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SU ST EN TA BI LI DA DE E M A Çà O: SO CI ED AD E E NA TU RE ZA SUSTEN TABILIDADE EM AÇÃO: SOCIEDADE E NATUREZA > EN SIN O M ÉDIO Área do conhecim ento: Ciências H um anas e Sociais Aplicadas Ciências H um anas Angela Rama Gislane Azevedo Isabela Gorgatti Leandro Calbente Reinaldo Seriacopi Ár ea d o co nh ec im en to : Ci ên ci as H um an as e S oc ia is A pl ic ad as > EN SI N O M ÉD IO H um an as Ci ên ci as 9 7 8 6 5 5 7 4 2 1 2 2 2 ISBN 978-65-5742-122-2 MANUAL DO PROFESSOR SU ST EN TA BI LI DA DE E M A Çà O: SO CI ED AD E E NA TU RE ZA Ár ea d o co nh ec im en to : Ci ên ci as H um an as e S oc ia is A pl ic ad as EN SI N O M ÉD IO H um an as H um an as Ci ên ci as Angela RamaAngela RamaAngela RamaAngela RamaAngela RamaAngela RamaAngela Rama Gislane AzevedoGislane AzevedoGislane Azevedo Isabela GorgattiIsabela GorgattiIsabela Gorgatti Leandro CalbenteLeandro CalbenteLeandro Calbente Reinaldo Seriacopi CÓ DI GO D A CO LE Çà O 02 15 P2 12 04 CÓ DI GO D O VO LU M E 02 15 P2 12 04 13 7 PN LD 2 02 1 • Ob je to 2 Ve rs ão su bm et id a à av al ia çã o M at er ia l d e di vu lg aç ão DIV-PNLD_21_3075-PRISMA-HUM-GIRA-MP-V5-Capa.indd All PagesDIV-PNLD_21_3075-PRISMA-HUM-GIRA-MP-V5-Capa.indd All Pages 16/04/21 17:2316/04/21 17:23 PRISMA 1a edição São Paulo – 2020 Ár ea d o co nh ec im en to : Ci ên ci as H um an as e S oc ia is A pl ic ad as > EN SI N O M ÉD IO > EN SI N O M ÉD IO H um an as Ci ên ci as Maria Angela Gomez Rama • Mestra em Ciências (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo (USP). • Bacharela e licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP). • Especialista em Ensino de Geografia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). • Licenciada em Pedagogia pela Universidade de Franca (Unifran-SP). • Formadora de professores. Atuou como professora no Ensino Fundamental e Médio das redes pública e privada e no Ensino Superior. Gislane Campos Azevedo Seriacopi • Mestra em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). • Professora universitária, pesquisadora e ex-professora de História do Ensino Fundamental e Médio nas redes pública e privada. Isabela Gorgatti Cruz • Bacharela em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP). • Especialista em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP). • Editora de livros didáticos. Leandro Calbente Câmara • Bacharel em História pela Universidade de São Paulo (USP). • Bacharel em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). • Mestre em Ciências (História Econômica) pela Universidade de São Paulo (USP). • Editor de livros didáticos. Reinaldo Seriacopi • Bacharel em Letras pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP). • Bacharel em Jornalismo pelo Instituto Metodista de Ensino Superior (IMS-SP). • Editor especializado na área de História. MANUAL DO PROFESSOR SU ST EN TA BI LI DA DE E M A Çà O: SO CI ED AD E E NA TU RE ZA D2-CH-EM-3075-V5-INICIAIS-001-009-LA-G21.indd 1D2-CH-EM-3075-V5-INICIAIS-001-009-LA-G21.indd 1 20/09/2020 23:5320/09/2020 23:53 Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à EDITORA FTD. Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Prisma : ciências humanas : sustentabilidade em ação : sociedade e natureza : ensino médio / Maria Angela Gomez Rama ... [et al.]. – 1. ed. – São Paulo : FTD, 2020. Área do conhecimento : Ciências humanas e sociais aplicadas Vários autores : Gislane Campos Azevedo Seriacopi, Isabela Gorgatti Cruz, Leandro Calbente Câmara, Reinaldo Seriacopi Bibliografia ISBN 978-65-5742-121-5 (Aluno) ISBN 978-65-5742-122-2 (Professor) 1. Ciências (Ensino médio) 2. Tecnologia I. Seriacopi, Gislane Campos Azevedo II. Cruz, Isabela Gorgatti III. Câmara, Leandro Calbente IV. Seriacopi, Reinaldo 20-44112 CDD-372.7 Índices para catálogo sistemático: 1. Ciências : Ensino médio 372.7 Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129 Copyright © Maria Angela Gomez Rama, Gislane Campos Azevedo Seriacopi, Isabela Gorgatti Cruz, Leandro Calbente Câmara e Reinaldo Seriacopi, 2020 Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira Direção editorial adjunta Luiz Tonolli Gerência editorial Flávia Renata Pereira de Almeida Fugita Edição João Carlos Ribeiro Junior (coord.) Bárbara Berges, Carolina Bussolaro, Maiza Garcia Barrientos Agunzi, Siomara Sodré Spinola Preparação e revisão de textos Maria Clara Paes (sup.) Danielle Costa, Diogo Souza Santos, Eliana Vila Nova de Souza, Felipe Bio, Fernanda Rodrigues Baptista, Graziele Cristina Ribeiro, Jussara Rodrigues Gomes, Kátia Cardoso da Silva, Lívia Navarro de Mendonça, Rita Lopes, Thalita Martins da Silva Milczvski, Veridiana Maenaka Gerência de produção e arte Ricardo Borges Design Daniela Máximo (coord.), Sergio Cândido Imagem de capa StephanKogelman/Shutterstock.com Arte e Produção Vinicius Fernandes (sup.) Ana Suely Silveira Dobon, Karina Monteiro Alvarenga, Jacqueline Nataly Ortolan, Marcelo Saccomann (assist.) Diagramação C2 Artes Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno Koga Licenciamento de textos Érica Brambila, Bárbara Clara (assist.) Iconografia Priscilla Liberato Narciso, Ana Isabela Pithan Maraschin (trat. imagens) Ilustrações Davi Augusto, Erika Onodera, Lápis 13B, Nelson Provazi, Ricardo Sasaki, Sonia Vaz, Studio Caparroz Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada. Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33 Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375 D2-CH-EM-3075-V5-INICIAIS-001-009-LA-G21.indd 2D2-CH-EM-3075-V5-INICIAIS-001-009-LA-G21.indd 2 20/09/2020 23:5320/09/2020 23:53 APRESENTAÇÃO Diariamente, somos bombardeados por notícias e informações na internet, na televisão, nos jornais, o que torna muito difícil entender o que acontece no mundo e identifi car aquilo que é signifi cativo para nós e que pode infl uenciar nosso cotidiano e impactar nossa comunidade. Se muitas vezes você tem a sen- sação de que não consegue analisar satisfatoriamente esse imenso volume de informações, saiba que não está sozinho. As Ciências Humanas e Sociais Aplicadas são uma ferramenta importante para nos ajudar a refl etir sobre o mundo em que vivemos. Os saberes desenvolvidos pela História, pela Geografi a, pela Sociologia e pela Filosofi a permitem mobilizar competências e habilidades fundamentais para o exercício do pensamento crítico, essencial para transformarmos as informações recebidas diariamente em conhe- cimentos capazes de nos ajudar a modifi car a realidade que nos cerca. Para auxiliá-lo nessa tarefa, selecionamos um conjunto de temas importan- tes para a compreensão dos tempos atuais. Por meio de textos, mapas, gráfi cos, tabelas, fotografi as e muitos outros documentos, você terá condições de interpre- tar e analisar criticamente não só a sua realidade, mas o mundo de uma maneira mais ampla. Com isso, esperamos ajudá-lo no exercício da cidadania e no desen- volvimento de práticas colaborativas que contribuam para a construção de uma sociedade mais justa, em busca do bem-estar coletivo. Esperamos oferecer o conhecimento necessário para você desenvolver uma visão crítica da realidade e se sentir seguro para adotar uma postura protagonista em seu dia a dia. Os autores D2-CH-EM-3075-V5-INICIAIS-001-009-LA-G21.indd 3D2-CH-EM-3075-V5-INICIAIS-001-009-LA-G21.indd3 20/09/2020 23:5320/09/2020 23:53 Esta coleção é composta de seis volumes. A seguir, apresentaremos algumas das principais características das obras. CONHEÇA SEU LIVRO © 2 02 0 - T H E AN DY W AR H O L FO U N D AT IO N F O R TH E VI SU AL A RT S, IN C. / L IC EN SE D B Y AU TV IS , B RA SI L. 10 © 2 02 0 - T H E AN DY W AR H O L FO U N D AT IO N F O R TH E VI SU AL A RT S, IN C. / L IC EN SE D B Y AU TV IS , B RA SI L.UNIDADE 10 1 ■ Latas de sopa Campbell (1962), de Andy Warhol. Suas obras se particularizam pelo uso de cores brilhantes, pela representação de materiais industrializados e pelo exagero do efeito de simultaneidade, como se observa na repetição das telas na imagem ao lado. Consumo responsável Os artistas da pop art, movimento estético que teve seu auge na década de 1960, utilizavam em suas obras imagens de embalagens, propagandas, pop stars, perso- nagens da televisão, cinema e quadrinhos e de outros aspectos da vida cotidiana e da chamada cultura de massa. Uma das possíveis intenções dos artistas era fazer uma crítica ao consumismo e à influência que os produ- tos fabricados em massa exerciam na vida das pessoas. Contraditoriamente, a exposição acabava populari- zando ainda mais o produto, como no caso das sopas Campbell, que inspirou a obra do estadunidense Andy Warhol (1928-1987), na imagem ao lado. Enlatados, assim como outros tipos de alimentos processados, surgiram com a industrialização e foram, por muito tempo, asso- ciados a uma vida moderna e urbanizada. Os alimentos industrializados continuam inspirando críticas, mas rela- cionadas aos efeitos negativos na saúde das pessoas e a quantidade de uso de embalagens, por exemplo. 1. Você acha que as embalagens de alimentos e as propa- gandas o influenciam a consumir mais? 2. Como as atitudes das pessoas em relação ao consumo influenciam a produção dos resíduos sólidos? NÃO ESCREVA NO LIVRO D3-CH-EM-3075-V5-U1-C1-010-023-LA-G21_AVU1.indd 10D3-CH-EM-3075-V5-U1-C1-010-023-LA-G21_AVU1.indd 10 20/09/20 14:0120/09/20 14:01 4 CAPÍTULO Todos têm sede, mas nem todos têm água Com grande parte do território banhado por caudalosos e extensos rios, além de contar com importantes reservas de água no subsolo, o Brasil sempre foi considerado uma potência hídrica. No entanto, fatores como a má gestão de governos e empresas, os impactos socioambientais, a intensa urbanização, a cultura do desperdício e as questões relacionadas ao clima geraram crises de abastecimento em muitos lugares do país. Consultar as Orientações para o professor para obter mais informações sobre o capítulo e sobre o trabalho com as atividades. Especialistas afirmam que a quantidade de água disponível no planeta Terra é a mesma desde sua origem, há 4,6 bilhões de anos. Se a quantidade permanece inalterada no planeta, por que ela desapareceu em alguns lugares ou está desaparecendo? As crises de abastecimento, acesso e consumo de água potável são fenômenos isolados ou mun- diais? Por que aumentou o consumo de água no mundo? Por que o acesso à água se dá de maneira tão desigual? Como os recursos hídri- cos estão distribuídos no espaço geográfico? Como você pode notar, o tema traz à discussão muitas questões, algumas das quais serão abor- dadas neste capítulo. ■ A carcaça de um carro abandonado na represa de Atibainha, em Nazaré Paulista (SP), que faz parte do Sistema Cantareira responsável pelo abastecimento de parte da Região Metropolitana de São Paulo, tornou- -se um dos símbolos da crise hídrica no estado de São Paulo, entre 2014 e 2016. À esquerda, a carcaça com a intervenção do artista Mundano, em dezembro de 2014. À direita, a mesma carcaça e o nível de água maior no reservatório, em fevereiro de 2015. Recurso hídrico Corresponde às águas disponíveis em rios, lagos, mares, oceanos, geleiras e aquíferos para o uso em atividades humanas. TI AG O Q U EI RO Z/ ES TA D ÃO C O N TE Ú D O /A E CL AY TO N D E SO U ZA /E ST AD ÃO C O N TE Ú D O /A E 60 D3-CH-EM-3075-V5-U2-C4-060-077-LA-G21_AVU1.indd 60D3-CH-EM-3075-V5-U2-C4-060-077-LA-G21_AVU1.indd 60 20/09/20 15:4620/09/20 15:46 DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS> ■ OSO, O. M. Pachamama. 2013. Acrílico em tela. 61 cm x 76,2 cm. Representação de Pachamama, Mãe da Terra, divindade cultuada por povos indígenas que vivem na Cordilheira dos Andes, na América do Sul. Para os povos indígenas que vivem na Cordilheira dos Andes, especialmente na Bolívia, no Peru e no Chile, Pachamama, que significa Mãe Terra, representa a divindade máxima. Observe a representação de Pachamama e em seguida realize as atividades. 1. Que aspectos da obra indicam que Pachamama é protetora da natureza? 2. De acordo com a tradição dos povos indígenas da Cordilheira dos Andes, o ser humano deve utilizar os recursos naturais de maneira parcimoniosa, o suficiente para garantir a sua sobrevivência, respeitando a Pachamama. Quando isso não acontece, ocorrem secas, tempestades, terremotos, erupções vulcânicas, inundações, avalanches, desliza- mentos de terra, doenças e escassez de alimentos. Em sua opinião, há correspondência entre esse entendimento, as questões ambientais do mundo atual e o conhecimento científico vigente? 3. Dia 22 de abril é o Dia Internacional da Mãe Terra. Em grupo, criem um cartaz para o Dia Internacional da Mãe Terra utilizando materiais alternativos/reaproveitados. O objeti- vo é conscientizar as pessoas, por meio da mensagem e dos materiais utilizados, de que a preocupação ambiental deve ser diária e envolver os diversos agentes da sociedade. NÃO ESCREVA NO LIVRO 127 AC ER VO P ES SO AL D3-CH-EM-3075-V5-U4-C7-114-129-LA-G21.indd 127D3-CH-EM-3075-V5-U4-C7-114-129-LA-G21.indd 127 20/09/2020 20:5320/09/2020 20:53 Abertura dos capítulos Todos os capítulos iniciam-se com algum assunto do presente, para que você possa começar a entender como as Ciências Humanas e Sociais Aplicadas se relacionam com o seu cotidiano. Atividades Conjunto de atividades que aparece ao final de muitos capítulos. É o momento em que você aplica os saberes apreendidos e exercita sua reflexão a respeito de diferentes temas estudados. Linguagens e leituras Esta atividade trabalha habilidades de leitura e interpretação de diferentes tipos de documentos, como mapas, gráficos, tabelas, charges, fotografias, textos impressos etc. Muitas vezes, você será convidado a relacionar informações em documentos distintos. A seção encontra-se no meio dos capítulos, mas pode aparecer também ao final deles. NÃO ESCREVA NO LIVROATIVIDADES> 1. Vimos que as dificuldades de abastecimento de água têm diversos motivos e consequências e que são especialmente comuns no continente africano. Em 2018, a Cidade do Cabo, capital da África do Sul, passou por uma seca severa em que foi necessário adotar restrições bas- tante limitantes ao consumo de água da população. Foi previsto também o “Dia Zero”, no qual o abastecimento seria completamente interrompido. Leia o trecho da notícia a seguir: No Dia Zero, toda a distribuição de água seria interrompida para casas e comércio, com exceção de hospitais, escolas e algumas poucas instituições fundamentais ao funcionamento da cidade. Depois, os habitantes teriam de buscar água, diariamente, em 200 postos espalhados pelo município, onde poderiam captar no máximo 25 litros. O QUE salvou a Cidade do Cabo da falta de água em 2018? Juntos pela água, 2017. Disponível em: https://www.juntospelaagua.com. br/2018/10/22/o-que-salvou-a-cidade-do-cabo-da-falta-de-agua-em-2018/. Acesso em: 23 ago. 2020. Por causa da implementação de novas tecnologias, como dessalinização e perfura- ção de poços em aquíferos, e à redução no consumo, a Cidade do Cabo conseguiu evitar o “Dia Zero” e adotou uma nova abordagem, buscando aplicar mudanças permanentes no abastecimento e no consumo da água. a) Em caso de necessidade, como poderiaser a adoção de uma política como a do “Dia Zero” em seu município? b) Como você imagina os impactos em seu bairro ou sua comunidade? 2. O abastecimento de água em grandes cidades se apresenta como um desafio crescente, em razão da alta densidade populacional e da rápida urbanização. Observe o mapa a seguir, que mostra as cidades que, segundo projeções da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), vão sofrer com a redução da disponibilidade de água doce até 2050. Em seguida, responda às questões. Fonte: UNESCO-ONU. Agua y cambio climático: informe mundial de las Naciones Unidas sobre el desarrollo de los recursos hídricos 2020. Unesco: París, 2020. p. 23. Disponível em: https://unesdoc. unesco.org/ark:/48223/ pf0000373611/ PDF/373611spa.pdf. multi. Acesso em: 23 ago. 2020. Diminuição da disponibilidade da água urbana, 2050* 0º 0º Círculo Polar Ártico Trópico de Câncer Trópico de Capricórnio Círculo Polar Antártico Equador OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO M er id ia no d e G re en w ic h OCEANO GLACIAL ÁRTICO OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO 0 2400 Maior que 10000000 De 5000001 a 10000000 De 1000001 a 5000000 De 500001 a 1000000 De 100001 a 500000 População urbana em risco, em 2050 *Projeção. AL LM AP S 72 D3-CH-EM-3075-V5-U2-C4-060-077-LA-G21_AVU1.indd 72D3-CH-EM-3075-V5-U2-C4-060-077-LA-G21_AVU1.indd 72 20/09/20 15:4620/09/20 15:46 Glossário As palavras destacadas nos textos ganham uma explicação aprofundada no glossário. 111111 RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA Você se preocupa com a quantidade de lixo que produz ou com o destino dele? Um dos grandes problemas do consumo de produtos industrializados é a quantidade de resíduos sólidos gerada. No Brasil, desde 2010 está em vigor a lei no 12 305, que instituiu a Política Nacional dos Resíduos Sólidos. Essa lei estabelece a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, envolvendo fabricantes, cidadãos e governos. Diante dessa realidade, qual é o seu papel como cidadão? Ao longo deste projeto, você e seus colegas vão buscar respostas para essa pergunta e irão criar uma campanha para realização da coleta seletiva na comunidade. RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA D3-CH-EM-3075-V5-U1-C1-010-023-LA-G21_AVU1.indd 11D3-CH-EM-3075-V5-U1-C1-010-023-LA-G21_AVU1.indd 11 20/09/20 14:0120/09/20 14:01 Abertura das unidades Texto e imagem apresentam o tema central da unidade. Também encontram-se perguntas que auxiliam na reflexão sobre o assunto. Muitas imagens presentes nas aberturas são trabalhos de artistas plásticos contemporâneos. Todos os volumes estão divididos em quatro unidades, e cada unidade tem dois capítulos. Nossa comunidade Por meio desta seção, você e seus colegas desenvolverão um projeto que impactará a comunidade em que vivem. É o momento de exercerem o protagonismo. São dois projetos por livro, cada um composto de quatro etapas que aparecem ao final de cada capítulo. D2-CH-EM-3075-V5-INICIAIS-001-009-LA-G21-AV.indd 4D2-CH-EM-3075-V5-INICIAIS-001-009-LA-G21-AV.indd 4 21/09/2020 00:5021/09/2020 00:50 INVESTIGAÇÃO> Pegada ecológica Você já parou para pensar que a forma como vivemos deixa marcas no meio ambiente? Para descobrir quais são as marcas deixadas por sua comunidade, vamos utilizar a metodologia da pegada ecológica e a prática de pes- quisa por amostragem. A pegada ecológica é uma metodologia de contabi- lidade ambiental que avalia a pressão do consumo das populações humanas sobre os recursos naturais, permi- tindo verificar o impacto do padrão de consumo sobre a capacidade do planeta em fornecer recursos naturais biológicos renováveis (grãos e vegetais, carne, peixe, madeira e fibras, energia renovável etc.). Feita individual- mente, fornece uma ideia de como o indivíduo utiliza os recursos naturais de acordo com os hábitos de consumo e o estilo de vida. Para saber qual é sua pegada ecológica e a dos demais participantes da amostragem será preciso montar um questionário. Você e os colegas de grupo podem uti- lizar como base a cartilha Pegada ecológica. Qual é a sua?, elaborada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), <http://www.inpe.br/noticias/arquivos/ pdf/Cartilha%20-%20Pegada%20Ecologica%20-%20web. pdf> (acesso em: 23 ago. 2020); ou o questionário eletrô- nico Pegada ecológica <http://www.pegadaecologica. org.br/2019/pegada.php> (acesso em: 23 ago. 2020). Veja a seguir um exemplo de questão. • Que meio de transporte você utiliza com mais frequência? a) transporte público (ônibus, metrô, trem); b) carro; c) bicicleta ou me locomovo a pé; d) carro, mas procuro fazer os percursos curtos a pé ou de bicicleta. Antes de aplicar o questionário é possível elaborar hipóteses sobre a pegada ecológica da comunidade e os possíveis limitadores de um bom resultado. Por exemplo, se sua comunidade não tem coleta seletiva, essa ausência é um limi- tador para a população reciclar, aumentando os impactos no ambiente. Nesse caso, vocês poderiam, por exemplo, fazer um abaixo-assinado solicitando à prefeitura o oferecimento desse serviço para a comunidade. ■ Símbolo que representa diversas iniciativas para diminuir nossas pegadas no meio ambiente, como reciclagem e uso de fontes de energia renovável. SIM M OSIM OSA/ SHUTTERSTOCK.COM 74 D3-CH-EM-3075-V5-U2-C4-060-077-LA-G21_AVU1.indd 74D3-CH-EM-3075-V5-U2-C4-060-077-LA-G21_AVU1.indd 74 20/09/20 15:4620/09/20 15:46 As respostas do questionário devem contar com uma pontuação cuja soma- tória leve a uma classificação, como a utilizada na publicação do Inpe, Pegada ecológica. Qual é a sua?: Pegada bacana; Pegada moderada (atenção); Pegada larga (mudanças de hábitos já). A amostragem será representada por uma parcela selecionada da popula- ção. Existem várias metodologias de amostragem; para esse estudo sugerimos a acidental. A amostragem acidental baseia-se em uma escolha aleatória dos pesquisados. Então, vocês devem entregar aleatoriamente o questio- nário para preenchimento a diversas pessoas da comunidade. No entanto, é importante calcular a média da amostra que vai represen- tar a população total da comunidade. Por exemplo, se a comunidade tem 1 000 habitantes, pode-se entregar for- mulários para 5% da população, que corresponde a cinquenta pessoas. Uma vez que os pesquisados tenham respondido ao questionário e o devolvido a vocês, é preciso tabular os dados para verificar a classificação da pegada ecológica de cada um deles. A importância da análise dos dados é a resposta às hipóteses iniciais, que podem ter questões como: • Qual é a pegada ecológica média da amostra da população? • Quais práticas da comunidade tornam a sua pegada ecológica mais impac- tante para o meio ambiente? • Que ações podem aumentar a conscientização da comunidade em relação ao meio ambiente, a fim de melhorar sua pegada ecológica? A partir da análise dos resultados, é possível criar ações de conscientização para diminuir a pegada da comunidade, tais como: • repensar hábitos de consumo; • produzir menos lixo e reciclar; • optar por meios de transporte que não utilizam combustíveis fósseis; • desenvolver o consumo consciente. ■ Uma amostra é uma parcela representativa da população selecionada para fins de estudo. IA M N EE /S H U TT ER ST O CK .C O M AMOSTRA POPULAÇÃO 75 D3-CH-EM-3075-V5-U2-C4-060-077-LA-G21_AVU1.indd 75D3-CH-EM-3075-V5-U2-C4-060-077-LA-G21_AVU1.indd 75 20/09/20 15:4620/09/20 15:46 Mulheres, empoderamento e desenvolvimento sustentável Uma das declarações feitas durante a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável em 212 (Rio+2) foi a de que as mulhe- res têm funções centrais e transformadoras no desenvolvimento sustentável e que a igualdade de gênero deve ser prioridade das ações em áreas como participação e liderança econômica, social e política. A igualdade de direitos entre homens e mulheresé tratada em diversos documentos nacionais e internacionais, inclusive na Declaração Universal dos Direitos Humanos promulgada em 1948. Apesar disso, as mulheres continuam a enfrentar discriminação, marginalização, exclu- são e violência. Nas últimas décadas, a maior participação feminina no mercado de trabalho, nas universidades e na liderança de diversas instituições trouxe à discussão a questão do empoderamento das mulheres em diferen- tes setores, por exemplo o político e o científico. O empoderamento feminino fortalece a economia, promove a melhoria da qualidade de vida de todos e é uma garantia para o desenvolvimento sustentável. A sustentabilidade não é possível sem a participação efetiva das mulheres. Ainda no Ensino Médio, Juliana Estradioto (2-) começou a desen- volver uma pesquisa para transformar a casca da noz de macadâmia em um material sustentável que substitui, por exemplo, curativos e sacos plásticos produzidos principalmente a partir de material sintético. ■ Painel produzido pelo artista Adn, Adriano dos Santos Damasceno (1985-), com o tema “Mulher no Poder e na Liderança”, para a exposição itinerante Pequim+20 em Graffiti (2014), iniciativa que faz parte do debate promovido pela ONU Mulheres sobre os avanços para a igualdade de gênero, desde o estabelecimento da Plataforma de Ação de Pequim, em 1995. CO LE Çà O P AR TI CU LA R / A D RI AN O D O S SA N TO S D AM AS CE N O /A D N 40 DIÁLOGOS> EU TAMBÉM POSSO> D3-CH-EM-3075-V5-U1-C2-024-043-LA-G21_AVU2.indd 40D3-CH-EM-3075-V5-U1-C2-024-043-LA-G21_AVU2.indd 40 23/09/20 23:2623/09/20 23:26 O trabalho de Juliana trouxe-lhe prêmios e reconhecimento inter- nacional. No aspecto ambiental, a pesquisa de Juliana pode trazer ao menos dois tipos de benefício: • diminuir os resíduos da macadâmia, que acabam sendo, na maior parte, jogados em aterros sanitários ou queimados para produzir energia; • reduzir a produção e o uso de materiais plásticos e borrachas sintéticas que, em sua maioria, não são biodegradáveis e nem sempre são recicláveis. 1. Como a fala de Juliana, apresentada a seguir, se relaciona com o empoderamento de mu- lheres no Brasil? [...] “Ter feito pesquisa no Ensino médio mudou minha vida comple- tamente e eu acho que tem que dar essa oportunidade para cada vez mais jovens das mais diferentes realidades do país. Educação tem essa capacidade transformadora”. [...] ESTUDANTE gaúcha que ganhou o Prêmio Jovem Cientista é uma das vencedoras da maior feira de ciências do mundo. Clic Camaquã, 18 maio 2019. Disponível em: https://www.cliccamaqua.com.br/noticia/39944/estudante-. Acesso em: 26 ago. 2020. 2. Se fossem fazer uma pesquisa relacionada a soluções sustentáveis para sua comunidade, o que vocês pesquisariam? Há produtos locais que podem ser reaproveitados? Há problemas ambientais que precisam de soluções? 3. Pode ser que você ou alguém que conheça já tenha sonhado ou sonhe ser cientista. Muitas vezes, a visão que se tem de um cientista é daquele profissional que fica trancado em um laboratório fazendo experiências com tubos de ensaio e microscópios. Embora também possa fazer isso, esse profissional realiza muitas outras atividades, e em diferentes áreas, como Medicina, Comunicação, História, Sociologia e tantas outras. Além disso, qualquer pessoa pode se tornar cientista, desde que tenha uma grande vontade de contribuir na busca de soluções para os problemas enfrentados pela sociedade, além de estudar bastante e desenvolver habilidades. Na sua opinião, que habilidades socioemocionais são im- portantes para a formação de um cientista? Como as políticas públicas e a iniciativa privada podem contribuir? Discuta essas questões com seus colegas e busquem informações para complementar a resposta. ■ Juliana Estradioto ganhou o Prêmio Jovem Cientista em 2018 e foi uma das vencedoras da maior feira de ciências do mundo. Fotografia em Brasília (DF), 2018. AC ER VO P ES SO AL NÃO ESCREVA NO LIVRO 41 D3-CH-EM-3075-V5-U1-C2-024-043-LA-G21_AVU2.indd 41D3-CH-EM-3075-V5-U1-C2-024-043-LA-G21_AVU2.indd 41 23/09/20 23:2623/09/20 23:26 Água como fonte de energia renovável A energia hidrelétrica, gerada pela força do movimento de grandes massas de água, é uma importante fonte energética no Brasil, em razão da riqueza hidrográfica do país. Essa é uma fonte renovável, pois depende de recursos não esgotáveis, e, em geral, considerada energia limpa, quando comparada aos combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão mineral, que são fontes não renováveis e causam sérios danos ao ambiente, em especial os relacionados ao clima. A energia hidrelétrica, entretanto, provoca também impactos ambien- tais e sociais significativos, pois, para a implantação das usinas geradoras, faz-se necessária a inundação de grandes áreas. Ação que resulta em perda do solo na região, alterações no clima e grandes prejuízos à flora e à fauna locais, inclusive com o desaparecimento de espécies, por exemplo, de peixes. Além disso, as áreas alagadas causam decomposição de matéria orgâ- nica, que libera dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4) na atmosfera, contribuindo assim para a intensificação do efeito estufa. O alagamento do entorno força ainda o deslocamento de popu- lações, geralmente de comunidades tradicionais, como indígenas e quilombolas, que têm fortes vínculos com o território e cujo modo de vida, em geral, depende da relação com o rio. Por essa razão, no Brasil, foi criado o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), organização autônoma que defende um projeto energético popular em todo o país. O MAB luta contra as desapropria- ções e por reparação e melhores programas de reassentamento para os atingidos. ■ Usina hidrelétrica na Rússia, 2020. > DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO • Em grupos, discutam e identifiquem as possíveis consequências da implantação do novo marco legal de saneamento básico para a população de seu município. ILYA TIMIN/TASS/GETTY IMAGES 69 D3-CH-EM-3075-V5-U2-C4-060-077-LA-G21_AVU1.indd 69D3-CH-EM-3075-V5-U2-C4-060-077-LA-G21_AVU1.indd 69 20/09/20 15:4620/09/20 15:46 controle dos resíduos dispostos. Dessa forma, mesmo com as atividades encerradas, o lixão de Gramacho continua poluindo o ambiente, pois a matéria orgâ- nica em decomposição, despejada a céu aberto, gera gases, como o gás metano, e chorume. Resíduos vindos de hospitais e mesmo de processos indus- triais também eram depositados em Gramacho, o que aumenta a preocupação com a contaminação. O lixão de Gramacho também influenciou a vida de milhares de pessoas que viviam da coleta de mate- riais recicláveis, em condições insalubres. Estima-se que cerca de cinco mil catadores viveram do local. Em 2007, o artista plástico brasileiro Vik Muniz (1961-) iniciou um projeto para criar obras de arte com os cata- dores de material reciclável do lixão de Gramacho, fotografando essas pessoas e, posteriormente, retra- tando-as em painéis confeccionados com o próprio material coletado pelo grupo, resultando em uma série de obras denominada Retratos do lixo. Os catadores que participaram do projeto relataram que o processo artístico modificou suas vidas e lhes trouxe autoestima, revelando o poder transformador da arte. Mas também a crueldade de suas realidades, ganhando projeção internacio- nal e que de certa forma, ajudou no processo de encerramento do lixão de Gramacho. Quase 10 anos depois, no entanto, o bairro Jardim Gramacho, no entorno do antigo lixão, ainda presencia caminhões de lixo entrando nos portões antes fechados: esses resíduos, de origem privada, são despejados ilegalmente. As quase 28 mil pessoas que moram no bairro são, em sua maioria ex-catadores e catadoras que já não vivem do lixão, mas continuam em situação de vulne- rabilidade social. O caso de Gramacho ajuda a ilustrar algumas das questões que vamos discutir neste capítulo: Para onde vão os resíduos que geramos diaria-mente? E qual é o impacto deles no meio ambiente e na vida das pessoas? ■ Retratos do lixo, obra do artista Vik Muniz, cópia cromogênica digital de 2008, retratando um dos catadores de material reciclável do lixão de Gramacho. Chorume Resíduo líquido resultante da decomposição do lixo orgânico. @ M U N IZ , V IK /A U TV IS , B RA SI L, 2 02 0 NÃO ESCREVA NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM 1. Em sua opinião, como a ideia de transformação aparece na arte produ- zida por Vik Muniz? 2. A que reflexões sobre a destinação do lixo no Brasil o trabalho do artista nos leva? 25 D3-CH-EM-3075-V5-U1-C2-024-043-LA-G21.indd 25D3-CH-EM-3075-V5-U1-C2-024-043-LA-G21.indd 25 20/09/20 13:2720/09/20 13:27 > SAIBA MAIS Entre rios Direção: Caio da Silva Ferraz. Brasil, 2009. Vídeo (25 min) Disponível em: https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/educacaoambiental/ prateleira-ambiental/entre-rios/. Acesso em: 28 ago. 2020 O documentário trata sobre o processo de transformação sofrido pelos rios e córregos na cidade de São Paulo (SP) e as motivações sociais, políticas e econômicas que promoveram a supressão desses cursos de água na paisagem, que até o final século XIX abasteciam a população e hoje passam despercebidos pela maioria dos paulistanos. A lei da água – Novo Código Florestal Direção: André D’Elia. Brasil, 2014. Vídeo (80 min). Disponível em: https://vimeo. com/123222594. Acesso em: 29 ago. 2020. Patrocinado por ONG ambientalistas, como a WWF e a SOS Mata Atlântica, o documentário trata da importância das florestas para a conservação das águas e dos problemas do novo Código Florestal Brasileiro, aprovado em 2012. Na natureza selvagem Direção: Sean Penn. Estados Unidos, 2007. DVD (87 min). O filme conta a história real de um jovem estadunidense que, na década de 1990, abandona todos os bens materiais e decide empreender uma jornada pelos Estados Unidos, buscando autoconhecimento e contato com a natureza. The thirsty world Direção: Yann Arthus-Bertrand. França, 2013. Vídeo (90 min). “Nunca bebi água potável. Não sei que gosto tem”, diz uma mulher nesse documentário que mostra lugares na África e na Ásia em que não há água potável, e as pessoas só têm água contaminada disponível. Em tradução livre, “O mundo sedento”. Observatório do clima Disponível em: http://www.observatoriodoclima.eco.br/. Acesso em: 28 ago. 2020 Esse site, criado por uma rede que reúne entidades da sociedade civil com o objetivo de discutir a questão das mudanças climáticas no contexto brasileiro, apresenta diversas informações, resultados de pesquisa, debates e estatísticas a respeito das questões que envolvem o clima, a exemplo dos cálculos de emissões de gases de efeito estufa. Há também informações detalhadas sobre compromissos que o Brasil precisa assumir para a criação de políticas públicas efetivas na mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Glossário de doenças relacionadas à água Disponível em: http://www.aguabrasil.icict.fiocruz.br/index.php?pag=doe. Acesso em: 23 ago. 2020. O site Água Brasil: sistema de avaliação da qualidade da água, saúde e saneamento do Ministério da Saúde, disponibiliza um glossário que relaciona as principais doenças causadas direta e indiretamente pela água contaminada. 77 D3-CH-EM-3075-V5-U2-C4-060-077-LA-G21_AVU1.indd 77D3-CH-EM-3075-V5-U2-C4-060-077-LA-G21_AVU1.indd 77 20/09/20 15:4620/09/20 15:46 Verde, outro nome para o chamado ambientalismo de mercado Alguns pensadores também criticam a ideia de que seja possível criar uma economia verde capaz de resolver os problemas ambientais em um mundo capitalista. Um exemplo é o sociólogo brasileiro Michael Löwy (1938-). Em suas obras, Löwy faz uma análise crítica da possibi- lidade de reformas no sentido de transformar o capitalismo em um sistema social menos predatório. A economia verde, para ele, seria uma nova forma de propor tais reformas, mas sem promover mudanças radicais no sistema social em que vivemos. O problema, segundo Löwy, é que o sistema capitalista não pode ser transformado a ponto de garantir a equidade social e o equilíbrio ambiental, já que a estrutura do capi- talismo é essencialmente predatória e visa à exploração constante dos recursos naturais do planeta. Desse modo, seria impossível a construção de uma economia verdadei- ramente verde. Para Löwy, sem uma mudança profunda no modo como as socie- dades capitalistas estão organizadas, há o risco crescente de uma crise ambiental que ameaça a própria existência da vida humana no planeta e, por essa razão, defende um projeto político que ele chama ecosso- cialismo. Esse modelo de sociedade seria baseado em uma organização democrática dos recursos econômicos do planeta de modo a conter o crescimento ilimitado da economia e assegurar a utilização não predató- ria dos recursos naturais. As ideias de Michael Löwy não são aceitas por todos os pensadores da área das Ciências Humanas. Há aqueles que defendem outros caminhos para a construção de uma sociedade capaz de encontrar equilíbrio entre desenvolvimento econômico e uso sustentável dos recursos naturais do planeta, o que demonstra diferentes visões sobre a questão ambiental. ■ Vitrine de loja de roupas confeccionadas a partir de materiais reciclados, em Estocolmo (Suécia), 2019. NÃO ESCREVA NO LIVRO> MEUS ARGUMENTOS • Contraponha o conceito da ONU de economia verde e o de ecossocialis- mo de Michael Löwy. Com qual dos conceitos você tende a concordar? Apresente argumentos para embasar sua resposta. TA TI AN A O SI PO VA /S H U TT ER ST O CK .C O M 125 D3-CH-EM-3075-V5-U4-C7-114-129-LA-G21.indd 125D3-CH-EM-3075-V5-U4-C7-114-129-LA-G21.indd 125 20/09/2020 20:5320/09/2020 20:53 De mãos dadas Atividades que relacionam temas do capítulo com sua realidade, como seus amigos, sua escola, seu bairro, seu município etc. Aparece de forma aleatória nos capítulos. Saiba mais Aqui você encontra sugestões de filmes, sites, vídeos, podcasts, livros e outros materiais que ampliam os saberes explorados nas unidades. Leitura de imagem Atividade de leitura e análise de mapas, gráficos, charges e outras linguagens imagéticas. Aparece de forma aleatória nos capítulos. Meus argumentos Momento em que você expõe suas ideias, pois esta seção explora sua capacidade de analisar, refletir e argumentar a respeito de determinado assunto. Aparece de forma aleatória nos capítulos. Eu também posso Esta seção apresenta exemplos de jovens que exerceram o protagonismo e promoveram mudanças na comunidade em que vivem. O texto vem acompanhado de atividades que exploram, entre outros itens, suas competências socioemocionais. Esta seção aparece duas vezes por volume. InvestigAção Esta seção estimula o pensamento crítico. Aliando criatividade com diferentes práticas de pesquisa, você será convidado a solucionar problemas e desafios relacionados ao seu cotidiano. Esta seção aparece duas vezes por volume. Este ícone aparece junto das atividades em que é proposto o trabalho em grupo. D2-CH-EM-3075-V5-INICIAIS-001-009-LA-G21-AV.indd 5D2-CH-EM-3075-V5-INICIAIS-001-009-LA-G21-AV.indd 5 24/09/20 00:2324/09/20 00:23 Consumo responsável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 UNIDADE 1 > CAPÍTULO 1 Consumir para viver ou viver para consumir? . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 Natureza na sociedade urbano-industrial . . . . . . . 13 Da sociedade de consumo à sociedade de hiperconsumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Problemas do hiperconsumismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Muito para poucos: a distribuição desigual. . . . . 19 É possível criar outra relação com o consumo? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 > CAPÍTULO 2 O que sobra depois do consumo: para onde vai meu lixo? . . . 24 Geração e destino dos resíduos sólidos no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Principais destinos do lixo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Breve histórico da política de gestão dos resíduos sólidos no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 O que tem no meu lixo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 E o lixo que vai para o mar? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Um caminho de oportunidades e práticas . . . . . 34 O que o mundo faz com os resíduos sólidos . . . 36 Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Eu também posso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 Saiba mais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Recursos naturais: usos e abusos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 UNIDADE 2 > CAPÍTULO 3 Visões de natureza . . . . . . . . 46 As diferentes visões de natureza na evolução da humanidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 O dualismo no pensamento grego . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 O dualismo no pensamento moderno . . . . . . . . . . . . . . . . 50 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 A natureza vista pelas comunidades tradicionais . . 52 Crise ambiental, novas ideologias e a ética ecológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Antropocentrismo e biocentrismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 > CAPÍTULO 4 Todos têm sede, mas nem todos têm água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .60 Disponibilidade hídrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Demanda por água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Acesso e degradação dos recursos hídricos . . . . 64 Saneamento básico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 Doenças transmitidas pela água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 Gestão dos recursos hídricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 Água como fonte de energia renovável . . . . . . . . . 69 Conflitos e gestão compartilhada . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 InvestigAção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .74 Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 Saiba mais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 SUMÁRIO D2-CH-EM-3075-V5-INICIAIS-001-009-LA-G21-AV.indd 6D2-CH-EM-3075-V5-INICIAIS-001-009-LA-G21-AV.indd 6 21/09/2020 00:5021/09/2020 00:50 Questões ambientais no mundo contemporâneo . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 UNIDADE 3 > CAPÍTULO 5 Mudanças climáticas e preservação das florestas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 Mudanças climáticas e aquecimento global . . . 82 Aquecimento global . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 Consequências locais e globais das mudanças climáticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84 Emissão de GEE no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86 As queimadas como fonte de GEE . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89 A importância das florestas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 Brasil: vegetação nativa × vegetação atual . . . . . . . . . . 92 O Código Florestal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 Crise ambiental e as comunidades tradicionais: outros caminhos são possíveis? ......94 Povos da floresta e Reservas Extrativistas . . . . . . . . . . . . 94 Povos e comunidades tradicionais no Cerrado . . . . . . 95 Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96 Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97 > CAPÍTULO 6 Desastres naturais ou humanos? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98 Desastres naturais no mundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 População em risco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102 Inundações e alagamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102 Movimentos de massa/deslizamentos . . . . . . . . . . . . . . . 103 Tempestades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105 Seca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106 Desertificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106 Gestão dos riscos ambientais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 InvestigAção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110 Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112 Saiba mais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113 Políticas ambientais e sociedade civil . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 UNIDADE 4 > CAPÍTULO 7 Políticas ambientais internacionais do século XXI . . . . . . . . . . . . 116 Conferências ambientais internacionais . . . . . . . 118 Maior atenção ao clima e à biodiversidade . . . 120 Interesses individuais em um mundo globalizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e a Agenda 2030 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122 Economia verde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124 Verde, outro nome para o chamado ambientalismo de mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125 Organizações à frente das causas ambientais globais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126 Greenpeace .................................................................... 126 WWF ................................................................................ 126 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127 Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128 Nossacomunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129 > CAPÍTULO 8 Políticas ambientais no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130 A proteção na forma de lei . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132 Quem cria e executa as leis ambientais . . . . . . . . . 134 As formas de fiscalizar e controlar os impactos ambientais da ação humana . . . . . 136 Os casos de Mariana e Brumadinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140 Questões ambientais ou socioambientais? . . . 141 A longa duração dos problemas socioambientais no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142 O Brasil na agenda internacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143 Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144 Eu também posso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146 Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148 Saiba mais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149 > FICHAS DE AUTOAVALIAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150 > BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152 > BIBLIOGRAFIA COMENTADA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157 Orientações para o professor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161 D2-CH-EM-3075-V5-INICIAIS-001-009-LA-G21-AV.indd 7D2-CH-EM-3075-V5-INICIAIS-001-009-LA-G21-AV.indd 7 21/09/2020 00:5021/09/2020 00:50 NESTE VOLUME Objetivos, justificativas, competências e habilidades Você já parou para pensar por que e para que estuda os conteúdos escolares? Eles devem ter importância para sua vida, sendo uma ferramenta a mais para que você, com seus colegas e professores, pensem em solu- ções para diferentes problemas do cotidiano, da sociedade brasileira e do mundo em geral. Apresentamos, a seguir, as justifi cativas (importância) e os objetivos (para que) de cada unidade deste livro e também indicamos competências e habilidades da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), cujos textos se encontram ao fi nal do livro. UNIDADE 1 Consumo responsável Justificativa • Por que é importante estudar este conteúdo? Podemos dizer que a questão do consumo excessivo de bens industrializados e a do lixo são duas faces da mesma moeda. E, mesmo aquelas sociedades que não estão entre as que mais con- somem, enfrentam problemas com a destinação do lixo, já que este é composto principalmente por resíduos que necessitam de destinação adequada e que não causem impactos ao ambiente. Daí a necessidade urgente de se discutir as reponsabilidades de cada um nessa questão, como governos, empresas e indivíduos. Objetivos • Devo estudar este conteúdo para... 1. Entender a origem, o desenvolvimento e as características da chamada sociedade do consumo, reconhecendo que é um modelo insustentável para as próximas gerações. 2. Diferenciar os ciclos produtivos baseados na economia linear e circular, avaliando o risco do esgotamento dos recursos naturais. 3. Compreender que a sociedade do hiperconsumo prioriza a compra de bens que expressam a subjetividade e os valores de quem os compra. 4. Relacionar práticas de consumo às infl uências dos meios de comunicação e aos impactos ambientais que provocam. 5. Analisar ações de governos e empresas, e conhecer prá- ticas, como a economia solidária e o comércio justo, que aliem desenvolvimento com preservação ambiental. 6. Analisar a geração e o descarte do lixo, refl etindo sobre os impactos no ambiente e na vida das pessoas. 7. Relacionar produção de resíduos sólidos no mundo e no Brasil ao nível de renda e às práticas de consumo de países, grupos sociais e indivíduos. 8. Utilizar coleta e análise de diversos tipos de informações em diferentes tipos de linguagens, como mapas e gráfi cos. 9. Conhecer e avaliar os avanços da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), assim como os obstáculos para sua implementação. 10. Investigar a gestão dos resíduos sólidos em seu municí- pio, a fi m de refl etir sobre medidas que levem em conta a responsabilidade compartilhada. Competências e habilidades Competências gerais 1, 2, 3, 7 e 10 Competências específi cas 1, 3 e 6 Habilidades EM13CHS103, EM13CHS106, EM13CHS301, EM13CHS302, EM13CHS303, EM13CHS304, EM13CHS305, EM13CHS601 UNIDADE 2 Recursos naturais: usos e abusos Justificativa • Por que é importante estudar este conteúdo? Para muitos setores da sociedade urbano-industrial contempo- rânea, a natureza está a serviço dos seres humanos. Esta visão levou, ao longo do tempo, a impactos socioambientais que passaram a colocar a biodiversidade mundial e vidas humanas em risco. Entre os recursos que foram “usados e abusados” está a água, necessária para existência da vida e inúmeras atividades econômicas. Assim, discutir o modo como nos relacionamos com a natureza, considerando a sustentabilidade econômica e socioambiental, se faz urgente. Objetivos • Devo estudar este conteúdo para... 1. Criticar a oposição entre natureza e cultura compreen- dendo que as paisagens resultam da interação entre sociedade e natureza. 2. Compreender as diferentes visões da natureza ao longo da história, refl etindo sobre as relações entre os seres humanos e a natureza no mundo contemporâneo. 3. Contrapor a visão predatória da natureza com práticas sustentáveis utilizadas por comunidades tradicionais. 4. Conhecer diferentes ideologias ambientalistas, refl etindo sobre a ética ambiental na contemporaneidade. 5. Refl etir sobre a crescente demanda pela água no século XXI e a necessidade de adoção do uso responsável desse recurso natural. 6. Identifi car e compreender fatores da desigualdade no acesso à água, de modo a avaliar políticas públicas para minimizar esse problema. 7. Identifi car doenças transmissíveis pela água e debater medidas para a diminuição da ocorrência delas. 8. Reconhecer a importância de uma gestão efi ciente dos recursos hídricos e refl etir sobre ações para promover a educação ambiental da comunidade escolar. 9. Discutir o papel das hidrelétricas como fontes de energia renováveis no país, reconhecendo benefícios e impactos ambientais e sociais. 10. Conhecer confl itos e exemplos de gestão compartilhada dos recursos hídricos no mundo e no Brasil, de modo. 11. Utilizar coleta e análise de dados em diferentes tipos de linguagens, como gráfi cos e mapas. Competências e habilidades Competências gerais 1, 2, 7 e 10 Competências específi cas 1, 2, 3, 5 e 6 Habilidades EM13CHS101, EM13CHS102, EM13CHS103, EM13CHS104, EM13CHS105, EM13CHS202, EM13CHS206, EM13CHS301, EM13CHS302, EM13CHS304, EM13CHS305, EM13CHS306, EM13CHS501, EM13CHS601, EM13CHS604 D2-CH-EM-3075-V5-INICIAIS-001-009-LA-G21.indd 8D2-CH-EM-3075-V5-INICIAIS-001-009-LA-G21.indd 8 20/09/2020 23:5320/09/2020 23:53 UNIDADE 3 Questões ambientais do mundo contemporâneo Justificativa • Por que é importante estudar este conteúdo? Os problemas ambientais do mundo atual, como o aqueci- mento global e as secas, têm causas naturais ou humanas?Essa é uma discussão bastante atual e, embora, muitos eventos naturais sempre marcassem a história da Terra, pesquisas demonstram que a ação humana vem acelerando problemas ambientais globais e ampliando ou aprofundando outros, como a questão das inunda- ções e dos deslizamentos em cidades, que fazem vítimas no Brasil e no mundo. Assim, refl etir sobre a ação de diferentes atores (indi- víduos, governos, indústrias etc.) em diferentes escalas (do local ao global) se faz urgente. Objetivos • Devo estudar este conteúdo para... 1. Reconhecer o processo natural da história evolutiva da Terra e as ações humanas nas mudanças climáticas. 2. Identifi car evidências científi cas das mudanças climáticas, refl etindo sobre ações para conter a aceleração das altera- ções dos climas em escala mundial, regional e local. 3. Identifi car consequências locais e globais das mudanças cli- máticas, propondo soluções que respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental. 4. Analisar emissões dos gases do efeito estufa (GEE) no Brasil, de modo a refl etir sobre ações que possam reduzi-las no município, na Unidade da Federação e no país. 5. Identifi car a cobertura vegetal do município e na Unidade da Federação da comunidade escolar, de modo a problematizar o desmatamento e a importância da preservação das fl orestas para a regulação das temperaturas médias do planeta. 6. Conhecer aspectos do Código Florestal brasileiro avaliando os diferentes pontos de vista sobre eles. 7. Compreender o papel de comunidades e povos tradicionais refl etindo como o modo de vida desses grupos pode ser aliado ao conhecimento científi co sobre sustentabilidade. 8. Entender que eventos naturais são considerados desastres quando seres humanos vivem nas áreas onde ocorrem. 9. Classifi car a origem dos desastres naturais e identifi car perdas humanas e econômicas no mundo e no Brasil. 10. Relacionar desastres naturais a situações de vulnerabilidade, problematizando ações para evitar ou minimizar os impactos. 11. Utilizar coleta e análise de diversos tipos de informação em diferentes linguagens, como gráfi co, esquema, texto e tabela. Competências e habilidades Competências gerais 1, 5, 7 e 10 Competências especí� cas 1, 2, 3 e 6 Habilidades EM13CHS101, EM13CHS103, EM13CHS104, EM13CHS106, EM13CHS202, EM13CHS206, EM13CHS302, EM13CHS304, EM13CHS305, EM13CHS306, EM13CHS601 UNIDADE4 Políticas ambientais e sociedade civil Justificativa • Por que é importante estudar este conteúdo? Acordos e políticas ambientais nos países e entre eles são fun- damentais para regular as relações entre a sociedade e natureza. Afi nal, diferentes grupos têm visões diversas sobre a exploração dos recursos naturais e sobre impactos ambientais. Assim, valori- zar as lutas em favor de comunidades tradicionais e do ambiente pelo cumprimento de acordos e leis, no Brasil e na comunidade internacional, se faz necessário para evitar retrocessos e promover a sustentabilidade socioambiental. Objetivos • Devo estudar este conteúdo para... 1. Conhecer organizações e políticas internacionais do século XXI relacionadas à preservação ambiental, de modo a iden- tifi car soluções inovadoras para o consumo e produção sustentáveis. 2. Discutir os limites dos esforços internacionais para a pre- servação ambiental, de modo a perceber que é preciso assegurar a assinatura e o cumprimento dos acordos fi r- mados pelos países e o envolvimento da sociedade civil. 3. Compreender que o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) depende das ações de organismos globais, de governos locais e da sociedade civil. 4. Compreender os conceitos de economia verde e ecossocia- lismo, a fi m de confrontar os argumentos que sustentam cada uma dessas propostas. 5. Conhecer organizações ambientalistas, a fi m de identifi car ações globais e locais dessas organizações. 6. Conhecer a legislação ambiental do Brasil e identifi car os órgãos responsáveis pela fi scalização e execução dessas leis, de modo a destacar a importância da participação da população na cobrança dos órgãos responsáveis, denúncias de crimes, entre outras formas. 7. Compreender que as questões ambientais estão relacio- nadas às esferas política, econômica e social do país, de modo a avaliar as complexas relações entre a natureza e a sociedade a partir da realidade do município ou da Unidade da Federação da comunidade escolar. Competências e habilidades Competências gerais 1, 7, 9 e 10 Competências especí� cas 1, 3 e 6 Habilidades EM13CHS103, EM13CHS104, EM13CHS304, EM13CHS305, EM13CHS306, EM13CHS604, EM13CHS606 D2-CH-EM-3075-V5-INICIAIS-001-009-LA-G21-AV.indd 9D2-CH-EM-3075-V5-INICIAIS-001-009-LA-G21-AV.indd 9 21/09/2020 00:5121/09/2020 00:51 © 2 02 0 - T H E AN DY W AR H O L FO U N D AT IO N F O R TH E VI SU AL A RT S, IN C. / L IC EN SE D B Y AU TV IS , B RA SI L. 10 © 2 02 0 - T H E AN DY W AR H O L FO U N D AT IO N F O R TH E VI SU AL A RT S, IN C. / L IC EN SE D B Y AU TV IS , B RA SI L.UNIDADE 10 1 ■ Latas de sopa Campbell (1962), de Andy Warhol. Suas obras se particularizam pelo uso de cores brilhantes, pela representação de materiais industrializados e pelo exagero do efeito de simultaneidade, como se observa na repetição das telas na imagem ao lado. Consumo responsável Os artistas da pop art, movimento estético que teve seu auge na década de 1960, utilizavam em suas obras imagens de embalagens, propagandas, pop stars, perso- nagens da televisão, cinema e quadrinhos e de outros aspectos da vida cotidiana e da chamada cultura de massa. Uma das possíveis intenções dos artistas era fazer uma crítica ao consumismo e à influência que os produ- tos fabricados em massa exerciam na vida das pessoas. Contraditoriamente, a exposição acabava populari- zando ainda mais o produto, como no caso das sopas Campbell, que inspirou a obra do estadunidense Andy Warhol (1928-1987), na imagem ao lado. Enlatados, assim como outros tipos de alimentos processados, surgiram com a industrialização e foram, por muito tempo, asso- ciados a uma vida moderna e urbanizada. Os alimentos industrializados continuam inspirando críticas, mas rela- cionadas aos efeitos negativos na saúde das pessoas e a quantidade de uso de embalagens, por exemplo. 1. Você acha que as embalagens de alimentos e as propa- gandas o influenciam a consumir mais? 2. Como as atitudes das pessoas em relação ao consumo influenciam a produção dos resíduos sólidos? NÃO ESCREVA NO LIVRO D3-CH-EM-3075-V5-U1-C1-010-023-LA-G21_AVU1.indd 10D3-CH-EM-3075-V5-U1-C1-010-023-LA-G21_AVU1.indd 10 20/09/20 14:0120/09/20 14:01 111111 RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA Você se preocupa com a quantidade de lixo que produz ou com o destino dele? Um dos grandes problemas do consumo de produtos industrializados é a quantidade de resíduos sólidos gerada. No Brasil, desde 2010 está em vigor a lei no 12 305, que instituiu a Política Nacional dos Resíduos Sólidos. Essa lei estabelece a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, envolvendo fabricantes, cidadãos e governos. Diante dessa realidade, qual é o seu papel como cidadão? Ao longo deste projeto, você e seus colegas vão buscar respostas para essa pergunta e irão criar uma campanha para realização da coleta seletiva na comunidade. RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA D3-CH-EM-3075-V5-U1-C1-010-023-LA-G21_AVU1.indd 11D3-CH-EM-3075-V5-U1-C1-010-023-LA-G21_AVU1.indd 11 20/09/20 14:0120/09/20 14:01 1 CAPÍTULO Você já parou para pensar quantos e quais produtos consome diaria- mente? Todos eles são essenciais? O consumo faz parte do nosso cotidiano e é influenciado por uma série de fatores, como costumes, crenças, práti- cas sociais, que vão desde necessidades básicas para nossa sobrevivência, como alimentos, até aquelas que são construídas de forma subjetiva, em que não ocorre uma reflexão sobre as razões pelasquais consumimos, por exemplo, a compra de celulares de última geração. As sociedades pós-industriais estabeleceram padrões tão eleva- dos de consumo, que, no futuro, os recursos naturais poderão não ser mais suficientes. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), esti- ma-se que daqui a 50 anos sejam necessários dois planetas Terra para atender os patamares atuais de produção e de consumo de mercadorias do mundo. Diante desse panorama, torna-se fundamental pensar em mudanças no padrão de consumo da sociedade atual. Além dos recursos naturais, a aquisição de um novo produto consome também horas de dedicação ao trabalho. Você imagina quantas horas de trabalho são necessárias para ganhar uma remuneração e ter dinheiro para comprar um par de tênis? E um aparelho celular? Considerando que a renda média mensal do brasileiro, de acordo com o IBGE, corres- pondia, em 2019, a 2.308 reais e que a jornada de trabalho no mês era de 176 horas, seriam necessárias aproximadamente 15 horas de trabalho para comprar um par de tênis no valor de R$ 200 reais. Para obter um celular no valor de 1.500 reais seria necessário trabalhar cerca de 114 horas. A quantidade de horas de trabalho necessárias para obter um salário e comprar determinados produtos não essenciais é um dos aspectos que nos ajuda a refletir sobre a relação que construímos com os bens e os serviços divulgados diariamente nos meios de comunicação, como fundamentais para nossa vida. Em que medida nossa felicidade está con- dicionada ao consumo, levando-nos ao ciclo vicioso relacionado à vontade de adquirir cada vez mais? Neste capítulo vamos discutir sobre esta e outras questões. Consumir para viver ou viver para consumir? Sociedade pós-industrial Sociedade na qual se dá a ascensão das atividades econômicas relacionadas aos serviços e declínio das industriais. ■ Eletrodomésticos são itens desejados por consumidores. Na fotografia, pessoas disputam televisores em uma liquidação em São Paulo (SP), 2017. AN AN D A M IG LI AN O /F U TU RA P RE SS Consultar as Orientações para o professor para obter mais informações sobre o capítulo e sobre o trabalho com as atividades. 12 D3-CH-EM-3075-V5-U1-C1-010-023-LA-G21_AVU1.indd 12D3-CH-EM-3075-V5-U1-C1-010-023-LA-G21_AVU1.indd 12 20/09/20 14:0120/09/20 14:01 Natureza na sociedade urbano-industrial A consolidação do capitalismo como sistema econômico e social acon- teceu principalmente com as Revoluções Industriais, que introduziram diversas inovações tecnológicas e possibilitaram, direta e indiretamente, o aumento da produção e do consumo de bens e serviços. O processo de industrialização, os avanços técnicos e tecnológicos, a redução dos custos de transporte, as propagandas e os preços rela- tivamente acessíveis contribuíram para originar a chamada sociedade de consumo. Nesse tipo de sociedade, o processo de subjetivação dos indivíduos é marcado pelo ato de consumir. Fundamental para o funcionamento do sistema produtivo capita- lista, o ato do consumo é caracterizado, em geral, pela padronização, pois o mesmo produto de uma determinada marca é comercializado e comprado em diversas regiões do mundo. Além disso, as relações entre as pessoas passam a ser moldadas pelo consumo não somente de produtos, mas de informações, bens culturais etc. Na sociedade de consumo, milhões de mercadorias são produzidas diariamente. Por isso, é fundamental que a compra de produtos seja incentivada, com o intuito de escoar a produção, assegurar a circulação de riquezas, gerar lucro e sustentar o ciclo produtivo (produzir, vender, comprar, consumir, descartar, produ- zir, vender…). Se esse ciclo “emperra” por causa da redução no consumo, os estoques de mercadorias se acu- mulam, fábricas são desativadas, trabalhadores perdem seus empre- gos e a economia entra em crise. O marketing é instrumento fundamental nesse ciclo produ- tivo, pois incentiva o consumo, mantendo o capitalismo em pleno funcionamento. Propagandas e publicidades são constantemente veiculadas pelos meios de comuni- cação de massa, como a televisão, o rádio, a internet e o cinema, com o objetivo de influenciar o consumi- dor a adquirir os bens e serviços. Processo de subjetivação Formação de um indiví- duo a partir do contato com elementos externos, como informações e experiências, que são interiorizados e que transformam o sujeito. Esse processo contribui para a formação da iden- tidade de uma pessoa. Marketing Conjunto de atividades orientado a entender e atender as necessidades do consumidor, promo- vendo o relacionamento entre cliente e marcas e gerando lucros para empresas por meio das vendas. ■ A Times Square, na cidade de Nova York (Estados Unidos), é um local emblemático pela quantidade excessiva de anúncios e propagandas existentes nas fachadas dos edifícios. Fotografia de 2018. BE RN AD ET T PO G ÁC SÁ S- SI M O N /A LA M Y/ FO TO AR EN A 13 D3-CH-EM-3075-V5-U1-C1-010-023-LA-G21_AVU1.indd 13D3-CH-EM-3075-V5-U1-C1-010-023-LA-G21_AVU1.indd 13 20/09/20 14:0120/09/20 14:01 Esse tipo de ciclo produtivo se baseia, em geral, em uma economia linear, caracterizada pela grande extração de recursos naturais, em um processo de extração-produção-descarte, sem o reaproveitamento de resíduos. Observe a figura a seguir. Economia linear Fonte: ALLEN, A. Economia linear, economia circular e blockchain. A criação, 9 jul. 2018. Disponível em: http://www.acriacao.com/economia-linear-economia-circular-e-blockchain/. Acesso em: 29 jul. 2020. SO N IA V AZ SO N IA V AZ Recursos naturais Matéria- -prima Manufatura Distribuição Uso/ consumo Descarte ■ A economia linear é baseada no processo extração-produção- -descarte e provoca o risco do esgotamento dos recursos naturais. Além de utilizar excessivamente os recursos naturais, os processos da economia linear geram grandes volumes de resíduos que impactam e degradam o ambiente. A degradação ambiental é uma das conse- quências negativas do modo como ocorreu a industrialização, associada à expansão do modo de produção capitalista e das sociedades de consumo. Até algumas décadas atrás, a degradação ambiental era entendida como consequência inevitável do processo industrial e do desenvolvi- mento econômico, o que provocou grande deterioração dos recursos naturais, mais acentuada em algumas regiões do mundo. Entre os impactos gerados pela atividade industrial estão: a liberação de gases que poluem o ar, prejudicando as condições de saúde da população; a poluição das águas superficiais por efluentes de indústrias (rejeitos líquidos), cau- sando a mortandade de animais; a contaminação do solo e das águas subterrâneas em razão da dis- posição inadequada de resíduos sólidos e líquidos da produção industrial. Agora observe ao lado o ciclo produtivo pau- tado na economia circular. Você consegue notar as diferenças? A economia circular é um modelo desenvol- vido com base na ideia de sustentabilidade. Nele os materiais são utilizados ao máximo para reduzir o desperdício de recursos naturais e os produtos são projetados para que seus componentes sejam reu- tilizados. Além disso, o ciclo produtivo é baseado em fontes renováveis de energia, substituição de produtos tóxicos e eliminação de resíduos indus- triais, reduzindo os impactos ambientais. Economia circular Resíduos Reciclagem Design Produção re-transformação Distribuição Consumo, utilização reutilização reparação Recolha Matérias- -primas Economia circular ■ Na economia circular, a reutilização, a reparação de produtos e a reciclagem do material descartado são elementos inseridos no ciclo produtivo. Fonte: ALLEN, A. Economia linear, economia circular e blockchain. A criação, 9 jul. 2018. Disponível em: http://www.acriacao.com/ economia-linear-economia-circular-e-blockchain/. Acesso em: 29 jul. 2020. Degradação ambiental Alterações nas caracte- rísticas do ambiente, por açõesantrópicas ou natu- rais, que diminuem a sua capacidade de sustentar a vida e seu potencial de renovação de recursos naturais. 14 D3-CH-EM-3075-V5-U1-C1-010-023-LA-G21_AVU1.indd 14D3-CH-EM-3075-V5-U1-C1-010-023-LA-G21_AVU1.indd 14 20/09/20 14:0120/09/20 14:01 http://www.acriacao.com/economia-linear-economia-circular-e-blockchain/ http://www.acriacao.com/economia-linear-economia-circular-e-blockchain/ Da sociedade de consumo à sociedade de hiperconsumo No início do século XX, alguns países alcança- ram um estágio de desenvolvimento econômico, industrial e tecnológico avançado. Nos chamados países industrializados, o crescimento acelerado da população, especialmente nas áreas urbanas, e a ampliação das atividades, como o comércio e a prestação de serviços, contribuíram para as profundas transformações da força de trabalho e ampliação do poder de consumo dos indivíduos. Isso fez com que um número crescente de con- sumidores tivesse acesso a bens variados, como alimentos industrializados, automóveis, eletrodo- mésticos. Esse movimento teve início na década de 1920, mas foi especialmente forte no período pós-Segunda Guerra Mundial, nos Estados Unidos e em países euro- peus. Nesse contexto, o ato de consumir deixou de ser um privilégio das camadas mais ricas da sociedade, disseminando-se entre a população de média e baixa renda. Nos Estados Unidos, por exemplo, o período após a Segunda Guerra Mundial apresentou um grande crescimento de produção e consumo, na medida em que o país despontava como uma nova liderança no cenário geopolítico internacional, enquanto as demais potências da Europa e o Japão se recuperavam economicamente das duas grandes guerras mundiais. Nesse contexto, o modelo de sociedade estadunidense passou a ser referência para diversos países. O American way of life, isto é, o estilo de vida americano, pautado em ideais e comportamentos liberais, estimu- lava o consumo por meio das propagandas e publicidades veiculadas nos principais meios de comunicação, especialmente o cinema. Esse modo de viver influenciou as sociedades de outros países, criando a ideia de que o exercício da cidadania, da felicidade e da liberdade estava asso- ciado com a capacidade de consumir bens industriais. Durante a segunda metade do século XX, mesmo o grupo de países considerados em desen- volvimento, como era o caso do Brasil, foi influenciado por esse modelo de comportamento baseado na valorização excessiva do consumo. ■ O American way of life se tornou referência para diversos países em meados do século XX, contribuindo para o elevado crescimento da produção e do consumo de bens e serviços. TH E AD VE RT IS IN G AR CH IV ES /B RI D GE M AN IM AG ES /F O TO AR EN A NÃO ESCREVA NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM • Analise de que forma os elementos contidos na imagem acima revelam características do chamado American way of life. 15 D3-CH-EM-3075-V5-U1-C1-010-023-LA-G21_AVU1.indd 15D3-CH-EM-3075-V5-U1-C1-010-023-LA-G21_AVU1.indd 15 20/09/20 14:0120/09/20 14:01 Até o final do século XX a sociedade de consumo se disseminou por diversas regiões do mundo. Porém, na transição do século XX para o século XXI, esse tipo de sociedade começou a se transformar, surgindo, segundo o filósofo francês Gilles Lipovetsky (1944-), uma sociedade de hiperconsumo. Enquanto a sociedade de consumo foi marcada pela expansão da produção de bens padronizados e semelhantes, sendo os eletrodo- mésticos um símbolo importante, a sociedade de hiperconsumo foi marcada pela individualização do consumidor. Nesse contexto, as empresas passaram a investir na criação de bens personalizados e na venda das chamadas “experiências”. A lógica de consumo se fundamenta cada vez mais na compra de bens que expressariam a subjetividade e os valores do consumidor. Por isso, há um investimento crescente na construção de marcas e símbolos que representem as qualidades únicas das mercadorias de determinadas empresas. Nesse contexto, para o indivíduo não basta ser capaz de comprar um aparelho celular ou uma roupa, mas é importante adquirir bens que simbolizem ou expressem seus valores e visão de mundo. É por isso que Lipovetsky afirma que, na sociedade de hipercon- sumo, o consumo passa a ter uma função subjetiva cada vez maior. Os indivíduos consomem bens não por sua utilidade genérica, mas pela forma como eles podem ajudá-lo a expressar sua personalidade e a vivenciar suas experiências no mundo. Um aparelho celular não é vendido apenas por ser um símbolo de distinção social, mas por expressar valores subjetivos, como ser descolado. Além disso, na sociedade de hiperconsumo, não há limite de espaço e tempo para consumir, pois com a internet podem-se obter produtos a qualquer hora e local. Muitas coisas se tornam consumí- veis e as redes sociais intensificam essa experiência na medida em que os indivíduos podem exibir sua vida a todo momento. Uma viagem transforma-se em um bem de consumo no momento em que as pessoas publicam suas fotografias e vídeos para milhares de seguidores, com o objetivo de afirmar sua identidade e divulgar seu estilo de vida. ■ Atualmente, a escolha de um modelo de smartphone ou outro dispositivo eletrônico pode representar determinado modo de se comunicar e relacionar com a sociedade. Na fotografia, lançamento de novo modelo de smartphone nos Estados Unidos, em 2018. N O AH B ER G ER /A FP 16 D3-CH-EM-3075-V5-U1-C1-010-023-LA-G21_AVU1.indd 16D3-CH-EM-3075-V5-U1-C1-010-023-LA-G21_AVU1.indd 16 20/09/20 14:0120/09/20 14:01 Problemas do hiperconsumismo A sociedade de hiperconsumo pode ser pensada como uma radica- lização do consumismo que marcou o século XX. O gráfico ao lado revela os dados da produção global de plástico de 1950 a 2016 e a projeção para o ano de 2030. O crescimento da produção desse material ajuda a demonstrar como o consumo de bens industrializados aumentou nas últimas décadas, já que muitos deles são constituídos ou possuem com- ponentes plásticos. Outros dados também ajudam a compreender como o consumo excessivo torna insustentável o atual modelo de produção, em função do esgotamento dos recursos naturais. De acordo com os dados publicados pela Organização das Nações Unidas (ONU), desde a década de 1970 até o ano de 2017 a extração de recursos naturais (biomassa, com- bustíveis fósseis, minerais metálicos e não metálicos, água e solo) mais do que triplicou. No caso dos combustíveis fósseis, houve um aumento de 45% no uso de petróleo, gás natural e carvão mineral. Acredita-se que até 2060 o uso de recursos extraídos da natureza irá dobrar e chegar a 190 bilhões de toneladas, ante os 92 bilhões regis- trados em 2017. Esse panorama deverá contribuir para o aumento de 43% das emissões de gases do efeito estufa. NÃO ESCREVA NO LIVRO> MEUS ARGUMENTOS • De acordo com o filósofo Gilles Lipovetsky, vivemos atualmente em uma sociedade na qual os hábitos de consumo estão associados ao processo de construção de nossas subjetividades. Por isso, há uma relação profunda entre consumir e a construção da autoestima. Para muitos, a individualidade e a personalidade são afirmadas por meio do consumo. E, quem não pode consumir, acaba tendo sua autoimagem afetada. Reflita sobre essa questão e elabore um texto argumentativo, pensando em ações que podem ajudar a fortalecer a autoestima sem associá-la ao consumo. Produção global de plástico, 1950-2030 100 0 200 500 400 300 600 Ano Milhões de toneladas 19701960 20001980 1990 2010 2016 20301950 Projeção 2 8 35 70 120 213 313 396 550 A produção de plástico virgem neste século equivale a tudo que foi produzido entre 1950 e 2000. ■ A produção global de plástico aumentou significativamente ao longo do período retratado. Esses dados estão relacionados ao crescimento do consumo de bens materiais. Fonte: VASCONCELOS, Y. Planeta plástico. Pesquisa FAPESP, São Paulo, ano 20,
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