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ARTES MUSICAIS E OFICINAS AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 1 ARTES MUSICAIS SUMÁRIO Introdução ............................................................................................................................................ 02 Cap. 01 — Conceito de Música ........................................................................................................... 02 Cap. 02 — A Música Através dos Tempos ......................................................................................... 05 Cap. 03 — Teoria Musical .................................................................................................................. 10 Cap. 04 — Música Coral ..................................................................................................................... 22 Cap. 05 — Instrumentos Musicais ...................................................................................................... 23 Cap. 06 — Regência Musical .............................................................................................................. 25 Cap. 07 — Música Sacra ..................................................................................................................... 26 Cap. 08 — Mudanças na Música Sacra ............................................................................................... 27 Cap. 09 — Música na Igreja ................................................................................................................. 29 Cap. 10 — Filosofia da Música Cristã ............................................................................................... 31 Conclusão ............................................................................................................................................ 33 Bibliografia .. ........................................................................................................................................ 33 AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 2 INTRODUÇÃO A música é algo que desempenha papel importantíssimo na vida religiosa de um povo. Mas não só religiosa. O grande filósofo alemão Goethe disse certa vez: “Deixai-me preparar a música para uma nação, e qualquer um poderá elaborar suas leis.” Sim, “a música é o idioma universal, e pode ser entendida, mesmo quando não se pode comunicar com palavras. Tal é o efeito da música, que lemos no livro de P. H. Fawcet, Exploração Fawcett, que os exploradores que andavam pela selva procurando determinar a formação das fronteiras entre Peru, Brasil, Paraguai e Bolívia para traçar um mapa, levavam um acordeão para tocar à noite. Embora as tribos não pudessem entender o idioma deles, podiam entender o espírito por intermédio da música e os ajudavam.” 1 Capítulo I CONCEITO DE MÚSICA Etimologia da Palavra A palavra grega mousikós — "musical", "relativo às musas" — referia-se ao vínculo do espírito humano com qualquer forma de inspiração artística. A evolução do termo, porém, limitou-o às formas de criação estética relacionadas à combinação dos sons e que abrangem, no Ocidente, o amplo desenvolvimento de uma arte que, em seus aspectos mais característicos, teve início no fim da Idade Média. A música oriental evoluiu de forma independente e com marcadas diferenças em relação à ocidental, mesmo depois da aproximação entre ambas, no final do século XIX. Como no Ocidente, a tradição religiosa marcou consideravelmente os gêneros e, indiretamente, os estilos de execução e composição. A música antiga japonesa, de instrumentos peculiares e tendências dramáticas, como no teatro nô e kabuki, aproximou-se notavelmente, no século XX, da música européia. Definição Música é a arte de coordenar fenômenos acústicos para produzir efeitos estéticos. Em seus aspectos mais simples e primitivos, a música é manifestação folclórica, comum a quase todas as culturas: nesse caso, essencialmente anônima e apoiada na transmissão oral, espelha particularidades étnicas determinadas. Com o fim do isolamento cultural que a geografia impôs à humanidade durante séculos e com a crescente urbanização, muitas tradições desse caráter estão ameaçadas de total desaparecimento. Historicamente, música popular era qualquer forma não folclórica muito difundida -- desde as canções dos menestréis medievais e trovadores até peças musicais de grande refinamento, originalmente compostas para uma pequena elite. Na era vitoriana e no início do século XX, era a música dos cabarés e vaudevilles, mais tarde substituída pelas canções-tema das peças musicais. Enquanto isso, as formas cultas da música ocidental pertencem a uma linhagem européia cuja origem remonta aos primórdios da civilização cristã. Na prática, esses três grandes e diferentes universos estiveram sempre sujeitos à troca de influências. Basta recordar algumas canções de Schubert para perceber o quanto pode ser tênue a distinção entre a música culta e a folclórica. Se os elementos folclóricos se infiltram na tradição culta, também o oposto é verdadeiro. O alto grau de erudição musical em uma cultura influencia todos os níveis de criação. Pode-se também afirmar que, em sentido mais amplo, a música folclórica poderia ser chamada popular, mas o uso associou o termo, atualmente, a uma produção mais efêmera e comercialmente bem-sucedida, divulgada através da indústria de entretenimento. Grande parte dessa música possui alta qualidade e sua produção envolve compositores, arranjadores e executantes profissionais, que tendem à especialização. Origens Entre os vestígios remanescentes das grandes civilizações da antiguidade, foram encontrados testemunhos escritos em registros pictóricos e escultóricos de instrumentos musicais e de danças acompanhadas por música. A cultura sumeriana, que floresceu na bacia mesopotâmica vários milênios antes da era cristã, incluía hinos e cantos salmodiados em seus ritos litúrgicos, cuja influência é perceptível nas sociedades babilônica, caldéia e judaica que se assentaram posteriormente nas áreas geográficas circundantes. O antigo Egito, cuja origem agrícola se evidenciava em solenes cerimônias religiosas que 1 Betty Jane Grams, Ministrando Com Música, pág. 7. AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 3 incorporavam o uso de harpas e diversas classes de flautas, alcançou também alto grau de expressividade musical. Na Ásia — onde a influência de filosofias e correntes religiosas como o budismo, o xintoísmo, o islamismo etc. foi determinante em todos os aspectos da cultura -- os principais focos de propagação musical foram as civilizações chinesa, do terceiro milênio antes da era cristã, e indiana. O Ocidente europeu possuía uma tradição pré-histórica própria. É bem conhecido o papel preponderante assumido pelos druidas, sacerdotes, bardos e poetas, na organização das sociedades celtas pré-romanas. A tradição musical da Anatólia, porém, penetrou na Europa através da cultura grega, cuja elaborada teoria musical constituiu o ponto de partida da identidade da música ocidental, bastante diversa da do Extremo Oriente. A música americanapré-colombiana possui acentuado parentesco com a chinesa e a japonesa em suas formas e escalas, o que se explica pelas migrações de tribos asiáticas e esquimós através do estreito de Bering, em tempos remotos. Finalmente, a cultura musical africana não-árabe peculiariza-se por complexos padrões rítmicos, embora não apresente desenvolvimento equivalente na melodia e na harmonia. Elementos Físicos da Música Alguns elementos responsáveis pela existência e organização geral do universo sonoro — os aspectos físicos e perceptivos do som e os muitos tipos de instrumentos musicais — determinam a imensa variabilidade de formas assumidas pela música. Som. Resultado das vibrações do ar que, a partir de certo limiar de freqüência e intensidade, são percebidas pelo ouvido humano, o som pode ter origem em vibrações transversais, como as produzidas em cordas de tensão, ou longitudinais, quando se trata de corpos sonoros rígidos, que vibram mediante a entrada do ar em tubos. Do ponto de vista da percepção auditiva, os elementos constitutivos do som são: altura, timbre, intensidade e duração. Controlando essas quatro variáveis, o compositor e o intérprete podem conceber e realizar todas as nuanças expressivas da música. A altura varia em função da freqüência das vibrações e indica se o som é mais ou menos grave (vibrações lentas) ou mais ou menos agudo (rápidas). Os fatores determinantes são o comprimento, tensão e peso das cordas, comprimento e terminação aberta ou fechada dos tubos, ou a pressão com que se insufla o ar através deles. A intensidade ou força do som depende da amplitude das vibrações acústicas, que por sua vez varia de acordo com a densidade do meio transmissor, a distância entre o ouvinte e o emissor, e com os sistemas de ressonância que, ao reforçar as vibrações de certos comprimentos de onda, interferem no som resultante. A duração refere-se ao intervalo de tempo durante o qual um som é emitido sem interrupção, o que depende dos mecanismos de reverberação de cada instrumento e, no caso dos sopros, do tempo em que o ar permanece sendo insuflado através dos tubos. Por último, o timbre é o elemento que permite distinguir os sons de mesma altura e intensidade, o que torna reconhecíveis o instrumento emissor e as diferentes inflexões expressivas na interpretação musical. Do ponto de vista físico, o timbre procede de vibrações secundárias que se geram em um corpo a partir da vibração principal. Esse desdobramento gera novas freqüências de onda, que têm como resultado outros sons, diferentes do primeiro, denominados harmônicos. Embora se possa desenvolver a acuidade requerida para escutar alguns desses harmônicos, o ouvido normalmente os ignora enquanto sons isolados, reconhecendo apenas uma maior ou menor riqueza no timbre do som principal. O som puro, sem harmônicos, não existe na natureza, ainda que possa ser conseguido por meios eletrônicos. Na voz humana e nos outros instrumentos mecânicos, o som principal é sempre acompanhado dos harmônicos, que se produzem primeiramente nos ressonadores do próprio instrumento e se multiplicam, a seguir, sob a influência das condições acústicas do ambiente. Instrumentos musicais. Objetos desenhados com o fim de aproveitar as distintas sonoridades obtidas pela colocação em vibração de massas de ar, os instrumentos musicais dividem-se em quatro grandes famílias acústicas: os de cordas, como os grupos do violino e do violão; os de sopro, como o trompete, o saxofone e a flauta, em que colunas de ar oscilam no interior de tubos abertos ou fechados; os de percussão com membranas, que entram em vibração ao serem golpeadas, como os tambores, e os de percussão sem membrana, cujo corpo vibra mediante a ação de baquetas, como o xilofone e o triângulo; ou por choque, como as castanholas, chocalhos e sinos. Não podem ser omitidos, atualmente, os instrumentos elétricos e os eletrônicos. Os mecanismos que geram a vibração sonora são análogos nos instrumentos elétricos e em seus correspondentes acústicos, mas AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 4 no primeiro caso, como resultado da ação de aparelhos semelhantes aos amplificadores e caixas acústicas de uso doméstico, a intensidade do som pode ser muito maior e seu timbre modificado. Sem a conexão a esses aparelhos, o som produzido é praticamente inaudível. Os instrumentos eletrônicos, verdadeiros computadores, possuem formas inteiramente diferentes (não mecânicas) de produção da vibração sonora, sendo também conectados, como os elétricos, a aparelhos de amplificação. Elementos de Composição Musical As técnicas de composição musical buscam a conjunção artística de três elementos principais: o ritmo, a melodia e a harmonia. O ritmo organiza o universo sonoro do ponto de vista temporal, pelo estabelecimento (1) da duração individual dos sons em seqüência e (2) da ordem de importância que se estabelece entre eles mediante variações sobretudo na intensidade, o que determina os tempos fortes e fracos na música, base da organização em compassos. É freqüente identificar a melodia com a parte cantada de uma composição musical. Na verdade, a melodia diz respeito à escolha de alturas ou notas em seqüência, independentemente do fato de serem cantadas ou tocadas em outro instrumento. É considerada como o aspecto horizontal da música -- em oposição ao vertical ou harmônico, referente aos sons simultâneos ou acordes a que, na música atual, habitualmente a linha melódica se sobrepõe. A teoria que estuda as leis de organização dos acordes, denominada harmonia, teve início por volta do século XVI. A música do período anterior, que já empregava sons simultâneos de forma bastante elaborada, era chamada polifônica ou horizontal, pois se compunha, na verdade, de várias melodias superpostas que possuíam cada uma seu sentido próprio e independente. É possível analisar as obras polifônicas sob o prisma puramente harmônico, mas isso deixa escapar seus aspectos mais ricos. Formas musicais. Assim como o soneto tem uma estrutura métrica que o define enquanto forma poética, as composições musicais também se apóiam em formas convencionais e consagradas, sobre as quais é possível construir uma infinidade de peças originais. Em sentido técnico, forma musical é o conjunto de aspectos estruturais -- rítmicos, harmônicos, melódicos, tímbricos, prosódicos e interpretativos -- de uma obra, que permitem sua análise global. O termo também se aplica aos gêneros cuja forma se consagrou como padrão de composição, como a sonata, o samba-choro e o blues. As grandes formas da música instrumental surgidas no Ocidente a partir do século XVII são quase sempre constituídas por movimentos, peças que, apresentadas em seqüência, formam um todo coerente. Um importante fator de unidade é a escolha de uma única tonalidade principal para a obra completa. A primeira grande forma com movimentos foi a sonata de câmara barroca, também conhecida como partita ou suíte, conjunto de danças na mesma tonalidade. Paralelamente, surgiu a sonata da chiesa (sonata de igreja), em quatro movimentos; a abertura francesa, em dois movimentos; e a italiana, em três. Por volta de 1750, a combinação dessas estruturas deu origem às formas mais comuns do repertório de concertos, como a sonata, a sinfonia, o noturno e outras. No final do século XVIII, a fantasia, inicialmente concebida para o piano, apresentava vários movimentos contrastantes em que a surpresa e expressividade eram fatores extremamente importantes. A fantasia e a abertura deram origem às grandes formas da música orquestral programática do século XIX, de Berlioz, Liszt e Richard Strauss. O termo suíte já não designava então apenas umconjunto de danças, mas podia ser aplicado a um agrupamento de peças instrumentais variadas. Na música vocal, as grandes formas mais significativas são a ópera, o oratório e a cantata -- que, em geral, consistem em uma série de gêneros musicais: recitativos, árias, duetos, trios e corais, além de interlúdios e aberturas instrumentais --, além da missa, existente desde o século XIV. Monteverdi e outros compositores agruparam madrigais em torno de um mesmo tema e, no século XIX, ciclos de canções acompanhadas ao piano foram compostos por Beethoven, Schubert e Schumann. A partir do final do século XIX, vários compositores abandonaram as formas tradicionais. Frases e motivos, unidades estruturais até então dominantes, deram lugar aos chamados "eventos sonoros": combinações de timbres, clusters (sons simultâneos entre os quais não se distinguem as notas individualmente), e o uso irrestrito de qualquer material sonoro, desde ruídos quotidianos, como os de máquinas e animais, até sons sintetizados eletronicamente. As formas anteriores, no entanto, não caíram em desuso e continuam a servir como padrão a composições contemporâneas. Ensino e Aprendizado da Música O aprendizado da música envolve três aspectos básicos: a musicalização, a teoria musical e as técnicas de execução. O desenvolvimento individual do conhecimento nessas três áreas pode-se dar por meio de AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 5 práticas diversas, como o aprendizado informal e empírico a partir da imitação instintiva, o treinamento orientado por professores particulares e pequenas escolas, e a formação em cursos de nível superior. Musicalização é o processo pelo qual se pode aprimorar a percepção musical, que vai além da percepção auditiva do ponto de vista fisiológico e possibilita a atribuição de sentido e forma ao que se escuta. Isso permite ao amante da música a compreensão de uma linguagem artística antes obscura e também a ampliação das capacidades de memorização e manejo de elementos musicais cada vez mais complexos, habilidade importante para o intérprete ou compositor. Por meio da audição de obras e da prática, ainda que elementar, de ritmos, melodias, harmonias e demais estruturas sonoras, uma pessoa pode desenvolver suas aptidões espontâneas e superar dificuldades. Teoria musical é a estrutura lógica subjacente às práticas musicais. Herdeira da tradição grega, a teoria musical ocidental guarda relações com a matemática e seu estudo implica necessariamente o domínio da leitura e escrita. Não faz sentido, no entanto, dissociá-la da prática, pois o conhecimento teórico isolado não passa de abstração e se afasta das características essenciais da arte musical. A informação histórica acerca da música nas diversas culturas humanas também pode se tornar importante fonte de inspiração e prazer, tanto para o diletante como para o profissional. As técnicas de execução se referem à destreza no manejo de objetos sonoros e instrumentos musicais. Variam enormemente de acordo com suas características físicas: enquanto o piano exige do intérprete uma apurada habilidade manual e o canto depende do controle muscular de partes do corpo que não podem ser vistas, mas apenas sentidas, alguns instrumentos de percussão demandam o emprego de força física, agilidade e vitalidade. Mais do que o instrumento em si, o intérprete deve dominar o próprio corpo e seus movimentos, o que só se pode conseguir com treinamento planejado e quotidiano. 2 Capítulo II A MÚSICA ATRAVÉS DOS TEMPOS A Música na Bíblia “É evidente que as referências freqüentes, no Antigo Testamento, demonstra que a música desempenhava papel importante na cultura hebréia. Segundo a tradição, Jubal, filho de Lameque, que „foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta‟. Gên. 4:21. A relação íntima entre as artes pastoril e musical é demonstrado no fato de que Jubal tinha um irmão mais velho, Jabal, que „foi pai dos que habitam em tendas e possuem gado.” 3 Num estágio posterior, a música foi consagrada ao serviço da adoração no Templo, embora inicialmente seus usos pareçam ter sido seculares. A música fazia parte integrante da vida social hebraica sendo empregada em festas, cânticos de triunfo após vitórias nas batalhas, colheitas, casamentos, funerais etc. (Gên. 31:27; Êxo. 15:1ss; Juí. 5:1ss; Isa. 5:12; Amós 6:5; 1 Mac. 9:37-38; 2 Sam. 19:35; Ecles. 2:8; Lam. 5:14). “Assim como os filhos de Israel, jornadeando pelo deserto, suavizavam pela música de cânticos sagrados a sua viagem, Deus ordena a Seus filhos hoje que alegrem a sua vida peregrina. Poucos meios há mais eficazes para fixar Suas palavras na memória do que repeti-las em cânticos. E tal cântico tem maravilhoso poder. Tem poder para subjugar as naturezas rudes e incultas; poder para suscitar pensamentos e despertar simpatia, para promover a harmonia de ação e banir a tristeza e os maus pressentimentos, os quais destroem o ânimo e debilitam o esforço. “É um dos meios mais eficazes para impressionar o coração com as verdades espirituais. Quantas vezes, ao coração oprimido duramente e pronto a desesperar, vêm à memória algumas das palavras de Deus - as de um estribilho, há muito esquecido, de um hino da infância - e as tentações perdem o seu poder, a vida assume nova significação e novo propósito, e o ânimo e a alegria se comunicam a outras pessoas! Nunca se deve perder de vista o valor do canto como meio de educação. Que haja cântico no lar, de hinos que sejam suaves e puros, e haverá menos palavras de censura e mais de animação, esperança e alegria. Haja canto na escola, e os alunos serão levados para mais perto de Deus, dos professores e uns dos outros.” 2 Enciclopédia Barsa. 3 O Novo Dicionário da Bíblia, art. “Música e Instrumentos Musicais”. AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 6 “Como parte do culto, o canto é um ato de adoração tanto como a oração. Efetivamente, muitos hinos são orações. Se a criança é ensinada a compreender isto, ela pensará mais no sentido das palavras que canta, e se tornará mais suscetível à sua influência.” 4 Quanto à natureza da música hebraica, nada sabemos. É incerto se possuíam qualquer sistema de notação, pois nenhum sobreviveu até nós. Sabe-se que usavam tanto música vocal quanto instrumental. Seus instrumentos musicais mais conhecidos são: Cordas: harpas, saltérios, cítara, gaita de foles (Gên. 4:21; 31:27). Sopro: flautas, pífaros, trombetas de chifre de carneiro, trombetas de metal (Isa. 30:29; Jer. 48:36; Dan. 3; Núm. 12:1-10). Percussão: campainhas, címbalos, tamborins( Zac. 14:20; 1 Cor. 13:1; Êxo. 15:20). O Novo Testamento segue a mesma cultura musical do Antigo Testamento. Afinal de contas, o ambiente é nitidamente judaico. Os primeiros cristãos são judeus de origem, falavam o hebraico ou o aramaico e continuam a freqüentar os dois locais antigos de culto, cada qual com sua adoração peculiar. Desenvolvimento da Música Ocidental A música esteve presente nos cultos cristãos desde seus primórdios. Costuma-se considerar a fase de evolução das primeiras comunidades cristãs como a gestação da tradição musical no Ocidente. Música litúrgica cristã. Inspirada nos paradigmas da Grécia clássica, a música européia do primeiro milênio da era cristã manifestou-se preferencialmente no âmbito litúrgico. O canto cristão ou cantochão, oração recitada com leves inflexões melódicas,à maneira hebréia de diálogo entre o oficiante e os fiéis, apresentou numerosas variantes nas diferentes épocas e áreas geográficas. A reforma e recopilação desses cantos pelo papa Gregório I, no século VI, deu origem ao chamado canto gregoriano, gênero que dominou o panorama musical da Idade Média européia, ao lado do trovadoresco. É posterior a elaboração dos oito modos eclesiásticos derivados dos gregos, assim como a aparição dos primeiros sistemas de notação. O canto gregoriano foi recuperado no século XIX pelos monges beneditinos da abadia francesa de Solesmes, que reinventaram suas formas de interpretação. Nas áreas de dominação bizantina, russa e moçárabe hispânica, o cantochão assumiu formas próprias, cuja influência se evidencia no folclore, através da utilização freqüente do melisma — ornamento musical que consiste em rápida seqüência de notas sobre uma mesma vogal — e contínuas modulações e inflexões de tradição oriental. Contemporaneamente ao canto gregoriano, desenvolveu-se na Europa uma forma vocal em que se superpunham duas melodias distintas. No período gótico, surgiram novas formas (conductus e clausula), melismáticas e de maior variedade polifônica. A escola de Notre-Dame de Paris representou o ápice dessa tendência, conhecida historicamente como ars antiqua. A França converteu-se no centro musical do século XIV. Os ensinamentos de Philippe de Vitry, em Paris, deram origem à corrente denominada ars nova, cuja unidade característica era a forma motete — peça de música sacra para coro -- derivada dos conductus e clausulas. Paralelamente à ars nova, surgiram os gêneros clássicos da canção galante. A música profana, herdeira dos jograis, trovadores e outros cantores de tradição germânica e mediterrânea, adotou assim as formas polifônicas da música eclesiástica. Foi numa paisagem cultural hoje desaparecida -- a velha Borgonha, que compreendia o norte da França e a atual Bélgica -- que a arte polifônica atingiu seu pleno desenvolvimento. No fim da Idade Média, falava-se nessa região mais o flamengo do que o francês; por isso, os primeiros grandes mestres da música polifônica são chamados flamengos, sem que a denominação indique nacionalidade bem definida. O mais antigo entre esses mestres foi um inglês, John Dunstable, a quem se devem os primeiros motetes sacros. A complexidade chegou ao máximo nas missas, elaboradas conforme regras estritas de contraponto -- forma em que se entrelaçavam melodias de desenvolvimento independente. A execução dessas obras por coros a capela (sem acompanhamento de instrumentos) parece inacreditável. A base dessas "catedrais invisíveis" é quase sempre uma melodia e texto de origem popular, às vezes até obsceno. O primeiro grande mestre no continente foi o francês-flamengo Guillaume Dufay (século XV). Outro desses compositores sacros, Jean d' Ockeghem, era um grande professor, e sua morte foi lamentada em elegias pelos discípulos -- entre os quais Josquin des Prés, autor de obras importantes como a missa Pange lingua e numerosos motetes. Renascimento. A transição para o século XVI não significa, na música, modificação essencial. Já é do novo século o maior dos mestres flamengos, Orlando di Lasso. Saindo do ambiente provinciano da velha 4 E. G. White, Educação, págs. 167-168. AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 7 Borgonha, Lasso conquistou auditórios na França, Itália e, sobretudo, na Alemanha. Embora dedicado à música sacra, compôs também madrigais. Foi outro mestre flamengo do século XVI, o belga Adriaan Willaert, o primeiro a utilizar dois ou mais coros (policoralismo). O entrelaçamento das trinta ou mais vozes, porém, tornou-se de tal modo complicado que foi preciso simplificar a estrutura musical, o que significou a vitória da harmonia vertical sobre a polifonia horizontal. Mesmo assim, os coros já não conseguiam executar suas partes sem apoio dos instrumentos da orquestra. O italiano Giovanni Pierluigi da Palestrina e o espanhol Tomás Luis de Victoria representam o ápice da escola romana, com grandiosas missas e motetes. O Concílio de Trento reformara a música sacra: proibira as melodias profanas e os artifícios contrapontísticos dos mestres flamengos, e exigia para a igreja uma música mais simples, que, embora polifônica, não tornasse ininteligível o texto litúrgico. Essas exigências foram satisfeitas pela primeira vez na célebre Missa papae Marcelli, de Palestrina, publicada em 1567. Como decorrência do nascimento de escolas nacionais de arte, surgiram gêneros autóctones: a chanson francesa e a frottola italiana empregavam formas estróficas de clara origem poética, os madrigais adquiriram características próprias na Itália, Flandres e Inglaterra, enquanto na Alemanha surgiu o Lied e, na Espanha, os villancicos. Os madrigalistas ingleses da segunda metade do século XVI e início do XVII são contemporâneos de Spencer e Shakespeare. O maior deles é William Byrd, seguido de Thomas Morley, John Dowland e Orlando Gibbons. Quase todos escreveram também música sacra -- em parte continuando fiéis ao catolicismo, em parte criando as bases da música litúrgica anglicana -- e peças para alaúde e virginal (um dos precursores do piano). São do século XVI as primeiras composições instrumentais genuínas. As pavanas, galhardas e canzonas empregavam os modelos vocais da chanson e do madrigal. Tiveram grande prestígio as escolas violonísticas e organísticas, bem como os pequenos conjuntos orquestrais sustentados fundamentalmente pelos diferentes tipos de viola. Barroco, ópera e música de câmara. O século XVII, testemunha de acentuada secularização musical, foi um fértil período de criação de novas formas, técnicas e instrumentos. O baixo contínuo -- sistema de notação de cifras que, escritas acima do pentagrama onde figura a linha do baixo, indicam os acordes desejados pelo autor — e o acompanhamento harmônico da melodia são as principais invenções do período. Na literatura e nas artes plásticas, o barroco distingue-se pela grande complexidade das formas. Na música, isso não se registra imediatamente. A arte polifônica dos séculos XV e XVI é a mais complexa de todos os tempos. O novo gênero do barroco é o canto de voz solista e tão-somente acompanhado, o que significou a vitória definitiva da harmonia. Pela primeira vez não soavam várias vozes simultaneamente, o que muito surpreendia os contemporâneos, habituados à polifonia. Claudio Monteverdi, audacioso na música sacra e no madrigal, usou cromatismos e dissonâncias. Escreveu em 1607 a primeira verdadeira ópera, Orfeo, com o emprego de numerosa orquestra. Foi tenazmente combatido pelos conservadores, mas obteve êxito tão grande que ainda em vida conquistou toda a Europa, e a consagração do novo gênero foi completa. Na Inglaterra, depois de 1642, a vitória dos puritanos sufocou as atividades musicais, pois a música sacra foi proibida, enquanto a profana passava por obscena. Só na época da Restauração voltou a música a desempenhar certo papel na igreja e no teatro. Henry Purcell, autor tanto de música sacra como de câmara e, sobretudo, grande operista, foi o maior compositor inglês e de seu tempo. Foi a partir do final desse período que Johann Sebastian Bach legou à posteridade um acervo magnífico de obras-primas instrumentais e vocais, entre cantatas, oratórios, árias, tocatas e esplêndidas fugas. Além de tudo isso, foi o responsável pela generalização do atual sistema de afinação de instrumentos, conhecido como temperado, e que se disseminou por toda a Europa. Haendel, que desenvolveu principalmente em Londres suas atividades, animou o ambiente musical inglês,carente de figuras significativas desde a morte de Purcell. Seus oratórios e obras instrumentais constituem autênticos marcos na história da música européia. Bach e Haendel são os dois maiores compositores do barroco. Se o gênero característico da época é o canto homófono, Bach e Haendel, no entanto, são os maiores polifonistas de todos os tempos e parecem querer ressuscitar, com a força de seu gênio, um passado irremediavelmente perdido. Haendel, que alcançou êxito imenso, não teve nenhum sucessor e sua música foi praticamente, por mais de um século, a única significativa na Inglaterra. Bach, que viveu em relativa obscuridade, caiu logo depois da morte em esquecimento completo: só no século XIX sua grandeza viria a AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 8 ser reconhecida. Seu Cravo bem temperado, porém, já se tornou famoso no século XVIII e sistematizou a nova harmonia que Alessandro Scarlatti tinha instintivamente concebido. Período clássico. Durante o século XVIII, época do Iluminismo, a ascensão da nova classe social burguesa e os avanços científicos favoreceram a criação de novas formas artísticas. Começava a época da música para todos, em que o gênero vencedor veio a ser a sinfonia. O estilo galante, que consistia em uma única melodia, acompanhada por acordes breves e pouco variados, prenunciava as obras dos grandes autores do final do século. Christoph Willibald Gluck, com sua ópera Orfeu e Eurídice (1762), atuou como renovador da ópera alemã e francesa, elevando-a sobre a legião de óperas cômicas e operetas que mantinham a preferência do público parisiense. Sua influência foi patente nos músicos do século XIX. Carl Philipp Emanuel Bach, filho de Johann Sebastian, inaugurou na Alemanha a era sinfônica, a partir da tradição incipiente da sonata -- nova forma para instrumentos de teclado ou para instrumento solo acompanhado por cravo ou piano. Sua obra não deu continuidade ao estilo do pai, e seu irmão, Johann Christian Bach, que teve mais tarde influência sobre Mozart e foi o fundador da primeira empresa para organizar concertos acessíveis ao grande público, também manifestou exteriormente o abandono das convicções paternas: converteu-se ao catolicismo romano. Nos séculos XVII e XVIII, chamavam-se câmaras os aposentos do príncipe e de mecenas aristocráticos, onde se executava música instrumental profana, em oposição à música sacra, executada na igreja. A sinfonia, confiada a orquestras maiores, logo passou às salas de concerto. Com o declínio do mecenato aristocrático, porém, a música de câmara, quando não executada domesticamente, por amadores, também se destinou a um público mais amplo. De suas origens históricas, a obra de câmara guardou a intimidade aristocrática. A partir da segunda metade do século XVIII, define-se como música instrumental com número limitado de executantes e para audição em salas menores. Também é aceita a expressão "canto camerístico", porque o Lied tradicional exige apenas a voz e o piano. As formas mais simples são as duo-sonatas, para instrumento de cordas acompanhado por instrumento de teclas. É habitualmente atribuída a Haydn a criação da moderna música de câmara e da sinfonia em sua estrutura definitiva, gênero em que deixou mais de cem composições. Introduziu a forma sonata em todos os gêneros da música camerística e aboliu o baixo contínuo. De sua obra imensa fazem parte ainda mais de oitenta quartetos de corda e mais de cinqüenta sonatas para piano. Mozart, menino-prodígio cujo genial espírito criativo se apagou prematuramente aos 35 anos, representou ao lado de Haydn o classicismo vienense, arquétipo da época. Cultivou todos os gêneros da época com êxito incomparável. Compôs quarenta sinfonias, numerosas sonatas, quartetos de corda e concertos para instrumentos solistas -- sobretudo para piano -- que se tornaram modelos de inspiração e perfeição formal. O mesmo se pode dizer de sua música vocal. Entre suas óperas, sobressaem Don Giovanni (1787) e Die Zauberflöte (1791; A flauta mágica); e, entre suas várias missas, o Réquiem (1791). Ainda assim, o classicismo distinguiu-se sobretudo pela preponderância da obra instrumental e de composição simples sobre as peças litúrgicas e dramáticas. Revolução e romantismo. Beethoven fez estampar-se em sua música o período revolucionário que sacudiu a Europa a partir da derrubada da dinastia Bourbon na França, em 1789. Rebelde por natureza, soube dotar suas composições da força e dramaticidade de que careciam grande parte das peças clássicas, ao mesmo tempo em que utilizava novidades harmônicas de audácia extraordinária. Nos movimentos românticos da primeira metade do século XIX impuseram-se três linhas paralelas de desenvolvimento: a música orquestral, já bastante diferente da composta para as orquestras de cordas do barroco, por incluir instrumentos de sopro, sobretudo nas peças sinfônicas; a música para um só instrumento, preferencialmente pianística; e a música vocal homófona. A tradição sinfônica iniciada por Beethoven prolongou-se nas obras de Schubert e Brahms, e manifestou-se de forma sugestiva nos trabalhos do francês Hector Berlioz, criador de um gênero batizado por Liszt de poema sinfônico e conhecido também como música programática -- obra instrumental, em geral uma sinfonia ou abertura, que pretende fazer sentir idéias extramusicais ligadas à ação dramática e cuja representação orquestral pode utilizar frases melódicas que simbolizam fatos ou personagens, bem como a imitação musical de certos ruídos. Para o piano — instrumento de toda uma geração de autores-intérpretes, como Chopin, Liszt e Schumann, que fizeram da individualidade um modo próprio de expressão — foi composto vasto repertório, de excelente nível artístico e de um enorme espectro de aceitação. AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 9 A ópera alemã, representada especialmente por Weber, rivalizou com as criações do italiano Rossini, cujas obras triunfaram efusivamente em Paris, uma vez mais o centro musical da Europa. A delicadeza e inspiração da música vocal romântica teve também brilhante expressão nas canções alemãs de Schubert, Schumann e Hugo Wolf. Wagner e wagnerismo. Por volta de 1850, Richard Wagner revolucionava os padrões da música instrumental e os conceitos e formas da ópera, convertida em drama musical de espetacular concepção. Estão presentes em sua obra alguns traços do espírito romântico, como a idéia da colaboração de todas as artes na "obra de arte total" (Gesamtkunstwerk) — aspiração já claramente manifesta por Hoffmann -- e a escolha de enredos lendários e míticos. Explicam-se assim suas atitudes francamente reacionárias contra a ideologia liberal da segunda metade do século XIX, época de industrialização e burguesia, e também sua aceitação final, pela burguesia de todos os países, como porta-voz dos desejos de um mundo mais poético. A última resistência foi de natureza estritamente musical, pois, ao levar o cromatismo típico da música romântica até as últimas conseqüências, Wagner chegou, em Tristan und Isolde (1859), às fronteiras do atonalismo. Nas obras posteriores, recuou. Em 1859, no entanto, começou, pelo menos como possibilidade, a música moderna. Seu estilo teve grandes detratores entre os partidários das formas suaves da ópera italiana, da qual Vincenzo Bellini e Giuseppe Verdi foram os principais representantes. Richard Strauss, no poema sinfônico e na ópera, como Anton Brucknere Gustav Mahler, nas sinfonias e Lieder, enriqueceram e deram continuidade às inovações wagnerianas. Transição ao século XX. A última etapa do século XIX caracterizou-se pelas correntes musicais nacionalistas que empregavam elementos folclóricos. Os russos Nikolai Rimski-Korsakov e Piotr Tchaikovski; os tchecos Bedrich Smetana e Antonín Dvorák; o norueguês Edvard Grieg; o finlandês Jean Sibelius; e os espanhóis Manuel de Falla e Isaac Albéniz, são exemplos significativos da abrangência mundial alcançada pelo fenômeno. As ousadias cromáticas de Wagner haviam chamado a atenção para os limites do sistema tonal. Na virada do século, estava em pleno curso uma verdadeira revolução na música ocidental, ainda mais contundente que as dramáticas transformações do início dos séculos XIV e XVII. As primeiras décadas tiveram, como marcos principais, o estabelecimento do impressionismo musical e suas derivações, na França; o prosseguimento do romantismo nas obras de compositores como o russo Serguei Rachmaninov; o desenvolvimento dos pós-nacionalismos de índole folclórica, entre os quais se distinguiu a figura genial e inovadora do húngaro Béla Bartók; a experimentação rítmica, levada às últimas conseqüências por Igor Stravinski; e o surgimento do dodecafonismo dos austríacos Arnold Schoenberg, Alban Berg e Anton von Webern. As normas de composição culta, desenvolvidas na Europa durante centenas de anos, generalizaram-se com o surgimento de escolas americanas e asiáticas. Impressionismo. Comparada à pintura "nebulosa e pontilhista" de Monet, a música de Debussy foi denominada impressionista por um crítico francês da década de 1910. Sua influência foi enorme, mas poucos compositores poderiam ser chamados seus discípulos. É mais exato falar em paralelismos, sobretudo no caso de Leos Janacek, mais velho que Debussy, mas que só muito mais tarde se tornou conhecido fora de seu país. Iniciou uma nova etapa na música tcheca, abandonando os ideais artísticos de Smetana e Dvorak, embora não o nacionalismo do primeiro. O pontilhismo da frase musical curta de Janacek explica-se pelas particularidades da língua tcheca e do folclore musical moraviano. Suas tonalidades estranhas são as do antigo canto litúrgico eslavo. Foi ardente nacionalista tcheco, assim como Debussy foi nacionalista francês, embora tão diferente seja o emprego das formas musicais e o socialismo humanitário do músico eslavo. O impressionismo despertou ideais nacionalistas também em músicos de outras nacionalidades e que não são considerados propriamente representantes desse movimento. O maior impressionista anglo-saxônico foi Frederick Delius e, entre os grandes nomes da música inglesa, destaca-se o do internacionalmente conhecido Benjamin Britten, um dos poucos compositores modernos que conseguiram conquistar o público, sobretudo por suas óperas. Erik Satie, amigo íntimo de Debussy por quase trinta anos, teve grande influência nos movimentos impressionista e neoclassicista, embora muitas vezes tenha ironizado a estética do impressionismo. Irreverente e muito ligado aos artistas plásticos, levou Apollinaire a usar a palavra surrealismo pela primeira vez, no programa do balé Parade (1917), da autoria de Satie, e que foi encenado com máquinas de escrever, sirenes, motores e uma roda lotérica. Suas últimas obras, totalmente sérias e para piano, são cinco noturnos, compostos em 1919. Atonalismo e dodecafonismo. Por volta de 1910, o compositor austríaco Arnold Schoenberg abandonou os tradicionais conceitos harmônicos de dissonância e consonância. As primeiras tentativas deliberadas de AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 10 sair do sistema tonal -- que se impusera definitivamente sobre o modalismo polifônico e dominara toda a produção musical dos séculos XVIII e XIX -- levaram ao atonalismo (etimologicamente, negação da tonalidade). Enquanto os sons, no sistema tonal, estão submetidos a uma rigorosa hierarquia, no atonalismo essa funcionalidade é completamente anulada. À destruição de um sentido musical, conferido pela tonalidade, seguiu-se a instauração de um outro, através do chamado dodecafonismo (ou serialismo), baseado na construção prévia de séries de 12 sons, cuja seqüência determina a estrutura da composição. Entre seus seguidores, representantes do expressionismo musical, sobressai o austríaco Alban Berg, que compôs duas óperas que revolucionaram o gênero, Wozzeck e Lulu (inacabada), e Anton von Webern, o mais radical e mais influente da escola, autor de obras extremamente sintéticas e inovadoras. Politonalismo. No processo de dissolução da tonalidade, o politonalismo -- emprego simultâneo, em uma composição musical, de tonalidades diferentes, recurso utilizado por compositores como Darius Milhaud, Richard Strauss, Manuel de Falla e Maurice Ravel -- foi a última renovação que ainda procurou resgatar o velho sistema. Os compositores politonais abriram as janelas para o jazz, para as músicas populares de todo o mundo e, no caso de Milhaud (o sistematizador do politonalismo), para a música popular brasileira. Sua permanência no Brasil em 1917, como secretário do então embaixador Paul Claudel, inspirou-lhe Le Boeuf sur le toit (1919; O boi sobre o telhado) e Saudades do Brasil (1920-1921), com citações de Ernesto Nazaré e outros compositores cariocas tratadas politonalmente. Neoclassicismo. Por volta de 1920 -- visando um retorno aos ideais estéticos do final do século XVIII e seguindo a liderança de Stravinski --, Hindemith, Bartók e Prokofiev, entre outros, inauguraram um período neoclássico marcado pela limitação do conteúdo emocional, simplificação do material sonoro, domínio técnico, e uma retomada do contraponto, em lugar dos recursos harmônicos e de instrumentação. O neoclassicismo foi a corrente dominante entre 1920 e a segunda guerra mundial e, nesse período, muitas das técnicas experimentais introduzidas durante a revolucionária segunda década do século foram gradualmente assimiladas ao vocabulário musical corrente. Ao mesmo tempo, a experimentação continuava, ao lado de um conservadorismo romântico e tenaz, enquanto o nacionalismo superava, em alguns países, o nível alcançado no século XIX. Depois da segunda guerra mundial, as duas correntes principais pareciam tender à fusão, pois os seguidores de Webern levaram a composição serial a um rigor tão extremo que sugeria o espírito clássico mais do que o expressionista. Logo depois Stravinski, decano do grupo neoclássico, começou a usar técnicas seriais. Desde essa época, além disso, o desenvolvimento da eletrônica oferecia novos recursos à experimentação musical. Música eletroacústica. Por volta de 1950, dois grupos começaram a fazer experimentos em música com o emprego de aparelhos elétricos e eletrônicos. Em Paris, o trabalho de Pierre Schaeffer foi chamado música concreta, por empregar sons preexistentes, derivados de fontes musicais, naturais ou mecânicas, que eram gravados em fita magnética, modificados eletronicamente e combinados de acordo com os propósitos do compositor. O grupo alemão de Colônia, liderado por Karlheinz Stockhausen, investigava formas mais puras de registro, e usava sons gerados eletricamente. As duas abordagens conservavam um elo com a música do passado: todos os sons tinham altura, intensidade, duração e timbre definidos. Os outros conceitos da organização musical foram descartados, inclusive a necessidade de um executante. Elaboradas diretamente em fita ou disco, tais composições precisam ser ouvidas por um equipamento elétrico ou eletrônico de som. Com o tempo a expressão "música eletroacústica" passou a designar qualquer tipo de composição destinada à fita magnéticapois, após as inúmeras transformações em estúdio, o som concreto "natural" de Schaeffer não se diferençava tanto assim do som eletrônico "artificial" de Stockhausen. Já se mostravam exemplos notáveis de música eletroacústica o Ballet mécanique, de George Antheil para piano e percussão, buzinas de automóveis e um motor de avião; e a obra Grammophonmusik, de Hindemith, resultado da superposição de várias gravações em rotações diferentes. Música aleatória. Um dos fatores determinantes da aleatoriedade na música foi a insuficiência do sistema tradicional de notação frente às novas necessidades da música serial. A complicada escrita do serialismo foi substituída por sistemas de notação aproximada. Pode-se dividir a conceituação do aleatório em três grandes grupos: música móvel, que permite a variação da ordem em que são apresentados os vários blocos da composição; música flexível, que, através da notação proporcional, suprime o compasso, dando lugar a variações rítmicas; e música aberta ou grafismo musical, onde é quase total a predominância do acaso, pela utilização de sinais completamente novos. Seu AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 11 representante mais notável é o americano John Cage, que influenciou a nova geração de músicos europeus com suas idéias, ligadas à filosofia oriental, de "destruir o consciente e deixar emergir as camadas inferiores do psiquismo em atos irracionais". Música popular no século XX. A invenção do fonógrafo ou gramofone, no final do século XIX, deu início a uma nova etapa na história da música. A partir da primeira guerra mundial houve grande crescimento da radiodifusão. O rádio teve dois efeitos importantes: aumentou a audiência de todos os tipos de música e facilitou o desenvolvimento de novas formas, como a música eletrônica. O surgimento de uma extensa e poderosa rede industrial fonográfica criou novas instituições, regras e hierarquias. A difusão em massa, além de interferir nos próprios processos de composição, execução, ensino e experimentação, validou socialmente formas musicais cujos processos de composição e execução escapavam com freqüência aos parâmetros consagrados pela antiga tradição da música culta. Como mediador entre o músico e a nova indústria, surgiu a figura do produtor musical. Assim como pode, às vezes, funcionar como parceiro dos músicos cultos na elaboração do material gravado, no campo da música popular o produtor assume freqüentemente o completo comando, quando os sons emitidos pelos intérpretes podem chegar a constituir apenas o material bruto sobre o qual o produtor trabalhará, por meio da introdução de sons artificiais, reverberação eletrônica e outros efeitos. Paradoxalmente, conforme o avanço tecnológico permitiu que a gravação fosse mais que mera imitação do desempenho ao vivo, os músicos populares começaram a levar complexos equipamentos eletrônicos às salas de concerto, para imitar o som de seus discos. 5 5 Enciclopédia Barsa. AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 12 Capítulo III TEORIA MUSICAL A Teoria Musical 6 é tida por muitos como uma coisa chata e difícil, mas quando compreendida torna-se fácil e muito interessante, pois nos fará entender, questionar, definir e escrever o que tocamos ou mesmo cantamos. A teoria musical pode ser lida e estudada em qualquer parte do mundo graças a sua padronização, quando a conhecemos e a dominamos, temos acesso a ilimitadas matérias para estudo. Definição Música é a arte de expressar nossos sentimentos através dos sons e a Teoria é o conjunto de conhecimentos que propõe explicar, elucidar e interpretar o que ocorre nesta atividade prática e é uma importante ferramenta na formação de conceito, metodologia de estudo, maneira de pensar e entender o que fazemos. É a parte científica do estudo da música. É bom saber que a Teoria só fará sentido se puder ser aplicada na prática, pois a teoria sem prática é como fé sem obras. Portanto, música, além da ciência dos sons, é Arte e Criatividade, e apesar de todo o conhecimento teórico, o som, princípio básico da existência da música, é gerado pela prática. Enfim, a prática e a teoria devem caminhar juntas. O SOM Como já disse anteriormente o princípio da música é o som, ele é produzido por movimentos de corpos vibratórios, que transmitem essa vibração para o ar (Ondas sonoras) que chegam aos nossos ouvidos que as interpretam diferenciando suas propriedades como: INTENSIDADE - É a propriedade do som ser fraco ou forte (dinâmica, volume). ALTURA - É a propriedade do som ser grave, médio ou Agudo. Sons Graves (baixos, mais grossos) Sons Agudos (altos, mais finos) TIMBRE - É a qualidade e característica particular que nos permite reconhecer sua origem. Exemplo: Podemos observar um cantor interpretando, cantando bem suave ou soltando a voz bem forte, isto é Intensidade. Cantando agudo (fino) como voz de mulher ou baixo (grosso), isto é Altura. Podemos identificar de quem é a voz pelas qualidades e características, isto é reconhecer o seu Timbre. A MÚSICA A Música é constituída por três elementos: RITMO - Elemento primordial e mais primitivo, é a divisão ordenada do tempo, a pulsação, a batida da música. Exemplo de instrumentos de ritmo: Instrumentos de Percussão (bateria, pandeiro, tamborim, etc.) MELODIA - É a sucessão de sons (uníssonos) em seqüência, repetindo ou variando tempo, altura e intensidade. Exemplo de instrumentos de melodia: Aqueles que tocam apenas uma nota por vez, como instrumentos de sopro (Saxofone, flauta, clarinete, oboé, etc.) e a própria voz humana. HARMONIA - Ë o conjunto de sons combinados simultaneamente, formando acordes. A Harmonia é a ciência da combinação dos sons, um assunto profundo que abordaremos mais adiante. Exemplo de instrumentos de harmonia: Todos aqueles que podem soar sons simultâneos (Piano, Violão, Orgãos, Harpa, etc.) Esta é apenas uma introdução com definições básicas e elementares para começarmos a ver cada assunto mais profundamente. Podemos dividir o estudo nas seguintes matérias: Notação Musical - Refere-se a parte gráfica, ou seja, a parte escrita da música, a qual dará base para anotarmos as outras partes. Rítmica - Estudo da duração dos sons (divisão do tempo na música). 6 Márcio Cintra AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 13 Solfejo - Estudado através da percepção do som, vocalizando as notas em sua altura e valor (tempo) de acordo com as indicações do compasso e do ritmo. Harmonia - Estudo das tonalidades, formação e encadeamento de acordes. I. PAUTAS, NOTAS E CLAVES PAUTA MUSICAL OU PENTAGRAMA A Pauta Musical ou Pentagrama é a estrutura usada para o notação musical, constituída pelo conjunto de cinco linhas paralelas e eqüidistantes formando entre si quatro espaços. As linhas e espaços são contados de baixo para cima. São nestas linhas e espaços que escreveremos as notas dos sons musicais. Linhas e Espaços Suplementares Apenas a Pauta Musical com suas cinco linhas e quatro espaços não suficientes para anotar todos os sons nas várias alturas,por isso usamos linhas e espaços adicionais. As linhas suplementares só aparecem quando necessário. Notas Musicais Notas são as anotações dos sons por meio de pequenos cículos (bolinhas) escritas na Pauta. Os nomes das notas são: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si. As notas se organizam em ordem gradual de altura (Escala), tanto na ordem ascendente ou descendente. Ordem ascendente - subindo - ficando mais agudo (alto) Ordem descendente - descendo - ficando mais grave (baixo) AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 14 As notas vão se repetindo em alturas diferentes por toda a extensão da escala do instrumento. CLAVES As notas são escritas nas linhas e espaços. Para convencionar o posicionamento delas na pauta usamos um sinal chamado Clave que se coloca no princípio da pauta. Existe Três tipos de claves: Clave de Sol A Clave de Sol nos determina que a nota sol está na segunda linha da pauta, portanto podemos definir o posicionamento de todas as outras notas, que estão dispostas em ordem, como vimos acima, sendo escritas nas linhas e espaços. A Clave de Sol é usada para os sons agudos. Sons de instrumentos anotados na Clave de Sol: violino, trompete, saxofone alto, flauta, oboé, clarinete, cavaquinho, violão, etc. Clave de Fá A Clave de Fá determina a localização da nota Fá, anotada na quarta ou terceira linha, sendo a primeira a mais usada. (Perceba que quando mudamos a clave mudamos o posicionamento das notas na pauta). Clave de Fá é usada para sons graves. Sons de instrumentos anotados na clave de Fá: contra-baixo, sax tenor, trombone, violoncelo, tuba, fagote, etc. Para se anotar os sons do piano é necessário o uso de duas claves. Veja exemplo abaixo, usando a Clave de Fá abaixo para os sons graves (das teclas da esquerda) e acima a Clave de Sol para os sons agudos (das teclas da direita), tendo entre elas apenas uma linha suplementar que anota-se o Dó central: AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 15 Clave de Dó A Clave de Dó determina a localização da nota Dó, anotada na primeira, segunda, terceira e quarta linha. A mais usada é na terceira linha. A Clave de Dó é usada para sons médios. A Clave de Dó é de pouco uso. Anota-se nesta clave o som da viola. Apesar de algumas pessoas acharem que a clave de sol se parece com uma letra "s" invertida, ela é uma evolução da letra G, que representa também a nota sol, assim como a de Fá a letra F e a de Dó a letra C. II. O TEMPO NA MÚSICA —1 A MÚSICA E O TEMPO ESTÃO INTERLIGADOS O tempo na música é organizado através do Ritmo, com durações variáveis que dividem a música em padrões de sons e silêncios. Na nossa música, a ocidental, o Ritmo é o elemento primordial. Ele faz com que todos pensem na mesma forma, organizando as acentuações para a sincronia dos músicos. O tempo na música é tão importante que merece uma área de estudo exclusivo que é a Rítmica. O Ritmo é um elemento físico da música que põe todos na mesma sintonia e movimento. Sua unidade é o Pulso. A Pulsação é a ocorrência regular do ritmo no tempo um após outro, é a batida em intervalos determinados e constantes. 1 Pulsação = 1 Tempo = 1 Beat (em inglês) A velocidade da pulsação pode variar de música para música, umas são lentas outras mais rápidas. Essa velocidade é chamada de Andamento, que é medido em "batidas por minuto". Para determinar o andamento de uma música usamos um aparelho chamado Metrônomo. Ajustamos nele a velocidade em que queremos a pulsação (a batida). O uso do Metrônomo é indispensável no estudo rítmico. Com ele aprendemos e ser constantes no ritmo. Existe vários modelos de metrônomos, desde os mecânicos aos eletrônicos de quartzo. Veja alguns modelos abaixo: Na Música Clássica é dado nome aos andamentos conforme tabela abaixo: Nome do Andamento Quantidades de Pulsações por Minuto Para o Ajuste do Metrônomo (Em Batidas por Minuto) Largo Menos de 60 Larghetto Entre 60 a 65 Adagio Entre 66 a 75 Andante Entre 76 a 105 Moderato Entre 106 a 119 AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 16 Allegro Entre 120 a 170 Presto Entre 171 a 199 Prestissimo Acima de 200 III. O TEMPO NA MÚSICA —2 Notação Rítmica - Figuras ou ValoreS Para representar graficamente a duração do tempo dos sons (notas) ou silêncios (pausas) na música usamos sinais chamados Figuras ou Valores. As figuras são classificadas em dois tipos: Positivas Representam som (notas) Negativas Representam a interrupção do som (pausas) As figuras não possuem um valor (tempo) fixo, mas são proporcionais entre si. Veja como é a subdivisão proporcional entre as figuras: Número Representativo ou Símbolo Numérico das Figuras O Número Representativo equivale a proporção das figuras em relação a semibreve, tomada como unidade de valor das outras figuras. O Número Representativo será sempre o mesmo e servirá de símbolo da figura. Atenção: o Número Representativo não é o tempo. AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 17 Substituição de Colchetes por Barras Para facilitar a visualização e leitura, podemos substituir os colchetes por barras quando colcheias, semicolcheias, fusas e semifusas aparecem seguidamente. Exemplos: Ligadura Ligadura é uma linha curva que une duas ou mais notas de mesma altura, somando seus valores, ou seja, executa-se apenas a primeira nota prolongando-se de um valor para outro, podendo assim com esta soma, representar qualquer duração de tempo de uma nota necessária numa música. Usamos a ligadura apenas em figuras positivas. Exemplos: Ponto de Aumento Ponto de Aumento é um ponto colocado à direita da figura (positiva ou negativa) para aumentar a metade de seu valor. No caso de haver um ponto duplo será acrescentada a metade mais a quarta parte. Exemplos: Propriedade Divisíveis das Figuras Para podermos compreender melhor a relação proporcional das figuras devemos entender como elas se dividem. 1. Todas as figuras simples, ou seja, sem ponto de aumento, são divisíveis por 2. 2. Todas as figuras com um ponto de aumento são divisíveis por 3, resultando em figuras simples. 3. Todas as figuras com um ponto de aumento quando divisíveis por 2 resultarão em duas figuras pontuadas também. IV. O TEMPO NA MÚSICA —3 Compasso – Definições AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 18 Na música ocidental a forma em que contamos e dividimos o tempo é feita através do Compasso. Compasso é a divisão da música em séries regulares de tempo. Essas séries, ou seja, Compassos, podem ser de 2 tempos, 3 tempos, 4 tempos, 5 tempos, 7 tempos, 11 tempos, etc., masos mais usados são: de 2 tempos - Chamado de Compasso Binário de 3 tempos - Chamado de Compasso Ternário de 4 tempos - Chamado de Compasso Quaternário Como vimos anteriormente (aula 03) contamos o tempo na música através da pulsação que é constantes. O Compasso é identificado em uma determinada música pela pulsação dos tempos fracos e fortes. Veja abaixo como é a pulsação nos principais compassos: Compasso Binário - 2 Tempos Compasso Ternário - 3 Tempos Compasso Quaternário - 4 Tempos Como vimos acima o início de cada compasso se dará no tempo forte, que será o primeiro tempo. Desta maneira podemos identificar qual é o compasso de uma determinada música. Para isso devemos identificar o pulso e onde está o tempo forte, que será o início de cada compasso. A cada série de pulsações até a repetição novamente do tempo forte teremos um compasso e o número de pulsações contidas nesta série será o número de tempo de cada compasso. Veja exemplos abaixo: Obs.: Os traços representam a pulsação constante e os números os tempos do compasso. AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 19 É importante saber que as músicas nem sempre começam no tempo forte, podem começar antes ou mesmo depois do primeiro tempo, por isso é importante identificar onde está a acentuação e lá será o primeiro tempo do compasso como vimos no exemplo acima da música "Parabéns". V. O TEMPO NA MÚSICA — 4 Representação do compasso O Compasso é representado através de números em forma de fração que aparecem no início da música. Exemplo: Para podermos entender a representação do compasso precisamos lembrar dos Números Representativos ou Símbolos Numéricos (Aula 04). Veja abaixo os Números Representativos das figuras, incluindo as com o ponto de aumento: Lembre-se que o Número Representativo não é o Tempo das figuras é apenas a proporção delas em relação a semibreve e que este número servirá de símbolo na representação do compasso, por isso também recebe o nome de Símbolo Numérico. AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 20 Fórmula da Representação do Compasso O símbolo da representação do compasso é o resultado matemático da multiplicação do número de tempos do compasso com o número representativo da figura que será a Unidade de tempo(*) . (*) Unidade de tempo é a figura indicada na representação do compasso através de seu número representativo que valerá 1 tempo. Quando indicamos na representação do compasso o número representativo de uma figura estamos determinando que ela valerá 1 tempo, por isso a chamamos de unidade de tempo. Compassos Simples e Compassos compostos Compasso Simples é aquele em que a figura incada a valer um tempo (unidade de tempo) for uma figura simples, ou seja, não pontuada. Todas as figuras simples são divisíveis por 2 (Aula 04). Exemplo: Neste compasso binário (de dois tempos) a semínima valerá 1 tempo e assim proporcionalmente podemos calcular o tempo das outras figuras em relação a ela. Compasso composto é aquele em que a figura indicada a valer 1 tempo (unidade de tempo) for uma figura com um ponto de aumento . As figuras com um ponto de aumento são divisíveis por 3 (Aula 04). Exemplo: Neste compasso ternário (de três tempos) a semínima pontuada valerá 1 tempo, por isso este compasso é composto. Veja abaixo o tempo das figuras em relação a semínima pontuada como a unidade de tempo. AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 21 TONS, SEMITONS E SINAIS DE ALTERAÇÃO O intervalo ou distância entre dois sons é medida em Tons. No nosso padrão de música o Semitom é o menor intervalo entre dois sons e portanto um Tom é o intervalo formado por dois semitons. Uma Maneira fácil de visualizar o nosso sistema de notas musicais é através do teclado do piano, onde as teclas brancas são as notas naturais (Dó, Ré, Mi ,Fá, Sol, Lá e Si que vão se repetindo em alturas diferentes como vimos anteriormente) e as teclas pretas correspondem as notas alteradas que possuem os mesmos nomes acrescidos do Sinal de Alteração. O intervalo entre as notas, seguindo a escala (todas as teclas brancas e pretas), será de um semitom. No violão ou outros instrumentos de cordas dedilhadas que possuem trastes (aqueles ferrinhos que dividem as casas no braço do instrumento), cada casa equivale a um Semitom. Sinais de Alteração Os sinais de alteração servem para modificar a entoação das notas naturais (representadas pelas teclas brancas do piano), podendo ser elevadas ou abaixadas (saltando para as teclas pretas do piano que representam as notas alteradas). Na notação musical (pauta), os sinais de alteração são colocados antes da nota e na nossa escrita comum ou cifragem os sinais de alteração são colocados depois do nome da nota. Veja exemplo abaixo: Dó# Sib VI. CLASSIFICANDO OS TIPOS DE SEMITONS Um semitom pode ser Cromático ou Diatônico. Consideramos um semitom cromático quando a alteração é formada por notas do mesmo nome. Exemplo: Consideramos um semitom diatônico quando a alteração é formada por notas diferentes. Exemplo: AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 22 Como vimos na aula anterior, o semitom é o menor intervalo considerado entre dois sons na música ocidental, mas em outras culturas como na árabe ou indiana entre outras, o padrão interválico entre os sons são outros, podendo ser até menores que o nosso que é de 1 semitom. Estamos falando tanto em semitom, mas afinal no que realmente consiste isso? Na teoria o intervalo de 1 tom (2 semitons) são divididos em nove pequenas partes chamados comas. Exemplo: Quantos comas terá um semitom? Físicos através de cálculos matemáticos e da utilização de sofisticados aparelhos de acústica provaram que se um semitom for cromático ele possui 4 comas e se ele for diatônico terá 5 comas. Exemplo: Para igualar os semitons foi criado um sistema chamado Temperado, que considera 4,5 comas para cada semitom (cromático ou diatônico). Este sistema não representa nenhuma diferença perceptível a audição. Exemplo: Em instrumentos de sons fixos como o piano, violão, teclados, harpa, etc., é usada a afinação no sistema temperado, enquanto instrumentos como o violino, violoncelo, etc., que não possuem som fixo são chamados de instrumentos não temperados. VII. ESCALA MAIOR — 1 Quando falamos em escala maior ou menor (ou modo menor ou modo maior) referimos as escalas diatônicas. São elas que, na música ocidental, definem a tonalidade (sistema em que as notas predominantes numa música pertencem a uma escala maior ou uma menor e por isso tonalidade maior ou menor). A nota tônica dará o nome a tonalidade. Padrão da Escala Maior A escala maior possui o seguinte padrão interválico entre suas notas na ordem ascendente: Tom, Tom, Semitom, Tom, Tom, Tom, Semitom. Nesta série o ultimo som será arepetição do primeiro com a diferença de uma oitava acima. Exemplo: Escala de Dó Maior AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 23 A escala de Dó maior é tida como o modelo padrão, por conter em sua formação apenas notas naturais, ou seja, que não apresentam alteração (# ou b) em sua formação. Graus Os graus são números em algarismos romanos que representam a posição e nome dado a cada nota da escala. I. (primeiro grau) - Tônica II. (segundo grau) - Supertônica III. (terceiro grau) - Mediante IV. (quarto grau) - Subdominante V. (quinto grau) - Dominante VI. (sexto grau) - Superdominante VII. (sétimo grau) - Sensível VIII. (oitavo grau) - Tônica (oitavada) Todos as outras escalas maiores seguem o mesmo padrão interválico da de Dó Maior (T,T,S,T,T,T,S), partindo da nota que será a tônica e que dá o nome à escala. Exemplos: Escala de Sol maior Escala de Fá maior T = Tom S = Semitom Importante: Observe que não poderá haver repetição de notas na construção da escala, pois cada grau equivalerá a um nome. Por exemplo na escala de fá maior no intervalo de um semitom entre o terceiro e o quarto grau será: Lá e Si b e não Lá e Lá # (usando semitom diatônico e não semitom cromático). VIII. ESCALA MAIOR — 2 Os Tetracordes da Escala Maior Tetracorde é uma escala de quatro notas contidas no limite do quarto grau. Os tetracordes eram usados para construir melodias na música grega antiga. Existiam três tipos de tetracordes gregos: Diatônico, com intervalos de: Semitom - Tom - Tom Cromático, com intervalos de: Semitom - Semitom - Tom e meio Enarmônico, com intervalos de: Quarto de tom - Quarto de Tom - 2 tons AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 24 O tetracorde da escala maior é diferente daqueles usados na Grécia antiga e consiste nos seguintes intervalos: TOM - TOM - SEMITOM Exemplos: Tetracorde de Fá: Fá - Sol - Lá - Sib Tetracorde de Dó: Do - Ré - Mi - Fá Tetracorde de Sol: Sol - Lá - Si - Dó Tetracorde de Ré: Ré - Mi - Fá - Sol Tetracorde de Lá: Lá - Si - Dó# - Ré A escala maior é formada por dois tetracordes separados entre si por um tom, sendo o primeiro tetracorde da nota de I grau e o segundo tetracorde da nota de V grau. Exemplos: Escala de Dó Maior Para a construção do tetracorde seguimos as mesmas regras para a construção das escalas diatônicas, não havendo repetição do nome da nota e nem saltos para outra nota que seja a próxima da ordem gradual (exemplo: dó ré mi fá sol lá si dó ...). Veja abaixo o quadro com os tetracordes: Tetracorde de Dó Do Ré Mi Fá Tetracorde de Sol Sol Lá Si Dó Tetracorde de Ré Ré Mi Fá# Sol Tetracorde de Lá Lá Si Dó# Ré Tetracorde de Mi Mi Fá# Sol# Lá Tetracorde de Si Si Dó# Ré# Mi Tetracorde de Fá # Fá# Sol# Lá# Si Tetracorde de Dó # Dó# Ré# Mi# Fá# Tetracorde de Sol # Sol# Lá# Si# Dó# Tetracorde de Ré # Ré# Mi# Fá x Sol# Tetracorde de Fá Fá Sol Lá Sib Tetracorde de Si b Sib Dó Ré Mib Tetracorde de Mi b Mib Fá Sol Láb Tetracorde de Lá b Láb Sib Dó Réb Tetracorde de Ré b Réb Mib Fá Solb Tetracorde de Sol b Solb Láb Sib Dób Tetracorde de Dó b Dób Réb Mib Fáb Tetracorde de Fá b Fáb Solb Láb Sibb AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 25 Tetracorde de Si bb Sibb Dób Réb Mibb É importante a compreensão dos tetracordes, que consistem em um fragmento da escala maior, para podermos entender as relação entre as tonalidades e as progressões interválicas entre elas que veremos a seguir. IX. ESCALA MAIOR — 3 Seqüência de Tetracordes Como vimos na aula anterior o que chamamos de tetracorde é a seqüência de quatro notas em intervalos de Tom, Tom e Semitom. A seqüência de tetracordes é a conexão em escala entre eles, como ocorre na escala maior, onde existem dois tetracordes em seqüência, separados um do outro em um tom. Considerando o conexão central entre os tetracordes de Dó e Sol, que são os únicos que não possuem nenhuma alteração (# e b), a partir daí podemos começar a construir uma seqüência de tetracordes ascendentes e descendentes. Esta aula será importante para podermos entender e criar conceito das relações entre as tonalidades, por isso será importante uma boa compreenção para dar seqüência às próximas aulas. Exercício Partindo do exemplo abaixo construa uma sequencia usando todos os tetracordes relacionados na tabela da aula anterior. Lembre-se sempre que os intervalos entre as notas do tetracorde são de: tom- tom-semitom e que a regra é não repetir e nem pular notas e a conexão entre os tetracordes é de um tom. Exemplo: Mib Fa Sol Lab Sib Do Re Mib Fa Sol La Sib Do Re Mi Fa Sol La Si Do Re Mi Fa# Sol La Si Do# Re Mi Fa# Sol# La# ... * As observações que devem ser feitas: 1. *A conexão entre o tetracorde de Dó e Sol será considerado o ponto central de equilíbrio (os dois são os únicos que não apresentam acidentes) porque todos as tetracordes na seqüência ascendente vão apresentar acidentes sustenidos e todos os tetracordes na seqüência descendentes irão apresentar acidentes bemóis. 2. A seqüência dos tetracordes forma a seguinte progressão: => Fab=> Dob=> Solb=> Reb=> Lab=> Mib=> Sib=> Fa=> Do=> Sol=> Re=> La=> Mi=> Si=> Fa#=> Do#=> Sol#=> Obs.: Procure decorar esta progressão que ela será muito importante para a os próximos estudos. 3. A cada seqüência de dois tetracordes teremos uma escala diatônica maior e que um tetracorde é compartilhado por duas escalas. Por exemplo: A escala de Dó Maior é formada pelo segundo tetracorde de Fá Maior e pelo primeiro tetracorde de Sol Maior, compartilhando estes tetracordes entre elas na seqüência, assim como a escala de Ré Maior é formada pelo segundo tetracorde de Sol maior e pelo primeiro tetracorde de Lá Maior. Desta maneira as escalas vão se conectando. Veja exemplo abaixo: AArrtteess MMuussiiccaaiiss ee OOffiicciinnaass II nn ss tt ii tt uu tt oo dd ee FF oo rr mm aa çç ãã oo ee EE dd uu cc aa çç ãã oo TT ee oo ll óó gg ii cc aa –– ww ww ww .. ii ff ee tt ee .. ee dd uu .. bb rr 26 Capítulo IV MÚSICA CORAL Interpretada por cerca de cinqüenta ou sessenta vozes nas abadias e capelas reais da Idade Média, a música coral viveu momentos de grandiosidade nos festivais Haendel realizados em Londres em meados do século XIX, quando grupos de até três mil cantores se apresentavam no palácio de Cristal. Música coral é o conjunto de composições para execução vocal compostas para serem cantadas por um número variável de vozes, sem acompanhamento instrumental (a capela) ou acompanhadas por instrumentos. O coro, conjunto de intérpretes da música coral, tem como objetivo principal atingir uma perfeita homogeneidade e equilíbrio quanto ao volume e timbre das vozes. Os coros podem ser mistos (formados por cantores de sexos e idades diferentes)
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