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aula 05

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18/11/2022 22:48 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/25
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEGISLAÇÃO APLICADA
AULA 5
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18/11/2022 22:48 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/25
Profª Rosinda Angela da Silva
CONVERSA INICIAL
Dando continuidade à construção do conhecimento de legislação aplicada às áreas de logística e
comércio exterior, nesta aula discutiremos alguns pontos essenciais para os negócios internacionais.
Para isso, estabelecemos como objetivos conhecer a Organização Mundial do Comércio (OMC – em
inglês, World Trade Organization – WTO), o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e alguns
instrumentos utilizados como reguladores nas negociações internacionais: as medidas antidumping,
compensatórias e de salvaguarda.
Caro(a) estudantes, seja bem-vindo(a)! Bons estudos!
CONTEXTUALIZANDO
Já comentamos, em outras aulas, que as negociações internacionais fazem parte do nosso
cotidiano e o farão cada vez mais. Como é conhecido, o avanço da tecnologia, da internet e o
crescimento das operações logísticas foram os fundamentos para isso. No entanto, você já pensou
sobre quem cria as regras no comércio internacional? Como os países sabem a que organismo
recorrer quando algo não sai conforme o combinado, em suas negociações internacionais? Como os
países em desenvolvimento conseguem se proteger da concorrência dos gigantes, que têm
condições de produzir melhor, em maior quantidade e com custos menores os seus bens e serviços?
Crédito: Sdecoret/Shutterstock.
18/11/2022 22:48 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/25
Para cuidar dessa temática houve a necessidade de se criar órgãos internacionais fortes e que
representem os países que se associam a eles, de forma que se consiga manter um certo equilíbrio
entre países em diferentes estágios de desenvolvimento. Globalmente, temos a OMC e, na América
Latina, o Mercosul, ambos órgãos cujas decisões impactam as regras comerciais e tributárias
praticadas pelos seus países-membros.
O órgão mais representativo das negociações internacionais é sem dúvidas a OMC, criada no
final de 1994 e que tem o importante papel de criar – juntamente com os seus países-membros – as
regras e acordos de comércio internacional e depois fiscalizar o seu cumprimento e punir aquele país
que não os respeitar e que esteja, assim, quebrando um compromisso que demandou grande esforço
para seu estabelecimento no âmbito de atuação daquela organização. Para isso, a OMC mantém um
departamento de solução de controvérsias que tem autoridade de instituir painéis para tentar dirimir
possíveis conflitos comerciais que surjam entre os seus países-membros.
As punições, se aplicáveis, são basicamente a concessão de permissão do país prejudicado para
implementar retaliações ao país que quebrou sua promessa – esta reside, na maior parte dos casos,
em prática de dumping e concessão de subsídios. Ambas as práticas são consideradas desleais no
comércio internacional e passíveis de retaliações como, no caso de dumping: determinação de
medidas antidumping; e, no caso de subsídios, implantação de medidas compensatórias. Essas
retaliações são tratadas como regras de defesa comercial de que os países podem se utilizar caso
seja comprovado o uso de práticas ilegais por outro país com que mantenham relações
internacionais.
Por sua importância para a economia brasileira, convém conhecermos alguns pontos desses
importantes temas.
TEMA 1 – OMC E SEU PAPEL REGULADOR
Para participar do comércio internacional, é necessário conhecer as regras internacionais e o
modus operandi das negociações. Embora existam profissionais especializados nesses temas, ainda
assim, como colaboradores das áreas de logística, precisamos compreender seu funcionamento,
mesmo que em linhas gerais.
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https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/25
Crédito: Bernsten/Shutterstock.
As negociações internacionais sempre existiram e seu crescimento foi fundamentado na
melhoria dos sistemas logísticos dos meios produtivos. No entanto, para que muitos países
pudessem negociar nas mesmas condições, configurando assim um multilateralismo, era preciso ter
uma organização que pudesse representar esses países e regular o comércio internacional. Essa
organização existe e é a OMC, que em janeiro de 2021 contava com 164 países-membros
participantes. E você sabia que o Brasil faz parte da OMC desde o início do processo de criação dessa
importante instituição? Sim, é verdade!
Mas, voltando um pouco na história, antes de se criar a OMC foi estabelecido o Acordo Geral
sobre Tarifas e Comércio – em inglês, General Agreement on Tariffs and Trade (Gatt, 1947), no qual o
Brasil também foi muito atuante, desde o seu advento. Embora o Gatt (1947) fosse bastante utilizado
no comércio exterior, já que seus artigos faziam regulação de valoração aduaneira, tarifas, entre
outros elementos, ele sempre foi um acordo temporário e as mudanças que ocorriam no comércio
mundial implicavam a necessidade de se gerar algo mais definitivo. Por isso surgiu a OMC, em 15 de
dezembro de 1994, por meio da assinatura da Ata de Marraqueche (1994). No Brasil, no dia 30 de
dezembro de 1994 foi promulgado o Decreto Legislativo n. 30/1994, no qual o país reconhece, desde
então, a OMC como a sua principal organização de referência quanto a regras e princípios de
comércio exterior (Brasil, 1994; Nyegray, 2016).
1.1 PRINCÍPIOS DA OMC
Consistem em princípios que regem os trabalhos da OMC (What, [S.d.]):
Não discriminação: os países-membros da OMC não podem discriminar parceiros, seus
produtos ou serviços, ou seja, precisam se mostrar abertos para negociações comerciais com
outros países. A OMC prega ainda que reduzir barreiras comerciais incentiva o comércio
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internacional e, por isso, é contra o estabelecimento, pelos seus países-membros, de barreiras
comerciais tarifárias ou não tarifárias.
Crédito: Ricochet64/Shutterstock.
Previsibilidade: nesse sentido, a OMC explica que os atores do comércio internacional
(empresas, investidores, governos) precisam se sentir confiantes em negociar
internacionalmente sem enfrentar barreiras. A OMC presume que essa confiança, oriunda de
uma certa previsibilidade de regras de comércio internacional, facilitará a geração de
investimentos, a criação de empregos e fará com que os produtos cheguem com preços mais
competitivos ao consumidor.
Concorrência leal: para que os países-membros da OMC possam negociar de maneira saudável
é necessário evitar práticas desleais como as práticas de dumping ou de concessão de subsídios
dos governos para os seus produtores nacionais, inviabilizando a importação de bens de outros
países.
Proibição de restrições quantitativas: os países-membros da OMC devem evitar impor restrições
de cotas para importação ou exportação com o objetivo exclusivo de proteger a sua produção
interna.
Tratamento especial para países em desenvolvimento: dos 164 países que fazem parte da OMC,
muitos são países em desenvolvimento e, por isso, não há como esperar que eles tenham as
mesmas condições de negociar no mercado internacional que os países já desenvolvidos.
Sendo assim, a OMC entende que eles precisam de mais tempo para se ajustar e também
necessitam de maior flexibilidade para que não sejam prejudicados.
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Proteção do meio ambiente: a OMC entende a importância de se proteger o meio ambiente, a
saúde pública, animal e vegetal, o que deve ser tratado, pelos países-membros, de modo
igualitário para empresas nacionais e estrangeiras, isso para que regras de proteção do meio
ambiente não se tornem uma barreira não tarifária disfarçada.
1.2 IMPLICAÇÕES DE NÃO SE SEGUIR OS PRINCÍPIOS DA OMC
A OMC é uma das instituições internacionais mais atuantes no mundo e, uma vez que os países
se associam a ela, devem seguir osprincípios e regras determinados no âmbito daquele organismo. E
o que acontece se os países-membros da OMC ferirem tais princípios e regras? A OMC pode impor
sanções a eles, o que significa dizer que a OMC tem o poder de punir os seus Estados-membros que
não seguirem os tratados firmados. E isso ocorre para que o comércio internacional cresça sólido e
fundamentado na ética e na lealdade. E que sanções são essas?
Crédito: Sidhe/Shutterstock.
A OMC pode autorizar que determinado país imponha restrições de compras a outro país, além
de: cotas de importação e exportação, medidas antidumping ou compensatórias, de salvaguarda,
fitossanitárias, entre outras. Considerando que a economia global depende das compras e vendas de
mercadorias e serviços, caso um país seja penalizado, sua economia, com certeza, sofrerá prejuízos. A
Figura 1 ilustra alguns exemplos de sanções praticadas no âmbito da OMC.
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Figura 1 – Alguns exemplos de sanções aplicadas no âmbito da OMC
Fonte: elaborado com base em OMC, 2019, 2020; Ayuso, 2019; Austrália, 2020.
O que isso significa, afinal? Significa que, a partir do momento que o país se torna membro da
OMC, ele precisa seguir as regras internacionais convencionadas naquele organismo. Sendo assim, os
dirigentes políticos (governantes, diplomatas, ministros etc.) e também os profissionais que atuam
em segmentos impactados pelas negociações internacionais nos Estados-membros da OMC
precisam conhecer essas regras para evitar tomadas de decisões que possam ser questionadas pelos
demais países-membros e que fazer com a OMC tenha que agir de forma punitiva contra países que
infrinjam seus princípios e normas.
E isso é legal? Sim, porque, no Brasil, por exemplo, o Código Tributário Nacional (CTN), em seu
art. 98, estabelece que “Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a
legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.” (Brasil, 1966). No entanto,
cabe lembrar a hierarquia que há entre as leis brasileiras, em cujo topo figura a Constituição Federal
(CF) para depois observarmos as demais leis, como o CTN (Brasil, 1966, 1988).
TEMA 2 – MERCOSUL, NCM E TEC
Em 1991, por meio da assinatura do Tratado de Assunção (1991), surge o Mercosul, integrado
por: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Mais tarde, a Venezuela se tornou membro do grupo, mas
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está atualmente suspensa devido ao descumprimento de uma regra do próprio grupo; e, no
momento, a Bolívia está em preparação para se tornar integrante do grupo.
Crédito: Rosalba Matta-Machado/Shutterstock.
O foco do Mercosul é proporcionar desenvolvimento aos seus Estados-membros e facilitar as
contribuições intrabloco, com a adoção das seguintes medidas, de acordo com o Tratado de
Assunção, em seu art. 1º:
[...] eliminação dos direitos alfandegários e restrições não tarifárias à circulação de mercadorias ou
de qualquer outra medida de efeito equivalente;
[...] estabelecimento de uma tarifa externa comum [...];
[...] coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados Partes [...];
[...] compromisso dos Estados Partes de harmonizar suas legislações [...] (Tratado, 1991)
Embora passados 30 anos de sua criação, o Mercosul ainda não conseguiu atender a todos esses
princípios, exceto em relação à criação da Tarifa Externa Comum (TEC), que é um conjunto de tarifas a
ser aplicado à importação de países que não fazem parte do bloco. Essa medida é uma realidade e
faz parte da rotina dos profissionais de comércio exterior no Brasil.
A TEC chega a até 35% do valor total do produto importado e está fundamentada na
Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM (Mercosul, 1995), uma codificação de oito números que,
por sua vez, toma como base o Sistema Harmonizado (SH). Para estabelecer um código de
mercadoria a ser negociada, a NCM usa os primeiros seis dígitos do SH e lhe acresce os dois últimos,
conforme modelo explicativo da Figura 2.
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Figura 2 – Sistemática da NCM
Fonte: Nomenclatura, [S.d.].
Assim, a TEC é utilizada para determinar a alíquota do imposto a ser aplicada sobre o produto
comercializado, conforme disposto no art. 94 do Regulamento Aduaneiro – RA (Brasil, 2009),
conforme Figura 3.
Figura 3 – Art. 94 do RA
Fonte: elaborado com base em Brasil, 2009.
Segundo matéria no site Invest & Export Brasil, “É com base na NCM que os países do Mercosul
definem as alíquotas de seus impostos de exportação. A Tarifa Externa Comum (TEC) define os
valores dos direitos de importação aplicados por todos os Membros do Mercosul.” (SH, [S.d.]). No
entanto, note que, por mais que a TEC informe Imposto de Importação (II) igual a zero, no âmbito
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tributário brasileiro, todos os demais tributos previstos para esse item serão cobrados. Isso significa
dizer que a TEC regula a tributação que é compartilhada com os Estados-partes do Mercosul, mas
não interfere nos demais elementos tributários da negociação. Assim, quando você consultar a NCM
de determinado produto e o II estiver igual a zero (se lembra do simulador da Receita Federal
apresentado anteriormente?), é bem provável que as alíquotas do Programa de Integração Social
(PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e talvez até do Imposto
sobre Produtos Industrializados (IPI) estejam preenchidas.
2.1 ONDE ENCONTRAR A NCM
A NCM é de extrema importância para as empresas que atuam (ou não) no comércio exterior,
porque, além de determinar de que natureza é o produto, também será o padrão para determinação
dos tributos que incidem sobre determinada operação. Como o código do produto comercializado
na NCM precisa ser informado nas notas fiscais, os profissionais precisam saber onde encontrá-lo e
um dos caminhos para isso é acessar a página virtual da Secretaria da Fazenda (Sefaz) de algum
estado brasileiro. A Figura 4 faz uma simulação de busca por um código de produto na NCM.
Figura 4 – Estrutura de uma NCM
Fonte: Assistente, [S.d.].
Além de ser utilizada no comércio exterior, a NCM ainda possibilita que a Receita Federal
acompanhe as movimentações de compra e venda de mercadorias em todo o território nacional, o
que certamente torna a NCM um importante meio de controle. Esse controle tanto serve para fins
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estatísticos (conhecer quais mercadorias são transacionadas pelas empresas brasileiras no mercado
nacional e internacional), como para fim arrecadatório, uma vez que determina quais tributos e
respectivas alíquotas devem ser aplicadas às empresas.
2.2 SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS NO MERCOSUL
Assim como a OMC tem seu departamento de solução de controvérsias, o Mercosul também
dispõe de um, uma vez que conflitos podem ocorrer, pois, por mais que os países desse bloco sejam
todos latino-americanos, eles implementam diferentes políticas econômicas públicas e de suporte ao
seu mercado interno. Contudo, caso algum Estado-parte do Mercosul sinta-se prejudicado por um
dos parceiros de bloco, é possível registrar uma reclamação formal nesse departamento.
Crédito: Alexlmx/Shutterstock.
O site institucional do Mercosul tem matéria que explica detalhadamente o que é e como
funciona
[...] o Sistema de Solução de Controvérsias do Mercosul[,] [...] regulamentado pelo Protocolo de
Olivos (PO), assinado em 18 de fevereiro de 2002 e vigente desde 1º de janeiro de 2004.
[...] Uma das principais inovações do PO foi a criação do Tribunal Permanente de Revisão (TPR),
órgão principal do sistema, em razão de sua competência para conhecer e resolver nos recursos de
revisão contra os laudos dos Tribunais Arbitrais Ad Hoc (TAHM).
O TPR [...] É formado por cinco árbitros, que permanecem no cargo, conformeo caso, durante dois
ou três anos. (Solução, [1991-2021])
Ainda segundo o site, o TPR tem como função a solução de matérias que envolvam:
Opiniões Consultivas: poderão ser solicitadas por todos os Estados-Partes em conjunto, os
órgãos com capacidade decisória do MERCOSUL, os Tribunais Superiores de Justiça dos
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Estados Partes, e o Parlamento do MERCOSUL.
Revisão contra o laudo do TAH apresentado por quaisquer das partes.
Atuação em única instância em caso de controvérsias.
Casos nos quais os Estados Partes ativem o procedimento estabelecido para as medidas
excepcionais de urgência. (Solução, [1991-2021])
Já os TAHM têm como funções:
1. Conhecer e resolver em matéria de controvérsias que venham a surgir entre os Estados
Partes, a pedido de um deles, ou de particulares
2. Emitir Recursos de Esclarecimento
3. Proferir medidas provisórias
4. Resolver divergências a respeito do comprimento do laudo
5. Pronunciar-se sobre as medidas compensatórias adotadas pelo Estado Parte beneficiado
pelo laudo na controvérsia. (Solução, [1991-2021])
A jurisdição do TPR está contemplado no art. 33 do Protocolo de Olivos, em que se diz que “Os
Estados Partes declaram reconhecer como obrigatória, ipso facto e sem necessidade de acordo
especial, a jurisdição dos Tribunais Arbitrais Ad Hoc que em cada caso se constituam para conhecer e
resolver as controvérsias a que se refere o presente Protocolo [...]’’ (Mercosul, 2002).
Diante do exposto pelo art. 33 do Protocolo de Olivos (Mercosul, 2002), compreende-se então
que o Mercosul tem um setor especializado na solução de controvérsias comerciais, que mantém os
Estados-partes do grupo comprometidos com o sucesso das negociações internas ao bloco e com os
conflitos entre eles controlados.
TEMA 3 – MEDIDAS ANTIDUMPING
Para compreendermos o que são medidas antidumping, faz-se necessário compreender primeiro
o que é dumping. De acordo com matéria da Revista Desafios do Desenvolvimento, editada pelo
Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea), trata-se da
[...] comercialização de produtos a preços abaixo do custo de produção. Por que alguém faria isso?
Basicamente para eliminar a concorrência e conquistar uma fatia maior de mercado. A definição
oficial desse termo, que ao pé da letra significa liquidação, está no Acordo Geral sobre Tarifas e
Comércio (Gatt, das iniciais em inglês), documento que regula as relações comerciais internacionais.
(O que, 2006)
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No âmbito do comércio exterior, o dumping é uma prática considerada desleal e a OMC orienta
aos países que não a adotem, pois podem ser punidos por isso. Nesse contexto, o dumping ocorre
quando determinado governo subsidia algum segmento de sua economia para que o custo de
produção seja reduzido e o produto possa ser exportado com preços menores do que aquele
praticado no mercado interno.
Crédito: Niroworld/Shutterstock.
Esse tipo de dumping é conhecido como comercial externo; no entanto, o dumping pode ocorrer
também de outras formas, por exemplo:
Dumping comercial interno: quando alguma empresa, estrategicamente, aplica preços baixos
no mercado a ponto de eliminar seu concorrente, mesmo obtendo prejuízo com a atitude. Se
isso for comprovado, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), no caso do Brasil,
pode intervir nessa situação.
Dumping social: de acordo com Tunholi (2013), é a
[...] conduta de alguns empregadores que, de forma consciente e reiterada, violam os direitos dos
trabalhadores, com o objetivo de conseguir vantagens comerciais e financeiras, através do aumento
da competitividade desleal no mercado, em razão do baixo custo da produção de bens e prestação
de serviços.
Várias são as práticas que podem configurar o dumping social, como o descumprimento de jornada
de trabalho, a terceirização ilícita, inobservância de normas de segurança e medicina do trabalho,
entre outras.
Dumping ambiental: ocorre quando empresas abrem suas plantas fabris em locais onde a
legislação ambiental ainda é precária ou nem exista, como em alguns países em
desenvolvimento. Com isso, conseguem produzir seus bens com custos de produção menores
que se estivessem produzindo em nações desenvolvidas, que exigem mais cuidado com o meio
ambiente. É muito comum ocorrer o dumping social e o ambiental ao mesmo tempo, pois
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países que não têm condições de proteger o seu meio ambiente dificilmente exigirão condições
de trabalho aos seus cidadãos, tais quais os países desenvolvidos.
Agora que já aprendemos o que é dumping, estudaremos as medidas antidumping.
Crédito: Vitalii Vodolazskyi/Shutterstock.
3.1 MEDIDAS ANTIDUMPING
Embora esse seja um assunto discutido mundialmente, porque impacta as negociações
internacionais, no Brasil o antidumping está regulamentado pelo Decreto n. 8.058/2013, o qual
apresenta os procedimentos relativos à investigação e à aplicação de medidas antidumping (Brasil,
2013).
Na prática, podemos compreender as medidas antidumping como normas aplicáveis quando
identificado um caso de dumping. Tais medidas (geralmente uma sobretaxa) buscam manter o
equilíbrio entre as negociações ou internacionais e, de certa forma, evitar que empresas nacionais
sejam prejudicadas pelos produtos importados que entram no país com preço abaixo do custo de
produção local. Quando um país se sente prejudicado por outro, visto a uma prática de dumping,
pode entrar com pedido na OMC para investigação da situação.
Um exemplo hipotético: determinado produto é comercializado aqui no Brasil por R$ 150,00,
mas, se for importado da Índia, chega ao Brasil (mesmo com todos os tributos envolvidos na
importação) no valor de R$ 110,00. No primeiro momento, parece uma negociação normal; no
entanto, se a fabricante indiana baixou o preço do produto para entrar no Brasil (em alguns casos,
até prejudicando o meio ambiente ou explorando sua mão de obra), isso é considerado dumping e,
assim, é passível de ser aplicada contra a Índia uma medida antidumping.
18/11/2022 22:48 UNINTER
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E como isso ocorre? De acordo com Brogini (2013, p. 77), precisamos de três elementos
fundamentais para justificar a necessidade de uma medida antidumping:
1. importação de produtos com dumping;
2. dano provocado à indústria nacional;
3. nexo de causalidade entre dumping e dano.
E como isso é comprovado? Será suscitado um processo administrativo, que envolve que os
produtores do mesmo item objeto da queixa, aqui no Brasil, pleiteiem na Secretaria de Comércio
Exterior (Secex) que o caso seja investigado. Se a Secex considerar que a queixa procede – o que
ocorre por meio do parecer do seu Departamento de Defesa Comercial (Decom), que propõe a
aplicação de alguma medida de defesa comercial –, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) poderá
então aplicar uma sobretaxa à importação do produto ou não. O procedimento segue as regras
determinadas pela OMC e a Índia pode se defender conforme parâmetros também criados pela
OMC.
Brogini (2013) continua explicando que os direitos antidumping são cobrados de duas formas
básicas:
1. por meio de alíquota ad valorem: valor que se acrescenta a uma alíquota-base, que, no caso, é
o valor aduaneiro do produto sob investigação;
2. por meio de alíquota específica: valor específico ao produto, fixado em dólares norte-
americanos e convertido para a moeda nacional.
Na prática, isso significa dizer que, para as importadoras brasileiras continuarem a importar tal
produto da Índia, terão que pagar essas sobretaxas, o que provavelmente fará com que o preço do
produto importado ao menos se equipare ao do nacional.
TEMA 4 – MEDIDAS COMPENSATÓRIAS
Caso a prática desleal identificada seja efetivada por meio de subsídio do governo do país
exportador, o caminho é a aplicação de medidas compensatórias.Compreenderemos agora esses
dois conceitos importantes: subsídio e medida compensatória.
18/11/2022 22:48 UNINTER
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O subsídio pode ser entendido como a ajuda que determinado governo concede a um ou mais
segmentos específicos do mercado para não se sentir ameaçado pelos fornecedores internacionais.
Por outro lado, no comércio internacional, pode ser entendido como uma medida protecionista e que
pode causar danos às indústrias de outros países.
Brogini (2013, p. 37) explica que, “de acordo com a OMC, o subsídio pode ser entendido como
toda contribuição financeira, direta ou indireta, de fato e de direito, feita por algum ente público da
qual decorra algum tipo de vantagem para o destinatário do benefício.” O autor avalia ainda que, na
prática, o subsídio não é ilegal, desde que não seja aplicado somente a setores específicos e com
foco de impactar (estimular ou evitar) importações e exportações, porque, nessas condições, a OMC
o entende como subsídio ilegal e passível de originar uma punição ao país que o pratique.
Crédito: Niroworld/Shutterstock.
De acordo com o site enciclopédia aduaneira, esse subsídio precisa “[...] ser oficial e pode ser de
ordem financeira, cambial, comercial ou fiscal, concedido direta ou indiretamente ao industrial, assim
como ao exportador ou grupo de exportadores, estabelecidos em uma área geográfica, com o
escopo de estimular a exportação de certo produto”.
Já em relação às medidas compensatórias, Brogini (2013, p. 78) explica que elas “[...] são
destinadas a proteger a industrial nacional contra a concessão de subsídios pelo país exportador”. Da
mesma forma que nas medidas de antidumping, é preciso que ocorram três elementos fundamentais
para que essas medidas se implementem:
1. importação de produtos subsidiados;
2. danos provocados à indústria nacional;
3. nexo de causalidade entre a concessão do subsídio e o dano.
18/11/2022 22:48 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/25
As medidas compensatórias podem ser aplicadas por qualquer país que se sinta lesado e, claro,
desde que consiga comprovar os elementos citados por Brogini (2013). A regra da OMC deixa claro
que um país não pode aplicar medidas antidumping e medidas compensatórias numa mesma
situação, ou seja: ou se utilizam umas, ou outras.
4.1 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
No Brasil, as medidas compensatórias estão previstas em lei e decreto específicos. A Lei n.
9.019/1995 “Dispõe sobre a aplicação dos direitos previstos no Acordo Antidumping e no Acordo de
Subsídios e Direitos Compensatórios” (Brasil, 1995c). Já o Decreto n. 1.751/1995 “Regulamenta as
normas que disciplinam os procedimentos administrativos relativos à aplicação de medidas
compensatórias” (Brasil, 1995b).
O art. 1º do Decreto n. 1.751/1995 discrimina que: “Poderão ser aplicados direitos
compensatórios com o objetivo de compensar subsídio concedido, direta ou indiretamente, no país
exportador, à fabricação, à produção, à exportação ou ao transporte de qualquer produto, cuja
exportação ao Brasil cause danos à indústria doméstica” (Brasil, 1995b). Já o seu art. 4º fornece a
definição de alguns subsídios que podem prejudicar a indústria nacional, por exemplo em seus
incisos I e II:
Art. 4º Para os fins deste Decreto, considera-se que existe subsídio quando é conferido um
benefício em função das hipóteses a seguir:
I – haja, no país exportador, qualquer forma de sustentação de renda ou de preços que, direta ou
indiretamente, contribua para aumentar exportações ou reduzir importações de qualquer produto;
ou
II – haja contribuição financeira por um governo ou órgão público, no interior do território do país
exportador, denominado a partir daqui "governo", nos casos em que:
a) a prática do governo implique transferência direta de fundos [...]; ou
b) sejam perdoadas ou deixem de ser recolhidas receitas públicas [...]; ou
c) o governo forneça bens ou serviços além daqueles destinados à infraestrutura geral [...]; ou
d) o governo faça pagamentos a um mecanismo de fundo, ou instrua ou confie à entidade privada
a realizar uma ou mais das funções descritas nas alíneas anteriores [...] (Brasil, 1995b).
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Da mesma forma que nas medidas antidumping, o caminho para solicitar que medidas
compensatórias sejam adotadas será acionar Secex, Decom e Camex; e a cobrança também é a
mesma: ou por meio da alíquota ad valorem ou por meio de alíquota específica.
TEMA 5 – MEDIDAS DE SALVAGUARDA
Ao estudarmos as medidas de proteção comercial, compreendemos que o seu foco é proteger
as indústrias locais para não serem devastadas pelos concorrentes internacionais que possam praticar
preços baseados em práticas ilegais como dumping e concessão de subsídios. Mas, agora,
analisaremos as medidas de salvaguarda, que, embora também tenham como objetivo proteger a
indústria nacional, não ocorrem por ameaça de prática ilegal. E por que ocorrem, então?
Uma medida de salvaguarda é aplicada quando há um aumento repentino nas importações de
determinados produtos, de forma que isso ameace a produção interna. Nesse caso, a ameaça pode
ser pelo preço mais competitivo praticado pela concorrência (em não se caracterizando uma situação
de dumping ou de adoção de medida compensatória) ou pela grande quantidade introduzida por
essa concorrência internacional no mercado local, que é chamada, no comércio exterior, de surto de
importação.
Crédito: Andrii Yalanskyi/Shutterstock.
Brogini (2013, p. 79) explica que, para aplicação de uma medida de salvaguarda, três condições
devem ser observadas:
1. aumento repentino e acentuado das importações, decorrente da evolução imprevista das
circunstâncias;
2. grave prejuízo provocado à indústria nacional;
3. nexo de causalidade entre o aumento das importações e o prejuízo.
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Da mesma maneira que no caso das medidas antidumping e compensatórias, as medidas de
salvaguarda são solicitadas por meio de processos administrativos realizados no trâmite
administrativo que envolve Secex, Decom e Camex. No entanto, em relação às suas formas de
aplicação, podem se dar por: “[...] alíquota ad valorem, alíquota específica ou restrição quantitativa
(cota)” (Brogini, 2013, p. 80).
5.1 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
No Brasil, as medidas de salvaguarda são regulamentadas por meio do Decreto n. 1.488/1995, o
qual disciplina os procedimentos administrativos relativos à aplicação de medidas de salvaguarda
(Brasil, 1995a). Tal decreto estabelece como condições de aplicação das medidas de salvaguarda que:
Art. 1º Poderão ser aplicadas medidas de salvaguarda a um produto se de uma investigação
resultar a constatação, de acordo com as disposições previstas neste regulamento, de que as
importações desse produto aumentaram em tais quantidades e, em termos absolutos ou em
relação à produção nacional, e em tais condições que causem ou ameacem causar prejuízo grave à
indústria doméstica de bens similares ou diretamente concorrentes. (Brasil, 1995a)
Nos incisos I, II e III do art. 6º do Decreto n. 1.488/1995 se explicam os termos apresentados no
art. 1º, da seguinte forma:
Art. 6º Para os efeitos do presente regulamento, entender-se-á por:
I - prejuízo grave: a deterioração geral significativa da situação de uma determinada indústria
doméstica;
II - ameaça de prejuízo grave: o prejuízo grave claramente iminente, determinado com base nos
fatos e não apenas em alegações, conjecturas ou possibilidades remotas;
III - indústria doméstica a proveniente do conjunto dos produtores de bens similares ou
diretamente concorrentes, estabelecidos no território brasileiro, ou aqueles, cuja produção conjunta
de bens similares ou diretamente concorrentes constitua uma proporção substancial da produção
nacional de tais bens. (Brasil, 1995a)
As medidas de salvaguarda, quando provisórias, têm duração de até 200 dias,segundo o
Decreto n. 1.488/1995 (Brasil, 1995a), e podem ser suspensas antes, por uma decisão ministerial.
“Entretanto, independente de qual seja a duração da medida, deve haver uma investigação que leve
em conta fatores como a taxa de crescimento da importação de determinado produto, o preço de
tais importações e seu impacto sobre a indústria nacional.” (Nyegray, 2016, p. 449).
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É importante compreendermos que as medidas de salvaguarda não podem se tornar uma
artimanha para as empresas não inovarem ou não investirem em melhoria de seus processos; por
isso, é importante mantê-las como soluções provisórias.
5.2 EXEMPLOS DE MEDIDAS DE SALVAGUARDA
Para ilustrar alguns casos do uso desse mecanismo no comércio exterior, seguem alguns trechos
de matérias disponíveis na internet que abordam medidas de salvaguarda.
Importações aço. UE analisa prolongamento de medidas de salvaguarda
A Comissão Europeia iniciou hoje uma investigação para analisar se a União Europeia (UE) deverá
prorrogar as medidas para salvaguarda das importações de aço, que entraram em vigor em 2019,
após limitações comerciais norte-americanas aos produtos siderúrgicos europeus. (Importações,
2021, grifo do original)
UE poderá adotar represálias em 20 dias se o Reino Unido não cumprir o acordo
Mecanismo rigoroso está disponível para as duas partes, mas foi introduzido pela insistência dos
negociadores europeus
A União Europeia poderá adotar represálias contra o Reino Unido de maneira expeditiva se Londres
tomar um caminho legislativo destinado a diminuir os padrões sociais, trabalhistas, ambientais e de
luta contra a mudança climática. (Miguel, 2020, grifo do original)
Brasil sobretaxa importação de produtos da Costa Rica
Suspensão ocorre após Costa Rica aplicar medidas de salvaguarda às importações de açúcar do
Brasil
O governo brasileiro decidiu aplicar novas taxas de importações a determinados produtos da Costa
Rica. A decisão partiu da Câmara de Comércio Exterior (Camex), após a Costa Rica aplicar medidas
de salvaguarda às importações de açúcar do Brasil. (Brasil, 2020, grifo do original)
China reduz tarifa para açúcar e não renova salvaguarda
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) considera uma importante conquista a não
renovação da política de salvaguarda da China, que desde 2017 controla a entrada de açúcar
estrangeiro no país. A novidade pode ser uma oportunidade para a comercialização internacional
ser ampliada. (China, 2020, grifo do original)
A qualquer momento, algum país, em algum lugar do mundo, pode se sentir prejudicado pelas
práticas comerciais de outros países e se utilizar desses mecanismos protecionistas ou não para
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clamar por seus direitos; e, para lhe dar ou não o devido respaldo legal, há a OMC e o direito
internacional.
TROCANDO IDEIAS
Após acessar os conteúdos desta aula, discuta no fórum com seus colegas de curso se você
conhece algum caso em que o Brasil ganhou (ou perdeu) uma disputa na OMC. Comente esse caso.
NA PRÁTICA
Leia o seguinte texto:
Órgãos de solução de sontrovérsias
No Órgão de Solução de Controvérsias (OSC), integrado pelos membros da Organização Mundial
do Comércio (OMC), são estabelecidas as disputas. O OSC tem a autoridade de instituir painéis de
especialistas para analisar cada caso. Pode aceitar ou rejeitar os resultados de um painel. Também
monitora a implantação das recomendações e autoriza retaliações, quando um país não cumpre
com as regras.
Disputas na OMC são, essencialmente, sobre quebra de promessas. Uma disputa tem início quando
um país adota medida comercial ou prática alguma ação considerada por um ou mais membros da
organização como violação das regras do comércio. Um terceiro grupo de países pode declarar
interesse no caso. (Órgãos, 2017, grifo do original)
Sabemos que, nos casos de quebra de promessas dos países que fazem parte da OMC, esses
podem ser punidos, o que envolve a autorização da OMC para que os países por aqueles
prejudicados possam adotar medidas de defesa comercial, tais como: antidumping, compensatórias e
de salvaguarda. Com base no contexto apresentado na citação anterior e nos temas discutidos nesta
aula, formule um texto em que possa distinguir as três medidas citadas.
FINALIZANDO
Esta aula foi dedicada ao estudo de temas voltados ao comércio internacional e, para isso,
conhecemos alguns elementos da OMC e seu importante papel na regulação das negociações
internacionais entre os seus Estados-membros. Já aqui na América Latina temos o Mercosul como
protagonista das negociações internacionais dos seus países-membros. Ambos os organismos
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possuem seus departamentos de solução de controvérsias, que prestam assistência aos países que se
sentem prejudicados por outros em negociações internacionais.
Estudamos, ainda, que, quando os países se sentem prejudicados pelas práticas desleais de
dumping e de subsídios de outros, podem fazer uso das medidas antidumping e compensatórias. Já
quando o dano é causado pelo surto de importação, os países podem usar as medidas de
salvaguarda. Com isso, entendemos que atingimos nossos objetivos propostos no início desta aula e
já estamos preparados para identificar quando tais situações ocorrem no mercado e como podem ser
tratadas.
Avançamos em nossos estudos, mas ainda não os finalizamos; portanto, mantenha-se atento aos
temas transversais a esses já tratados e continue ampliando seu aprendizado, com suas próprias
pesquisas. Bons estudos e até nossa próxima aula!
REFERÊNCIAS
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