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1 NA 1º DIA SIMULADOS 2022 - CICLO 06 PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS ATENÇÃO: Transcreva no espaço apropriado do seu CARTÃO-RESPOSTA, com sua caligrafia usual, considerando as letras maiúsculas e minúsculas, a seguinte frase: É preciso que a leitura seja um ato de amor. LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES: 1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação, dispostas da seguinte maneira: a) questões de número 01 a 45, relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; b) Proposta de Redação; c) questões de número 46 a 90, relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias. ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às questões relativas à língua estrangeira (inglês ou espanhol) escolhida no ato de sua inscrição. 2. Confira se a quantidade e a ordem das questões do seu CADERNO DE QUESTÕES estão de acordo com as instruções anteriores. Caso o caderno esteja incompleto, tenha defeito ou apresente qualquer divergência, comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis. 3. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente à questão. 4. O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos. 5. Reserve tempo suficiente para preencher o CARTÃO-RESPOSTA e a FOLHA DE REDAÇÃO. 6. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação. 7. Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO. 8. Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este CADERNO DE QUESTÕES e o CARTÃO-RESPOSTA/FOLHA DE REDAÇÃO. 9. Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação e poderá levar seu CADERNO DE QUESTÕES ao deixar em definitivo a sala de prova nos 30 minutos que antecedem o término das provas. CADERNO 01 AMARELO 2 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (OPÇÃO INGLÊS) Questão 01 After prison blaze kills hundreds in Honduras UN warns on overcrowding 15 February 2012 A United Nations human rights official today called on Latin American countries to tackle the problem of prison overcrowding in the wake of an overnight fire at a jail in Honduras that killed hundreds of inmates. More than 300 prisoners are reported to have died in the blaze at the prison, located north of the capital, Tegucigalpa, with dozens of others still missing and presumed dead. Antonio Maldonado, human rights adviser for the UN system in Honduras, told UN Radio today that overcrowding may have contributed to the death toll. “But we have to wait until a thorough investigation is conducted so we can reach a precise cause,” he said. “But of course there is a problem of overcrowding in the prison system, not only in this country, but also in many other prisons in Latin America.” Disponível em: <www.un.org>. Acesso em: 22 fev. 2012 (adaptado). Os noticiários destacam acontecimentos diários, que são veiculados em jornal impresso, rádio, televisão e internet. Nesse texto, o acontecimento reportado é a AAocorrência de um incêndio em um presídio superlotado em Honduras. BBquestão da superlotação nos presídios em Honduras e na América Latina. CCinvestigação da morte de um oficial das Nações Unidas em visita a um presídio. DDconclusão do relatório sobre a morte de mais de trezentos detentos em Honduras. EEcausa da morte de doze detentos em um presídio superlotado ao norte de Honduras. Questão 02 Israel Travel Guide Israel has always been a standout destination. From the days of prophets to the modern day nomad this tiny slice of land on the eastern Mediteranean has long attracted visitors. While some arrive in the ‘Holy Land’ on a spiritual quest, many others are on cultural tours, beach holidays and eco-tourism trips. Weeding through Israel’s convoluted history is both exhilarating and exhausting. There are crumbling temples, ruined cities, abandoned forts and hundreds of places associated with the Bible. And while a sense of adventure is required, most sites are safe and easily accessible. Most of all, Israel is about its incredible diverse population. Jews come from all over the world to live here, while about 20% of the population is Muslim. Politics are hard to get away from in Israel as everyone has an opinion on how to move the country forward – with a ready ear you’re sure to hear opinions from every side of the political spectrum. Disponível em: www.worldtravelguide.net. Acesso em: 15 jun. 2012. Antes de viajar, turistas geralmente buscam informações sobre o local para onde pretendem ir. O trecho do guia de viagens de Israel. AAdescreve a história desse local para que turistas valorizem seus costumes milenares. BBinforma hábitos religiosos para auxiliar turistas a entenderem as diferenças culturais. CCdivulga os principais pontos turísticos para ajudar turistas a planejarem sua viagem. DDrecomenda medidas de segurança para alertar turistas sobre possíveis riscos locais. EEapresenta aspectos gerais da cultura do país para continuar a atrair turistas estrangeiros. Questão 03 36 hours in Buenos Aires Contemporary Argentine history is a roller coaster of financial booms and cracks, set to gripping political soap operas. But through all the highs and lows, one thing has remained constant: Buenos Aires’s graceful elegance and cosmopolitan cool. This attractive city continues to draw food lovers, design buffs and party people with its riotous night life, fashion- forward styling and a favorable exchange rate. Even 3 with the uncertain economy, the creative energy and enterprising spirit of Porteños, as residents are called, prevail – just look to the growing ranks of art spaces, boutiques, restaurants and hotels. SINGER, P. Disponível em: www.nytimes.com. Acesso em: 30 jul. 2012. Nesse artigo de jornal, Buenos Aires é apresentada como a capital argentina, que AAfoi objeto de novelas televisivas baseadas em sua vida noturna e artística. BBmanteve sua elegância e espírito cosmopolita, apesar das crises econômicas. CCteve sua energia e aspecto empreendedor ofuscados pela incerteza da economia. DDfoi marcada historicamente por uma vida financeira estável, com repercussão na arte. EEparou de atrair apreciadores da gastronomia, devido ao alto valor de sua moeda. Questão 04 If You’re Out There If you hear this message Wherever you stand I’m calling every woman Calling every man We’re the generation We can’t afford to wait The future started yesterday And we’re already late We’ve been looking for a song to sing Searched for a melody Searched for someone to lead We’ve been looking for the world to change If you feel the same, we’ll go on and say If you’re out there Sing along with me if you’re out there I’m dying to believe that you’re out there Stand up and say it loud if you’re out there Tomorrow’s starting now...now...now […] We can destroy Hunger We can conquer Hate Put down the arms and raise your voice We’re joining hands today […] LEGEND, J. Evolver. Los Angeles: Sony Music, 2008 (fragmento). O trecho da letra de If You’re Out There revela que essa canção, lançada em 2008, é um(a) AAconvocação à luta armada. BBapelo ao engajamento social. CCatitude saudosista. DDcrítica a atitudes impensadas. EEelogio à capacidade de aceitação. Questão 05 A emissão de gases tóxicos na atmosfera traz diversas consequências para nosso planeta. De acordo com o gráfico, retirado do texto Global warming is an international issue, observa-se que AAas queimadas poluem um pouco mais do que os combustíveis usados nos meios de transporte. BBas residências e comércios são os menores emissores de gases de efeito estufa naatmosfera. CCo processo de tratamento de água contribui para a emissão de gases poluentes no planeta. DDos combustíveis utilizados nos meios de transportes poluem mais do que as indústrias. EEos maiores emissores de gases de efeito estufa na atmosfera são as usinas elétricas. 4 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (OPÇÃO ESPANHOL) Questão 01 A charge evoca uma situação de assombro frente a uma realidade que assola as sociedades contemporâneas. Seu efeito humorístico reside na crítica diante do(a) AAconstatação do ser humano como o responsável pela condição caótica do mundo. BBapelo à religiosidade diante das dificuldades enfrentadas pela humanidade. CCindignação dos trabalhadores em face das injustiças sociais. DDveiculação de informações trágicas pelos telejornais. EEmanipulação das notícias difundidas pelas mídias. Questão 02 Pensar la lengua del siglo XXI Aceptada la dicotomía entre “español general” académico y “español periférico” americano, la capacidad financiera de la Real Academia, apoyada por la corona y las grandes empresas transnacionales españolas, no promueve la conservación de la unidad, sino la unificación del español, dirigida e impuesta desde España (la Fundación Español Urgente: Fundeu). Unidad y unificación no son lo mismo: la unidad ha existido siempre y con ella la variedad de la lengua, riqueza suprema de nuestras culturas nacionales; la unificación lleva a la pérdida de las diferencias culturales, que nutren al ser humano y son tan importantes como la diversidad biológica de la Tierra. Culturas nacionales: desde que nacieron los primeros criollos, mestizos y mulatos en el continente hispanoamericano, las diferencias de colonización, las improntas que dejaron en las nacientes sociedades americanas los pueblos aborígenes, la explotación de las riquezas naturales, las redes comerciales coloniales fueron creando culturas propias, diferentes entre sí, aunque con el fondo común de la tradición española. Después de las independencias, cuando se instituyeron nuestras naciones, bajo diferentes influencias, ya francesas, ya inglesas; cuando los inmigrantes italianos, sobre todo, dieron su pauta a Argentina, Uruguay o Venezuela, esas culturas nacionales se consolidaron y con ellas su español, pues la lengua es, ante todo, constituyente. Así, el español actual de España no es sino una más de las lenguas nacionales del mundo hispánico. El español actual es el conjunto de veintidós españoles nacionales, que tienen sus propias características; ninguno vale más que otro. La lengua del siglo XXI es, por eso, una lengua pluricéntrica . LARA, L. F. Disponível em: <www.revistaenie.clarin.com>. Acesso em: 25 fev. 2013. O texto aborda a questão da língua espanhola no século XXI e tem como função apontar que AAas especificidades culturais rompem com a unidade hispânica. BBas variedades do espanhol têm igual relevância linguística e cultural. CCa unidade linguística do espanhol fortalece a identidade cultural hispânica. DDa consolidação das diferenças da língua prejudica sua projeção mundial. EEa unificação da língua enriquece a competência linguística dos falantes. Questão 03 Los fallos de software en aparatos médicos, como marcapasos, van a ser una creciente amenaza para la salud pública, según el informe de Software Freedom Law Center (SFLC) que ha sido presentado hoy en Portland (EEUU), en la Open 5 Source Convention (OSCON). La ponencia “Muerto por el código: transparencia de software en los dispositivos médicos implantables” aborda el riesgo potencialmente mortal de los defectos informáticos en los aparatos médicos implantados en las personas. Según SFLC, millones de personas con condiciones crónicas del corazón, epilepsia, diabetes, obesidad e, incluso, la depresión dependen de implantes, pero el software permanece oculto a los pacientes y sus médicos. La SFLC recuerda graves fallos informáticos ocurridos en otros campos, como en elecciones, en la fabricácion de coches, en las líneas aéreas comerciales o en los mercados financeiros. Disponível em: http://www.elpais.com. Acesso em: 24 jul. 2010 (adaptado). O título da palestra, citado no texto, antecipa o tema que será tratado e mostra que o autor tem a intenção de AArelatar novas experiências em tratamento de saúde. BBalertar sobre os riscos mortais de determinados softwares de uso médico para o ser humano. CCdenunciar falhas médicas na implantação de softwares em seres humanos. DDdivulgar novos softwares presentes em aparelhos médicos lançados no mercado. EEapresentar os defeitos mais comuns de softwares em aparelhos médicos. Questão 04 Agua al soñar que un cántaro en la cabeza acarreas, será éxito y triunfo lo que tú veas. Bañarse en un río donde el agua escalda, es augurio de enemigos y de cuchillo en la espalda. Bañarse en un río de agua puerca, es perder a alguien cerca. ORTIZ, A.; FLORES FARFÁN. J. A. Sueños mexicanos. México: Artes de México. 2012. O poema retoma elementos da cultura popular mexicana que refletem um dos aspectos que a constitui, caracterizado pela AApercepção dos perigos de banhar-se em rios de águas poluídas. BBcrença na relevância dos sonhos como premonições ou conselhos. CCnecessidade de resgate da tradição de carregar água em cântaros. DDexaltação da importância da preservação da água. EEcautela no trato com inimigos e pessoas traiçoeiras. Questão 05 Considere que, em cada sociedade, os indivíduos estão inseridos em um sistema de sexo-gênero, isto é, atuam de acordo com determinados padrões de comportamento. Desse modo, o texto é irônico por meio AAda demonstração da inexistência de padrões de comportamento feminino em situações cotidianas relacionadas ao universo gastronômico. BBda divulgação de estereótipos com vistas a consolidar padrões de comportamento socialmente aceitáveis. CCdo rechaço da importância assumida pelo homem nos relacionamentos contemporâneos em detrimento da mulher. DDda denúncia do desconforto feminino ao deparar- se com situações do cotidiano consideradas marcadamente machistas. EEda contraposição de um estereótipo de comportamento feminino em relação às mudanças vividas pela sociedade contemporânea. 6 Questões de 06 a 45 Questão 06 A certa personagem desvanecida Um soneto começo em vosso gabo*: Contemos esta regra por primeira, Já lá vão duas, e esta é a terceira, Já este quartetinho está no cabo. Na quinta torce agora a porca o rabo; A sexta vá também desta maneira: Na sétima entro já com grã** canseira, E saio dos quartetos muito brabo. Agora nos tercetos que direi? Direi que vós, Senhor, a mim me honrais Gabando‐vos a vós, e eu fico um rei. Nesta vida um soneto já ditei; Se desta agora escapo, nunca mais: Louvado seja Deus, que o acabei. Gregório de Matos *louvor **grande Tipo zero Você é um tipo que não tem tipo Com todo tipo você se parece E sendo um tipo que assimila tanto tipo Passou a ser um tipo que ninguém esquece Quando você penetra num salão E se mistura com a multidão Você se torna um tipo destacado Desconfiado todo mundo fica Que o seu tipo não se classifica Você passa a ser um tipo desclassificado Eu até hoje nunca vi nenhum Tipo vulgar tão fora do comum Que fosse um tipo tão observado Você ficou agora convencido Que o seu tipo já está batido Mas o seu tipo é o tipo do tipo esgotado Noel Rosa O soneto de Gregório de Matos e o samba de Noel Rosa, embora distantes na forma e no tempo, aproximam‐se por ironizarem AAo processo de composição do texto. BBa própria inferioridade ante o retratado. CCa singularidade de um caráter nulo. DDo sublime que se oculta na vulgaridade. EEa intolerância para com os gênios. Questão 07 Analise a tela Marat assassinado, pintada por Jacques-Louis David em 1793. Essa pintura apresenta estilo AAgótico,expresso no confronto entre claro e escuro, e representa uma importante passagem bíblica. BBbarroco, expresso no contraste entre os objetos retratados, e valoriza a importância da leitura e da escrita. CCromântico, expresso no conteúdo religioso da cena, e representa o predomínio da emoção sobre a razão. DDneoclássico, expresso na modelação da musculatura do corpo, e representa um episódio político da época. EEmoderno, expresso na imprecisão das formas e dos contornos do desenho, e representa o cotidiano do homem da época. 7 Questão 08 Podem-se distinguir diferentes tendências dentro da escultura moderna. Alguns escultores permaneceram ligados ao estilo de Rodin, isto é, à representação realista. Outros deram liberdade à imaginação. Dentro dessa segunda tendência, destaca-se Constantin Brancusi, um dos mais importantes escultores do século XX. A obra Pássaro no espaço evidencia que Brancusi criou formas em geral AAfigurativas, pois representam expressivamente o que há no mundo interior do artista. BBfuturistas, pois fazem referência à velocidade, à modernidade e à tensão interna da matéria. CCdadaístas, pois utilizam a crítica e a irreverência para questionar o conceito do belo em arte. DDcubistas, que resultam da geometrização de imagens relacionadas ao onírico e ao fantástico. EEabstratas, resultantes de um rigoroso processo de simplificação das características do objeto representado. Questão 09 Ao correlacionar o trabalho humano ao da máquina, o autor vale-se da disposição visual do texto para AAexpressar a ideia de desumanização e de perda de identidade. BBironizar a realização de tarefas repetitivas e acríticas. CCrealçar a falta de sentido de atividades burocráticas. DDsinalizar a alienação do funcionário de repartição. EEdestacar a inutilidade do trabalhador moderno. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Romance LIII ou Das Palavras Aéreas Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potência, a vossa! Ai, palavras, ai, palavras, sois de vento, ides no vento, no vento que não retorna, e, em tão rápida existência, tudo se forma e transforma! Sois de vento, ides no vento, e quedais, com sorte nova! (...) 8 Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potência, a vossa! Perdão podíeis ter sido! – sois madeira que se corta, – sois vinte degraus de escada, – sois um pedaço de corda... – sois povo pelas janelas, cortejo, bandeiras, tropa... Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potência, a vossa! Éreis um sopro na aragem... – sois um homem que se enforca! Cecília Meireles, Romanceiro da Inconfidência. Questão 10 A “estranha potência” que a voz lírica ressalta nas palavras decorre de uma combinação entre AAfluidez nos ventos do presente e conteúdo fixo no passado. BBforma abstrata no espaço e presença concreta na história. CCleveza impalpável na arte e vigor nos documentos antigos. DDsonoridade ruidosa nos ares e significado estável no papel. EElirismo irrefletido da poesia e peso justo dos acontecimentos. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia a narrativa “O leão, o burro e o rato”, de Millôr Fernandes. Um leão, um burro e um rato voltaram, afinal, da caçada que haviam empreendido juntos1 e colocaram numa clareira tudo que tinham caçado: dois veados, algumas perdizes, três tatus, uma paca e muita caça menor. O leão sentou-se num tronco e, com voz tonitruante que procurava inutilmente suavizar, berrou: – Bem, agora que terminamos um magnífico dia de trabalho, descansemos aqui, camaradas, para a justa partilha do nosso esforço conjunto. Compadre burro, por favor, você, que é o mais sábio de nós três, com licença do compadre rato, você, compadre burro, vai fazer a partilha desta caça em três partes absolutamente iguais. Vamos, compadre rato, até o rio, beber um pouco de água, deixando nosso grande amigo burro em paz para deliberar. Os dois se afastaram, foram até o rio, beberam água2 e ficaram um tempo. Voltaram e verificaram que o burro tinha feito um trabalho extremamente meticuloso, dividindo a caça em três partes absolutamente iguais. Assim que viu os dois voltando, o burro perguntou ao leão: – Pronto, compadre leão, aí está: que acha da partilha? O leão não disse uma palavra. Deu uma violenta patada na nuca do burro, prostrando-o no chão, morto. Sorrindo, o leão voltou-se para o rato e disse: – Compadre rato, lamento muito, mas tenho a impressão de que concorda em que não podíamos suportar a presença de tamanha inaptidão e burrice. Desculpe eu ter perdido a paciência, mas não havia outra coisa a fazer. Há muito que eu não suportava mais o compadre burro. Me faça um favor agora – divida você o bolo da caça, incluindo, por favor, o corpo do compadre burro. Vou até o rio, novamente, deixando-lhe calma para uma deliberação sensata. Mal o leão se afastou, o rato não teve a menor dúvida. Dividiu o monte de caça em dois: de um lado, toda a caça, inclusive o corpo do burro. Do outro, apenas um ratinho cinza morto por acaso. O leão ainda não tinha chegado ao rio, quando o rato o chamou: – Compadre leão, está pronta a partilha! O leão, vendo a caça dividida de maneira tão justa, não pôde deixar de cumprimentar o rato: – Maravilhoso, meu caro compadre, maravilhoso! Como você chegou tão depressa a uma partilha tão certa? E o rato respondeu: – Muito simples. Estabeleci uma relação matemática entre seu tamanho e o meu – é claro que você precisa comer muito mais. Tracei uma comparação entre a sua força e a minha – é claro que você precisa de muito maior volume de alimentação do que eu. Comparei, ponderadamente, sua posição na floresta com a minha – e, evidentemente, a partilha só podia ser esta. Além do que, sou um 9 intelectual, sou todo espírito! – Inacreditável, inacreditável! Que compreensão! Que argúcia! – exclamou o leão, realmente admirado. – Olha, juro que nunca tinha notado, em você, essa cultura. Como você escondeu isso o tempo todo, e quem lhe ensinou tanta sabedoria? – Na verdade, leão, eu nunca soube nada. Se me perdoa um elogio fúnebre, se não se ofende, acabei de aprender tudo agora mesmo, com o burro morto. Moral: Só um burro tenta ficar com a parte do leão. 1 A conjugação de esforços tão heterogêneos na destruição do meio ambiente é coisa muito comum. 2 Enquanto estavam bebendo água, o leão reparou que o rato estava sujando a água que ele bebia. Mas isso já é outra fábula. (100 fábulas fabulosas, 2012.) Questão 11 A narrativa de Millôr Fernandes afasta-se do modelo tradicional da fábula na medida em que emprega um tom AAmoralizante. BBfantástico. CClacônico. DDambíguo. EEparódico. Questão 12 Muito do que gastamos (e nos desgastamos) nesse consumismo feroz podia ser negociado com a gente mesmo: uma hora de alegria em troca daquele sapato. Uma tarde de amor em troca da prestação do carro do ano; um fim de semana em família em lugar daquele trabalho extra que está me matando e ainda por cima detesto. Não sei se sou otimista demais, ou fora da realidade. Mas, à medida que fui gostando mais do meu jeans, camiseta e mocassins, me agitando menos, querendo ter menos, fui ficando mais tranquila e mais divertida. Sapato e roupa simbolizam bem mais do que isso que são: representam uma escolha de vida, uma postura interior. Nunca fui modelo de nada, graças a Deus. Mas amadurecer me obrigou a fazer muita faxina nos armários da alma e na bolsa também. Resistir a certas tentações é burrice; mas fugir de outras pode ser crescimento, e muito mais alegria. LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2011. Nesse texto, há duas ocorrências de dois-pontos. Na primeira, eles anunciam uma enumeração das negociações que podemos fazer conosco. Na segunda, eles introduzem uma AAopinião sobre o uso de jeans, camiseta e mocassins. BBexplicação sobre a simbologia de sapatos e roupas. CCconclusão acerca da oposição entre otimismoe realidade. DDcomparação entre ostentação e conforto em termos de vestuário. EEretomada da ideia de negociação discutida no primeiro parágrafo. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o texto de Mario Quintana. Homo insapiens1 Vocês se lembram de quando a gente se perdia no campo e soltava a rédea ao cavalo e ele voltava direitinho para casa? Pois até hoje, quando não me lembro de onde guardei uma coisa, desisto de quebrar a cabeça, afrouxo o espírito e eis que ele conduz meu passo e minha mão sonâmbula ao lugar exato. Quanto a saber qual dos dois, espírito e corpo, é o cavaleiro e o cavalo, é questão acadêmica. Só sei que isso não me acontece agora na vastidão do campo, mas dentro de uma casa, de uma sala, de um móvel... (A vaca e o hipogrifo, 2012.) 1Homo sapiens: na classificação biológica dos seres, é o nome científico do ser humano. Do latim, significa “homem sábio”, racional. “Homo insapiens”, título do texto, é uma variação do termo. 10 Questão 13 “Quanto a saber qual dos dois, espírito e corpo, é o cavaleiro e o cavalo, é questão acadêmica.” No contexto em que está inserida, a expressão “questão acadêmica” pode ser entendida como AAuma questão relevante, que precisa ser resolvida. BBuma questão subjetiva, que se refere às crenças de cada pessoa. CCuma questão irrelevante devido a sua simplicidade. DDuma questão complexa que foge ao escopo do texto. EEuma questão crítica que, por isso, deve ser evitada. Questão 14 TEXTO I A arquitetura barroca realizou-se principalmente nos palácios e nas igrejas. A Igreja Católica queria proclamar o triunfo de sua fé, por isso realizou obras que impressionam pelo esplendor. Na Itália, por exemplo, há a praça de São Pedro (1657- 1666). Um fator que merece ser assinalado é o reconhecimento de que as cercanias imediatas da obra arquitetônica eram importantes para a beleza da construção. Disso resultou a preocupação paisagística com grandes jardins dos palácios, como em Versalhes, na França, e com praças das igrejas, como a da basílica de São Pedro, no Vaticano. O trabalho realizado por Bernini para essa praça é um dos exemplos mais significativos da arquitetura e do urbanismo do século XVII na Itália. PROENÇA, Graça. História da arte. Editora Ática 17ed. São Paulo. 2000 TEXTO II Os arquitetos do Barroco deixam de lado a simplicidade e a racionalidade do Renascimento e investem na grandiosidade das igrejas e das praças, como a praça de São Pedro. Nesse período artístico, firmou-se a ideia de que AAa forma elíptica do espaço em torno das igrejas era importante para a estrutura arquitetônica, porém comprometia a beleza da construção. BBo espaço em torno da obra arquitetônica era importante para a beleza da construção, pois auxilia a suntuosidade desse monumento à fé católica. CCa grandiosidade arquitetônica deveria ficar restrita às igrejas, portanto o palácio barroco deveria manter a simplicidade e a racionalidade. DDo espaço externo da obra arquitetônica deveria refletir sobriedade, pois não era um elemento importante para a beleza da construção. EEo uso de obelisco e de colunatas compromete fortemente a beleza arquitetônica do espaço em torno da igreja. Questão 15 – Não digo que seja uma mulher perdida, mas recebeu uma educação muito livre, saracoteia sozinha por toda a cidade e não tem podido, por conseguinte, escapar à implacável maledicência dos fluminenses. Demais, está habituada ao luxo, ao luxo da rua, que é o mais caro; em casa arranjam-se ela e a tia sabe Deus como. Não é mulher com quem a gente se case. Depois, lembra- te que apenas começas e não tens ainda onde cair morto. Enfim, és um homem: faze o que bem te parecer. Essas palavras, proferidas com uma franqueza por tantos motivos autorizada, calaram no ânimo do bacharel. Intimamente ele estimava que o velho amigo de seu pai o dissuadisse de requestar a moça, não pelas consequências morais do casamento, mas pela obrigação, que este lhe impunha, de satisfazer uma dívida de vinte contos de réis, quando, apesar de todos os seus esforços, não conseguira até então pôr de parte nem o terço daquela quantia. AZEVEDO, A. A dívida. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 20 ago. 2017. O texto, publicado no fim do século XIX, traz à tona representações sociais da sociedade brasileira da 11 época. Em consonância com a estética realista, traços da visão crítica do narrador manifestam-se na AAcaracterização pejorativa do comportamento da mulher solteira. BBconcepção irônica acerca dos valores morais inerentes à vida conjugal. CCcontraposição entre a idealização do amor e as imposições do trabalho. DDexpressão caricatural do casamento pelo viés do sentimentalismo burguês. EEsobreposição da preocupação financeira em relação ao sentimento amoroso. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o texto extraído da primeira parte, intitulada “A terra”, da obra Os sertões, de Euclides da Cunha. A obra resultou da cobertura jornalística da Guerra de Canudos, realizada por Euclides da Cunha para o jornal O Estado de S.Paulo de agosto a outubro de 1897, e foi publicada apenas em 1902. Percorrendo certa vez, nos fins de setembro [de 1897], as cercanias de Canudos, fugindo à monotonia de um canhoneio1 frouxo de tiros espaçados e soturnos, encontramos, no descer de uma encosta, anfiteatro irregular, onde as colinas se dispunham circulando um vale único. Pequenos arbustos, icozeiros2 virentes viçando em tufos intermeados de palmatórias3 de flores rutilantes, davam ao lugar a aparência exata de algum velho jardim em abandono. Ao lado uma árvore única, uma quixabeira alta, sobranceando a vegetação franzina. O sol poente desatava, longa, a sua sombra pelo chão e protegido por ela – braços largamente abertos, face volvida para os céus – um soldado descansava. Descansava... havia três meses. Morrera no assalto de 18 de julho [de 1897]. A coronha da Mannlicher4 estrondada, o cinturão e o boné jogados a uma banda, e a farda em tiras, diziam que sucumbira em luta corpo a corpo com adversário possante. Caíra, certo, derreando- se à violenta pancada que lhe sulcara a fronte, manchada de uma escara preta. E ao enterrarem- se, dias depois, os mortos, não fora percebido. Não compartira, por isto, a vala comum de menos de um côvado de fundo em que eram jogados, formando pela última vez juntos, os companheiros abatidos na batalha. O destino que o removera do lar desprotegido fizera-lhe afinal uma concessão: livrara-o da promiscuidade lúgubre de um fosso repugnante; e deixara-o ali há três meses – braços largamente abertos, rosto voltado para os céus, para os sóis ardentes, para os luares claros, para as estrelas fulgurantes... E estava intacto. Murchara apenas. Mumificara conservando os traços fisionômicos, de modo a incutir a ilusão exata de um lutador cansado, retemperando-se em tranquilo sono, à sombra daquela árvore benfazeja. Nem um verme – o mais vulgar dos trágicos analistas da matéria – lhe maculara os tecidos. Volvia ao turbilhão da vida sem decomposição repugnante, numa exaustão imperceptível. Era um aparelho revelando de modo absoluto, mas sugestivo, a secura extrema dos ares. (Os sertões, 2016.) 1canhoneio: descarga de canhões. 2icozeiro: arbusto de folhas coriáceas, flores de tom verde-pálido e frutos bacáceos. 3palmatória: planta da família das cactáceas, de flores amarelo-esverdeadas, com a parte inferior vermelha, ou róseas, e bagas vermelhas. 4Mannlicher: rifle projetado por Ferdinand Ritter von Mannlicher. Questão 16 A linguagem do texto pode ser caracterizada como AAerudita e lacônica. BBrebuscada e técnica. CCcoloquial e prolixa. DDsubjetiva e informal. EEhermética e impessoal. Questão 17 Mensagem à poesia Vinicius de Moraes Não posso Não é possível Digam-lhe que é totalmente impossível Agora não pode ser É impossível 12 Não posso. Digam-lheque estou tristíssimo, mas não posso ir esta noite ao seu encontro. (...) Não devo usá-la em seu mistério: a hora é de esclarecimento Nem debruçar-me sobre mim quando a meu lado Há fome e mentira; e um pranto de criança sozinha numa estrada Junto a um cadáver de mãe: digam-lhe que há Um náufrago no meio do oceano, um tirano no poder, um homem arrependido; digam-lhe que há uma casa vazia. (...) Massaud Moisés, História da Literatura Brasileira. 6.ed. São Paulo: Cultrix. 2007. p.282. A poesia é um instrumento utilizado pelo poeta para verbalizar seus sentimentos, suas intenções e sua visão de mundo. A leitura do fragmento poético evidencia que o eu lírico AAdirige-se à mulher amada lembrando-lhe que o momento é de solidariedade com o sofrimento humano. BButiliza a força de sua poesia para denunciar e resolver as grandes injustiças existentes na sociedade moderna. CCmostra sua vertente social ao demonstrar solidariedade com o drama humano, minimizando sua vertente intimista. DDusa a força de sua poesia intimista e sentimental para ressaltar sua impotência diante dos dramas existenciais do homem. EEvislumbra, no sofrimento humano, a oportunidade de dar uma função social à sua poesia e resolver seus dramas pessoais. Questão 18 Os quadrinhos apresentam a sequência de certos dispositivos eletrônicos criados no decorrer da história, destacando AAa alienação provocada pelo uso excessivo da tecnologia nas sociedades urbanas contemporâneas. BBo estágio mais recente da evolução tecnológica para o armazenamento de dados digitais. CCos diferentes tipos de dispositivos usados atualmente para a gravação de dados digitais. DDo desperdício de matéria-prima proveniente da indústria tecnológica. EEa comparação entre evolução humana e tecnológica. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia a crônica “Elegia do Guandu”, de Carlos Drummond de Andrade, publicada originalmente em 2 de novembro de 1974. E se reverenciássemos neste 2 de novembro os mortos do Guandu, que descem a correnteza, a caminho do mar – o mar que eles não alcançam, pois encalham na areia das margens, e os urubus os devoram? Perdoai se apresento matéria tão feia, em dia de flores consagradas aos mortos queridos. Estes não são amados de ninguém, ou o são de mínima gente. Seus corpos, não há quem os reclame, de medo ou seja lá pelo que for. 13 Se algum deles tem sorte de derivar pela restinga da Marambaia e ali é recolhido por pescadores – ah, peixe menos desejado – ganha sepultura anônima, que a piedade dos humildes providencia. Mas não é prudente pescar mortos do Guandu: há sempre a perspectiva de interrogatórios que fazem perder o dia de trabalho, às vezes mais do que isso: a liberdade, que se confisca aos suspeitos e aos que explicam mal suas pescarias macabras. São marginais caçados pela polícia ou por outros marginais, são suicidas, são acidentados? Difícil classificá-los, se não trazem a marca registrada dos trucidadores ou estes sinais: mãos amarradas, amarrado de vários corpos, pesos amarrados aos pés. Estes últimos são mortos fáceis de catalogar, embora só se lhes vejam as cabeças em rodopio à flor d’água, mas os que vêm boiando e fluindo, fluindo e boiando, em sonho aquático deslizante, estes desesperaram da vida, ou a vida lhes faltou de surpresa? Os mortos vão passando, procissão falhada. Eis desce o rio um lote de seis, uns aos outros ligados pela corda fraternizante. É espetáculo para se ver da janela de moradores de Itaguaí, assistentes ribeirinhos de novela de espaçados capítulos. Ver e não contar. Ver e guardar para conversas íntimas: – Ontem, na tintura da madrugada, passaram três garrafinhas. Eu vi, chamei a Teresa pra espiar também... Garrafinhas chamam-se eles, os trucidados com chumbo aos pés, e não mais como ficou escrito em livros de cartório. O garrafinha nº 1 não é diferente do garrafinha nº 2 ou 3. Foram todos nivelados pelo Guandu. Como frascos vazios, de pequeno porte e nenhuma importância, lá vão rio abaixo, Nova Iguaçu abaixo, rumo do esquecimento das garrafas e dos crimes que cometeram ou não cometeram, ou dos crimes que neles foram cometidos. [...] O Guandu não responde a inquéritos nem a repórteres. Não distingue, carrega. Não comenta, não julga, não reclama se lhe corrompem as águas; transporta. Em sua impessoalidade serve a desígnios vários, favorece a vida que quer se desembaraçar da morte, facilita a morte que quer se libertar da vida. Pela justiça sumária, pelo absurdo, pelo desespero. Mas não é ao Guandu que cabe dedicar uma elegia, é aos mortos do Guandu, nos quais ninguém pensa no dia de pensar os e nos mortos. Os criminosos, os não criminosos, os que se destruíram, os que resvalaram. Mortos sem sepultura e sem lembrança. Trágicos e apagados deslizantes na correnteza. Passageiros do Guandu, apenas e afinal. (Carlos Drummond de Andrade. Os dias lindos, 2013.) Questão 19 Pode-se apontar na crônica um teor, sobretudo, AAmetalinguístico. BBparódico. CCcrítico. DDsatírico. EEfantástico. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia a letra da canção “Bom conselho”, de Chico Buarque, composta em 1972. Ouça um bom conselho Que eu lhe dou de graça Inútil dormir que a dor não passa Espere sentado Ou você se cansa Está provado: Quem espera nunca alcança Venha, meu amigo Deixe esse regaço Brinque com meu fogo Venha se queimar Faça como eu digo Faça como eu faço Aja duas vezes antes de pensar Corro atrás do tempo Vim de não sei onde Devagar é que não se vai longe Eu semeio vento na minha cidade Vou pra rua e bebo a tempestade (www.chicobuarque.com.br) 14 Questão 20 Na canção, o eu lírico modifica uma série de provérbios bastante conhecidos. A maioria das formulações originais desses provérbios contém um apelo AAao livre-arbítrio. BBao otimismo. CCà solidariedade. DDao conformismo. EEà transgressão. Questão 21 A prática de jogos, esportes, lutas, danças e ginásticas é considerada, no senso comum, como sinônimo de saúde. Essa relação direta de causa e efeito linear e incondicional é explorada e estimulada pela indústria cultural, do lazer e da saúde ao reforçar conceitos e cultivar valores, no mínimo contestáveis, de dieta, de forma física e de modelos de corpos ideais. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC, 1998. O texto demonstra uma compreensão de saúde baseada na AArealização de exercícios físicos para uma boa forma. BBcomplexidade dos diversos fatores para sua manutenção. CCprática de ginástica como sinônimo de sucesso e bem-estar. DDsuperação de limites no esporte como forma de satisfação e prazer. EEalimentação balanceada para o alcance de padrão corporal hegemônico. Questão 22 Do questionamento da personagem Mafalda, depreende-se uma crítica AAao crescimento demográfico. BBà mercantilização da infância. CCà precariedade da educação. DDà generalização do consumismo. EEà desumanização do mundo. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Examine a tirinha do cartunista André Dahmer. Questão 23 Para produzir o efeito cômico e também crítico da tirinha, o cartunista mobiliza os seguintes recursos expressivos: AAeufemismo e pleonasmo. BBpersonificação e hipérbole. CChipérbole e eufemismo. DDpersonificação e antítese. EEhipérbole e antítese. 15 Questão 24 A ciência do Homem-Aranha Muitos dos superpoderes do querido Homem- Aranha de fato se assemelham às habilidades biológicas das aranhas e são objeto de estudo para produção de novos materiais. O “sentido-aranha” adquirido por Peter Parker funciona quase como um sexto sentido, uma espécie de habilidade premonitória e, por isso, soa como um mero elemento ficcional. No entanto, as aranhas realmente têm um sentido mais aguçado. Na verdade, elas têm um dos sistemas sensoriais mais impressionais da natureza. Os pelos sensoriais das aranhas, que estão espalhadospor todo o corpo, funcionam como uma forma muito boa de perceber o mundo e captar informações do ambiente. Em muitas espécies, esse tato por meio dos pelos tem papel mais importante que a própria visão, uma vez que muitas aranhas conseguem prender e atacar suas presas na completa escuridão. E por que os pelos humanos não são tão eficientes como órgãos sensoriais como os das aranhas? Primeiro, porque um ser humano tem em média fios de pelo em cada do corpo, enquanto algumas espécies de aranha podem chegar a ter mil pelos por segundo, porque cada pelo das aranhas possui até nervos para fazer a comunicação entre a sensação percebida e o cérebro, enquanto nós, seres humanos, temos apenas nervo por pelo. Disponível em: http://cienciahoje.org.br. Acesso em; 11 dez. 2018. (adaptado). Como estratégia de progressão do texto, o autor simula uma interlocução com o público leitor ao recorrer à AArevelação do “sentido-aranha” adquirido pelo super-herói como um sexto sentido. BBcaracterização do afeto do público pelo super- herói marcado pela palavra “querido”. CCcomparação entre os poderes do super-herói e as habilidades biológicas das aranhas. DDpergunta retórica na introdução das causas da eficiência do sistema sensorial das aranhas. EEcomprovação das diferenças entre a constituição física do homem e da aranha por meio de dados numéricos. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o poema de Fernando Pessoa. Cruz na porta da tabacaria! Quem morreu? O próprio Alves? Dou Ao diabo o bem-’star que trazia. Desde ontem a cidade mudou. Quem era? Ora, era quem eu via. Todos os dias o via. Estou Agora sem essa monotonia. Desde ontem a cidade mudou. Ele era o dono da tabacaria. Um ponto de referência de quem sou. Eu passava ali de noite e de dia. Desde ontem a cidade mudou. Meu coração tem pouca alegria, E isto diz que é morte aquilo onde estou. Horror fechado da tabacaria! Desde ontem a cidade mudou. Mas ao menos a ele alguém o via, Ele era fixo, eu, o que vou, Se morrer, não falto, e ninguém diria: Desde ontem a cidade mudou. (Obra poética, 1997.) Questão 25 No poema, o eu lírico sente-se AAdesorientado e melancólico. BBdesamparado e entediado. CCnostálgico e orgulhoso. DDperplexo e eufórico. EEaliviado e resignado. 16 Questão 26 De vez em quando, nas redes sociais, a gente se pega compartilhando notícias falsas, fotos modificadas, boatos de todo tipo. O problema é quando a matéria é falsa. E, pior ainda, se é uma matéria falsa que não foi criada por motivos humorísticos ou literários (sim, considero o “jornalismo ficcional” uma interessante forma de literatura), mas para prejudicar a imagem de algum partido ou de algum político, não importa de que posição ou tendência. Inventa-se uma arbitrariedade ou falcatrua, joga- se nas redes sociais e aguarda-se o resultado. Nesse caso, a multiplicação da notícia falsa (que está sempre sujeita a ser denunciada juridicamente como injúria, calúnia ou difamação) se dá em várias direções. Antes de curtir, comentar ou compartilhar, procuro checar as fontes, ir aos links originais. TAVARES, B. Disponível em: www.cartafundamental.com.br. Acesso em: 20 jan. 2015 (adaptado). O texto expõe a preocupação de uma leitora de notícias on-line de que o compartilhamento de conteúdos falsos pode ter como consequência a AAdisplicência natural das pessoas que navegam pela internet. BBdesconstrução das relações entre jornalismo e literatura. CCimpossibilidade de identificação da origem dos textos. DDdisseminação de ações criminosas na internet. EEobtenção de maior popularidade nas redes. Questão 27 O efeito de sentido do cartaz é provocado pela combinação de aspectos verbais e não verbais. Nas frases “Construa acessos. Derrube barreiras”, o produtor do texto, para atingir o público-alvo, recorreu, essencialmente, à AAparonímia ao suavizar a ideia entre os dois verbos. BBironia ao empregar a palavra “barreira” com sentido pejorativo. CCpolissemia ao estabelecer os vários sentidos da palavra “acessos”. DDantonímia ao retratar a oposição entre os verbos e os substantivos. EEsinonímia ao aproximar o sentido das palavras “acessos” e “barreiras”. 17 Questão 28 É determinante, para o uso da língua, a situação social na qual está inserido o falante. No texto, verifica-se uma comunicação marcada por AAdesconhecimento da língua por parte dos dois falantes. BBuso coloquial da língua, característica utilizada em todo o país. CCutilização de linguagem regional, com variação no campo fonológico. DDlinguagem vulgar, caracterizando os personagens como pessoas sem escolaridade. EEescolha de uma linguagem giriática, não sendo possível a compreensão sem conhecimento prévio. Questão 29 Com o enredo que homenageou o centenário do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, a Unidos da Tijuca foi coroada no Carnaval 2012. À penúltima escola a entrar na Sapucaí, na segunda noite de desfiles, mergulhou no universo do cantor e compositor brasileiro e trouxe a cultura nordestina com criatividade para a Avenida, com o enredo O dia em que toda a realeza desembarcou na Avenida para coroar o Rei Luiz do Sertão. Disponível em: www.cultura.rj.gov.br. Acesso em: 15 maio 2012 (adaptado). A notícia relata um evento cultural que marca a AAprimazia do samba sobre a música nordestina. BBinter-relação entre dois gêneros musicais brasileiros. CCvalorização das origens oligárquicas da cultura nordestina. DDproposta de resgate de antigos gêneros musicais brasileiros. EEcriatividade em compor um samba-enredo em homenagem a uma pessoa. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o ensaio “Império reverso”, de Eduardo Giannetti. Império reverso – O filósofo grego Diógenes fez da autossuficiência e do controle das paixões os valores centrais de sua vida: um casaco, uma mochila e uma cisterna de argila no interior da qual pernoitava eram suas únicas posses. Intrigado com relatos sobre essa estranha figura, o imperador Alexandre Magno resolveu conferir de perto. Foi até ele e propôs: “Sou o homem mais poderoso do mundo, peça-me o que desejar e lhe atenderei.” Diógenes [...] não titubeou: “O senhor teria a delicadeza de afastar-se um pouco? Sua sombra está bloqueando o meu banho de sol.” O filósofo e o imperador são casos extremos, mas ambos ilustram a tese socrática de que, entre os mortais, o mais próximo dos deuses em felicidade é aquele que de menor número de coisas carece. Alexandre, ex-pupilo e depois mecenas de Aristóteles, aprendeu a lição. Quando um cortesão zombou do morador da cisterna por ter “desperdiçado” a oferta que lhe caíra do céu, o imperador rebateu: “Pois saiba então você que, se eu não fosse Alexandre, eu teria desejado ser Diógenes.” Os extremos se tocam. – “Querei só o que podeis”, pondera o padre Antônio Vieira, “e sereis omnipotentes.” (Eduardo Giannetti. Trópicos utópicos, 2016.) Questão 30 A resposta de Diógenes a Alexandre Magno pode ser caracterizada como AAaudaciosa. BBsubserviente. CChipócrita. DDcompassiva. EEincoerente. 18 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Examine a tira de André Dahmer para responder à(s) questão(ões) a seguir. Questão 31 Na tira, a morte é caracterizada como AAfrívola. BBcompassiva. CCsolitária. DDincorruptível. EEmaterialista. Questão 32 A mídia divulga à exaustão um padrão corporal determinado, padrão único, branco, jovem, musculoso e, especialmente no caso do corpo feminino, magro. Pesquisas apontam para o fato de que esse padrão de beleza divulgado se aplica apenas de 5 a 8% da população mundial. Especialmente no Brasil, onde a diversidade é uma característica marcante, a mídia no geral acaba por mostrar seu desprezo pela riqueza de tipos, de raças, pela própria mestiçagem, insistindo num padrão único de beleza tanto para mulheres quanto para homens. MALDONADO, G. A educaçãofísica e o adolescente: a imagem corporal e a estética da transformação na mídia impressa. Revista Mackenzie de Educação Física e Esportes, n. 1, 2006 (adaptado). Em relação aos aspectos do padrão corporal dos brasileiros, compreende-se que esta população AAé caracterizada pela sua rica diversidade. BBpossui, em sua maioria, mulheres obesas. CCestá devidamente representada na grande mídia. DDtem padrão de beleza idêntico aos demais países. EEe) é composta, na maioria, por pessoas brancas e magras. Questão 33 A carroça sem cavalo Conta-se que, em noites frias de inverno, descia um forte nevoeiro trazido pelo mar e, nessa noite, ouviam-se muitos barulhos estranhos. Os moradores da cidade de São Francisco, que é a cidade mais antiga de Santa Catarina, eram acordados de madrugada com um barulho perturbador. Ao abrirem a janela de casa, os moradores assustavam-se com a cena: viam uma carroça andando sem cavalo e sem ninguém puxando... Andava sozinha! Na carroça, havia objetos barulhentos, como panelas, bules, inclusive alguns objetos amarrados do lado de fora da carroça. O medo dominou a pequena cidade. Conta- se ainda que um carroceiro foi morto a coices pelo seu cavalo, por maltratar o animal. Nas noites de manifestação da assombração, a carroça saía de um nevoeiro, assustava a população e, depois de um tempo, voltava a desaparecer no nevoeiro. Disponível em: www.gazetaonline.com.br. Acesso em: 12 dez. 2017 (adaptado). Considerando-se que os diversos gêneros que circulam na sociedade cumprem uma função social específica, esse texto tem por função AAabordar histórias reais. BBinformar acontecimentos. CCquestionar crenças populares. DDnarrar histórias do imaginário social. EEsituar fatos de interesse da sociedade. 19 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Texto para a(s) questão(ões) a seguir. Uma planta é perturbada na sua sesta* pelo exército que a pisa. Mas mais frágil fica a bota. Gonçalo M. Tavares, 1: poemas. *sesta: repouso após o almoço. Questão 34 O ditado popular que se relaciona melhor com o poema é: AAPara bom entendedor, meia palavra basta. BBÁgua mole em pedra dura tanto bate até que fura. CCQuem com ferro fere, com ferro será ferido. DDUm dia é da caça, o outro é do caçador. EEUma andorinha só não faz verão. Questão 35 Ed Mort só vai Mort. Ed Mort. Detetive particular. Está na plaqueta. Tenho um escritório numa galeria de Copacabana entre um fliperama e uma loja de carimbos. Dá só para o essencial, um telefone mudo e um cinzeiro. Mas insisto numa mesa e numa cadeira. Apesar do protesto das baratas. Elas não vencerão. Comprei um jogo de máscaras. No meu trabalho o disfarce é essencial. Para escapar dos credores. Outro dia entrei na sala e vi a cara do King Kong andando pelo chão. As baratas estavam roubando as máscaras. Espisoteei meia dúzia. As outras atacaram a mesa. Consegui salvar a minha Bic e o jornal. O jornal era novo, tinha só uma semana. Mas elas levaram a agenda. Saí ganhando. A agenda estava em branco. Meu último caso fora com a funcionária do Erótica, a primeira ótica da cidade com balconista topless. Acabara mal. Mort. Ed Mort. Está na plaqueta. VERISSIMO, L. F. Ed Mort: todas as histórias. Porto Alegre: L&PM, 1997 (adaptado). Nessa crônica, o efeito de humor é basicamente construído por uma AAsegmentação de enunciados baseada na descrição dos hábitos do personagem. BBordenação dos constituintes oracionais na qual se destaca o núcleo verbal. CCestrutura composicional caracterizada pelo arranjo singular dos períodos. DDsequenciação narrativa na qual se articulam eventos absurdos. EEseleção lexical na qual predominam informações redundantes. Questão 36 19-11-1959 Eu a conheci da primeira vez em que estive aqui. Parece-me que é esquizofrênica, caso crônico, doente há mais de vinte anos – não estou bem certa. Foi transferida para a Colônia Juliano Moreira e nunca mais a vi. [...] À tarde, quando ia lá, pedia-lhe para cantar a ária da Bohème, “Valsa da Musetta”. Dona Georgiana, recortada no meio do pátio, cantava – e era de doer o coração. As dementes, descalças e rasgadas, paravam em surpresa, rindo bonito em silêncio, os rostos transformados. Outras, sentadas no chão úmido, avançavam as faces inundadas de presença – elas que eram tão distantes. Os rostos fulgiam por instantes, irisados e indestrutíveis. Me deixava imóvel, as lágrimas cegando-me. Dona Georgiana cantava: cheia de graça, os olhos azuis sorrindo, aquele passado tão presente, ela que fora, ela que era, se elevando na limpidez das notas, minhas lágrimas descendo caladas, o pátio de mulheres existindo em dor e beleza. A beleza terrífica que Puccini não alcançou: uma mulher descalça, suja, gasta, louca, e as notas saindo-lhe em tragicidade difícil e bela demais – para existir fora de um hospício. CANÇADO, M. L. Hospício é Deus. Belo Horizonte: Autêntica, 2015. O diário da autora, como interna de hospital psiquiátrico, configura um registro singular, fundamentado por uma percepção que AAatenua a realidade do sofrimento por meio da música. BBredimensiona a essência humana tocada pela sensibilidade. CCevidencia os efeitos dos maus-tratos sobre a imagem feminina. DDtransfigura o cotidiano da internação pelo poder de se emocionar. EEaponta para a recuperação da saúde mental graças à atividade artística. 20 Questão 37 A imagem é considerada uma das referências do movimento artístico e cultural denominado Renascimento. Analise atentamente. Essa imagem pode ser considerada renascentista porque: AArepresenta as personagens de forma simbólica e recorre a temas da doutrina cristã. BBreforça a perspectiva teocêntrica, ao representar a virgem Maria no centro da composição pictórica. CCretoma o tema da pureza da alma feminina estabelecendo uma releitura narrativa sobre o pecado original. DDadota o contraste dramático entre tons claros e escuros em sintonia com as tensões religiosas do período. EEutiliza a técnica da perspectiva tridimensional, que provoca a ilusão de profundidade e espaço. Questão 38 A feição deles é serem pardos, quase avermelhados, de rostos regulares e narizes bem feitos; andam nus sem nenhuma cobertura; nem se importam de cobrir nenhuma coisa, nem de mostrar suas vergonhas. E sobre isto são tão inocentes, como em mostrar o rosto. Fragmento da Carta, de Caminha. Cereja, William Roberto. Literatura brasileira: em diálogo com outras literaturas e outras linguagens. 5.ed reform. São Paulo: Atual, 2013. p.101. A Carta de Caminha faz parte do patrimônio cultural e histórico brasileiro. Ao avaliar a intenção comunicativa do fragmento, retirado do texto de Caminha, infere-se que ele cumpre a função social de AAavaliar as crenças do indígena brasileiro. BBfornecer informações sobre o nativo local. CCcriticar o comportamento indolente do indígena. DDconscientizar da necessidade de catequizar o indígena. EEanalisar o comportamento agressivo do habitante da terra. Questão 39 TEXTO I A introdução de transgênicos na natureza expõe nossa biodiversidade a sérios riscos, como a perda ou alteração do patrimônio genético de nossas plantas e sementes e o aumento dramático no uso de agrotóxicos. Além disso, ela torna a agricultura e os agricultores reféns de poucas empresas que detêm a tecnologia e põe em risco a saúde de agricultores e consumidores. O Greenpeace defende um modelo de agricultura baseado na biodiversidade agrícola e que não se utilize de produtos tóxicos, por entender que só assim teremos agricultura para sempre. Disponível em: www.greenpeace.org. Acesso em: 20 maio 2013. TEXTO II Os alimentos geneticamente modificados disponíveis no mercado internacional não representam um risco à saúde maior do que o apresentado por alimentos obtidos através de técnicas tradicionais de cruzamento agrícola. Essa é a posição de entidadescomo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas para Alimentação e para Agricultura (FAO), o Comissariado Europeu para Pesquisa, Inovação e Ciência e várias das principais academias de ciência do mundo. A OMS diz que até hoje não foi encontrado nenhum caso de efeito sobre a saúde, resultante do consumo de alimento geneticamente modificado (GM) “entre a população dos países em que eles foram aprovados”. Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 20 maio 2013. 21 Os textos tratam de uma temática bastante discutida na atualidade. No que se refere às posições defendidas, os dois textos AArevelam preocupações quanto ao cultivo de alimentos geneticamente modificados. BBdestacam os riscos à saúde causados por alimentos geneticamente modificados. CCdivergem sobre a segurança do consumo de alimentos geneticamente modificados. DDalertam para a necessidade de mais estudos sobre sementes modificadas geneticamente. EEdiscordam quanto à validade de pesquisas sobre a produção de alimentos geneticamente modificados. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o trecho do poema “Amor feinho”, de Adélia Prado. Eu quero amor feinho. Amor feinho não olha um pro outro. Uma vez encontrado é igual fé, não teologa mais. Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo e filhos tem os quantos haja. Tudo que não fala, faz. Planta beijo de três cores ao redor da casa e saudade roxa e branca, da comum e da dobrada. Amor feinho é bom porque não fica velho. Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é: eu sou homem você é mulher. Amor feinho não tem ilusão, o que ele tem é esperança: eu quero amor feinho. (Bagagem, 2011.) Questão 40 Segundo o eu lírico, o “amor feinho” é AAum acontecimento único na vida de uma pessoa. BBuma experiência cotidiana, desejável e possível. CCuma ilusão em que alguns amantes acreditam. DDuma maneira de viver acessível a qualquer pessoa. EEum estado de aceitação de uma vida desinteressante. Questão 41 Hino à Bandeira Em teu seio formoso retratas Este céu de puríssimo azul, A verdura sem par destas matas, E o esplendor do Cruzeiro do Sul. Contemplando o teu vulto sagrado, Compreendemos o nosso dever, E o Brasil por seus filhos amado, Poderoso e feliz há de ser! Sobre a imensa Nação Brasileira, Nos momentos de festa ou de dor, Paira sempre sagrada bandeira Pavilhão da justiça e do amor! BILAC, O.: BRAGA, F. Disponível em: www2.planalto.gov.br. Acesso em: 10 dez. 2017 (fragmento). No Hino à Bandeira, a descrição é um recurso utilizado para exaltar o símbolo nacional na medida em que AAremete a um momento futuro. BBpromove a união dos cidadãos. CCvaloriza os seus elementos. DDemprega termos religiosos. EErecorre à sua história. 22 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Para responder à(s) questão(ões) a seguir, leia o trecho do livro O homem cordial, de Sérgio Buarque de Holanda. Já se disse, numa expressão feliz, que a contribuição brasileira para a civilização será de cordialidade — daremos ao mundo o “homem cordial”. A 1lhaneza no trato, a hospitalidade, a generosidade, virtudes tão gabadas por estrangeiros que nos visitam, representam, com efeito, um traço definido do caráter brasileiro, na medida, ao menos, em que permanece ativa e fecunda a influência ancestral dos padrões de convívio humano, informados no meio rural e patriarcal. Seria engano supor que essas virtudes possam significar “boas maneiras”, civilidade. São antes de tudo expressões legítimas de um fundo emotivo extremamente rico e transbordante. Na civilidade há qualquer coisa de coercitivo — ela pode exprimir-se em mandamentos e em sentenças. Entre os japoneses, onde, como se sabe, a polidez envolve os aspectos mais ordinários do convívio social, chega a ponto de confundir-se, por vezes, com a reverência religiosa. Já houve quem notasse este fato significativo, de que as formas exteriores de veneração à divindade, no cerimonial xintoísta, não diferem essencialmente das maneiras sociais de demonstrar respeito. Nenhum povo está mais distante dessa noção ritualista da vida do que o brasileiro. Nossa forma ordinária de convívio social é, no fundo, justamente o contrário da polidez. Ela pode iludir na aparência — e isso se explica pelo fato de a atitude polida consistir precisamente em uma espécie de mímica deliberada de manifestações que são espontâneas no “homem cordial”: é a forma natural e viva que se converteu em fórmula. Além disso a polidez é, de algum modo, organização de defesa ante a sociedade. Detém-se na parte exterior, epidérmica do indivíduo, podendo mesmo servir, quando necessário, de peça de resistência. Equivale a um disfarce que permitirá a cada qual preservar intatas sua sensibilidade e suas emoções. Por meio de semelhante padronização das formas exteriores da cordialidade, que não precisam ser legítimas para se manifestarem, revela-se um decisivo triunfo do espírito sobre a vida. Armado dessa máscara, o indivíduo consegue manter sua supremacia ante o social. E, efetivamente, a polidez implica uma presença contínua e soberana do indivíduo. No “homem cordial”, a vida em sociedade é, de certo modo, uma verdadeira libertação do pavor que ele sente em viver consigo mesmo, em apoiar- se sobre si próprio em todas as circunstâncias da existência. Sua maneira de expansão para com os outros reduz o indivíduo, cada vez mais, à parcela social, periférica, que no brasileiro — como bom americano — tende a ser a que mais importa. Ela é antes um viver nos outros. (O homem cordial, 2012.) 1lhaneza: afabilidade. Questão 42 De acordo com o autor, AAa lhaneza no trato, a hospitalidade e a generosidade são traços constitutivos da civilidade do brasileiro. BBa polidez constitui uma espécie de máscara com a qual os brasileiros continuamente se defendem da sociedade. CCa polidez observada no convívio social entre brasileiros chega quase a se confundir com a veneração religiosa. DDa lhaneza no trato, a hospitalidade e a generosidade constituem quase mandamentos impostos pela sociedade brasileira. EEa polidez constitui uma qualidade íntima dos brasileiros a se manifestar continuamente no convívio social. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o texto para responder à(s) questão(ões) a seguir. [...] no tempo em que se passavam os fatos que vamos narrando nada mais havia comum do que ter cada casa um, dois e às vezes mais agregados. Em certas casas os agregados eram muito úteis, porque a família tirava grande proveito de seus serviços, e já tivemos ocasião de dar exemplo disso quando contamos a história do finado padrinho de Leonardo; outras vezes porém, e estas eram maior número, o agregado, refinado vadio, era uma verdadeira parasita que se prendia à árvore familiar, que lhe participava da seiva sem ajudá-la a dar frutos, e o que é mais ainda, chegava mesmo a dar cabo dela. E o caso é que, apesar de tudo, 23 se na primeira hipótese o esmagavam com o peso de mil exigências, se lhe batiam a cada passo com os favores na cara, se o filho mais velho da casa, por exemplo, o tomava por seu divertimento, e à menor e mais justa queixa saltavam-lhe os pais em cima tomando o partido de seu filho, no segundo aturavam quanto desconcerto havia com paciência de mártir, o agregado tornava-se quase um rei em casa, punha, dispunha, castigava os escravos, ralhava com os filhos, intervinha enfim nos mais particulares negócios. Em qual dos dois casos estava ou viria estar em breve o nosso amigo Leonardo? O leitor que decida pelo que se vai passar. (Manuel Antônio de Almeida. Memórias de um Sargento de Milícias, 1994.) Questão 43 O romance de Manuel Antônio de Almeida aborda costumes da sociedade do Rio de Janeiro do século XIX. Um deles é a presença comum de agregados nas casas. No texto, essa figura é descrita AAcom certa reserva, já que se tratava de uma pessoa que não era bem vista pela família.BBpor dois vieses, conforme a sua relação com a família: ou era útil a esta ou a explorava. CCde modo divertido, como uma pessoa que surpreendia não raro pelo seu humor e pela sua simpatia. DDcomo vítima do sistema, uma vez que a família a explorava, chegando a tratá-la como um escravo. EEde forma positiva, dado que os laços afetivos estabelecidos com a família eram legítimos. Questão 44 Examine o cartum de Quino. Contribui para o efeito de humor do cartum o recurso AAà antítese. BBao eufemismo. CCà personificação. DDà hipérbole. EEao paradoxo. Questão 45 Examine a tira de André Dahmer. Contribui para o efeito de humor da tira o recurso AAao pleonasmo. BBà redundância. CCao eufemismo. DDà intertextualidade. EEà metalinguagem. 24 INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO 1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na própria folha, em até 30 linhas. 3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção. 4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: 4.1 tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada "texto insuficiente". 4.2 fugir do tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. 4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto. TEMA: A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA PARA AS POLÍTICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS TEXTOS MOTIVADORES Texto 1 O que é o censo demográfico? De uma forma simples, podemos definir que o censo demográfico nos diz quem somos como um povo brasileiro, qual nossa idade, o tamanho de nossa população e, portanto, quem compõe o Brasil. Ele é realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e consiste em um questionário que investiga características demográficas, sociais e econômicas de todo o contingente populacional brasileiro que vive em domicílios particulares permanentes. Então, é preciso reforçar que, nesse caso, o censo demográfico exclui os moradores de rua. Fonte: https://www.orbe-ri.com/post/importancia-censo-demografico-politicas-publicas Texto 2 25 Texto 3 Por que o atraso? Tradicionalmente feito a cada dez anos, o levantamento era previsto para 2020, mas foi adiado para 2021 devido à pandemia de Covid-19. Além disso, 90% da verba destinada ao Censo no Orçamento de 2021 foi cortada conforme o projeto de lei passou pelo Congresso e foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, em março, inviabilizando a realização da pesquisa. À época, a então presidente do IBGE, Susana Guerra, pediu demissão. Decisão do Supremo obrigou o governo a realizar o Censo em 2022 impreterivelmente, sob o risco de “deixar o país às cegas.” Fonte: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2022/08/01/O-que-voc%C3%AA-precisa-saber-sobre-o-Censo-2022?utm_medium=Email&utm_ campaign=NLDurmaComEssa&utm_source=nexoassinantes Texto 4 Fonte: https://www.humorpolitico.com.br/ed-carlos/censo-2021/ Texto 5 No Brasil, segundo o IBGE, durante o período imperial, o único órgão com atividades exclusivamente estatísticas era a Diretoria Geral de Estatística, criada em 1871. No ano de 1872, houve o primeiro censo da população brasileira, feito por José Maria da Silva Paranhos, conhecido como Visconde do Rio Branco. Durante o período da República, o governo brasileiro sentiu necessidade de ampliar essas atividades, principalmente depois da implantação do registro civil de nascimentos, casamentos e óbitos. Além disso, a carência de um órgão capacitado a articular e coordenar as pesquisas estatísticas, unificando a ação dos serviços especializados em funcionamento no País, favoreceu a criação, em 1934, do Instituto Nacional de Estatística (INE), que iniciou suas atividades em 29 de maio de 1936, ano em que foi instituído o Conselho Brasileiro de Geografia, incorporado ao INE, que passou a se chamar, então, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Fonte: IMPORTÂNCIA DA ESTATÍSTICA PARA O PROCESSO DE CONHECIMENTO E TOMADA DE DECISÃO. Disponível em: < http://www. ipardes.gov.br/biblioteca/docs/NT_06_importancia_estatistica_tomada_decisao.pdf>. Acesso em agosto, 2022. 26 RASCUNHO REDAÇÃO 2022 TRANSCREVA A SUA REDAÇÃO PARA A FOLHA DE REDAÇÃO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 27 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 46 a 90 Questão 46 Em Goiás e Mato Grosso, as modificações dependeram fundamentalmente de novos manejos aplicados às terras. Acima de tudo, porém, o desenvolvimento regional deveu-se a uma articulada transformação dos meios urbanos e rurais, a serviço da produção tanto de alimentos básicos, como o arroz, por exemplo, quanto de grãos para consumo interno e exportação, como a soja. AB’SABER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê, 2003. A realidade descrita no texto se estabelece sobre qual domínio morfoclimático? AAPradaria. BBCerrado. CCCaatinga. DDAraucária. EEAtlântico. Questão 47 Aquilo que é quente necessita de umidade para viver, e o que é morto seca, e todos os germes são úmidos, e todo alimento é cheio de suco; ora, é natural que cada coisa se nutra daquilo de que provém. SIMPLÍCIO. In: BORNHEIM, G. A. Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: Cultrix, 1993. O fragmento atribuído ao filósofo Tales de Mileto é característico do pensamento pré-socrático ao apresentar uma AAabordagem epistemológica sobre o lógos e a fundamentação da metafísica. BBteoria crítica sobre a essência e o método do conhecimento científico. CCjustificação religiosa sobre a existência e as contradições humanas. DDlaboração poética sobre os mitos e as narrativas cosmogônicas. EEexplicação racional sobre a origem e a transformação da physis. Questão 48 O protagonismo indígena vem optando por uma estratégia de “des-invisibilização”, valendo-se da dinâmica das novas tecnologias. Em outubro de 2012, após receberem uma liminar lhes negando o direito a permanecer em suas terras, os Guarani de Pyelito Kue divulgaram uma carta na qual se dispunham a morrer, mas não a sair de suas terras. Esse fato foi amplamente divulgado, gerando uma grande mobilização na internet, que levou milhares de pessoas a escolherem seu lado, divulgando a hashtag “#somostodosGuarani-Kaiowá” ou acrescentando o sobrenome Guarani-Kaiowá a seus nomes nos perfis das principais redes sociais. CAPIBERIBE, A; BONILLA, O. A ocupação do Congresso: contra o que lutam os índios? Estudos Avançados, n. 83, 2015 (adaptado). A estratégia comunicativa adotada pelos indígenas, no contexto em pauta, teve por efeito. AAenfraquecer as formas de militância política. BBabalar a identidade de povos tradicionais. CCinserir as comunidades no mercado global. DDdistanciar os grupos de culturas locais. EEangariar o apoio de segmentos étnicos externos. Questão 49 O jovem espanhol Daniel se sente perdido. Seu diploma de desenhista industrial e seu alto conhecimento de inglês devem ajudá-lo a tomar um rumo. Mas a taxa de desemprego, que supera 52% entre os que têm menos de 25 anos, o desnorteia. Ele está convencido de que seu futuro profissional não está na Espanha, como o de, pelo menos, 120 mil conterrâneos que emigraram nos últimos dois anos. O irmão dele, que é engenheiro- agrônomo, conseguiu emprego no Chile. Atualmente, Daniel participa de uma “oficina de procura de emprego” em países como Brasil, Alemanha e China. A oficina é oferecida por uma universidade espanhola. GUILAYN, P. “Na Espanha, universidade ensina a emigrar”. O Globo, 17 fev. 2013 (adaptado). A situação ilustra uma crise econômica que implica AAvalorização do trabalho fabril. BBexpansão dos recursos tecnológicos. CCexportação de mãode obra qualificada. DDdiversificação dos mercados produtivos. EEintensificação dos intercâmbios estudantis. 28 Questão 50 Os sofistas inventam a educação em ambiente artificial, o que se tornará uma das características de nossa civilização. Eles são os profissionais do ensino, antes de tudo pedagogos, ainda que seja necessário reconhecer a notável originalidade de um Protágoras, de um Górgias ou de um Antifonte, por exemplo. Por um salário, eles ensinavam a seus alunos receitas que lhes permitiam persuadir os ouvintes, defender, com a mesma habilidade, o pró e o contra, conforme o entendimento de cada um. HADOT, P. O que é a filosofia antiga? São Paulo: Loyola, 2010 (adaptado). O texto apresenta uma característica dos sofistas, mestres da oratória que defendiam a(o) AAideia do bem, demonstrado na mente com base na teoria da reminiscência. BBrelativismo, evidenciado na convencionalidade das instituições políticas. CCética, aprimorada pela educação de cada indivíduo com base na virtude. DDciência, comprovada empiricamente por meio de conceitos universais. EEreligião, revelada pelos mandamentos das leis divinas. Questão 51 A união entre ciência e técnica que, a partir dos anos 70, havia transformado o território brasileiro revigora-se com os novos e portentosos recursos da informação, a partir do período da globalização e sob a égide do mercado. E o mercado, graças exatamente à ciência, à técnica e à informação, torna-se um mercado global. O território ganha novos conteúdos e impõe novos comportamentos, graças às enormes possibilidades da produção e, sobretudo, da circulação dos insumos, dos produtos, do dinheiro, das ideias e informações, das ordens e dos homens. É a irradiação do meio técnico-científico-informacional que se instala sobre o território […]. (Milton Santos e María L. Silveira. O Brasil, 2006.) No território brasileiro, a irradiação apresentada ocorreu AArestrita às sedes dos estados que dispunham de capital e influência política para receber as novidades do mercado externo. BBestruturada em arquipélagos de modernidade alheios às heranças socioeconômicas regionais. CCde modo homogêneo pelas regiões do país ao receber, constantemente, recursos federais para o desenvolvimento nacional. DDestimulada pelo desejo de cooperação internacional para superar fragilidades de renda, educação e saúde nas esferas locais. EEde maneira espacialmente contínua nas regiões Sudeste e Sul e de modo pontual nas demais regiões do país. Questão 52 Texto 1 Com a falta de evidência do conceito de arte, e com a evidência de sua historicidade, ficam em questão não só a criação artística produzida no presente e a herança cultural clássica ou moderna, mas também a relação problemática entre a arte e as várias modalidades de produção de imagens e de ofertas de entretenimento que surgiram a partir do século XX. (Pedro Süssekind. Teoria do fim da arte, 2017. Adaptado.) 29 Texto 2 A discussão sobre o grafite como arte ou como vandalismo reflete o modo como cada gestão pública entende essas intervenções urbanas. Até 2011, o grafite em edifícios públicos era considerado crime ambiental e vandalismo em São Paulo. A partir daquele ano, somente a pichação continuou sendo crime. De um modo geral, a pichação é considerada uma intervenção agressiva e que degrada a paisagem da cidade. O grafite, por sua vez, é considerado arte urbana. (Lais Modelli. “De crime a arte: a história do grafite nas ruas de São Paulo”. www.bbc.com, 28.01.2017. Adaptado.) No contexto filosófico sobre o conceito de arte, os dois textos concordam em relação à AAnecessidade de engajamento político no processo autoral. BBausência de critério consensual na legitimação artística. CCcarência de investimento privado na formação artística. DDatuação de legislação pública no cenário criativo. EEexigência de embasamento tradicional na produção cultural. Questão 53 É difícil encontrar um texto sobre a Proclamação da República no Brasil que não cite a afirmação de Aristides Lobo, no Diário Popular de São Paulo, de que “o povo assistiu àquilo bestializado”. Essa versão foi relida pelos enaltecedores da Revolução de 1930, que não descuidaram da forma republicana, mas realçaram a exclusão social, o militarismo e o estrangeirismo da fórmula implantada em 1889. Isto porque o Brasil brasileiro teria nascido em 1930. MELLO, M. T. C. A república consentida: cultura democrática e científica no final do Império. Rio de Janeiro: FGV, 2007 (adaptado). O texto defende que a consolidação de uma determinada memória sobre a Proclamação da República no Brasil teve, na Revolução de 1930, um de seus momentos mais importantes. Os defensores da Revolução de 1930 procuraram construir uma visão negativa para os eventos de 1889, porque esta era uma maneira de AAvalorizar as propostas políticas democráticas e liberais vitoriosas. BBresgatar simbolicamente as figuras políticas ligadas à Monarquia. CCcriticar a política educacional adotada durante a República Velha. DDlegitimar a ordem política inaugurada com a chegada desse grupo ao poder. EEdestacar a ampla participação popular obtida no processo da Proclamação. Questão 54 A classificação das raças em “superiores” e “inferiores”, recorrente desde o século XVII, ganha uma falsa legitimidade baseada no mito iluminista do saber científico, coincidindo com a necessária justificativa de que a dominação e a exploração da África, mais do que “naturais” e inevitáveis, eram “necessárias” para desenvolver os “selvagens” africanos, de acordo com as normas e os valores da civilização ocidental. (Leila Leite Hernandez. A África na sala de aula: visita à história contemporânea, 2005.) As teorias raciais utilizadas durante o processo de colonização da África no século XIX eram AAdesdobramentos do pensamento ilustrado, que valorizava a liberdade e a igualdade social e de natureza. BBmanifestações ideológicas que buscavam justificar a exploração e o domínio europeus sobre o continente africano. CCbaseadas no pensamento lamarckista, que explicava a transmissão genética de características fisiológicas e intelectuais adquiridas. DDvalidadas pela defesa darwinista do direito dos superiores se imporem aos demais seres vivos. EEsustentadas pelo pensamento antropológico, que tratava as diferenças culturais dos diversos povos como positivas e necessárias. 30 Questão 55 Observe dois cartazes de propaganda, lançados após o ano de 1947. Os cartazes fazem referência ao contexto europeu de AAreformulação agrária, que apresentou como objetivo a defesa da propriedade privada da terra. BBreunificação de países, que apresentou como resultado a definição de novas fronteiras estatais. CCrecuperação econômica, que apresentou como resultado a diversificação da indústria de bens de consumo duráveis. DDregulamentação do comércio, que apresentou como resultado a intensificação das trocas de produtos primários. EEfortalecimento do capitalismo, que apresentou como objetivo a adoção do padrão dólar-ouro. Questão 56 No fim da década de 1950, a agricultura intensiva começou a ser disseminada nos países em desenvolvimento. Esse fato marcou o início da Revolução Verde – um período de 30 anos de grandes colheitas que permitiram a muitos países pobres tornarem-se autossuficientes em alimentos. Com esse incrível aumento na produção, observado especialmente nos países da América Latina, veio uma crescente dependência dos produtos químicos agrícolas – e também problemas ecológicos em escala global. No Brasil, os resultados dessa revolução são visíveis e colocaram o país entre os mais importantes da agropecuária mundial. BURNIE, D. Fique por dentro da ecologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2001 (adaptado). A expansão da capacidade produtiva brasileira, no contexto indicado, tambémresultou em AAqueda nos níveis de contaminação do solo. BBretomada das técnicas tradicionais de plantio. CCdesvalorização financeira das propriedades rurais. DDinibição do fluxo migratório campo-cidade. EEcrescimento da demanda por trabalhadores qualificados. Questão 57 O luxo e a corrupção nasceram entre nós antes da civilização e da indústria. E qual será a causa principal de um fenômeno tão espantoso? A escravidão, senhores, a escravidão. Porque o homem que conta com os trabalhos diários de seus escravos vive na indolência, e a indolência traz todos os vícios após si. (José Bonifácio de Andrada e Silva, 1825. Apud: Ynaê Lopes dos Santos. História da África e do Brasil afrodescendente, 2017. Adaptado.) A manifestação de uma das principais lideranças do país, logo após a independência política, revela a AAjustificativa para a adoção, no Primeiro Reinado, de políticas agressivas de estímulo à imigração. BBdisposição, majoritária nos setores que participaram do processo emancipacionista, de eliminar gradualmente a escravidão. 31 CCcampanha abolicionista sistemática, iniciada ainda no período colonial, dos cafeicultores paulistas. DDrejeição, de clara influência liberal-iluminista, da ideia de que os homens são desiguais por natureza. EEcrítica, voltada aos setores social e politicamente hegemônicos do Brasil, à dependência do trabalho obrigatório. Questão 58 Real alicerce da sociedade, os escravos chegaram a constituir, em regiões como o Recôncavo, na Bahia, mais de 75% da população. Desde o século XVI e até a extinção do tráfico, em 1850, o regime demográfico adverso verificado entre os cativos – em razão das mortes prematuras e da baixa taxa de nascimento – levou a uma taxa de crescimento negativo [...]. (Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling. Brasil: uma biografia, 2018.) A variação demográfica indicada no excerto provocou AAa proibição das punições físicas e a melhoria no tratamento destinado aos escravizados. BBo surgimento de leis destinadas à redução do uso de escravizados nas lavouras de cana. CCo apoio da Coroa portuguesa ao apresamento e à escravização de indígenas. DDa necessidade constante de importação de mão de obra de africanos escravizados. EEo estímulo à imigração e a transição para o trabalho assalariado nas cidades e no campo. Questão 59 Durante o Estado Novo, os encarregados da propaganda procuraram aperfeiçoar-se na arte da empolgação e envolvimento das “multidões” através das mensagens políticas. Nesse tipo de discurso, o significado das palavras importa pouco, pois, como declarou Goebbels, “não falamos para dizer alguma coisa, mas para obter determinado efeito”. CAPELATO, M. H. Propaganda política e controle dos meios de comunicação. In: PANDOLFI. D. (Org.). Repensando o Estado Novo. Rio de Janeiro: FGV. 1999. O controle sobre os meios de comunicação foi uma marca do Estado Novo, sendo fundamental à propaganda política, na medida em que visava AAa conquistar o apoio popular na legitimação do novo governo. BBampliar o envolvimento das multidões nas decisões políticas. CCaumentar a oferta de informações públicas para a sociedade civil. DDestender a participação democrática dos meios de comunicação no Brasil. EEalargar o entendimento da população sobre as intenções do novo governo. Questão 60 [Leonardo da Vinci] viu que “a água corrente detém em si um número infinito de movimentos”. Um “número infinito”? Para Leonardo, não se trata apenas de uma figura de linguagem. Ao falar da variedade infinita da natureza e sobretudo de fenômenos como as correntes de água, ele estava fazendo uma distinção baseada na preferência por sistemas analógicos sobre os digitais. Em um sistema analógico, há gradações infinitas, o que se aplica à maioria das coisas que fascinavam Leonardo: sombras de sfumato, cores, movimento, ondas, a passagem do tempo, a dinâmica dos fluidos. (Walter Isaacson. Leonardo da Vinci, 2017.) A partir da explicação do texto sobre Leonardo da Vinci, pode-se afirmar que AAo princípio cristão da vida eterna orientou o pensamento renascentista. BBo materialismo pré-socrático foi a principal sustentação teórica do Renascimento. CCos experimentos da Antiguidade oriental basearam a ciência renascentista. DDas concepções artísticas medievais fundamentaram a arte renascentista. EEa observação da pluralidade da natureza foi um dos fundamentos do Renascimento. 32 Questão 61 Leia o texto a seguir: Persiste preconceito racial no Brasil [...] No Brasil, o racismo encontra terreno fértil dada a nossa formação histórica assentada no trabalho escravo, na grande propriedade de terras e na monocultura voltada à exportação. Essa estrutura social perdurou praticamente por 400 anos e nos levou ao atraso econômico, à enorme desigualdade de renda e a uma mentalidade de menosprezo pelo trabalho manual e, ao mesmo tempo, racista e machista. [...] O racismo, portanto, é uma espécie de preconceito, de julgamento prévio, no qual se atribuem qualidades inferiores a um grupo social, estigmatizando-o. Ninguém nasce preconceituoso e racista, essas posturas são aprendidas em nossa socialização. PRADO, Rodrigo Augusto. Disponível em: <<http://www.tribunadonorte. com.br/noticia/persistente-preconceito-racial-no-brasil/277357>> Adaptado. Acesso em: 27 jul. 2021. Qual o processo cultural e a concepção ideológica apresentada no texto, respectivamente? AAMudança cultural e relativismo BBSincretismo e etnocentrismo CCTransculturação e relativismo DDDifusionismo e relativismo EEEndoculturação e etnocentrismo Questão 62 Estátuas famosas da cidade de São Paulo como a do bandeirante Borba Gato, em Santo Amaro, na Zona Sul, e a de Bartolomeu Bueno da Silva, no Parque Trianon, na Avenida Paulista, ganharam um “adereço macabro” nas últimas semanas. Com o objetivo de ressignificar a história das figuras que elas representam, um grupo de manifestantes colocou caveiras em frente a essas estátuas e as fotografou. As fotos viralizaram nas redes sociais. Bandeirantes como Borba Gato desbravaram territórios no interior do país e capturaram e escravizaram indígenas e negros. Isso quando não os matavam em confrontos que acabaram por dizimar etnias, segundo historiadores. (Bárbara Muniz Vieira. “Crânios são colocados ao lado de monumentos de bandeirantes para ressignificar história de SP”. g1.globo.com, 27.10.2020. Adaptado.) Do ponto de vista histórico, a proposta de “ressignificar monumentos”, realizada pelo grupo, AAé uma transferência para a história e a historiografia da prática de cancelamento de pessoas nas redes sociais. BBentende a função da história como celebração dos mitos e heróis do passado. CCrepresenta uma análise crítica e um esforço de revisão da memória histórica. DDdemonstra uma percepção otimista e ufanista da identidade e do passado brasileiros. EEmostra clara descrença na história e a valorização do trabalho de artistas consagrados. Questão 63 Observe a imagem a seguir: A estratificação social nela apresentada se define pela relação entre os dois estratos mostrados, caracterizada por um(a) AAmobilidade social horizontal. BBinteração endogâmica. CClugar dos agentes na divisão social do trabalho. DDprivilégio igualitário entre os membros de grupos diferentes. EEposição transmitida hereditariamente para outros membros do grupo. 33 Questão 64 Na primeira meditação, eu exponho as razões pelas quais nós podemos duvidar de todas as coisas e, particularmente das coisas materiais, pelo menos enquanto não tivermos outros fundamentos nas ciências além dos que tivemos até o presente. Na segunda meditação, o espírito reconhece entretanto que é absolutamente impossível que ele mesmo, o espírito, não exista. DESCARTES, R. Meditações metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).O instrumento intelectual empregado por Descartes para analisar os seus próprios pensamentos tem como objetivo AAidentificar um ponto de partida para a consolidação de um conhecimento seguro. BBobservar os eventos particulares para a formação de um entendimento universal. CCanalisar as necessidades humanas para a construção de um saber empírico. DDestabelecer uma base cognitiva para assegurar a valorização da memória. EEinvestigar totalidades estruturadas para dotá-las de significação. Questão 65 Os gráficos mostram três trajetórias distintas com relação ao número de espécies animais e vegetais, após desmatamento de áreas da floresta Amazônica: Após os desmatamentos, os gráficos I, II e III correspondem, respectivamente, a uma área que foi AAusada para pastagem e depois para cultivo de soja; usada para cultivo de soja nos primeiros 20 anos e depois abandonada; abandonada logo após o desmatamento. BBabandonada logo após o desmatamento; usada como pastagem nos primeiros 20 anos e depois abandonada; usada para pastagem e depois para cultivo de soja. CCusada como pastagem nos primeiros 20 anos e depois abandonada; abandonada logo após o desmatamento; usada para pastagem e depois para cultivo de soja. DDusada como pastagem nos primeiros 20 anos e depois abandonada; usada para pastagem e depois para cultivo de soja; abandonada logo após o desmatamento. EEusada para pastagem e depois para cultivo de soja; abandonada logo após o desmatamento; usada para cultivo de soja nos primeiros 20 anos e depois abandonada. Questão 66 O horário brasileiro de verão consiste em adiantar em uma hora a hora legal (oficial) de determinados estados. Ele é adotado por iniciativa do Poder Executivo com vistas a limitar a máxima carga a que o sistema fica sujeito no período do ano de maior consumo, aumentando, assim, sua confiabilidade, constituída pelas linhas de transmissão e pelas usinas que atendem as regiões Sul, Sudeste, Centro- Oeste e parte da Região Norte. Disponível em: www12.senado.gov.br. Acesso em: 29 jun. 2015 (adaptado). A ação governamental descrita é possibilitada por meio da seguinte estratégia: 34 AARedução do valor das contas de luz. BBEstímulo à geração de energia limpa. CCDiminuição de produção da matriz hidrelétrica. DDDistribuição da eletricidade de modo equitativo. EEAproveitamento do fotoperíodo de forma estendida. Questão 67 [...] a Europa começa a se constituir com a Idade Média. A civilização da Antiguidade romana só compreendia uma parte da Europa: os territórios do sul, situados na sua maioria em torno do Mediterrâneo. (Jacques Le Goff. A Idade Média explicada aos meus filhos, 2007.) A constituição da Europa na Idade Média derivou, entre outros fatores, AAda bipartição do Império Romano em dois Estados política e economicamente aliados. BBda liderança do Papado sobre os territórios europeus na luta pela reconquista da Terra Santa. CCda articulação das diversas regiões do continente num espaço político e religioso comum. DDda unificação das terras do ocidente europeu, para combater invasores oriundos da Eurásia. EEda uniformização jurídica e social dos vários Estados europeus, na busca de novas rotas para as Índias. Questão 68 Nos setores mais altamente desenvolvidos da sociedade contemporânea, o transplante de necessidades sociais para individuais é de tal modo eficaz que a diferença entre elas parece puramente teórica. As criaturas se reconhecem em suas mercadorias; encontram sua alma em seu automóvel, casa em patamares, utensílios de cozinha. MARCUSE, H. A ideologia da sociedade industrial: o homem unidimensional. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. O texto indica que, no capitalismo, a satisfação dos desejos pessoais é influenciada por AApolíticas estatais de divulgação. BBincentivos controlados de consumo. CCprescrições coletivas de organização. DDmecanismos subjetivos de identificação. EErepressões racionalizadas do narcisismo. Questão 69 [...] as irmandades de negros eram espaços permitidos dentro da legalidade, nos quais o escravo podia manifestar-se fora de suas relações de trabalho. [...] Em certo sentido, era através da religião católica que o escravo encontrava algum lenitivo para sua situação. Tudo indica que a permissão para a criação das irmandades de negros tenha sido dada com o intuito de obter melhores resultados na cristianização dos escravos [...]. Paradoxalmente, os negros utilizaram as irmandades para resguardar valores culturais, em especial suas crenças religiosas. [...] Tudo leva a crer que, a partir da realidade vivida naquela época, bem como considerando as dificuldades, o negro recriou e reinterpretou a cultura dominante, adequando-a à sua maneira de ser. (Ana Lúcia Valente. “As irmandades de negros: resistência e repressão”. In: Horizonte, v. 9, no 21, 2011.) Segundo o excerto, as irmandades religiosas de negros, no Brasil colonial, eram AAorganizações culturais destinadas à difusão do catolicismo e, paralelamente, à valorização do sincretismo religioso. BBconfrarias em que era proibido, por ordens metropolitanas, o contato direto entre escravizados. CCtemplos em que era permitida, pelas autoridades coloniais, a realização de cultos religiosos de origem africana. DDespaços de imposição de princípios europeus aos escravizados e, simultaneamente, de manifestação de traços culturais de matriz africana. EEinstituições de apoio e auxílio aos escravizados, criadas e mantidas por meio da atuação catequizadora dos jesuítas espanhóis. 35 Questão 70 Analise o mapa. De acordo com as informações do mapa, a dispersão da covid-19 no estado de São Paulo acompanhou AAo padrão pedológico regional. BBos grandes eixos rodoviários. CCas isolinhas de fatores climáticos. DDas zonas econômicas especiais. EEos centros urbanos metropolitanos. Questão 71 O Brasil se consolidou na Divisão Internacional do Trabalho enquanto exportador de produtos de baixo valor agregado e que podem ser estocados por certo período de tempo sem perder a qualidade. As grandes corporações dominam o comércio e a produção tecnológica, bem como a oferta generalizada dos insumos; mais recentemente, os grandes negociantes no mundo tornaram o produtor brasileiro um mero apêndice na máquina de concentração da renda, riqueza e poder para poucos. Resumidamente, a miséria de grande parte da população nacional convive com o nanismo provocado pela desnutrição, em meio à riqueza expressa pela vastidão da produção para o atendimento dos negócios nos mercados estrangeiros. (https://outraspalavras.net, 17.05.2021. Adaptado.) O excerto aborda, no Brasil, o processo de AAtransnacionalização da economia, baseada em incentivos fiscais. BBreprimarização da economia, pautada na exportação de commodities. CCfinanceirização da economia, regulada por capitais especulativos. DDrecuperação da economia, pautada no investimento estatal. EEprivatização da economia, regulada pela entrada de capital estrangeiro. Questão 72 Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral, e recebemos, enquanto corpo, cada membro como parte indivisível do todo. [...] um corpo moral e coletivo, composto de tantos membros quantos são os votos da assembleia [...]. Essa pessoa pública, que se forma, desse modo, pela união de todas as outras, tomava antigamente o nome de cidade e, hoje, o de república ou de corpo político, o qual é chamado por seus membros de Estado [...]. (Jean-Jacques Rousseau. Os pensadores, 1983.) O texto, produzido no âmbito do Iluminismo francês, apresenta a doutrina política do AAcoletivismo, manifesto na rejeição da propriedade privada e na defesa dos programas socialistas de estatização. BBhumanismo, presente no projeto liberal de valorizar o indivíduo e sua realização notrabalho. CCsocialismo, presente na crítica ao absolutismo monárquico e na defesa da completa igualdade socioeconômica. DDcorporativismo, presente na proposta fascista de unir o povo em torno da identidade e da vontade nacional. EEcontratualismo, manifesto na reação ao Antigo Regime e na defesa dos direitos de cidadania. 36 Questão 73 Cargos nas áreas de educação, saúde, arte, mídia, gestão, negócios e finanças são os que têm maior probabilidade de sobreviver aos avanços da tecnologia, aponta estudo da Universidade de Oxford. A crescente informatização, porém, continuará a eliminar profissões, principalmente aquelas que não exigem habilidades criativas, sociais e percepção espacial mais sofisticada. SCHREIBER, M. Conheça as profissões “mais ameaçadas” pela tecnologia. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 11 dez. 2018 (adaptado). A análise do mundo do trabalho, conforme apresentada no texto, assume um caráter determinista por restringir a áreas específicas a utilização de qual característica? AASegurança previdenciária. BBCapacidade inventiva. CCEstabilidade funcional. DDAtividade qualificada. EEFormalidade laboral. Questão 74 Um elemento essencial para a evolução da dieta humana foi a transição para a agricultura como o modo primordial de subsistência. A Revolução Neolítica estreitou dramaticamente o nicho alimentar ao diminuir a variedade de mantimentos disponíveis; com a virada para a agricultura intensiva, houve um claro declínio na nutrição humana. Por sua vez, a industrialização recente do sistema alimentar mundial resultou em uma outra transição nutricional, na qual as nações em desenvolvimento estão experimentando, simultaneamente, subnutrição e obesidade. George J. Armelagos, “Brain Evolution, the Determinates of Food Choice, and the Omnivore’s Dilemma”, Critical Reviews in Food Science and Nutrition, 2014. Adaptado. A respeito dos resultados das transformações nos sistemas alimentares descritas pelo autor, é correto afirmar: AAA quantidade absoluta de mantimentos disponíveis para as sociedades humanas diminuiu após a Revolução Neolítica. BBA invenção da agricultura, ao diversificar a cesta de mantimentos, melhorou o balanço nutricional das sociedades sedentárias. CCOs ganhos de produtividade agrícola obtidos com as revoluções Neolítica e Industrial trouxeram simplificação das dietas alimentares. DDAs populações das nações em desenvolvimento estão sofrendo com a obesidade, por consumirem alimentos de melhor qualidade nutricional. EEA dieta humana pouco variou ao longo do tempo, mantendo-se inalterada da Revolução Neolítica à Revolução Industrial. Questão 75 O terrorismo não tem outra ideologia que não seja a exaltação da morte, uma mentalidade legionária de múltiplas encarnações. Na Espanha, sofremos o do ETA [Pátria Basca e Liberdade] e o dos GAL [Grupos Antiterroristas de Libertação]; na Colômbia, o de guerrilheiros e paramilitares; no México, o dos cartéis criminosos e do narcoestado; no Chile, o dos sicários de Pinochet; no Oriente Médio, o de palestinos e israelenses. E tantos outros. Mas o que se instalou no âmbito global e transformou a vida política é o terrorismo de origem islâmico-fundamentalista e o contraterrorismo dos Estados, que fizeram do planeta um campo de batalha onde sobretudo morrem civis [...]. (Manuel Castells. Ruptura: a crise da democracia liberal, 2018.) O excerto identifica o terrorismo contemporâneo como um fenômeno AAmundial, praticado tanto por grupos externos ao controle estatal, quanto por regimes políticos institucionalizados. BBregional, presente nas distintas partes do planeta, mas sempre resultante de disputas restritas a interesses locais e particulares. CCrelacionado ao crime organizado, que se manifesta tanto por meio de estratégias clandestinas quanto através de corporações legalizadas. DDassociado a ideologias extremistas de direita ou de esquerda, que agem para obter o controle de aparatos políticos estatais. EEétnico e religioso, por resultar de ações de grupos perseguidos, que recorrem à ação armada para reivindicar seus direitos. 37 Questão 76 Canto V Estância 81 E foi que, de doença crua e feia, A mais que eu nunca vi, desampararam Muitos a vida, e em terra estranha e alheia Os ossos para sempre sepultaram. Quem haverá que, sem ver, o creia? Que tão disformemente ali lhe incharam As gengivas na boca, que crescia A carne e juntamente apodrecia? Luis Vaz de Camões, Os Lusíadas. É correto afirmar que Camões, neste trecho, descreveu sintomas de AApeste bubônica, zoonose transmitida por ratos que assolou populações europeias e asiáticas no século XIV, propagada pelas viagens comerciais. BBescorbuto, deficiência em vitamina C, doença comum nas viagens ultramarinas europeias dos séculos XV e XVI, como a de Vasco da Gama em busca das Índias. CCmalária, doença de ampla ocorrência nas viagens de exploradores para a África e Américas nos séculos XV e XVI. DDvaríola, doença viral disseminada no Velho Mundo e trazida pelos navegantes dos séculos XV e XVI às colônias, onde dizimou populações nativas. EEleishmaniose, parasitose transmitida por mosquitos e contraída pelos primeiros exploradores da Amazônia e dos Andes durante o século XVI. Questão 77 A convecção na Região Amazônica é um importante mecanismo da atmosfera tropical e sua variação, em termos de intensidade e posição, tem um papel importante na determinação do tempo e do clima dessa região. A nebulosidade e o regime de precipitação determinam o clima amazônico. FISCH, G.; MARENGO, J. A.; NOBRE, C. A. “Uma revisão geral sobre o clima da Amazônia”. Acta Amazônica, v. 28, n. 2, 1998 (adaptado). O mecanismo climático regional descrito está associado à característica do espaço físico de AAresfriamento da umidade da superfície. BBvariação da amplitude de temperatura. CCdispersão dos ventos contra-alísios. DDexistência de barreiras de relevo. EEconvergência de fluxos de ar. Questão 78 Por força da industrialização da cultura, desde o começo do filme já se sabe como ele termina, quem é recompensado e, ao escutar a música, o ouvido treinado é perfeitamente capaz, desde os primeiros compassos, de adivinhar o desenvolvimento do tema e sente-se feliz quando ele tem lugar como previsto. ADORNO, T. W.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009. A crítica ao tipo de criação mencionada no texto teve como alvo, no campo da arte, a AAburocratização do processo de difusão. BBvalorização da representação abstrata. CCpadronização das técnicas de composição. DDsofisticação dos equipamentos disponíveis. EEampliação dos campos de experimentação. Questão 79 Os meios de transporte e comunicação em massa, as mercadorias, casa, alimento e roupa, a produção irresistível da indústria de diversões e informação trazem consigo atitudes e hábitos prescritos, certas reações intelectuais e emocionais que prendem os consumidores mais ou menos agradavelmente aos produtores e, através destes, ao todo. Os produtos doutrinam e manipulam; […] E, ao ficarem esses produtos benéficos à disposição de maior número de indivíduos e de classes sociais, a doutrinação que eles portam deixa de ser publicidade; torna-se um estilo de vida. (Herbert Marcuse. A ideologia da sociedade industrial: o homem unidimensional, 1973.) Marcuse critica o modelo de produção da sociedade industrial, que, segundo o texto, se expressa na 38 AAmanipulação, pela propaganda, de consumidores e produtores. BBdefesa, pela publicidade, de valores masculinos e patriarcais. CCsubstituição da pureza do artesanato pela ganância da fábrica. DDalienação do trabalhador provocada pelo trabalho fabril. EEimposição cultural de hábitos e atitudes individuais. Questão 80 A Inglaterra não sóos produzia em condições técnicas mais avançadas do que o resto dos países, como os transportava e distribuía. Tinha, pois, necessidades de mercados, e foi por isso que se esforçou, naquela etapa de sua história, para criá-los e desenvolvê- los. O Tratado de Methuen em 1703 estabelecia a compra dos tecidos ingleses por parte de Portugal, enquanto a Inglaterra se comprometia a adquirir a produção vinícola dos lusitanos. SODRÉ, N. W. As razões da independência. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969 (adaptado). No contexto político-econômico da época, esse tratado teve como consequência para os britânicos a AAaplicação de práticas liberais. BBestagnação de superávit mercantil. CCobtenção de privilégios comerciais. DDpromoção de equidade alfandegária. EEequiparação de reservas monetárias. Questão 81 A grande síntese da ciência moderna, estabelecendo as leis físicas do movimento por meio de equações matemáticas e respondendo a todas as questões surgidas com a cosmologia de Copérnico, foi obra de Isaac Newton. Com ela, a física adquiriu um caráter de previsibilidade capaz de impressionar o homem moderno. A evolução do pensamento científico, iniciada por Galileu e Descartes, em direção à concepção de uma natureza descrita por leis matemáticas chegava, assim, a seu grande desabrochar. (Claudio M. Porto e Maria Beatriz D. S. M. Porto. “A evolução do pensamento cosmológico e o nascimento da ciência moderna”. In: Revista brasileira de ensino de física, vol. 30, no 4, 2008. Adaptado.) A base da grande síntese newtoniana foi, de certa forma, preparada pelo humanismo renascentista, que AAestabelece uma perspectiva dualista da realidade, fundamentada na filosofia grega. BBrestringe o entendimento da natureza, tornando-a objeto de investigação somente da física. CCrecupera teorias da Antiguidade para explicar a natureza, com ênfase em uma perspectiva mitológica. DDresgata o racionalismo da Antiguidade, valorizando o homem no debate científico. EEmantém o quadro geral de conhecimentos teológicos, tais como os utilizados durante a Idade Média. Questão 82 O cântico da terra Eu sou a terra, eu sou a vida. A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu. Teu arado, tua foice, teu machado. O berço pequenino de teu filho. O algodão de tua veste e o pão de tua casa. E um dia bem distante a mim tu voltarás. E no canteiro materno de meu seio tranquilo dormirás. Plantemos a roça. Lavremos a gleba. CORALINA, C. Textos e contextos: poemas dos becos de Goiás e estórias mais. São Paulo: Global, 1997 (fragmento). No contexto das distintas formas de apropriação da terra, o poema de Cora Coralina valoriza a relação entre AAgrileiros e controle territorial. BBmeeiros e divisão do trabalho. CCcamponeses e uso da natureza. DDindígenas e manejo agroecológico. EElatifundiários e fertilização do solo. 39 Questão 83 Depois da Independência, em 1822, o país enfrentaria problemas que com frequência emergiram durante a formação dos Estados nacionais da América Latina. Em muitas regiões do Brasil, essas divergências foram acompanhadas de revoltas, inclusive contra o imperador D. Pedro I. Com a abdicação deste, em 1831, o país atravessaria tempos ainda mais turbulentos sob o regime regencial. REIS, J. J. Rebelião escrava no Brasil: a história do Levante dos Malês em 1835. São Paulo: Cia. das Letras, 2003 (adaptado). A instabilidade política no país, ao longo dos períodos mencionados, foi decorrente da(s) AAdisputas entre as tendências unitarista e federalista. BBtensão entre as forças do Exército e Marinha nacional. CCdinâmicas demográficas nas fronteiras amazônica e platina. DDextensão do direito de voto aos estrangeiros e ex-escravos. EEreivindicações da ex-metrópole nas esferas comercial e diplomática. Questão 84 Observe as imagens a seguir: Tanto a capa do boletim quanto o cartaz são documentos que atestam a participação de um importante grupo social num dos momentos mais destacados da história recente do Brasil. Uma de suas principais ações sociopolíticas no momento destacado foi a(o) AAluta pelo processo de redemocratização. BBcombate por meio de propostas de lei à inflação. CCpleito da universalização da anistia para os militares. DDgarantia do abono salarial independentemente do gênero. EEalteração do modelo político nacional para o parlamentarismo. Questão 85 Tu é um termo que não figura muito bem nos desenvolvimentos modernos e contemporâneos da ética e da política. Com efeito, muitos movimentos revolucionários (que variam do comunismo tradicional ao feminismo da irmandade) parecem compartilhar de um código linguístico curioso baseado na moral intrínseca dos pronomes. O nós é sempre positivo, o vós é um aliado possível, o eles tem o rosto de um antagonista, o eu é impróprio, e o tu é, obviamente, supérfluo. CAVARERO, A. Relating Narratives apud BUTLER, J. Relatar a si mesmo. Belo Horizonte: Autêntica, 2015 (adaptado). Um dos principais problemas morais da contemporaneidade, conforme mencionado no texto, reside na dificuldade em AAconstruir o diálogo coletivo. BBdemarcar a presença do ego. CCviabilizar a afetividade pessoal. DDreconhecer a alteridade singular. EEultrapassar a experiência intersubjetiva. 40 Questão 86 Maior que os espaços metropolitanos tradicionais, incorporando áreas menores em vizinhança e formando uma aglomeração em escala mais ampla, concentra o principal das atividades produtivas significativas em diversos setores (cadeias da indústria, investimentos estrangeiros diretos, operações de negócios internacionais, trabalhadores migrantes, fluxos monetários etc.). O conjunto da economia global passa a ser um arquipélago delas, constituindo os nós da malha econômica. IBGE. Gestão do território. Rio de Janeiro: IBGE, 2014 (adaptado). A configuração geográfica descrita no texto é definida pelo conceito de AAmeio técnico. BBcidade-região. CCzona de transição. DDpolo de tecnologia. EEpaisagem urbana. Questão 87 A humanidade, a humanidade do homem, ainda é um conceito completamente novo para o filósofo que não cochila em pé. A velha questão do próprio homem continua por ser inteiramente reelaborada, não apenas em relação às ciências do vivo, não apenas em relação ao que se nomeia com essa palavra geral, homogênea e confusa, o animal, mas em relação a todos os traços que a metafísica reservou ao homem e que nenhum deles resiste à análise. DERRIDA, J. Papel-máquina. São Paulo: Estação Liberdade, 2004. No trecho, caracteriza-se o seguinte tema fundamental do pensamento filosófico contemporâneo: AACrise do sujeito. BBRelativismo ético. CCVirada linguística. DDTeoria da referência. EECrítica à tecnociência. Questão 88 Junto a um vasto grupo de pessoas que trabalharam ao seu lado desde o final da década de 1970, Chico Mendes idealizou o modelo que traduziu com perfeição a ideia de desenvolvimento sustentável bem antes desse conceito se popularizar. Uma invenção brasileira que não tem comparação com qualquer outra no mundo. (www.nationalgeographicbrasil.com, 05.11.2020. Adaptado.) O modelo abordado no excerto corresponde à AAreserva extrativista, que assegura a proteção florestal e das populações tradicionais. BBestação ecológica, que permite a realização de pesquisas científicas básicas e aplicadas. CCárea endêmica, que abriga exemplares raros da biota regional. DDárea agroecológica, que permite a prática da permacultura e garante a justiça social. EEreserva biológica, que preserva o equilíbrio natural sem a intervenção humana. Questão 89 Juiz – Entre, Edmund, falei com o seu senhor. Edmund – Não com o meu senhor, Vossa Excelência, espero ser o meu próprio senhor. Juiz – Bem, com o seu empregador, o Sr. E..., o fabricante de roupas. Serve a palavra empregador? Edmund – Sim, sim, Vossa Excelência,qualquer coisa que não seja senhor. DEFOE, D. apud THOMPSON, E. P. Costumes em comum. São Paulo: Cia. das Letras, 1998. Qual alteração nas relações sociais na Inglaterra é registrada no diálogo extraído da obra escrita em 1724? AAMelhoria das condições laborais no ambiente fabril. BBSuperação do caráter servil nas relações trabalhistas. CCExtinção dos conflitos hierárquicos no contexto industrial. DDAbrandamento dos ideais burgueses nos centros urbanos. EEDesaparecimento das distinções sociais no ordenamento jurídico. 41 Questão 90 [O rei D. João III] ordenou que se povoasse esta província, repartindo as terras por pessoas que se lhe ofereceram para as povoarem e conquistarem à custa de sua fazenda, e dando a cada um 50 léguas por costa com todo o seu sertão [...]; são sismeiros das suas terras, e as repartem pelos moradores como querem, todavia movendo-se depois alguma dúvida sobre as datas, não são eles os juízes delas, senão o provedor da fazenda, nem os que as recebem de sesmaria têm obrigação de pagar mais que dízimo a Deus dos frutos que colhem [...]. (Frei Vicente do Salvador. História do Brasil (1500-1627). In: www. dominiopublico.gov.br.) O excerto, do século XVII, caracteriza a AAdefinição de rigoroso sistema tributário voltado aos interesses da Coroa portuguesa. BBautorização para a instalação de sesmarias destinadas exclusivamente ao cultivo de algodão e tabaco. CCconstituição de um regime fundiário apoiado na pequena propriedade rural. DDatribuição de poder político, econômico e jurídico aos senhores de engenho. EEcriação das capitanias hereditárias e a atribuição de direitos aos donatários. 42 REFERÊNCIAS OPÇÃO INGLÊS 1. Enem/2013 2. Enem/2017 3. Enem PPL/2015 4. Enem PPL/2017 5. Enem PPL/2015 OPÇÃO ESPANHOL 1. Enem/2021 2. Enem/2013 3. Enem/2011 4. Enem/2016 5. Enem PPL/2012 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 6. Fuvest/2020 7. Unesp/2019 8. Simulado/2020 9. Enem digital/2020 10. Fuvest/2021 11. Unesp/2021 12. Enem digital/2020 13. Famema/2021 14. Simulado/2020 15. Enem PPL/2019 16. Unesp/2021 17. Simulado/2020 18. Enem PPL/2020 19. Unesp/2022 20. Unesp/2021 21. Enem PPL/2021 22. Famema/2019 23. Unesp/2022 24. Enem/2019 25. Unifesp/2021 26. Enem PPL/2019 27. Simulado/2020 28. Simulado/2020 29. Enem/2019 30. Unesp/2022 31. Unesp/2020 32. Enem PPL/2019 33. Enem digital/2020 34. Fuvest/2020 35. Enem/2019 36. Enem PPL/2019 37. Fuvest/2021 38. Simulado/2020 39. Enem PPL/2019 40. Famema/2021 41. Enem/2020 42. Unifesp/2020 43. Famema/2020 44. Unifesp/2021 45. Unesp/2021 46. Enem PPL/2020 47. Enem PPL/2020 48. Enem/2021 49. Enem/2014 50. Enem digital/2020 51. Unesp/2022 52. Unesp/2020 53. Enem/2011 54. Unesp/2021 55. Unesp/2022 56. Enem PPL/2020 57. Unesp/2022 58. Unesp/2022 59. Enem/2017 60. Unesp/2020 61. Upe-ssa 3/2022 62. Unesp/2022 63. Upe-ssa 3/2022 64. Enem PPL/2020 65. Fuvest/2022 66. Enem PPL/2020 67. Unesp/2022 68. Enem/2021 69. Unesp/2022 70. Unesp/2021 71. Unesp/2022 43 72. Unesp/2020 73. Enem PPL/2021 74. Fuvest/2017 75. Unesp/2022 76. Fuvest/2021 77. Enem/2014 78. Enem PPL/2020 79. Unesp/2021 80. PPL/2020 81. Unesp/2020 82. Enem/2020 83. Enem digital/2020 84. Upe-ssa 3/2022 85. Enem PPL/2020 86. Enem digital/2020 87. Enem PPL/2020 88. Unesp/2022 89. Enem PPL/2021 90. Unesp/2022 44