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PGB-1 - III ANO - ALFA - 1 I. Linguagens e códigos e suas tecnologias: Text for tests 1 to 6. Girls more likely than boys to smoke and get drunk Girls are more likely than boys to smoke during the early years of secondary school and more likely to get drunk or be sick after consuming too much alcohol, according to a study issued yesterday by the National Centre for Social Research. A survey of almost 10,000 youngsters aged 11 to 15 found that the girls were as likely as the boys to have drunk alcohol in the previous week. However, half the girls who had taken alcohol admitted to getting drunk, compared with 46% of the boys. Girls were also more likely than boys to have felt sick and they were more likely than boys to have got into an argument the last time they drank, while the boys were more likely to have had a fight. Victoria Manning, from the charity Action on Addiction, expressed concern about the high levels of alcohol consumption. “We know that young people are more at risk from a variety of ill effects as a result of binge drinking. This is because they generally have a smaller stature, which means that alcohol has a greater effect.” Alcohol can have detrimental effects on the development of adolescents, both physically and mentally. Excess of alcohol consumption can cause acute poisoning and increase the likelihood of accidents and can be the perpetrator or the victim of crime. Moreover, drinking alcohol can also lead to unsafe sex. Theresa May, the shadow culture secretary, is worried: “We should look at the factors that are causing people of such a young age to drink in this way. The culture of underage drinking is becoming acceptable, and the implications for families and for the health of the nation in the future are absolutely dire”. (CARVEL, John. The Guardian. Adapted.) In the sentence “A survey of almost 10,000 youngsters aged 11 to 15 found that the girls were as likely as the boys to have drunk alcohol in the previous week” the word youngsters can be replaced by: a) grown ups. b) young people. c) young offenders. d) young ladies. e) gang of kids. According to the first paragraph, during the early years of secondary school: a) more and more girls and boys get sick because they like to smoke and drink. b) girls get sick because they like smoking and consuming too much alcohol. c) boys get sick because they like smoking and consuming too much alcohol. d) girls have more chances to smoke, get drunk or be sick after consuming alcohol. e) boys have more chances to smoke, get drunk or be sick after consuming alcohol. In the sentence (line 26) “Moreover, drinking alcohol can also lead to unsafe sex”, the adverb moreover indicates: a) contrast. b) condition. c) consequence. d) addtion. e) cause. In line 11, the author says “... and they were more likely than boys to have got into an argument...”. What does the underlined word mean? a) excuse. b) quarrel. c) reason. d) explanation. e) agreement. 04 03 02 01 PGB-1 - III ANO - ALFA - 2 The last paragraph of the text provides: a) advice for the whole society. b) treatment conditions for addicted to alcohol. c) probable cure for excess of alcohol consumption. d) suggested behavior for youngsters. e) alternative treatments for alcoholism. Why did Victoria Manning, from the charity Action on Addiction, say that young people are more at risk from a variety of ill effects as a result of binge drinking? a) Because of the high levels of alcohol consumption among teenagers. b) Because excess of alcohol consumption can cause acute poisoning and lead to unsafe sex. c) Because as adolescents are generally shorter alcohol has a greater effect on them. d) Because young people can commit a crime or cause an accident after drinking a lot. e) Because drinking too much alcohol can improve adolescents’ development. Text for tests 7 to 10. Scientists have found that chocolate need no longer be a guilty pleasure. New research by the University of Aberdeen has found that eating up to two bars a day appears to protect against heart disease and stroke. The study of 25,000 men and women in Norfolk compared people who ate chocolate to those who didn’t. Those with a higher intake were found to have an 11 per cent lesser risk of cardiovascular disease and a 25 per cent reduced risk of associated death. One in five said they did not eat any chocolate, but among the others, daily consumption averaged 7g, with some eating up to 100g a day. Although dark chocolate has long been known to have health benefits – such as being full of antioxidants which help to slow the signs of ageing – researchers say there is no evidence to prove that chocolate actually makes you healthier. Those who ate the most also tended to be younger, have a lower weight, waist to hip ratio, and blood pressure, and were less likely to have diabetes and more likely to carry out regular physical activity – all of which add up to a favourable cardiovascular disease risk profile. Eating more chocolate was also associated with higher energy intake and a diet containing more fat and carbohydrates and less protein and alcohol. (Disponível em: <www.newsinlevels.com>. Adaptado.) De acordo com o estudo da Universidade de Aberdeen: a) o chocolate amargo contém antioxidantes, que podem retardar o envelhecimento de seus consumidores. b) o consumo regular do chocolate faz com que as pessoas necessitem de mais exercícios físicos. c) o chocolate reduz a pressão arterial e a diabetes em seus consumidores. d) o hábito de comer chocolate regularmente faz com que as pesssoas consumam menos álcool. e) o maior consumo de chocolate parece indicar proteção contra doenças cardíacas. O estudo aponta que, dentre os 25 000 participantes: a) 20% disseram não ter comido chocolate. b) grande parte consome chocolate para reduzir o envelhecimento. c) um em cada cinco ingeriu em torno de 100 gramas de chocolate por dia. d) o consumo médio diário de chocolate entre os 25 000 participantes foi de 7 gramas. e) 25% reduziram a probabilidade de morte por AVC. Na frase incial do segundo parágrafo “Although dark chocolate has long been known to have health benefits”, a palavra em destaque introduz a ideia de: a) contraste. b) condição. c) alternância. d) causa. e) consequência. No excerto do segundo parágrafo “more likely to carry out regular physical activity”, a palavra em destaque indica: a) comparação. b) semelhança. c) probabilidade. d) prazer. e) agradabilidade. 10 09 08 07 06 05 PGB-1 - III ANO - ALFA - 3 Texto para os testes de 11 a 14. APRENDA A FALAR DIFÍCIL Em minha empresa, parece que o povo, do gerente para cima, fala outro idioma. Por que as pessoas ficam inventando expressões estranhas ou usando palavras estrangeiras, quando é muito mais fácil falar português? (Lélio, São Caetano, SP) Para impressionar, Lélio. As pessoas que complicam o vocabulário fazem isso com dois propósitos bem claros. O primeiro é financeiro. "Falar abobrinha" pode ser sinônimo de "Verbalizar cucurbitáceas", mas a segunda turma, via de regra, ganha mais. Você mesmo confirmou isso, ao dizer: "de gerente para cima". O segundo motivo é se proteger. Através dos tempos, cada profissão foi desenvolvendo sua maneira particu- lar de se expressar. Economista fala diferente de advo- gado, que fala diferente de engenheiro, que fala dife- rente de psicólogo, e todos eles falam diferente de nós. Quanto mais complicado uma pessoa fala, mais fácil ela poderá depois explicar: "Não foi bem isso que eu disse". Na prática, a coisa funciona assim. Se você tiver uma pergunta – qualquer pergunta – e consultar alguém de Marketing, ouvirá como resposta que é preciso "fazer um brainstorming e extrapolar os dados". Alguém de Recursos Humanosdirá que, "enquanto seres funcionais, temos de vivenciar parâmetros holísticos". Um engenheiro opinaria que a coisa se deve a "fatores inerciais de natureza não técnica". E uma pessoa de Sistemas diria que a empresa está "num processo de reformulação de conteúdo". E assim por diante. Essa foi uma grande lição que aprendi na vida corporativa. Quando tinha alguma dúvida, perguntava a um Diretor. E aprendia uma palavra nova. Aí, ia me informar com o Seu Anísio da Portaria. Porque ele era o único capaz de me explicar direitinho a situação. "É, vem chumbo grosso por aí". Portanto, Lélio, e para bem de sua carreira, sugiro que você comece a aprender esses "idiomas estranhos". Falando de maneira simples, e sendo entendido por todos, você chegará, no máximo, a Supervisor. Adotando uma verbalização direcional intrínseca, poderá chegar a Diretor. (Max Gehringer. "Sua carreira". Época, 3 abr. 2006, p. 67.) Na pergunta do leitor, há uma concepção de língua portuguesa que (...) a) rejeita as variações de caráter técnico-profissional, por considerá-las desnecessárias. b) defende o uso da língua padrão nas atividades profissionais, por sugerir mais status. c) expressa um preconceito com o falar coloquial, por relacioná-lo às classes populares. d) incorpora o uso de palavras estrangeiras como algo necessário à comunicação. e) considera as mudanças de estilo uma consequência inevitável das diferentes personalidades. O conselho para que Lélio – "adote uma verbalização direcional intrínseca" – pode ser parafraseado da seguinte maneira: a) assuma uma linguagem objetiva. b) prefira uma retórica rebuscada. c) use um jargão adequado. d) escolha uma comunicação atraente. e) utilize uma fala despojada. Na elaboração da resposta, o consultor Max Gehringer sugere que (...) a) o profissional deve manter, em situações discursivas informais, a mesma linguagem própria da área na qual atua. b) diferentes enunciados têm um mesmo significado e sua expressão independe das características da profissão. c) uma mesma informação pode ser veiculada por enunciados diferentes, dependendo do papel social exercido pelo locutor. d) os funcionários de uma empresa devem ser prolixos em todas as situações que envolvam comunicação com clientes. e) um mesmo enunciado pode desencadear diferentes reações no interlocutor, quando proferido em espaço de trabalho. Resumindo-se os motivos apresentados no texto para explicar a complicação do vocabulário, – "falar difícil" funciona como (...) a) marca de poder aquisitivo e mecanismo de autopreservação profissional. b) maneira de separar funcionários e patrões e tática de garantia da produtividade. c) meio para aumentar lucros e artimanha para impedir as ideias dos concorrentes. d) garantia de competência técnica e recurso para valorizar os ouvintes. e) indicador da competição entre funcionários e instrumento de aproximação dos clientes. 14 (UFG)13 (UFG)12 (UFG)11 PGB-1 - III ANO - ALFA - 4 Texto para o teste 15. A ironia da charge anterior reside, sobretudo, no fato de (...) a) não haver uma eficiente comunicação e/ou diálogo entre governantes e população, quando se trata de uma crise política. b) haver um discurso ideológico distorcido, por parte do governo, ao tratar de um problema social. c) os problemas da sociedade serem resolvidos apenas no plano linguístico, evidenciando o caráter falacioso do discurso. d) os governantes invariavelmente atacarem de modo equivocado e com medidas ineficazes os problemas da população. e) os administradores governamentais se mostrarem completamente incompetentes, ante um problema político. Texto para os testes de 16 a 19. O SILÊNCIO O silêncio não é a negação da palavra, como a palavra não é tampouco a negação do silêncio. Há silêncios eloquentes, como palavras vãs. É, precisa- mente, a continuidade entre um estado e outro que forma a trama completa de nossa vida do espírito. É na riqueza do nosso silêncio interior que se forma a qualidade de nossas manifestações verbais. Como é na riqueza de sua repercussão, no silêncio posterior, que reside o sentido mais profundo do nosso privilégio verbal. O homem é a única criatura que fala. Mas é também a única que sabe dar ao silêncio o seu sentido profundo. O silêncio dos seres humanos, das pedras, das florestas, dos animais, só tem sentido para nós, seres verbais, que damos um significado positivo, poético, filosófico, religioso a esse silêncio das coisas e dos seres infra-humanos. Como o rumor de nossas palavras só tem sentido, porque nelas se reflete o mundo infinito para lá de sua sonoridade, o mundo dos sentimentos, das ideias e das grandes realidades invisíveis. (Alceu Amoroso Lima) Na opinião do autor, o “silêncio” (...) a) quando eloquente, forma uma trama completa em volta do espírito humano, desencadeando palavras vãs. b) se mal-empregado, compromete a qualidade de nossas manifestações verbais, prejudicando a relação entre os seres humanos. c) quando rico, provoca a aproximação entre seres humanos e animais, conferindo a essa relação um significado positivo. d) quando praticado por seres humanos, transforma o significado das pedras, dos animais, das florestas, atribuindo-lhes uma importância poética e filosófica. e) fundamenta nossas manifestações verbais, compondo com elas o quadro completo da atividade de nosso espírito. No contexto em que ocorre, a expressão “seres verbais” significa (...) a) pessoas que manipulam tempos e modos verbais com eficiência. b) pessoas que conhecem sua língua com certa profundidade. c) seres que fazem uso da linguagem. d) seres infra-humanos, que são objeto da comuni- cação humana. e) pessoas que manipulam a palavra e o silêncio com sabedoria. Considerando-se o sentido do conjunto do texto, pode-se afirmar que (...) a) as palavras “riqueza” e “silêncio” são utilizadas de modo a constituírem uma antítese. b) o sentido do “silêncio” é decorrente da linguagem, isto é, da carga de significado que os "seres verbais" atribuem ao “silêncio”. 18 17 16 (ESPM)15 GOVERNO TOMA MEDIDAS PARA ENFRENTAR A CRISE HÍDRICA FICAM PROIBIDAS AS EXPRESSÕES: -ÁGUAS PASSADAS. -MOLHAR A MÃO. -GANHOU DE LAVADA. -LAVEI A ÉGUA. -GOTA D’ÁGUA. E ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA TANTO BATE ATÉ QUE FURA. PGB-1 - III ANO - ALFA - 5 c) a expressão – "não é tampouco a negação" – está empregada com o sentido – "é também o pressuposto". d) a expressão – "o rumor de nossas palavras" – está empregada com o sentido de – "o barulho de nossas palavras". e) as palavras – “positivo, poético, filosófico, religioso” – encadeiam-se numa progressão semântica. Na expressão – "sua repercussão" – o pronome possessivo refere-se (...) a) à palavra "riqueza". b) à expressão "nosso silêncio interior". c) à expressão "silêncio posterior". d) à expressão "nossas manifestações verbais". e) à expressão "sentido mais profundo". Texto para o teste 20. A leitura da charge permite inferir que (...) a) na fala do avô, está implícita a ideia de que ele admite seu completo desconhecimento da área jurídica. b) o avô tenta disfarçar, por meio de suas respostas, seu desconhecimento sobre a origem etimológica da expressão “habeas corpus”. c) a resposta deixa pressuposta a ideia de que, na opinião do avô, o assunto em questão não deveria ser do interesse de uma criança. d) a fala do avô deve ser compreendida como uma crítica explícita aos políticos de modo geral. e) o comentário do avô, no segundo quadrinho, contém uma crítica às iniquidades permitidas pelo Judiciário. Texto para os testes 21 e 22. Para anunciar o fim da fabricação de um modelo de automóvel, a montadora Volkswagen optou por uma campanha publicitária inusitada: o "deslançamento" da Kombi. Assinale a alternativa que melhor explica o processo de formaçãodo neologismo "deslançamento" e seus efeitos de sentido. a) Associado ao prefixo “des-”, indicador de negação, esse neologismo estabelece uma referência pejorativa ao automóvel, enunciando a obsoles- cência do produto. b) No processo de criação, o termo ressalta o valor de afetividade do veículo, devido à presença do sufixo “-mento”, que expressa a noção de resultado de uma ação. c) O efeito expressivo do termo resulta da dupla possibilidade do processo de formação desse neologismo: composição por justaposição ou derivação prefixal e sufixal. (INSPER)21 Vai aí a Kombi. Em breve, em nenhuma concessionária perto de você. Das Auto. (http://quatrorodas.abril.com.br/noticias/fabricantes/kombi-ganha- anuncio-deslancamento-755030.shtml) Todo carro merece um anúncio de lançamento. Mas só um ícone como a Kombi merece também um anúncio de deslançamento. Isso mesmo, a última Kombido mundo será fabricada no final deste ano. E, como toda Kombi, já vai sair sem computadorde bordo, sem airbag,sem freios ABS, sem painel touchscreen. Mas com estilo retrô e charme de fábrica. O carro que fez diferença na vida de tanta gente está se aposentando, mas vai deixar muitas lembranças. Conte a sua no site vw.com.br/kombi. Vem aí, ou melhor, sai aí a Kombi. O deslançamento menos esperado da indústria automobilística mundial. (INSPER)20 VÔ, QUE LÍNGUA É ‘‘HABEAS CORPUS’’? LATIM A NÃO SER QUANDO NINGUÉM ENTENDE, E AÍ VIRA GREGO. (Luis Fernando Verissimo, , 27/07/08)O Estado de S. Paulo 19 PGB-1 - III ANO - ALFA - 6 d) O tom irreverente, resultante de um texto que parece uma propaganda às avessas, é enfatizado pelo uso do recurso de derivação prefixal e sufixal do termo. e) O termo apresenta um efeito irônico, baseado no processo de derivação imprópria que sugere, nesse contexto, a ideia de um automóvel que vai deixar saudade. Em relação aos pronomes presentes no anúncio, assinale a alternativa na qual a reescrita preserva o mesmo sentido e referências do texto original. a) "em nenhuma concessionária" = "em concessionária alguma" b) "fabricada no final deste ano" = "fabricada no final desse ano" c) "E, como toda Kombi" = "E, como toda a Kombi" d) "o carro que fez diferença" = "o carro cuja diferença fez" e) "Conte a sua no site" = "Conte a tua no site" Utilize o texto a seguir para responder ao teste 23. SOCIEDADE ALTERNATIVA Se eu quero e você quer Tomar banho de chapéu Ou esperar Papai Noel Ou discutir Carlos Gardel Então vá! Faz o que tu queres Pois é tudo Da Lei! Da Lei! Viva! Viva! Viva a Sociedade Alternativa. (Raul Seixas) Em sua canção, Raul Seixas emprega um registro linguístico coloquial. Caso o "maluco beleza" mantivesse uniformidade no uso das pessoas do discurso, o verso sublinhado seria: a) Faças o que tu queres. b) Fazei o que tu queres. c) Faça o que você quiser. d) Faças o que tu quiserdes. e) Faz o que você quiser. Texto para os testes 24 e 25. * Algaravia: linguagem muito confusa, incompreensível. A fala da personagem permite concluir que (...) a) os dias de hoje são mais tranquilos. b) aves e cães produzem sons desagradáveis. c) a melodia das aves é enfadonha. d) o tempo passa, mas os incômodos não. e) os sons dos cachorros incomodam. A expressão – "... com a sinfonia dos pardais" – estabelece, na oração, uma relação cujo sentido é de (...) a) condição. b) consequência. c) intensidade. d) causa. e) comparação. Texto para o teste 26. Em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa, a lacuna na fala da personagem deve ser preenchida com: a) a quatro meses b) há quatro meses c) à quatro meses d) fazem quatro meses e) tem quatro meses (Barro Branco)26 DESEMPREGADOS E AÍ, JÁ ARRUMOU ALGUMA COISA? NÃO, E OLHA QUE EU JÁ ESTOU PROCURANDO (Barro Branco)25 (Barro Branco)24 ANTIGAMENTE, EU ACORDAVA COM A SINFONIA DOS PARDAIS. HOJE COM A ALGARAVIA DA CACHORRADA... (www.gazetadopovo.com.br, 21.06.2015)(www.gazetadopovo.com.br, 21.06.2015) (INSPER)23 (INSPER)22 PGB-1 - III ANO - ALFA - 7 Texto para os testes 27 e 28. Num dia em que estava mais disposto a desabafar que a suspirar (e ele nem suspirava tanto assim), Paul Valéry – o poeta francês que adorava matemática e detestava novidades – confessou que os aconteci- mentos o entediavam. No contexto histórico em que foi escrita, entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, a frase acabou se tornando célebre: era uma época, afinal, em que os acontecimentos pareciam poder inspirar tudo, menos tédio. Não que isso importe: a reação de Valéry podia ser desconcertante, mas era também perfeitamente compreensível. Eu sempre fiquei imaginando que, se os aconteci- mentos entediavam Paul Valéry, ler sobre os acontecimentos devia entediá-lo muito mais. Já é suficientemente maçante que as coisas aconteçam; não existe nada mais chato que ler sobre elas. Afinal de contas, se a vida é o que acontece quando não se está prestando atenção, o ideal seria que ninguém nos chamasse a atenção para nada do que está acontecendo – só assim se poderia viver melhor. Nada é mais desanimador que a multidão de profissionais bem-intencionados, que faz questão de que saibamos tudo, o tempo todo, sobre tudo. Mais que uma bênção, a ignorância pode ser uma forma de saúde – e a omissão, um tipo de ecologia. Já sabemos, seja como for, muito – e sobre possivelmente mais do que deveríamos. Chegou a hora de começarmos a nos dedicar a ignorar. Tocantemente insistente, a imprensa faz questão que continuemos informados. É um ideal bobo. "Os acontecimentos são a espuma das coisas", escreveu Paul Valéry, "o que me interessa é o mar". (Sérgio Augusto de Andrade, "Ensaio!", Bravo!, n. 101, janeiro, 2006.) Para o autor, a reação do poeta Paul Valéry lhe parece "perfeitamente compreensível", porque (...) a) é impossível saber, pelos meios de comunicação, tudo o que acontece. b) a imprensa não é suficientemente competente para transmitir as notícias. c) as notícias são ainda mais aborrecidas do que os próprios acontecimentos. d) nenhum acontecimento é tão importante que precise ser noticiado. e) o acontecimento não pode ser apreendido ou contado por quem não o vivenciou. Em – "os acontecimentos pareciam poder inspirar tudo, menos tédio" – o termo em destaque exprime: a) exclusão. b) explicação. c) retificação. d) situação. e) inclusão. Texto para os testes 29 e 30. A primeira manifestação surrealista aconteceu em 1924, com a divulgação do panfleto "Um cadáver", a propósito da morte de Anatole France, prêmio Nobel de literatura. Os surrealistas não estavam interessados no estilo límpido, nem no famoso ceticismo desse escritor consagrado e, por isso mesmo, alvo perfeito para o grupo de jovens lobos mostrarem suas garras. Numa linguagem violenta, afirmavam que acabava de morrer "um pouco da servilidade humana". E, como espe- ravam, a repercussão foi enorme. Como consequência funesta, Breton e Aragon perderam o emprego oferecido pelo colecionador Jacques Doucet. (Marilda Rebouças, “Surrealismo”, 1986.) Com base no texto, pode-se afirmar que Anatole France (...) a) pregava a "servilidade humana", ideia que os escritores surrealistas pretendiam resgatar. b) havia contribuído, antes de sua morte, para a perda do emprego de artistas como Breton e Aragon. c) foi um famoso escritor, participante do Movimento Surrealista e ganhador do prêmio Nobel de literatura. d) foi homenageado pelo grupo surrealista, em um panfleto, por ocasião de sua morte. e) fez, em sua obra, opções estéticas que foram combatidas pelo grupo surrealista. “Como consequência funesta, Breton e Aragon perderam o emprego oferecido pelo colecionador Jacques Doucet.” O tempo do verbo destacado indica um acontecimento (...) a) frequente, no passado. b) passado, anterior a alguns dos demais fatos citados. c) pontual, no passado. d) no futuro do passado em que alguns dos demais fatos citados ocorrem. e) contínuo,inteiramente no passado. (Famerp)30 (Famerp)29 28 27 PGB-1 - III ANO - ALFA - 8 Texto para o teste 31. A propaganda anterior visa convencer as mães de que esse canal de televisão é adequado aos seus filhos. Para tanto, o locutor dirige-se ao interlocutor por meio de estratégias argumentativas de (...) a) manipulação, ao detalhar os programas infantis que compõem a grade da emissora. b) persuasão, ao evidenciar as características da programação dirigida ao público infantil. c) intimidação, ao dirigir-se diretamente às mães para chamá-las à reflexão. d) comoção, ao tranquilizar as mães sobre a qualidade dos programas da emissora. e) comparação, ao elencar os serviços oferecidos por outras emissoras ao público infantil. (Enem-2a aplicação)31 (Disponível em: http://vicostudio.blogspot.com.br. Acesso em: 1 ago. 2012) A TV Cultura tem um cuidado muito especial com as crianças. Todos os dias leva ao ar mais de 10 horas de programação dedicada exclusivamente ao público infantil. Nossas atrações são divertidas, abordam conceitos pedagógicos e transmitem valores importantes para o desenvolvimento do seu filho. Além disso, a TV Cultura não veicula propaganda nos horários da programação infantil, protegendo as crianças de apelos comerciais inadequados. Com ética, responsabilidade e criatividade, oferecemos um ambiente seguro e divertido para ser a primeira opção na programação infantil da TV brasileira. Quando seu filho está conosco, fique tranquila. Estamos cuidando dele com muito carinho. PGB-1 - III ANO - ALFA - 9 Texto para os testes de 32 a 34. Passando o texto para a segunda pessoa do singular, sem alteração de sentido, o diálogo seria: a) – Que dirá, senhora, se eu tirasse a barba? – Em tua barba reside tua autoridade, tua determinação – em última análise, a essência de vosso poder. – Agradeço, senhora. – Não é um elogio, caso não o hajas percebido. b) – Que dirias, senhora, se eu tirasse a barba? – Em tua barba reside tua autoridade, tua determinação – em última análise, a essência de teu poder. – Agradeço, senhora. – Não é um elogio, caso não o hajas percebido. c) – Que dirão, senhora, se eu tirasse a barba? – Em sua barba reside vossa autoridade, vossa determinação – em última análise, a essência de vosso poder. – Agradeço, senhora. – Não é um elogio, caso não o hajam percebido. d) – Que diz, senhora, se eu tirasse a barba? – Em sua barba reside sua autoridade, sua determinação – em última análise, a essência de seu poder. – Agradeço, senhora. – Não é um elogio, caso não o haja percebido. e) – Que diríeis, senhora, se eu tirasse a barba? – Em sua barba reside sua autoridade, sua determinação – em última análise, a essência de seu poder. – Agradeço, senhora. – Não é um elogio, caso não o hajais percebido. Com base no texto, pode-se afirmar que: a) o rei pede a opinião da rainha sobre tirar a barba, mas não compreende o sentido irônico de sua resposta. b) o rei quer saber o que o povo diria sobre ele tirar a barba e a rainha responde com palavras do povo. c) ao rei é fundamental compreender a essência de seu poder, enquanto à rainha interessam questões ligadas à aparência do rei. d) o rei demonstra ironia na pergunta e a rainha responde com a submissão que dela se espera. e) a rainha compartilha da preocupação do rei com a aparência, pois isso é importante para o exercício do poder. Assinale o provérbio que melhor se aplica às ideias do texto. a) Em casa de ferreiro, espeto de pau. b) Dize-me com quem andas que te direi quem és. c) Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. d) Amigos, amigos; negócios à parte. e) O hábito não faz o monge. (UEL)34 (UEL)33 (UEL)32 QUE DIRÍEIS, SENHORA, SE EU TIRASSE A BARBA? EM VOSSA BARBA RESIDE VOSSA AUTORIDADE, VOSSA DETERMINAÇÃO - -EM ÚLTIMA ANÁLISE, A ESSÊNCIA DE VOSSO PODER. AGRADEÇO, SENHORA. NÃO É UM ELOGIO, CASO NÃO O HAJAIS PERCEBIDO. PIRATAS DO TIETÊ- LAERTE PGB-1 - III ANO - ALFA - 10 Texto para os testes 35 e 36. Desde o início da história europeia, criamos o hábito de distinguir entre poder temporal e poder espiritual. Quando cada um deles dispõe da autonomia em seu domínio e se vê protegido contra as intrusões do outro, fala-se de uma sociedade laica ou, como se diz também, secular. Poderíamos crer que, na parte do mundo marcada pela tradição cristã, essa relação em torno da questão da autonomia já estaria prontamente organizada, pois o Cristo anunciou que seu reino não era deste mundo, que a submissão a Deus não interferia em nada na submissão a Cesar. No entanto, a partir do momento em que o imperador Constantino impôs o Cristianismo como religião de Estado, no século IV, a tentação de apoderar-se de todos os poderes de uma vez revelou- se. É fácil entender a razão desse movimento. Dir-se-á que a ordem temporal reina sobre os corpos, a ordem espiritual sobre as almas. Mas alma e corpo não são entidades simplesmente justapostas, no interior de cada ser, eles formam inevitavelmente uma hierarquia. Para a religião cristã, a alma deve comandar o corpo; por isso cabe às instituições religiosas, isto é, à Igreja, não somente dominar diretamente as almas, mas também, indiretamente, controlar os corpos e, portanto, a ordem temporal. Por sua vez, o poder temporal procurará defender suas prerrogativas e exigirá a manutenção do controle sobre todos os negócios terrestres, inclusive sobre uma instituição como a Igreja. Para proteger sua autonomia, cada um dos dois adversários fica então tentado a invadir o território do outro. (Tzvetan Todorov, “O espírito das Luzes”, 2006.) Considerando o modo como as ideias estão organizadas, pode-se afirmar que o texto (...) a) defende a ideia de que a verdade sobre os fatos é uma só e independe das opiniões e dos pontos de vista. b) descreve uma polêmica com duas soluções possíveis, justapondo argumentos em favor de uma e contra a outra solução. c) argumenta sobre como dois pontos de vista opostos podem ser conciliados, se os defensores das opiniões divergentes entrarem em diálogo. d) expõe uma questão polêmica e elenca elementos para mapear as divergências entre diferentes pontos de vista. e) narra a saga das religiões cristãs, do tempo de Cristo até os tempos de hoje. "No entanto, a partir do momento em que o imperador Constantino impôs o Cristianismo como religião de Estado, no século IV, a tentação de apoderar-se de todos os poderes de uma vez revelou-se." (2o parágrafo) A frase introduzida pelo conectivo “No entanto” expressa, em relação à anterior, uma ideia de (...) a) consequência. b) oposição. c) causa. d) condição. e) proporção. Texto para o teste 37. DESCOBRIMENTO Abancado à escrivaninha em São Paulo Na minha casa da rua Lopes Chaves De sopetão senti um friúme por dentro. Fiquei trêmulo, muito comovido Com o livro palerma olhando pra mim. Não vê que me lembrei que lá no norte, meu Deus! [Muito longe de mim, Na escuridão ativa da noite que caiu, Um homem pálido, magro de cabelos escorrendo nos [olhos Depois de fazer uma pele com a borracha do dia, Faz pouco se deitou, está dormindo. Esse homem é brasileiro que nem eu... (Mário de Andrade, “Poesias completas”. São Paulo: Edusp, 1987.) O poema "Descobrimento", de Mário de Andrade, marca a postura nacionalista manifestada pelos escritores modernistas. Recuperando o fato histórico do "descobrimento", a construção poética problematiza a representação nacional a fim de (...) a) resgatar o passado indígena brasileiro. b) criticar a colonização portuguesa no Brasil. c) defender a diversidade social e cultural brasileira. d) promover a integração das diferentes regiões do país. e) valorizar a região Norte, pouco conhecida pelos brasileiros. (Enem-2ª aplicação)37 (Famerp)36 (Famerp)35 PGB-1 - III ANO - ALFA - 11 Os surrealistas procuram atingir uma realidade outra, situada no plano do subconsciente e do inconsciente. Por isso, o “sonho”passa a ser a grande forma de conhecer o mundo, pois, nele, a realidade e a irrealidade, a lógica e a fantasia coexistem sem choques. Das imagens reproduzidas a seguir, qual representa tal movimento? a) b) c) d) e) O Sono, de Salvador Dalí. Detalhe de , de Leonardo da VInci.A Gioconda Les demoiselles d’Avignon, de Pablo Picasso. Poema tipográfico de Adengo Soffici. O Grito, de Edvard Munch. 38 PGB-1 - III ANO - ALFA - 12 Texto para o teste 39. O bonde abre a viagem, No banco ninguém, Estou só, estou sem. Depois sobe um homem, No banco sentou, Companheiro vou. O bonde está cheio, De novo porém Não sou mais ninguém. (Mário de Andrade, “Poesias completas”. Belo Horizonte: Wa Rica, 1993.) O desenvolvimento das grandes cidades e a consequente concentração populacional, nos centros urbanos, geraram mudanças importantes no compor- tamento dos indivíduos em sociedade. No poema de Mário de Andrade, publicado na década de 1940, a vida na metrópole aparece representada pela contraposição entre (...) a) a solidão e a multidão. b) a carência e a satisfação. c) a mobilidade e a lentidão. d) a amizade e a indiferença. e) a mudança e a estagnação. Texto para o teste 40. relicário No baile da Corte Foi o Conde d'Eu quem disse Pra Dona Benvinda Que farinha de Suruí Pinga de Parati Fumo de Baependi É comê bebê pitá e caí (Oswald de Andrade) Sobre o texto de O. de Andrade, pode-se afirmar que (...) a) a aproximação entre elementos aristocráticos e elementos populares confere tom jocoso ao poema. b) as palavras de origem tupi ilustram a valorização da cultura indígena pela corte. c) ao carregar o vocabulário de elementos típicos da vida brasileira, o texto ironiza os hábitos nacionais e aproxima-se do Romantismo. d) a reprodução da pronúncia popular marca a crítica do poeta ao descaso do brasileiro com o idioma nacional. e) o fato de apresentar como personagem um conde francês evidencia a intenção do poeta de mostrar a superioridade dos europeus. Textos para o teste 41. Texto I Não quero mais o amor, Nem mais quero cantar a minha terra. Me perco neste mundo. Não quero mais o Brasil Não quero mais geografia Nem pitoresco. Quero é perder-me no mundo Para fugir do mundo. As estradas são largas As estradas se estendem Me falta é coragem de caminhar. Sou uma confissão fraca Sou uma confissão triste Quem compreenderá meu coração?! O silêncio noturno me embala. Nem grito. Nem sou. Não quero me apegar nunca mais Não quero nunca mais. Augusto Frederico Schmidt (1928) Texto II Como bem frisou Carlos Drummond de Andrade, "a poesia modernista foi, em grande parte, uma poesia de região, de município e até de povoado, que se atribuiu a missão de redescobrir o Brasil, considerando-o antes encoberto do que revelado pela tradição literária de cunho europeu (...) Mas esse excesso de Brasil corria o risco de degenerar simplesmente em excesso de pitoresco, de tal modo o particular se substituía ao geral, na sofreguidão dos revolucionários, marcados ainda por uma tendência pulverizadora ao humorismo". (...) Na verdade o que se processou foi o seguinte: o Modernismo surgiu imbuído do desejo de atualização da poesia brasileira, isto é, de adequá-la às correntes vanguardistas europeias. (...) o verso livre, conquista dos simbolistas franceses, (...) é a arma de combate dos modernistas; a ausência de pontuação fora praticada (...) por Apollinaire; processos como o de rimas dentro do mesmo verso ou no interior de versos seguidos, assonâncias internas e aliterações, remon- tam a Stuart Merrill. (RAMOS, Péricles Eugênio da Silva. In: COUTINHO, Afrânio (dir.); COUTINHO, Eduardo de Faria (co-dir.). “A literatura no Brasil” - volume 5. São Paulo: Global, 2004. p. 171.) 40 (Enem-2ª aplicação)39 PGB-1 - III ANO - ALFA - 13 Analisando os versos de Schmidt à luz das reflexões apresentadas no texto II, pode-se afirmar que (...) a) o poema ilustra a libertação formal modernista, exceto quanto ao esquema rímico. b) a recusa explicitada na primeira estrofe representa um posicionamento dos primeiros modernistas. c) o poema ilustra a literatura, condenada por Drummond, por valorizar um "excesso de Brasil". d) os aspectos formais valorizados pelos modernistas estão presentes no poema. e) ainda que a temática seja condizente com a proposta nacionalista do Modernismo, na forma, o poema não se atém aos princípios do movimento. Texto para os testes 42 e 43. Quando ela passa: – a veste desgrenhada, O cabelo revolto em desalinho, No seu olhar feroz eu adivinho O mistério da dor que a traz penada. Moça, tão moça e já desventurada; Da desdita ferida pelo espinho, Vai morta em vida assim pelo caminho, No sudário da mágoa sepultada. Eu sei a sua história. – Em seu passado Houve um drama d'amor misterioso – O segredo d'um peito torturado – E hoje, para guardar a mágoa oculta, Canta, soluça – o coração saudoso, Chora, gargalha, a desgraçada estulta. (Augusto dos Anjos, “Eu e outras poesias”, 2011.) No poema, o eu lírico credita a loucura da moça (...) a) a um segredo de amor que a perturba, ainda que o sentimento tenha sido correspondido, mas que, devido a sua desarmonia psicológica, a afastou de seu amado. b) a um drama de amor, cujo sofrimento se materializa, fisicamente, na sua veste e no seu desalinho pessoal e, psicologicamente, nas suas oscilações de humor. c) a uma crescente e contínua descrença em relação ao amor, que a leva a um comportamento de introspecção e sublimação dos sentimentos. d) a um amor misterioso do passado, não concretizado em razão da negligência da jovem com sua aparência física, constantemente em desalinho. e) a uma mágoa oculta, cuja origem se desconhece e cujas consequências mais visíveis são o cantar e o soluçar alternados, expressando a sua dor. Uma característica da poética de Augusto dos Anjos, flagrada no poema, é (...) a) o materialismo, como atestam, por exemplo, os termos “cabelo, caminho e drama”, que funda- mentam a descrição objetiva da realidade vivida. b) o misticismo, como atestam, por exemplo, os termos “mistério, sudário e misterioso”, que fundamentam o espiritualismo na descrição. c) o negativismo, como atestam, por exemplo, os termos “desgrenhada, desalinho e torturado”, que fundamentam a construção do objeto descrito. d) a dor existencial, como atestam, por exemplo, os termos “feroz, dor e penada”, que fundamentam a idealização do sofrimento humano. e) o transcendentalismo, como atestam, por exemplo, os termos “olhar, Moça e passado”, que fundamentam uma visão antirracionalista. Texto para a questão 44. A tela de Tarsila do Amaral (1886-1973) foi feita em Paris, antes de sua volta ao Brasil, em dezembro de 1923, e é um marco da pintura modernista. Atrás da figura negra, uma série de listras paralelas, traçadas com um geometrismo preciso. Sofisticado, isento e inorgânico, esse segundo plano parece mimetizar o mundo cultural europeu. No primeiro plano, recortando- se contra esse painel decorativo, a figura totêmica, monumental da negra, de anatomia exuberante. Entre seu corpo de barro e o fundo geométrico, uma única folha de bananeira estilizada serve de ligação. A folha se estende na diagonal, contendo em si elementos de ambos os planos – as linhas marcadas do fundo e as formas arredondadas da figura – e parece um híbrido de natureza e cultura. Como de resto no modernismo em geral, as tendências estéticas europeias ficam no segundo plano, e sobre ele se recorta a face da nova arte brasileira. (In: Taisa Palhares (org.). “Arte brasileira na Pinacoteca do Estado de São Paulo”, 2009. Adaptado.) (USCS)43 (USCS)42 (INSPER)41 PGB-1 - III ANO - ALFA - 14 O comentário da historiadora de arte Vera D'Horta refere-se à pintura reproduzida em: a) b) c) d) e) Texto para o teste 45. O nome da rapsódia é Macunaíma, mas não é só Macunaíma. Mário de Andrade quis dizer alguma coisado seu protagonista e acrescentou ao título um atributo paradoxal: O heróisem nenhum caráter. O nome, Macunaíma, centro da rapsódia. O epíteto, herói. A diferença está na cauda de cada proposição: no começo, sem nenhum caráter; no fim, de nossa gente. O que se pode inferir é a presença viva, no autor, de duas motivações tão fortes que se converteram em molas da composição da obra: a) por um lado, o desejo de contar e cantar episódios em torno de uma figura lendária, que o fascinara 44 PGB-1 - III ANO - ALFA - 15 pelos mais diversos motivos e que trazia em si os atributos do herói, entendido no senso mais lato possível de um ser entre humano e mítico, que desempenha certos papéis, vai em busca de um bem essencial, arrosta* perigos, sofre mudanças extraordinárias, enfim, vence ou malogra. b) por outro lado, o desejo não menos imperioso de pensar o povo brasileiro, nossa gente,percorrendo as trilhas cruzadas ou superpostas da sua existência selvagem, colonial e moderna, à procura de uma identidade que, de tão plural que é, beira a surpresa e a indeterminação; daí ser o herói sem nenhum caráter. Compreender Macunaíma é sondar ambas as motivações: a de narrar, que é lúdica e estética; a de interpretar, que é histórica e ideológica. (BOSI. A. "Situação de Macunaíma". In: ANDRADE. M. “Macunaíma”. São Paulo: Scipione Cultural, 1997. Adaptado) * Arrosta: encara sem medo Com base no fragmento anterior, do crítico literário Alfredo Bosi, é possível inferir que o “Macunaíma” de Mário de Andrade (...) a) centra-se na figura de um herói mitológico, capaz de proezas mágicas, cujo contato com o real serve apenas para aceder a realidades sobre-humanas, longe do mundo desumanizador que caracteriza o Brasil da década de 20 do século passado. b) postula um retorno a um Brasil onde predominavam culturas rurais e populares, vivendo em idílio com uma natureza selvagem e acolhedora. c) na efervescente década de 20 do século passado, em que a literatura brasileira procurava pensar o Brasil com base nas mudanças profundas por que passava a nação, é um romance lúdico à moda romântica, não contaminado pelo clima político- ideológico que dominou a obra de seus contem- porâneos. d) constrói um conceito de identidade brasileira, que põe em cena diversas tradições (europeia, negra e indígena, popular e erudita, arcaica e moderna), cujo herói "sem nenhum caráter" não pode ser reduzido a um nacionalismo romântico redutor. e) utiliza-se do recurso da diversidade linguística e folclórica com o fim de ironizar o caos cultural que a influência das vanguardas europeias, mal digeridas por aqui, deixou na literatura do período, alvo da crítica de Mário em seu livro de poemas “Paulicéia desvairada”. II. Ciências Humanas e suas tecnologias: Concedo-vos que esse índio bárbaro e rude seja uma pedra: vede o que faz em uma pedra a arte. Arranca o estatuário uma pedra dessas montanhas, tosca, bruta, dura, informe, e depois que desbastou o mais grosso, toma o maço, e o cinzel na mão, e começa a formar um homem, primeiro membro a membro, e depois feição por feição, até a mais miúda: ondeia- lhe os cabelos, alisa- lhe a testa, rasga- lhe os olhos, afia-lhe o nariz, abre-lhe a boca, avulta-lhe as faces, torneia-lhe o pescoço, estende-lhe os braços, espalma-lhe as mãos, divide-lhe os dedos, lança- lhe os vestidos: aqui desprega, ali arruga, acolá recama: e fica um homem perfeito, e talvez um santo, que se pode pôr no altar. (VIEIRA, Antônio. Sermões. Porto: Lello & Irmão, 1959.) O texto, escrito no século XVII, pode ser interpretado como: a) o reconhecimento da humanidade intrínseca dos indígenas e africanos, que deveriam possuir os mesmos direitos dos europeus. b) uma analogia entre o trabalho de evangelização desenvolvido nas colônias e a criação do homem por Deus. c) a exigência da escravização dos indígenas, que, por meio do trabalho forçado, poderiam alcançar a salvação eterna. d) um discurso contra o trabalho desenvolvido nas missões jesuíticas implantadas pelos europeus nas colônias americanas. e) a constatação inequívoca da impossibilidade de salvação para os indígenas. No Brasil colonial, uma determinada atividade gerou maior articulação entre regiões distantes, ampliou a intervenção regulamentadora da metrópole e deu origem a uma sociedade diferenciada, caracterizada pela vida urbana, pelo aumento da mestiçagem e do número de alforrias e por uma notável produção cultural. Trata-se: a) da pecuária no Sertão Nordestino. b) das plantations de tabaco e algodão no Nordeste. c) da coleta de drogas do sertão na região Amazônica. d) das missões jesuíticas no Sul. e) da extração de ouro nas Minas Gerais. 47 46 (UFPA)45 PGB-1 - III ANO - ALFA - 16 Johann Moritz Rugendas esteve no Brasil entre 1821 e 1825, inicialmente como membro da Expedição Langsdorff. Desenhista e documentarista, produziu obras sobre paisagens, cenas cotidianas e tipos humanos, como a representada a seguir, denominada Família de fazendeiros (1825). Nessa obra, observam-se: a) a influência da suntuosa arquitetura colonial rococó portuguesa e a simplicidade dos trajes usados em público. b) a presença de símbolo religioso e a convivência de senhores e escravos em um mesmo espaço. c) as relações escravistas de produção e a riqueza e diversidade do mobiliário das casas de fazendeiros. d) o patriarcalismo na organização familiar e a importância da educação para a ascensão social, constantemente acessível para os marginalizados. e) o vestuário como forma de eliminação das distinções sociais e a incorporação de costumes alimentares indígenas. A descoberta de ouro, no Brasil do final do século XVII, provocou, entre outros: a) a formação de núcleos populacionais no interior da colônia e o pagamento, por Portugal, de parte das dívidas com a Inglaterra. b) o fim da economia agrícola monocultora e a clara diferenciação em relação às áreas de colonização espanhola na América. c) o início do extrativismo na colônia e a exploração dos metais nobres brasileiros por multinacionais inglesas e norte-americanas. d) o desenvolvimento de ampla produção agrícola na região das Minas e a autossuficiência alimentar das áreas mineradoras. e) a implantação de vasta rede de transportes na região das Minas e o rápido escoamento do ouro na direção dos portos do Nordeste. Os europeus estavam convencidos de que a África seria um grande mercado para os produtos de sua indústria a partir do momento que se civilizasse, isto é, que adotasse as crenças, os valores e os modos de vida dominantes na Europa. Contavam para isso com a ação dos missionários cristãos e dos comerciantes europeus. (SILVA, Alberto da Costa e. A África explicada aos meus filhos, 2008.) O texto expõe a combinação de estratégias e interesses europeus na colonização da África, a partir do final do século XVIII. Entre essas estratégias, é correto citar: a) o respeito às tradições locais e a assimilação de princípios éticos e morais dos nativos. b) a negociação com os líderes locais e a defesa da democracia política. c) a catequização e a difusão de discursos de supremacia racial e cultural. d) a militarização dos conflitos e o emprego siste- mático de armas de destruição em massa. e) o endosso ao sincretismo religioso e o estabele- cimento de laços diplomáticos. Leia os textos a seguir. Mais escolarizadas, mulheres ainda ganham menos e têm dificuldades de subir na carreira. As mulheres brasileiras já engravidam menos na adolescência, estudam mais do que os homens e tiveram aumento maior na renda média mensal, segundo mostram as Estatísticas de Gênero do IBGE, retiradas da base de dados do Censo de 2010, mas elas ainda ganham salários menores e têm dificuldades em ascender na carreira.(Acesso em: 29.08.2016. Adaptado.) Homens recebem salários 30% maiores do que as mulheres no Brasil. O Brasil apresenta um grande nível de disparidade salarial. No país, os homens ganham aproximada- mente 30% a mais do que as mulheres de mesma idade e de mesmo nível de instrução que eles. (Acesso em: 29.08.2016. Adaptado.) 51 50 49 48 PGB-1 - III ANO - ALFA - 17 Dentre os motivos que explicam essa disparidade, podemos destacar: a) a recente incorporação das mulheres no mercado de trabalho, legalizada a partir da Constituição Federal de 1967. b) a grande participação das mulheres na indústria da construção civil, causando grande concorrência entre elas e reduzindo o salário das trabalhadoras. c) o papel dos sindicatos, que colocam a luta das mulheres trabalhadoras em segundo plano, seguindo o que está escrito na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). d) o entendimento, por parte de alguns gestores empresariais, de que as mulheres se ausentam mais do trabalho, pois o cuidado com a família ainda é visto como função feminina. e) a cultura matriarcal, que valoriza mais o trabalho da mulher, e a questão reprodutiva, em que empregadores obtêm ganhos produtivos quando as funcionárias saem de licença. As misteriosas cidades e edificações da civilização maia que resistiram ao tempo incluem obras reconhecidas como patrimônio mundial. Tais achados vêm intrigando pesquisadores até a atualidade, já que pouco se sabe sobre as origens, a organização social e as causas do fim dessa civilização, no século X. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, as principais características da civilização maia. a) Desenvolveu-se na Floresta Amazônica (atuais Peru, Bolívia e Suriname) e sua economia se baseava na coleta de tributos provenientes do comércio com os incas e os astecas. b) Ocupava a região das atuais Guatemala, Honduras e Península de Yucatán (Sul do México), e desenvolveu saberes matemáticos, astronômicos e arquitetura sofisticados para a época. c) O poder era centralizado nas mãos do imperador, cuja origem era considerada divina, e a capital, Machu Picchu, foi construída no topo de uma grande montanha para evitar ataques de povos inimigos. d) Habitava a região do Rio da Prata, atuais Uruguai e Argentina, onde desenvolveu a cultura de algodão, com o qual fabricava tecidos para exportação, e projetou um sistema de vigilância eficaz para se proteger de ataques inimigos. e) A organização social igualitária favorecia a distribuição equilibrada dos recursos naturais provenientes do comércio marítimo, realizado no Caribe, e os grandes templos e pirâmides honravam as divindades do Sol (Rá) e da Lua (Anúbis). Em 1517, o monge católico Martinho Lutero escreveu e afixou na porta da catedral da cidade de Wittenberg, localizada na atual Alemanha, um documento no qual enumerou noventa e cinco críticas aos comportamentos dos representantes da Igreja católica. O cartaz original, que continha as 95 Teses, foi incluído na lista do Patrimônio Mundial da UNESCO em março de 2016. No século XVI, sua publicação deu início ao processo conhecido como Reforma Protestante. Entre outros comportamentos, Lutero condenou: a) a alfabetização em massa, promovida pelos jesuítas, e a publicação de Bíblias, ações que visavam enfraquecer o papel dos padres e oferecer autonomia religiosa aos católicos. b) a permissão dada pela Igreja para a criação de diferentes denominações religiosas (neopente- costais), que acabaram enfraquecendo o poder central do Papa. c) o desrespeito ao celibato pelos padres e a comercialização de água benta, relíquias sagradas e indulgências. d) a incorporação de práticas pagãs aos ritos católicos, a aceitação de mulheres na celebração das missas e a abolição do celibato para os padres. e) a tolerância da Igreja católica com as práticas religiosas dos indígenas e dos escravizados africanos nas terras americanas recém-descobertas. A economia colonial na América portuguesa esteve assentada, principalmente, na produção em larga escala voltada ao abastecimento dos mercados europeus, visando atender aos interesses metropo- litanos. Mesmo assim, na colônia, desenvolveu-se o mercado interno que teve como uma de suas características: a) o intenso comércio de manufaturados produzidos no Rio de Janeiro. b) a venda de gêneros alimentícios em São Paulo provenientes do Nordeste. c) as transações imobiliárias envolvendo fazendas pecuaristas na Amazônia. d) a comercialização de pedras preciosas na Zona da Mata. e) a circulação de tropeiros que ligava o Sul à região de Sorocaba. 54 53 52 PGB-1 - III ANO - ALFA - 18 Leia trechos do Manifesto dos camponeses, documento de 1525. (...) nos sejam dados poder e autoridade, para que cada comunidade possa eleger o seu pastor e, da mesma forma, possa demiti-lo, caso se porte indevidamente. (...) somos prejudicados ainda pelos nossos senhores, que se apoderaram de todas as florestas. Se o pobre precisa de lenha ou madeira tem que pagar o dobro por ela. (...) preocupam-nos os serviços que somos obrigados a prestar e que aumentam dia a dia (...). (In “Antologia humanística alemã”, apud Marques e outros. História moderna através de textos, 2010.) A partir do documento, é correto afirmar que, no território da atual Alemanha: a) os movimentos camponeses foram liderados por Lutero contra a exploração feita pelos nobres que, de forma ilegal, apropriavam-se das florestas e reprimiam violentamente os movimentos trabalhistas. b) os movimentos dos trabalhadores em favor das mudanças propostas por Lutero baseavam-se na solidariedade entre os homens e em contraposição ao individualismo tão característico da Idade Média. c) a liderança dos movimentos camponeses defendeu a exploração dos trabalhadores, na Alemanha, apoiada por Lutero, e, juntos, receberam proteção dos nobres locais contra a perseguição feita pela Igreja católica. d) as revoltas camponesas irromperam exigindo reformas sociais e religiosas que prejudicariam parte da nobreza apoiada por Lutero, o qual se colocou abertamente contra os movimentos. e) as experiências dos camponeses contra os nobres, apoiados por Lutero, restringiram-se aos aspectos religiosos, isto é, de domínio da Igreja católica, pois a cooperação entre os trabalhadores e os proprietários marcava a sociedade alemã. A colonização do Novo Mundo na Época Moderna apresenta-se como peça de um sistema, instrumento da acumulação primitiva, da época do Capitalismo mercantil. Na realidade, nem toda colonização se desenrola dentro das travas do sistema colonial, pois a colonização inglesa na América do Norte, colônias de povoamento, deu-se fora dos mecanismos definidores do sistema colonial mercantilista. (NOVAIS, Fernando. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial,1989. Adaptado.) A partir do texto, é correto afirmar que: a) coexistem, no processo de colonização na Idade Moderna, dois tipos de colônias: as de exploração e as de povoamento, sendo essas as mais encon- tradas, uma vez que se baseiam em pequena propriedade, trabalho livre e mercado interno; além disso, o Antigo Sistema Colonial garantia super- lucros às respectivas metrópoles. b) dois tipos de colonização significam a coexistência de dois processos históricos diferentes, um ligado à Idade Média e outro ligado à Idade Moderna, com características semelhantes, como o comércio triangular, a grande e a pequena propriedades, o autogoverno e o exclusivo metropolitano. c) a colonização de povoamento, típica do Sistema Colonial Mercantilista, baseia-se em grande propriedade, trabalho escravo e produção voltada para o mercado externo, o que implica o exclusivo metropolitano como base das relações entre metrópole e colônia. d) osdois tipos de colonização, de exploração e de povoamento, explicam-se por processos diferentes: a de exploração está ligada à acumulação de riqueza para a metrópole moderna, com grande propriedade e trabalho escravo, enquanto a colonização de povoamento liga-se à metrópole industrializada. e) o sentido profundo da colonização moderna é comercial e capitalista, pois as colônias de exploração, típicas do Antigo Sistema Colonial, nasceram para as metrópoles acumularem riqueza; e é dentro desse processo de análise de conjunto que se torna inteligível a existência do outro tipo, a colonização de povoamento. Cresce entre muitos o erro perniciosíssimo de que o valor da Escritura decorre da vontade da Igreja, como se dependesse do arbítrio humano a eterna e inviolável verdade de Deus, pois, com grande desprezo pelo Espírito Santo, perguntam: quem nos fará crer que provém de Deus? Como nos certificamos de que chegou salva e intacta aos nossos dias? Quem pode nos persuadir de que este livro deve ser recebido com reverência e outro expurgado? Exceto que, acerca disso, a regra seja prescrita pela Igreja? (CALVINO, J. A instituição da religião cristã. Trad. São Paulo: Editora Unesp, 2007, tomo I. p. 71.) 57 56 55 PGB-1 - III ANO - ALFA - 19 O texto refere-se: a) à perspectiva reformista de salvação humana pelo conjunto das obras e pelo conhecimento da Bíblia. b) à afirmação do papel da Igreja como orientador do conhecimento divino e como base para a salvação. c) ao livre-arbítrio como guia para o conhecimento de Deus e como validação dos escritos sagrados. d) à valorização da verdade inserida nas Sagradas Escrituras e à crítica à intermediação da Igreja. e) ao culto aos santos e ao Espírito Santo como caminho para a compreensão dos desígnios de Deus. Em uma significativa passagem da tragédia Macbeth, de Shakespeare, seu personagem principal declara: "Ouso tudo o que é próprio de um homem; quem ousa fazer mais do que isso não o é". De acordo com muitos intérpretes, essa postura revela, com extraordinária clareza, toda a audácia da experiência renascentista. Com relação à cultura humanista, é correto afirmar que: a) o mecenato de príncipes, de instituições e de famílias ricas e poderosas evitou os constran- gimentos, prisão e tortura de artistas, filósofos e cientistas. b) a presença majoritária de temáticas religiosas nas artes plásticas demonstrava as dificuldades de assimilar as conquistas científicas produzidas naquele momento. c) a observação da natureza, os experimentos e a pesquisa empírica são elementos marcantes do pensamento renascentista. d) a reflexão dedutiva e o cálculo matemático limitaram-se à pesquisa teórica e somente seriam aplicados na chamada revolução científica do século XVII. e) a avidez pelo poder inviabilizou a valorização dos saberes transmitidos pela cultura letrada. O chamado Antigo Regime, que existiu em muitos países europeus ao longo da Idade Moderna, compreende um conjunto de características econô- micas, sociais, políticas e culturais. Dentre essas características, é correto incluir: a) na economia, o predomínio de relações capitalistas; e, na política, a hegemonia das ideias liberais. b) na sociedade, uma hierarquia determinada não pelo nascimento, mas pelas riquezas que o indivíduo conseguisse acumular; e, na economia, as práticas monopolistas. c) na política, o predomínio de monarquias absolutistas; e, na economia, o intervencionismo estatal (Mercantilismo). d) na economia, a generalização do princípio do laissez-faire; e, na sociedade, uma hierarquia constituída segundo critérios de estamentos e ordens. e) na cultura, o predomínio do pensamento racional e científico; e na religião, o enfraquecimento da influência das igrejas protestantes. A frase de Luís XIV, "L'Etat c'est moi" (o Estado sou eu), como definição da natureza do Absolutismo monárquico, significava: a) a unidade do poder estatal, civil e religioso, com a criação de uma Igreja francesa (nacional). b) a superioridade do príncipe em relação a todas as classes sociais, reduzindo a um lugar humilde a burguesia enriquecida. c) a submissão da nobreza feudal pela eliminação de todos os seus privilégios fiscais. d) a centralização do poder real e absoluto do monarca na sua pessoa, sem quaisquer limites institucionais reconhecidos. e) o desejo régio de garantir ao Estado um papel de juiz imparcial no conflito entre a aristocracia e o campesinato. O fim último, causa final e desígnio dos homens (que amam naturalmente a liberdade e o domínio sobre os votos), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com a sua própria conservação e com uma vida mais satisfeita. (Thomas Hobbes) Hobbes, teórico e filósofo do século XVII, elaborou as bases do seu pensamento político, admitindo a existência de um pacto social entre os homens e o governo, capaz de realizar uma construção racional da sociedade. Considere as assertivas a seguir. I. A humanidade, no seu estado natural, era uma selva. Mas quando os homens eram submetidos por Estados soberanos, não tinham que recear um regresso à selva no relacionamento entre indivíduos, a partir do momento em que os benefícios consen- tidos do poder absoluto, em princípio ilimitado, 61 60 59 58 PGB-1 - III ANO - ALFA - 20 permitiam ao homem deixar de ser uma ameaça para os outros homens. II. Sua doutrina, a respeito do direito divino dos reis serviu como suporte ideológico ao Despotismo Esclarecido dos monarcas europeus durante a Era Moderna e de inspiração para a burguesia mercantil, em luta contra o poderio que a nobreza exercia sobre as cidades. III.O Absolutismo, por ele defendido, seria uma nova forma de governo capaz de articular setores sociais distintos. Atenderia aos anseios dos excluídos e marginalizados urbanos, interessados em apoiar o poder real a fim de contar com isenção fiscal, assim como a aristocracia, que encontra, nessa forma de governo, possibilidade de eliminar os seus privilégios econômicos e sociais. Está correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) I e II, apenas. e) II e III, apenas. Observe, atentamente, a imagem a seguir. A pintura representa no martírio de Cristo os seguintes princípios culturais do Renascimento italiano: a) a imitação das formas artísticas medievais e a ênfase na natureza espiritual de Cristo. b) a preocupação intensa com a forma artística e a ausência de significado religioso do quadro. c) a disposição da figura de Cristo em perspectiva geométrica e o conteúdo realista da composição. d) a gama variada de cores luminosas e a concepção otimista de uma humanidade sem pecado. e) a idealização do corpo do Salvador e a noção de uma divindade desvinculada dos dramas humanos. O puritanismo era uma teoria política quase tanto quanto uma doutrina religiosa. Por isso, mal tinham desembarcado naquela costa inóspita, (…) o primeiro cuidado dos imigrantes (puritanos) foi o de se organizar em sociedade. Essa passagem de A democracia na América, de A. de Tocqueville, diz respeito à tentativa: a) malograda dos puritanos franceses de fundarem no Brasil uma nova sociedade, a chamada França Antártida. b) malograda dos puritanos franceses de fundarem uma nova sociedade no Canadá. c) bem-sucedida dos puritanos ingleses de fundarem uma nova sociedade no sul dos Estados Unidos. d) bem-sucedida dos puritanos ingleses de fundarem uma nova sociedade no norte dos Estados Unidos, na chamada Nova Inglaterra. e) bem-sucedida dos puritanos ingleses, responsá- veis pela criação de todas as colônias inglesas na América. Leia o texto a seguir, que trata de um importante momento da história americana, a conquista espanhola do México.O encontro entre o velho e o novo mundo, que a descoberta de Colombo tornou possível, é de um tipo particular: é uma guerra, ou melhor, como se dizia então, a Conquista. Um mistério continua ligado à conquista; trata-se do resultado do combate. Por que esta vitória fulgurante, se os habitantes da América são tão superiores em número a seus adversários, já que a civilização mexicana é a mais brilhante do mundo Pré-Colombiano: como explicar que Cortez, liderando algumas centenas de homens, tenha conseguido tomar o reino de Montezuma, que dispunha de várias centenas de milhares de guerreiros? (TODOROV, Tzvetan. 1996. A conquista da América: a questão do outro. Trad. De Beatriz P. Moisés. São Paulo: Martins Fontes. p. 51.) 64 63 (Andrea Mantegna. , 1480.Lamentação sobre o Cristo morto Pinacoteca de Brera, Milão.) 62 PGB-1 - III ANO - ALFA - 21 Sobre esse assunto, é correto afirmar que: I. os espanhóis eram superiores aos indígenas em matéria de armas; além disso, o impacto bacteriológico que os conquistadores de além-mar causaram sobre o Império Asteca, ao trazerem doenças como a varíola, provocou muitas baixas no exército mexicano, dificultando a resistência imposta aos invasores europeus. II. Cortez foi confundido com uma divindade mitológica dos astecas, fato que causou forte impacto psicológico sobre muitos mexicanos durante os primeiros momentos da conquista. III.ao atravessar regiões outrora conquistadas e colonizadas pelos astecas, o exército de Cortez chegou a ser visto como um tipo de libertador da tirania mantida por Montezuma, prova de que o México antigo não era um Estado homogêneo, mas sim um conglomerado de povos subjugados pelos astecas. IV.aos olhos dos povos conquistados pelo Império Asteca, tanto os antigos quanto os novos invasores tinham muitas semelhanças: a prática de destruir a memória dos vencidos para poderem escrever a história a seu modo; as tentativas de apagar a religião dos conquistados, ao destruírem seus monumentos sagrados; a pilhagem de suas riquezas; a cobrança de impostos; o roubo e o saque das aldeias, incluindo o rapto de mulheres; a violência física e a exploração do trabalho escravo. V. ao reconhecer a superioridade bélica do exército de Cortez, Montezuma rapidamente se converteu ao Catolicismo e passou a ser súdito do rei da Espanha, assim permanecendo até sua morte, ocorrida em 1517, o que facilitou, em muito, a conquista do México. Assinale a alternativa correta. a) As afirmações I, II, III, IV e V estão corretas. b) As afirmações I, II, III, IV e V estão incorretas. c) Apenas as afirmações I, II, III e V estão corretas. d) Apenas as afirmações I, II, III e IV estão corretas. e) Apenas as afirmações II, III, IV e V estão corretas. Em trezentos anos, a rica montanha de Potosí queimou (…) oito milhões de vidas. Os índios eram arrancados das comunidades agrícolas e empurrados, junto com suas mulheres e seus filhos, rumo às minas. De cada dez que iam aos altos páramos gelados, sete nunca regressaram. Luís Capoche, dono de minas e de engenhos, escreveu que “os caminhos estavam tão cobertos que parecia que se mudava o reino”. Nas comunidades, os indígenas viram “voltar muitas mulheres aflitas, sem maridos, e muitos órfãos sem seus pais”, sabiam que na mina esperavam “mil mortes e desastres”. Os espanhóis percorriam centenas de quilômetros em busca de mão de obra. Muitos dos índios morriam pelo caminho, antes de chegar a Potosí (…). A conquista rompeu as bases daquelas civiliza- ções. Piores consequências do que o sangue e o fogo da guerra teve a implantação de uma economia mineira. (GALEANO, E. Veias abertas da América Latina.) De acordo com o texto, a forma de trabalho compulsório imposta aos indígenas era denominada: a) mita. b) encomienda. c) corveia. d) sesmarias. e) capitação. Com um ato de coragem, mas de irresponsabilidade, D. Sebastião mais combateu que comandou (…) a derrota já parecia irreversível (…) Ferido na mão, trocou de cavalo três vezes e parece ter sido, junto a uns poucos fidalgos, (…) um dos que seguiram combatendo por mais tempo. Seu valido mais próximo (…) chegou a pedir-lhe que se renda para salvar a si e à nação, ao que D. Sebastião respondeu: "Que pode haver aqui que fazer se não morrermos todos?" (…) Negando-se a recuar perdeu-se em meio aos inimigos. Em agosto de 1578, a derrota portuguesa na batalha de Alcácer-Quibir frente aos mouros deu início a um dos mais dramáticos períodos da História de Portugal, em que: a) depois da derrota em Alcácer-Quibir, o reino de Portugal em aliança com a Espanha retomou seu poder e sua grandeza sob o comando de Filipe II de Habsburgo, também conhecido como o Desejado. 66 65 PGB-1 - III ANO - ALFA - 22 b) à perda do rei, seguiu-se a perda da independência para a Espanha durante sessenta anos e fez brotar, na sociedade, a crença da volta de um rei salvador para redimir o reino de suas dores e pecados denominada Sebastianismo. c) o Sebastianismo, como forma de expressão cultural e profética, levou Portugal a reorganizar-se depois da derrota no Marrocos, anexando o reino espanhol na chamada União Ibérica. d) logo depois da derrota de Portugal e do desapa- recimento de D. Sebastião, a Companhia das Índias Ocidentais comandada por Maurício de Nassau tomou o Nordeste açucareiro brasileiro. e) a União Ibérica teve papel fundamental para o expansionismo territorial português na América do Sul, com o fim do Tratado de Tordesilhas e garantiu o acesso do mesmo aos mercados de ouro e prata do México. Dom Quixote, a obra-prima do escritor renascentista espanhol Miguel de Cervantes, apresenta uma crítica a que época da História? a) Cervantes critica a Antiguidade, desmoralizando a cavalaria andante por meio de D. Quixote de La Mancha. b) Cervantes, ao equiparar os ideais da cavalaria andante aos dos camponeses, por meio do personagem principal, critica a Idade Antiga. c) Satirizando a Igreja e a Inquisição, responsáveis pela triste condição do seu personagem, o autor elabora uma contundente crítica aos valores da Idade Moderna. d) O autor desmoraliza o modelo político das monarquias nacionais modernas por meio da ação libertária de D. Quixote, ridicularizando os seus contemporâneos. e) Cervantes critica a Idade Média, satirizando a cavalaria andante e os costumes medievais por meio de D. Quixote de La Mancha. O mundo dos fatos geográficos inclui não somente o clima, as propriedades agrícolas, os povoamentos e as nações-estados, mas também os sentimentos, os conceitos e as teorias geográficas. (TUAN, Y. "Geografia Humanística". In: CHRISTOFOLETTI, A. Perspectivas da Geografia. São Paulo: Difel, 1985.) O texto apresenta uma perspectiva de análise das mudanças espaciais a partir de outros fatores que não apenas físicos e sociais, onde: a) a análise do espaço geográfico compreende os aspectos físicos, sociais e simbólicos que incidem sobre a produção das paisagens humanas. b) os aspectos físicos da paisagem, como o clima, revelam a dinâmica dos fatos geográficos com- preendidos por uma pluralidade conceitural. c) a dimensão simbólica do espaço, apreendida pelos sentimentos, consitui uma nova percepção espa- cial no instante em que revelam as propriedades das paisagens. d) para se apreender o espaço geográfico em sua totalidade, é necessário identificar os aspectos físicos da paisagem expressos no clima, povoa- mento e uso do solo. e) o mundo dos fatos geográficos constitui-se de elementos simbólicos apreendidos pelas teorias e conceitos geográficos que revelam a complexi- dade da dimensão espacial. Em 2010, de acordo com o IBGE, a expectativa de vida do brasileiro era de73,5 anos e mantinha-se uma grande disparidade entre a expectativa de vida masculina e feminna. As mulheres viviam, em média 77,3 anos e os homens 69,7 anos. (Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 19 dez. 2012. Fragmento.) A disparidade mencionada no texto associa-se: a) à maior mortalidade violente de jovens do sexo masculino. b) ao trabalho mais intenso dos homens em relação às mulheres. c) à falta de um sistema de saúde universal que atenda ambos os sexos. d) ao menor tempo de trabalho exigido para a aposen- tadoria das mulheres. e) a melhores condições físicas de saúde das mulheres em relação aos homens. 69 68 67 PGB-1 - III ANO - ALFA - 23 Em pesquisa realizada, revelou-se que o Brasil é o país onde os empregadores mais utilizam os sites e redes sociais para contratação. O estudo foi realizado em treze países diferentes, com 2 819 executivos. Os resultados apontaram que, no Brasil, 21% das empresas utilizam meio social da internet para reali- zarem contratações, ficando a Espanha em segundo lugar, com 18%. Em terceiro aparecem a Itália e Holanda, ambas com um resultado de 13% cada uma. (Disponível em: <www.istoedinheiro.com.br>. Acesso em: 30 jul. 2012. Adaptado.) Nesse contexto, a forma de inserção no mundo do trabalho na atualidade é: a) resultado das transformações ocorridas a partir de processos tecnológicos inovadores, como o advento da internet. b) fruto da mudança do processo de seleção tradicional, visando principalmente reduzir os custos de contratação. c) decorrente da urgência de ocupação das vagas disponíveis, facilitada pela massificação do uso das redes sociais. d) produto da expansão de postos de trabalho, o que vem exigindo cada vez mais a presença de profis- sionais qualificados. e) compatível com o perfil profissional atual, que exige do candidato pleno domínio das ferramentas virtuais de comunicação. Considere a charge a seguir. A charge ironiza um problema decorrente nas áreas urbanas nos períodos de maior precipitação, cujas causas são intensificadas pela: a) ocorrência do fenômeno da chuva frontal, típica das áreas urbanas localizadas no litoral brasileiro. b) ampliação do efeito estufa provocado pela onda de calor, aumentando a evaporação nas metrópoles. c) construção de canais concretados e submersos em função da ocupação das margens dos rios urbanos. d) formação de ilhas de calor nos centros urbanos e maior precipitação devido ao aumento da temperatura. e) impermeabilização do solo e no acúmulo de lixo nas áreas de grande circulação das cidades. Considere as imagens a seguir. Com o intenso desenvolvimento da tecnologia no mundo contemporâneo, diversos produtos tornam-se rapidamente ultrapassados. Todavia, comparando as imagens, existem elementos que demonstram a continuidade entre os primeiros computadores pessoais e os atuais. Essa continuidade associa-se: a) à base tecnológica utilizada na fabricação do produto. b) ao uso do produto na atividade empresarial. c) ao direcionamento do produto a um mercado elitizado. d) à dinamização no processamento e transmissão de informações. e) à necessidade de orientação de especialistas para seu uso. Para a compreensão da realidade global, é indispen- sável o entendimento do que é a vida nas diferentes regiões; de seus funcionamentos específicos, de suas espacializações, de suas relações, enfim, de seu arranjo particular. Um mesmo elemento – um banco, um shopping center, uma casa de comércio de insumos agrícolas, uma escola superior, a verticalização da habitação, financiamentos governamentais, uma autoestrada, um aeroporto etc. – terá impactos diferentes em áreas distintas de um país ou do planeta. (SANTOS, M. Metamorfoses do Espaço habitado: Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Geografia. São Paulo: EDUSP, 2008. Fragmento.) 73 O Apple-1, um dos primeiros computadores pessoais, fabricado em 1976. Steve Jobs, um dos criadores da empresa Apple, em 2008. Disponível em: http://topicos.estadao.com.br. Acesso em: 23 nov. 2011. Disponível em: www.fusiondiary.com. Acesso em: 23 nov. 2011. 72 Disponível em: http://noticias.uol.com.br. Acesso em: 28 fev. 2012. 71 70 PGB-1 - III ANO - ALFA - 24 Ao tratar das diferenciações espaciais, o autor provoca uma reflexão sobre as relações entre espaços diver- sos, que são exemplificadas: a) no espaço rural atual, que apresenta uma desvin- culação da produção agrícola e do consumo alimentar. Há, também, uma articulação mais aguçada entre o agrícola e o industrial, fenômeno que não estava claro até meados do século XX. b) na análise dos espaços urbanos, como historica- mente relacionados à industrialização, o que não se pode afirmar dos espaços rurais, que vêm passando por processos de modernização tecnológica, mas conservando a desarticulação com as cidades. c) na transição do modo de produção feudal para o modo de produção capitalista, em que a cidade surgiu como um espaço de reprodução das rela- ções servis dos feudos. Somente após processos revolucionários, as cidades pasaram a representar a liberdade. d) na desarticulação entre os espaços rurais e urbanos que se deu, historicamente, pelo fato de o campo não ter se subordinado à cidade, no que se refere à questão das técnicas e tecnologias. Esse fato explica, hoje, o grande avança tecnológico na agricultura. e) no espaço urbano onde é possível perceber uma desarticulação entre os processos sociais, econô- micos e territoriais. Essa desarticulação se manifesta nas diferentes e desiguais paisagens presentes nas cidades. A sustentabilidade é o maior desafio global. Por isso o desenvolvimento de um país, por mais exemplar que venha a ser, só poderá ser realmente sustentável quando a pegada ecológica mundial deixar de ultra- passar a capacidade de regeneração da biosfera. Não é diferente em termos setoriais. O setor agrope- cuário só será sustentável se também o forem o industrial, o terciário e a mineração. (VEIGA, J. E. "O futuro da comida". Globo Rural, nº- 312, out. 2011.) De acordo com o texto, a busca da sustentabilidade ambiental envolve mudança de hábitos, para que o desenvolvimento seja pautado: a) na busca de alternativas tecnológicas visando reduzir a jornada de trabalho. b) trabalho cooperativo, com remuneração justa e distribuição igualitária de renda. c) satisfação das necessidades da geração atual, assim como as das gerações futuras. d) incentivo à alta produtividade e ao consumo, para evitar crises econômicas mundiais. e) redução dos lucros atuais, a fim de garantir capital e preservação de recursos para as futuras gerações. Pequeno porte, magro e sóbrio de músculos; taciturno e desajeitado em descanso, intrépido e vibrátil quando solicitado para a ação, é o vaqueiro do Nordeste um tipo característico do meio em que habita. Povoa o Sertão nordestino, peneplano de rochas cristalinas, terra atormentada ora pelas secas causticantes, ora pelas chuvas torrenciais. Porco-do- mato, ema, tapir, suçuarana, eis algumas espécies de sua fauna bravia. E é neste cenário que nasce, se agita e morre o vaqueiro nordestino – o mais bravo dos filhos do Sertão. O seu tipo étnico provém do contato do branco colonizador com o gentio, durante a penetração do gado nos sertões do Nordeste. Por raões econômicas e históricas adaptou-se à atividade criatória. (LAU, P. Tipos e aspectos do Brasil. São Paulo: Inep/MEC/Revista dos Tribunais, 1960.) O contexto natural imediato do típico vaqueiro men- cionado é caracterizado pelo domínio da vegetação: a) mista de transição, um ambiente com clima mais ameno e áreas com relevo elevado, como o Planalto da Borborema. b) tipo mosaico, com aspecto subarbustivo, arbustivo e presença de gramíneas, em sua maioria desen- volvida em solos profundos e ácidos, com pastos naturais nos campos limpos. c) latifoliada,em sua maioria em solos de massapé, profundos, acinzentados, e de alta fertilidade, e dominada por latifúndios seculares. d) esparsada de cocais, como as palmáceas, os babaçuais e os carnaubais, em solos férteis, em parte derivados das rochas básicas, e amplos terrenos recobertos de gramíneas nativas, formando pastos naturais. e) xerófita com algumas espécies de cactáceas, bromeliáceas e palmáceas, em sua maioria em solos rasos, arenosos e salinos, de clima tropical semiárido. 75 74 PGB-1 - III ANO - ALFA - 25 Leia os textos a seguir. Texto I O maior dos desenganos sofridos pelos imigrantes foi o fato de que os sonhos criados pela imaginação fértil em sua terra natal não foram possíveis de serem realizados de pronto. Haviam se tornado grandes proprietários de terra, mas estavam escravizados a ela. Cada qual era escravo da floresta virgem, que chamavam de sua propriedade, e do duro trabalho a que estavam obrigados pela posse da mata, pois se eles não a vencessem, seriam vencidos por ela. Haviam de lutar, para que, com o tempo e à custa de muito esforço, fosse possível tornarem-se senhores de suas rendas e homens livres. (RAMBO, B. A fisionomia do Rio Grande do Sul (1942). São Leopoldo: Editora Unisinos, 2000. Adaptado.) Texto II A expansão das colônias transformou-se bem cedo numa verdadeira corrida para a mata virgem. Uma série de fenômenos naturais e sociais se deve a esse fato. Antes de tudo, é o desmatamento progressivo da fralda da serra. Praticamente todos os terrenos já perderam sua capa silvática; o que resta são os trechos imprestáveis nos flancos mais íngremes e rochosos das montanhas e as cintas de mato que ladeiam os degraus da serra. Capoeiras e matos secundários sujos caracterizam a estrada trilhada pela agricultura de exploração dos cem anos passados. (GRESSLER, P. Os velhos Gressler. Candelária: Tipografia Francisco Schmidt, 1949.) De acordo com os textos, a relação dos colonos com os ecossistemas, no processo de ocupação da região Sul do país, caracterizava-se: a) pela necessidade de ocupação e de exploração da natureza, sem levar em conta os danos causados ao meio ambiente. b) pela degradação de parte da floresta subtropical, em função do uso de ferramentas e técnicas que permitiam o uso sustentável da terra. c) pelo desmatamento da mata de araucárias, já que os imigrantes alemães e poloneses chegaram em massa à região Sul, causando grande impacto ambiental. d) pelo desflorestamento da região pelo desenvolvi- mento da atividade pecuária, promovendo a ocu- pação extensiva da terra e sua preparação como pasto. e) pela supremacia da natureza sobre a ação do homem, pois a demora e a dificuldade de adap- tação ao solo possibilitaram que o desmatamento não causasse danos permanetes ao ecossistema. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), 82,7% da renda mundial encontrava-se nas mãos dos 20% mais ricos, enquanto os 20% mais pobres detinham apenas 1,4% da renda; quatro anos depois, os 20% mais ricos haviam aumentado sua parcela para 85% da riqueza. (VIZENTINI, P. F. A nova ordem global: relações internacionais do século 20. Porto Alegre: EdUFRGS, 1999.) Que característica socioeconômica está evidenciada no texto? a) Homogeneidade social. b) Concentração de renda. c) Desemprego estrutural. d) Crescimento macroeconômico. e) Expansão populacional. Leia os textos a seguir. Texto l O Cerrado brasileiro apresenta diversos aspectos favoráveis, mas tem como problema a baixa fertilidade de seus solos. A grande maioria é ácido, com baixo pH. (Disponível em: <www.fmb.edu.br>. Acesso em: 21 dez. 2012. Adaptado.) Texto II O crescimento da participação da Região Central do Brasil na produção de soja foi estimulado, entre outros fatores, por avanços científicos em tecnologias para manejo de solos. (Disponível em: <www.conhecer.org.br>. Acesso em: 19 dez. 2012. Adaptado.) Nos textos, são apresentados aspectos do processo de ocupação de um bioma brasileiro. Uma tecnologia que permite corrigir os limites impostos pelas condições naturais está indicada em: a) calagem. b) hidroponia. c) terraceamento. d) cultivo orgânico. e) rotação de culturas. 78 7776 PGB-1 - III ANO - ALFA - 26 Todos que moram em grandes cidades convivem diariamente com a poluição do ar e sofrem os efeitos desse grande mal. Olhos irritados e lacrimejantes; o incômodo causado por odores desagradáveis e, às vezes, repugnantes; as tentativas de manter a casa limpa daquele pó negro e oleoso, provocado pela fuligem das chaminés das indústrias. Tudo isso são problemas considerados normais na vida dos habi- tantes dos grandes centros urbanos. (BRANCO, S. M.; MURGEL, E. Poluição do ar. São Paulo: Moderna, 1995.) Destaca-se dentre os problemas ambientais que caracterizam o aumento da temperatura nas áreas urbanas: a) a ilha de calor. b) a inversão térmica. c) o efeito estufa. d) a rarefação da camada de ozônio. e) a chuva ácida. A projeção cartográfica do mapa configura-se como hegemônica desde a sua elaboração, no século XVI. A sua principal contribuição inovadora foi: a) a redução comparativa das terras setentrionais. b) a manutenção da proporção real das áreas representadas. c) a consolidação das técnicas utilizadas nas cartas medievais. d) a valorização dos continentes recém-descobertos pelas Grandes Navegações. e) a adoção de um plano em que os paralelos fazem ângulos constantes com os meridianos. Considere o mapa a seguir. A interpretação da imagem demonstra que a distribuição de países onde se dirige do lado direito coincide, em grande parte, com a zona de influência ou dominação exercida pela: a) Índia. b) Austrália. c) Inglaterra. d) Indonésia. e) África do Sul. A favela é vista como um lugar sem ordem, capaz de ameaçar os que nela não se incluem. Atribuir-lhe a ideia de perigo é o mesmo que reafirmar os valores e estruturas da sociedade que busca viver diferente- mente do que se considera viver na favela. Alguns oticiantes do direito, ao defenderem ou acusaram réus moradores de favelas, usam em seus discursos representações previamente formuladas pela sociedade e incorporadas nesse campo profissional. Suas falas se fundamentam nas representações inventadas a respeito da favela e que acabam por marcar a identidade dos indivíduos que nela residem. (RINALDI. A. "Marginais, delinquentes e vítimas: um estudo sobre a representação da categoria favelado no tribunal do juri da cidade do Rio de Janeiro". In: ZALUAR, A.; ALVITO, M. (Orgs.). Um século de favela. Rio de Janeiro: Editora FGV. 1998.) 82 Disponível em: http://repaipal.com. Acesso em: 14 jan. 2014 (adaptado). Lado ocupado pelo motorista em um automóvel 81 Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br. Acesso em: 12 ago. 2012. 80 79 PGB-1 - III ANO - ALFA - 27 O estigma apontado no texto tem como consequência: a) o aumento da impunidade criminal. b) o enfraquecimento dos direitos civis. c) a distorção na representação política. d) o crescimento dos índices de criminalidade. e) a ineficiência das medidas socioeducativas. A presença de uma corrente migratória por si só não explica a condição de vida dos imigrantes. Esta será somente a aparência de um fenômeno mais profundo, estruturado em relações socioeconômicas muitas vezes perversas. É o que podemos dizer dos indivíduos que são deslocados do campo para as cidades e obrigados a viver em condições de vida culturalmente diferentes das que vivenciaram em seu lugar de origem. (SCARLATO, F. C. "População e urbanização brasileira". In: ROSS, J. L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2009.) O texto faz referência a um movimento migratório que reflete: a) o processo de deslocamento de trabalhadores motivados pelo aumento da oferta de empregos no campo. b) a dinâmica experimentadapor grande quantidade de pessoas, que resultou no inchaço das grandes cidades. c) a permuta de locais específicos, obedecendo a fatores cíclicos naturais. d) a circulação de pessoas diariamente em função do emprego. e) a cultura de localização itinerante no espaço. Considere a charge a seguir. O processo ambiental ao qual a charge faz referência tende a se agravar em função: a) expansão gradual das áreas de desertificação. b) aumento acelerado do nível médio dos oceanos. c) controle eficaz da emissão antrópica de gases poluentes. d) crescimento paulatino do uso de fontes energé- ticas alternativas. e) dissenso político entre países componentes de acordos climáticos internacionais. Considere o mapa a seguir. Relacionando as informações do mapa com o processo de ocupação brasileiro, as áreas de maior precariedade estão associadas: a) ao fenômeno da marcha para o oeste. b) à divergência de poderes políticos locais. c) ao processo de ocupação imigratória tardia. d) à presença de espaços de baixo potencial produtivo. e) a baixos investimentos públicos em equipamentos urbanos. DOMICÍLIOS PRECÁRIOS POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO BRASIL - 2010 FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Déficit habitacional municipal no Brasil 2010.Belo Horizonte: FJP/CEI, 2013. 85 AROEIRA. Disponível em: http://appsodia.ig.com.br. Acesso em: 19 jun. 2012 (adaptado). 84 83 PGB-1 - III ANO - ALFA - 28 Considere o quadrinho a seguir. A forma de organização interna da indústria citada gera a seguinte consequência para a mão de obra nela inserida: a) ampliação da jornada diária. b) melhoria da qualidade do trabalho. c) instabilidade nos cargos ocupados. d) eficiência na prevenção de acidentes. e) desconhecimento das etapas produtivas. Leia os textos a seguir. Texto I Cidadão Tá vendo aquele edifício, moço? Ajudei a levantar Foi um tempo de aflição Eram quatro condução Duas pra ir, duas pra voltar Hoje depois dele pronto Olho pra cima e fico tonto Mas me vem um cidadão E me diz desconfiado “Tu tá aí admirado Ou tá querendo roubar?” Meu domingo tá perdido Vou pra casa entristecido Dá vontade de beber E pra aumentar meu tédio Eu nem posso olhar pro prédio Que eu ajudei a fazer. BARBOSA. L. In: ZÉ RAMALHO, 20 Super Sucessos. Rio de Janeiro: Sony Music. 1999 (fragmento). Texto II O trabalhador fica mais pobre à medida que produz mais riqueza e sua produção cresce em força e extensão. O trabalhador torna-se uma mercadoria ainda mais barata à medida que cria mais bens. Esse fato simplesmente subentende que o objeto produzido pelo trabalho, o seu produto, agora se lhe opõe como um ser estranho, como uma força independente do produtor. (MARX, K. Manuscritos econômicos-filosóficos (Primeiro manus- crito). São Paulo: Boitempo Editorial, 2004. Adaptado.) Com base nos textos. a relação entre trabalho e modo de produção capitalista é: a) baseada na desvalorização do trabalho especializado e no aumento da demanda social por novos postos de emprego. b) fundada no crescimento proporcional entre o número de trabalhadores e o aumento da produção de bens e serviços. c) estruturada na distribuição equânime de renda e no declínio do capitalismo industrial e tecnocrata. d) instaurada a partir do fortalecimento da luta de classes e da criação da economia solidária. e) derivada do aumento da riqueza e da ampliação da exploração do trabalhador. Durante as três últimas décadas, algumas regiões do Centro-Sul do Brasil mudaram do ponto de vista da organização humana, dos espaços herdados da natureza, incorporando padrões que abafaram, por substituição parcial, anteriores estruturas sociais e econômicas. Essas mudanças ocorreram, principal- mente, devido à implantação de infraestruturas viárias e energéticas, além da descoberta de impensadas vocações dos solos regionais para atividades agrárias rentáveis. (AB’SABER, A.N. Os domínio de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editoria, 2003. Adaptado.) 88 87 VOU ME APOSENTAR AMANHÃ E SABE O QUE VOU FAZER? ANDAR ATÉ O FIM DESTA LINHA DE MONTAGEM E DESCOBRIR O QUE ESTOU FAZENDO HÁ 30 ANOS! THAVES, , 19 fev. 1997 (adaptado).Jornal do Brasil 86 PGB-1 - III ANO - ALFA - 29 A transformação regional descrita está relacionada ao seguinte processo característico desse espaço rural: a) expansão do mercado interno. b) valorização do manejo familiar. c) exploração de espécies nativas. d) modernização de métodos produtivos. e) incorporação de mão de obra abundante. O mercado tende a gerir e regulamentar todas as atividades humanas. Até há pouco, certos campos – cultura, esporte, religião – ficavam fora do seu alcance. Agora, são absorvidos pela esfera do mercado. Os governos confiam cada vez mais nele (abandono dos setores de Estado, privatizações). (RAMONET, I. Guerras do século XXI: novos temores e novas ameaças. Petrópolis: Vozes. 2003.) No texto, é apresentada uma lógica que constitui uma característica central do seguinte sistema socioeco- nômico: a) Socialismo. b) Feudalismo. c) Capitalismo. d) Anarquismo. e) Comunitarismo. Em 1967. o geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger propôs uma divisão regional do país em regiões geoeconômicas ou complexos regionais. Essa divisão baseia-se no processo histórico de formação do território brasileiro, levando em conta, especial- mente, os efeitos da industrialização. Dessa forma, busca-se refletir a realidade do país e compreender seus mais profundos contrastes. (Disponivel em: <http://educacao.uol.com.br>. Acesso em: 23 ago. 2012. Adaptado.) A divisão em regiões geoeconômicas ou complexos regionais encontra-se na seguinte representação: a) b) c) d) e) 90 89 PGB-1 - III ANO - ALFA - 30 RASCUNHO Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30