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Direito Civil – Individualização da Pessoa Natural. Nome, Estado e Domicílio. Nome: elemento da Pessoa Natural individualizador da pessoa natural, tanto durante a sua vida, como também após a morte, informa a procedência familiar. Subentende-se o nome como sendo o nome completo. Conceito: Designação que distingue o sujeito dos demais e o identifica no seio da sociedade. O nome, bem como o pseudônimo, é inalienável, imprescritível e protegido juridicamente. Em regra, dois são os elementos constitutivos do nome: o prenome, que pode ser simples ou duplo, próprio da pessoa e sobrenome (patronímico), nome pertencente à família. No estudo do nome destacam-se o aspecto público e o individual. • PÚBLICO: ocorre pelo interesse do Estado em identificar cada pessoa com êxito através do uso do nome completo e por essa razão há uma lei que determina seu uso, Lei dos Registros Públicos n. 6.015/73. • INDIVIDUAL: consiste no direito ao nome, no poder reconhecido ao seu possuidor de por ele designar-se e de reprimir abusos cometidos por terceiros. Art.16 - Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. Nome da Pessoa Natural (nome completo): Compõem-se de três elementos: • Prenome ou nome; (Ex.: Ana, Danilo, Tailaine); • Patronímico; matronímico ou sobrenome; (Ex.: Silva, Rodrigues, Perez); • Agnome. (Ex.: Filho, Neto, Júnior). Prenome: Nome da Pessoa Natural, antenome. É o que individualiza a pessoa natural e vem antes dos apelidos de família. Pode ser simples ou composto e é escolhido pelos pais. Art. 58, da Lei 6015/73 - O prenome é definitivo, admitindo se algumas exceções. • Lei 9708/98: admite a substituição do prenome por apelidos públicos notórios (Pelé, Xuxa, Maguila, Lula); • Erro evidente de grafia: Quando o nome foi escrito com erro de grafia. Ex.: troca de letras; • Exposição de seu portador ao ridículo: Hoje os funcionários dos cartórios já estão autorizados a não registrarem nomes ridículos. Cabe Ação de Retificação de Registro; • Lei da Pessoa Natural de proteção às testemunhas: Pessoas pertencentes a esse programa podem alterar o prenome, inclusive, o sobrenome (patronímico ou matronímico) para manterem-se no anonimato; • ECA: Casos de adoção plena, cancelasse o registro da criança, podendo os adotantes mudarem o prenome e o sobrenome; • Transgêneros: Desnecessidade de cirurgia de transgenitalização; • Separação judicial, divórcio, dissolução de união estável, homoafetiva. Patronímico: Nome da Pessoa Natural de família proveniente da família do pai. Serve para a designação da sua linhagem, garante a origem familiar. Não é escolhido, eis que já vem de família. Hoje: Matronímico (nome de família da mãe) possui o mesmo enfoque do patronímico. Pode ser alterado nos seguintes casos: • Adoção; • Casamento, tanto homens quanto mulheres podem acrescentar os apelidos de família de um ou de outro. Não é obrigatório; • Dissolução de casamento: Podem ser retirados os sobrenomes do marido ou da mulher (se quiserem); Obrigação de retirar o sobrenome: Art.1.578, caput, CC. Art. 57, da Lei 6015/73 - Permite que os companheiros utilizem o patronímico do outro. Homonímia: quando duas ou mais pessoas tem o mesmo nome e sobrenome, podendo ser confundidas em suas obrigações legais e em outros negócios jurídicos. - A homonímia, como mencionado, tem sido uma justificativa utilizada e aceita para a referida alteração, motivadamente, do nome, pois é causadora de confusões e prejuízos. Estado: São os predicados integrantes da personalidade. Soma de qualificações de uma pessoa hábeis a produzir efeitos no mundo jurídico. Dividido em três aspectos: Individual: O modo de ser das pessoas, características pessoais (altura, peso, cor dos olhos, idade, etc...). Familiar: Situação em que se encontram em relação ao parentesco (pai, mãe, genro, nora) e ao matrimônio (casado, solteiro, viúvo, etc...). Político: Qualificação quanto a nacionalidade e a cidadania (brasileiro nato ou naturalizado). Características: Individualidade - O estado é uno e indivisível. Não há como ser casado e solteiro ao mesmo tempo, brasileiro ou estrangeiro. *Exceção: Dupla nacionalidade. Indisponibilidade - É o estado irrenunciável e inalienável. Não se pode vender ou renunciar a sua condição. Pode sim, ser alterado, mas nunca vendido ou renunciado. Imprescritibilidade: O estado das pessoas não prescreve pelo simples decurso de tempo. Domicílio – Art. 70 ao 78, CC. É o local onde a pessoa é encontrada, onde ela vai responder por suas obrigações, exercer seus direitos e celebrar seus negócios jurídicos. Art.70 – O domicílio da Pessoa Natural é onde ela estabelece sua residência com ânimo definitivo. Domicílio Real/Único: Residência fixa. Moradia x Residência. A pessoa possui ânimo definitivo de se estabelecer no local. Ex. Casa onde a pessoa mora. A pessoa não tem intenção de ficar. Ex. casa alugada p/ veraneio, casa de amigos, hotel. E se a pessoa tiver diversas residências? Art. 71 – Se a pessoa tiver diversas residências, onde, alternadamente viva, qualquer uma delas poderá ser considerada domicílio. (Domicílio Plúrimo). E se a pessoa não tem uma residência habitual? Por exemplo, ciganos, andarilhos e integrantes de circo. Art. 73 - Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada. (Domicílio presumido). Domicílio Profissional: Art. 72 - É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde está é exercida. Domicílio Legal: É o domicílio determinado por lei. (Domicílio Necessário). Art. 76 - Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. 1. Incapaz: Domicílio de seu representante. 2. Servidor público: o lugar onde exerce suas funções. 3. Militar: Onde servir. 4. Marítimo: Onde o navio estiver matriculado. 5. Preso: onde cumprir pena. Domicílio Voluntário: O domicílio voluntário pode ser; a) geral, escolhido livremente; Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar. Ex. mudar de casa, bairro, cidade ou estado. b) especial, fixado com base no contrato. Art. 78 - Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. • também denominado de domicílio de eleição ou foro do contrato. Domicílio da Pessoa Jurídica: Às PJs públicas, o domicílio é: • Domicílio da união é o DF; • Domicílio dos Estados são as respectivas capitais; • Domicílio do município é a sede administrativa; • Domicílio das demais PJs será no local da adm. ou local elegido no estatuto ou ato constitutivo; • Se as PJs tiverem diversos estabelecimentos, o será cada um deles; • Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder (art. 75, do CC); Ex.: A empresa A tem sede nos EUA e uma agência em Belo Horizonte. Logo, o domicílio referente às obrigações contraídas por essa filial, será Belo Horizonte.
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