias e 
veículos; uso de biocombustíveis; criação de leis 
ambientais; áreas de proteção ambiental etc. 
Há, no entanto, ainda muito a ser recuperado, 
evitado e minimizado, o que envolve esforços 
de todos: poder público, empresas, organizações 
não governamentais, comunidades tradicionais e 
cada pessoa em seu lugar de vivência.
A participação social é fundamental tanto na 
criação das políticas públicas quanto na cobrança 
e fiscalização da execução das leis. Além dos con-
selhos municipais de meio ambiente, há muitas 
formas de mobilização, começando pela própria 
comunidade onde se vive. As grandes mudanças 
começam pelas tentativas locais, pela conexão 
com pessoas com os mesmos interesses e o 
diálogo com o poder público.
> DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Reúnam-se em grupos e façam uma pesquisa sobre as leis ambientais do município onde moram. 
Quais são as questões ambientais que trazem maior preocupação aos habitantes? Essa preocupação 
é justificada?
	■ Mutirão de limpeza de uma praia em Cabo de 
Santo Agostinho (PE), afetada pelo vazamento 
de óleo que atingiu o litoral brasileiro em 2019.
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A longa duração dos problemas 
socioambientais no Brasil
Os problemas socioambientais no Brasil remontam ao início do processo de con-
quista e colonização do território pelos portugueses. Desde o início do processo de 
colonização do território por portugueses, o desenvolvimento de atividades econô-
micas foi acompanhado por problemas ambientais que, em alguns casos, afetaram 
até o desenvolvimento econômico do território.
Um exemplo disso é a questão da devastação das florestas para ampliar as terras 
produtoras de açúcar e manter os engenhos em funcionamento. Para a produção 
do açúcar, os engenhos demandavam grandes quantidades de lenha, já que elas 
mantinham as fornalhas funcionando para aquecer o caldo extraído da cana. Esse 
caldo era posteriormente processado e transformado no açúcar.
Durante as etapas iniciais da expansão da produção de açúcar na região atual-
mente conhecida como Zona da Mata em Pernambuco, as florestas eram abundantes 
e os donos de engenho podiam obter lenha com facilidade. Porém, já no século XVII, 
o corte agressivo das florestas começou a criar problemas e causar escassez de lenha 
em algumas regiões.
A legislação portuguesa, que era imposta ao território colonial, estabelecia 
punições a quem degradasse de forma predatória os recursos florestais. Entretanto, 
pouco era feito para impedir a destruição das florestas nas regiões açucareiras, já 
que essa atividade tinha grande importância econômica. A situação mudou quando 
a escassez de madeira passou a ameaçar a produção de açúcar.
Em 1784, colonos encaminharam reclamações ao governo português sobre o risco 
de colapso de muitos engenhos pela falta de lenha para alimentar as fornalhas. Por 
ordens do rei de Portugal, foi proibido o corte de madeira para atividades não rela-
cionadas com a produção do açúcar.
A medida, porém, teve poucos efeitos práticos e a expansão da produção de 
açúcar para novas regiões provocou o aumento do desmatamento e da destruição 
dos recursos naturais da Zona da Mata. 
Nos séculos seguintes, sobretudo entre o final do século XIX e o início do século 
XX, o desenvolvimento tecnológico e a instalação de usinas de açúcar intensificaram 
o problema.
■ Atualmente, no Brasil, 
segundo dados de 2020 da 
ONG SOS Mata Atlântica, 
restam apenas 12,4% da 
floresta original. Fotografia 
aérea da Mata Atlântica, 
na Serra da Esperança, em 
Prudentópolis (PR), 2020.
MAURICIO SIMONETTI/PULSAR IMAGENS
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O Brasil na agenda 
internacional
O Brasil possui um engajamento histórico com a agenda ambiental 
internacional, inclusive tendo sediado duas das Conferência das Nações 
Unidas para o Meio Ambiente. A participação e o compromisso do país 
com os acordos e manifestos resultantes desses eventos deram origem ao 
Ibama e ao Ministério do Meio Ambiente. Os compromissos com o Acordo 
de Paris para redução das emissões de gases de efeito estufa e com os 
ODS para a Agenda 2030 também são exemplos desse engajamento.
No Brasil, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram incor-
porados pela administração pública em todas as esferas e também por 
empresas e pela sociedade civil. Para monitorar o cumprimento das 
metas de cada ODS, há uma plataforma on-line que mostra a situação 
dos indicadores adequados à realidade do país.
Até o momento foram criados 78 indicadores que incentivam a 
produção de dados e informação fundamentais ao desenvolvimento 
de políticas públicas para o alcance dos ODS até 2030. Por que isso é 
importante? Porque é por meio desses avanços que o Brasil se mostra 
confiável para obter acesso a recursos financeiros internacionais para 
melhorias, como projetos de baixo carbono em setores importantes 
como energia, indústria e agricultura.
O compromisso com as questões ambientais representa também 
oportunidade financeira em tempos de preocupação global, porém, 
depende do modo de pensar dos governantes e da forma como dire-
cionam os esforços, os recursos e o comprometimento com programas 
e projetos voltados à proteção ambiental e à promoção de desenvolvi-
mento com inclusão social.
	■ Painéis solares instalados 
na Escola Municipal 
Nossa Senhora de 
Fátima, na Reserva 
Extrativista Tapajós- 
-Arapinuns e Vila de Anã, 
em Santarém (PA), 2016.
	■ Símbolo do objetivo 7 
dos ODS.
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NÃO ESCREVA 
NO LIVROATIVIDADES>
 1. As imagens abaixo se referem a manifesta-
ções em favor do meio ambiente. Observe-as 
para responder às questões.
	■ Manifestantes em Nova York (Estados Unidos) 
durante a greve mundial pelo clima, em 2019.
	■ Protesto contra a impunidade do caso do 
rompimento da Barragem da Mina do Feijão, em 
Brumadinho (MG), 2020. 
 a) Quais são os recursos comuns a essas 
duas manifestações?
 b) Qual a principal diferença entre elas? 
 c) Você conseguiria afirmar que as duas, ou 
apenas uma delas, ajuda a construir po-
líticas públicas ambientais? Qual seria o 
objetivo dessas políticas?
 d) Com qual das causas você mais se identi-
fica e gostaria de se engajar? Por quê?
 2. Em outubro de 2018, viaturas de fiscais do 
Ibama foram incendiadas e depredadas em 
Rondônia. Provavelmente, os autores faziam 
parte de grupos criminosos que são contrá-
rios às leis ambientais e atuam no garimpo e 
no desmatamento ilegal.
Após ataques, Força Nacional vai 
acompanhar equipes do ICMBio na 
Amazônia
O governo federal vai enviar à Região 
Norte homens da Força Nacional para 
resguardar os trabalhos de equipes do 
Instituto Chico Mendes de Conservação da 
Biodiversidade (ICMBio), que foram alvos 
de ataques no fim de semana durante ope-
rações de combate ao desmatamento na 
Amazônia.
Viaturas de fiscais do órgão e do Instituto 
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos 
Naturais Renováveis (Ibama) foram incen-
diados e depredados em Rondônia.
Em outra ação, no Pará, fiscais ficaram 
ilhados durante sete horas, depois que 
criminosos incendiaram pontes e fizeram 
fogueiras à beira da BR-163. Não houve 
feridos.
Uma portaria conjunta dos Ministérios 
da Segurança Pública e do Meio Ambiente 
deve ser publicada nesta quinta-feira, 25, 
no Diário Oficial da União para permitir a 
operação, que deve durar até 180 dias.
[...]
A Força Nacional já acompanha equipes 
do Ibama, cuja atividade – de fiscaliza-
ção de desmatamento ilegal ou ações de 
garimpeiros, por exemplo –, até agora era 
considerada de maior risco pelo Ministério 
do Meio Ambiente. O efetivo atual da força 
é de 96 homens.
A proteção de equipes do ICMBio, por 
sua vez, era feita até o momento por poli-
ciais estaduais. O órgão é responsável 
pela gestão das unidades de conserva-
ção do País e também atua, em apoio ao 
Ibama, no combate a atividades ilegais 
nesses locais.
APÓS ataques, Força Nacional vai acompanhar equipes do ICMBio na 
Amazônia. Estadão conteúdo, 25 out. 2018. Disponível em: https://
exame.com/brasil/apos-ataques-forca-nacional-vai-acompanhar-
equipes-do-icmbio-na-amazonia/. Acesso em: 23 jul. 2020.
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Discuta com os colegas os fatos relatados e tro-
quem opiniões sobre as sequintes questões:
 a) Quais são as ações descritas na notícia 
consideradas crimes? Quais são as leis que 
asseguram o meio ambiente nesses casos?
 b) Que outros órgãos públicos precisaram 
ser envolvidos na operação de fiscaliza-
ção ambiental?
 c) Quais as dificuldades enfrentadas pelos 
fiscais para fazer cumprir a lei? Você co-
nhece outros exemplos em que fiscais 
enfrentaram dificuldades?
 d) De que formaé possível trabalhar com 
as comunidades locais para impedir que 
mais ataques ocorram aos agentes públi-
cos de meio ambiente?
 3. Observe o cartaz abaixo.
	■ Cartaz do governo do Parána contra o tráfico de 
animais silvestres.
 a) Explique o que é crime ambiental.
 b) Qual tipo de crime ambiental é mostrado 
no cartaz?
 c) Qual a importância de se denunciar os 
crimes ambientais?
 4. Observe o grafite elaborado pela dupla de 
artistas OSGEMEOS, cujo tema é a destruição 
do distrito de Bento Rodrigues pelo rompi-
mento da barragem do Fundão em Mariana 
(MG), em 2015. Depois, leia o relato de um 
morador dos arredores da barragem.
	■ OSGEMEOS. Obra sem título. 2018. São Paulo (SP), 
Brasil.
“Era uma vila pesqueira e toda econo-
mia girava em torno do rio. A gente está 
atravessando muitos transtornos. Já são 
três anos de impunidade, de um relaciona-
mento totalmente conflituoso porque eles [a 
Vale] não reconhecem, não querem pagar, 
não querem ressarcir os danos materiais 
das pessoas. Os emocionais são irrepará-
veis porque toda comunidade pequena que 
depende de um rio tem um vínculo com 
esse patrimônio que é muito maior que o 
financeiro, faz parte da cultura da gente”.
HERRETO, T. Da tragédia de Mariana para Brumadinho. Greenpeace, 
28 fev. 2019. Disponível em: <https://www.greenpeace.org/brasil/
blog/da-tragedia-de-mariana-para-brumadinho/>. 
 Acesso em 23 jul. 2020.
 a) Que crítica é expressa por meio do grafite?
 b) Relacione a crítica evidenciada pelo grafi-
te e o relato citado acima.
 c) É possível usar os recursos naturais sem 
degradá-los? 
 d) No caso de Mariana, as leis ambientais 
foram cumpridas? Explique.
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Estudantes do Ensino Médio no Ceará 
criam lei municipal para valorizar a 
Caatinga
Um grupo de estudantes na Escola Estadual de Educação Profissional 
Lucas Emmanuel Lima Pinheiro, no município de Iguatu, interior 
do Ceará, realizou um conjunto de ações para valorizar o bioma da 
Caatinga. Eles conseguiram não só transformar a educação ambiental 
dentro da escola como ajudaram a criar leis e a mudar a forma como a 
comunidade e o munícipio lidava com o ambiente.
Uma das ações do grupo foi realizar uma pesquisa com os colegas 
do 1o ano do Ensino Médio das outras sete escolas do município. Ao 
aplicar um questionário, o grupo descobriu o desconhecimento dos 
estudantes do município em relação à Caatinga. Uma das perguntas 
pedia aos estudantes para citar animais nativos do bioma e a resposta 
de cerca de 80% deles considerou a vaca como um animal nativo. Além 
disso, foi observado na pesquisa que muitos estudantes percebiam o o 
bioma apenas como uma paisagem seca e morta.
O grupo continuou suas pesquisas e decidiu criar ações para mudar 
a situação de desinformação geral. Para isso, prepararam um projeto de 
lei e fizeram uma campanha na câmara de vereadores do município. 
O projeto, apresentado em 
dezembro de 2015, foi aprovado 
em março de 2016. O princi-
pal objetivo dos estudantes era 
desenvolver uma nova identidade 
das pessoas com a Caatinga, além 
de chamar atenção para o uso do 
bioma sem causar degradação.
A lei criada por eles define 
que a cidade deve ser arborizada 
com espécies nativas e estabe-
lece que a oitica, árvore típica da 
Caatinga, seja o novo símbolo do 
município. Além disso, a nova lei 
criou um simpósio anual sobre o 
bioma no dia 28 de abril, dia da 
Caatinga.
■ Imagem de satélite do 
município de Iguatu 
(CE), 2020. No canto 
superior à direita, a 
Escola Estadual de 
Educação Profissional 
Lucas Emmanuel 
Pinheiro. 
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO
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DIÁLOGOS> EU TAMBÉM POSSO>
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A partir do conhecimento e das experiências adquiridas, os estu-
dantes transformaram a realidade ambiental do município de forma 
duradora por meio da criação de uma nova lei.
Para muitas pessoas formular leis é algo muito distante e que deve 
ser preocupação apenas de políticos. Os estudantes da escola provaram 
o contrário, tomando atitudes protagonistas com base em princípios 
éticos, democráticos e socioambientais. Na sua opinião, qual a impor-
tância de atitudes individuais ou de pequenos grupos que pensem 
no coletivo, ou na comunidade em que vivem? Como você se sente 
realizando uma ação que o coloca como executor de uma tomada de 
decisão responsável? Qual a importância da argumentação em casos 
como esse?
Após a discussão proposta acima, reúnam-se em grupos e sigam os 
passos percorridos pelos estudantes da Escola Estadual de Educação 
Profissional Lucas Emmanuel Lima Pinheiro. 
Localizem qual é o bioma do município onde vocês estudam. Depois, 
pesquisem informações sobre esse bioma. É possível fazer um levanta-
mento bibliográfico sobre as pesquisas e informações disponíveis em 
sites de universidades, institutos de pesquisa e organizações não gover-
namentais. Desenvolvam um questionário para saber o que os demais 
estudantes da sua escola e as pessoas da comunidade onde vivem 
sabem a respeito desse bioma. Organizem as informações obtidas e as 
analisem. Com base nos resultados obtidos, procurem soluções para 
resolver problemas como crimes ambientais e desinformação da comu-
nidade em relação ao bioma onde vivem. Proponham um novo projeto 
de lei para ser apresentado na câmara de vereadores do município.
	■ O bioma Caatinga, 
que ocorre na região 
Nordeste do Brasil, é 
formado por vegetação 
arbustiva adaptada 
ao clima seco e 
quente. Na fotografia, 
vista panorâmica da 
Chapada do Araripe 
em Crato (CE), 2010. 
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DIVULGAÇÃO: COMO UTILIZAR AS REDES SOCIAIS DE 
FORMA EFICIENTE
Nesta etapa, vocês irão postar na rede social escolhida os conteúdos elabo-
rados na etapa 3. Para chamar atenção da população e dos órgãos públicos, 
sugerimos a criação de uma conta em uma rede social com nome relacionado ao 
problema ambiental que vocês estudaram nas etapas anteriores deste projeto. 
Para as postagens feitas no canal, perfil ou página terem a repercussão preten-
dida, é preciso acompanhar e realizar a análise de métricas de mídias sociais.
As principais redes sociais da atualidade possuem ferramentas de análise 
(algumas mais avançadas que outras) disponíveis para a consulta no canal, 
na página ou no perfil criado. Algumas métricas básicas que podem ser con-
sultadas, geralmente na aba de informações, são:
• Número de seguidores.
• Número de curtidas por publicação.
• Alcance, ou seja, número de pessoas que visualizaram a publicação.
• Informações sobre os seguidores, como localidade de origem, período de 
acesso, gênero, idade etc.
As métricas listadas acima são interessantes e podem indicar a popularidade, 
mas não são as mais importantes para informar a eficiência do perfil, canal ou 
página. As métricas mais relevantes são aquelas que mostram a realidade do 
dia a dia da rede social, por exemplo:
• Alcance: mede como o conteúdo postado está sendo distribuído, isto é, 
quantas pessoas estão sendo alcançadas com as publicações nas redes 
sociais.
• Volume ou conversas e discussões: mede se as pessoas realmente estão 
falando sobre a publicação.
• Engajamento: considera o número de curtidas, compartilhamentos e comen-
tários de cada publicação.
• Crescimento do canal: apresenta dados sobre o crescimento, avaliando o 
aumento do número de seguidores, o engajamento do administrador do perfil 
e a participação da página na rede social.
É importante que vocês analisem as métricas semanalmente para avaliar se 
estãoatingindo o público da maneira esperada. E, se não estiverem, devem 
discutir que ações tomar, por exemplo: usar da ferramenta # (hashtag) para 
divulgar palavras-chaves, “marcar” pessoas com @, ou até mesmo mudar o 
tipo de postagens, verificando qual apresenta maior repercussão e influencia 
mais as pessoas (imagem, pequenos vídeos, frases curtas e de impacto etc).
Outra estratégia que deve ser verificada é a quantidade de postagens feitas 
por semana e horário do dia, esses aspectos, que podem ser analisados pelas 
métricas, influenciam o número de visualizações. 
Etapa
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ON U Brasil
Disponível em: https://nacoesunidas.org/pos2015/. Acesso em: 24 ago. 2020
No site da ONU Brasil é possível conhecer na íntegra cada um dos Objetivos de 
Desenvolvimento Sustentável, como também, acessar a cartilha do Programa das Nações 
Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), com perguntas e respostas sobre esses objetivos.
Brasília Ambiental
Disponível em: http://www.ibram.df.gov.br/leis-ambientais/. Acesso em: 24 ago. 2020.
Nesse site é possível encontrar as principais leis ambientais brasileiras.
Ministério do Meio Ambiente
Disponível em: https://www.mma.gov.br/. Acesso em: 24 ago. 2020.
No site no Ministério do Meio Ambiente é possível encontrar dados e indicadores relacionados 
ao meio ambiente brasileiro, bem como leis, normas e informações diversas.
Página 22
Disponível em: https://pagina22.com.br/. Acesso em: 24 ago. 2020.
Revista multimídia que promove o debate sobre importantes questões relacionadas à 
sustentabilidade, principalmente no Brasil.
WWF Brasil
Disponível em: https://www.wwf.org.br/informacoes/bliblioteca/. Acesso em: 24 ago. 2020.
No site dessa organização não governamental é possível encontrar dados e informações 
relacionadas aos diferentes biomas brasileiros, análises, informações técnicas e propostas de 
soluções para as diversas áreas relacionadas à sustentabilidade e ao meio ambiente.
Ambientes e territórios: uma introdução à Ecologia Política
Marcelo Lopes de Souza. Rio de Janeiro: Difel, 2019.
O livro apresenta os principais debates contemporâneos sobre meio ambiente e território, como 
impactos e conflitos ambientais, movimentos ambientais.
Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas
Nacib Aziz Ab’Saber. São Paulo: Ateliê Editorial, 2012.
O livro trata das características e potencialidades das grandes paisagens brasileiras, 
explicando aspectos da vegetação, da sua importância ambiental, bem como as pressões 
ambientais causadas nessas paisagens pelas atividades humanas.
Amazônia: o despertar da floresta
Direção: Christiane Torloni e Miguel Przewodowski. Brasil, 2018. DVD (106 min.)
A partir de entrevistas com especialistas das mais diversas áreas e com o resgate de figuras 
históricas, o documentário discute questões relacionadas à Floresta Amazônica.
O amigo do rei
Direção: André D'Elia. Brasil, 2019. DVD (142 min.)
Misturando-se entre o documental e o ficcional, o filme trata do rompimento da barragem do 
Fundão no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), em 2015, sob diferentes pontos de vista.
> SAIBA MAIS
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> FICHAS DE AUTOAVALIAÇÃO
Autoavaliação
Esta é a hora de se autoavaliar em seu percurso de 
estudos. Para tanto, sugerimos que retome os objeti-
vos propostos para o estudo da unidade. Depois, leia 
atentamente cada um dos itens relacionados abaixo 
e escreva em seu caderno como considera seu atual 
momento de aprendizagem. A resposta para cada um 
dos itens pode ser sim, não ou em algumas situações. 
Registre também uma justifi cativa para suas respostas.
Unidade 1
 Critérios
1. Entendo o que é a sociedade de consumo e os 
fatores que contribuíram para a sua formação.
2. Reconheço o papel dos meios de comunicação 
para a manutenção e o fortalecimento da socie-
dade de consumo.
3. Entendo que o consumo, muitas vezes, também 
se associa à busca por uma identidade e à repre-
sentação de uma ideologia.
4. Consigo reconhecer os impactos socioambientais 
relacionados ao consumo excessivo.
5. Entendo que uma das consequências do consumo 
excessivo é o aumento da produção de lixo.
6. Entendo o que é consumo consciente.
7. Consigo aplicar no meu dia a dia o consumo 
consciente. 
8. Entendo que é possível produzir, consumir e des-
cartar de forma menos danosa ao meio ambiente. 
9. Consigo propor medidas para enfrentar solucionar 
questões do consumo e da produção de resíduos. 
10. Sei que o meu consumo e a forma como eu des-
carto os resíduos podem ter maior ou menor 
impacto na natureza. 
11. Sinto confi ança para apresentar meus pontos de 
vista e apontar ideias e sugestões que considero 
adequadas.
12. Sinto-me motivado a aprender e a aplicar meus 
conhecimentos para melhorar a minha vida e o 
lugar onde vivo.
Comente, a partir dos tópicos acima, seus pontos 
fortes e os pontos que você ainda precisa trabalhar. 
Converse com seu professor para, juntos, estabele-
cerem um plano de ação.
Unidade 2
 Critérios
1. Consigo perceber a construção social, ou seja, a 
ação humana sobre as paisagens e fazer a crítica 
da oposição natureza × cultura.
2. Entendo a construção de diferentes visões da 
natureza ao longo da história.
3. Sou capaz de refletir sobre as relações entre 
os seres humanos e a natureza no mundo 
contemporâneo.
4. Reconheço a necessidade de estabelecer uma 
relação mais equilibrada entre seres humanos e 
natureza a partir de formas criativas de manejo 
dos recursos naturais.
5. Sou capaz de discutir diferentes ideologias 
ambientalistas, seus fundamentos teóricos e 
formas de atuação, de modo a problematizar a 
ética ambiental na contemporaneidade.
6. Consigo contrapor a visão predatória da natureza 
com práticas sustentáveis utilizadas por comuni-
dades tradicionais.
7. Reconheço a importância da água e conheço 
ações que devem ser adotadas para seu uso 
sustentável.
8. Adoto práticas de uso sustentável da água em 
meu dia a dia.
9. Reconheço a importância do saneamento básico 
como forma de preservação da água e para a 
saúde humana. 
10. Sinto confi ança para apresentar meus pontos de 
vista e apontar ideias e sugestões que considero 
adequadas.
11. Sinto-me motivado a aprender e a aplicar meus 
conhecimentos para melhorar a minha vida e o 
lugar onde vivo.
Comente, a partir dos tópicos acima, seus pontos 
fortes e os pontos que você ainda precisa trabalhar. 
Converse com seu professor para, juntos, estabele-
cerem um plano de ação.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO
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Unidade 3
 Critérios
1. Entendo o que são as chamadas mudanças cli-
máticas, reconhecendo que não há um único 
entendimento sobre suas causas.
2. Reconheço as principais fontes de emissão de 
gases de efeito estufa, entendendo como esses 
gases agem na atmosfera. 
3. Reconheço que o aquecimento global é parte 
de um conjunto de mudanças mais amplas que 
afetam, em maior ou menor medida, todas as 
regiões do planeta. 
4. Entendo o que são desastres naturais e reco-
nheço a vulnerabilidade dos países e regiões mais 
pobres diante desses acontecimentos.
5. Reconheço os desastres naturais mais recorren-
tes na região onde vivo e sei como agir caso eles 
ocorram.
6. Consigo propor medidas que podem evitar ou 
minimizar os impactos de desastres naturais. 
7. Sinto confiança para apresentar meus pontos de 
vista e apontar ideias e sugestões que considero 
adequadas.
8. Sinto-me motivado a aprender e a aplicar meus 
conhecimentos para melhorar a minha vida e o 
lugar onde vivo.
Comente, a partir dos tópicos acima, seus pontos 
fortes e os pontos que você ainda precisa trabalhar. 
Converse com seu professor para, juntos, estabele-

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