Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 EXAME PSÍQUICO (EXAME DO ESTADO MENTAL) (1) APRESENTAÇÃO APARÊNCIA: estilo de vestir, aspectos físicos e higiene. ATIVIDADE PSICOMOTORA E COMPORTAMENTO: Mímica, Gesticulação, Motilidade, Deambulação. ATITUDE PARA COM O ENTREVISTADOR: Cooperativo, submisso, arrogante, desconfiado, apático, superior, irritado, indiferente, hostil, bem- humorado ATIVIDADE VERBAL: responsivo, não-espontâneo, fala muito, exaltado ou pouco e taciturno (2) CONSCIÊNCIA: rebaixamento ou embotamento, turvação ou obnubilação (rebaixamento geral da capacidade de perceber o ambiente) e estreitamento (3) ORIENTAÇÃO AUTOPSÍQUICA: paciente reconhece dados de identificação pessoal (nome, idade, profissão) ALOPSÍQUICA: paciente reconhece os dados do ambiente (cidade e local onde está, horário, data) (4) ATENÇÃO: vigilância e tenacidade ATENÇÃO NORMAL: euprossexia, normovigilância HIPERVIGILÂNCIA: facilidade com que a atenção é atraída pelos acontecimentos externos HIPOVIGILÂNCIA: diminuição da atenção, onde é difícil obter a atenção do paciente HIPERTENACIDADE: a atenção concentrada em algum estímulo ou tópico. HIPOTENACIDADE: atenção se afasta com demasiada rapidez do estímulo ou tópico. (5) MEMÓRIA MEMÓRIA PASSADA (RETRÓGRADA) faz-se com perguntas sobre o passado do paciente, data de acontecimentos importantes MEMÓRIA RECENTE (ANTERÓGRADA), pode ser avaliada a partir de perguntas rápidas e objetivas, como “O que você fez hoje?”. (6) INTELIGÊNCIA :déficit ou perda intelectiva, raciocínio abstrato (7) SENSOPERCEPÇÃO ILUSÕES: percepções distorcidas de um estímulo real, podem ser auditivas ou visuais. ALUCINAÇÕES: percepção sem a presença de um estímulo real. DESPERSONALIZAÇÃO: é uma sensação de ser estranho a si mesmo ou de que alguma coisa mudou. DESREALIZAÇÃO: é uma sensação de que o ambiente mudou de alguma forma estranha que é difícil de descrever (8) PENSAMENTO Curso (velocidade com que o pensamento é expresso (acelerado ao retardado) e Forma (maneira como o conteúdo do pensamento é expresso) FUGA DE IDÉIAS: paciente muda de assunto a todo instante, sem concluí-los. INTERCEPTAÇÃO OU BLOQUEIO: interrupção brusca do que vinha falando e o paciente pode retomar o assunto como se não o tivesse interrompido PROLIXIDADE: discurso detalhista, cheio de rodeios e repetições, com uma certa circunstancialidade (temas e comentários não-pertinentes ao que se está falando) DESCARRILAMENTO: mudança súbita do que se está falando PERSEVERAÇÃO: repetição dos mesmos conteúdos C) CONTEÚDO: 2 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 INCORRIGIBILIDADE: não há como modificar a ideia delirante por meio de correções ININFLUENCIABILIDADE: a vivência é muito intensa no sujeito, chegando a ser mais fácil o delirante influenciar a pessoa dita normal INCOMPREENSIBILIDADE: não pode ser explicada logicamente DELIRIUM: rebaixamento da consciência secundária à uma patologia, de caráter passageiro. DELÍRIO: alteração do pensamento Bizarros: está fora da esfera da possibilidade Não bizarros: não está fora da esfera da possibilidade (9) LINGUAGEM: meio que permite ao indivíduo transmitir e compreender mensagens LOGORREIA: produção aumentada e acelerada do discurso, com perda da lógica. BRADIFASIA: fala lenta e difícil. PERSEVERAÇÃO: repetição automática de palavras ou trechos de frases de modo mecânico, estereotipado e sem sentido. ECOLALIA: repetição das últimas palavras ditas para o paciente. PALILALIA: repetição das últimas palavras ditas pelo próprio paciente. COPROLALIA: emissão involuntária e repetitiva de palavras obscenas ou vulgares. AFASIA: perda da linguagem falada e escrita pela incapacidade de compreender e utilizar os símbolos verbais. PARAFASIA: deformidade de algumas palavras. AGRAFIA: perda da linguagem escrita ALEXIA: perda da capacidade de leitura. DISARTRIA: incapacidade de articular de forma correta (10) INSIGHT: entendimento do paciente de como está se sentindo (11) AFETIVIDADE: sensibilidade intensa da pessoa frente à satisfação ou frustração das suas necessidades LABILIDADE AFETIVA: instabilidade emocional com mudanças súbitas e imotivadas do humor AMBIVALÊNCIA AFETIVA: coexistência de estados emocionais incompatíveis PUERILISMO: regressão ao comportamento infantil EMBOTAMENTO AFETIVO: ausência dos nexos afetivos, perda profunda de todo tipo de vivencia afetiva APATIA: diminuição da excitabilidade emotiva e afetiva ANEDONIA: incapacidade total ou parcial de sentir prazer com determinadas atividades e experiências da vida. (12) HUMOR: estado emocional interno e continuado do paciente. NORMOTÍMICO: normal HIPERTÍMICO: exaltado HIPOTÍMICO: baixa de humor DISTÍMICO: quebra súbita da tonalidade do humor durante a entrevista (13) PSICOMOTRICIDADE: normal, lentificada (bradicinesia) ou agitada (hipercinesia), presença ou ausência de tiques. QUESTÕES DE PROVAS 01) APARÊNCIA Paciente apresenta-se com um vestiário inadequado (roupas sujas e desalinhado) ATITUDE Impaciente (um pouco nervoso) e com agitação psicomotora (caminha dentro da sala com as costas voltadas p/ a parede) ATENÇÃO Paciente apresenta-se vigilante 3 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 HUMOR E AFETO Relata embotamento afetivo e isolamento social, além de certo grau do humor deprimido SENSO- PERCEPÇÃO Paciente apresenta alterações da sensopercepção, com alucinações auditivas. – e o que mais? PENSAMENTO (CURSO E CONTEÚDO) O curso do pensamento é circunstancial com alguns traços de tangencialidade e conteúdo é caracterizado por aspectos delirantes 02) APARÊNCIA Apresenta más condições de higiene pessoal ATITUDE Ativa – e os demais aspectos? ATENÇÃO Hipervigilante HUMOR E AFETO Paciente apresenta humor deprimido e embotamento afetivo SENSO- PERCEPÇÃO Percepção alterada da realidade do ambiente (alopercepção) e de si mesmo (autopercepção) – e as alucinações? PENSAMENTO (CURSO E CONTEÚDO) Apresenta delírios auditivos, tangencialidade de ideias, prolixidade e superioridade Os transtornos de personalidade são divididos em 03 grupos ou clusters: • GRUPO A: personalidade excêntrica ou esquisita Ex: paranoide, esquizoide e esquizotípica • GRUPO B: personalidade dramática, emotiva e errática Ex: antissocial (psicopatia e sociopatia não são mais usados), borderline, histriônica e narcisista. • GRUPO C: personalidade medrosa ou ansiosa Ex: evitativa, dependente e obsessivo-compulsivo. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE PARANOIDE DIAGNÓSTICO E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Suspeita e desconfiança excessivas em relação a outras pessoas, recusando a responsabilidade por seus próprios sentimentos e a atribui a outros. (projeção) Têm afeto restrito e parecem frias, sem emoção. 4 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 Tratamento PSICOTERAPIA FARMACOTERAPIA: Geralmente um agente ansiolítico (Diazepam) é o suficiente, mas pode ser necessário usar um antipsicótico (haloperidol) em pequenas doses e durante períodos curtos de tempo para o manejo de agitação grave ou pensamento quase delirante. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ESQUIZOIDE DIAGNÓSTICO E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Raramente tolera contato visual. Seu afeto pode ser constrito, distante ou inadequadamente sério. Sua fala é dirigida a objetivos, mas são propensos a fornecer respostascurtas às perguntas e evitar conversas espontâneas. As histórias de vida dessas pessoas refletem interesses solitários e sucesso em empregos solitários e não competitivos que outras pessoas acham difíceis de tolerar. Eles podem investir quantidades enormes de energia afetiva a interesses não humanos, como matemática e astronomia, e podem ser muito ligados a animais. TRATAMENTO PSICOTERAPIA FARMACOTERAPIA: antipsicóticos, antidepressivos e psicoestimulantes beneficia alguns pacientes. Agentes serotonérgicos podem deixar o paciente menos sensível a rejeição. Benzodiazepínicos podem ajudar a diminuir a ansiedade interpessoal. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ESQUIZOTÍPICA Diagnóstico E CARACTERISTICAS CLÍNICAS Apresentam peculiaridades de pensamento, comportamento e aparência. Sua fala pode ser distinta ou peculiar. Seu mundo interior pode estar cheio de relacionamentos imaginários vívidos e temores e fantasias infantis. 5 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 TRATAMENTO PSICOTERAPIA FARMACOTERAPIA: antipsicóticos e antidepressivos (quando houver um componente depressivo da personalidade) TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ANTISSOCIAL DIAGNÓSTICO E CARACTERISTICAS CLÍNICAS Frequentemente podem parecer normais e até mesmo simpáticos e lisonjeiro. Suas histórias, no entanto, revelam perturbação do funcionamento ou várias áreas da vida. Mentiras, vadiagem, fuga de casa, roubos, brigas, abuso de substância e atividades ilegais são experiências típicas que os pacientes relatam ter início já na infância Seu conteúdo mental revela a completa ausência de delírios e de outros sinais de pensamento irracional. Costumam demonstrar resultados de EEG anormais e leves sinais neurológicos que sugerem dano cerebral mínimo na infância, esses achados podem ser usados para confirmar a impressão clínica. TRATAMENTO PSICOTERAPIA. FARMACOTERAPIA: psicoestimulantes (metilfenidato) podem ser úteis em casos de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade Antagonistas dos receptores β-adrenérgicos foram usados para reduzir agressividade. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE BORDERLINE Diagnóstico e características clínicas Mudanças de humor são comuns. Pode apresentar episódios psicóticos de curta duração. Do ponto de vista funcional, distorcem seus relacionamentos caracterizando cada pessoa como totalmente boa ou totalmente má 6 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 TRATAMENTO PSICOTERAPIA. o mecanismo de defesa de cisão faz o paciente amar ou odiar o terapeuta de forma alternada. TRATAMENTO BASEADO NA MENTALIZAÇÃO: construir habilidades de relacionamento ao aprender a regular melhor seus pensamentos e sentimentos. FARMACOTERAPIA: antipsicóticos, antidepressivos, Benzodiazepínicos (alprazolam), ajudam com ansiedade e depressão. Anticonvulsivantes (carbamazepina) podem melhorar o funcionamento global de algumas pessoas. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs), foram úteis em alguns casos. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE HISTRIÔNICA DIAGNÓSTICO E CARACTERISTICAS CLÍNICAS Exibem um grau elevado de comportamento de busca por atenção. Elas tendem a exagerar seus pensamentos e sentimentos e fazem tudo soar mais importante do que realmente é. O comportamento sedutor é comum. TRATAMENTO PSICOTERAPIA FARMACOTERAPIA antidepressivos para depressão e queixas somáticas, agentes ansiolíticos para ansiedade, e antipsicóticos para desrealização e ilusões. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE NARCISISTA DIAGNÓSTICO E CARACTERISTICAS CLÍNICAS Elas lidam mal com críticas e podem ficar com raiva quando alguém ousa criticá-las, Devido a sua frágil autoestima, são suscetíveis a depressão. TRATAMENTO PSICOTERAPIA FARMACOTERAPIA: lítio (mudanças de humor), antidepressivos (fármacos serotonérgicos). TRANSTORNO DA PERSONALIDADE EVITATIVA DIAGNÓSTICO E CARACTERISTICAS CLÍNICAS 7 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 A hipersensibilidade à rejeição por outros é a característica clínica fundamental e o traço principal da personalidade é a timidez. TRATAMENTO PSICOTERAPIA FARMACOTERAPIA: antagonistas de receptores β- adrenérgicos (atenolol) para o manejo de hiperatividade do sistema nervoso autônomo. Agentes serotonérgicos podem ajudar com a sensibilidade a rejeição. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE DEPENDENTE DIAGNÓSTICO E CARACTERISTICAS CLÍNICAS caracteriza-se por um padrão global de comportamento dependente e submisso. TRATAMENTO PSICOTERAPIA FARMACOTERAPIA: imipramina (ataques de pânico e níveis elevados de ansiedade de separação) Benzodiazepínicos e agentes serotonérgicos também foram úteis. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE OBSESSIVO- COMPULSIVA Diagnóstico e características clínicas Pessoas com transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva são obcecadas por regras, regulamentos, método, limpeza, organização, detalhes e desejo de alcançar a perfeição. Indivíduos com esse transtorno têm habilidades interpessoais limitadas. São formais e sérios e costumam não ter senso de humor. Não apresentam flexibilidade e são intolerantes. 8 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 TRATAMENTO PSICOTERAPIA FARMACOTERAPIA: benzodiazepínico (Clonazepam) com uso anticonvulsivante. Clomipramina e agentes serotonérgicos (fluoxetina). Questões de provas 01) As prováveis hipóteses diagnósticas dos pacientes 1 e 2 são, respectivamente, transtorno de personalidade paranoide e transtorno de personalidade esquizoide. Ambos os transtornos pertencem ao grupo A dos transtornos de personalidade, apresentando características estranhas e de afastamento, com dificuldade de lidar com as pessoas ao seu redor. Entretanto, apresentam algumas diferenças que incluem maior envolvimento social, história de comportamento verbal agressivo e maior tendência a projetar seus sentimentos nos outros (mecanismo de defesa de projeção), que são características que estão mais presentes nos casos de transtorno de personalidade paranoide. Além disso, nos casos de transtorno de personalidade do tipo esquizoide, os pacientes não desfrutam relações íntimas nem mesmo na família (como é o caso do paciente descrito, que se afasta do resto da família) e apresentam pouco ou nenhum interesse sexual com outra pessoa (o paciente 2 relata que nunca namorou nem teve experiências sexuais ou expressou desejo de fazê-las). 02) O quadro clínico é sugestivo de transtorno de personalidade obessesivo compulsivo. Isso é afirmado pois o paciente apresenta comportamento rígido, inflexível, excessiva preocupação com regras e detalhes de forma a preocupar a conclusão de tarefas. Pode-se observar ainda, forte tendência ao isolamento pela dificuldade de convivência social e pela dificuldade em aceitar ajuda e delegar tarefas. O fato de ter sido levar a conduta por insistência da esposa sugere insight pobre sendo o ideal a realização de terapia cognitivo comportamental para melhora do quadro. 03) 5,0/5,0 O paciente apresenta um transtorno de personalidade do grupo C do tipo obsessiva- compulsiva e traços de um transtorno de acumulação. Com relação ao transtorno de personalidade é sugerido pelo fato de ser rígido, inflexível, teimoso e fazer autocríticas aos outros. O tratamento seria uma abordagem psicoterápica e se preciso ainda, um inibidor seletivo de recaptação de serotonina, mas deve-se tentar a terapia isolada, inicialmente. Quando ao possível transtorno de acumulação sugerido pela esposa, deve-se ver se encaixa nos critérios do DSM-5 ou se seria um reflexo do transtorno de personalidade. Se não for uma consequência, o tratamento seriapsicoterapia. 9 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 SUBTIPOS PARANOIDE Preocupação com um ou mais delírios (perseguição ou grandeza) ou alucinações auditivas frequentes DESORGANIZADO Regressão acentuada para um comportamento primitivo, desinibido e desordenado. Aparência pessoal é desleixada, e o comportamento social e as respostas emocionais são inadequados (sorrisos e caretas incongruentes) CATATÔNICO Distúrbio acentuado da função motora (estupor, negativismo, rigidez, excitação ou posturas bizarras) INDIFERENCIADO Pacientes que têm esquizofrenia, mas ainda não foram enquadrados em um subtipo específico. RESIDUAL Evidências contínuas do transtorno na ausência sintomas suficientes para satisfazer o diagnóstico de outro tipo de esquizofrenia. Embotamento emocional, retraimento social, comportamento excêntrico, pensamento ilógico e frouxidão leve das associações são comuns nesse tipo. QUADRO CLÍNICO 1 . SINTOMAS NEGATIVOS Caracterizam-se pela perda de certas funções psíquicas e pelo empobrecimento global da vida afetiva, cognitiva e social do indivíduo. ▪ Descuido com aparência e higiene pobre. ▪ Distanciamento e aplainamento afetivo ou afeto embotado: ▪ Retração social ou associalidade ▪ Alogia ou empobrecimento da linguagem e do pensamento ▪ Diminuição da vontade (avolição) ▪ Anedonia 2. SINTOMAS POSITIVOS Manifestações novas, salientes, do processo esquizofrênico ▪ Alucinações ▪ Ideias delirantes (delírio) ▪ Distorção da realidade ou dificuldades com o teste de realidade DIAGNÓSTICO CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DO DSM-5 PARA ESQUIZOFRENIA A. Dois (ou mais) dos itens a seguir, durante um período de um mês (ou menos, se tratados com sucesso). Pelo menos um deles deve ser (1), (2) ou (3): 1.Delírios. 2. Alucinações 3. Discurso desorganizado. 4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico. 5. Sintomas negativos (i.e., expressão emocional diminuída ou avolia). B. Por período significativo de tempo desde o aparecimento da perturbação, o nível de funcionamento em uma ou mais áreas importantes do funcionamento, como trabalho, relações interpessoais ou autocuidado, está acentuadamente abaixo do nível alcançado antes do início. C. Sinais contínuos de perturbação persistem durante, pelo menos, seis meses. Esse período de seis meses deve incluir no mínimo um mês de sintomas (ou menos, se tratados com sucesso) que precisam satisfazer ao Critério A (i.e., sintomas da fase ativa) e pode incluir períodos de sintomas prodrômicos ou residuais. D. Transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar com características psicóticas são descartados E. A perturbação não pode ser atribuída aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica. F. Se há história de transtorno do espectro autista ou de um transtorno da comunicação iniciado na infância, o diagnóstico adicional de esquizofrenia é realizado somente se delírios ou alucinações proeminentes, além dos demais sintomas exigidos de esquizofrenia, estão também presentes por pelo menos um mês (ou menos, se tratados com sucesso). TRATAMENTO 10 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 HOSPITALIZAÇÃO: fins diagnósticos, estabilização da medicação, segurança do paciente e incapacidade de cuidar das necessidades básicas, como alimentação, vestuário e abrigo. FARMACOTERAPIA: antipsicóticos (antagonistas do receptor de dopamina ou antagonistas de serotonina e dopamina) TRATAMENTO DA PSICOSE AGUDA: antipsicóticos e os benzodiazepínicos de 4 a 8 semanas Tem objetivo de aliviar os sintomas psicóticos mais graves. Obs: Em caso de efeitos colaterais extrapiramidais causados principalmente por antipsicótico de 1ª geração: antiparkinsoniano anticolinérgico, benzodiazepínico ou propranolol. TRATAMENTO DE ESTABILIZAÇÃO E MANUTENÇÃO: Antipsicóticos de segunda geração (reduzir os efeitos colaterais extrapiramidais) Serve para prevenir recaída psicótica e ajudar os pacientes a melhorar seu nível de funcionamento. PSICOTERAPIA: desenvolver habilidades sociais e vocacionais para uma vida independente. QUESTÕES DE PROVAS 01) A paciente apresenta um quadro de esquizofrenia do tipo paranoide, apresentando sintomas positivos, como delírio de perseguição (ao achar suas colegas de trabalho estavam querendo roubar seus dados e documentos), comportamentos impulsivos (jogou o celular no lixo) e alucinações auditivas, bem como sintomas negativos, como negligência quanto a si mesma (passou a fumar, mudou a cor dos cabelos e vestir roupas largas) e hipopragmatismo. O prognóstico, neste caso, não é bom, uma vez que a paciente possui sintomas negativos tendem a se tornar mais graves ao longo do tempo, além do fato de possuir histórico familiar de transtorno bipolar que levou ao suicídio da mãe. 02) O quadro clínico descrito é sugestivo de Esquizofrenia. Isso é afirmado pois o paciente apresenta alucinações auditivas (conversa com alguém, sorri sem motivos e ouve perturbadas vozes) associadas a cuidado pessoal precário, isolamento social há 6 meses. O quadro foi desencadeado após episódio estressor traumático (suicídio do pai) e apresenta sintomas pré- mórbidos (afirma ter sido uma criança diferente). A postura do paciente durante a consulta, bem como o histórico de higiene e saúde e não utilização de substâncias psicoativas contribuem para a hipótese diagnóstica. 03) A hipótese diagnóstica mais provável é esquizofrenia tipo desorganizado devido às características de vestir-se de forma inadequada, rir sem motivo aparente, conversar sozinho, fazer caretas no espelho, ter episódios de alucinações auditivas. Apresenta um prognóstico ruim por ter um inicio precoce e insidioso com sintomas negativos. 11 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR SUBTIPOS DE SÍNDROMES E TRANSTORNOS DEPRESSIVOS EPISÓDIO DE DEPRESSÃO: humor deprimido e perda de interesses ou prazer por pelo menos 2x/semana. TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR RECORRENTE: pelo menos um segundo episódio de depressão separados por pelo menos dois meses. TRANSTORNO DEPRESSIVO PERSISTENTE E TRANSTORNO DISTÍMICO: forma crônica de depressão, com pelo menos 2 anos ininterruptos em adultos e 1 ano em crianças e adolescentes. DEPRESSÃO ATÍPICA: reatividade do humor aumentada (melhora com eventos positivos e piora com eventos negativos), e o indivíduo deve apresentar dois ou mais dos seguintes sintomas: • Ganho de peso ou aumento do apetite (principalmente para doces); • Aumento do sono • Sensação de corpo, braços ou pernas muito pesados (paralisia “de chumbo”) • Sensibilidade exacerbada a rejeição interpessoal DEPRESSÃO PSICÓTICA: depressão muito grave, na qual ocorrem, associados aos sintomas depressivos, um ou mais sintomas psicóticos, como delírio e/ou alucinação. • SINTOMAS PSICÓTICOS HUMOR-CONGRUENTES: conteúdo negativo, depressivo (de culpa, doença, morte, negação de órgãos, punição merecida, entre outros). • SINTOMAS PSICÓTICOS HUMOR-INCONGRUENTES: delírio de perseguição, de inserção de pensamentos, autorreferente, entre outros. DEPRESSÃO UNIPOLAR OU DEPRESSÃO BIPOLAR: transtorno depressivo associados à episódios de mania ou hipomania. DEPRESSÃO PÓS-PARTO: início dos sintomas ocorrer no período de 4 semanas após o parto. DIAGNOSTICO CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR (DSM-5) A. Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de duassemanas e representam uma mudança em relação ao funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é: (1) humor deprimido; (2) perda de interesse ou prazer. Nota: Não incluir sintomas nitidamente devidos a outra condição médica. 1.Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, conforme indicado por relato subjetivo (p. ex., sente-se triste, vazio, sem esperança) ou por observação feita por outras pessoas (p. ex., parece choroso). (Nota: Em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável.) 2.Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias (indicada por relato subjetivo ou observação feita por outras pessoas). 3.Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta (p. ex., uma alteração de mais de 5% do peso corporal em um mês), ou redução ou aumento do apetite quase todos os dias. (Nota: Em crianças, considerar o insucesso em obter o ganho de peso esperado.) 4.Insônia ou hipersonia quase todos os dias. 5.Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis por outras pessoas, não meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento). 6.Fadiga ou perda de energia quase todos os dias. 7.Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (que podem ser delirantes) quase todos os dias (não meramente autorrecriminação ou culpa por estar doente). 8.Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão, quase todos os dias (por relato subjetivo ou observação feita por outras pessoas). 9.Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico, uma tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio. B. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. C.O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica. Nota: Os Critérios A-C representam um episódio depressivo maior. 12 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 D.A ocorrência do episódio depressivo maior não é mais bem explicada por transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno da esquizofrenia e outro transtorno psicótico não especificado. E. Nunca houve um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco. Nota: Essa exclusão não se aplica se todos os episódios do tipo maníaco ou do tipo hipomaníaco são induzidos por substância ou são atribuíveis aos efeitos psicológicos de outra condição médica. TRATAMENTO PSICOTERAPIA FARMACOTERAPIA: ISRs, antidepressivos tricíclicos, inibidores de monoaminooxidase. HOSPITALIZAÇÃO: risco de suicídio ou homicídio e capacidade reduzida de autocuidados básicos TRANSTORNO BIPOLAR O transtorno se manifesta através de episódios de mania, hipomania e depressão. MANIA: humor exaltado ou irritado com incapacidade funcional e/ou profissional ou de necessitar de internação. HIPOMANIA: humor exaltado sem comprometimento funcional ou profissional ou de necessitar de internação. CLASSIFICAÇÃO TRANSTORNO BIPOLAR TIPO I: episódios depressivos intercalados com fases de normalidade e pelo menos uma fase maníaca bem caracterizada. TRANSTORNO BIPOLAR TIPO II: ocorrem episódios depressivos intercalados com períodos de normalidade e seguidos de fases hipomaníacas. DIAGNÓSTICO CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DO TRANSTORNO BIPOLAR (DSM-5) EPISÓDIO MANÍACO A. Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade ou da energia, com duração mínima de uma semana e presente na maior parte do dia, quase todos os dias (ou qualquer duração, se a hospitalização se fizer necessária). B.Durante o período de perturbação do humor e aumento da energia ou atividade, três (ou mais) dos seguintes sintomas (quatro se o humor é apenas irritável) estão presentes em grau significativo e representam uma mudança notável do comportamento habitual: 1.Autoestima inflada ou grandiosidade. 2.Redução da necessidade de sono (p. ex., sente-se descansado com apenas três horas de sono). 3.Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando. 4.Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão acelerados. 5.Distratibilidade (i.e., a atenção é desviada muito facilmente por estímulos externos insignificantes ou irrelevantes), conforme relatado ou observado. 6.Aumento da atividade dirigida a objetivos (seja socialmente, no trabalho ou escola, seja sexualmente) ou agitação psicomotora (i.e., atividade sem propósito não dirigida a objetivos). 7.Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para consequências dolorosas (p. ex., envolvimento em surtos desenfreados de compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros insensatos). C.A perturbação do humor é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional ou para necessitar de hospitalização a fim de prevenir dano a si mesmo ou a outras pessoas, ou existem características psicóticas. D.O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento, outro tratamento) ou a outra condição médica. EPISÓDIO HIPOMANÍACO A. Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade ou energia, com duração mínima de quatro dias consecutivos e presente na maior parte do dia, quase todos os dias. B. Durante o período de perturbação do humor e aumento de energia e atividade, três (ou mais) dos seguintes sintomas (quatro se o humor é apenas irritável) persistem, representam uma mudança notável em relação ao comportamento habitual e estão presentes em grau significativo: 1.Autoestima inflada ou grandiosidade. 2.Redução da necessidade de sono (p. ex., sente-se descansado com apenas três horas de sono). 3.Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando. 4.Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão acelerados. 5.Distratibilidade (i.e., a atenção é desviada muito facilmente por estímulos externos insignificantes ou irrelevantes), conforme relatado ou observado. 6.Aumento da atividade dirigida a objetivos (seja socialmente, no trabalho ou escola, seja sexualmente) ou agitação psicomotora. 13 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 7.Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para consequências dolorosas (p. ex., envolvimento em surtos desenfreados de compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros insensatos). C.O episódio está associado a uma mudança clara no funcionamento que não é característica do indivíduo quando assintomático. D.A perturbação do humor e a mudança no funcionamento são observáveis por outras pessoas. E.O episódio não é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional ou para necessitar de hospitalização. Existindo características psicóticas, por definição, o episódio é maníaco. F.O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento, outro tratamento) ou a outra condição médica. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: antipsicóticos atípicos ou estabilizadores de humor DISTIMIA OU TRANTORNO DEPRESSIVO RECORRENTE DIAGNÓSTICO CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS TRANSTORNO DEPRESSIVO PERSISTENTE (DISTIMIA) – DSM-5 A. Humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, indicado por relato subjetivo ou por observação feita por outraspessoas, pelo período mínimo de dois anos. Nota: Em crianças e adolescentes, o humor pode ser irritável, com duração mínima de um ano. B. Presença, enquanto deprimido, de duas (ou mais) das seguintes características: 1.Apetite diminuído ou alimentação em excesso. 2.Insônia ou hipersonia. 3.Baixa energia ou fadiga. 4.Baixa autoestima. 5.Concentração pobre ou dificuldade em tomar decisões. 6.Sentimentos de desesperança. C. Durante o período de dois anos (um ano para crianças ou adolescentes) de perturbação, o indivíduo jamais esteve sem os sintomas dos Critérios A e B por mais de dois meses. D. Os critérios para um transtorno depressivo maior podem estar continuamente presentes por dois anos. E. Jamais houve um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco e jamais foram satisfeitos os critérios para transtorno ciclotímico. F. A perturbação não é mais bem explicada por um transtorno esquizoafetivo persistente, esquizofrenia, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico não especificado. G. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., hipotireoidismo). H. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. TRATAMENTO FARMACOTERAPIA: ISRSs PSICOTERAPIA TRANSTORNO CICLOTÍMICO Caracteriza-se por instabilidade persistente do humor com alternância de inúmeros períodos distímicos ou de falta de interesse e prazer, com episódios hipomaníacos. Tais episódios não são graves nem duradouros o suficiente para serem considerados transtornos bipolares, e a condição é crônica. DIAGNÓSTICO CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS TRANSTORNO CICLOTÍMICO (DSM-5) A. Por pelo menos dois anos (um ano em crianças e adolescentes), presença de vários períodos com sintomas hipomaníacos que não satisfazem os critérios para episódio hipomaníaco e vários períodos com sintomas depressivos que não satisfazem os critérios para episódio depressivo maior. B. Durante o período antes citado de dois anos (um ano em crianças e adolescentes), os períodos hipomaníaco e depressivo estiveram presentes por pelo menos metade do tempo, e o indivíduo não permaneceu sem os sintomas por mais que dois meses consecutivos. C. Os critérios para um episódio depressivo maior, maníaco ou hipomaníaco nunca foram satisfeitos. D. Os sintomas do Critério A não são mais bem explicados por transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno espectro da esquizofrenia e outro transtorno fisiológico não especificado. 14 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 E. Os sintomas não são atribuíveis aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo). F. Os sintomas causam sofrimento ou prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. TRATAMENTO FARMACOTERAPIA: Estabilizadores de humor. GRÁFICOS 1. DEPRESSÃO: curva de Kupfer. 2. TRANSTORNO BIPOLAR: 3. DISTIMIA: humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, pelo período mínimo de dois anos. 4. TRANSTORNO CICLOTÍMICO: instabilidade persistente do humor com alternância de inúmeros períodos distímicos ou de falta de interesse e prazer, com episódios hipomaníacos. Tais episódios não são graves nem duradouros o suficiente para serem considerados transtornos bipolares, e a condição é crônica. Questões de provas 01) CASO B: Transtorno Depressivo Maior crônico CASO C: Distimia CASO D: Transtorno Depressivo Maior, em remissão parcial CASO E: Transtorno Depressivo com episódio maior sobreposto à distimia CASO F: Transtorno Depressivo Maior sem recuperação completa 02) É um provável diagnóstico de depressão maior justificado pela presença de sintomas de sensação de tristeza e melancolia, perda de apetite, emagrecimento, insónia, dificuldade de concentração, perda de interesse por atividades que ocorreram quase todos os dias e há mais de 2 semanas, visto que são mais de 5 sintomas. Neste caso, devido a uma provável ideação suicida e pelo histórico de suicídio na família, deve-se pensar na internação da paciente para realização do tratamento, a qual pode ser feito com ISRs (venlafaxina) associado à psicoterapia, além de acompanhamento para tratamento do uso abusivo de álcool. 03)O quadro de síndrome aguda de humor deprimido, ideação suicida e confusão mental associadas a agitação e má orientação no exame físico são sugestivos de Transtorno Bipolar. A conduta nesse caso é psicoterapia associada à farmacoterapia (ISRs). 04) O quadro clínico descrito é sugestivo de distimia. Isso é afirmado pois há 6 anos (longo curso) que a paciente apresenta rebaixamento do humor constante, associado a sensação de fracasso/incapacidade, apesar do sucesso profissional, perda de prazer nas atividades diárias, anorgasmia e baixa libido. Tal sintomatologia é presente constantemente, mas não impede a paciente de cumprir suas obrigações. Assim, é indicada terapia cognitivo-comportamental e farmacoterapia com ISRs (fluoxetina). 15 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 TRANSTORNO DE PÂNICO DIAGNÓSTICO E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS SINTOMAS MENTAIS: medo extremo, sensação de morte e tragédia iminentes; Preveem um resultado catastrófico a partir de um sintoma físico leve ou efeito colateral de medicamento (p. ex., pensar que as palpitações indicam um infarto agudo do miocárdio). SINTOMAS FÍSICOS: taquicardia, palpitações, dispneia e sudorese Entre os ataques, os pacientes podem manifestar ansiedade antecipatória de terem um novo ataque CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS TRANSTORNO DE PÂNICO – DSM-5 A. Ataques de pânico recorrentes e inesperados. Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro (ou mais) dos seguintes sintomas: Nota: O surto abrupto pode ocorrer a partir de um estado calmo ou de um estado ansioso. 1.Palpitações, coração acelerado, taquicardia. 2.Sudorese. 3.Tremores ou abalos. 4.Sensações de falta de ar ou sufocamento. 5.Sensações de asfixia. 6.Dor ou desconforto torácico. 7.Náusea ou desconforto abdominal. 8.Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio. 9.Calafrios ou ondas de calor. 10.Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento). 11.Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo). 12.Medo de perder o controle ou “enlouquecer”. 13.Medo de morrer. Nota: Podem ser vistos sintomas específicos da cultura (p. ex., tinido, dor na nuca, cefaleia, gritos ou choro incontrolável). Esses sintomas não devem contar como um dos quatro sintomas exigidos. B. Pelo menos um dos ataques foi seguido de um mês (ou mais) de uma ou de ambas as seguintes características: 1.Apreensão ou preocupação persistente acerca de ataques de pânico adicionais ou sobre suas consequências (p. ex., perder o controle, ter um ataque cardíaco, “enlouquecer”). 2.Uma mudança desadaptativa significativa no comportamento relacionada aos ataques (p. ex., comportamentos que têm por finalidade evitar ter ataques de pânico, como a esquiva de exercícios ou situações desconhecidas). C. A perturbação não é consequência dos efeitospsicológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou de outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo, doenças cardiopulmonares). D. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (p. ex., os ataques de pânico não ocorrem apenas em resposta a situações sociais temidas, como no transtorno de ansiedade social; em resposta a objetos ou situações fóbicas circunscritas, como na fobia específica; em resposta a obsessões, como no transtorno obsessivo-compulsivo; em resposta à evocação de eventos traumáticos, como no transtorno de estresse pós-traumático; ou em resposta à separação de figuras de apego, como no transtorno de ansiedade de separação). TRATAMENTO FARMACOTERAPIA: ISRs (1ª escolha), benzodiazepínicos (efeito mais rápido), antidepressivos tricíclicos por um período de 8 a 12 meses. TERAPIAS COGNITIVA E COMPORTAMENTAL AGORAFOBIA Refere-se a um medo ou uma ansiedade em relação a lugares dos quais a fuga possa ser difícil. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO Indivíduos com agorafobia evitam de forma rígida situações nas quais seria difícil obter ajuda. Podem insistir em ser acompanhados toda vez que saem de casa. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: AGOROFOBIA (DSM-5) A. Medo ou ansiedade marcantes acerca de duas (ou mais) das cinco situações seguintes: 1.Uso de transporte público (p. ex., automóveis, ônibus, trens, navios, aviões). 2.Permanecer em espaços abertos (p. ex., áreas de estacionamentos, mercados, pontes). 3.Permanecer em locais fechados (p. ex., lojas, teatros, cinemas). 4.Permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão. 5.Sair de casa sozinho. 16 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 B.O indivíduo tem medo ou evita essas situações devido a pensamentos de que pode ser difícil escapar ou de que o auxílio pode não estar disponível no caso de desenvolver sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes ou constrangedores (p. ex., medo de cair nos idosos; medo de incontinência). C. As situações agorafóbicas quase sempre provocam medo ou ansiedade. D. As situações agorafóbicas são ativamente evitadas, requerem a presença de uma companhia ou são suportadas com intenso medo ou ansiedade. E. O medo ou ansiedade é desproporcional ao perigo real apresentado pelas situações agorafóbicas e ao contexto sociocultural. F. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses. G. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. H. Se outra condição médica (p. ex. doença inflamatória intestinal, doença de Parkinson) está presente, o medo, ansiedade ou esquiva é claramente excessivo. I. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental – por exemplo, os sintomas não estão restritos a fobia específica, tipo situacional; não envolvem apenas situações sociais (como no transtorno de ansiedade social); e não estão relacionados exclusivamente a obsessões (como no transtorno obsessivo-compulsivo), percepção de defeitos ou falhas na aparência física (como no transtorno dismórfico corporal) ou medo de separação (como no transtorno de ansiedade de separação). TRATAMENTO FARMACOTERAPIA: ISRs, benzodiazepínicos (início de ação mais rápido contra pânico) e antidepressivos tricíclicos. PSICOTERAPIA: terapia de exposição FOBIA ESPECÍFICA A fobia específica é um medo intenso e persistente de um objeto ou de uma situação. CARACTERISTICAS CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO Com frequência, é encontrada depressão no exame do estado mental, a qual pode estar presente em até 1/3 de todos os casos. Pode haver excitabilidade aumentada do SN simpático, ou uma resposta de desmaio ou quase desmaio vasovagal (breve aceleração inicial da FC e elevação da PA seguida por desaceleração da FC e queda na PA). CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS FOBIA ESPECÍFICA (DSM-5) A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de um objeto ou situação (p. ex., voar, alturas, animais, tomar uma injeção, ver sangue). Nota: Em crianças, o medo ou ansiedade pode ser expresso por choro, ataques de raiva, imobilidade ou comportamento de agarrar-se. B. O objeto ou situação fóbica quase invariavelmente provoca uma resposta imediata de medo ou ansiedade. C. O objeto ou situação fóbica é ativamente evitado ou suportado com intensa ansiedade ou sofrimento. D. O medo ou ansiedade é desproporcional em relação ao perigo real imposto pelo objeto ou situação específica e ao contexto sociocultural. E. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente com duração mínima de seis meses. F.O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. G. A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental, incluindo medo, ansiedade e esquiva de situações associadas a sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes (como na agorafobia); objetos ou situações relacionados a obsessões (como no transtorno obsessivo-compulsivo); evocação de eventos traumáticos (como no transtorno de estresse pós-traumático); separação de casa ou de figuras de apego (como no transtorno de ansiedade de separação); ou situações sociais (como no transtorno de ansiedade social). TRATAMENTO TERAPIA COMPORTAMENTAL: é o tratamento mais eficaz para as fobias (dessensibilização). FARMACOTERAPIA: Antagonistas dos receptores β -adrenérgicos. FOBIA SOCIAL Envolve o medo de situações sociais, incluindo aquelas que envolvem escrutínio ou contato com estranhos. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO Podem mostrar uma postura corporal excessivamente rígida ou contato visual inadequado ou falar com voz extremamente suave. Podem ser tímidos ou retraídos e ser menos abertos em conversas e revelar pouco a seu respeito. 17 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 O rubor é a resposta física característica do transtorno de ansiedade social. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS - FOBIA SOCIAL (DSM-5) A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo é exposto a possível avaliação por outras pessoas. Exemplos incluem interações sociais (p. ex., manter uma conversa, encontrar pessoas que não são familiares), ser observado (p. ex., comendo ou bebendo) e situações de desempenho diante de outros (p. ex., proferir palestras). Nota: Em crianças, a ansiedade deve ocorrer em contextos que envolvem seus pares, e não apenas em interações com adultos. B. O indivíduo teme agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade que serão avaliados negativamente (i.e., será humilhante ou constrangedor; provocará a rejeição ou ofenderá a outros). C. As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade. Nota: Em crianças, o medo ou ansiedade pode ser expresso chorando, com ataques de raiva, imobilidade, comportamento de agarrar-se, encolhendo-se ou fracassando em falar em situações sociais. D. As situações sociais são evitadas ou suportadas com intenso medo ou ansiedade. E. O medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça real apresentada pela situação social e o contexto sociocultural. F. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses. G. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. H. O medo, ansiedade ou esquiva não é consequência dos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou de outra condição médica. I. O medo,ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental, como transtorno de pânico, transtorno dismórfico corporal ou transtorno do espectro autista. J. Se outra condição médica (p. ex., doença de Parkinson, obesidade, desfiguração por queimaduras ou ferimentos) está presente, o medo, ansiedade ou esquiva é claramente não relacionado ou é excessivo. Especificar se: Somente desempenho: Se o medo está restrito à fala ou ao desempenhar em público. TRATAMENTO FARMACOTERAPIA: ISRSs (1ª escolha), benzodiazepínicos, buspirona (potencializa o ISRSs), antagonistas β-adrenérgicos, venlafaxina. PSICOTERAPIA TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA Ansiedade e preocupação excessivas com vários eventos ou atividades na maior parte dos dias durante um período de pelo menos seis meses. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Ansiedade e preocupação contínuas e excessivas acompanhadas por tensão ou inquietação motora que interfere em outros aspectos da vida da pessoa. A tensão motora manifesta-se mais comumente como tremor, inquietação e cefaleias. Costumam procurar um clínico geral ou internista em busca de ajuda para um sintoma somático (p. ex., sudorese, náusea, diarreia). CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA (DSM-5) A. Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades (tais como desempenho escolar ou profissional). B.O indivíduo considera difícil controlar a preocupação. C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes seis sintomas (com pelo menos alguns deles presentes na maioria dos dias nos últimos seis meses). Nota: Apenas um item é exigido para crianças. 1.Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele. 2.Fatigabilidade. 3.Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente. 4.Irritabilidade. 5.Tensão muscular. 6.Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto). D.A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. E.A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo). F.A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (p. ex., ansiedade ou preocupação quanto a ter ataques de pânico no transtorno de pânico, avaliação negativa no transtorno de ansiedade social [fobia social], contaminação ou outras obsessões no transtorno obsessivo-compulsivo, separação das figuras de apego no transtorno de ansiedade de separação, lembranças de eventos traumáticos no transtorno de estresse pós-traumático, ganho de peso na anorexia nervosa, queixas físicas no transtorno de sintomas somáticos, percepção de problemas na aparência no transtorno dismórfico corporal, ter 18 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 uma doença séria no transtorno de ansiedade de doença ou o conteúdo de crenças delirantes na esquizofrenia ou transtorno delirante). TRATAMENTO PSICOTERAPIA FARMACOTERAPIA: benzodiazepínicos: (medicamentos de escolha) , ISRSs, buspirona, venlafaxina. QUESTÕES DE PROVAS 01) É um possível diagnóstico de transtorno de ansiedade do tipo síndrome do pânico. O diagnóstico pode ser feito no relato de 1 ou mais crises em pelo menos 1 vez na vida, em que as crises acontecem abruptamente, sem algum motivo específico, sendo caracterizada por dispneia, sudorese, taquicardia, tremores, terror, sensação de que vai morrer e alguns casos pode evoluir com síncope. Esses sintomas também são autolimitados e se resolvem espontaneamente em 20 a 30 minutos. Todas essas características são compatíveis com o caso em questão, sendo possível, portanto, fechar o diagnóstico com base nesses critérios. 02) A análise do quadro clínico é sugestiva de transtorno de ansiedade generalizada. O paciente em questão demonstra grande preocupação com sua situação financeira após ter sido demitido e piora dos sintomas de ansiedade (taquicardia, sudorese, irritabilidade, fatigabilidade, cólicas intestinais e insônia) após mudança de circunstância social (mudança de residência). A presença de tais sintomas agravados nos últimos 5 meses é indicativo de transtorno de ansiedade generalizada, porém a preocupação excessiva com tais sintomas, a busca por vários especialistas e exames em busca de doença sugere transtorno (hipocondria) associado, sendo para ambos, indicada a psicoterapia e podendo ser associada farmacoterapia com antidepressivos triciclos. 19 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO OBSESSÕES: pensamentos repetitivos e persistentes (p. ex., de contaminação), imagens (p. ex., de cenas violentas ou horrorizantes) ou impulsos (p. ex., apunhalar alguém) que se impõem na percepção consciente da pessoa. COMPULSÕES: comportamentos repetitivos (p. ex., lavar, verificar) ou atos mentais (p. ex., contar, repetir palavras em silêncio) que o indivíduo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão, como forma de reduzir a ansiedade associada. PADRÕES DE SINTOMAS CONTAMINAÇÃO: obsessão de contaminação, seguida de lavagem ou acompanhada de evitação compulsiva do objeto. O objeto temido costuma ser difícil de evitar (p. ex., fezes, urina, pó ou germes). DÚVIDA PATOLÓGICA: obsessão de dúvida, seguida de uma compulsão por ficar verificando. Ex: esquecer de desligar o fogão ou de trancar uma porta). PENSAMENTOS INTRUSIVOS: pensamentos obsessivos intrusivos sem uma compulsão. Ex: pensamentos repetitivos de um ato agressivo ou sexual repreensível para o paciente. SIMETRIA: necessidade de simetria ou precisão, que pode levar a uma compulsão de lentidão. Ex: levar horas para terminar uma refeição ou fazer a barba. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS TRANSTORNO OBSESSIVO- COMPULSIVO (DSM-5) A. Presença de obsessões, compulsões ou ambas: Obsessões são definidas por (1) e (2): 1. Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que, em algum momento durante a perturbação, são experimentados como intrusivos e indesejados e que, na maioria dos indivíduos, causam acentuada ansiedade ou sofrimento. 2.O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens ou neutralizá-los com algum outro pensamento ou ação. As compulsões são definidas por (1) e (2): 1.Comportamentos repetitivos (p. ex., lavar as mãos, organizar, verificar) ou atos mentais (p. ex., orar, contar ou repetir palavras em silêncio) que o indivíduo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser rigidamente aplicadas. 2.Os comportamentos ou os atos mentais visam prevenir ou reduzir a ansiedade ou o sofrimento ou evitar algum evento ou situação temida; entretanto, esses comportamentos ou atos mentais não têm uma conexão realista com o que visam neutralizar ou evitar ou são claramente excessivos. Nota: Crianças pequenas podem não ser capazes de enunciar os objetivos desses comportamentos ou atos mentais. B. As obsessões ou compulsões tomam tempo ou causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. C. Os sintomas obsessivo-compulsivos não se devem aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica. D. A perturbaçãonão é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental Especificar se: Com insight bom ou razoável: O indivíduo reconhece que as crenças do transtorno obsessivo-compulsivo são definitiva ou provavelmente não verdadeiras ou que podem ou não ser verdadeiras. Com insight pobre: O indivíduo acredita que as crenças do transtorno obsessivo-compulsivo são provavelmente verdadeiras. Com insight ausente/crenças delirantes: O indivíduo está completamente convencido de que as crenças do transtorno obsessivo-compulsivo são verdadeiras. Especificar se: Relacionado a tique: O indivíduo tem história atual ou passada de um transtorno de tique. TRATAMENTO FARMACOTERAPIA: ISRS (1ª escolha) ou antidepressivo tricíclico (clomipramina) TERAPIA COMPORTAMENTAL: exposição e a prevenção de resposta. TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL 20 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 É caracterizado pela preocupação com um defeito imaginado na aparência que causa sofrimento clinicamente significativo e prejuízo em importantes áreas do funcionamento. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO As preocupações mais comuns envolvem defeitos faciais, em especial os relacionados a partes específicas (p. ex., o nariz). Sintomas associados comuns incluem ideias delirantes ou delírios de referência (ex: pessoas percebendo o tal defeito corporal), olhar-se no espelho constantemente ou evitar superfícies reflexivas e tentativas de esconder a deformidade presumida (com maquiagem ou roupas). CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL (DSM-5) A. Preocupação com um ou mais defeitos ou falhas percebidas na aparência física que não são observáveis ou que parecem leves para os outros. B. Em algum momento durante o curso do transtorno, o indivíduo executou comportamentos repetitivos (p. ex., verificar-se no espelho, arrumar-se excessivamente, beliscar a pele, buscar tranquilização) ou atos mentais (p. ex., comparando sua aparência com a de outros) em resposta às preocupações com a aparência. C. A preocupação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. D. A preocupação com a aparência não é mais bem explicada por preocupações com a gordura ou o peso corporal em um indivíduo cujos sintomas satisfazem os critérios diagnósticos para um transtorno alimentar. Especificar se: Com dismorfia muscular: O indivíduo está preocupado com a ideia de que sua estrutura corporal é muito pequena ou insuficientemente musculosa. O especificador é usado mesmo que o indivíduo esteja preocupado com outras áreas do corpo, o que com frequência é o caso. Especificar se: Indicar o grau de insight em relação às crenças do transtorno dismórfico corporal (p. ex., “Eu pareço feio” ou “Eu pareço deformado”). Com insight bom ou razoável: O indivíduo reconhece que as crenças do transtorno dismórfico corporal são definitiva ou provavelmente não verdadeiras ou que podem ou não ser verdadeiras. Com insight pobre: O indivíduo acredita que as crenças do transtorno dismórfico corporal são provavelmente verdadeiras. Com insight ausente/crenças delirantes: O indivíduo está completamente convencido de que as crenças do transtorno dismórfico corporal são verdadeiras. TRATAMENTO FARMACOTERAPIA: ISRSS, clomipramina e fluoxetina (reduzem os sintomas em pelo menos 50% dos casos). ALTERNATIVAS: drogas tricíclicas, inibidores de monoaminoxidase (IMAOs) e pimozida são úteis em alguns casos individuais. TRANSTORNO DE ACUMULAÇÃO É caracterizado pela aquisição sem descarte de coisas que são consideradas de pouco valor, resultando no amontoamento excessivo dos espaços de moradia. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO A acumulação é motivada pelo medo de perder itens que o paciente acredita serem necessários mais tarde. A maioria dos acumuladores não percebe seu comportamento como um problema. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS - TRANSTORNO DE ACUMULAÇÃO (DSM-5) A. Dificuldade persistente de descartar ou de se desfazer de pertences, independentemente do seu valor real. B. Esta dificuldade se deve a uma necessidade percebida de guardar os itens e ao sofrimento associado a descartá-los. C.A dificuldade de descartar os pertences resulta na acumulação de itens que congestionam e obstruem as áreas em uso e compromete substancialmente o uso pretendido. Se as áreas de estar não estão obstruídas, é somente devido a intervenções de outras pessoas (p. ex., membros da família, funcionários de limpeza, autoridades). D. A acumulação causa sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo (incluindo a manutenção de um ambiente seguro para si e para os outros). E .A acumulação não é devida a outra condição médica (p. ex., lesão cerebral, doença cerebrovascular, síndrome de Prader-Willi). F. A acumulação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental. Especificar se: Com aquisição excessiva: Se a dificuldade de descartar os pertences está acompanhada pela aquisição excessiva de itens que não são necessários ou para os quais não existe espaço disponível. Especificar se: Com insight bom ou razoável: O indivíduo reconhece que as crenças e os comportamentos relacionados à acumulação 21 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 (relativos à dificuldade de descartar itens, à obstrução ou à aquisição excessiva) são problemáticos. Com insight pobre: O indivíduo acredita que as crenças e os comportamentos relacionados à acumulação (relativos à dificuldade de descartar itens, à obstrução ou à aquisição excessiva) não são problemáticos apesar das evidências em contrário. Com insight ausente/crenças delirantes: O indivíduo está completamente convencido de que as crenças e os comportamentos relacionados à acumulação (relativos à dificuldade de descartar itens, à obstrução ou à aquisição excessiva) não são problemáticos apesar das evidências em contrário. TRATAMENTO TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL: tratamento mais eficaz para o transtorno e inclui treinamento em tomar decisões e categorizar; exposição e habituação ao descarte; e reestruturação cognitiva. TRICOTILOMANIA É caracterizado por puxar o cabelo repetitivamente, levando a perdas de cabelo variadas que podem ser visíveis aos outros. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO Geralmente inclui sensações crescentes de tensão seguidas de uma liberação de gratificação ao puxar o cabelo. TRICOTILOMANIA FOCADA: é o uso de um ato intencional para controlar experiências pessoais desagradáveis, tais como uma necessidade, sensação coporal (p. ex., coceira ou queimação) ou pensamento. TRICOTILOMANIA AUTOMÁTICA: ocorre além da percepção da pessoa e frequentemente durante atividades sedentárias. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – TRICOTILOMANIA (DSM-5) A. Arrancar o próprio cabelo de forma recorrente, resultando em perda de cabelo. B. Tentativas repetidas de reduzir ou parar o comportamento de arrancar o cabelo. C. O ato de arrancar cabelo causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. D. O ato de arrancar cabelo ou a perda de cabelo não se deve a outra condição médica (p. ex., uma condição dermatológica). E. O ato de arrancar cabelo não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental. TRATAMENTO PSIQUIATRAS E DERMATOLOGISTAS FARMACOTERAPIA: ISRSs, fluvoxamina, citalopram, venlafaxina, naltrexona e lítio. PSICOTERAPIA TRANSTORNO DE ESCORIAÇÃO É caracterizado pelo comportamento compulsivo e repetitivo de beliscar a pele. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO O rosto é o local mais comumdas escoriações. Muitos reconhecem o ato de arranhar como um meio de aliviar o estresse, a tensão e outros sentimentos negativos. Apesar do alívio sentido ao arranhar, eles frequentemente se sentem culpados ou constrangidos por seu comportamento. Muitos usam curativos, maquiagem ou roupas para esconder as escoriações. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS - TRANSTORNO DE ESCORIAÇÃO (DSM-5) A. Beliscar a pele de forma recorrente, resultando em lesões. B. Tentativas repetidas de reduzir ou parar o comportamento de beliscar a pele. C. O ato de beliscar a pele causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. D. O ato de beliscar a pele não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., cocaína) ou a outra condição médica (p. ex., escabiose). E. O ato de beliscar a pele não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental. TRATAMENTO FARMACOTERAPIA: ISRSs, fluoxetina TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL (TCC) QUESTÕES DE PROVAS 22 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 01) A principal hipótese diagnóstica, neste caso, é de transtorno obsessivo-compulsivo, apresentando obsessão de contaminação, ou seja, um pensamento repetido e contra a sua vontade de que vai se contaminar em qualquer situação. Como forma de aliviar esse pensamento, apresenta compulsão de lavagem (vai direto à pia e lava suas mãos repetidamente sempre que toca em algo que julga estar sujo). As obsessões e compulsões tomam tempo e causam sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no funcionamento social, uma vez que evita banheiros públicos, teatros, ônibus, cinemas e parques devido à ansiedade gerada nesses locais. Tal diagnóstico diferencia-se de transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva, uma vez que esta não possui os pensamentos obsessivos. 02) O transtorno do paciente é um transtorno obsessivo-compulsivo que se relaciona à contaminação, em que o paciente tem uma obsessão em que acha que tudo está contaminado por germes e que eles passam de objeto para objeto, levando a uma compulsão de se lavar por horas, o que afeta suas atividades diárias e gera quadros de ansiedade. Já o transtorno de personalidade obsessivo-compulsivo (anancástica) não está relacionada necessariamente com um tipo de obsessão específico e sim com a personalidade da pessoa caracterizada por teimosia, dificuldade de trabalhar em grupo por não aceitar opinião, seguir regras estritas, seguir padrões inteiramente ético e achar que é correto em tudo. 03)O quadro clínico apresentado é sugestivo de transtono obcessivo-compulsivo. Isso é afirmado, pois o paciente apresenta pensamentos obcessivos de medo de contaminação associado a comportamentos compulsivos de limpeza. Além disso, é relatado que o paciente possui rotina commportamental cada vez mais longa, ritualística e rígida relacionado ao medo de contaminar-se, de forma a prejudicar sua vida profissional e social com comprometimento de mais de 4 horas diárias pelos rituais. Assim, nota-se que preenche os critérios diagnóstico para TOC. 23 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 ANOREXIA NERVOSA CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO É uma síndrome caracterizada por três critérios essenciais. 1°: inanição (ausência do consumo alimentar) autoinduzida até um grau significativo. 2°: busca incessante por magreza ou um medo mórbido de engordar. 3°: Presença de sinais e sintomas resultantes da inanição. PATOLOGIA E EXAMES LABORATORIAIS Hemograma completo: leucopenia com linfocitose Bioquímica: ↑ nível sanguíneo de ureia (desidratação), hipercolesterolemia, ↑ enzimas hepáticas, alcalose metabólica hipocalêmica (↑ nível sérico de bicarbonato devido vômitos induzidos). Glicemia de jejum: baixa Amilase salivar: concentração sérica elevada se a paciente estiver vomitando. ECG: pode apresentar alterações no segmento ST e na onda T (secundárias a distúrbios eletrolíticos) Alterações endócrinas: amenorreia, hipotireoidismo leve (↓ T3 e T4 normal ou ↓ ), ↓ estrogênio em mulheres e ↓ testosterona em homens Massa óssea: ↓ densidade mineral óssea CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – ANOREXIA NERVOSA (DSM-5) A. Restrição da ingesta calórica em relação às necessidades, levando a um peso corporal significativamente baixo no contexto de idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde física. Peso significativamente baixo é definido como um peso inferior ao peso mínimo normal ou, no caso de crianças e adolescentes, menor do que o minimamente esperado. B. Medo intenso de ganhar peso ou de engordar, ou comportamento persistente que interfere no ganho de peso, mesmo estando com peso significativamente baixo. C. Perturbação no modo como o próprio peso ou a forma corporal são vivenciados, influência indevida do peso ou da forma corporal na autoavaliação ou ausência persistente de reconhecimento da gravidade do baixo peso corporal atual. Nota para codificação: O código da CID-9-MC para anorexia nervosa é 307.1, atribuído independentemente do subtipo. O código da CID-10-MC depende do subtipo (ver a seguir). Determinar o subtipo: (F50.01) Tipo restritivo: Durante os últimos três meses, o indivíduo não se envolveu em episódios recorrentes de compulsão alimentar ou comportamento purgativo (i.e., vômitos autoinduzidos ou uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas). Esse subtipo descreve apresentações nas quais a perda de peso seja conseguida essencialmente por meio de dieta, jejum e/ou exercício excessivo. (F50.02) Tipo compulsão alimentar purgativa: Nos últimos três meses, o indivíduo se envolveu em episódios recorrentes de compulsão alimentar purgativa (i.e., vômitos autoinduzidos ou uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas). Especificar se: Em remissão parcial: Depois de terem sido preenchidos previamente todos os critérios para anorexia nervosa, o Critério A (baixo peso corporal) não foi mais satisfeito por um período sustentado, porém ou o Critério B (medo intenso de ganhar peso ou de engordar ou comportamento que interfere no ganho de peso), ou o Critério C (perturbações na autopercepção do peso e da forma) ainda está presente. Em remissão completa: Depois de terem sido satisfeitos previamente todos os critérios para anorexia nervosa, nenhum dos critérios foi mais satisfeito por um período sustentado. Especificar a gravidade atual: O nível mínimo de gravidade baseia-se, em adultos, no índice de massa corporal (IMC) atual (ver a seguir) ou, para crianças e adolescentes, no percentil do IMC. Os intervalos abaixo são derivados das categorias da Organização Mundial da Saúde para baixo peso em adultos; para crianças e adolescentes, os percentis do IMC correspondentes devem ser usados. O nível de gravidade pode ser aumentado de maneira a refletir sintomas clínicos, o grau de incapacidade funcional e a necessidade de supervisão. Leve: IMC ≥ 17 kg/m2 Moderada: IMC 16-16,99 kg/m2 Grave: IMC 15-15,99 kg/m2 Extrema: IMC < 15 kg/m2 SUBTIPOS CATEGORIA DE RESTRIÇÃO ALIMENTAR: restrição de ingestão alimentar (menos de 300 a 500 calorias/ dia) e exercício em excesso. CATEGORIA DE PURGAÇÃO: alternância de tentativas de dieta rigorosa com compulsão 24 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 intermitente ou episódios de purgação (vômito autoinduzido, uso de laxantes, diuréticos e eméticos). TRATAMENTO HOSPITALIZAÇÃO: recuperar o estado nutricional das pacientes (tratar desidratação, inanição e desiquilíbrio eletrolítico) PSICOTERAPIA: Terapia cognitivo-comportamental FARMACOTERAPIA: não há umespecífico, mas amitriptilina, clomipramina, pimozida e clorpromazina geraram benefícios sobre o tratamento. BULIMIA NERVOSA CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO É caracterizada por episódios de compulsão alimentar combinados com formas inapropriadas de interromper o ganho de peso. Diferentemente das pacientes com anorexia nervosa, aquelas com bulimia nervosa em geral mantêm um peso corporal normal. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS- BULIMIA NERVOSA (DSM-5) A. Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio de compulsão alimentar é caracterizado pelos seguintes aspectos: 1.Ingestão, em um período de tempo determinado (p. ex., dentro de cada período de duas horas), de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria dos indivíduos consumiria no mesmo período sob circunstâncias semelhantes. 2.Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio (p. ex., sentimento de não conseguir parar de comer ou controlar o que e o quanto se está ingerindo). B. Comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes a fim de impedir o ganho de peso, como vômitos autoinduzidos; uso indevido de laxantes, diuréticos ou outros medicamentos; jejum; ou exercício em excesso. C. A compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios inapropriados ocorrem, em média, no mínimo uma vez por semana durante três meses. D. A autoavaliação é indevidamente influenciada pela forma e pelo peso corporais. E. A perturbação não ocorre exclusivamente durante episódios de anorexia nervosa. Especificar se: Em remissão parcial: Depois de todos os critérios para bulimia nervosa terem sido previamente preenchidos, alguns, mas não todos os critérios, foram preenchidos por um período de tempo sustentado. Em remissão completa: Depois de todos os critérios para bulimia nervosa terem sido previamente preenchidos, nenhum dos critérios foi preenchido por um período de tempo sustentado. Especificar a gravidade atual: O nível mínimo de gravidade baseia-se na frequência dos comportamentos compensatórios inapropriados (ver a seguir). O nível de gravidade pode ser elevado de maneira a refletir outros sintomas e o grau de incapacidade funcional. Leve: Média de 1 a 3 episódios de comportamentos compensatórios inapropriados por semana. Moderada: Média de 4 a 7 episódios de comportamentos compensatórios inapropriados por semana. Grave: Média de 8 a 13 episódios de comportamentos compensatórios inapropriados por semana. Extrema: Média de 14 ou mais comportamentos compensatórios inapropriados por semana. SUBTIPOS TIPO PURGATIVO: regularmente se engajam em vômito autoinduzido ou no uso de laxantes ou diuréticos. TIPO NÃO PURGATIVO: usam dieta restritiva, jejum ou exercícios vigorosos, mas não se engajam com regularidade em purga. TRATAMENTO PSICOTERAPIA: Terapia cognitivo-comportamental FARMACOTERAPIA: ISRSs TRANSTORNO DE COMPULSÃO ALIMENTAR CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO É caracterizado por ingestão de uma quantidade anormalmente grande de comida em um curto período de tempo de forma recorrente, sem comportamento compensatório inapropriado após um episódio de compulsão alimentar (p. ex., uso de laxante). CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – COMPULSÃO ALIMENTAR (DSM-5) A. Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio de compulsão alimentar é caracterizado pelos seguintes aspectos: 1. Ingestão, em um período determinado (p. ex., dentro de cada período de duas horas), de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria no mesmo período sob circunstâncias semelhantes. 25 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 2. Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio (p. ex., sentimento de não conseguir parar de comer ou controlar o que e o quanto se está ingerindo). B. Os episódios de compulsão alimentar estão associados a três (ou mais) dos seguintes aspectos: 1.Comer mais rapidamente do que o normal. 2.Comer até se sentir desconfortavelmente cheio. 3.Comer grandes quantidades de alimento na ausência da sensação física de fome. 4.Comer sozinho por vergonha do quanto se está comendo. 5. Sentir-se desgostoso de si mesmo, deprimido ou muito culpado em seguida. C. Sofrimento marcante em virtude da compulsão alimentar. D. Os episódios de compulsão alimentar ocorrem, em média, ao menos uma vez por semana durante três meses. E. A compulsão alimentar não está associada ao uso recorrente de comportamento compensatório inapropriado como na bulimia nervosa e não ocorre exclusivamente durante o curso de bulimia nervosa ou anorexia nervosa. Especificar se: Em remissão parcial: Depois de terem sido previamente satisfeitos os critérios plenos do transtorno de compulsão alimentar, a hiperfagia ocorre a uma frequência média inferior a um episódio por semana por um período de tempo sustentado. Em remissão completa: Depois de terem sido previamente satisfeitos os critérios plenos do transtorno de compulsão alimentar, nenhum dos critérios é mais satisfeito por um período de tempo sustentado. Especificar a gravidade atual: O nível mínimo de gravidade baseia-se na frequência de episódios de compulsão alimentar (ver a seguir). O nível de gravidade pode ser ampliado de maneira a refletir outros sintomas e o grau de incapacidade funcional. Leve: 1 a 3 episódios de compulsão alimentar por semana. Moderada: 4 a 7 episódios de compulsão alimentar por semana. Grave: 8 a 13 episódios de compulsão alimentar por semana. Extrema: 14 ou mais episódios de compulsão alimentar por semana. TRATAMENTO PSICOTERAPIA: TCC FARMACOTERAPIA: ISRSs, desipramina, imipramina e sibutramina. Questões de provas 01) Trata-se de um possível caso de anorexia, o que é justificado pela clínica da paciente com IMC de 15,5, perda de 8kg no ultimo ano, por sempre ter sido magra e ainda assim relutar que estava acima do peso, o que nos faz pensar nesse diagnóstico de transtorno alimentar. Além de serem observados alterações de exames laboratoriais como hipoglicemia, edema maleolar, creatina: 1,8 e bradicardia sinusal compatível com déficit de absorção de metabólitos (potássio). 02) A paciente em questão apresenta quadro grave de anorexia nervosa (IMC < 15kg/m2), o qual proporciona provável desnutrição com repercussões clínicas. Dessa forma, é esperado que a paciente apresente fadiga crônica, devido ao déficit nutricional e à redução do tônus muscular; edema de MMII, devido à desnutrição proteica e amenorreia, consequente dos baixos níveis de gordura corporal, de modo a prejudicar sua produção hormonal. 26 MÓDULO III: SAÚDE MENTAL ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 TRANSTORNO RELACIONADO A SUBSTÂNCIAS USO: relacionado a qualquer tipo de consumo, podendo ser frequente ou não. DEPENDÊNCIA: uso repetido de uma droga ou substância química, com ou sem dependência física. ABUSO: uso nocivo de qualquer tipo de droga, autoadministrada, desviando dos padrões médicos ou aceitos socialmente. TRANSTORNO POR USO DE SUSBTÂNCIAS CLASSIFICAÇÃO DIAGNÓSTICA TRANSTORNO POR USO DE SUBSTÂNCIA Um padrão problemático de uso da substância, levando a comprometimento ou sofrimento clinicamente significativos, manifestado por pelo menos dois dos seguintes critérios, ocorrendo durante um período de 12 meses: 1. Uso recorrente da substância, resultando no fracasso em desempenhar papéis relevantes no trabalho, na escola ou em casa (p. ex., ausências repetidas ao trabalho). 2. Uso recorrente da substância em situações nas quais isso representa perigo para a integridade física (p. ex., condução de veículos ou operação de máquinas durante prejuízo de julgamento decorrente do uso da substância). 3. Uso continuado
Compartilhar