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A cerca da impenhorabilidade deve-se entender primeiro que em princípio todos os bens do devedor ou responsável pelo débito são passiveis de penhora, é importante dividir esses dois indivíduos como o devedor e o responsável para se entender a extensão da responsabilidade civil do indivíduo, por exemplo, se o causador do dano não for civilmente capaz, seu responsável civil será também o responsável pela dívida proveniente do dano causado. Então nem sempre o devedor será diretamente o único responsável pelo ressarcimento do dano, logo tendo valor econômico os bens poderão ser sempre penhorados, sendo também possível a penhora de bens de terceiros, porém tal penhora só será possível quando a lei estabelecer a sujeição destes bens a execução, que são duas hipóteses.
Os bens de terceiros poderão ser penhorados quando o próprio terceiro for o 
responsável ou quando este bem em questão for alienado em fraude a execução, já o devedor responde para o cumprimento de suas obrigações com todos os bens, salvos as restrições estabelecidas em lei conforme o art. 789 do CPC, tal expressão “restrições” trata dos bens em que a lei encara como inalienáveis ou impenhoráveis,  estes bens estão previstos no art. 832 do CPC, a inalienabilidade abrange a impenhorabilidade, ou seja todo bem inalienável é impenhorável, levando a palavra inalienar em  seu conceito de transferência de um bem para outro indivíduo. Entretanto existem bens que são impenhoráveis, porém eles podem ser alienados, pois a impenhorabilidade não abrange a inalienabilidade. 
A origem da inalienabilidade surge da própria lei, por exemplo, é possível 
alienar o oceano atlântico para depois o penhorar? Não, tendo em vista que é express o lei a inalienabilidade deste local, deste patrimônio. Um exemplo de bem inalienável  está previsto no art. 533, §1º do CPC, que trata da inalienabilidade de bens que gerem uma renda mensal, quando o devedor decorrente de ato ilícito tenha obrigação de pagar  valor mensal de pensão, por exemplo, o devedor da pensão ou responsável por ela, tenha uma casa de imóvel ou aplicação financeiro que gere uma renda mensal,  neste caso ele não poderá aliena-la ou penhora-la afim de assegurar sua prestação obrigacional. Também temos a origem da inalienabilidade quando o bem se tornar inalienável por vontade das partes, por exemplo, o art. 1.911 do Código Civil que deixa explicito que nas cláusulas testamentarias poderá o testador prever por ato de liberdade na doação a inalienabilidade dos bens, o que implica na impenhorabilidade.
Existem bens que são absolutamente impenhoráveis, estes não podem ser 
impenhoráveis em nenhuma hipótese conforme o art. 833 do CPC, em seu primeiro inciso ele exalta a questão anteriormente explicada dos bens inalienáveis  por ato voluntario, os bens familiares dispostos no art. 1711 até 1722 do CC, pois existe a possibilidade de se proceder com um destacamento do patrimônio do executado  para ser considerado como bem de família, este não poderá ser penhorado, existe também  os bens familiares que são determinados por lei.
O bem de família que é fruto de destacamento do patrimônio é previsto pelo art. 1.711 do CC, e demonstra que utilizada a vontade das partes pelos meios descritos no próprio artigo, poderão serem considerados bens de família, entretanto existe a outra possibilidade prevista em lei especial, esta vale ressaltar que não necessariamente livra o bem da inalienabilidade, apenas da impenhorabilidade.
Já os bens relativamente impenhoráveis, possuem sua impenhorabilidade 
permitida através do art. 834, CPC, logico que não a penhorabilidade dos bens em si, mas sim de seus frutos e rendimentos desde que o executado não possua os bens livres os quais poderá recair a penhora, por exemplo, se o indivíduo possui dois imóveis, a penhora correrá sobre o segundo para quitação da dívida, entretanto se este segundo imóvel não puder ser penhorado por se tratar de um imóvel alugado ao estado os rendimentos provenientes deste aluguel serão penhorados. Trocando em miúdos só ocorrera a penhorabilidade de bens relativamente impenhoráveis quando não existir possibilidade de penhora de outros bens.
O inciso II do art. 833 do CPC, trata dos bens individuais do executado, temos o entendimento jurisprudencial de que os bens individuais e de saúde do indivíduo não podem ser penhorados, o único problema é que a lei não coloca os parâmetros de exclusão da impenhorabilidade, pois quando o artigo utiliza a expressão padrão médio de vida para os bens individuais que não podem ser penhorados, o legislador estabelece que caberá ao juiz de acordo com o caso concreto estabelecer  qual é a relevância daquele bem perante as condições das pessoas envolvidas naquela determinada  lide, o norteador aqui será o princípio da dignidade da pessoa humana, pois a jurisprudência  seguiu este fundamento. 
O inciso III do art. 833 do CPC, traz as vestimentas como objeto de 
impenhorabilidade, aqui novamente o legislador tratou de colocar como exceção  à regra as vestimentas que não são necessário de alto valor, como por exemplo, se o indivíduo executado possui apenas 2 pares de tênis e os mesmo são de uma marca famosa e cara, eles poderão ser impenhoráveis, tendo em vista que o individuo só possui apenas esses dois pares, entretanto se o individuo possuir mais de 50 pares de tênis, e todos esses tênis são caros com valores de um salário mínimo acima, o juiz poderá sim por permissão do legislador efetuar a penhora de todos os tênis ressalvado apenas o necessário que seria no máximo dois pares. Mas fora do exemplo que serve apenas para elucidar e facilitar o entendimento, ficará a cargo do juiz respeitando o princípio da dignidade da pessoa humana proceder com a penhora ou não.
O inciso IV do art. 833 do CPC, fala acerca do subsídio, soldo, em geral a 
remuneração ou renda que são destinadas ao sustento do executado e de sua família,  em regra todo e qualquer renda em decorrência de trabalho do próprio executado é impenhorável, o salário do aposentado, celetista, funcionário publico ou empregado de  empresa privada regido pela CLT, e a razão desta impenhorabilidade advém  da necessidade de subsistência do executado, ou seja, para que o executado promova a sua sobrevivência afim de manter sua obrigação de pagar sua dívida sem que sua dignidade humana seja deturpada, entretanto existe a exceção, que seria o §2º do art. 833, que trata da autorização da penhora do salário em caso de dívida de valores acima  de 50 salários mínimos ou prestação de pensão alimentícia, logo, caberá novamente ao juiz determinar a penhora do salário para quitação da dívida observando a subsistência do executado, pois a penhora de seu salario também o coloca em situação ultrajante.
O inciso V do art. 833 do CPC, de forma resumida trata das ferramentas ou seja o local de uso do executado para o seu labor, temos que ressaltar neste ponto que o legislador explicou que cabe ao executado demonstrar especificamente que as ferramentas, livros ou utensílios utilizados pelo executado devem s e demonstrar ou comprovar realmente utilizadas para aquele fim, entram também neste rol as maquinas ou equipamentos e implementos agrícolas conforme previsto no §3º, sendo as maquinas, equipamentos ou implementos agrícolas pertencentes a empresa individual produtora  agrícola rural ou pessoa física, o legislador ainda deixou uma exceção ou seja, as maquinas ou equipamentos e implementos agrícolas ainda podem ser penhoradas caso estejam financiadas ou sejam objeto de garantia em negócio jurídico  ou ainda quando a estiverem respondendo estes bens por dividas de execução alimentícia,  trabalhista ou previdenciária.
Temos aqui como exemplo de exercício profissional e bens de utilidade 
profissional também os motoristas de aplicativo profissional que se conseguir 
comprovar sua função laboral, seu automóvel não poderá ser penhorável tendo em vista que o carro é seu único meio de trabalho, ou seja, o individuo tem sua dignidade infringida pela execução e acaba sendo privado desua subsistência caso seu carro seja penhorado.
O inciso VI do art. 833 do CPC, trata o segura de vida como impenhorável, 
tendo em vista que se trata de um direito pensado para fruição e valorização da vida do executado e dignidade pós morte para sua própria família, penhorar o seguro de vida do individuo seria uma demonstração de desrespeito a sua moral e dignidade. Vale ressaltar que independente de o seguro de vida ser recebido por morte ou invalidez, ele não poderá ainda ser penhorado.
O inciso VII do mesmo artigo trata a cerca dos materiais de obras em 
andamento, por uma questão de lógica, é mais considerável até mesmo para o exequente que a obra seja concluída e caso o executado tenha como forma de obtenção de lucro ou subsistência aquela obra, não poderá o exequente infringir este direito a dignidade que é devido ao executado.
O inciso VIII do art. 833 do CPC, traz o conceito de pequena propriedade rural 
que não poderá ser penhorada, deve – se aqui levar em consideração se a propriedade é de subsistência familiar, ou seja, caso a pequena propriedade rural tenha cunho de produção, criação ou seja objeto de renda familiar, não poderá de forma alguma ser penhorada. Neste caso temos a necessidade de se trabalhar a propriedade rural em família e comprovar a subsistência desta, conforme Recurso Especial do STJ 469496/PR.
Já no inciso IX do mesmo artigo temos os recursos direcionados do Estado para as instituições privadas, estes recursos que são direcionados a setores da saúde, educação ou assistência social, são impenhoráveis tendo em vista que o legislador entende que a dívida provocada pela instituição não poderá ser transferida aos recursos disponibilizados pelo Estado.
Inciso X, são impenhoráveis a quantia de até 40 salários mínimos as quantias 
depositadas em caderneta de poupança, o tribunal entende que se o indivíduo possui mais de uma conta de poupança a penhora correrá sob a totalidades da soma de todas suas contas, como se fosse um único sistema monetário, se o individuo possui duas contas de poupança e essas possuem 30 mil reais cada uma, o individuo terá um total de 60 mil reais em sua conta bancaria, logo sobre esses 20 mil reais que passaram do limite de 40 mil que seria mais ou menos os 40 salários mínimos, correrá a penhora.
O inciso XI do art. 833 do CPC, tem como objetivo evitar que atos ilícitos 
praticados por um determinado diretório estadual ou municipal, trouxesse aos juízes a possibilidade de penhorar os recursos partidários prejudicando assim a promoção e continuidade do partido político em sua estrutura e organização. A jurisprudência do STJ entende que esses recursos são absolutamente impenhoráveis, ou seja, mesmo que a dívida executada seja oriunda das atividades do partido, como alistamento, propagando política, aluguel de espaços para comícios, doutrinação política e
 O inciso XII do art. 833 do CPC, aqui temos um dos assuntos mais delicados no mercado imobiliário brasileiro, trata-se da preocupação do legislador em assegurar o crédito empregado pelo individuo em determinado empreendimento. Por exemplo, a incorporadora imobiliária destaca uma parcela de seus bens para promover a construção de um novo empreendimento, um novo residencial, neste caso, o crédito oriundo deste empreendimento, que terá como origem as pessoas que investiram nele, é completamente impenhorável. Ou seja, caso algo ocorra com a incorporadora imobiliária, as obras que já foram devidamente vendidas aos seus consumidores, e a preocupação principal do legislador é justamente salva guardar estes terceiros que não possuem nenhuma culpa da situação a qual a incorporadora imobiliária se encontra.
Nos casos de impenhorabilidade relativa temos os parágrafos únicos do art. 833 do CPC que se seguem da seguinte forma, o §1º trata que a impenhorabilidade pode ser dispensada nos casos de dívida relativa ao próprio bem, neste caso ainda que esta dívida tenha sua origem por conta deste mesmo bem, a título de exemplo o financiamento de uma casa na qual você dá como garantia a mesma, logo a execução obriga a penhora da residência financiada. Temos como por exemplo, alguns outros exemplos de dívidas do próprio bem, impostos como o IPTU do bem, despesas condominiais, hipoteca.
O §2º já explicado trata das exceções a penhora no que tange dívidas oriundas de verbas alimentares independente de seu limite que será de até 50 salários-mínimos, e verbas não alimentares neste mesmo limite, logo vale ressaltar que aqui se aplica também a execução para caderneta de poupança. 
Logo, concluímos que o instituto da impenhorabilidade possui sua origem na 
vontade do legislador em resguardar os bens do executado e alienar apenas os bens os quais o executado não possui a necessidade extrema para sua subsistência, vale ressaltar que o legislador também traz diversas saídas, ou seja, escapes jurídicos negociáveis para que o exequente não saia totalmente no prejuízo, isso pode ser visto claramente ao se prosseguir com a leitura do art. 834 do CPC, que traz a possibilidade de converter em parcelas de pagamentos os rendimentos de determinado bem que não pode ser penhorável, nesta linha de raciocínio o Código de Processo Civil vem buscando para o direito brasileiro uma espécie de tratados e conciliações buscando dirimir  os conflitos deforma que o executado e o exequente possam juntos concordar e contratar a cerca da  própria forma de ressarcimento dos danos através da penhora.

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