Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS para CORRETORAS DE SEGUROS Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele, sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola. REALIZAÇÃO ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO ASSESSORIA TÉCNICA DÉBORA REGINA TIMONI – 2019 JOSÉ ANTÔNIO MENEZES VARANDA – 2011 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DE PLANEJAMENTO E ESCOLA VIRTUAL PICTORAMA DESIGN RIO DE JANEIRO 2019 4ª EDIÇÃO E73p Escola De Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. Procedimentos operacionais para corretores de seguros / Supervisão e coordenação metodológica da Diretoria de Ensino Técnico; assessoria técnica de Débora Regina Timoni. -- 4. ed. -- Rio de Janeiro : ENS, 2019. 52 p. ; 28 cm 1. Corretores de seguros – Administração. 2. Corretores de seguros – Operacionalização. I. Timoni, Débora Regina. II. Título. 0019-2397 CDU 368:658.11(072) A Escola de Negócios e Seguros promove, desde 1971, diver sas iniciativas no âmbito educacional, que contribuem para um mercado de seguros, previdência complementar, capitali zação e resseguro cada vez mais qualificado. Principal provedora de serviços voltados à educação continuada para pro fissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem sólida trajetória acadêmica. A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a competitivi dade é cada vez maior. Seja bemvindo à Escola de Negócios e Seguros. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS 1. NOÇÕES DE ÉTICA PROFISSIONAL 1 VALORES, MORAL E ÉTICA 2 O QUE É ÉTICA PROFISSIONAL? 4 CÓDIGOS DE CONDUTA E PROGRAMAS DE ÉTICA NAS EMPRESAS 4 A ÉTICA E O AMBIENTE DE NEGÓCIOS 6 A ÉTICA NA TOMADA DE DECISÃO E NOS NEGÓCIOS 8 CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA PROFISSIONAL 10 NOÇÕES BÁSICAS DE COMPORTAMENTO NO TRABALHO 11 2. ATENDIMENTO E RESPONSABILIDADE CIVIL PROFISSIONAL 15 ATENDIMENTO – CANAIS DE COMUNICAÇÃO 16 CANAIS DE COMUNICAÇÃO OFF-LINE COM O CLIENTE 16 Canal: Telefone 17 CONTATO COM O CLIENTE E COM AS SEGURADORAS AO TELEFONE 18 Canal: NPS 18 Canal: SMS 19 CANAIS DIGITAIS (ON-LINE) PARA COMUNICAÇÃO COM O CLIENTE 19 Canal digital: E-mail 20 Canal digital: Aplicativos de mensagens – WhatsApp 21 Canal digital: Redes sociais 21 Canal digital: NPS via formulário on-line 22 Canal digital: Site 22 SUMÁRIO INTERATIVO PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS 5 ATENDIMENTO NA CORRETORA 23 INTER-RELACIONAMENTO FUNCIONAL 24 RESPONSABILIDADE CIVIL PROFISSIONAL 25 3. PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS 30 MAPEAMENTO DE PROCESSOS 31 LINGUAGEM FORMAL E INFORMAL FORMAS USUAIS DE COMUNICAÇÃO 32 PRINCIPAIS ORIENTAÇÕES AO CLIENTE 33 CONTROLES INTERNOS E GUARDA DE DOCUMENTOS 34 Procedimentos em Caso de Sinistro 35 SEGURO DE AUTOMÓVEL 36 SEGUROS DE PESSOAS 37 SEGUROS DE TRANSPORTES 38 ANEXOS 40 Anexo 1 40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 46 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS 1 UNIDADE 1 ■ Compreender os conceitos de valores, moral e ética. ■ Entender o que é ética profissional. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ■ Aplicar um comportamento ético no ambiente de trabalho. TÓPICOS DESTA UNIDADE VALORES, MORAL E ÉTICA O QUE É ÉTICA PROFISSIONAL? CÓDIGOS DE CONDUTA E PROGRAMAS DE ÉTICA NAS EMPRESAS A ÉTICA E O AMBIENTE DE NEGÓCIOS A ÉTICA NA TOMADA DE DECISÃO E NOS NEGÓCIOS NOÇÕES BÁSICAS DE COMPORTAMENTO NO TRABALHO 01 NOÇÕES de ÉTICA PROFISSIONAL PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS 2 UNIDADE 1 Na atividade empresarial, é extremamente importante entender o que é ética profissional e adotar postura compatível com a função exercida den tro da empresa em que se trabalha. Para tanto, é necessário conceituar “valores”, “moral” e “ética”. VALORES, MORAL E ÉTICA A escritora Márcia Botelho Fagundes, em seu livro Aprendendo valores éticos, defende o princípio que “A primeira intenção de todo ser vivo é manterse, mas para nós não é suficiente a mera sobrevivência apoiada em conhecimentos sobre o mundo: é fundamental que a vida valha a pena. Um dos produtos ideais da cultura são os valores”. Os valores são como uma “moldura” da existência individual e coletiva do ser humano na sociedade e são utilizados para educar as novas gerações com conhecimentos e conceitos. Valores são, portanto, os fatores que afetam e norteiam a existência humana e que sofrem mutações através do conhecimento e da criação de barreiras de preconceitos, que mudam porque os seres humanos modificam confor me o avanço das ciências e a repercussão no modo de viver da sociedade. Os valores e o conhecimento não têm existência autônoma e dependem, para realizarse, de pessoas inteligentes que os elaborem, atribuindolhes significados expressos por meio de atitudes no cotidiano. Valores e conhecimentos são construídos a partir de um indivíduo, sendo, entretanto, sua construção resultado de uma ação da sociedade em geral. 3 UNIDADE 1 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS Muitos são os valores e conhecimentos que atendem aos interesses dos grupos sociais dominantes econômica e politicamente na sociedade, para dar legitimidade às suas ações, e tais conceitos de valores são difundidos como se fossem de todas as categorias sociais. As sociedades modernas se caracterizam por uma grande variedade de valores e, consequentemente, por divergências, muitas vezes, extrema mente profundas. Conflitos de valores contribuem para gerar problemas sociais. De um lado, porque existem diversas definições acerca do que é melhor para a vida em sociedade, e, de outro, porque os próprios valo res geram confusão e estimulam desvios de conduta (apud SCURO, Neto Pedro. Sociologia Ativa e Didática. SP: Saraiva, 2003, p. 108). Existem muitas maneiras de se educar na formação de valores como: ■ podem ser socializados através de hábitos e de forma repetitiva; ■ são assimilados no convívio familiar, grupal e social; e ■ são convicções, premissas de foro íntimo, que permitem deixálos crescer, florescer e desenvolver. Valores morais, éticos, são tão antigos quanto a própria história da humani dade. A luta entre o bem e o mal está presente no imaginário popular como tema em todas as culturas e civilizações. Hoje em dia, muito se utiliza esta palavra: ética. Mas será que sabemos o que ela significa? Primeiramente, pensemos nos valores que aprendemos em nossa famí lia, em nossa comunidade. São valores e crenças que distinguem entre o comportamento certo e o errado, entre o que se deve ou não se deve fazer, entre o aceitável e o não aceitável para a comunidade e a sociedade. Esses valores, agrupados em um sistema, correspondem à moral. Portanto, moral é uma doutrina ou sistema de conduta que está relaciona da aos princípios de certo e errado no comportamento do indivíduo, grupo ou sociedade, nas suas ações e pensamentos cotidianos. A moral está associada a um conjunto de valores e regras de comportamento aceitável esperado, um código de conduta adotado por determinado grupo ou cole tividade (Carroll, 1996; Srour, 2000; Mott, 2001). Já a ética diz respeito à disciplina teórica, ao estudo sistemático desses comportamentos. É, portanto, a disciplina que lida com o que é bom e mau, e com os deveres e obrigações morais. Os sistemas de ética são conjuntos de regras de comportamento aceitável, de princípios e valores morais nos quais as relações humanas são baseadas(Carroll, 1996; Srour, 2000; Mott, 2001). 4 UNIDADE 1 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS O QUE É ÉTICA PROFISSIONAL? Tanto a moral como o Direito baseiamse em regras que visam estabelecer uma certa previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, diferenciamse. A moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de garantir o seu bemviver. A moral independe das fronteiras geo gráficas e garante uma identidade entre pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam um mesmo referencial moral comum. O Direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado. A ética é o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto, adequado ou inadequado. Um dos objetivos da ética é a busca de justificativas para as regras propostas pela moral e pelo Direito. Ela é diferente de ambos – moral e Direito – pois não estabelece regras. A escolha por uma profissão é optativa, mas ao escolhêla o conjunto de deveres profissionais passa a ser obrigatório. Geralmente, quando se é jovem, escolhese a carreira sem conhecer o conjunto de deveres que se está prestes a assumir, tornandose parte daquela categoria escolhida. Toda a fase de formação profissional, o aprendizado das competências e habilidades referentes à prática específica numa determinada área devem incluir a reflexão desde antes do início dos estágios práticos. Ao completar a formação em nível superior, a pessoa faz um juramento, que significa sua adesão e comprometimento com a categoria profissional onde formalmen te ingressa. Isso caracteriza o aspecto moral da chamada ética profissional: essa adesão voluntária a um conjunto de regras estabelecidas como sendo as mais adequadas para o seu exercício. CÓDIGOS DE CONDUTA E PROGRAMAS DE ÉTICA NAS EMPRESAS Como uma forma de definir seus valores e como se comportar frente aos diver sos públicos, as empresas passaram a definir Códigos de Conduta Ética. O Código de Ética é definido como qualquer documento da organização que introduza valores de integridade ética para guiar e modelar o comportamento e a tomada de decisão ética por parte dos funcionários (Paine, 1994; ERC, 2001). 5 UNIDADE 1 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS Mas não basta uma organização possuir um Código de Ética para que passe a adotar, de um dia para o outro, comportamentos éticos nas suas relações com os vários públicos: é preciso, primeiro, que os indivíduos que compõem a organização entendam os valores que a organização deseja que eles adotem; que discutam e reflitam juntos sobre as questões que esses indivíduos possuem no seu dia a dia de trabalho; que a organização faça com que os comportamentos desejados sejam incorporados pelos funcionários. Para que isso ocorra, é necessário um Programa de Ética, com vários instrumentos que disseminem seu conteúdo, que debatam as questões éticas, que auxiliem no entendimento das posturas éticas nas atividades da empresa e façam os valores éticos serem incorporados ao cotidiano da empresa. Portanto, cabe reforçar que um Código de Ética, sozinho, não constrói uma empresa ética. É preciso que o Programa de Ética seja formado por: Treinamento ético Para dar a conhecer o conteúdo do código e os dilemas existentes na empresa; Canais de comunicação Para que dúvidas e dilemas sejam explicados e discutidos, e con dutas não éticas sejam informadas; Mecanismos de reforço (ou sistemas de recompensas) e sistemas de punição As condutas e comportamentos valorizados pela empresa devem ser reconhecidos e premiados através de elogio formal, reconhe cimento público, premiação e até promoção dos funcionários que possuem as posturas éticas que refletem os valores adequados à organização; e Liderança ética O líder serve de exemplo por possuir comportamento ilibado e coerente, justo e isento, frente a todas as situações de trabalho diárias. É o líder que, a cada situação de dilema e conflito, questio na novamente qual a atitude correta a ser adotada, baseandose fortemente na sua moral pessoal e tendo como pano de fundo a ética da virtude, da integridade e bom senso. 6 UNIDADE 1 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS A ÉTICA E O AMBIENTE DE NEGÓCIOS Todas as empresas e organizações estão inseridas em uma sociedade, onde adotam comportamentos cada vez mais competitivos em escala global. E dentro da sociedade, diversos grupos se relacionam com a empresa e nela têm interesses legítimos. Esses grupos são: os funcionários, a alta direção, os acionistas; e também os fornecedores e parceiros, os consumidores e clien tes, o governo, os concorrentes, além da própria comunidade onde a empresa está inserida, a sociedade em geral e, por exemplo, o meio ambiente. Esses grupos são chamados de stakeholders: ou seja, “qualquer grupo ou indivíduo que pode afetar ou ser afetado pelo alcance da organização” (Freeman, 1984) ou “indivíduos ou grupos com o qual o negócio interage, que têm um claro interesse na organização” (Carroll, 1996). Todos esses grupos possuem interesses próprios na organização. Por exemplo: a sobrevivência da empresa (para os funcionários, alta direção e fornecedores); geração de emprego e ativação da economia (para a comu nidade e sociedade); salários justos e boas condições de salários (para os funcionários); lucratividade (para a alta direção, acionistas e governo); concorrência leal (para os concorrentes); produção limpa (para o meio ambiente) com qualidade, garantia e preço justo (para o consumidor). Porém, podemos perceber que os interesses de cada um dos diversos públicos podem conflitar entre si. É por causa desse conflito que surge a necessidade da ética nas organiza ções, nos negócios. A Ética é o instrumento que vai mediar as relações de conflito entre os grupos que possuem interesses legítimos na empresa, mas que são con flitantes. E o Código de Ética é o documento que vai definir quais são os valores que a empresa deve possuir e como devem ser as relações da empresa com cada um desses públicos. Essas relações devem ser mediadas por valores como isenção, integrida de, justiça, bom senso, transparência e respeito, para que se construa uma verdadeira relação ética entre as partes: ■ meio ambiente; ■ alta direção; ■ funcionários; ■ governo; ■ sociedade; ■ acionistas; 7 UNIDADE 1 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS ■ clientes; ■ fornecedores; ■ concorrentes; ■ comunidade; ■ parceiros; ■ stakeholder direto; e ■ stakeholder indireto. Entre as instituições que mais perderam a credibilidade figuram, sem dúvi da nenhuma, as empresas. Apesar de as pesquisas não especificarem as razões desse fato, é relativamente fácil apontar algumas das causas mais comumente alegadas: ■ corrupção (ativa e passiva); ■ conflitos de interesses; ■ marketing e publicidade desonestos; ■ lucros (excessivos; remessas, no caso das multinacionais); ■ sonegação; ■ má qualidade de produtos; ■ tratamento dos recursos humanos; ■ mau relacionamento com a comunidade; ■ poluição/tratamento do meio ambiente; e ■ falta de ética nas negociações (trabalhistas, comerciais ou outras). No momento em que o país se empenha na sua maior inserção no mundo industrializado, tais atitudes se tornam ainda mais evidentes, em contra posição aos esforços que vêm se desenvolvendo em outros países para a moralização da atividade empresarial. Na área de comércio exterior, por exemplo, as claras desvantagens leva das por grande parte dos exportadores brasileiros, não só em função dos produtos apresentados, mas principalmente por uma mentalidade inade quada para os mercados mundiais, são facilmente relacionadas às atitudes desprovidas de valores éticos. Por outro lado, o regime da livre iniciativa, como, aliás, a própria liberdade, é baseado em alguns valoresque devem estar solidamente ancorados na consciência da sociedade. Sem o respeito pela verdade, sem a prática da transparência nas relações entre parceiros, não poderá haver confiança. E sem a confiança mútua, a livre iniciativa é impraticável e a própria liber dade está em perigo. 8 UNIDADE 1 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS A ÉTICA NA TOMADA DE DECISÃO E NOS NEGÓCIOS No relacionamento e atuação diária com os seus vários stakeholders, as organizações e seus membros vivem diversas situações e dilemas que se constituem em questões éticas. O Programa e o Código de Ética têm o objetivo de estabelecer limites da atuação da empresa; estabelecer regras para questões éticas já conhecidas, tratadas no domínio da organização; e, de uma forma mais ampla, guiar e orientar o pensamento da organização na direção de uma conduta e comportamento éticos. Porém, nem sempre há uma resposta pronta sobre como agir em todas as situações. Por isso, o papel mais importante do Programa de Ética e da ética nas empresas é ser o orientador para a conduta ética da organiza- ção e estimular a comunicação e o diálogo entre as várias partes em conflito. Isto quer dizer que novos dilemas exigem espaço para novas dis cussões sobre os valores e condutas da organização e dos indivíduos que trabalham nela. O espectro de dilemas que cercam a organização é muito grande. Algumas questões éticas que impactam no dia a dia da organização e que devem ser tratadas pela organização e seus funcionários são expostas a seguir, sem nenhuma pretensão de ser uma relação definitiva ou de esgotar o assunto. Quanto ao Público Interno (Funcionários, Alta Gerência) • questões relativas ao ambiente de trabalho, como segurança e saúde, remuneração justa, privacidade, iguais oportunidades, não discriminação e a questão racial e de gênero na organização; • questões de assédio moral e exercício de poder; e • questões de pressão por resultados e maquiagem de resultados. Quanto aos Clientes e Consumidores • questões de práticas de negócios ilícitas, recebimento de pre sentes e de suborno; • questões de responsabilidade pelo produto, garantia e conse quências do seu uso (especialmente na indústria alimentícia, farmacêutica, automobilística e de brinquedos); • e questões de uso da propaganda e influência das mensagens para os consumidores. 9 UNIDADE 1 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS Quanto ao Governo • questões de práticas de negócios ilícitos, presentes e suborno, sonegação, contabilidade fria, lavagem de dinheiro; • questões de cumprimento às leis e regulamentações do gover no e do país; • e questões de monopólio e cartel, decorrente de abuso do poderio econômico. Quanto aos Concorrentes • questões de concorrência ilícita, cartel de preços; e • questões de concorrência desleal, prática de dumping, aquisi ção de informações internas (inside information). Quanto à Sociedade • questões de respeito à comunidade local, seus valores e cultura; e • questões de responsabilidade sobre a influência no desenvol vimento ou degradação socioeconômica da comunidade local. Quanto ao Meio Ambiente • questões de preservação/degradação dos recursos ambientais e de crescimento sustentável; • questões de emissão de poluentes, degradação da camada de ozônio e o aquecimento global; e • questões de manipulação de lixo tóxico, químico e não biodegra dável (como as pilhas e baterias de produtos eletrônicos, pneus de automóveis, garrafas PET etc.) e reciclagem de recursos. Mas nem todas as empresas possuem Códigos de Conduta Ética e nem todas as categorias profissionais possuem um Código de Conduta Ética Profissional. Assim, como agir em caso de questões e dilemas éticos no dia a dia? O funcionário pode se pautar pela conduta ética pessoal, de valores de justiça, bom senso e isenção, integridade e honestidade, somada com uma liderança ética que lhe sirva de modelo. O exemplo de uma chefia ou de um par que possua um comportamento profissional e ético ilibado, justo, isento, que busca o consenso entre as pessoas, pode ajudar na condução ética do próprio indivíduo. É importante lembrar que a ética nos negócios tem o objetivo de mediar as relações entre grupos e pessoas que possuem interesses confli- tantes na direção de um objetivo comum, de um acordo aceitável para ambas as partes: trabalhar para uma relação de ganha-ganha. 10 UNIDADE 1 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA PROFISSIONAL Várias categorias profissionais possuem seus próprios Códigos de Conduta Ética Profissional que são documentos que expressam a forma de atuar, os valores daquela categoria profissional, seus direitos e deveres no exercício da profissão, visando a auxiliar a conduta ética desses profissionais. Assim, corretores de seguros, contadores, médicos, advogados, correto res imobiliários, engenheiros e arquitetos, administradores, entre outros, possuem um código de ética próprio, que os ajuda a discernir o bom do mau profissional. Os Códigos de Conduta Profissional têm o objetivo de: ■ especificar a conduta ética, os deveres, direitos e proibições ao profissional no exercício da sua atividade; e ■ estabelecer as relações de conduta entre o profissional e os demais stakeholders: contratador de seu serviço ou empresa onde trabalha e profissionais ou empresas contratados. Em um Código de Ética Profissional, estão previstos a quem recorrer em caso de dilemas ou infrações ao Código, e possíveis sanções ou punições em caso de desvio grave de conduta. É apresentado no Anexo 1 o Código de Ética Profissional dos Corretores de Seguros elaborado pela FENACOR Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros. A adesão do corretor de seguros pessoa física ou da empresa corretora de seguros é voluntária. Contudo, quem subscrever o regulamento receberá um certificado de qualidade, que servirá para reforçar o bom conceito que o corretor já ostenta junto ao consumidor brasileiro. Cada estado terá um Comitê de Ética, que fará o julgamento em primeira instância das denúncias de irregularidades praticadas pelo corretor de sua jurisdição. Em segunda instância, o julgamento caberá ao Comitê de Ética da FENA COR. Depois desse segundo julgamento, se for o caso, a Federação irá encaminhar o resultado à SUSEP, que tem as condições legais para aplicar penalidades previstas na legislação. 11 UNIDADE 1 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS NOÇÕES BÁSICAS DE COMPORTAMENTO NO TRABALHO A empresa – entendida aqui no sentido coletivo que reúne todos os tipos e tamanhos de empresa – desde o momento de seu nascimento, adquire uma série de compromissos naturais em relação a diversos grupos exis tentes na sociedade. Classicamente, esses grupos são: ■ os proprietários, ou seja, sócios ou acionistas, pessoas físicas ou jurídicas; ■ os clientes, consumidores dos produtos da empresa; ■ os funcionários, homens ou mulheres, sindicalizados ou não, jovens ou velhos; ■ os fornecedores, pessoas físicas ou jurídicas, que suprem as necessidades de recursos da empresa; ■ as comunidades, pequenas ou grandes, em que a empresa se insere; e ■ o governo, em nível local, estadual ou federal. Cada um desses grupos tem uma expectativa em relação à empresa e os administradores são chamados, nas decisões que tomam a cada instante, a atender tais expectativas, em geral conflitantes, procurando manter um equilíbrio entre elas. O maior ou menor peso dado às diferentes expectativas e aos diferentes com promissos será evidentemente a formação do administrador. Em outras palavras, sua atitude será caracterizada pelas respostas dadas a perguntas como: ■ Que mudanças estão ocorrendo nas expectativas de cada grupo emrelação à empresa, que devam nos levar a tomar iniciativas a respeito de determinadas ações? ■ Nossa empresa, em particular, tem alguma responsabilidade direta nessas mudanças? ■ Qual impacto essas mudanças têm sobre a nossa organização e como vamos enfrentálo? ■ De que forma as mudanças que ocorrem na sociedade em geral podem ser reduzidas à dimensão de nossa empresa para que pos samos tratar delas com eficiência? ■ Quais são os problemas sociais que podemos enfrentar com maior efetividade? 12 UNIDADE 1 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS Por mais que o administrador procure isentarse e isentar a empresa do envolvimento nas grandes questões éticas do momento, na prática, isso se torna impossível. A ética se refere basicamente ao certo ou errado em nossa sociedade e a ética empresarial se concentra nesses mesmos dilemas a partir do ponto de vista do comportamento no mundo econômico. As questões do certo ou errado permeiam todas as discussões e todo o comportamento empresarial. A forma de resolver os conflitos de interesses entre os diversos grupos de compromissos e expectativas é altamente dependente da escala de valo res éticos que norteia as decisões. Além do desafio que representa o tratamento ético dessas questões, o administrador defrontase, ainda, com a importante tarefa de criar, na sua organização, um clima em que todos os que nela trabalham tomem deci sões, tendo em mente os compromissos da empresa e as expectativas dos diversos grupos sociais a ela ligados. O que estará em jogo não é somente a reputação e a imagem da empresa em si, mas da comunidade empresarial em geral. Aos olhos do público, hoje, o desempenho empresarial não é medido apenas pelo seu resultado financeiro ou econômico. A maneira como a empresa faz frente aos desafios de sua responsabilidade social, dos com promissos assumidos e das expectativas dos diversos grupos de que depende passa a ter uma importância cada vez maior. A credibilidade e a confiança que o público deposita numa determinada empresa, começam a tornarse – inclusive do ponto de vista econômico – determinantes do sucesso empresarial. O varredor de rua que se preocupa em limpar o canal de escoamento de água da chuva, o auxiliar de almoxarifado que verifica se não há umidade no local destinado para colocar caixas de alimentos, o médico cirurgião que confere as suturas nos tecidos internos antes de completar a cirurgia, a atendente do asilo que se preocupa com a limpeza de uma senhora ido sa após ir ao banheiro, o contador que impede uma fraude ou desfalque (ou que não maquia o balanço de uma empresa), o engenheiro que utiliza o material mais indicado para a construção de uma ponte, todos, estão agindo de forma eticamente correta em suas profissões, ao fazerem o que não é visto, ao fazerem aquilo que, alguém descobrindo, não saberá quem fez, mas que estão preocupados, mais do que com os deveres pro fissionais, com as pessoas. As leis de cada profissão são elaboradas com o objetivo de proteger os pro fissionais, a categoria como um todo e as pessoas que dependem daquele 13 UNIDADE 1 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS profissional, mas há muitos aspectos não previstos especificamente e que fazem parte do comprometimento do profissional em ser eticamente corre to, aquele que, independentemente de receber elogios, faz a coisa certa. Muitos processos éticodisciplinares abertos pela SUSEP acontecem por desconhecimento, negligência, imperícia, imprudência e atos ilícitos em geral, denunciados por clientes ou outras entidades que se sentem lesadas pelo não cumprimento por parte do corretor de seguros de suas atribuições profissionais. Assim, no trabalho, além do relacionamento interpessoal com os demais colegas, superiores, subordinados e clientes, é indispensável que o cor retor de seguros tenha competência técnica, aprimoramento constante, respeito às pessoas, confidencialidade, privacidade, tolerância, flexibi lidade, fidelidade, envolvimento, afetividade, correção de conduta, boas maneiras, relações genuínas com as pessoas (clientes ou não), responsa bilidade, e corresponder à confiança que lhe é depositada. Lembrese de que comportamento eticamente adequado e sucesso conti nuado são indissociáveis! Algumas perguntas podem guiálo na reflexão sobre se seu comportamen to é ético, até ela se tornar um hábito incorporado ao dia a dia. Você pode se perguntar sobre os deveres assumidos ao aceitar o trabalho como atendente em uma corretora de seguros, como está cumprindo suas responsabilidades, o que esperam dela na atividade, o que ela deve fazer, e como deve fazer, mesmo quando não há outra pessoa olhando ou conferindo. Pode perguntar a si mesmo: Estou sendo bom profissional? Estou agindo adequadamente? Realizo corretamente minha atividade? É fundamental ter sempre em mente que há uma série de atitudes que não estão descritas nos códigos de todas as profissões, mas que são comuns a todas as atividades que uma pessoa pode exercer. Atitudes de generosidade e cooperação no trabalho em equipe, mesmo quando a atividade é exercida solitariamente em uma sala, fazem parte de um conjunto maior de atividades que dependem do bom desempenho das suas. Uma postura proativa, ou seja, não ficar restrito apenas às tarefas que foram dadas a você, mas contribuir para o engrandecimento do trabalho, mesmo que ele seja temporário. Se sua tarefa na corretora de seguros é ordenar e arquivar os docu mentos recebidos, você pode se contentar em fazer estritamente a sua 14 UNIDADE 1 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS tarefa, mas você pode auxiliar seu colega de trabalho que encontrase com um volume maior de trabalho, visando ao melhor serviço prestado pela corretora. Você pode atender no balcão de informações de sua corretora, respon dendo estritamente ao que lhe foi perguntado, de forma fria, e estará cumprindo seu dever; mas se você se mostrar mais disponível, talvez sor rir, ser agradável, a maioria das pessoas que você atende também serão assim com você, e seu dia será muito melhor, além de provavelmente fidelizar seu cliente. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS 15 UNIDADE 2 ■ Conhecer diferentes métodos de atendimento com o cliente. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ■ Compreender as regras e responsabilidades do corretor de seguros. TÓPICOS DESTA UNIDADE ATENDIMENTO – CANAIS DE COMUNICAÇÃO CANAIS DE COMUNICAÇÃO COM O CLIENTE OFF-LINE CONTATO COM O CLIENTE E COM AS SEGURADORAS AO TELEFONE CANAIS DIGITAIS (ON-LINE) PARA COMUNICAÇÃO COM O CLIENTE ATENDIMENTO NA CORRETORA INTER-RELACIONAMENTO FUNCIONAL RESPONSABILIDADE CIVIL PROFISSIONAL ATENDIMENTO e RESPONSABILIDADE CIVIL PROFISSIONAL 02 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS 16 UNIDADE 2 ATENDIMENTO – CANAIS DE COMUNICAÇÃO Estar disponível para seus clientes em diferentes canais é importante para a comunicação e o relacionamento com a sua empresa. Ter uma comunicação com o cliente de forma contínua é uma prática muito importante no mercado atual. Com o surgimento de novas tecnologias, as possibilidades para isso são variadas. A intenção sempre deve ser oferecer ao cliente acesso pelos vários meios de comunicação que permitam oferecer um atendimento rápido, eficiente e humanizado. Existem métodos on-line e off-line de atendimento, que podem ser utilizados de acordo com o produto, objetivo, tipo de cliente e disponibilidade técnica. CANAIS DE COMUNICAÇÃO OFF-LINE COM O CLIENTE Mesmo com os avanços tecnológicos, nem tudo é on-line atualmente. Os canais de comunicação off-line ainda têm grande valor no contato com os clientes. Uma estratégia de comunicação off-line pode ser considerada um canal de relacionamento mais humanizado. A relação com o consumidoré um pouco mais direta, proporcionando um contato mais humanizado e instantâneo. 17 UNIDADE 2 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS — Canal: Telefone O contato telefônico entre as empresas e o cliente é, hoje, um dos prin cipais instrumentos de aproximação entre ambos e, portanto, quando se atende ou se faz uma chamada telefônica, estáse transmitindo para quem atende uma imagem sua e de sua empresa. Algumas recomendações básicas devem ser observadas ao se falar ao telefone, como: ■ adotar um tom de voz adequado sem interrupções e num nível de audição necessário, sem exageros; ■ identificarse e à sua empresa, seguido de um cumprimento entu siástico (por exemplo: “bom dia!”); ■ tratar a pessoa pelo nome, evitando expressões que representam intimidade como “benzinho”, “querida”, “amor” e similares; ■ conversar com o cliente no seu ritmo, nem rápido nem devagar demais, com boa dicção e de forma clara e inteligível, certificandose que ele está entendendo e acompanhando a sua mensagem; e ■ evitar interromper o cliente enquanto ele está falando; contudo, demonstre que você está ouvindoo com atenção, anotando, sem pre que possível, os pontos mais importantes da conversa para que seja possível tomar as providências necessárias. Na conversação telefônica, os dois fatores mais importantes são a voz, que deve ser agradável, natural, clara, calma e num tom firme; e a atitude, que deve ser positiva e profissional, transmitindo confiança, honestidade e segurança. O atendimento telefônico deve respeitar o padrão de atendimento esta belecido para a sua corretora de seguros e, se possível, ao primeiro toque, evitando deixar o cliente esperando e demonstrando interesse no assunto que está sendo tratado. Demonstre estar entendendo a mensagem, seja objetivo e educado, pro cure entender a situação do cliente em casos em que ele demonstre a necessidade do apoio da corretora, como nos casos de sinistros. Evite atitudes que deponham contra a sua imagem e a da sua corretora como: ■ prometer retornar a ligação e não o fazer; ■ interromper o cliente para atender outro; ■ transferir a culpa para outras pessoas, ao detectar um erro; ■ solicitar ao cliente para retornar a ligação mais tarde quando a obrigação for da corretora de retornar o contato para transmitir a resposta solicitada; e ■ utilizar a expressão “não podemos fazer nada”. 18 UNIDADE 2 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS CONTATO COM O CLIENTE E COM AS SEGURADORAS AO TELEFONE O contato com o cliente ao telefone pode ser ativo, passivo ou misto. Se a sua corretora adota um sistema de telemarketing, para contatos com o cliente, uma das primeiras preocupações é com o equipamento telefô nico, que deve estar preparado com troncos suficientes para não haver congestionamentos de linhas. No contato passivo, geralmente o cliente já conhece os produtos ou serviços prestados pela sua corretora e deseja esclarecimentos ou infor mações sobre esses serviços, portanto, a corretora deve ter pessoas treinadas para prestar tais informações ou esclarecimentos. No telemarketing ativo, o objetivo da corretora é a busca do cliente; então, como não há o contato visual, a força da persuasão está no diálo go ao telefone, que deve ser dinâmico e objetivo. Em qualquer forma de contato telefônico, é indispensável o planejamento prévio com dados de qualidade, e não de quantidade, reduzindo o custo da ligação telefônica e aumentando os resultados. O responsável pelo contato com o cliente deve guiar e direcionar a conver sação sempre com o objetivo do fechamento do negócio ou agendamento de uma entrevista onde será possível detalhar melhor os benefícios ofere cidos pela corretora. Os contatos telefônicos com as seguradoras feitos pelas corretoras de seguro, geralmente, prendemse a pedidos de informações ou detalha mentos sobre coberturas de seguros, condições (cláusulas das apólices), tarifas, franquias e processos de sinistros. As regras de atendimento telefônico adotadas em contatos com os clien tes também devem ser seguidas nos contatos com as seguradoras. — Canal: NPS NPS é a sigla para Net Promoter Score, que é uma metodologia de ava liação de satisfação dos clientes. Esse método também pode te ajudar a identificar se os seus clientes recomendariam a sua empresa. Sua principal utilidade é descobrir como está o relacionamento entre os consumidores e as empresas. 19 UNIDADE 2 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS Essa metodologia utiliza notas de 0 a 10 para identificar o quanto os clientes estão satisfeitos e, consequentemente, se recomendariam a sua empresa. A partir disso, os consumidores são divididos em detratores, neutros ou promo tores, desta maneira: ■ detratores: dão nota de 0 a 6; ■ neutros: dão nota 7 ou 8; ■ promotores: dão nota 9 ou 10. O NPS, então, é calculado por meio da seguinte fórmula: NPS = % de promotores – % de detratores. É muito importante utilizar métodos como esse para demonstrar que você se importa com os clientes e que quer entregar para eles uma melhor experiência de compra. Via de regra, as empresas utilizam esta ferramenta após a conclusão de um atendimento, seja uma venda, um atendimento a sinistro, serviços de assistência 24 horas ou outras interações. Pode ser implantado através de uma empresa terceirizada ou mesmo inter namente, através de SMS, telefone ou email. — Canal: SMS Muitos não acreditam no potencial do envio de SMS (short message servisse), principalmente por conta dos aplicativos de mensagens. Porém, esse canal de comunicação é uma das melhores formas de con tato com os clientes para informações mais simples, tais como aviso de vencimento de parcelas, de renovação de seguro, de envio de emails, ou mesmo para as datas comemorativas profissionais e de aniversário. É importante lembrar que o envio de SMS não precisa de conexão à inter net e pode ser recebido por qualquer tipo de celular. Muitos sistemas de gerenciamento permitem o envio de SMS de forma programada e automática, sem intervenção humana. CANAIS DIGITAIS (ON-LINE) PARA COMUNICAÇÃO COM O CLIENTE Os canais de comunicação digitais têm crescido cada vez mais e as empresas que não se adaptarem a eles certamente serão prejudicadas. 20 UNIDADE 2 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS Há diversos formatos e vamos abordar aqui os mais presentes no dia a dia da corretora de seguros. — Canal digital: E-mail Muitos acreditavam que o email ia perder força com a chegada das redes sociais e dos aplicativos de mensagens. No entanto, não foi bem assim que aconteceu. Numa corretora de seguros, uma das vantagens do uso do email é que ele documenta oficialmente toda comunicação com o cliente, além de ser o meio mais efetivo para o envio de anexos, como orçamentos, propostas, formulários e documentos em geral. O email também pode ser usado para comunicar uma campanha de vendas e divulgar produtos. Para uma campanha mais efetiva, você precisa criar as suas segmentações e disparar a mensagem para grupos específicos. Men sagens em massa para toda a base também são possíveis e costumam ser usadas em comunicações que visam atingir o maior número de pessoas. É preciso ter cuidado para não se tornar inconveniente com o uso deste canal, pois uma grande quantidade de mensagens pode atrapalhar a expe riência do cliente com a empresa. Um aspecto importante é que, por ser uma forma de comunicação escri ta, é fundamental que sejam observadas as regras de escrita profissional, como a impessoalidade, a clareza, a concisão e a educação, para que a mensagem seja compreendida de maneira correta. Podemos citar alguns procedimentos que facilitam e melhoram este tipo de comunicação: ■ criar textospadrão para as várias situações corriqueiras de comu nicação, tais como envio de cotação, envio de apólice,aviso de renovação, comunicação de parcelas em atraso, entre outras; ■ primar pela educação e respeito, não esquecendo das “palavras mágicas” (obrigado, por favor, por gentileza...); ■ ter clareza e objetividade no campo “assunto”; ■ evitar textos longos demais, com palavras repetidas, layout confu so e sem clareza; ■ criar assinatura de email padronizada para todos os usuários, com os dados de contato, logomarca, links para redes sociais e site da corretora; ■ manter o corretor automático do sistema de emails ativado, atentan do para evitar erros gramaticais, de pontuação e de concordância; ■ revisar o texto antes de enviar, observando também a formatação. 21 UNIDADE 2 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS — Canal digital: Aplicativos de mensagens – WhatsApp Segundo uma pesquisa da Mobile Ecosystem Forum (MEF), 76% das pes soas com internet móvel no Brasil utilizam o WhatsApp, contra 64% que usa o Facebook Messenger e 36% que opta pelo SMS. Esses dados demonstram que a presença do aplicativo entre os consumidores é bastante significa tiva, o que representa o primeiro benefício desta opção de comunicação. Outra vantagem referese à facilidade dessa plataforma para comunicação. O cliente consegue se expressar de forma mais rápida e prática quanto às demandas que possui, enquanto o atendente também é beneficiado por essa facilidade, pois não fica preso em um atendimento por muito tempo e reduz as burocracias do contato. Há ainda o benefício do maior controle do setor de atendimento, facilitan do a identificação de demandas e reclamações recorrentes, número de contatos realizados e gestão da área, em geral. O primeiro cuidado que se deve ter ao iniciar o atendimento por esse canal é a linguagem que será utilizada. Ela deve seguir o mesmo padrão das demais comunicações, sem desvios por se tratar de um meio mais pessoal. Estabelecer uma política de comunicação pelo WhatsApp é fundamental para manter o bom senso em todos os contatos realizados por esse canal. Por exemplo, o cliente pode se sentir mais à vontade para mandar uma mensagem de madrugada, mas o atendente deve ter um horário espe cífico para realizar o atendimento. Porém, quando estiver dentro do seu horário de atendimento, ter agilidade é essencial. Outro aspecto importante ao adotar o WhatsApp para atendimento é que haja profissionalismo em todos os contatos realizados. Muitas vezes esse canal incentiva o cliente a ser mais espontâneo, dinâmico e até mesmo íntimo, sendo importante haver uma conduta preestabelecida de como agir nesses casos. — Canal digital: Redes sociais As redes sociais tiveram um crescimento muito grande nos últimos anos e se engana quem pensa que elas não são úteis para as empresas. Talvez a principal mudança que elas trouxeram na relação entre o cliente e a empresa foi no atendimento. Elas deram voz para os consumidores publicarem o que pensam sobre o seu negócio, o que pode ser positivo ou negativo. Garantem também maior agilidade, pois os clientes sabem que esse contato via redes sociais tende a ser rápido. 22 UNIDADE 2 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS O atendimento ao cliente que opta por utilizar este canal deve seguir o mesmo padrão dos demais, mas a corretora de seguros deve estar pre parada para responder tanto aos elogios como às críticas de maneira respeitosa e profissional, direcionando sempre que possível o atendimen to para o ambiente privado. As redes sociais também são utilizadas para divulgar suas ofertas, cam panhas, ações e encartes digitais. Para essa divulgação você pode optar por uma publicação orgânica para todos os seguidores da sua página ou pelas publicações pagas, sempre se preparando para dar suporte ao atendimento que decorrerá dessas publicações. — Canal digital: NPS via formulário on-line Segue exatamente a mesma metodologia do NPS off-line, mas com a facilidade de ser virtual. A proposta é extrair informações importantes sobre a relação da sua empresa com os clientes. Além disso, é fundamental para você identificar como os consumidores veem a sua marca no mercado. O NPS via formulário on-line pode inclusive ser um pouco mais completo que a sua outra versão. Além das notas, os seus clientes podem fazer observa ções ou proporem melhorias para a empresa em campos de texto abertos. Há empresas especializadas em avaliação e NPS, e há opção de criação de formulário próprio em plataformas gratuitas. — Canal digital: Site Os sites surgiram antes das redes sociais e também têm grande impor tância como um canal de comunicação digital. É imprescindível que o site da corretora de seguros apresente os dados mais importantes, como informações de localização, produtos que traba lha, seguradoras parceiras e formulários para contato. Estando disponível o contato on-line (chat) no site, é necessário que o recebimento de mensagens seja monitorado e respondido de forma efi ciente. Não devemos “esquecer” o cliente durante o atendimento, por ter que dar atenção a outra tarefa. 23 UNIDADE 2 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS ATENDIMENTO NA CORRETORA As regras da etiqueta corporativa são fundamentais no contato direto com o cliente em sua corretora ou em outro local acordado e até mesmo no trato com seus colegas de trabalho. A etiqueta corporativa é muito mais do que saber distinguir entre um garfo de salada e o do prato principal. Qualquer atitude que incomode as pessoas ao seu redor é considerada falta de modos. Exemplos: bater o telefone, falar alto, importunar seu colega ou o próprio cliente com conversas e perguntas o tempo todo, exagerar no perfume, esquecer do desodorante, entre outros. “Como os sinais de trânsito e os mapas rodoviários, o protocolo do escri tório nos protege de colidir com os outros, de magoar os sentimentos dos colegas ou de prejudicar a reputação da empresa”, diz Amy Vanderbilt, autora de O livro completo de etiqueta. A elegância abrange, ainda, a consideração e o respeito por clientes, subordinados, chefes e colegas e a disposição em ser agradável e gentil, sem, contudo, exageros. As pessoas podem ser bemeducadas, corteses e sociáveis ao mesmo tempo em que mantêm uma atitude positiva e simpática sem esquecer dos valores e princípios éticos de sua corretora. Se você é uma pessoa divertida, atenciosa, flexível e tolerante, pode estar certa de que muitos erros lhe serão perdoados. “Simpatia é fundamental em qualquer situação. É ela que aproxima as pessoas e torna a vida da gen te muito mais fácil”, diz Cláudia Matarazzo no livro Etiqueta sem frescura. A vida profissional exige uma etiqueta correta em inúmeras ocasiões – muitas delas, delicadas. De início, se você agendou com seu cliente um horário para o atendimento na corretora ou em outro local, a primeira providência é chegar ao local combinado com 15 ou 20 minutos de antecedência. Se você se atrasar, telefone logo que puder para comunicar o atraso. Nesse caso, a explicação deve ser breve e acompanhada de um pedido de desculpas. Se esperar para fazer isso quando chegar, terá dado ao cliente um tempo enorme para pensar mal de você e de sua corretora. Se o atendimento ao cliente for em sua corretora, convideo a sentarse, e, na hora dos cumprimentos, faça contato visual, sorria, dê um aperto de mão firme (mas não do tipo “quebranozes”) e inicie a conversa indagan do em que pode ajudálo. 24 UNIDADE 2 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS Para se sentir mais à vontade, acomodese bem para trás na cadeira e fique numa posição ereta, mas relaxada. Não fique balançando o pé nem passe a mão no rosto. Não fume nem faça observações negativas sobre sua corretora, seus pro dutos ou seus concorrentes. Usar as palavras com habilidade é essencial no mundo dos negócios. Evite cometer erros gramaticais, de pronúncia e de vocabulário, engolirpalavras e falar demais. A vestimenta também é um item importante. Evite trajes extravagantes, adereços exagerados, excessos de maquiagem e de bijuterias. É também um ato de cortesia oferecer ao cliente cafezinho e/ou água. INTER-RELACIONAMENTO FUNCIONAL Criar um bom relacionamento no trabalho só depende de você. Comece cumprimentando todos os seus colegas, do ascensorista ao pre sidente da empresa. O uso do “bom dia” e do “como vai? ” São alguns dos alicerces da constru ção de sua imagem profissional. É preciso cultivar o bom humor no cotidiano do trabalho. Mas sem exces sos. Uma boa forma de cometer gafes é contar piadas, pois você corre o risco de ser inadequado. Fazer fofocas e intrigas é outro grande pecado apontado pelo manual de etiqueta e, além de ser deselegante, pode aca bar revertendo contra você. Uma mesa organizada e limpa depõe a seu favor. Para sentar, postura ereta. No entanto, de nada adianta se você se jogar na cadeira em vez de sentar, deixando para pôr os pés sobre a mesa ou sobre outra cadeira em casa. Abandonar o celular na mesa e sair, deixando os colegas à mercê do toque insistente do celular, traz incômodo para todos. Desligueo ou leveo com você. Como nem tudo gira em torno de negócios, ao sentarse à mesa lembrese de que para fazer uma refeição exigese tranquilidade. Portanto, falar de 25 UNIDADE 2 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS negócios o tempo todo, além de ser uma atitude grosseira, irá trazer um resultado indigesto. Procure ajudar seus colegas de trabalho na realização de suas tarefas, lembrandose de que você faz parte de uma equipe. Quando algo não estiver correto, antes de procurar culpados, procure a solução para o problema e assim você estará contribuindo para o cresci mento de sua corretora, além de evitar eventuais prejuízos financeiros ou até mesmo a perda de clientes. RESPONSABILIDADE CIVIL PROFISSIONAL O advento do Código de Defesa do Consumidor e em especial o novo Código Civil Brasileiro, o qual reserva os artigos 722 a 729 para a correta gem em geral, estabeleceram regras que geram responsabilidades cada vez maiores para os corretores de seguros, complementando as regras específicas para os corretores de seguros estabelecidas pelo DecretoLei 73 de 21/11/1966. De acordo com o DecretoLei 73/66, o corretor de seguros é a pessoa física ou jurídica habilitada a angariar, promover e intermediar contratos de seguros entre seguradoras e quem desejar colocar seus bens sob garantia. Conforme consta do livro O corretor de seguros à luz do Novo Código Civil, editado pela FENACOR em 2003, cabe ao corretor de seguros exer cer, entre outras, as seguintes atividades: ■ realizar cotações dos prêmios securitários junto às seguradoras; ■ auxiliar o segurado no preenchimento das propostas de seguros privados; ■ protocolar a proposta de seguros nas sociedades seguradoras; ■ receber a apólice de seguro e remeter ao endereço do segurado, antes, porém, verificando se há alguma pendência contratual; ■ assessorar o segurado ao longo do período contratual; ■ manter contato com as seguradoras, na hipótese de ocorrência de sinistro; ■ realizar os pedidos de endossos e encaminhar as averbações emi tidas pelos segurados ao longo do período contratual. 26 UNIDADE 2 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS No exercício de suas atividades, o corretor de seguros sujeitase a res ponder civilmente perante aqueles a quem causar prejuízo, caso sua conduta se caracterize como culposa, por atos de imperícia, negligência ou imprudência, conforme preceitua o Código de Defesa do Consumidor e o citado DecretoLei 73/1966. Embora inexista relação de emprego entre corretor de seguros e segura dora, cabe ao corretor proceder toda a intermediação e negociação dos seguros, esclarecendo ao segurado os pontos obscuros, pressupondose que o corretor e a seguradora são profundos conhecedores do assunto e os segurados leigos. Por isso, cabe ao corretor de seguros assessorar o segurado de forma cabal, defendendo seus interesses junto aos seguradores. O corretor de seguros não é um mero intermediário na operação inicial da contratação do seguro; ao contrário, deve auxiliar o segurado durante todo o período de vigência do seguro. Nos casos de seguros contratados com a antecipação do prêmio do seguro recebido pelo corretor de seguros, este deve encaminhálo imediatamente à seguradora. Ressaltese que no aspecto do procedimento administrativo disciplinar, ori ginado de denúncia ou de representação, a legislação vigente determina que caberá responsabilidade profissional, perante a SUSEP, ao corretor de seguros que deixar de cumprir as leis, regulamentos e resoluções em vigor ou que der causa dolosa ou culposa e prejuízos às seguradoras ou aos segurados. Tanto em processos judiciais quanto em procedimentos administrativos, perante a SUSEP ou os PROCONs, os corretores de seguros vêm sendo acionados em decorrência de reclamações de segurados, separadamente ou em conjunto com seguradoras. Assim, recomendase que o corretor de seguros oriente sempre seus clientes, informandoos os detalhes da operação do seguro que deseja ou esteja contratando, descrevendo os riscos cobertos e excluídos, e ao entregar a relação desses riscos ao segurado, deve realizar por escrito e sob protocolo de recebimento. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, o seguro é considera do como serviço e, portanto, as normas nele citadas afetam a relação entre segurado, corretor e seguradora. Algumas das disposições mais importantes do Código de Defesa do Con sumidor aplicáveis ao seguro são as seguintes: 27 UNIDADE 2 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS ■ é direito básico do consumidor receber a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, inclusive quanto aos riscos que apresentem. Esse dispositivo garante ao segurado a informação precisa e completa sobre o seguro contratado ou em fase de contratação. Essa obrigação legal gera responsabilidade civil tanto para o segurador (informações corretas em seus pros pectos, folhetos, manuais, materiais de propaganda etc.) quanto para o corretor de seguros (informações corretas e precisas duran te a negociação, fechamento e vigência do contrato); ■ em ações judiciais fica a critério do juiz tomar ou não como verda deiras as afirmações do consumidor, transferindo o ônus da prova para o fornecedor (a seguradora); ■ a seguradora, seus agentes, corretores e prepostos são considera dos solidários na prestação de serviços. ■ é proibida a exigência de reciprocidade e/ou operações casadas realizadas por algumas seguradoras e corretoras; ■ é indispensável o acordo do segurado em caso de recálculos de prêmio que gerem aumentos ou perdas de direitos; ■ é vedado ao fornecedor de serviços deixar de fixar prazos para a prestação desses serviços ao consumidor; logo, deve constar da apólice o prazo para a seguradora liquidar sinistros, atualmente de 30 dias conforme regras da SUSEP; e ■ é necessário que o segurado tenha conhecimento prévio das cláu sulas do contrato e, se possível, deve constar o acordo escrito desse contrato nas propostas de seguro. Nesse caso, se o corretor de segu ros assina a proposta e não coleta o acordo tácito do segurado, assume todas as responsabilidades perante a seguradora e segurado. Para resguardar suas responsabilidades no exercício de sua profissão, recomendase que o corretor de seguros contrate um Seguro de Respon sabilidade Civil Profissional de Corretores de Seguro. Nesse seguro, definese corretor de seguros como sendo o intermediário – pessoa física ou jurídica – legalmente autorizado a angariar e a promo ver contratos de seguros entre as seguradoras e as pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, acompanhando o cliente e a seguradora em todas asfases e período de vigência do contrato. Algumas das principais formas de atribuição de responsabilidade civil ao corretor de seguros são: 28 UNIDADE 2 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS ■ o corretor esquece de entregar a proposta de seguro em tempo hábil na seguradora e poderá vir a ser responsabilizado em caso de sinistro; ■ o segurado deixa a cargo do corretor de seguros o pagamento das parcelas do prêmio de seu seguro e o corretor atrasa ou não efe tua o pagamento tempestivo do prêmio, gerando o cancelamento do contrato ou a perda de direitos em caso de sinistro; e ■ o corretor assume perante o segurado a responsabilidade de manter o capital segurado atualizado, mas não o faz, e, em caso de sinistro, o segurado o aciona, uma vez que a seguradora não pagará a indeniza ção correspondente à atualização de capital não realizada. Para atender às situações acima e outras, o Seguro de RC Profissional de Corretores de seguros estabelece como riscos cobertos: ■ as ações e/ou omissões inerentes à atividade de corretor de segu ros devidamente registrado na forma da lei, ficando a cobertura do seguro: » restrita à responsabilidade civil profissional do segurado, como consequência de qualquer ato de negligência, erro ou omissão decorrentes de seus serviços profissionais para com terceiros, de acordo com sua habilitação como corretor de seguros; » prevalecendo, também, em relação à responsabilidade civil do segurado, decorrente de atos de negligência, ações ou omissões de seus empregados e/ou atendentes devidamente registrados por relação oficial de emprego junto ao segurado corretor de seguros; ■ a existência, o uso e/ou a conservação dos locais ocupados pelo segurado corretor de seguros utilizado exclusivamente para a ati vidade de corretagem de seguros, devidamente especificado na apólice de seguro; ■ perdas financeiras decorrentes de atos de negligência , ações ou omissões inerentes à prática profissional do segurado corretor de seguros, devidamente amparado pela cobertura da apólice; e ■ danos morais resultantes de evento coberto e qualificado como ato de negligência, ação ou omissão inerente à prática profissional de responsabilidade do segurado corretor de seguros. As principais exclusões do Seguro de RC Profissional de Corretores de Seguros são: ■ quebra de sigilo profissional; ■ injúria, difamação ou calúnia; ■ erros de avaliação; 29 UNIDADE 2 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS ■ extravio, furto ou roubo de documentos; e ■ insolvência do corretor de seguros. Várias seguradoras oferecem esse produto, também conhecido como E&O (Erros e Omissões), e para sua aceitação e precificação analisam de forma criteriosa as informações técnicas, faturamento da empresa, tempo de atividade, número de filiais, de colaboradores, além de outros dados de atuação no mercado. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS 30 UNIDADE 3 ■ Conhecer alguns procedimentos administrativos de uma corretora de seguros. ■ Compreender as principais orientações que devem ser dadas ao cliente. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS DESTA UNIDADE MAPEAMENTO DE PROCESSOS LINGUAGEM FORMAL E INFORMAL FORMAS USUAIS DE COMUNICAÇÃO PRINCIPAIS ORIENTAÇÕES AO CLIENTE CONTROLES INTERNOS E GUARDA DE DOCUMENTOS SEGURO DE AUTOMÓVEL SEGUROS DE PESSOAS SEGUROS DE TRANSPORTES 03 ■ Conhecer os procedimentos e documentos requeridos em caso de sinistro. PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS 31 UNIDADE 3 A corretora de seguros deve ter procedimentos administrativos padronizados e, tanto quanto possível, transformados em manuais de procedimentos, de for ma que todos os que nela trabalham sigam regras e procedimentos comuns. Nesta Unidade, iremos comentar alguns dos procedimentos administrati vos que poderão ser adotados na corretora de seguros, visando facilitar e organizar a sua operação. MAPEAMENTO DE PROCESSOS Na figura abaixo vemos o fluxo operacional básico de uma corretora de seguros. Em cada etapa do fluxo existem várias atividades que necessitam ser desempenhadas de acordo com a realidade de cada empresa. Fluxo Operacional Básico da Corretora de Seguros APÓLICE PROSPECÇÃO ORÇAMENTOS PROPOSTA COMISSÃO MANUTENÇÃO SINISTRO RENOVAÇÃO 32 UNIDADE 3 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS A criação de um mapeamento de processos para detalhar como as tare fas de cada área da corretora de seguros devem ser executadas tem como objetivo a padronização da qualidade e o controle dos vários pro cessos existentes. Além disso, ajuda e orienta os novos colaboradores, dando ciência das suas atribuições e de como desempenhar as tarefas que estarão sob sua responsabilidade. Dados básicos, como o andamento de cada atividade, o resultado espe rado e os prazos que devem ser observados, são necessários para que o executante tenha controle se está cumprindo de forma satisfatória a tarefa, assim como para que o andamento do trabalho de um funcionário não atrapalhe ou influencie na tarefa do outro. LINGUAGEM FORMAL E INFORMAL FORMAS USUAIS DE COMUNICAÇÃO A forma de comunicação adotada na corretora é de fundamental importân cia na relação com o cliente, com os fornecedores e com quaisquer outros indivíduos na relação comercial. Comunicarse bem é compreender o que se está ouvindo e fazerse enten der de forma clara e inteligível. Na linguagem formal, o atendente deve utilizar expressões positivas, como as abaixo citadas: ■ “vou procurar alternativas” em vez de “não posso fazer nada”; ■ “vou me informar sobre o assunto” em vez de “sinto muito mas não sei”; ■ “retornaremos sua ligação” em vez de “ligue mais tarde ou ligue depois”; ■ “vou encaminhálo à pessoa responsável” em vez de “isso não é comigo”; A linguagem verbal utiliza palavras faladas ou escritas e as pessoas atri buem a elas significados muitas vezes diferentes da mensagem que o emissor pretende transmitir. A linguagem informal e não verbal é adotada através dos movimentos faciais, corporais, gestos, olhares, entonação de voz, aparência e postura. 33 UNIDADE 3 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS Para uma comunicação eficaz, concentrese no que está ouvindo, evitando distrações, preconceitos, preferências e não prejulgando a pessoa, e sim julgando o conteúdo da mensagem recebida. Assim, para um bom atendimento, organizese e padronize suas corres pondências, de forma clara e direta, evitando ser prolixo. PRINCIPAIS ORIENTAÇÕES AO CLIENTE Cada ramo ou modalidade de seguro requer uma forma específica de trata mento e, portanto, é indispensável que o atendente da corretora conheça os procedimentos aplicáveis em cada situação. Ao receber uma chamada telefônica ou no atendimento in loco ao cliente, o atendente da corretora deve, de imediato, identificar o motivo da ligação para adotar o procedimento cabível. Caso o cliente esteja contatando a corretora com o objetivo de obter uma cotação de seguro, dependendo do ramo, deverão ser solicitadas infor mações do risco, dos aspectos de segurança que o cercam. Exemplo: no caso do Seguro de Automóvel, dos condutores do veículo; nos Seguros Saúde e de Pessoas, do segurado; no Seguro de Transportes, dados da carga e do meio de transporte, e assim sucessivamente. A maioria dos ramos e modalidades de seguro dispõem de questionários específicos de análise do risco proposto, e as respostas aos citados ques tionários, assim como as propostas de seguro, devem conter a assinatura do segurado ou seu representante legal, para fazer prova em juízo, em caso de ação judicial. Os Seguros de Automóvel, os quais são os mais intermediados pela maio ria das corretoras de seguro, exigem procedimentos específicos como a vistoria prévia dos veículos usados, ressalvadas,as exceções estabeleci das pelas seguradoras e a remessa da nota fiscal de compra do veículo no caso de seguros de veículos novos. A falta de pagamento de parcela vencida do prêmio do seguro também é um dos mais frequentes motivos de contato do cliente com as corretoras de seguro visando a manutenção da cobertura contratada. Dependendo do ramo de seguro e da seguradora envolvida, geralmente, a recuperação das prestações vencidas e não pagas podem ser feitas com nova vistoria do bem e/ou carta do segurado, informando da não ocorrência 34 UNIDADE 3 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS de sinistro até a nova data de pagamento da prestação vencida. Algumas seguradoras cobram juros pelo atraso no pagamento e a cobertura fica suspensa enquanto o pagamento do prêmio não estiver regularizado. Em alguns ramos de seguro, as seguradoras oferecem mais de uma data para o pagamento do prêmio, sem interrupção da cobertura, contudo, com juros. Em caso de contato do cliente para avisar um sinistro ou para solicitar orientações de procedimentos, o atendente deve identificar o ramo ou modalidade de seguro envolvida e orientar ao segurado. CONTROLES INTERNOS E GUARDA DE DOCUMENTOS Os controles internos da corretora de seguros são de vital importância para o seu sucesso. Como para o corretor de seguros a matériaprima fundamental é a pro dução, que serve como referencial da entrada e saída de receita de comissões, é indispensável à continuidade de suas atividades profissionais o efetivo controle dessa produção. Alguns dos instrumentos de controle da produção que a corretora de seguros deve manter são: ■ arquivo cronológico, para monitorar a produção, que pode gerar relatórios gerenciais como estatísticas de vendas por região, por ramo, por seguradora etc.; ■ controle de renovação, em que se controlam os vencimentos, visando não perder os prazos e fidelizar os clientes; ■ registro de produção, que é feito sob a forma de planilha e que facilita a visualização dos dados como também a prestação de contas à SUSEP; ■ cadastro de segurados, que auxilia a gestão financeira, administra tiva e comercial; ■ controle de vencimento de prêmios, que permite a estimativa das comissões, receber por data e facilita o contato com o clien te inadimplente; ■ cadastro de prepostos a ser adotado pela corretora de seguros, que mantém pessoas auxiliando na produção da corretora; ■ relatório de seguros angariados por preposto, no qual a corretora poderá avaliar o índice de seguros e cancelamentos por produtor; 35 UNIDADE 3 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS ■ relatório de produção por seguradora, que é um instrumento importante para o gerenciamento da distribuição de sua produção, pois em caso de atraso em pagamentos de comissões a corretora poderá avaliar o impacto financeiro; ■ relatório de comissões (a receber, a repassar, a devolver e a recu perar), que é o principal instrumento de controle das comissões da corretora; e ■ acompanhamento de sinistralidade cuja finalidade é permitir à cor retora gerenciar seus negócios e, até mesmo para a corretora que tem baixo índice de sinistralidade negociar condições comerciais melhores com as seguradoras. Além dos instrumentos de controle citados, alguns outros são de caráter obrigatório para atender à legislação vigente. Os controles obrigatórios são: ■ Registro de produção; ■ Livro Diário, no qual se escritura a produção em ordem cronológica com os respectivos valores, de acordo com as normas contábeis vigentes; e ■ Livro de Apuração do Lucro Real, exigido para as corretoras que não operam com base no lucro Presumido. Quanto à guarda de documentos da corretora de seguros, os instrumentos do contrato de seguro (propostas, apólices, endossos, averbações, docu mentos de sinistro etc.) devem ser guardados por 5 anos. Porém quando se tratar de seguros de pessoas, de responsabilidades, capitalização, pre vidência e saúde, este prazo é de 20 anos. Os prazos são contados do final de vigência. Atualmente todos esses controles podem ser digitais, desde que estejam disponíveis para fiscalização da Susep. Os documentos podem ser digita lizados, assim como os livros contábeis e de registro de produção podem ter formato eletrônico. — Procedimentos em Caso de Sinistro Dependendo do ramo de seguro, os procedimentos e os documentos requeridos em caso de sinistro variam bem como também as seguradoras. Assim, a seguir fornecemos algumas orientações sobre os procedimen tos e documentos requeridos em alguns tipos de sinistro pela maioria das seguradoras. 36 UNIDADE 3 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS SEGURO DE AUTOMÓVEL Em casos de pane ou necessidade de atendimento emergencial, prevista na cobertura de Assistência 24 horas, orientar o segurado para contatar o telefone disponibilizado pela seguradora envolvida. Em caso de colisão ou abalroamento ou similares sem danos corporais: ■ verificar o estado físico do segurado; ■ orientação para fornecer o telefone da corretora ao terceiro (em caso de culpa do seu cliente); ■ orientação para colher os dados do terceiro; ■ comunicação à seguradora, pelo telefone 0800, e contatar a Assis tência 24 horas (se necessário reboque); ■ elaboração do BRAT; e ■ contato posterior com a corretora para dar andamento ao processo. Em caso de colisão ou abalroamento ou similares com danos corporais: Além dos procedimentos acima: ■ obter dados do terceiro em caso de tentativa de/ou fuga do local; ■ solicitação de testemunhas (se possível); ■ necessidade de comparecimento ao HPS dos envolvidos; ■ necessidade de comparecimento à DP; e ■ contato posterior com a corretora. Documentos exigidos para encaminhamento dos sinistros de colisão, abalroamento ou similares com perda parcial: ■ certificado(s) de Propriedade do(s) Veículo(s) (DUT); ■ carteira de habilitação dos condutores; ■ carteira de identidade do(s) condutor(es); ■ aviso de sinistro (formulário da companhia); ■ aviso de sinistro de terceiro (formulário da companhia); ■ boletim de Ocorrência ou BRAT; ■ demais documentações existentes em caso de Danos Pessoais (ou Danos Corporais); e ■ encaminhamento do veículo à oficina para vistoria pela seguradora. 37 UNIDADE 3 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS Documentos exigidos para encaminhamento dos sinistros com inde- nização integral: ■ aviso de sinistro (algumas seguradoras aceitam o aviso por telefone); ■ boletim de Ocorrência/Talão de Ocorrência/BRAT; ■ cópia da carteira nacional de habilitação do condutor; ■ certificado de propriedade (porte obrigatório) e seguro obrigatório quitado; ■ certificado de propriedade (porte válido para transferência) preen chido em nome da companhia e assinado sob firma reconhecida por autenticidade ou verdadeira; ■ IPVA quitado – exercícios atual e anterior; ■ em caso de perda ou extravio, solicitar 2ª via do IPVA ao posto fiscal da Secretaria da Fazenda; ■ veículo alienado, apresentar liberação da financeira com firma reconhecida (este documento deve ser solicitado à financeira); ■ extrato de multas quitadas (nada consta obtido no DETRAN); ■ termo de responsabilidade e autorização de pagamento de multas de trânsito e IPVA, preenchido e assinado sob firma reconhecida (a ser fornecido pela seguradora); ■ DUT e Nota Fiscal de saída do veículo; ■ cópia do CPF, RG e comprovante de endereços (autenticados) do motorista; ■ chaves e manual do veículo (a principal e a reserva). SEGUROS DE PESSOAS ■ aviso de sinistro da sociedade seguradora preenchido e assinado pelo médico; ■ CIC e RG do segurador e dos beneficiários; ■ cédula de identidade do segurado; ■ CPF do segurado; ■ comprovante de residência do segurado; ■ certidão PIS/PASEP/FGTS do INSS do segurado, em caso de Inva lidez por Acidente ou Doença; 38 UNIDADE3 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS ■ carta de concessão/memória de cálculo do INSS do segurado; ■ atestado de óbito do segurado em caso de morte; ■ boletim de Ocorrência ou BRAT, em caso de sinistro decorrente de acidente; ■ documentos do hospital que prestar o atendimento; ■ exames, laudos médicos, receituários etc.; e ■ radiografias extraídas, acompanhadas dos respectivos laudos, em caso de invalidez permanente ou parcial por acidente. SEGUROS DE TRANSPORTES ■ aviso de sinistro; ■ cópia da apólice; ■ averbação do seguro (no caso de apólices de averbação); ■ certificado de vistoria emitido por comissário de avaria credencia do pela FENASEG e seguradora; ■ cópia da vistoria aduaneira; ■ conhecimento de embarque (via original ou cópia autenticada – frente e verso), no caso de transporte efetuado por terceiros; ■ notas fiscais, faturas e packing list – descrição detalhada da fatura – (via original ou cópia autenticada); ■ manifesto de carga (via original ou cópia autenticada), no caso de transporte efetuado por terceiros; ■ protesto (carta de reclamação e/ou ressalva efetuada no docu mento de transporte) dirigido ao(s) responsável(is) pelas avarias (transportador e/ou depositário) e respectiva resposta; ■ carta protocolizada, convocando o(s) responsável(is) pelas avarias (transportador e/ou depositário), para participar da vistoria conjun ta das mercadorias ressalvadas; ■ certificado do transportador confirmando o extravio, se for o caso; ■ orçamento detalhado, no caso de haver recuperação dos bens sinistrados; ■ comprovante das despesas de socorro e salvamento da carga ava riada, se for o caso; 39 UNIDADE 3 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS ■ cópia do certificado de propriedade do veículo transportador e bilhete de Seguro Obrigatório (DPVAT), se o veículo for registrado no Brasil; caso contrário, os documentos equivalentes; ■ cópia dos documentos do motorista do veículo transportador ter restre: RG, CNH e CPF; ■ declaração de importação/exportação; ■ DTA (Declaração de Trânsito Aduaneiro); ■ certidão do inquérito policial da ocorrência, se cabível; ■ inquérito da Capitania dos Portos, quando se tratar de naufrágio, abalroamento ou colisão; ■ certidão do laudo pericial expedido pela perícia técnica, se o caso indicar; ■ declaração do segurado, informando a inexistência de avaria parti cular, no caso de avaria grossa; ■ certificado de faltas e avarias do porto ou documento equivalente; ■ certificado de faltas e avarias do aeroporto ou documento equivalente; ■ guia de recolhimento dos impostos; e ■ certificado de origem, qualidade, ou da Saúde Pública, se o caso indicar. 40 ANEXOS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS ANEXOS — Anexo 1 CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DOS CORRETORES DE SEGUROS, DE RESSEGUROS, DE CAPITALIZAÇÃO, DE PREVIDÊNCIA PRIVADA, DE SEGUROS DE PESSOAS, DE PLANOS E DE SEGUROS DE SAÚDE, E SEUS PREPOSTOS ÉTICA 1. Ética, segundo Aurélio Buarque de Holanda, “é o estudo dos juízos da apre ciação referente à Conduta Humana, do ponto de vista do bem e do mal.” 2. “A ética é condição essencial para o exercício de qualquer profissão. A necessidade do respeito à legalidade é ainda mais impositiva do que a da ética, pois a subordinação à lei é imperativa.” Prof. Hilário Franco Introdução ■ Considerando que a paz, a harmonia e o respeito só se conse guem quando se reconhece a dignidade do ser humano e seu direito inalienável de exercer uma profissão; ■ Considerando que esse ideal a ser alcançado baseiase na liberdade com responsabilidade, na igualdade, na honestidade, na lealdade e na fraternidade entre os membros da categoria a que pertence; ■ Considerando que o estabelecimento de um código de ética profissional para os corretores de seguros, de resseguros, de capi talização, de previdência privada, de seguro de pessoas, de planos e de seguro saúde, pessoas físicas e jurídicas, inclusive prepostos, de forma a nortear a conduta moral e profissional e indicar nor mas que devam inspirar o exercício das atividades profissionais, é matéria de alta relevância para o exercício profissional; ■ Para fins de cumprimento do disposto no artigo 119, do Decreto 60.459, de 13/03/1967, é instituído o presente “Código de Ética Profissional”, aplicável, por adesão, indistintamente, a todos os corretores de seguros, de resseguros, de capitalização, de pre vidência privada, de seguro de pessoas, de planos e de seguro saúde, pessoas físicas e jurídicas, inclusive prepostos, para ser o guia orientador e estimulador de comportamentos, fundamentado num conceito de ética voltado para o desenvolvimento, servindo, simultaneamente, de estímulo e parâmetro para que esses profis 41 ANEXOS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS sionais e empresas visualizem um novo papel para si próprio e tornem sua ação mais eficaz diante da sociedade e, em atendi mento a ela, na busca da garantia e probidade da profissão e de quem usa os serviços de um profissional da atividade do mercado da corretagem, legalmente habilitado. ÍNDICE Capítulo I Do Objetivo Capítulo II Da Previsão Legal Capítulo III Dos Princípios e das Obrigações Capítulo IV Do Relacionamento entre Corretores Capítulo V Do Relacionamento Social Capítulo VI Do Regime Disciplinar Capítulo VII Disposições Finais CAPÍTULO I DO OBJETIVO Art. 1º. Este Código de Ética Profissional tem por objetivo pri mordial fixar a forma pela qual devem se conduzir todos os Corretores de Seguros, de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, de Seguro de Pessoas, de Planos e de Seguro Saúde, pessoas físicas e jurídicas, inclusive Prepostos, quando estiverem relacionandose entre si, com os Consumido res, Sociedades Seguradoras, Sociedades de Capitalização e Entidades Abertas de Previdência Complementar, as Operadoras de Planos de Saúde, as Entidades representativas da respectiva categoria econômica às quais se integram e aos Órgãos Públicos que regem a política do mercado de seguros. § 1º. Todo aquele que exercer atividade de intermediação descrita no caput deste artigo, será identificado neste Código como Cor retor, no caso de pessoa física, e de Corretora, quando pessoa jurídica, a ele se subordinando. § 2º. A aplicação deste Código será por adesão voluntária e na forma escrita. 42 ANEXOS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CORRETORAS DE SEGUROS CAPÍTULO II DA PREVISÃO LEGAL Art. 2º. Este Código, bem como a sua aplicação administrativa, respeitadas as competências privativas do Órgão regulador e do Órgão fiscalizador do mercado de seguros, tem base legal, por delegação, nas disposições contidas no art. 119, do Decreto 60.459, de 13/3/1967, que regulamentou o Decretolei 73, de 21/11/1966, o qual foi recepcionado com status de lei complementar pela Constituição Federal de 1988. CAPÍTULO III DOS PRINCÍPIOS E DAS OBRIGAÇÕES Art. 3º. O Corretor e a Corretora, devidamente habilitados, inscri tos regularmente no Órgão competente, para o exercício de sua profissão ou atividade empresarial, têm a obrigação de: I – orientar e assessorar os seus clientes, de forma transparente, para a adequada proteção e cobertura dos seus riscos pessoais e patrimoniais, formulando suas propostas, baseandose no estudo dos riscos, dentro das normas técnicas, informandolhes aqueles excluídos e prestandolhes todos os esclarecimentos que possam, obterse resultado útil na intermediação; II – representar o cliente junto às sociedades seguradoras e res seguradoras, sociedades de capitalização, entidades abertas de previdência complementar e operadoras de planos de saúde, na defesa intransigente de seus interesses; III – fornecer às sociedades listadas no inciso II, as informações precisas e verdadeiras, para que a avaliação, tarifação e
Compartilhar