@import url(https://fonts.googleapis.com/css?family=Source+Sans+Pro:300,400,600,700); APONTAMENTOS SOBRE AS INOVAÇÕES FINANCEIRAS As inovações dos produtos e serviços financeiros passaram a ser, a partir da década de 1970, um importante mecanismo de defesa da concorrência entre as instituições (Carvalho et al, 2007). Desse jeito, as corporações ligadas ao setor bancário e financeiro deixam de pensar exclusivamente em como permanecer no mercado, e passam a pleitear seus concorrentes por meio de pesquisas e produções voltadas para o aperfeiçoamento de seus itens. Uma vez que fazendo isto estão alcançando uma maior parcela de mercado, por conseguinte enraizando sua marca com os clientes. Assim, conforme aponta Muniz (2010) as inovações financeiras tecnológicas só são possíveis devido a adaptabilidade das instituições aos acontecimentos políticos e econômicos, sejam eles na conjuntura internacional ou na conjuntura de seu país de referência. Dessa maneira, vê-se também para Tufano (2003 apud Andrade, 2015) o qual afirma \u201c[...] a inovação financeira é um processo contínuo no qual as partes tentam diferenciar seus produtos e serviços, respondendo a mudanças graduais e repentinas na economia\u201d. Isto significa que as corporações possuem em seu escopo um alto padrão tecnológico que as permitem agir de maneira sagaz às peripécias que ocorrem rotineiramente. Um notável exemplo para demonstrar isso foi o pagamento via rede social estimulado a partir dos entraves ocorridos durante a Pandemia do Covid-19. Esse tipo de serviço permite que o usuário realize transferências diretamente da sua conta do WhatsApp. Sob essa perspectiva, encaixam-se também os cartões por aproximação que surgiram, em primeiro lugar, para reduzir o contato entre o cliente e o estabelecimento no cenário da Pandemia. Mas, após, percebeu-se que esse produto reduziu significativamente o tempo de atendimento nos mais diversos estabelecimentos. Outra forma de enxergar as inovações são por meio dos bancos digitais que ofertam ao cliente a possibilidade de abertura de conta de forma rápida e gratuita. Tais bancos captaram majoritariamente jovens que não possuem renda fixa. Por um lado, vê-se a relevância dessas novas instituições, elas são capazes de incluir diversos indivíduos no mercado bancário. E por conquistar um público alto, esses bancos passaram pelo processo de necessidade de inovação de seus produtos e serviços. Visto que embora o próprio banco digital seja uma inovação demasiada, as poucas barreiras à entrada fazem com que diversos novos bancos entrem em tal mercado elevando a concorrência. Assim, como é visto em Marques, Freitas & Paula (2022):Com o sucesso alcançado com as contas digitais, essas instituições conquistaram milhares de clientes e passaram a desenvolver mais produtos e serviços, agregando valor às suas marcas e concorrendo frontalmente com os bancos tradicionais na conquista de clientes e na imagem de efetividade e custo x benefício das instituições financeiras (MARQUES, FREITAS & PAULA, 2022, p.10). Além disso, os bancos digitais são interessantes para revelar também a atuação direta que os órgãos governamentais precisam possuir sobre as inovações. A digitalização de dados financeiros individuais faz com que estes estejam à deriva de vazamentos para terceiros, assim sendo, são necessárias criações de leis de proteção, como é o caso da lei n 13.709 de 2018, a Lei Geral de Proteção de Dados, que regula e assegura que as informações pessoais concedidas a instituições públicas e privadas permaneçam resguardadas apenas para uso das instituições as quais as informações foram cedidas. Outrossim, além de buscar reduzir a concorrência, as instituições podem buscar também reduzir os seus custos e por isso inovam, conforme aponta Carvalho et al (2007) \u201cA ocasião propícia para inovar pode ser aquela em que insumos usados normalmente na atividade tornam-se, por qualquer razão, mais caros\u201d. Isto pode ser observado no contexto de implementação das transferências via PIX no Brasil. Esta tecnologia surgiu em um momento com dois grandes alvos. O primeiro se refere aos bancos digitais que oferecem serviços gratuitos, inclusive a gratuidade para algumas formas de transferências. O segundo alvo se refere a crise econômica que reduz a utilização de transferências via Transferência Eletrônica Disponível (TED) e Documento de Ordem de Crédito (DOC), pois são cobradas tarifas sobre essas operações. Desse jeito, algumas instituições, ao passo que visam reduzir seus custos internos, buscam reduzir alguns dos custos do cliente. Custos estes que são decisórios no momento de escolha da abertura de conta de pessoa física e/ou jurídica. Não obstante, a inovação e digitalização dos ativos e meios de pagamento podem ser enxergados como um importante passo para a abertura e integração dos mercados financeiros em âmbito internacional. Junto a isso, vê-se a também o papel dos grandes bancos de dados e da inteligência artificial que promovem a coleta de dados e por meio de algoritmos permitem a criação de plataformas e serviços específicos os quais os clientes procuram. Uma inovação realizada por meio da inteligência artificial foi a criação das assistentes virtuais nos sites e aplicativos das corporações. Tais assistentes sanam duvidas rápidas e rotineiras dos clientes reduzindo o tempo de ida do cliente ao espaço físico da instituição. Evidencia-se também o serviço Open Banking que recentemente modificou a estrutura e relacionamento interbancário. Esse sistema permite o compartilhamento de dados pessoais financeiros entre os bancos, se autorizados pelo indivíduo. Essa tecnologia de compartilhamento é considerável pois facilita na oferta e cálculo de linhas de crédito para os clientes, além de oferecer os produtos de acordo com cada perfil. Ressalta-se que o Open Banking não reduziu de forma alguma a concorrência bancária, mas elevou a corrida pela elaboração de novos produtos e serviços que cativem e chamem atenção dos clientes.
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