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Legislação Aplicada à Logística

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18/11/2022 22:28 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/26
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEGISLAÇÃO APLICADA
AULA 3
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Rosinda Angela da Silva
18/11/2022 22:28 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/26
CONVERSA INICIAL
Nas aulas anteriores, conhecemos os principais conceitos introdutórios sobre a legislação no
contexto geral e também tivemos uma noção dos tributos, que fazem parte do universo da logística.
Chegou, então, o momento de estudarmos alguns elementos da legislação aplicada às atividades
logísticas.
Considerando esse objetivo a ser alcançado, caro estudante, convidamos você para embarcar
nesta aula!
Bons estudos!
CONTEXTUALIZANDO
Embora a logística seja muito antiga, como já comentamos em outras aulas, sua ascensão a uma
área essencial para o crescimento de uma nação e merecedora de estudos técnicos e científicos é
recente. No entanto, isso não é negativo, pois a logística começou a ser desenvolvida a partir de um
momento em que a humanidade já conhecia e utilizava muitos recursos naturais e tecnológicos, que
foi após a Segunda Guerra Mundial.
Créditos: Byron Ortiz/Shutterstock.
18/11/2022 22:28 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/26
Com o desmantelamento dos campos de batalha, a prática logística começou a ser utilizada nas
organizações para atender às novas necessidades da sociedade em tempos de paz. Com a ampliação
das áreas participantes da logística (compras, movimentação, recebimento, transporte, cadeia de
suprimentos, distribuição, ciclo reverso etc.), surgiu a necessidade de enquadramento legal e fiscal
das atividades.
Parte das atividades logísticas são administrativas, como planejamento, programação, controle,
negociação, atendimento, rastreamento, gestão dos estoques e outros. Nesse caso, o
enquadramento ocorreu naturalmente nas áreas que já estavam reguladas perante a legislação. Já as
outras atividades mais operacionais que surgiram posteriormente às antigas leis e decretos
precisaram ser regulamentadas para atender a esse novo cenário.
Diante desse contexto, estudaremos alguns pontos em que a logística é impactada por
legislações específicas e outras, nos quais a profissão Logística foi incorporada ao ordenamento
jurídico já existente.
TEMA 1 – PRINCIPAIS PONTOS DE IMPACTO DA LEGISLAÇÃO
LOGÍSTICA
A logística é comumente afetada pela legislação em diferentes vertentes porque é uma das áreas
de gestão mais abrangentes que temos na atualidade.
Observe o alcance da logística: transporte, armazenagem, movimentação, tecnologia, agricultura,
indústria, construção civil, serviços essenciais como alimentação, farmacêutica, hospitalar, além de
portos, aeroportos, fronteiras terrestres, reversa, de última milha, urbana, verde, cabotagem,
ferroviária, suprimentos, distribuição, estoques, centros de distribuição, condomínios logísticos, e-
commerce, cadeia do frio, coleta e transporte de resíduos, transporte de cargas especiais etc.
Analise todas essas áreas (que sabemos que não são as únicas) e pense na quantidade de leis,
normas, decretos, regulamentos etc. que impactam nas operações logísticas. Lembrando que temos a
União, os Estados e o Municípios legislando, então podemos concluir que não é possível estudar
todos os elementos envolvidos em poucas aulas, por isso estudaremos somente alguns.   
1.1 EMPRESAS DE LOGÍSTICA
18/11/2022 22:28 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/26
É comum que as grandes organizações tenham, em suas dependências, departamentos
completos de logística, ainda assim, não são empresas de logística. Essas grandes organizações
podem ser indústrias, varejistas, importadoras e prestadoras de serviços que utilizem certos materiais
como materiais de higiene e limpeza, Equipamentos de Proteção Individual (EPI) etc. No entanto, por
mais que apresentem intensas atividades logísticas, estas não se caracterizam como suas atividades-
fim, pois são atividades intermediárias que viabilizam o seu negócio. Exemplo: uma indústria pode ter
como atividade-fim: produzir, fabricar, transformar, montar, industrializar, ou outra similar. Então,
para essa indústria, a logística é uma atividade-meio para atingir seu objetivo.
Como empresas de logística, temos:
Courier: as empresas conhecidas como courier têm como foco a entrega rápida de
mercadorias, preferencialmente de pequeno porte. Para agilizar as entregas, principalmente nos
grandes centros urbanos, utilizam: motos, veículos, vans, veículos utilitários de cargas (VUCs),
bicicletas e, para viagens internacionais, aviões. Como exemplos, temos a FEDEX, DHL Express,
TNT Express, Daytona Express, UPS do Brasil, e diversas outras empresas que atendem ao
mercado nacional. Em se tratando de legislação, as empresas courier que atuam
internacionalmente estão contempladas na Instrução Normativa n. 1737 de 15 setembro de
2017 da Receita Federal do Brasil (IN/RFB n. 1737) que trata do tratamento tributário e controle
aduaneiro aplicáveis às remessas internacionais. Em 2018, foi divulgada a Instrução Normativa
RFB n. 1.847 (IN/RFB n. 1.847) de 28 de novembro de 2018, a qual altera alguns artigos da
IN/RFB n. 1737. Além disso, as couriers também precisam atender o que solicita a IN/RFB n.
1985, de 29 de outubro de 2020, que dispõe sobre o Programa Brasileiro de Operador
Econômico Autorizado (OEA), quando for o caso
Créditos: Yisar Adrianus/Shutterstock.
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Transportadoras: são empresas especializadas em serviços de transporte que podem atender
diferentes demandas como transportes especiais, carga refrigerada, carga viva, cargas pesadas,
de grandes dimensões, cargas compartilhadas, fracionadas, cargas completas, entre outras.
Algumas atuam em todo o território nacional e, em alguns casos, internacionalmente também.
Podem possuir frota própria, terceirizada e até quarteirizada.
No que concerne à legislação aplicável às empresas de transporte, existe todo um aparato legal
desde as licenças que uma transportadora necessita até os contratos de seguros, entre outros.
Estudaremos alguns desses tópicos mais adiante. Mas, em linhas gerais, no mínimo, o seguinte
regramento legal será seguido:
Lei n. 11.442, de 15 de janeiro de 2007, a qual dispõe sobre o transporte rodoviário de cargas
por conta de terceiros e mediante remuneração.
Lei n. 13.103, de 2 de março de 2015, a qual dispõe sobre o exercício da profissão de motorista.
Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997, a qual institui o Código de Trânsito Brasileiro, o qual
sofreu algumas alterações por meio da Lei n. 14.071, de 13 de outubro de 2020.
Lei n. 13.703, de 8 de agosto de 2018, a qual institui a Política Nacional de Pisos Mínimos do
Transporte Rodoviário de Cargas.
Norma Regulamentadora n. 11 (NR 11), que trata dos requisitos relativos à segurança e saúde
do trabalho das atividades de Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de
materiais. Perceba que essa NR não trata apenas do transporte, mas também de outras
atividades logísticas, as quais também fazem parte dos estudos dessa disciplina.
Créditos: Le Do/Shutterstock.
Além das leis inerentes às atividades operacionais das transportadoras, ainda há a legislação
tributária e fiscal aplicável, tais como a lei do ISS, do ICMS, do GRIS, da emissão de DANFE
(Documento Auxiliar de Nota Fiscal Eletrônica), de CTE (Conhecimento de Transporte Eletrônico), dos
manifestos de transportes como o MTR, por exemplo, que é o Manifesto de Transporte Resíduos.
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Operadores Logísticos: são empresas especializadas em várias atividades logísticas e não
somente transportes, como é o caso das transportadoras. De acordo com o site da Associação
Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL):
Operador Logístico é a pessoa jurídica capacitada a prestar, através de um ou mais contratos, por
meios próprios ou por intermédiode terceiros, os serviços de transporte (em qualquer modal),
armazenagem (em qualquer condição física ou regime fiscal) e gestão de estoque (utilizando
sistemas e tecnologia adequada)
Na prática, os operadores logísticos estão aptos a atuar em outras áreas da logística que estão
sendo incorporadas aos negócios continuamente.
Em relação à legislação, os operadores logísticos seguem o regramento legal da localidade
(cidade, estado) onde está hospedado seu CNPJ, mas precisa atender também às localidades em que
seus clientes estão sediados. Isso exige controle efetivo da legislação pertinente a cada área de
atuação, como no transporte, na armazenagem e na gestão do estoque. Além disso, está tramitando
na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei (PL) n. 3.757/2020, o qual “Dispõe sobre a atividade de
operação logística, sobre a emissão de títulos por empresas de armazéns gerais e dá outras
providências” (Brasil, 2020).
O avanço desse PL será de extrema importância para a atualização da legislação para essa
atividade, uma vez que a disposição legal em uso é o Decreto n. 1.102, de 21 de novembro de 1903. 
Condomínios logísticos: são empreendimentos imobiliários especializados em atividades
logísticas. Nesse caso, as empresas alugam espaços para realizar suas atividades de
movimentação, armazenagem, gestão de estoques, faturamento, carregar e descarregar
mercadorias, entre tantas outras possibilidades.
O diferencial desse tipo de empreendimento é que, assim como nos condomínios residenciais
que conhecemos, os custos operacionais dos ambientes de uso comum são divididos entre os
condôminos, nesse caso, entre as empresas instaladas.
Nos condomínios logísticos, a gestão do local é realizada por uma empresa especializada nessa
atividade, a qual se responsabiliza pelo zelo de todos os elementos envolvidos: segurança do local,
limpeza externa, conservação, paisagismo e tudo o que envolve os serviços disponibilizados pelo
condomínio. Portanto, a questão da legislação abrange o cuidado com o regramento local onde o
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condomínio está instalado (como a lei de zoneamento das cidades, por exemplo) e também em
relação à sua vocação, ou seja, quais atividades serão permitidas no empreendimento.
Já em relação às empresas instaladas no condomínio, elas seguirão os regramentos legais de
suas atividades e também a Lei n. 8.245 de 1991, que é a Lei do Inquilinato. Diversas iniciativas estão
despontando para que uma lei específica para esse tipo de negócio seja criada.
Créditos: Gorodenkoff/Shutterstock.
TEMA 2 – LEGISLAÇÃO DO TRABALHO APLICADA À LOGÍSTICA
A logística é uma das áreas mais dinâmicas que temos na atualidade, isso porque já sabemos
que ela é responsável por: planejar, programar, transportar, movimentar, armazenar, comprar,
entregar, trocar, devolver, utilizando diferentes recursos e modais, e ainda atendendo a diferentes
regiões do Brasil e do mundo.
Partindo desses pressupostos, entende-se que as atividades logísticas são incessantes e que as
empresas especializadas nesses segmentos investem em recursos essenciais, como espaço para a
operação, estrutura para armazenagem, equipamentos de movimentação interna, veículos de
transporte, tecnologia representada por sistemas informatizados e operações automatizadas, mas,
principalmente, investem no fator mais importante de uma empresa: as pessoas, ou seja, o capital
humano da organização.
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Créditos: Somkid Thongdee/Shutterstock.
Quando o assunto é o capital humano, a legislação do trabalho aplicável considera sempre a
norma mais favorável ao trabalhador, e como regramento jurídico, as empresas não podem ferir:
A CF/88, que traz os direitos constitucionais do trabalhador brasileiro; as Emendas
Constitucionais;
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) conforme Decreto-Lei n. 5452, de 1º de maio de
1943, a qual sofreu alterações por meio da Lei n. 13.467, de 13 de julho de 2017, trazendo
algumas flexibilizações importantes;
Os decretos que são as interpretações da aplicação da lei;
As Súmulas e Orientações jurisprudenciais;
Contratos de Trabalho; Convenções Coletivas; Regulamentos Empresariais e os Princípios Gerais
do Direito.
Os objetivos de todos esses regramentos é preservar a dignidade do trabalhador e também
garantir que ele não seja explorado em sua atividade laboral, por isso, vale a norma mais favorável ao
trabalhador, pois entende que, em um conflito com o empregador, ele é a parte mais fragilizada.
Como já foi comentado que o estudo do ordenamento jurídico brasileiro exige bastante tempo,
aqui focaremos nos fatores de impacto ao profissional de logística.
2.1 APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO À LOGÍSTICA
Em termos de aplicação, temos a Lei n. 13.103, de 2 de março de 2015, a qual impacta
diretamente a uma categoria de profissionais da área de logística, que é o motorista. Essa lei revogou
parte dos artigos da Lei n. 12.619, de 30 de abril de 2012, por isso, o foco será na lei mais recente.
Assim, a Lei n. 13.103, de 2 de março de 2015:
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Dispõe sobre o exercício da profissão de motorista; altera a Consolidação das Leis do Trabalho –
CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis n º9.503, de 23 de
setembro de 1997 – Código de Trânsito Brasileiro, e 11.442, de 5 de janeiro de 2007 (empresas e
transportadores autônomos de carga), para disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção
do motorista profissional; altera a Lei n. 7.408, de 25 de novembro de 1985; revoga dispositivos da
Lei n. 12.619, de 30 de abril de 2012. (Brasil, 2015)
Nesse âmbito, alguns elementos essenciais dessa lei são:
Jornada diária de trabalho do motorista é de 8 horas diárias com 2 horas diárias de horas
extras. Em alguns casos, pode chegar a 4 horas extras diárias, caso esteja previsto no acordo ou
convenção coletiva da categoria (art. 235-C).
Jornada de trabalho: tempo em que o motorista estiver à disposição do empregador, o que
exclui o horário de almoço, os repousos, o descanso e o tempo de espera (art. 235-C, parágrafo
2º)
5 horas e meia é o tempo máximo de direção sem parar para descansar, parada obrigatória de
30 min para descanso, a cada 4 horas de direção. (art. 67-C, parágrafo 1º).
Os motoristas deverão fazer exames toxicológicos para tirar ou atualizar sua CNH (art. 148º-A).
O início, o intervalo e o término das jornadas de trabalho não possuem horário específico (art.
235-C, parágrafo 13º).
Perceba que as regras aqui apresentadas fazem parte do escopo do motorista, e não dos demais
colaboradores de uma empresa de logística. Para esses outros casos, há a CF/88 no quesito direitos
fundamentais e a CLT (reformada recentemente), além dos acordos coletivos e alguns individuais
entre empregador e empregado. A Legislação Trabalhista Brasileira, na atualidade, busca ser mais
flexível para que os trabalhadores e empregadores possam chegar a acordos que sejam vantajosos
para ambos. Para que isso se torne realidade, o profissional de logística precisa conhecer seus
direitos e obrigações, além das normas legais que comumente fazem parte do segmento de logística.
18/11/2022 22:28 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/26
Créditos: Virrage Images/Shutterstock.
2.2 AS ALTERAÇÕES NA CLT
Como sabemos, a aprovação da CLT ocorreu no dia 1º de maio de 1943, e sem dúvidas a
realidade atual difere muito daquela vivida pelos trabalhadores. Mudanças drásticas ocorreram desde
1943 em termos da relação entre empregadores e empregados, e até mesmo da oferta de trabalho.
Diversas novas atividades laborais surgiram desde então, mas a lei sempre continuou a mesma.
Perceba que até a Constituição Federal Brasileira é de 1988, ou seja, é bem mais atualizada que a CLT.
O fato é que, em 2017, foi sancionada a Lei n. 13.647, de 13 de julho de 2017, quealterou diversos
tópicos da CLT. Algumas alterações representativas foram:
Quadro 1 – Mudanças da CLT com a Lei n. 13.467/2017
Item CLT/1943 Mudanças propostas pela Lei N. 13467/2017
Férias ÷ em 2 períodos. 1 não
podia ser < que 10 dias.
÷ em 3 períodos. 1 não pode ser < que 14 dias.
Intervalo do
almoço
60 min, quando a jornada
era > que 6 horas.
Reduzida até 30 min para jornada > que 6 horas (por acordo coletivo).
Banco de
horas
Devia ser compensado em
1 ano, negociado por
acordo coletivo.
Deve ser compensado em até 6 meses. Permite-se acordos individuais.
Contrato
intermitente
Não contemplava. O empregador pode contratar sem carga horária fixa. Convoca o colaborador
com 3 dias de antecedência e o colaborador pode recusar o trabalho.
Trabalho Não poderia ser exclusivo, Pode ser exclusivo, desde que no contrato formal e que não apresente
18/11/2022 22:28 UNINTER
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autônomo pois caracterizaria vínculo
trabalhista.
características de subordinação, já que se entende que o autônomo trabalha
“por conta”.
Contribuição
sindical
Era descontado
compulsoriamente no mês
de março de cada ano.
O trabalhador deve autorizar o débito da contribuição sindical.
Teletrabalho Não contemplava. Regras deverão constar no contrato de trabalho. No caso de contratos que já
existem, é possível fazer um aditivo de contrato, com a concordância do
empregado e do empregador.
 
Fonte: Elaborado com base em Estudos de Relações do Trabalho, CNI, 2017.
Muitos outros pontos foram alterados na CLT, uma vez que o material Estudos de Relações do
Trabalho da CNI (Confederação Nacional da Indústria), de 2017, aponta que:
Dos 922 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), foram alterados 54, inseridos 43 novos
e revogados 9 – um total de 106 dispositivos. Além disso, na Lei n. 6.019/1974, no que se refere à
regulamentação da terceirização, foram alterados 2 artigos e inseridos 3 novos. Ainda foram
realizados alguns ajustes pontuais na legislação LEI N. 13.467, DE 13 DE JULHO DE 2017 –
PANORAMA ANTERIOR E POSTERIOR À APROVAÇÃO – 6 esparsa. E tudo isso resultou, enfim, em
114 artigos entre inseridos e alterados. (CNI, 2017, p. 4)
No entanto, as alterações apresentadas impactam diretamente na relação trabalhista entre
empregados e empregadores e são aplicadas em quaisquer segmentos, inclusive na logística. 
TEMA 3 – LEGISLAÇÃO APLICADA AO TRANSPORTE
No Brasil, a área de transporte é uma grande geradora de empregos. Segundo a Agência CNT
(Confederação Nacional do Transporte) na publicação chamada Transporte em Números, o setor de
transporte gerou cerca de 2 milhões e meio de empregos com carteira assinada em 2018 e, mesmo
com baixa nos anos de 2015 a 2017, a partir de 2018 voltou a crescer. Segundo o mesmo estudo,
70% dos empregos formais do setor de transporte estão ligados ao transporte terrestre, mais
precisamente o rodoviário (CNT, 2019).
No caso do transporte terrestre abrangendo rodoviário e ferroviário, o órgão responsável é a
ANTT, a qual conheceremos a seguir.
18/11/2022 22:28 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/26
3.1 ANTT – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES
De acordo com o site institucional da ANTT, esta é uma autarquia que atua em todo o território
nacional por meio de suas Unidades Regionais e Postos de Fiscalização.
Tem por finalidade regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação de serviços e de
exploração da infraestrutura de transportes, exercidas por terceiros, visando garantir a
movimentação de pessoas e bens, harmonizar os interesses dos usuários com os das empresas
concessionárias, permissionárias, autorizadas e arrendatárias, e de entidades delegadas, preservado
o interesse público, arbitrar conflitos de interesses e impedir situações que configurem competição
imperfeita ou infração contra a ordem econômica. (Governo Federal, [S.d.])
Créditos: Virrage Images/Shutterstock.
Em termos legais, compete à ANTT regular sobre as empresas de transporte rodoviário e
ferroviário para que elas atuem de acordo com a legislação. Como por exemplo, uma empresa de
transporte de passageiros necessita solicitar permissão tanto para implementar uma nova linha /
itinerário de ônibus quanto para suprimi-la. A ANTT faz isso por meio de Portaria e Decisão.
A ANTT é responsável pelo Registro Nacional de Transportadores de Cargas (RNTRC). As
transportadoras, cooperativas de transportadoras ou transportadores autônomos só poderão exercer
suas atividades depois desse registro.
3.2 LEI N. 13.703, DE 8 DE AGOSTO DE 2018
Essa lei, que institui a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas
(PNPM-TRC), foi criada em 2018, depois da greve dos caminhoneiros que parou o país todo, com o
objetivo de garantir remuneração adequada aos profissionais de transporte.
18/11/2022 22:28 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/26
No site da ANTT, é possível consultar a metodologia de cálculo para determinar o frete mínimo a
ser pago. Essa metodologia consta na Resolução 5867/2020 e foi divulgada no dia 14 de janeiro de
2020.
No caso da contratação dos serviços de um motorista autônomo, as empresas precisam gerar o
Pagamento Eletrônico de Frete (PEF), o qual é autenticado pela ANTT, e nele consta o número do
contrato do frete. Esse procedimento gera um Código Identificador da Operação de Transportes
(CIOT) e, caso ocorra uma fiscalização pela própria ANTT ou outro órgão competente, é possível
cruzar os dados e identificar se a empresa contratante está respeitando a tabela de frete mínimos,
conforme propõe a Lei n. 13.703 de 2018.
3.3 NORMA REGULAMENTADORA N. 11 – NR 11 (TRANSPORTE,
MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE MATERIAIS)
As Normas Regulamentadoras foram criadas no final da década de 1970 com o foco de
estabelecer as disposições e os procedimentos padrões relativos às normas de segurança do
trabalho. A NR-11 foi criada em 6 de julho de 1978 e passou por alterações em 2003, 2004 e em
2016.
De acordo com o site oficial do Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (ENIT), as “NRs são
disposições complementares ao capítulo V da CLT, consistindo em obrigações, direitos e deveres a
serem cumpridos por empregadores e trabalhadores com o objetivo de garantir trabalho seguro e
sadio, prevenindo a ocorrência de doenças e acidentes de trabalho” (ENIT, 2016).
Créditos: Gorodenkoff/Shutterstock.
Essa NR apresenta as diretrizes a serem seguidas para organização dos espaços nos armazéns,
na movimentação de mercadorias com equipamentos motorizados ou não, bem como a respectiva
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qualificação que os trabalhadores dos armazéns necessitam para atuar com segurança. A norma
prevê o uso de empilhadeiras, esteiras rolantes e considera imprescindível o cuidado com escadas,
pisos escorregadios e áreas descobertas nesses ambientes.
Exemplos de algumas diretrizes da NR-11 que caracterizam essas preocupações com a
segurança do trabalho em armazéns:
Item 11.1.5: nos equipamentos de transporte, com força motriz própria, o operador deverá
receber treinamento específico, dado pela empresa, que o habilitará nessa função;
Item 11.1.7: os equipamentos de transporte motorizados deverão possuir sinal de advertência
sonora (buzina);
Item 11.2.7: no processo mecanizado de empilhamento, aconselha-se o uso de esteiras rolantes,
dadas ou empilhadeiras;
Item 11.2.9: o piso do armazém deverá ser constituído de material não escorregadio, sem
aspereza, utilizando-se, de preferência, o mástique asfáltico, e mantido em perfeito estado de
conservação;
Item 11.3.1: o peso do material armazenado não poderá exceder a capacidade de carga
calculada para o piso.
As fiscalizações por parte dos órgãos competentes podem ocorrer em qualquer tempo, seja por
denúncia, seja por inspeção de rotina. Ademais, as empresas têm a obrigação moral de cumprir não
somente o que a NR-11 dispõe,mas toda a legislação pertinente à logística.
TEMA 4 – LEGISLAÇÃO APLICADA ÀS CARGAS
Já sabemos que, no Brasil, a maior parte dos fretes é realizada por transporte rodoviário, assim,
daremos atenção especial às cargas que utilizam esse modal. Para a disposição sobre o transporte
rodoviário de cargas, temos a Lei n. 13.442, de 5 de janeiro de 2007, além da regulação das agências
como ANTT, a Anvisa entre outras. 
18/11/2022 22:28 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/26
Créditos: Fotokostic/Shutterstock.
Se você já viajou pelos diversos estados brasileiros, certamente observou a quantidade de
caminhões transitando pelas rodovias transportando todo e qualquer tipo de carga, como:
Cargas vivas: equinos, bovinos, suínos, frangos, entre outros;
Cargas congeladas/refrigeradas: carnes, peixes, flores, legumes, medicamentos, vacinas,
sorvetes, polpas de frutas, hortifrutigranjeiros em geral.
Cargas a granel (sólido ou líquido): cereais em geral, feijão, milho, soja, água potável, óleos;
Cargas gerais/secas: veículos montados, partes, peças, móveis montados e desmontados,
calçados, confecções, decorações, ferragens, materiais para construção;  
Cargas líquidas: bebidas envasadas em geral, como leite, sucos, refrigerantes, cervejas, vinhos,
destilados, isotônicos, chás, água de copo e garrafa;
Matérias-primas: toras e chapas de madeira, bobina de aço, cimento, tinta, ferro, arame,
agrotóxicos, entre outros.
Os tipos de produtos aqui apresentados são apenas alguns do mix que compõe as cargas
brasileiras, mas você já se questionou sobre as regras para transportar isso? Será que, uma vez que a
transportadora está cadastrada na ANTT, como vimos no tópico anterior, ela pode carregar qualquer
coisa, em qualquer veículo?
A resposta é não! Isso porque temos produtos que são caracterizados como cargas perigosas ou
cargas especiais, os quais exigem cuidados diferenciados para serem transportados pelas rodovias,
onde os veículos de carga compartilham o caminho com ônibus de passageiros e veículos de passeio.
Conheceremos algumas regras aplicáveis a determinados produtos que ilustram essa colocação.
 4.1 PRODUTOS FARMACÊUTICOS
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O segmento farmacêutico tem participação representativa na economia brasileira, uma vez que:
O Brasil é o sexto maior mercado farmacêutico do mundo. E para confirmar isso temos a cada
esquina uma farmácia. Para o atual cenário de crescimento e aumento de vendas, a opção para
gerenciar tudo isso é: logística, que atenda a todas as demandas, a fim de criar uma visão
estratégica e também garantir melhores resultados. (Move Ideias, 2020)
Nesse contexto, compreendemos que a logística farmacêutica é de extrema importância, uma
vez que transporta medicamentos imprescindíveis para tratamentos de saúde, higiene e beleza.
Para garantir que os produtos cheguem às mãos dos consumidores em condições adequadas de
uso e consumo, é preciso que os transportadores estejam habilitados a prestar serviços de qualidade.
No Brasil, temos a ANTT para cuidar da parte de fiscalização e controle dos veículos do transporte.
No caso da logística farmacêutica, ainda temos a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a
qual tem como objetivo zelar pela saúde da população.  A ANVISA também é uma autarquia federal,
vinculada ao Ministério da Saúde, e tem como prerrogativas controlar e fiscalizar produtos que
ofereçam riscos à saúde como: alimentos, bebidas, cosméticos, medicamentos, vacinas, entre outros.
Devido a isso, para transportar produtos farmacêuticos, além de toda a legislação inerente ao
próprio produto, ainda é necessário se atentar para as resoluções que a ANVISA determina para cada
tipo de produto, como por exemplos:
Resolução da Diretoria Colegiada – RDC 304, de 17 de setembro de 2019, a qual dispõe sobre
as boas práticas de distribuição, armazenagem e transporte de medicamentos ( Brasil, 2019).
Resolução da Diretoria Colegiada – RDC 319, de 12 de novembro de 2019, a qual dispõe sobre
a fase de implementação do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (Brasil, 2019).
Essas resoluções impactam diretamente nos processos de transporte porque exigem adequações
de todas as empresas envolvidas, pois serão realizadas fiscalizações para identificar o grau de
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adequação. Além disso, os veículos de carga serão inspecionados e a documentação que acompanha
os produtos será conferida.
4.2 CARGAS PERIGOSAS
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Entre os produtos que são transportados pelas rodovias brasileiras, muitos são considerados
perigosos e, por isso, fazem parte da classificação de cargas perigosas. Segundo a ANTT (2018):
São considerados produtos perigosos para o transporte terrestre quaisquer produtos que tenham
potencial de causar danos ou apresentar risco à saúde, segurança e meio ambiente, classificados
conforme os critérios estabelecidos na Resolução ANTT n.. 5232/16 e no Manual de Ensaios e
Critérios publicado pela ONU.
A ANTT classifica os produtos perigosos em nopve categorias, como mostra o quadro a seguir:
Quadro 2 – Classificação produtos perigosos
1 – Explosivos
2 – Gases
3 – Líquidos inflamáveis
4 – Sólidos inflamáveis
5 – Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos
 
6 – Substâncias tóxicas e substâncias infectantes
7 – Material radioativo
8 – Substâncias corrosivas
9 – Substâncias e artigos perigosos
 
Fonte: Elaborado com base em ABTLP, [S.d.].
Para o transporte desses produtos, é necessário que as empresas envolvidas (fornecedor, cliente
e transportador) tenham toda a documentação necessária e sigam a legislação pertinente para cada
grau de risco.
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A ABTLP (Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos) traz importantes
informações sobre como os veículos de transporte para esse tipo de produto devem ser
identificados:
Painéis de segurança fixado nas laterais, frente e traseira, no tamanho de 30 cm x 40 cm. Esses
painéis de segurança trazem uma numeração que indica o tipo de produto e seu risco. Quando
não há esse número, significa o veículo está transportando mais de um tipo de produto
embalado (ABTLP, 2021).
Em alguns casos, há a necessidade também de fixar um rótulo de risco, que consiste em um
losango de 30 cm x 30 cm, com cores e desenhos variados fixado nas laterais e na traseira. Esse
rótulo indica a classe de riscos dos produtos (ABTLP, 2021).
Por sua periculosidade, as empresas precisam atender a uma série de normas, leis, regulamentos,
decretos, instruções normativas, normas regulamentadoras, normas técnicas, resoluções, entre
outros. Como exemplos, podemos citar:
Decreto n. 96.044, de 18 de maio de 1988, que aprovou o Regulamento para o Transporte
Rodoviário de Produtos Perigosos e dá outras providências.
Resolução ANTT n. 5.232/16 – aprova as Instruções Complementares ao Regulamento Terrestre
do Transporte de Produtos Perigosos e dá outras providências.
Resolução ANTT n. 5.848/19 – atualiza o Regulamento para o Transporte Rodoviário de
Produtos Perigosos e dá outras providências.
Algumas normas da ABNT, como: NBR 7500:2017 – identificação para o transporte terrestre,
manuseio, movimentação e armazenamento de produtos e NBR 7503:2020 – transporte
terrestre de produtos perigosos – ficha de emergência – requisitos mínimos.
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As transportadoras necessitam atender uma lista bem extensa de licenças para transportar as
cargas consideradas perigosas. Em relação às licenças, podemos citar alguns exemplos:
Licença de Funcionamento, obtida na Polícia Federal (amparo legal: Lei n. 10.357, de 27 de
dezembro de 2001).
Certificado de Registro para transporte (amparo legal: Decreton. 10.030, de 30 de setembro de
2019).
Licenças Ambientais Estaduais: nesse caso, cada estado tem sua secretaria do meio ambiente
ou órgão equivalente e suas respectivas exigências. Algumas secretarias são: Instituto Estadual
do Meio Ambiente (INEA) do Rio De Janeiro; Instituto Ambiental do Paraná (IAP); Fundação do
Meio Ambiente (FATMA) de Santa Catarina; Secretaria Estado Planejamento e Meio Ambiente
(SEPLAN) do Tocantins; Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA) do Amapá, entre outros.
Além de toda a documentação, os motoristas necessitam de qualificação específica para isso,
como por exemplo, o curso MOPP, que significa Movimentação Operacional de Produtos Perigosos,
o qual capacita os profissionais para dirigir veículos com cargas perigosas. Isso também está
amparado legalmente por meio do Decreto n. 96.044, de 18 de maio de 1988, o qual contempla a
necessita de os profissionais que trabalham com produtos perigosos receberem capacitação
específica e manter, no veículo de transporte, um documento que comprove que ele está habilitado. 
TEMA 5 – LEGISLAÇÃO APLICADA AOS SEGUROS
Na logística, é comum a contratação de seguros para as cargas, tema amparado pelo Código
Civil instituído em 10 de janeiro de 2002 por meio da Lei n. 10.406. O Capítulo XV do Código Civil foi
destinado para tratar dessa temática.
No entanto, antes de conhecer os artigos que tratam da temática, responda: o que é um seguro?
Como estamos estudando logística, pense, nesse momento, no seguro de transporte! Nesse
caso, você pode definir que seguro de transporte é um contrato que, por um lado, tem um
contratante (o dono da carga) e, por outro, tem um contratado (uma empresa seguradora que emite
uma apólice). Nesse cenário, o contratante paga um prêmio, que lhe reserva o direito de receber uma
indenização, caso a sua carga sofra algum tipo de dano, avaria, perdimento, roubo, entre outros; o
que no âmbito do seguro é entendido como sinistro.
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E você, já pensou na importância de contratar um seguro para outras atividades logísticas?
Nesse âmbito, lembre-se de que temos atividades realizadas in house ou seja, nos espaços de
armazenagem, movimentação, separação de produtos, montagem de kits, entre outros. E temos
também as atividades externas, como o manuseio, o transporte, a carga e descarga de mercadorias.
Todas essas atividades e muitas outras oferecem riscos às mercadorias, bem como aos equipamentos
de movimentação e aos veículos de transporte. É comum as empresas contratarem um seguro para
as atividades internas e outro para as atividades externas, pois estas podem ser eventuais.
O Código Civil ampara o tema entre os arts. 757 (Disposições Gerais) e 802, que é o último ponto
sobre o seguro da pessoa. A título de ilustração, observe a seguir os dois primeiros artigos da Seção
III, Seguros.
O art. 757 determina que:
Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a garantir
interesse legítimo do segurado, relativo à pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados.
Parágrafo único. Somente pode ser parte, no contrato de seguro, como segurador, entidade para
tal fim legalmente autorizada. (Brasil, 2002)
O art. 758 determina que “O contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do
bilhete do seguro, e, na falta deles, por documento comprobatório do pagamento do respectivo
prêmio” (Brasil, 2002).
Esses artigos evidenciam os elementos principais de um contrato: segurador, segurado, bem a
ser indenizado, apólice e comprovante de que a empresa contratante pagou pela contratação.
Para que o processo seja válido perante a legislação, o segurador precisa ser uma empresa
devidamente constituída e autorizada pela SUSEP a praticar tal atividade. A SUSEP –
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Superintendência de Seguros Privados – é o “órgão responsável pelo controle e fiscalização dos
mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. Autarquia vinculada ao
Ministério da Economia, foi criada pelo Decreto-lei n. 73, de 21 de novembro de 1966”(SUSEP).
A seguir, veja um quadro informativo com algumas legislações aplicáveis aos seguros de
transportes de cargas:
Quadro 3 – Legislação vigente aos seguros de cargas
Leis e normas aplicáveis Objetivos da legislação
Código Civil – Lei n. 10.406, de 10
de janeiro de 2002
Artigos de 757 até 788
Regulamenta e disciplina de forma geral o seguro e os contratos de seguro por danos
de coisas, cargas e mercadorias.
Lei n. 9.611, de 19 de fevereiro de
1998
Regulamenta e disciplina de forma específica o seguro de cargas e mercadorias nos
Contratos de Transporte Multimodal de Cargas (CTMC).
Lei n. 11.422, de 5 de janeiro de
2007
Regulamenta e disciplina de forma específica o seguro de cargas e mercadorias nos
Contratos de Transporte Rodoviário de Cargas (CTRC).
Decreto Federal n. 61.867, de 11
de dezembro de 1967
Regulamenta os seguros obrigatórios previstos no Decreto Lei 73/66, aplicável ao CTMC
e ao CTRC.
Fonte: Elaborado com base em Barsano; Monte; Oliveira Filho, 2015, p. 93.
Em se tratando de legislação, como já comentado anteriormente, é adequado verificar qual é a
legislação vigente no momento de fechar os contratos de seguros de cargas. Lembre-se de que,
dependendo do tipo de carga, pode haver exigências específicas que precisam ser contempladas nas
apólices. 
TROCANDO IDEIAS
Após estudar os conceitos dessa aula, comente no fórum com seus colegas se você já conhecia a
classificação dos produtos perigosos. Você já conhecia as placas de identificação? 
NA PRÁTICA
Leia a matéria a seguir, e depois faça o que se pede:
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País registra mais de 18 mil casos de roubos de cargas em rodovias
“Levantamento anual da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e
Logística) mostra que, em 2019, o Brasil registrou 18.382 ocorrências de roubos de cargas. O
relatório, divulgado desde 1998, tem como base informações colhidas em fontes formais e
informais.
O número de 2019 mostra uma queda de 17% em relação ao ano anterior, quando
foram registrados 22.183 casos. No entanto, o cenário ainda é preocupante. Os prejuízos
computados ao setor somam R$ 1,4 bilhão.  “A pesquisa continua apontando uma
considerável redução se comparada ao ano de 2018, mas estamos falando de milhares de
roubos em todo o Brasil e precisamos continuar trabalhando para que esses crimes não
aconteçam mais”, afirma o presidente da NTC, Francisco Pelucio.
De acordo com ele, a redução tem muito a ver com o investimento alto das empresas em
tecnologias e medidas de segurança em suas operações, o que possibilita uma resposta muito
mais rápida e ativa em relação às tentativas de delito, e, também, com o trabalho dos órgãos de
segurança pública nas esferas estadual e federal, que têm atuado com mais rigor no combate
aos delitos de roubos de cargas.
“Os números de roubos de cargas no país, embora estejam caindo, ainda são inaceitáveis.
Os roubos ocorrem porque os receptadores, que compram as cargas roubadas e incentivam o
crime, estão impunes por conta de uma legislação arcaica. Temos, urgentemente, que agravar as
penalidades para esse delito, tanto a pena para a pessoa do receptador como para o seu
estabelecimento, que deverá ter a licença de funcionamento cassada”, comenta o vice-
presidente para assuntos de segurança da NTC&Logística, Roberto Mira.
A região Sudeste continua sendo a mais afetada, arcando com 84,26% das ocorrências.
Em seguida, aparecem as regiões Sul, com 6,52%; Nordeste, com 6,29%; Centro-Oeste,
1,69%; e, por último, a região Norte, com 1,24%.
Entre os produtos mais visados, estão os gêneros alimentícios, cigarros, eletroeletrônicos,
combustíveis, bebidas, artigos farmacêuticos, autopeças, defensivos agrícolas e têxteis e
confecções”(CNT, 2020).
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Realização das tarefas:
De acordo com o que estudamos nessa aula: 
a) Qual é o instrumento que as empresas podem e devem utilizar para se precaver desse tipo de
sinistro?
E de acordo com a matéria da CNT:
b) O que as empresas têm feito para reduzir esses sinistros?
FINALIZANDO
Esta aula foi dedicada aos estudos de alguns pontos da legislação brasileira que impactam nas
atividades logísticas. Sabemos que o arcabouço jurídico é vasto e não teríamos tempo de estudar
tudo, no entanto, como profissionais de logística, necessitamos ter noção dos pontos principais para
que possamos atuar de acordo com a legislação. 
Assim, estudamos sobre as empresas de logística e vimos alguns pontos da legislação do
trabalho, a qual passou por alteração recentemente. Depois disso, abordamos o tema transporte, uma
das atividades mais importantes da logística, e também alguns aspectos legais aplicados às cargas,
principalmente às cargas especiais e perigosas. Finalizamos com os estudos sobre os seguros e sua
importância no âmbito da logística. Com isso, atingimos o objetivo proposto inicialmente de
estudarmos alguns elementos da legislação aplicada às atividades da logística.
Bons estudos e até nosso próximo encontro!
 REFERÊNCIAS
ABOL – Associação Brasileira Dos Operadores Logísticos. Disponível em:
<https://abolbrasil.org.br/>.
ANTT – Agência Nacional de Transporte Terrestre. Manual de fiscalização do transporte
rodoviário nacional e internacional de produtos perigosos. 3. ed. TRPP/ANTT: 2018.
18/11/2022 22:28 UNINTER
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AGÊNCIA Nacional de Transporte Terrestre. Governo Federal. Disponível em:
<https://www.gov.br/participamaisbrasil/antt>. Acesso em: 22 mar. 2021.
APRESENTAÇÃO. SUSEP. Disponível em: <http://www.susep.gov.br/menu/a-
susep/apresentacao>. Acesso em: 22 mar. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Diretoria Colegiada.
Resolução –  RDC n.  304, de 17 de setembro de 2019. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 set.
2019.
_____. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Diretoria Colegiada.
Resolução –  RDC n.  319, de 12 de novembro de 2019. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 13 nov.
2019.
_____. Ministério da Infraestrutura. Agência Nacional de Transportes Terrestres. Diretoria
Colegiada. Resolução –  RDC n.  5.848, de 25 de junho de 2019. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
26 jun. 2019.
_____. Receita Federal. Instrução normativa RFB n. 1847, de 28 de novembro de 2018. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 29 nov. 2018.
_____. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 jan. 2002.
_____. Lei n. 11.442, de 5 de janeiro de 2007. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 8 jan. 2007.
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<https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?
codteor=1912444&filename=PL+3757/2020>. Acesso em: 22 mar. 2021.
_____. Decreto n. 1.102, de 21 de novembro de 1903. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 28 nov.
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BARSANO; P. R.; MONTE, G. A.; OLIVEIRA FILHO, J. L. de. Tributação e legislação logística. São
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CNI – Confederação Nacional Da Indústria. Modernização das relações do trabalho: Caminho
para equilibrar proteção, competitividade e desenvolvimento econômico e social. Brasília: CNI, 2017.
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QUAL a correta definição de operador logístico? ABOL. Disponível em:
<https://old.abolbrasil.org.br/conteudo/20>. Acesso em: 22 mar. 2021.
LOGÍSTICA farmacêutica: sua importância e seus desafios. Move Ideias, 9 abr. 2020. Disponível
em: <https://moveideias.com.br/logistica-farmaceutica-sua-importancia-e-seus-desafios/>. Acesso
em: 22 mar. 2021.
PRODUTOS perigosos. ABTLP – Associação Brasileira De Transporte E Logística De Produtos
Perigosos. Disponível em: <http://www.abtlp.org.br/index.php/produtos-perigosos/>. Acesso em: 22
mar. 2021.
TRANSPORTE em números: Setor contribui para a geração de empregos. CNT, 17 jun. 2019.
Disponível em: <https://www.cnt.org.br/agencia-cnt/transporte-numeros-setor-contribui-geracao-
empregos>. Acesso em: 22 mar. 2021.
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