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A Clínica com Crianças e Adolescentes Psicologia e Processos Clínicos Infância A infância é o período que vai desde o nascimento até aproximadamente o 12º ano devida. É um período de grande desenvolvimento físico e emocional, em que o ser humano se desenvolve psicologicamente, implicando mudanças graduais no comportamento e na aquisição das bases da personalidade, em especial nos primeiros três anos de vida. Por isso, intervenções psicoterápicas na infância costumam apresentar resultados mais rápidos e efetivos do que na vida adulta. Infância Elas devem levar em consideração o estágio desenvolvimental da criança. Entre 0 e 3 anos, o bebê pode ser encaminhado por uma série de motivos: irritabilidade, dificuldade em ser consolado, problemas alimentares, distúrbios do sono e atraso no desenvolvimento. Infância Dos 3 aos 6 anos, na fase pré-escolar, a criança pode apresentar birras ou comportamentos agressivos, problemas no treinamento esfincteriano, medos e ansiedades e dificuldades de adaptação à escola. Entre 6 e 12 anos, na fase escolar, são os problemas relacionados à escola e à aprendizagem que costumam chamar a atenção dos pais. Avaliação – Entrevistas com os pais Durante a entrevista com os pais, devem-se investigar: Rotina diária, fins de semana e dia do aniversário Presença de irmãos e suas relações com a criança Seus brinquedos prediletos e como brinca (sozinha ou acompanhada) Grau de dependência da criança em cuidados básicos, iniciativa e curiosidade Hábitos de sono – onde dorme e com quem – e comportamento alimentar Avaliação – Entrevistas com os pais Uso de tecnologias – TV, videogame, tablet ou computador Gravidez – planejamento, intercorrências e parto Primeiro ano de vida – vínculo, amamentação e introdução de outros alimentos Marcos do desenvolvimento psicomotor – o sorriso social, firmar a cabeça, sentar-se com e sem apoio, engatinhar, os primeiros passos e as primeiras palavras O desmame – segundo Aberastury, a forma como a criança aceita essa perda mostra como ela enfrentará futuras perdas naturais e o próprio processo de maturação Avaliação – Entrevistas com os pais Controle esfincteriano – idade, forma, atitude dos pais e da criança Sexualidade – como os pais lidam com a sexualidade dos filhos e com a própria, se mantêm privacidade quanto a banhos, uso da toalete e de coabitação ou coleito Vida escolar – adaptação, interesse, dificuldades, socialização, bullying Problemas clínicos, perdas e situações traumáticas na família Avaliação – Entrevistas com os pais O avaliador deve sempre levar em conta a possibilidade de negligência, abuso e maus-tratos, mesmo que não haja queixa formal quanto a isso. Verifica-se, ainda, história de traumatismos e de acidentes de repetição, que pode apontar para condutas suicidas. Antepassados Hábitos familiares, Tradições e Tabus. Avaliação – Entrevista com a Criança A entrevista com a criança deve ser realizada em uma sala preparada para ela, a qual será a mesma para a avaliação e para o tratamento. Na avaliação, o material lúdico deve estar à disposição da criança, exposto em cima da mesa. A criança deve ser previamente orientada e preparada pelos pais, assim como devem ser discutidos com ela os objetivos, a natureza e a proposta da avaliação. Avaliação – Entrevista com a Criança O primeiro contato com a criança se dá na sala de espera, quando o terapeuta se apresenta e a convida para entrar até a sala de brinquedos. A atitude dos pais é muito importante nesse momento, pois a criança está atenta aos gestos mais sutis dos pais que possam expressar angústia ou ambivalência. Se ela está bem informada do motivo de sua vinda, sua entrada será facilitada. Avaliação – Entrevista com a Criança O avaliador deve estar atento a esse início, uma vez que tanto a atitude dos pais quanto a da criança, bem como o modo como a criança vai interagir com o avaliador, indicam aspectos do funcionamento da família. Em geral, a entrada na sala de atendimento é permeada por ansiedades. O terapeuta deve manifestar sua compreensão quanto a seus receios, visto que se trata não só de um lugar estranho, mas também de uma pessoa estranha. Deve tranquilizar a criança, informando-a de que estão ali para ajudá-la em suas dificuldades e que, para tanto, necessita conhecê-la. Avaliação – Entrevista com a Criança Ao final das primeiras entrevistas, o avaliador deve ter uma noção do estado mental da criança, bem como dos problemas e dos recursos sadios da criança. Simmons descreve um esboço para quais aspectos atentar. Resumidamente, ele sugere que sejam verificados: aparência, temperamento, afeto, orientação e percepção, mecanismos de defesa, integração neuromuscular, processos de pensamento e verbalizações, fantasias (sonhos, desenhos, desejos e brincadeiras), superego (ideais e valores do ego, integração da personalidade), autoconceito, capacidade de insight e estimativa do quociente de inteligência (QI). Focos de Atenção na Infância Distúrbios do Sono Transtornos relacionados à alimentação Obesidade Autismo Maus-tratos, negligência e abuso Medos e fobias Birras e comportamentos agressivos Focos de Atenção na Infância Transtornos do humor Transtorno de Oposição Desafiante Recusa Escolar Dificuldades de Aprendizagem TDAH Bullying Uso problemático de tecnologia e internet Psicoterapia de Orientação Analítica A terapia psicodinâmica de crianças apresenta algumas diferenças técnicas em relação à psicoterapia de adultos. A principal delas é o uso de jogos, brincadeiras e desenhos como meios de comunicação. As ferramentas fundamentais continuam sendo o pensamento e os afetos de ambos os participantes. Transferência e contratransferência, quando entendidas e interpretadas, são o fio condutor sobre o qual o tratamento evolui. Psicoterapia de Orientação Analítica O trabalho psicoterápico com crianças se desenrola não só a partir das comunicações verbais, mas predominantemente por meio das comunicações pré e extraverbais. O terapeuta de criança deve estar familiarizado com o desenvolvimento neurocognitivo e linguístico adequado para a faixa etária de seu paciente, a fim de escutá-lo e de falar com ele de maneira compreensível. O fato de a criança não ser predominantemente verbal não significa que ela não esteja compreendendo e desejando ser ajudada. Terapia Cognitivo-Comportamental A TCC mostra evidências consistentes de eficácia no tratamento de vários transtornos psiquiátricos iniciados na infância. Ela visa reduzir o sofrimento psicológico com a modificação dos comportamentos desajustados e dos processos cognitivos disfuncionais baseando-se no pressuposto de que os afetos e os comportamentos são resultados de cognições. As intervenções promovem mudanças no pensamento, no sentimento e no comportamento. Terapia Cognitivo-Comportamental O terapeuta estimula a colaboração do paciente, possibilitando que ele entenda melhor seus problemas e busque soluções, desenvolvendo um plano para lidar com suas dificuldades. A terapia deve adaptar-se às características da criança e de sua família, podendo ser flexibilizada. Adolescência Falta de consenso quanto à delimitação. Início à partir da Puberdade. A cada geração que passa, entretanto, tem-se observado que a puberdade ocorre cada vez mais precocemente, enquanto o ingresso no mercado de trabalho/aquisição da independência financeira/ emprego e a formação de uma nova família, seja pelo casamento, seja por união estável, ocorrem cada vez mais tardiamente. Adolescência Em geral, a adolescência é concebida como um período de saúde. De fato, nessa fase, o desenvolvimento atinge o auge de boa parte das capacidades físicas do ser humano, sendo a ocorrência de doenças e mesmo a mortalidade relativamente baixas se comparadas aos primeiros anos de vida e à idade adulta. Pico de incidência de muitos transtornos mentais. A Avaliação do Adolescente É essencial que se conheça bem o desenvolvimento normal da adolescência e de suas respectivas etapas. A compreensãodos diversos fatores ambientais e familiares envolvidos na apresentação clínica do paciente e a revisão dos sucessos e das falhas adaptativas ao longo do desenvolvimento devem fazer parte da avaliação. Condição patológica ou a uma crise vital? A Avaliação do Adolescente Não há consenso se a primeira entrevista de avaliação deve ser feita com o adolescente ou com seus pais. A escolha quanto a quem virá primeiro pode variar de acordo com a preferência da família, do adolescente ou do profissional. Essa decisão baseia-se no reconhecimento dos diferentes graus de autonomia e independência, que supostamente estariam relacionados à idade. Sigilo. Entrevista com o Adolescente Sensibilidade, flexibilidade e criatividade. Estabelecimento de uma aliança terapêutica adequada com o paciente e seus pais. Deve-se evitar silêncios prolongados com adolescentes. Demonstrar interesse e curiosidade sobre a vida do adolescente, seus hábitos, suas preferências, suas amizades e seus planos para o futuro. Entrevista com o Adolescente Questões comuns a qualquer avaliação: identificação, queixa principal, história da doença atual, antecedentes pessoais, antecedentes familiares, antecedentes médicos, perfil psicossocial e exame do estado mental). Entrevista com o Adolescente Alguns tópicos devem ser abordados com mais atenção. Tais tópicos incluem: as características e os padrões de relacionamento com os pais, familiares e pares; A agressividade e o controle dos impulsos; a capacidade de tolerar frustrações e a presença de comportamentos antissociais. A relação com o uso de jogos e eletrônicos, bem como de drogas e álcool. Entrevista com os Pais As entrevistas com os pais ou cuidadores têm como finalidade principal a coleta de informações a respeito do motivo da consulta, da situação de vida atual e da história passada e atual do paciente. A visão dos pais acerca do funcionamento familiar, sua história conjugal e seu ajustamento emocional também são analisados. A história psiquiátrica da família, a forma como os pais foram criados e a própria adolescência deles também são aspectos importantes. Focos de Atenção na Adolescência Bullying Sexualidade e Gestação Socialização e Relações Virtuais Comportamento Suicida
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