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BIOMECÂNICA ORTODONTIA – 04/04/2022 1. Introdução Na introdução, a gente pode afirmar que se não tivéssemos a possibilidade de movimentar o elemento dentário nós não tínhamos a especialidade de ortodontia, seria impossível corrigir as maloclusões. E a partir daí precisa ter alguns conceitos que nos cursos de pós-graduação a gente passa a ter, como conceito de resistência, rotação, entre outros, que é física pura aliada a biologia, é por isso que é biomecânica da ortodontia. Ou seja, aqui você está diante de maloclusão, isso aqui não é uma oclusão normal pelo que vocês já viram em conceitos. Então há uma possibilidade de você montar um aparelho ortodôntico alinhar os dentes, nivelar os dentes, colocar os dentes nas posições corretas e ter a possibilidade de ter o caso tratado dessa forma. Então está aqui o paciente antes e após o tratamento ortodôntico. Essa possibilidade só existe por existe o ligamento periodontal. O ligamento periodontal é que o elemento principal na resposta do tratamento ortodôntico. Quando a gente faz o tratamento ortodôntico o ligamento periodontal é que é o principal mediador do movimento. 2. Movimento dentário ortodôntico Existem dois tipos de movimento: 2.1. Fisiológico 2.2. Ortodôntico Exemplos dos movimentos dentários ortodônticos Fisiológico: Irrupção dentária: você não tem a presença de uma força externa (não há presença de força ortodôntica). Ajuste dos contatos oclusais: por exemplo, se perdemos um elemento dentário, como um segundo molar decíduo anquilosado, óbvio que não há pontos de contato no dentes e se não tem ponto de contato ( o ponto de contato é quem vai estabilizar os dentes). Então o primeiro molar inclinou para mesial e o primeiro pré-molar inclinou para distal, esse movimento é um movimento fisiológico, porque é um ajuste dos contatos oclusais. Ortodôntico: Se diferencia do fisiológico, principalmente porque tem uma força externa, tem que ter uma força ortodôntica aplicada (respeitando princípios biológicos e mecânicos) sobre os dentes que se quer movimentar. Movimento dentário fisiológico – características: ● Não há presença de força ortodôntica, o movimento ocorre em decorrência das funções normais; ● Reações teciduais mais discretas ● Movimentos dentários mais lentos ● Não há presença de sintomatologia dolorosa Movimento dentário ortodôntico – características: Conceito: É o movimento do elemento dentário em resposta a uma força ortodôntica aplicada respeitando princípios biológicos e mecânicos. ● Movimento em decorrência da presença da força ortodôntica (externa) ● Reações teciduais mais extensas ● Movimentos dentários mais rápidos que o fisiológico ● Presença de leve sintomatologia dolorosa comparada a uma pericementite – não há necessidade de prescrever analgésico. Ou seja, o que um ortodontista gostaria que acontecesse em um movimento dentário ortodôntico? Reproduzir o movimento dentário fisiológico, é isso que a gente tenta. Mas é praticamente impossível porque a quantidade de força que a gente coloca muitas vezes, vamos dizer: eu coloco 15 gramas para eu intruir um incisivo central dela, pra ela pode ser suficiente essa força, para ele pode ser muito grande. Por que? Porque depende de outros fatores, como: ● Volume radicular ● Tamanho radicular ● Reações hormonais ● Biologia do indivíduo ● Tecido ósseo Então, o ideal é que o ortodontista reproduzisse o movimento dental ortodôntico como o movimento dental fisiológico, mas isso é impossível. Exemplo: esse é um caso que a gente tratou de apinhamento com aparelhos e aqui é como o paciente ficou após o tratamento. 3. Teoria dos movimentos dentários ortodônticos ● Piezeletricidade (eletricidade de pressão) ● Pressão – tração ● Fluxo sanguíneo ● Reação inflamatória* A teoria da reação inflamatória é a mais atualizada e é a mais pesquisada no momento. Ou seja, em função do processo inflamatório, das reações hormonais. TEORIA DA PIEZOELETRICIDADE Pode ser chamada também de eletricidade de pressão. Vocês devem ter estudado no ensino médio. É uma propriedade que alguns materiais cristalinos possuem de converter energia mecânica (pressão, tração) em corrente elétrica. O que isso tem a ver com movimento dentário em ortodontia? No caso, a força que é colocada no elemento dentário o ligamento periodontal transporta para o osso e o osso é um material que é piezoelétrico, o osso tem colágeno e tem hidroxiapatita. No momento em que a força chega ao osso, exemplo: tem um dente aqui, tem o ligamento periodontal e eu estou com essa força empurrando esse elemento para aqui, o ligamento periodontal vai se comprimir e vai comprimir o osso. Compressão: Nas áreas de compressão de osso, vai formando concavidade ali na superfície, essa concavidade ela reage com reabsorção óssea. Porque essas áreas de compressão se transformam em cargas elétricas positivas . ● Superfície côncava ● Reabsorção óssea ● Cargas elétricas positivas Tração: nas áreas de tração terá zonas de convexidade, cargas elétricas negativas e deposição óssea. ● Zonas de convexidade ● Deposição óssea ● Cargas elétricas negativas Então isso daí é que se chama de piezoeletricidade e que durante muito tempo foi utilizaa para explicar o movimento ortodôntico. Ela não é atual, mas também não existe nada de novo, de evidência científica, contrário ao que é dito. Aonde tem área de compressão todas as teorias ainda falam que vai ter área de reabsorção óssea e onde há tração vai haver deposição óssea. TEORIA DA PRESSÃO – TRAÇÃO Lado de pressão: ● Ativação dos osteoclastos ● Diminuição da reprodução celular ● Aumento de reabsorção óssea alveolar Lado de tração: ● Ativação dos osteoblastos ● Aumento da reprodução celular ● Aumento de aposição óssea alveolar Área de pressão: nós temos no ligamento periodontal muitas células mesenquimais indiferenciadas e essas células mesenquimais começam a se diferenciar em osteoclastos. Você vai ter uma diminuição de reprodução celular, um aumento da reabsorção óssea alveolar. Então os osteoclastos começam a reabsorver o osso ali na parede do alvéolo, isso é o que acontece no lado de pressão. Área de tração: vai ter células mesenquimais indiferenciadas se diferenciando em osteoblastos, vai ter um aumento de reprodução celular e aumento de deposição óssea alveolar. Isso é o que mantém o diâmetro do alvéolo porque se tem uma remodelação óssea. TEORIA DO FLUXO SANGUÍNEO Área de pressão: Acredita-se que no momento em que se tem uma força ortodôntica na área de pressão há uma diminuição no fluxo sanguíneo devido a compressão dos vasos sanguíneos. Essa diminuição do fluxo sanguíneo gera uma diminuição na quantidade de oxigênio, uma diminuição do pH, um aumento na atividade dos osteoclastos e consequentemente reabsorção óssea. Área de tração: e no lado de tração é o contrário, há um aumento do fluxo sanguíneo, aumenta a quantidade de oxigênio e do pH, aumenta a atividade dos osteoblastos e aumento da atividade de aposição óssea. TEORIA DA REAÇÃO INFLAMATÓRIA É um processo inflamatório normal que ocorre em resposta a um processo químico, físico e/ou biológico. No caso da força ortodôntica, trata-se de um agente físico (mecânico), então você quer a quebra da homeostasia. No caso, há um estresse celular por um agente químico ou há uma superestimulação celular ou de uma deformação estrutural da célula. A partir daí há liberação dos mediadores químicos que são citocinas, interferons, interleucinas, fatores estimuladores de colônias, fatores de necrose tumoral ou os fatores de crescimento ou os produtos do ácido aracdônico (prostaglandinas, leucotrienos) ou outros mediadores como óxido nítrico e esteroides. Elas não são teorias isoladas, ela são somadas entre si e ainda tem muito que se conhecer. Não se sabe na verdade, por exemplo, o que faz com que uma célula mesenquimal indiferenciada se diferencie no osteoclasto e no osteoblasto ou o contrário. Então deve ter uma informação passada pelos mediadores químicos que com o tempo passará a conhecer.4. Tipos de movimento dentários ortodônticos ● Movimento de inclinação ● Movimento de translação ● Movimento de extrusão ● Movimento de intrusão ● Movimento de rotação ● Movimento de verticalização ● Movimento de torque Geralmente quando a gente faz o tratamento ortodôntico completo a gente usa todos os tipos de movimentos. Quando você usa aparelhos móveis para movimentar um dente ou outro, geralmente, você usa alguns desses movimentos. Mas o tratamento com aparelho fixo completo, geralmente, você usa todos os tipos de movimento porque ele permite você utilizar todos os movimentos. MOVIMENTO DE INCLINAÇÃO Conceito: movimento predominantemente de coroa na direção da força aplicada. Na inclinação vai haver duas áreas de pressão e duas de tração. Por exemplo, se nós temos o elemento 21 cruzado (cruzado porque ele está muito vertical, com ausência de inclinação axial) eu posso com o aparelho ortodôntico fazer uma forcinha que vai ser aplicada nesse elemento dentário. Se essa força é aplicada distante do centro de resistência do dente, há uma tendência do dente inclinar. Ou seja, essa mesa aqui ela tem um centro de massa, se eu conseguir movimentar essa força de forma que essa força passe no centro de massa, possivelmente essa mesa vai se deslocar sem girar, sem formar um momento de força. Se eu colocar força aqui, eu estarei muito distante do centro de massa, possivelmente, essa mesa irá girar, porque a força ela não está passando no centro da massa. O dente tem um centro de massa que se chama de centro de resistência, só que esse centro de resistência está na raiz, é difícil aplicar uma força na raiz, ou seja, se quiser movimentar um dente de corpo, teria que aplicar força no centro de resistência, isso é possível fazer com aparelhos fixos, com aparelhos moveis é muito difícil. Então, a partir do momento em que é aplicada a força no centro de resistência vai ser formado um centro de rotação onde esse dente vai inclinar sobre o centro de rotação e esse movimento é chamado de movimento de inclinação. É um movimento predominantemente de coroa, na ligação da força aplicada. Eu estou aplicando a força na direção para lá, então a coroa vai se movimentar mais do que em relação à raiz, na direção da força aplicada. E a raiz no centro de direção, vai assim em direção oposta. MOVIMENTO DE TRANSLAÇÃO Conceito: é o movimento da coroa e da raiz na direção da força aplicada. ● Durante o movimento de translação a coroa e a raiz movem no mesmo sentido. ● Denomina-se também como movimento de corpo. ● É somente realizado com aparelhos ortodônticos fixos ● Longo eixo do dente na posição final é paralelo ao longo eixo do dente O que é o movimento de translação (ou de corpo)? Se eu pegar esse elástico e distender esse elástico e ele estiver distendido e encaixando no braquet ele vai ficar com uma energia potencial elástica e vai tentar voltar ao que era antes. Se eu não cheguei no limite máximo dele, ele ao tentar voltar para o que era, ele vai voltar movimentando o canino. E por que esse canino não inclina? Porque a posição final do longo eixo do dente é paralela ao longo do eixo do dente na posição inicial. Hoje com os alinhadores invisíveis (não são fixos, são moveis), eles têm a capacidade de fazer o movimento. Centro de resistência - localização Dentes unirradiculares: Na vestibular do dente unirradiculares ele fica localizado a 1/3 da distância entre a crista óssea alveolar e o ápice radicular. Dentes multirradiculares: fica mais ou menos na região de furca. Essa situação é complicada, porque para a força ser aplicada no centro de resistência fica difícil. Mas existe uma possibilidade de que com aparelhos fixos existe uma criação de um sistema de forças equivalentes no braquete, que se chama de Binário de força. O que é esse sistema de forças? A força está sendo aplicada abaixo do centro de resistência do dente, se a força está centro aplicada longe do centro de resistência vai acontecer desse canino inclinar, ele tende a promover uma inclinação distal da coroa. Então o que vai acontecer é que se tem no aparelho fixo um fio ortodôntico (é um fio bem grosso) e o pré-molar, então esse dento durante o movimento vai tender a inclinar. O dente pode até inclinar um pouco, mas quando ele inclina, são mantidas as mesmas medidas. Então do mesmo jeito de quando o elástico puxou, criou a tendência de inclinar esse dente, vai bater aqui embaixo e vai bater aqui em cima, quando bate encima e embaixo a força é igual, então isso se chama de binário de força, que são forças de mesma intensidade, mesmo sentindo e direções opostas. Isso tende a jogar a raiz lá para trás, quando joga a raiz para trás desinclina o dente. Então, na verdade, não existe o movimento de corpo puro no movimento de translação. Ou seja, quando inclina um pouquinho a coroa também inclina um pouquinho a raiz. Se você não colocar fio dentro do slot do braquete ele vai inclinar tudo. Se colocar um fio ortodôntico muito fino ele vai defletir. Esse fio tem que ser de aço e de uma espessura quase do tamanho do slot do braquete pra poder não permitir nenhuma deflexão, e então jogar a raiz para trás. E aí da mesma forma que o elástico puxou, da mesma forma que a força foi provocada longe do centro de resistência, criou um momento de tendência à inclinação. Criou-se um momento tendendo a inclinação distal da coroa do canino. Então criou-se primeiro o momento de força que foi criado pelo elástico e aí criou-se esse momento binário para compensar. Momento: tendência a inclinação. MOVIMENTO DE EXTRUSÃO ● É o movimento mais fácil de ser realizado ● Aparelhos fixos e móveis ● Movimento do dente no sentido de erupção ● Não apresenta área de pressão, somente de tração ● Praticamente não há reabsorção óssea nesse movimento É o movimento mais fácil de ser realizado porque você vai tirar o dente de dentro do alvéolo. Caso clínico 1 – Caso endodôntico de trepanação abaixo da crista óssea alveolar Nesse caso, uma opção boa é colar o braquete abaixo da linha onde os outros braquetes estão posicionados. Então se faz um arco ortodôntico passando acima dos braquetes. Esse arco com essa molinha dá flexibilidade aí na hora de amarrar encaixa dentro do slot. Isso aqui está sob tensão, tentando voltar para essa posição, então aí o dente vai extruir. O movimento de extrusão é muito usado em casos de perfuração, pelo pessoal da dentística, da estética para poder manter espaço biológico. MOVIMENTO DE INTRUSÃO ● É o movimento mais difícil de ser realizado ● É melhor realizado com aparelho fixo ● É o movimento de introduzir o dente no alveolo É o movimento mais difícil de ser realizado, tem grande taxa de reabsorção radicular por conta disso. Caso clínico – Extrusão de dois incisivos centrais (11 e 21): Esse é um caso típico, porque se trata de uma Classe II tipo 2, então é necessário intruir esses incisivos. Então está aí a paciente durante o tratamento, então foram intruidos os dois incisivos e então ela ficou com uma sobremordida normal. Caso Clinico: Se observamos esse incisivo central (11) está com uma giroversão de 90° sendo necessário fazer a correção, o movimento de rotação tem como objetivo corrigir as más posição dos dentes e giroversão. MOVIMENTO DE ROTAÇÃO: É o movimento do dente em torno de seu longo eixo; É um movimento com grande potencial de recidiva; MOVIMENTO DE VERTICALIZAÇÃO: É o movimento predominantemente de raiz no sentido mesiodistal, apresenta o centro de rotação na coroa é como se o dente sofresse uma rotação no centro de rotação na coroa, é um movimento difícil de se realizar pois requer uma área bastante extensa e reabsorção. É muito comum nas perdas dos primeiros molares permanentes, talvez vocês vejam aqui na foufal com muita frequência, então é muito comum o segundo molar inclinar para a mesial. Então esse movimento que você vai corrigir, essa inclinação mesiodistalmente chama-se verticalização, você vai verticalizar esse molar, então ele é um movimento predominantementede raiz, como é a raiz que se movimenta, fica mais difícil de ser realizado, porque requer uma área bastante extensa e reabsorção. Essa situação de segundo molar, inclinar e corrigir com uma verticalização, é o movimento no sentido mesiodistal. MOVIMENTO DE TORQUE Também é o movimento predominantemente de raiz como a verticalização só que no sentido vestíbulo lingual, ele apresenta um centro de rotação só que o movimento está dentro do brecket, é um movimento também difícil de ser realizado por que é uma área bastante extensa e reabsorção. Exemplo de caso: Nós temos aqui uma extrusão, nós corrigimos essa extrusão e depois precisamos jogar a raiz para a distal porque está muito verticalizada, então nesses incisivos, foi feito a intrusão do dente e a raiz jogada para trás porque estava muito vertical, então ele é um movimento predominantemente de raiz no sentido vestíbulo lingual e o centro de rotação estavam os brecket que estavam colados. Acabou os tipos de movimentos dentários ortodônticos, e agora entra o 5º tópico: FATORES IMPORTANTES DOS MOVIMENTOS DENTÁRIOS ORTODÔNTICOS 1 – Magnitude da força Ex: Qual a força que deve ser colocada por exemplo: extrair os primeiros prés, qual a força ideal para movimentar o dente? Existe um conceito chamado força ótima ou força ideal, que os autores dizem que é a força capaz de movimentar o dente em menor espaço de tempo com menor dano tecidual e menos conforto para o paciente isso é um conceito do Dr. Charles que é um ortodontista e também um engenheiro, esse é um conceito digamos filosófico de força ótima ou ideal. Quando se fala em magnitude de força se tem logo um norteamento para intensidade, quanto, em gramas e alguma unidade de força. Na literatura ortodôntica ela é abordada como sendo como uma unidade de força. Se vocês pegarem o livro original desses autores (nome dos autores), vocês vão ver que tem um gráfico em que tem taxa de movimento diário e mm/dia, quando o dente vai se movimentar em milímetros por dia e magnitude de força em grama força. Existia uma determinada intensidade de força que era colocada no ...(não entendi) com uma certa intensidade que o dente começa se movimentar, vai se movimentando tantos mm/dia, vai chegar aqui num certo momento em que vai ser no máximo da taxa de movimento diário, o máximo de milímetros que ele vai movimentar por dia levando em consideração a magnitude de força, essa magnitude de força é a força ótima ou força ideal. Ou seja, vamos supor que aqui tenha 40g de força, ou seja, essa seria a força ótima, isso aí resume mais ou menos aquele conceito do Dr. Charles. De acordo com a literatura existe 3 magnitudes de forças: força inócua, força leve e força pesada. O que é uma força inócua? É uma força que não movimenta. Na força leve é a força cuja magnitude é capaz de promover o movimento dentário ortodôntico, cabe ao ortodontista identificar naquele paciente qual é a força ideal que é o que traz maior taxa de movimento diário com menos dano tecidual e menos desconforto ao paciente. Cada pessoa tem uma força individual, porque cada pessoa tem reações hormonais diferentes, volume radicular diferente isso é o que torna o tratamento ortodôntico difícil, muitas vezes uma força que é colocada em um paciente foi uma força muito alta em relação a outro paciente. Existe as características dessa força leve ela é capaz de desencadear um processo de reabsorção e não formação óssea. Na força leve as alterações vasculares são compatíveis com a atividade celular, a força leve é capaz de desencadear um processo inflamatório controlado. O que é a força pesada? É a força cuja magnitude capaz de produzir uma grande quantidade de área hialinização na região de compressão de ligamento periodontal e o dente não se movimenta, ele só se movimenta, quando ele reabsorve toda essa área de necrose asseptica. Na força leve tem pequenas áreas de hialinização. OBS: Área de hialinização, conhecida com necrose estéril. Quando você usa uma força pesada a compressão é tão brusca que você vai ter grandes áreas de hialinização. Isso gera na força leve o que agente chama de frontal. Num vai ter reabsorção óssea pra poder movimentar? Do lado de tração a neoformação, do lado de compressão, com a força leve, a reabsorção óssea é frontal, ela é na parede do alvéolo, na cortical alveolar. Enquanto que a força pesada, a reabsorção ela nunca acontece nessa região, ela vai acontecer a distancia, o que se chama de reabsorção óssea a distancia ou reabsorção óssea minante. Aqui, como a reabsorção é na cortical, o dente vai se movimentando, aqui a reabsorção vem de fora pra dentro. Demora a chegar aqui na cortical, quando chega o dente se movimenta bruscamente e para. O padrão de reabsorção é muito característico. Quando a gente começa a ver que o dente está se movimentando suavemente é o movimento normal. Quando ele de uma hora pra outra: puf! Cai no vazio e para, a força tá muito pesada. Na força pesada ele é assim, se fica parado, bota força e ele não sai do canto, e de uma hora pra outra ele movimenta. Ai para e fica parado. De uma hora pra outra, movimenta... São situações distintas o padrão de movimento. É completamente diferente o padrão quando a força é leve ou pesada. As alterações teciduais na leve são predominantemente fisiológicas, o paciente tem uma sensação que esta tendo uma pericementite. O dente tá com volume maior, quando toca fica dolorido. Aqui não, na força pesada sente dor, é predominantemente patológica. Padrão de movimento das forças leves é lento e continuo e das forças pesadas é abrupto e aos saltos. E a sensação volumosa da força leve é entre dois dias, de 24 a 48 horas a sensação dolorida já está acabando. Aqui não, nas forças pesadas ela é grande e em geral de longa duração. Isso ai é que faz com que cheguemos a conclusão de que aquele paciente tá muito pesada ou se é uma força leve. Tem que considerar também a duração da força. Tem força que é considerada continua, força que é considerada continua interrompida, e força intermitente. Em ortodontia não existe força constante. Porque não existe? Se eu to com um dente aqui outro dente aqui e boto um elástico entre esses dois dentes, isso vai movimentar. Só o fato de movimentar os dentes, a intensidade de força já vai decair, porque os pontos de aplicação já diminuem, então a força tende a diminuir. O que é uma força continua? Ela é uma força mantida num nível considerável de uma consulta pra outra, ou seja, o nível cai lento, ela cai aos pouquinhos... Mas ela não cai bastante. Assim como também ela não se mantem constante em função do tempo. É característica dos aparelhos fixos devido a migração dental, a intensidade de forças tende a decrescer. Esse tipo de força aparece principalmente quando se usa fios e molas de alta flexibilidade, como fios e molas de níquel e titânio, como nas limas endodônticas. Em ortodontia há fios de aço inoxidável, fios de titânio e molibdênio e fios níquel e titânio que são supereslásticos. Força continua interrompida... é força com declínio que chega a zero... já é diferente. Essa chega a zero. Característica também dos aparelhos fixos, devido a ligação metalica a intensidade de forças tende a decrescer, mesmo conceito anterior. Além da diminuição da força decorrente da desativação inerente a liga metálica. Quando se usa fios e molas de aço, como não são ligas elásticas, então tende a decair. Esse tipo de força é chamada de continua, mas ela é continua porquê ela decai ate zero. Antigamente só existiam as ligas de aço. Mas quem primeiro usou ligas supereslasticas foi a ortodontia. Foi a partir dos trabalhos feitos na NASA. Um grupo de ortodontista e engenheiros que desenvolvia ligas metálicas, na Universidade de Michigan, se atentou pra isso... Tudo tem vantagem e desvantagem. As de aço deformam menos. Quando se chega ao final do tratamento é melhor estar usando já as molas e fios de aço inoxidável. Quando esta no inicio do tratamento, e os dentes estão muito desniveladosé preciso ter elasticidade muito grande, melhor usar ligas supereslásticas, quando se chega no final do tratamento, os dentes já estão alinhados e nivelados. O fio não precisa ter grande elasticidade, precisa ter mais resistência. Existe forças intermitentes, que são aquelas forças com declínio abrupto da intensidade e chega a zero de forma intermitente. Quando o aparelho é removido pelo paciente, ou quando o aparelho fixo é temporariamente desativado, e em seguida retorna para o nível original. Aqueles pacientes que usam aparelhos extra orais... Ele vai usando o aparelho, a força vai decaindo... decaindo... quando retira vai pra zero. Quando ele volta e bota o aparelho de novo ele retoma na intensidade que estava aqui... Isso dai é a mesma coisa dos aparelhos removíveis, você tira e de uma hora pra outra vai pra zero. Esse tipo de força é considerada intermitente. Outro fator importante são as considerações anatômicas, ou seja, já cheguei a fazer alguma consideração quando você coloca, vamos supor, 100 gramas, 120 gramas que é o padrão pra movimentar canino pra distal. Essas 100 gramas pra ela pode ser suficiente e pra ele pode ser que não seja. Aumenta pra 130 gramas e não estar movimentando... Porque tem outros fatores envolvidos... Tem volume radicular, tem implantação óssea, idade do paciente tem haver. Tem paciente adulto que tem osteoporose, são fatores que precisam ser considerados. E há drogas que alteram o metabolismo, sempre perguntar, se for mulher, se faz uso de anticoncepcional. Tem que considerar que é hormônio. Assim como também a estrutura óssea total do paciente, somado a isso tem as condições metabólicas. Condições sistêmicas que apresentam relação com o metabolismo ósseo podem interferir no movimento dentário. Exemplo: paciente diabético deve estar com taxa dentro dos níveis de normalidade, controlado. Ele tem propensão à perda de inserção periodontal. Pacientes com problema de tireoide, em geral devemos pedir conhecimento pelo endocrinologista, pois tem que estar controlado. Paciente com hiperparatireoidismo tem o aumento do nível de paratormônio, aumento da quantidade de osteoclastos, e aumento consequentemente, da reabsorção. E condições metabólicas e fatores nutricionais... na deficiência de proteínas que estão relacionadas com a síntese de colágeno, de cálcio, relacionados a osteoporose e a fragilidade. Para movimentar o dente tenho que ter um processo inflamatório capaz de alterar o metabolismo! Paciente deve estar com níveis de taxa glicêmica dentro do limite.
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