Buscar

DIREITO ADMINISTRATIVO I - CONCEITO, REGIME JURÍDICO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA (RESUMO)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
1. CONCEITO: 
“Direito Administrativo é o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, 
os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar, concreta, direta e imediatamente, os fins 
desejados pelo Estado.” (Hely Lopes Meirelles) 
 
“O ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas 
administrativas (AUTARQUIA, FUNDAÇÃO PÚBLICA, EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA 
MISTA) que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exercer os 
bens e meios de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública.” (Di Pietro) 
• Atividade jurídica contenciosa: coisa julgada, são as atividades realizadas pelo 
Poder Judiciário. Atividade-fim do Poder Judiciário; 
• Atividade jurídica não contenciosa: não é definitiva, não gera coisa julgada. 
Decisão meramente administrativa, não gera coisa julgada. Exemplo: julgamento de um 
recurso administrativo – processo administrativo disciplinar. 
 
“É o conjunto das normas jurídicas que disciplinam a função administrativa do Estado 
e a organização e o funcionamento dos sujeitos e órgãos encarregados de seu desempenho.” 
(Marçal Justen Filho). 
 
2. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
• Natureza de direito público; 
• O complexo de princípios e normas; 
• Função administrativa: órgãos, agentes e pessoas da Administração (entidades) 
 
3. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO 
• Colocam a Administração Pública numa posição de supremacia; 
• “Pedras de Toque” (Celso Antonio Bandeira de Mello): considera 
SUPRAPRINCÍPIOS: 
o Princípio da Supremacia do Interesse Público: prerrogativas / direito. 
Sempre atender ao interesse público, representa os fins do Estado. 
o Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público: sujeição / 
obrigação / restrição. O agente público não pode dispor de direitos da sociedade. 
 
4. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
➢ ENTIDADES POLÍTICAS: UNIÃO, ESTADOS, DF E MUNICÍPIOS. 
o Autonomia: Administrativa, financeira e política; 
o ADMINISTRAÇÃO DIRETA; 
➢ ENTIDADES ADMINISTRATIVAS: AUTARQUIAS, FUNDAÇÕES PÚBLICAS, 
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA. 
o Autonomia: Administrativa e financeira; 
o ADMINISTRAÇÃO INDIRETA; 
 
➢ DESCONCENTRAÇÃO 
➢ DESCENTRALIZAÇÃO 
➢ DOUTRINA 
o Sentido objetivo/material/ou funcional: Referência às funções que a 
administração pública exerce. Alguns exemplos são a prestação de serviço público, a 
polícia administrativa, fomento e as intervenções. 
▪ Fomento: abrange a atividade administrativa de incentivo à 
iniciativa privada de utilidade pública; 
▪ Polícia administrativa: exercida para impor limitações aos 
direitos individuais em benefício da coletividade; 
▪ Serviço Público: é toda atividade que a Administração Pública 
executa, diretamente ou indiretamente, para satisfazer a necessidade coletiva, 
sob regime jurídico predominantemente público; 
▪ Intervenções: compreende a regulamentação e fiscalização 
da atividade econômica de natureza privada (intervenção indireta) como, por 
exemplo: as atividades desempenhadas pelas agências reguladoras. Outra 
modalidade de intervenção ocorre quando o Estado realiza uma 
desapropriação ou mesmo o tombamento – intervenção na propriedade 
privada. 
o Sentido subjetivo/formal/ou orgânico: Referência aos sujeitos que 
compõem a administração. Quais são os sujeitos: órgãos públicos, as pessoas jurídicas 
de direito público ou privado e os agentes públicos. 
➢ CONCEITO: Conjunto de sujeitos que desenvolvem atividades administrativas. 
 
SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
SUBJETIVO OBJETIVO 
DECRETO LEI n.º 200/67: que dividiu a 
administração pública em Administração Direta e 
Indireta 
 
ADM. DIRETA: Órgão (DESCONCENTRAÇÃO) 
ADM. INDIRETA: Entidade (DESCENTRALIZAÇÃO) 
DESCENTRALIZAÇÃO 
Outorga/serviço/técnica: 
cria uma entidade e 
transfere a titularidade 
do serviço 
Delegação/por 
colaboração: Estado 
transfere a execução 
do serviço para 
particular 
DESCONCENTRAÇÃO: Criação de órgãos em 
Entidades Políticas e Entidades Administrativas 
 
 
 
➢ CENTRALIZAÇÃO: O Estado atua diretamente por meio de seus órgãos. 
Exemplo: Educação / Saúde / P.F / PRF; 
➢ CONCENTRAÇÃO: A pessoa jurídica extingue órgãos, reunindo em número 
menor de unidades as respectivas competências. Exemplo: Ministério A foi extinto. Pegou as 
atividades deste Ministério e levou para outro. 
➢ DESCENTRALIZAÇÃO: Distribuição de competências de uma pessoa jurídica 
para outra pessoa jurídica. Não há subordinação, apenas vinculação administrativa. 
➢ DESCONCENTRAÇÃO: técnica administrativa de distribuição de competência 
dentro da mesma pessoa jurídica. Há subordinação. 
 
5. ADMINISTRAÇÃO DIRETA 
“Os órgãos do Estado são o próprio Estado compartimentado em centros de competência, destinados 
ao melhor desempenho das funções estatais”. (Carvalho Filho) 
Art. 1º, §2º, inc. I, da Lei n.º 9.784/1999, conceitua órgão nos seguintes temos: “é a unidade de 
atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta”. 
• Teoria do Órgão ou Teoria da Imputação (Otto Gierke): as pessoas jurídicas expressam suas 
vontades através de seus órgãos que, por sua vez, são titularizadas pelos agentes públicos. 
Agente Público – Órgão – Pessoa jurídica 
A ação do agente público é imputada ao órgão. A ação do órgão é imputada à pessoa 
jurídica. 
 
 
PROCESSO CIVIL E ADMINISTRATIVO – DEFESA JUDICIAL DE ÓRGÃO SEM PERSONALIDADE 
JURÍDICA – PERSONALIDADE JUDICIÁRIA DA CÂMARA DE VEREADORES. 1. A regra geral é a de que 
só os entes personalizados, com capacidade jurídica, têm capacidade de estar em juízo, na defesa 
dos seus direitos. 2. Criação doutrinária acolhida pela jurisprudência no sentido de admitir que 
órgãos sem personalidade jurídica possam em juízo defender interesses e direitos próprios, 
excepcionalmente, para manutenção, preservação, autonomia e independência das atividades do 
órgão em face de outro Poder. (...) REsp 649.824/RN, rel. min. Eliana Calmon, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 28-03-2006, DJ 30.05.2006, p. 136). 
Personalidade jurídica # Capacidade Processual (órgãos independentes e autônomos) 
- Os órgãos independentes são aqueles que possuem previsão na Constituição. Exemplo: Tribunal 
de Contas, Câmara, Senado, Câmara Municipal de Vereadores. 
- Os órgãos autônomos são os logo abaixo dos independentes. Exemplo: Ministérios. 
 
Súmula n. 525 do STJ. A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica, apenas 
personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos 
institucionais. 
 
6. ÓRGÃO PÚBLICO 
Conceito Unidade de atuação integrante da estrutura da 
Administração Direta e Indireta. 
Criação e extinção Sempre por lei. 
Personalidade São despersonalizados, não exercem direitos 
nem obrigações na ordem jurídica; 
Classificação a) Quanto à posição estatal: independentes, 
autônomos, superiores e subalternos; 
b) Quanto à estrutura: simples e compostos; 
c) Quanto à atuação funcional: singulares ou 
colegiados. 
 
 
7. CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS 
 
a. Quanto à posição estatal: 
I. Independentes: CAPACIDADE PROCESSUAL são os originários da Constituição e 
representativos dos Poderes de Estado – Legislativo, Executivo e Judiciário. Sem 
qualquer subordinação hierárquica ou funcional. Compostos por agentes políticos. 
II. Autônomos: são os localizados imediatamente abaixo dos órgãos independentes e 
diretamente subordinados a seus chefes. Têm ampla autonomia administrativa, 
financeira e técnica. Exemplo: os Ministérios, as Secretarias de Estado e de 
Município; 
III. Superiores: são os que detém poder de direção, controle, decisão e comando dos 
assuntos de sua competência específica, mas sempre sujeitos à subordinação e ao 
controle hierárquico de uma chefia mais alta. Ex: Gabinetes, Secretarias-Gerais, 
Inspetorias-Gerais, Procuradorias Administrativas eJudiciais, Coordenadorias, 
Departamentos e Divisões. 
IV. Subalternos: são todos aqueles que se acham hierarquizados a órgãos mais 
elevados, com reduzido poder decisório e predominância de atribuições de 
execução. Destinam-se à realização de serviços de rotina, tarefas de formalização 
de atos administrativos, cumprimento de decisões superiores e primeiras soluções 
em casos individuais, tais como os que, nas repartições públicas, executam as 
atividades-meio e atendem ao público, prestando-lhe informações e 
encaminhando seus requerimentos, como são as seções de expediente. 
 
8. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
a. AUTARQUIAS: Pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de 
autoadministração para o desempenho de serviço público descentralizado, mediante 
controle administrativo exercido nos termos da lei”. (DI PIETRO) 
I. Vai desenvolver atividade típica de Estado/Administração Pública; 
II. Pode sofrer poder de autotutela. 
III. Criada por lei, a partir da publicação, já terá personalidade jurídica própria; 
IV. Instituição: Art. 37, XIX, CF – somente por lei específica poderá ser criada 
autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de 
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último 
caso, definir as áreas de sua atuação. LEI ESPECÍFICA = LEI ORDINÁRIA 
V. Patrimônio: Art. 98, CC: São públicos os bens de domínio nacional 
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno, todos os outros 
são particulares, seja qual for a pessoa a quem pertencerem. 
VI. Impenhorabilidade, imprescritibilidade e, em regra, inalienáveis: Art. 100. 
Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, 
enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar – 
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as 
exigências da lei. 
VII. Juízo competente: Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I 
– as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal 
forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, 
exceto as de falência, as de acidente de trabalho e as sujeitas à Justiça 
Eleitoral e à Justiça do Trabalho. 
VIII. Responsabilidade Civil: Art. 37, §6º, CF. As pessoas jurídicas de direito 
público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão 
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, 
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou 
culpa. RESPONSABILIDADE OBJETIVA 
IX. Imunidade tributária: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias 
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: (...) VI – instituir impostos sobre: a) patrimônio, 
renda ou serviços, uns dos outros; (...) §2º A vedação do inciso VI, “a”, é 
extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder 
Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a 
suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 
X. Controle administrativo: Princípio da Especialidade: a lei deve apresentar as 
finalidades específicas da entidade. 
1. Supervisão ministerial ou Controle Finalístico: Decreto-Lei n.º 200/67 
– Art. 20. O Ministério de Estado é responsável, perante o Presidente 
da República, pela supervisão dos órgãos da Administração Federal 
enquadrados em sua área de competência. Parágrafo único. A 
supervisão ministerial exercer-se-á através da orientação, 
coordenação e controle das atividades dos órgãos subordinados ou 
vinculados ao Ministério, nos termos desta lei. 
XI. Prerrogativas autárquicas 
1. Prescrição quinquenal: significa que se alguém tiver créditos contra 
autarquia, deverá realizar a cobrança em até cinco anos, sob pena de 
prescrever o seu direito de ação. 
“Em julgamento de recurso repetitivo relatado pelo ministro 
Mauro Campbell Marques, a Primeira Seção do Superior Tribunal 
de Justiça (STJ), de forma unânime, definiu que prescreve em cinco 
anos, todo e qualquer direito ou ação movida contra a fazenda 
pública, seja ela federal estadual ou municipal, inclusive 
indenização por reparação civil. A decisão tem importância 
transcendental para nortear a atuação da advocacia pública. Eis a 
ementa: ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO 
DE CONTROVÉRSIA (ARTIGO 543-C DO CPC). RESPONSABILIDADE 
CIVIL DO ESTADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. PRESCRIÇÃO. PRAZO 
QUINQUENAL (ART. 1º DO DECRETO 20.190/32) x PRAZO TRIENAL 
(ART. 206, §3º, V, DO CC). PREVALÊNCIA DA LEI ESPECIAL. 
ORIENTAÇÃO PACIFICADA NO ÂMBITO DO STJ. RECURSO ESPECIAL 
NÃO PROVIDO” 
STF – Tese de Repercussão Geral no sentido de que “é prescritível 
a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de 
ilícito civil”. Recurso Extraordinário (RE) 669069. 
“São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas 
na prática de ato doloso tipificado na Lei Improbidade 
Administrativa”. STF. Plenário. RE 852475/SP, rel. Orig. Min. 
Alexandre de Moraes, Rel. para acórdão. Min. Edson Fachin, 
julgado em 08/08/2018. 
 
2. Prazos processuais: Art. 183, CPC. A União, os Estados, o Distrito 
Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de 
direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas 
manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da 
intimação pessoal. 
3. Duplo Grau de Jurisdição: 
Art. 496, CPC. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não 
produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a 
sentença: 
I – proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os 
Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito 
público; 
§1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no 
prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se 
não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á. 
§3º Não se aplica o disposto neste artigo, quando a condenação ou 
o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido 
inferior a: 
I – 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas 
autarquias e fundações de direito público; 
II – 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito 
Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e 
os Municípios que constituam capitais dos Estados; 
III – 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e 
respectivas autarquias e fundações de direito público. 
§4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a 
sentença estiver fundada em: 
- Súmula de Tribunal Superior; 
- Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo 
Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
- Entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no 
âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em 
manifestação, parecer ou súmula administrativa. 
 
 
4. Sistema de precatórios: Quando a autarquia for condenada em 
ações judiciais, o pagamento da obrigação será realizado pelo sistema 
de precatório nos termos do art. 100 da CF/1988. Salvo, as ações que 
representem pequeno valor, quando definidas em lei. 
 Importante: os bens da autarquia não estão a livre disposição, 
logo não podem ser penhorados para satisfação de créditos devidos 
ao particular. Valores correspondentes à condenação judicial 
transitada em julgado serão quitados através de precatórios judiciais 
incluídos em dotação orçamentária do ente federado a que a 
autarquia estiver vinculada, conforme consta no §5º do art. 100 da 
Constituição Federal. Diante do exposto, nota-se que as autarquias 
gozam das mesmas prerrogativas do Estado em juízo. 
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, 
Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, 
far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação 
dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a 
designação de casosou de pessoas nas dotações orçamentárias e 
nos créditos adicionais abertos para este fim. 
§3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de 
precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas 
em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam 
fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. 
UNIÃO: até o valor de sessenta salários mínimos (art. 3º, da Lei n.º 
10.259/01) 
Art. 17, Lei n.º 10.259/01: Tratando-se de obrigação de pagar 
quantia certa, após o trânsito em julgado da decisão, o pagamento 
será efetuado no prazo de sessenta dias, contados da entrega da 
requisição, por ordem do Juiz, à autoridade citada para a causa, na 
agência mais próxima da Caixa Econômica Federal ou do Banco do 
Brasil, independentemente de precatório. 
“Em regra, as empresas estatais estão submetidas ao regime das 
pessoas jurídicas de direito privado (execução comum). No entanto, 
é possível aplicar o regime de precatórios para empresa públicas 
e sociedades de economia mista que prestam serviços públicos e 
que não concorram com a iniciativa privada (serviço público 
próprio do Estado e de natureza não concorrencial) (STF; RE 
627242, AgR 02/05/2017 – Info 858)” 
 
V. Autarquias profissionais (ou corporativas): Art. 58, §3º, da Lei n.º 9.649/1988 
estabelece que: “os empregados dos conselhos de fixação de profissões 
regulamentadas são regidos pela legislação trabalhista, sendo vedada qualquer 
forma de transposição, transferência ou deslocamento para o quadro da 
Administração Pública direta ou indireta”. 
VI. Autarquias especiais ou sob regime especial: Art. 3º, Lei n.º 13.848/19 – A natureza 
especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela ausência de tutela ou 
de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e 
financeira e pela investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os 
mandatos, bem como pelas demais disposições constantes desta Lei ou de leis 
específicas voltadas à sua implementação. 
▪ Agências reguladoras: Plano Nacional de Desestatização 
• Princípio da juridicidade: a competência para regular certas 
matérias se transfere da lei para outras fontes normativas, por 
expressa autorização do próprio legislador. A normatização sai do 
domínio da lei para o domínio regulamentar. O próprio 
Legislativo, incapaz de regular de forma satisfatória determinadas 
matérias de alta complexidade técnica, delega a órgão ou a 
pessoa administrativa a competência para instituí-la, valendo-se 
dos especialistas e técnicos que melhor entendem do assunto. 
• Atividades desempenhadas: 1) as que exercem, com base na lei, 
típico poder de polícia, com a imposição de limitações 
administrativas, previstas em lei, fiscalização, repressão, como é 
o caso, por exemplo, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(ANVISA), da Agência Nacional de Saúde Pública Suplementar 
(ANS), da Agência Nacional de Águas (ANA); 2) as que regulam e 
controlam as atividades que constituem objeto de concessão, 
permissão ou autorização de serviços públicos 
(telecomunicações, energia elétrica, transporte, etc) ou de 
concessão para exploração de bem público (petróleo e outras 
riquezas minerais, rodovias, etc.) Ex: ANEEL, ANATEL e ANAC. 
• Poder normativo técnico: é o poder de estabelecer 
regulamentação sobre matéria de ordem técnica; 
• A produção de atos administrativos normativos, completando as 
disposições da lei, depende de expressa autorização dada pela 
própria lei. É o que alguns chamam de regulamentos delegados 
ou autorizados; a matéria do ato deve ser de índole técnica; o ato 
praticado com fundamento no poder normativo técnico das 
agências reguladoras estão sujeitos ao controle legislativo 
constante no art. 49, V, da CF, e ao controle judicial. 
• Gestão de recursos humanos das Agências Reguladoras: 
Art. 4º - as agências terão como órgão máximo o Conselho 
Diretor ou a Diretoria Colegiada, que será composto de até 04 
(quatro) conselheiros ou Diretores e 1 (um) Presidente, 
Diretor-Presidente ou Diretor-Geral. 
§1º Os mandatos dos membros do Conselho Diretor ou da 
Diretoria Colegiada serão não coincidentes, de modo que, 
sempre que possível, a cada ano, ocorra o término de um 
mandato e uma consequente nova indicação. 
§2º os mandatos que não forem providos no mesmo ano em 
que ocorrer sua vacância terão a duração reduzida, a fim de 
viabilizar a observância à regra de não coincidência de que 
trata o §1º deste artigo. 
§3º integrarão a estrutura organizacional de cada agência uma 
procuradoria, que a representará em juízo, uma ouvidoria e 
uma auditoria. 
 
Art. 5º O Presidente, Diretor-Presidente ou Diretor-Geral (CD 
i) e os demais membros do Conselho Diretor ou da Diretoria 
Colegiada (CD II) serão brasileiros, indicados pelo Presidente 
da República e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado 
Federal, nos termos da alínea “f” do inciso III do art. 52 da 
Constituição Federal, entre cidadãos de reputação ilibada e de 
notório conhecimento no campo de sua especialidade, 
devendo ser atendidos 1 (um) dos requisitos das alíneas “a”, 
“b” e “c” do inciso I e, cumulativamente, o inciso II: 
I – ter experiência profissional de, no mínimo: 
a) 10 (dez) anos, no setor público ou privado, no campo 
de atividade da agência reguladora ou em área a ela 
conexa, em função de direção superior; ou 
b) 4 (quatro) anos ocupando pelo menos um dos 
seguintes cargos: 
a. Cargo de direção ou de chefia superior em 
empresa no campo de atividade da agência 
reguladora, entendendo-se como cargo de 
chefia superior aquele situado nos 2 (dois) 
níveis hierárquicos não estatutários mais 
altos da empresa; 
b. Cargo em comissão ou função de confiança 
equivalente a DAS-4 ou superior, no setor 
público; 
c. Cargo de docente ou de pesquisador no 
campo de atividade de agência reguladora 
ou em área conexa; ou 
d. 10 (dez) anos de experiência como 
profissional liberal no campo de atividade da 
agência reguladora ou em área conexa; e 
II – ter formação acadêmica compatível com o cargo para o 
qual foi indicado; 
 
§5º A indicação, pelo Presidente da República, dos membros 
do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada a serem 
submetidos à aprovação do Senado Federal especificará, em 
cada caso, se a indicação é para Presidente, Diretor-
Presidente, Diretor-Geral, Diretor ou Conselheiro. 
§7º Ocorrendo vacância no cargo de Presidente, Diretor-
Presidente, Diretor-Geral, Diretor ou Conselheiro no curso do 
mandato, este será completado por sucessor investido na 
forma prevista no caput e exercido pelo prazo remanescente, 
admitida a recondução se tal prazo for igual ou inferior a 2 
(dois) anos. 
§8º O início da fluência do prazo do mandato dar-se-á 
imediatamente após o término do mandato anterior, 
independentemente da data de indicação, aprovação ou posse 
do membro do colegiado. 
§9º Nas ausências eventuais do Presidente, Diretor-Presidente 
ou Diretor-Geral, as funções atinentes à presidência serão 
exercidas por membro do Conselho Diretor ou da Diretoria 
Colegiada indicada pelo Presidente, Diretor-Presidente ou 
Diretor-Geral da agência reguladora”. (NR) 
 
Art. 6º. O mandato dos membros do Conselho Diretor ou da 
Diretoria Colegiada das agências reguladoras será de 5 (cinco) 
anos, vedada a recondução, ressalvada a hipótese do §7º do 
art. 5º. 
 
Art. 8º. Os membros do Conselho Diretor ou da Diretoria 
Colegiada ficam impedidos de exercer atividade ou de prestar 
qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência, 
por período de 6 (seis) meses, contados da exoneração ou do 
término de seu mandato, assegurada a remuneração 
compensatória. 
 
Art. 8º -A. É vedada a indicação para o Conselho Diretor ou a 
Diretoria Colegiada: 
I – de Ministro de Estado, Secretário de Estado, Secretário 
Municipal, dirigente estatutário de partido político e titular de 
mandato no Poder Legislativo de qualquer ente da federação, 
ainda que licenciados dos cargos;II – de pessoa que tenha atuado, nos últimos 36 (trinta e seis) 
meses, como participante de estrutura decisória de partido 
político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação 
e realização de campanha eleitoral; 
III – de pessoa que exerça cargo em organização sindical; 
IV – de pessoa que tenha participação, direta ou indireta, em 
empresa ou entidade que atue no setor sujeito à regulação 
exercida pela agência reguladora em que atuaria, ou que tenha 
matéria ou ato submetido à apreciação dessa agência 
reguladora; 
V – de pessoa que se enquadre nas hipóteses de 
inelegibilidade previstas no inciso I do caput do art. 1º da Lei 
Complementar n.º 64, de 18 de maio de 1990; 
VII – de membro de conselho ou de diretoria de associação, 
regional ou nacional, representativa de interesses patronais ou 
trabalhistas ligados às atividades reguladas pela respectiva 
agência; 
Parágrafo único. A vedação prevista no inciso I do caput 
estende-se também aos parentes consanguíneos ou afins até 
o terceiro grau das pessoas nele mencionadas. 
 
Art. 8-B. Ao membro do Conselho Diretor ou da Diretoria 
Colegiada é vedado: 
I – receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, 
honorários, percentagens ou custas; 
II – exercer qualquer outra atividade profissional, ressalvado o 
exercício do magistério, havendo compatibilidade de horários; 
III – participar de sociedade simples ou empresária ou de 
empresa de qualquer espécie, na forma de controlador, 
diretor, administrador, gerente, membro de conselho de 
administração ou conselho fiscal, preposto ou mandatário; 
IV – emitir parecer sobre matéria de sua especialização, ainda 
que em tese, ou atuar como consultor de qualquer tipo de 
empresa; 
V – exercer atividade sindical; 
VI – exercer atividade político-partidária; 
VII – estar em situação de conflito de interesse, nos termos da 
Lei n.º 12.813, de 16 de maio de 2013. 
 
Art. 9. O membro do Conselho Diretor ou da Diretoria 
Colegiada somente perderá o mandato: 
I – em caso de renúncia; 
II – em caso de condenação judicial transitada em julgado ou 
de condenação em processo administrativo disciplinar; 
III – por infringência de quaisquer das vedações previstas no 
art. 8º-B desta lei; 
 
Art. 10. Durante o período de vacância que anteceder a 
nomeação de novo titular do Conselho Diretor ou da Diretoria 
Colegiada, exercerá o cargo vago um integrante da lista de 
substituição. 
§1º A lista substituição será formada por 3 (três) servidores da 
agência, ocupantes dos cargos de Superintendente, Gerente-
Geral ou equivalente hierárquico, escolhidos e designados 
pelo Presidente da República entre os indicados pelo Conselho 
Diretor ou pela Diretoria Colegiada, observada a ordem de 
precedência constante do ato de designação para o exercício 
da substituição. 
§2º O Conselho Diretor ou a Diretoria Colegiada indicará ao 
Presidente da República 3 (três) nomes para cada vaga na lista. 
§5º Aplicam-se ao substituto os requisitos subjetivos quanto à 
investidura, às proibições e aos deveres impostos aos 
membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada, 
enquanto permanecer no cargo. 
§7º O mesmo substituto não exercerá interinamente o cargo 
por mais de 180 (cento e oitenta) dias contínuos, devendo ser 
convocado outro substituto, na ordem da lista, caso a vacância 
ou o impedimento do membro do Conselho Diretor ou da 
Diretoria Colegiada se estenda além desse prazo.” 
 
• Agências executivas: é a qualificação dada a autarquia ou a fundação que 
celebre contrato de gestão com o órgão que se ache vinculada, para a 
melhoria da eficiência e redução de custos. “São, na realidade, autarquias 
ou fundações que, em decorrência dessa qualificação, passam a submeter-
se a regime jurídico especial” (DI PIETRO). 
o A lei n.º 9.649/2998, estabelece que: 
Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência 
Executiva a autarquia ou fundação que tenha cumprido os 
seguintes requisitos: 
I – ter um plano estratégico de reestruturação e de 
desenvolvimento institucional em andamento; 
II – ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo 
Ministério Supervisor. 
§1º A qualificação como Agência Executiva será feita em ato do 
Presidente da República. 
 
Art. 2º, XVIII do Decreto 6.070/2007: “instrumento firmado 
entre a administração pública e autarquia ou fundação 
qualificada como Agência Executiva, na forma do art. 51 da Lei 
n. 9649, de 27 de maio de 1998, por meio do qual se 
estabelecem objetivos, metas e respectivos indicadores de 
desempenho da entidade, bem como os recursos necessários 
e os critérios e instrumentos para a avaliação do seu 
cumprimento.” CONTRATO DE GESTÃO 
A entidade que celebrar o contrato de gestão será avaliada 
periodicamente pelo Ministério supervisor e pela Secretaria 
Federal de Controle do Ministério da Fazenda. Se a entidade 
não cumprir o plano estratégico de reestruturação e 
desenvolvimento institucional, perderá a qualificação de 
agência executiva (art. 1º, §4º do Decreto n. 2487/1998) 
 
A qualificação de agência executiva é efetuada por ato 
específico do Presidente da República. A desqualificação de 
autarquia ou fundação como Agência Executiva dar-se-á 
mediante decreto, por iniciativa do Ministério supervisor, com 
anuência do Ministério da Administração Federal e Reforma do 
Estado (art. 1º, §4º, do Decreto n. 2.487/1998) 
Temos como exemplos de agências executivas o Instituto 
Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial 
(INMETRO) e a Agência de Inteligência, instituída pela Lei n. 
9.883/1999, Agência Nacional do Desenvolvimento do 
Amazonas (ADA) e Agência Nacional do Desenvolvimento do 
Nordeste (ADENE); 
 
O contrato de gestão terá a duração mínima de um ano, 
admitida a revisão de suas disposições em caráter excepcional 
e devidamente justificada, bem como a sua renovação, desde 
que submetidas à análise do Ministério Supervisor (art. 3, §4º, 
do Decreto n. 2.488/1998). 
 
b. CONSÓRCIOS PÚBLICOS 
Art. 241, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por 
meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes 
federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a 
transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à 
continuidade dos serviços transferidos. 
• Nova pessoa jurídica; 
LEI N. 11.107/2005 
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios contratarem consórcios públicos para a 
realização de objetivos de interesse comum e dá outras providências. 
 
§ 1º O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de 
direito privado. 
 
Art. 6º O consórcio público adquirirá personalidade jurídica: 
I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a 
vigência das leis de ratificação do protocolo de intenções; 
II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação 
civil. 
§ 1º O consórcio público com personalidade jurídica de direito público 
integra a administração indireta de todos os entes da Federação 
consorciados. 
§ 2º O consórcio público, com personalidade jurídica de direito público ou 
privado, observará as normas de direito público no que concerne à 
realização de licitação, à celebração de contratos, à prestação de contas e à 
admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho 
(CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. REGIME 
CELETISTA 
 
Formalização: Art. 3º O consórcio público será constituído por contrato cuja 
celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo de intenções. 
 
Art. 4º São cláusulas necessárias do protocolo de intenções as que 
estabeleçam: 
 
I – a denominação, a finalidade, o prazo de duração e a sede do consórcio; 
II – a identificação dos entes da Federação consorciados; 
III – a indicação da área de atuação do consórcio; 
IV – a previsão de que o consórcio público é associação pública ou pessoajurídica de direito privado sem fins econômicos; 
§ 1º Para os fins do inciso III do caput deste artigo, considera-se como área 
de atuação do consórcio público, independentemente de figurar a União 
como consorciada, a que corresponde à soma dos territórios: 
I – dos Municípios, quando o consórcio público for constituído somente por 
Municípios ou por um Estado e Municípios com territórios nele contidos; 
 
II – dos Estados ou dos Estados e do Distrito Federal, quando o consórcio 
público for, respectivamente, constituído por mais de 1 (um) Estado ou por 
1 (um) ou mais Estados e o Distrito Federal; 
IV – dos Municípios e do Distrito Federal, quando o consórcio for constituído 
pelo Distrito Federal e os Municípios; 
 
Art. 5º O contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, 
mediante lei, do protocolo de intenções. 
Art. 12. A alteração ou a extinção de contrato de consórcio público 
dependerá de instrumento aprovado pela assembléia geral, ratificado 
mediante lei por todos os entes consorciados. 
DECRETO 6.017/2007 
I - consórcio público: pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da 
Federação, na forma da Lei no 11.107, de 2005, para estabelecer relações de 
cooperação federativa, inclusive a realização de objetivos de interesse 
comum, constituída como associação pública, com personalidade jurídica de 
direito público e natureza autárquica, ou como pessoa jurídica de direito 
privado sem fins econômicos; 
 
Art. 2º, III - protocolo de intenções: contrato preliminar que, ratificado 
pelos entes da Federação interessados, converte-se em contrato de 
consórcio público; 
 
c. FUNDAÇÕES PÚBLICAS 
I. Conceito: O patrimônio, total ou parcialmente público, dotado de 
personalidade jurídica de direito público ou privado, e destinado, por lei, ao 
desempenho de atividades do estado na ordem social, com capacidade de 
autoadministração e mediante controle da Administração Pública, nos 
limites da lei. (DI PIETRO) 
II. Criação: 
Art. 37, XIX, CF- somente por lei específica poderá ser criada autarquia e 
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia 
mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, 
definir as áreas de sua atuação; 
As fundações públicas de direito público são criadas por lei, à semelhança 
das autarquias, já as de direito privado, “a lei apenas autoriza sua criação, 
devendo o Poder Executivo tomar as providências necessárias à sua 
instituição” (Hely Lopes Meirelles). 
FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO PÚBLICO: Criada por lei específica; 
FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO PRIVADO: Autorizada por lei específica; 
III. Características das fundações de direito privado: 
1. Os seus bens são considerados privados; 
2. Seus quadros devem ser preenchidos por empregados públicos 
CELETISTA, com prévia aprovação em concurso público; 
3. Privilégios ou prerrogativas processuais: não são estendidas as 
fundações privadas; 
4. Licitação: são obrigadas a licitar; 
5. Estão sujeitas a responsabilidade objetiva consagrada a todas as 
pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos 
(art. 37, §6º, da CF); 
6. Controle: estão sujeitas ao controle finalístico realizado pela 
administração direta que esteja vinculada. Não estão sujeitas ao 
controle do Ministério Publico, pois o disposto no art. 66 do Código 
Civil é aplicado apenas às fundações de direito privado instituídas por 
pessoa física ou jurídica; 
7. Não estão sujeitas ao regime de precatórios judiciais, conforme 
disciplina o art. 100 da CF, pois não se equiparam à Fazenda Pública; 
8. Não podem desempenhar atos de poder de polícia por possuir 
personalidade jurídica de direito privado; 
 
d. EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 
I. Atividades: serviço público e econômica em sentido estrito; 
Art. 173, CF. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a 
exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida 
quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante 
interesse coletivo, conforme definidos em lei. 
 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da 
sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem 
atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de 
prestação de serviços, dispondo sobre: 
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive 
quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e 
tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, 
observados os princípios da administração pública; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
 
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não 
poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. 
II. Estatuto Jurídico da Empresa Pública (Lei n.º 13.303/16) 
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da 
sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, abrangendo toda e 
qualquer empresa pública e sociedade de economia mista da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que explore atividade 
econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de 
serviços, ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de 
monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos. 
Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de 
direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, 
cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo 
Distrito Federal ou pelos Municípios. 
Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de 
personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, 
sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto 
pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos 
Municípios ou a entidade da administração indireta. 
III. Criação: 
Art. 37, XIX, CF – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e 
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia 
mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, 
definir as áreas de sua atuação; 
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de 
subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a 
participação de qualquer delas em empresa privada; 
No entanto, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ADI 1.649-1, fixou 
entendimento de ser “dispensável a autorização legislativa proposta 
pela Constituição para a criação de subsidiárias de uma mesma 
entidade, desde que a lei que autorizou a criação da empresa pública e 
sociedade de economia mista traga em sua redação a possibilidade de ela 
criar subsidiárias; 
IV. Regime jurídico: Direito Privado; 
V. Pessoal: 
O Supremo Tribunal Federal consolidou jurisprudência no sentido da 
obrigatoriedade da motivação da despedida de empregado público. (RE 
589998/PI); 
O art. 37, XI, CF, estabelece que as empresas públicas e sociedades de 
economia mista devem respeitar o teto de remuneração do serviço 
público. 
Art. 37, § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às 
sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem 
recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios 
para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. 
VI. Forma jurídica: 
1. A sociedade de economia mista deve ser constituída sob a forma de 
Sociedade Anônima (S/A); 
2. Já as empresas públicas podem revestir-se de qualquer das formas 
admitidas em direito (LTDA., S/A, etc.). Podem ser unipessoais (capital 
pertencente exclusivamente à pessoa instituidora) ou pluripessoais 
(quando o capital dominante é da pessoa criadora, mas esta se associacom outra administrativa). 
VII. Capital: 
1. Empresa Pública: capital integralmente público; 
2. Sociedades de Economia Mista: capital público e privado; 
VIII. Regime tributário e imunidade tributária: 
Art. 173, §2º, CF - As empresas públicas e as sociedades de economia 
mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor 
privado. 
Assim, o §2º do art. 173 da Constituição deve ser interpretado da seguinte 
forma: as empresas públicas e sociedades de economia mista que 
praticam atividades econômicas (SENTIDO ESTRITO) não poderão gozar 
de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado 
IX. Bens: 
Art. 98, CC. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às 
pessoas jurídicas de direito público interno, todos os outros são 
particulares, seja qual for a pessoa a quem pertencerem. 
X. Princípio da continuidade do serviço público 
Portanto, são bens públicos de uso especial não só os bens das autarquias 
e das fundações públicas, como também os das entidades de direito 
privado prestadoras de serviços públicos, desde que afetados 
diretamente a essa finalidade. (DI PIETRO) 
XI. Falência: não se aplica (art. 2º, Lei n. 11.101/05); 
XII. Licitação: 
art. 28, Lei n. 13.303/16 - Os contratos com terceiros destinados à 
prestação de serviços às empresas públicas e às sociedades de economia 
mista, inclusive de engenharia e de publicidade, à aquisição e à locação 
de bens, à alienação de bens e ativos integrantes do respectivo 
patrimônio ou à execução de obras a serem integradas a esse patrimônio, 
bem como à implementação de ônus real sobre tais bens, serão 
precedidos de licitação nos termos desta Lei, ressalvadas as hipóteses 
previstas nos arts. 29 e 30. (Vide Lei nº 14.002, de 2020) 
§ 3º São as empresas públicas e as sociedades de economia mista 
dispensadas da observância dos dispositivos deste Capítulo nas seguintes 
situações: 
I - comercialização, prestação ou execução, de forma direta, pelas 
empresas mencionadas no caput, de produtos, serviços ou obras 
especificamente relacionados com seus respectivos objetos sociais; 
II - nos casos em que a escolha do parceiro esteja associada a suas 
características particulares, vinculada a oportunidades de negócio 
definidas e específicas, justificada a inviabilidade de procedimento 
competitivo. 
XIII. Foro Processual: 
Art. 109, CF: Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública 
federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou 
oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas 
à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 
Súmula STF 556: “É competente a Justiça Comum para julgar as causas em 
que é parte de sociedade de economia mista”

Continue navegando