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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE CAMPUS NATAL - ZONA NORTE MAGNO MATHEUS DO NASCIMENTO MELQUISEDEQUE DE LIMA BENTO OTÁVIO GABRIEL SILVA DO NASCIMENTO SISTEMA DE MONITORAMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA VIA WEB NATAL-RN 2017 MAGNO MATHEUS DO NASCIMENTO MELQUISEDEQUE DE LIMA BENTO OTÁVIO GABRIEL SILVA DO NASCIMENTO SISTEMA DE MONITORAMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA VIA WEB Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso Técnico Integrado em Eletrônica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, em cumprimento às exigências legais como requisito parcial à obtenção do título de Técnico em Eletrônica. Orientador: Dr. Érico Cadineli Braz NATAL-RN 2017 MAGNO MATHEUS DO NASCIMENTO MELQUISEDEQUE DE LIMA BENTO OTÁVIO GABRIEL SILVA DO NASCIMENTO SISTEMA DE MONITORAMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA VIA WEB Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso Técnico Integrado em Eletrônica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, em cumprimento às exigências legais como requisito parcial à obtenção do título de Técnico em Eletrônica. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado e aprovado em ___/___/____, pela seguinte Banca Examinadora: BANCA EXAMINADORA ____________________________________________________ Érico Cadineli Braz, Prof. Dr. - Presidente Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte ____________________________________________________ Jair Fernandes de Souza, Prof. Dr. - Examinador Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas ____________________________________________________ José Adriano da Costa, Prof. Msc. - Examinador Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte Para todos que já tiveram um momento de fraqueza. Não vai doer para sempre, então não deixes afetar o que há de melhor em você. Lute para mudar o mundo. AGRADECIMENTO Agradecemos a todos os nossos professores por nos proporcionarem o conhecimento, não apenas racional, mas a manifestação do caráter e afetividade da educação no processo de formação profissional, por tanto que se dedicam a nós, não somente por nos ter ensinado, mas nos feito aprender. A palavra mestre nunca fará justiça аоs professores dedicados аоs quais sеm nominar terão оs nossos eternos agradecimentos. Agradecemos ao nosso orientador, Dr. Érico Braz, que se mostrou um orientador dedicado que está sempre se preocupando com os nossos conhecimentos e cobrando determinados aprendizados. Ele tem mostrado o seu empenho e esforço em nos ajudar a concluir essa realização acadêmica. Agradecemos também ao nosso professor, Dr. Jair Fernandes, pela grande contribuição sempre se mostrando presente para nos auxiliar no desenvolvimento deste trabalho, tanto com relação às aulas quanto fora delas. Agradecemos também ao nosso professor Adriano Costa por nos ter ajudado na busca de informações que ajudaram na construção dessa obra. Agradecimento em peso a turma 4.4206.1M, 2017 (NPN), por todo o apoio e motivação que nos deram em nossos momentos de fraqueza. Os quais nos fizeram reerguer das cinzas e concluir esta pesquisa. À instituição pelo ambiente criativo e amigável que nos proporciona. Aos nossos pais e entes queridos pelo amor, incentivo e apoio incondicional. Nossos agradecimentos аоs amigos, companheiros dе trabalhos е irmãos nа amizade qυе fizeram parte dаs nossas formações acadêmicas е qυе vão continuar presentes еm nossas vidas cоm certeza. A todos qυе direta оυ indiretamente fizeram/fazem parte dаs nossas vidas, оs nossos agradecimentos. “As pessoas costumam dizer que a motivação não dura sempre. Bem, nem o efeito do banho, por isso recomenda-se diariamente”. (Zig Ziglar) RESUMO Com o desenvolvimento tecnológico e o crescimento econômico, o consumo de energia elétrica vem se tornando cada vez mais expressivo no país. Atrelado ao consumo, problemas com gastos exacerbados de energia podem vir a afetar economicamente o consumidor e ao mesmo tempo o meio ambiente. Pensando nisto, no trabalho proposto é apresentado o desenvolvimento de um medidor eletrônico de consumo de energia elétrica residencial com acesso remoto via sistema WEB, tendo como finalidade facilitar o monitoramento e gerenciamento do consumo de energia elétrica. Para tal, foi utilizado um circuito microcontrolador (Arduino) que recebe de sensores de corrente e tensão sinais analógicos que são processados para calcular a potência ativa, reativa, aparente e o fator de potência. Os resultados são enviados para um display de cristal líquido para a visualização local e também são hospedados em uma página WEB que possibilita, através de um circuito específico ethernet, acoplada ao circuito, o acesso pelo browser de um computador. Dessa forma, o usuário desenvolverá uma maior conscientização acerca de seus gastos com energia elétrica. Palavras-chave: Energia elétrica; monitoramento do consumo elétrico residencial; sistema WEB. ABSTRACT With technological development and economic growth, the consumption of electric energy has become increasingly significant in the country. Coupled with consumption, problems with exacerbated energy spending may affect the consumer and the environment at the same time. Considering this, the proposed work presents the development of an electronic meter of residential electric energy consumption demand with remote access via WEB system in order to facilitate the monitoring and management of electric energy consumption. For that, a microcontroller circuit (Arduino) was used that receives from analogue current and voltage sensors analog signals that are processed to calculate the active, reactive, apparent power and the power factor. The results are sent to a liquid crystal display for local viewing and are also hosted on a WEB page that allows, through a specific ethernet circuit coupled to the circuit, access by the browser of a computer. In this way, the user will develop a greater awareness about your expenditures with electric energy. Keywords: Electric power; monitoring of residential electrical consumption; WEB system. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Exemplificação do experimento de Tales de Mileto ................................... 22 Figura 2: Exemplificação de um processo de eletrização por atrito .......................... 22 Figura 3: Fragmento de magnetita ............................................................................ 23 Figura 4: Bússola chinesa ......................................................................................... 23 Figura 5: Campo magnético do ímã .......................................................................... 24 Figura 6: Eixos de rotação e do dipolo magnético da Terra. ..................................... 24 Figura 7: Banda de energia de um material isolante (à esquerda), de um condutor (ao centro) e de um semicondutor (à direita) ................................................................... 25 Figura 8: Exemplificação do experimento com rãs realizado por Luigi Galvani......... 26 Figura 9: A pilha de Volta .......................................................................................... 26 Figura 10: Exemplificação da Lei de faraday-Lenz .................................................... 27 Figura 11: Capa do Tratado sobre Eletricidade e Magnetismo de Maxwell............... 28 Figura 12: Exemplificação do Efeito Hall ...................................................................29 Figura 13: Distribuição da Matriz Energética Brasileira ............................................. 30 Figura 14: Triângulo de potências ............................................................................. 36 Figura 15: Arduino UNO ............................................................................................ 41 Figura 16: IDE Arduino .............................................................................................. 42 Figura 17: Esquemático do sistema proposto ........................................................... 44 Figura 18: Sensor ACS712........................................................................................ 44 Figura 19: Sensor ZMPT101B ................................................................................... 45 Figura 20: Ethernet Shield ......................................................................................... 47 Figura 21: Display de Cristal Líquido ......................................................................... 47 Figura 22: Camadas dos monitores LCD .................................................................. 48 Figura 23: Módulo I2C ............................................................................................... 49 Figura 24: Varivolt Variac .......................................................................................... 49 Figura 25: Curva de resposta do sensor de tensão ................................................... 50 Figura 26: Circuito de calibração do ACS712 ............................................................ 51 Figura 27: Esquema elétrico do sistema ................................................................... 53 Figura 28: Conjunto de lâmpadas incandescentes .................................................... 54 Figura 29: Aspirador Electrolux ................................................................................. 54 Figura 30: Projetor Epson .......................................................................................... 54 Figura 31: Multímetro (a) e Alicate Amperímetro (b) ................................................. 55 Figura 32: Logomarca do MIT APP INVENTOR ........................................................ 57 Figura 33: Protótipo montado .................................................................................... 58 Figura 34: Visualização dos valores de tensão e corrente eficazes do conjunto de lâmpadas ................................................................................................................... 59 Figura 35: Sistema WEB em funcionamento ............................................................. 66 Figura 36: Aplicação mobile em funcionamento ........................................................ 66 Figura 37: Anúncio LCD no site AliExpress ............................................................... 76 Figura 38: Anúncio ZMPT101B no site AliExpress .................................................... 76 Figura 39: Anúncio ACS712 no site AliExpress ......................................................... 76 Figura 40: Anúncio Arduino UNO R3 no site AliExpress ........................................... 77 Figura 41: Anúncio Shield Ethernet no site AliExpress ............................................. 77 Figura 42: Enquete - Pergunta 1 ............................................................................... 78 Figura 43: Enquete - Pergunta 2 ............................................................................... 78 Figura 44: Enquete - Pergunta 3 ............................................................................... 78 Figura 45: Enquete - Pergunta 4 ............................................................................... 79 Figura 46: Enquete - Pergunta 5 ............................................................................... 79 Figura 47: Enquete - Pergunta 6 ............................................................................... 79 Figura 48: Imagem (A) remete a tela de login enquanto a imagem (B) corresponde a tela do cálculo do consumo elétrico .......................................................................... 87 Figura 49: Tela de login (interface WEB)................................................................... 89 Figura 50: Menu principal (interface WEB) ................................................................ 90 Figura 51: Logo do trabalho desenvolvida pelos integrantes .................................... 91 Figura 52: Comparação entre a tensão medida pelo alicate amperímetro o sistema desenvolvido ............................................................................................................. 92 Figura 53: Comparação entre a corrente medida pelo alicate amperímetro o sistema desenvolvido ............................................................................................................. 92 Figura 54: Comparação entre a potência aparente medida pelo alicate amperímetro o sistema desenvolvido ................................................................................................ 93 Figura 55: Comparação entre a potência ativa medida pelo alicate amperímetro o sistema desenvolvido ................................................................................................ 93 Figura 56: Comparação entre a potência reativa medida pelo alicate amperímetro o sistema desenvolvido ................................................................................................ 94 Figura 57: Comparação entre o fator de potência medida pelo alicate amperímetro o sistema desenvolvido ................................................................................................ 94 file:///F:/PCC/TCC/TCC_Magno_Melqui_Otávio_.docx%23_Toc502597236 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Empreendimentos em Operação ............................................................... 18 Tabela 2: Especificações Técnicas do Arduino UNO ................................................ 40 Tabela 3: Pinagem do LCD utilizado ......................................................................... 48 Tabela 4: Parâmetros elétricos obtidos quando do teste com o conjunto de lâmpadas .................................................................................................................................. 59 Tabela 5: Valores máximos e mínimos obtidos das medições realizados pelo sistema .................................................................................................................................. 60 Tabela 6: Comparativo entre os valores médios medidos pelo sistema desenvolvido e pelo instrumento referência ....................................................................................... 60 Tabela 7: Valores máximos e mínimos obtidos das medições realizados pelo sistema .................................................................................................................................. 61 Tabela 8: Comparativo entre os valores médios medidos pelo sistema desenvolvido e pelo instrumento referência ....................................................................................... 61 Tabela 9: Desvios e Erros Experimentais da Tensão Medida ................................... 62 Tabela 10: Desvios e Erros Experimentais da Corrente Medida ............................... 63 Tabela 11: Relação dos Valores de Tensão, Corrente e Potência medidos pelo equipamento de referência e pelo sistema desenvolvido .......................................... 64 Tabela 12: Relação dos Valores de Tensão, Corrente e Potência medidos pelo equipamento de referência e pelo sistema desenvolvido (pós calibração) ............... 64 Tabela 13: Custos para desenvolvimento do projeto ................................................ 67 Tabela 14: Valores da calibração do ZMPT101B ......................................................81 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS A Ampére ADC Analogic-Digital Converter ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica API Application Programming Interface AREF Analog Reference AVR Advanced Virtual RISC BEN Balanço Energético Nacional °C Graus Celsius CC Corrente Contínua CA Corrente Alternada CGRAM Character Graphics Random Access Memory CHESF Companhia Hidrelétrica do São Francisco COSERN Companhia Energética do Rio Grande do Norte CSS Cascading Style Sheets DDRAM Data Display Random Access Memory DPI Dots per Inch DSP Digital Signal Processor EEPROM Electrically-Erasable Programmable Read-Only FP Fator de Potência HTML HyperText Markup Language HTTP HyperText Transfer Protocol I2C Inter-Integrated Circuit ICSP In Circuit Serial Programming IDE Integrated Development Enviroment IFRN Instituto Federal do Rio Grande do Norte IP Internet Protocol JS JavaScript kB Quilobyte kΩ Quilo-Ohm kV Quilovolt kVRMS Quilovolt eficaz kW Quilowatt LCD Liquid Crystal Display LED Light Emitting Diode mA Miliampére MacOSX Macintosh Operating Systems MHz Megahertz MISO Master In Slave Out MMA Ministério de Minas e Energia MOSI Master Out Slave In P Potência Instantânea Pa Potência Ativa PLD Programmable Logic Dispositives PWM Pulse Width Modulator Q Potência Reativa RAM Random Access memory REST Representational State Transfer RISC Reduced Instruction Set Computer RX Recepção de Dados S Potência Aparente SCK Serial Clock SCL Serial Clock SDA Serial Data SOIC8 Small Outline Integrated Circuit SPI Serial Peripheral Interface SS Slave Select SRAM Static Random Access Memory TCP Transmission Control Protocol TTL Transistor-Transistor Logic TWI Two Wire Interface TX Transmissão de Dados µs Microssegundos UDP User Datagram Protocol ULA Unidade Lógica Aritmética URL Uniform Resource Locator USB Universal Serial Bus V Volt VAC Volts in Alternated Current VDC Volts in Directed Current VA Volt-Ampére VAr Volt-Ampére Reativo W Watts SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 17 1.1 TEMA 19 1.1.1 Delimitação do Tema 19 1.2 OBJETIVOS 20 1.2.1 Objetivo Geral 20 1.2.2 Objetivos Específicos 20 1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO 20 2 REFERENCIAL TEÓRICO 22 2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA 22 2.2 GERAÇÃO ENERGÉTICA NO BRASIL E ESTRUTURA TARIFÁRIA 29 2.3 MEDIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA 32 2.3.1 Medidores Eletromecânicos 32 2.3.2 Medidores Eletrônicos 33 2.4 ENERGIA E POTÊNCIA 33 2.4.1 Potência Ativa 34 2.4.2 Potência Reativa 35 2.4.3 Potência Aparente 35 2.4.4 Fator de Potência 36 2.5 SISTEMAS EMBARCADOS 37 2.5.1 O Arduino 38 2.5.2 IDE do Arduino 41 3 MATERIAIS E MÉTODOS 43 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA 43 3.2 DESCRIÇÃO DO SISTEMA PROPOSTO 43 3.3 SENSOR ACS712 44 3.4 SENSOR ZMPT101B 45 3.5 ETHERNET SHIELD 46 3.6 DISPLAY DE CRISTAL LÍQUIDO 47 3.7 MÓDULO I2C 48 3.8 CALIBRAÇÃO DOS SENSORES 49 3.8.1 Calibração do ZMPT101B 49 3.8.2 Calibração do ACS712 51 3.9 MONTAGEM DO PROTÓTIPO 52 3.10 CALIBRAÇÃO DO SISTEMA DESENVOLVIDO 55 3.11 PROGRAMAÇÃO DO SISTEMA DE INTERAÇÃO COM O USUÁRIO 56 3.12 CONFECÇÃO DO APLICATIVO DE CELULAR 57 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS 58 4.1 O PROJETO FÍSICO 58 4.2 TESTES 58 4.2.1 Teste com Lâmpadas Incandescentes 59 4.2.2 Teste com Aspirador 60 4.2.3 Teste com Aspirador + Projetor 61 4.3 CALIBRAÇÃO E VERIFICAÇÃO DO ERRO DO EQUIPAMENTO 62 4.4 O PROJETO LÓGICO 65 4.6 CUSTOS 67 4.7 DIFICULDADES ENCONTRADAS 67 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 68 5.1 TRABALHOS FUTUROS 69 REFERÊNCIAS 70 ANEXO 1 76 APÊNDICE A - PESQUISA REALIZADA 78 APÊNDICE B - CÓDIGO DE CALIBRAÇÃO DO ACS712 80 APÊNDICE C - TABELA DE VALORES OBTIDOS DA CALIBRAÇÃO DO ZMPT101B 81 APÊNDICE D - CÓDIGO DO SISTEMA DE MEDIÇÃO E COMUNICAÇÃO 82 APÊNDICE E - INTERFACE APLICATIVO DE CELULAR 87 APÊNDICE F - PROGRAMAÇÃO DO APLICATIVO DE CELULAR 88 APÊNDICE G - INTERFACE WEB (TELA DE LOGIN) 89 APÊNDICE H - INTERFACE WEB (MENU PRINCIPAL) 90 APÊNDICE I - LOGO DO PROJETO 91 APÊNDICE J - FOTOS COMPARATIVAS ENTRE O SISTEMA E O INSTRUMENTO DE REFERÊNCIA 92 17 1 INTRODUÇÃO A partir da Segunda Revolução Industrial1 (século XIX) a eletricidade se tornou a principal fonte de luz, calor e força utilizada no mundo moderno. A energia elétrica está para a segunda revolução industrial assim como a máquina a vapor esteve para a primeira, e com a luz elétrica as taxas de lucratividade foram elevadas, permitindo o acelerado crescimento industrial. Atividades simples como assistir à televisão ou navegar na internet são possíveis porque a energia elétrica chega até a nossas residências. Grande parte dos avanços tecnológicos que alcançamos se deve à energia elétrica. Um dos principais indicadores de desenvolvimento econômico e de nível de qualidade de vida de uma sociedade é o consumo de energia. Isso se dá, pois ele reproduz o ritmo de desenvolvimento de atividades dos setores industrial, comercial e de serviços, além de reproduzir também a capacidade da população para adquirir novos bens e serviços tecnologicamente mais avançados. Automóveis (que demandam combustíveis), eletrodomésticos e eletroeletrônicos (que exigem acesso à rede elétrica e pressionam o consumo de energia elétrica) são exemplos desses bens (Atlas da Energia Elétrica do Brasil, 2008). A maioria das formas de geração de energia elétrica utiliza a energia mecânica. Nesse caso, o primeiro passo para produzir energia elétrica é obter a força necessária para girar as turbinas dos geradores que transformam a energia mecânica (movimento) em energia elétrica. Essa força pode ser obtida de diversas fontes de energia primária. Como principais exemplos temos a força das águas e dos ventos entre as fontes de energia da geração de eletricidade. Em países como o Brasil, que possui muitos rios com grandes desníveis, uma das soluções mais viáveis para fazer girar as turbinas é o aproveitamento da força das águas, pela construção de usinas hidrelétricas que apesar de fornecerem uma quantidade de energia elétrica expressiva ao país, apresentam grandes desvantagens relacionadas aos danos gerados ao local em que são instaladas, como também ao seu elevado custo de manutenção. 1 Período histórico datado da segunda metade do século XIX até o fim da segunda grande guerra (1939- 1945) que acarretou diversos desenvolvimentos dentro da indústria química, elétrica, de petróleo e de aço. Além do desenvolvimento dos meios de transporte e de comunicação. É conhecida como um aprimoramento e aperfeiçoamento das tecnologias da Primeira Revolução Industrial ocorrida no século XVIII (BURNS, História da Civilização Ocidental, 2ª edição, 1982). 18 Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), até 2008, cerca de 76,3% da produção energética do país era provido por hidrelétricas. Isso corresponde a 77.152.234 kW de energia elétrica produzida. Os dados trazidos podem ser melhor visualizados na tabela abaixo. Tabela 1: Empreendimentos em Operação Fonte: ANEEL, 2008 O Estado do Rio Grande do Norte está localizado na extremidade nordeste do território nacional. Devido à, praticamente, inexistência de rios perenes no estado, não há quase aproveitamentos hidrelétricos em seu território. Desta feita, a infraestrutura básica energética do Estado do Rio Grande do Norte é, principalmente, atendida pela energia gerada pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF). A produção de energia elétrica no Rio Grande do Norte se dá, principalmente, das energias: eólicas, solares e termelétricas. A distribuição dessa energia gerada é administrada pela Companhia Energéticado Rio Grande do Norte (COSERN). A preocupação cada vez maior com os recursos ambientais e com os recentes aumentos na tarifa da energia elétrica, obriga o consumidor a se preocupar cada vez mais com seus gastos de energia, isso para ao final do mês não se surpreender com valor da conta, devido a valores muito elevados (ALVAREZ, 1998). No mês de fevereiro de 2017, o site do G1 publicou uma notícia sobre aumento no valor médio das tarifas residenciais em 33,3%, determinado pela ANEEL, devido a recentes mudanças no sistema de produção e distribuição de energia. Além disso, o consumo residencial tem crescido gradativamente. Segundo dados do Ministério de Minas e Energias, o consumo energético das residências nos últimos 11 anos cresceu quase 50% (EPE, 2015). 19 Em relação ao consumo de energia, estudos comprovam que a maioria das pessoas não possuem plena consciência sobre o montante de energia que estão utilizando (DARBY, 2006). Desta forma, torna-se difícil saber quais mudanças de atitude poderiam resultar em práticas mais eficientes, capazes de diminuir o consumo de energia. A consciência ligada ao consumo é uma problemática bastante pertinente, pois um consumidor consciente sabe que ele é um agente transformador da sociedade por meio do seu ato de consumo, ou seja, busca o equilíbrio entre a satisfação pessoal e a sustentabilidade (Ministério do Meio Ambiente, 2014). Devido a isso, durante o mês de outubro de 2017, foi realizada uma pesquisa, via redes sociais, com grupos de pessoas de distintas idades (Apêndice A). O tema da pesquisa foi o consumo consciente de energia elétrica em instalações residenciais, e teve como objetivo obter dados quantitativos que justifiquem a necessidade deste projeto. Assim, sistemas de monitoramento onde é possível acompanhar a evolução do consumo se tornam uma ferramenta que propicia a prática do uso racional da energia elétrica. Portanto, este trabalho propõe o desenvolvimento de um sistema eficiente, capaz de fornecer informações que permitam aos consumidores observar como mudanças de hábitos podem alterar de forma rápida suas despesas com energia elétrica. 1.1 TEMA Criação de um protótipo de medição de consumo e análise de energia elétrica para o consumidor residencial. A partir de dados coletados de corrente e tensão, o sistema deve calcular o consumo de energia e os principais parâmetros elétricos. 1.1.1 Delimitação do Tema Pensando em um maior poder de controle dos usuários com seus gastos energéticos, esse projeto foi desenvolvido a fim de que as pessoas mais preocupadas com seus gastos, seja por motivos econômicos ou ambientais, possam, em tempo real, saber o consumo de energia elétrica de sua residência e estipular uma meta de consumo diário. 20 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral ● Desenvolver um sistema capaz de monitorar instantaneamente a tensão e a corrente para a partir delas obter os seguintes parâmetros elétricos: potência ativa, potência reativa, potência aparente, fator de potência e o consumo instantâneo e cumulativo de energia elétrica. Os resultados são apresentados em um display de cristal líquido para visualização local e por meio de uma interface web para visualização remota. 1.2.2 Objetivos Específicos ● Monitorar os principais parâmetros elétricos; ● Informar ao usuário, em tempo real, os eventos elétricos que ocorrem em sua moradia; ● Desenvolver uma interface WEB para maior conforto do usuário; ● Desenvolver um sistema para medição dos parâmetros elétricos desejados; ● Disponibilizar a visualização dos parâmetros elétricos no display de cristal líquido; ● Contribuir na prevenção e redução do desperdício de energia elétrica residencial. 1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO Esse trabalho está dividido em 5 capítulos. No primeiro capítulo foi apresentada uma introdução acerca do consumo e produção de energia elétrica no Brasil bem como os objetivos da pesquisa em questão. No segundo capítulo serão abordados temas que ajudarão na compreensão do projeto e conceitos fundamentais (embasamento teórico) que complementarão o aprendizado. Inicialmente faz-se uma contextualização acerca da eletricidade, e a posteriori foca-se na matriz energética do Brasil. Dando continuidade, serão expostos conceitos importantes sobre sistemas de medição eletrônicos e eletromecânicos e potência. Também será realizada uma explanação geral sobre a plataforma de prototipagem eletrônica: Arduino. 21 No terceiro capítulo, serão apresentadas as ferramentas escolhidas para desenvolver o sistema de monitoramento residencial e a metodologia de desenvolvimento do trabalho. No quarto capítulo os resultados do projeto proposto já implementado e com seu respectivo protótipo, juntamente o sistema serão apresentados e analisados. Por fim, no último capítulo, serão apresentadas as conclusões do trabalho, juntamente com algumas sugestões para trabalhos futuros. 22 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA Na Antiguidade clássica, ainda com os pré-socráticos, os princípios básicos de eletrificação tornaram-se conhecidos. No ano 600 a.C., a partir de estudos realizados pelo filósofo Tales de Mileto2, tornou-se de conhecimento que ao esfregar uma peça de âmbar com um pedaço de lã ou pele, permitia ao âmbar a propriedade de atrair pequenos pedaços de palha (Figura 1). Tales desconhecia que naquele momento, realizou uma das primeiras experiências elétricas (no caso, a eletrização por atrito - Figura 2). Nomeadas por Tales, essas características são conhecidas e estudadas ainda hoje como “Eletrização” (OKA, 2000). Figura 1: Exemplificação do experimento de Tales de Mileto Fonte: Blog de Tecnología de Pedro Landín. Sagrado Corazón de Placeres3 Figura 2: Exemplificação de um processo de eletrização por atrito Fonte: Mundo Educação4 Posteriormente, antes do século XI árabes e chineses utilizavam as propriedades magnéticas de um ferro mineral, a magnetita (Figura 3), para se 2 Tales de Mileto (624 a.C.-558 a.C.): Foi um filósofo, matemático e astrônomo grego. Foi considerado um dos mais importantes representantes da primeira fase da filosofia grega, chamada de Pré-Socrática ou Cosmológica (PRÉ-SOCRÁTICOS, 1985). 3 Disponível em: http://pelandintecno.blogspot.com.br/2013/04/empleo-de-la-electricidad-en-las. html. Acesso em outubro de 2017 4 Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/processos-eletrizacao.htm. Acesso em outubro de 2017 23 orientarem nas viagens marítimas. Dessa forma, dava-se início a uma tecnologia que mudou o rumo da história a partir desse século: a bússola (Figura 4). Pois, quando os muçulmanos levaram essa tecnologia oriental para o mundo ocidental, possibilitou-se, juntamente com outros florescimentos tecnológicos marítimos, o início do período chamado de grandes navegações (BURNS, História da Civilização Ocidental, 1974). Figura 3: Fragmento de magnetita Fonte: EcuRed5 Figura 4: Bússola chinesa Fonte: Geografia e Luta6 A partir da bússola e dos estudos posteriores realizados por Pierre de Maricourt7, em 1269, o ser humano tomou conhecimento das propriedades dos ímãs. A partir dos estudos ainda sobre a magnetita, ele constatou que as linhas de força convergem dos pólos da magnetita (Figura 5). E isso levou, em 1600, o médico da rainha Elizabeth I, William Gilbert8, fazer a distinção entre propriedades elétricas e 5 Disponível em: https://www.ecured.cu/Magnetita. Acesso em outubro de 2017 6 Disponível em: http://geografiamazucheli.blogspot.com.br/2013/05/historia-da-bussola.html. Acesso em Outubro de 2017 7 Pierre Perelin de Maricourt (1220 - 1270): foi um engenheiro francês, encarregado da fortificação dos campos militares e da construção demaquinaria de arremesso (BATTAGLIN; BARRETO, 2012). 8 William Gilbert (1544-1603): Foi um físico, pesquisador e médico inglês. Tornou-se importante por seus trabalhos sobre magnetismo e eletricidade (MARQUES, 2007). 24 magnéticas. Dessa forma, foi possível publicar a sua obra “Sobre os Ímãs e Corpos Magnéticos e sobre o Grande Ímã, a Terra” na qual relata estas propriedades e sugere que a própria Terra se comporta como um gigantesco ímã (Figura 6). Foi a primeira vez que as palavras eletricidade e eletrização foram utilizadas (OKA, 2000; ASSIS, 2010). Figura 5: Campo magnético do ímã Fonte: Em busca da Aurora boreal9 Figura 6: Eixos de rotação e do dipolo magnético da Terra. Fonte: Objetos Educacionais10 9 Disponível em: http://abuscadaauroraboreal.blogspot.com.br/2014/12/introducao.html. Acesso em outubro de 2017. 10 Disponível em: http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/bitstream/handle/mec/15755/05_teoria_ frame.htm. Acesso em outubro de 2017. 25 Em 1729, Stephen Gray11 observou que alguns materiais permitem o “fluxo livre do fluido”, em contrapartida outros não apresentavam a mesma característica. Essa constatação possibilitou os primeiros estudos sobre as propriedades isolantes e condutoras presentes na matéria. É importante afirmar que hoje esse é um pensamento considerado primitivo e que possui falhas evidentes. Ainda assim, não podemos deixar de reconhecê-lo como aquele que deu a base para o conhecimento atual (OKA, 2000). Atualmente, os estudos acerca das características condutoras e isolantes dos materiais são importantes para várias características de materiais utilizados na eletrônica, como pode ser observado na Figura 7 onde é apresentada as bandas de energia de condutores e isolantes, como no estudo dos materiais semicondutores. Figura 7: Banda de energia de um material isolante (à esquerda), de um condutor (ao centro) e de um semicondutor (à direita) Fonte: SEDRA, 2004 Em 1799, Alessandro Volta12, a partir dos estudos acerca das reações químicas existentes quando dois metais diferentes ficam em contato com soluções salinas e também baseado nos estudos sobre as famosas experiências de Luigi Galvani13 com rãs em 1780 (Figura 8), constatou que devido a esta reação surge uma corrente elétrica. Isso possibilitou Volta a construir a primeira pilha utilizando discos de cobre e zinco, separados por papel encharcado com uma solução salina (Figura 9). 11 Stephen Gray (1666‑ 1736): Foi cientista inglês que dedicou sua vida à Astronomia e à Física, especificamente na área da Eletricidade, e realizou uma série de experimentos que levaram a conclusões inéditas para a época (BOSS; CALUZI, 2010). 12 Alessandro Volta (1745-1827): Foi um físico italiano. O inventor da pilha voltaica. Recebeu de Napoleão Bonaparte o título de conde. Em 1893 o Congresso dos Eletricistas deu o nome de Volt à unidade de força eletromotriz (DE ANDRADE MARTINS, 1999). 13 Luigi Galvani (1737-1798): Foi médico e pesquisador italiano. Descobriu o princípio da pilha e a eletricidade que ela produz. Foi professor de Anatomia na Universidade de Bolonha, Itália (BROWN, 2007). 26 Figura 8: Exemplificação do experimento com rãs realizado por Luigi Galvani Fonte:EletroFísica14 Figura 9: A pilha de Volta Fonte: Blogue do CFQ15 Os primeiros estudos sobre eletricidade foram feitos concomitantemente às pesquisas realizadas sobre magnetismo. Faraday16, em 1831, realizou experimentos 14 Disponível em: http://fisicaeletro.blogspot.com.br/2011/07/luigi-galvani-e-eletricidade.html. Acesso em outubro de 2017. 15 Disponível em: http://cfqbrunamagalhaes.blogspot.com.br/2015/05/pilha-de-volta.html. Acesso em outubro de 2017. 16 Michael Faraday (1791 - 1867): Destacou-se na história da ciência como um físico e um químico. É considerado um dos cientistas mais influentes de todos os tempos (HART, 2002). 27 que demonstraram o fenômeno da indução eletromagnética, juntamente com Lenz17, que consiste na indução de uma corrente elétrica, em um circuito fechado, através da variação de um campo magnético, como consta na Figura 10 (BOYLESTAD, PRENTICE HALL, INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE CIRCUITOS – 10th ed, 2004). Figura 10: Exemplificação da Lei de faraday-Lenz Fonte: Educação.física18 Diversos foram os estudos sobre as propriedades elétricas e magnéticas. Além dos citados temos outros pesquisadores como Charles Augustin Coulomb19, André Marie Ampère20, George Simon Ohm21, entre vários outros que deixaram seus nomes marcados na história com suas descobertas que nos possibilitou termos as tecnologias do mundo contemporâneo. A partir dos seus estudos, James Clerk Maxwell22, em 1864, desenvolveu as equações matemáticas fundamentais do eletromagnetismo. Possibilitando assim, em 1873, publicar o primeiro trabalho que contemplava magnetismo e eletricidade, o 17 Heinrich Friedrich Emil Lenz (1804 - 1865): Especialista em magnetismo, que determinou a lei do sentido das correntes induzidas, a lei de Lenz (1833) (TOOKER, 2007). 18 Disponível em: http://educacao.globo.com/fisica/assunto/eletromagnetismo/inducao.html. Acesso em outubro de 2017. 19 Charles Augustin de Coulomb (1736-1806): Foi um físico francês. Formulou a "Lei de Coulomb", que descreve a interação eletrostática entre dois corpos eletricamente carregados (DOS SANTOS, 2014). 20 André-Marie Ampère (1775-1836): Foi um importante físico, cientista e matemático francês. Em sua homenagem, a unidade de intensidade da corrente elétrica recebeu seu nome - o ampere (HOFMANN, 1996). 21 Georg Simon Ohm (1787-1854): Foi um físico e matemático alemão que definiu o novo conceito de resistência elétrica. Sua formulação matemática é conhecida como "Lei de Ohm" (BARBOSA, 2011). 22 James Clerk Maxwell (1831-1879): Foi um físico e matemático escocês. Estabeleceu a relação entre eletricidade, magnetismo e luz. Suas equações foram a chave para a construção do primeiro transmissor e receptor de rádio, para compreensão do radar e das micro-ondas (TINER, 2004). 28 “Tratado sobre Eletricidade e Magnetismo” (Figura 11), hoje considerado o precursor dos estudos acerca do eletromagnetismo (POLKINGHORNE, 2011). Figura 11: Capa do Tratado sobre Eletricidade e Magnetismo de Maxwell Fonte: Wikisource23 Os estudos de Maxwell proporcionaram, por exemplo, a invenção de instrumentos de medição capazes de mensurar as diversas grandezas elétricas, assim como serviram de apoio para que outros estudiosos pudessem desenvolver pesquisas nesse âmbito. Um deles, Edwin Herbert Hall24 concluiu que: “[...] quando uma corrente elétrica é injetada num material condutor imerso em um campo magnético perpendicular à corrente elétrica, uma tensão elétrica é gerada na direção 23 Disponível em: https://en.wikisource.org/wiki/Index:A_Treatise_on_Electricity_and_Magnetism_-_ Volume_1.djvu. Acesso em Outubro de 2017. 24 Edwin Herbert Hall (1855-1938): Foi um físico e inventor norte americano que, em 1879, durante a realização da sua tese de doutorado, descobriu o efeito Hall. 29 perpendicular à corrente e ao campo magnético aplicado”, o que ele chamou de “Efeito Hall” (Figura 12). Figura 12: Exemplificação do Efeito Hall Fonte: Transdutores de Corrente por Efeito Hall25 Maxwell, Hall e tantos outros foram vitais para o avanço dos estudos sobre eletromagnetismo e abriram caminho para que as tecnologias de medição elétrica atuais fossem possíveis. 2.2 GERAÇÃO ENERGÉTICA NO BRASIL E ESTRUTURA TARIFÁRIA A matriz energética26 do Brasil é composta por diversas fontes de energia, as quais podem ser observadas nográfico presente na Figura 13. Diferentemente das matrizes dos países desenvolvidos, a matriz brasileira não apresenta grandes semelhanças ao padrão mundial de geração energética. Nos dados retirados do Balanço Energético Nacional Brasileiro de 2017 é possível observar divergências entre a distribuição energética brasileira e o fornecimento mundial. Esse desvio se apresenta principalmente na oferta de energia hidráulica, que constitui a maior parcela da matriz energética nacional. 25 Disponível em: http://www.eletrica.ufpr.br/edu/Sensores/2000/neis/index.html. Acesso em outubro de 2017. 26 Matriz energética: Corresponde a representação de todas as ofertas de energia que constituem o completo fornecimento de energia de uma local ou região, geralmente apresentando estes valores em porcentagem. 30 Figura 13: Distribuição da Matriz Energética Brasileira Fonte: BEN - Balanço energético nacional, 2017 A energia elétrica pode ser obtida a partir de diversas fontes, entre as mais comuns pode-se citar a energia advinda, respectivamente, das usinas hidrelétricas, eólicas, nucleares e solares. Grande parte da geração de energia elétrica é baseada no conceito de força eletromotriz27, a partir deste princípio os geradores, obedecendo a lei de conservação de energia, podem transformar a energia mecânica em elétrica. A diferença existente entre as formas de geração de energia (hidráulica, eólica, dentre outras) é a fonte da energia primária utilizada nos geradores. O fato do Brasil também possuir fontes energéticas decorrentes de transformações térmicas, entra de encontro com o contínuo processo de industrialização ao qual o país está inserido. Países imersos nesse processo geralmente acabam experimentando um aumento populacional e por consequência o aumento do consumo da energia elétrica (HINRICHS; KLEINBACH, 2003). A geração advinda de fontes térmicas é utilizada em sua grande maioria nos momentos de crise energética, os quais requerem meios alternativos de geração, estes são geralmente de rápida geração de energia elétrica. É possível observar diversos momentos de crise que abalaram o sistema energético brasileiro. Na crise energética de 2015 houve uma redução nos investimentos na transmissão, 27 Força Eletromotriz: Configurada como a propriedade que qualquer dispositivo, especialmente geradores, têm de produzir corrente elétrica. 31 distribuição e conservação da energia elétrica (no momento em que o custo crescia, incentivando o uso perdulário e criando um buraco enorme nas distribuidoras, que tiveram que ser socorridas com dinheiro do Tesouro Nacional) aliada a uma dependência quase total (mais de 90%) com relação às usinas hidrelétricas, que juntamente com as transformações ambientais, incluindo os baixos índices pluviométricos (causando impactos negativos na matriz energética) e também um aumento da demanda em razão do desenvolvimento de vários setores da economia, acarretando nessa crise e suas consequências são sentidas até os dias de hoje (A crise energética brasileira, 2015). Como já explanado, a geração de energia do país se debruça principalmente nas usinas hidrelétricas, devido a abundante presença de rios e desníveis no Brasil. Essas características facilitam a implementação de hidrelétricas, que se demonstra uma energia limpa e renovável, porém ao mesmo tempo muito suscetível às intempéries temporais. Além das fontes de energia no país, que constituem o setor de geração de energia, o sistema energético nacional conta com empresas divididas em outras três categorias: Empresas responsáveis pela transmissão, distribuição e comercialização da energia elétrica. As empresas de geração e comercialização de energia tem mercado regulado pela livre concorrência, devido ao crescente número de microgeradores de energia se instalando no país. Estas atividades são regulamentadas e fiscalizadas pela ANEEL, órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia, instituída pela Lei nº. 9.427 de 26.11.97 e constituída pelo Decreto nº. 2.335 de 03.10.97, que tem por finalidade a medição, a regulação, o controle tarifário, e a fiscalização das atividades do Setor Elétrico. Segundo a ANEEL, estrutura tarifária é: “conjunto de tarifas e regras aplicadas ao faturamento do mercado de distribuição de energia elétrica. Estes refletem a diferenciação relativa dos custos regulatórios da distribuidora entre os subgrupos, classes e subclasses tarifárias, de acordo com as modalidades e postos tarifários” (ANEEL, 2015b, pg.3). 32 A divisão dessa estrutura é feita em dois grupos distintos. Os consumidores do Grupo A, alta tensão, consiste nos consumidores alimentados em tensões maiores a 2,3KV. Os consumidores do outro grupo (B) consomem tensões menores a 2,3KV. Os dois grupos possuem subdivisões de acordo com a sua tensão e tipo de instalação elétrica. Para cada um dos grupos apresentados existem diferentes tarifas, a tarifa principal abordada no presente trabalho é a destinada ao subgrupo B1, que consiste nos consumidores residenciais (COSTA et al., 2016). 2.3 MEDIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA Acerca dos instrumentos de medição, os Invasivos e os Não-Invasivos são os dois grandes grupos que os dividem. O grupo invasivo consiste em sensores que necessitam estar inseridos no circuito para realizar a medição. Os não-invasivos não necessitam, podendo realizar sua função mesmo externos ao que se deseja medir, isso é possível pois esses dispositivos inferem o parâmetro desejado a partir da aferição do campo magnético gerado. Os medidores foram desenvolvidos em 1888 por Oliver Blackburn Shallenberger28 baseado num medidor de ampère-hora para corrente alternada, passando posteriormente a ser adotado como padrão pela indústria. Os medidores são dispositivos de capazes de efetuar leituras de grandezas como corrente elétrica e tensão elétrica, quantificando-as adequadamente. Esses componentes podem ser eletromecânicos ou eletrônicos. Eletromecânicos, que funcionam pelo princípio da indução eletromagnética, e eletrônicos, que fazem uso de circuitos integrados (PAULA, 2013; NETO et al., 2011). 2.3.1 Medidores Eletromecânicos Os medidores eletromecânicos possuem uma grande popularidade por serem os primeiros medidores de energia elétrica desenvolvidos, e pelo seu baixo custo de aquisição, o que resulta em uma preferência desses medidores no setor elétrico brasileiro até aos dias de hoje. Ainda são os mais utilizados no Brasil possuindo média de produção anual na ordem de três milhões de unidades destinadas tanto a novos 28 Oliver Blackburn Shallenberger (1860-1898): foi um engenheiro e inventor americano. Em abril de 1888, ele inventou um medidor de indução para medir a corrente alternada (amperes-horas). 33 consumidores e a reposição de antigos medidores quanto a exportação, segundo Mínguez (2007). 2.3.2 Medidores Eletrônicos Inicialmente, os primeiros medidores eletrônicos comerciais surgiram nas décadas de 1970/1980 e faziam uso de circuitos discretos. Posteriormente, desenvolveram-se os medidores com DSPs (Digital Signal Processor) e atualmente os com circuitos integrados dedicados. O medidor de potência do tipo eletrônico é composto, basicamente, pelos transdutores de tensão e de corrente que fazem a aquisição e adequação dos sinais de entrada a serem multiplicados. O multiplicador determina a potência instantânea por meio da multiplicação dos sinais de tensão e de corrente vindos dos transdutores. A energia é obtida pela integração da potência instantânea realizada em um integrador. Por fim, o resultado é mostrado em um registrador. Dessa forma, conseguindo também tratar de outras grandezas que surgem a partir da associação de ambas,tais como potência, energia, demanda etc (BELCHIOR, 2014). Ao contrário dos medidores eletromecânicos monofásicos que medem apenas o consumo de potência ativa, os medidores eletrônicos podem realizar várias tarefas simultaneamente em um mesmo equipamento. Os medidores eletrônicos além da potência ativa podem medir potência reativa, potência aparente, demanda máxima, fator de potência, tensão e corrente. 2.4 ENERGIA E POTÊNCIA Energia, em um sistema, pode ser considerada seu potencial de trabalho. E a energia elétrica é umas das formas de energia dentro de um sistema. Matematicamente falando, ela consiste no produto de uma diferença de potencial (volts), por uma corrente elétrica (ampères) e pelo tempo de fornecimento (segundos). Quando um material condutor é atravessado por uma corrente elétrica, esta acaba produzindo trabalho em forma de luz, calor ou movimento. Em sistemas elétricos, quando temos um dispositivo com dois terminais, este produz uma potência instantânea, que é representado pelo produto da diferença de potencial entre os terminais e a corrente que flui no dispositivo. Ou seja, potência é uma grandeza que mede quanto trabalho (conversão de energia de uma forma em outra) pode ser 34 utilizado em determinado período de tempo, ou seja, é a velocidade com que um trabalho é executado (BOYLESTAD, 2004). Em sistemas de corrente contínua (CC), nós temos corrente e tensão invariável no tempo, neste caso a potência será constante e igual ao produto da corrente pela tensão, conforme a seguinte equação (NIELSON, 2003). 𝑷 = 𝑽. 𝑰 Onde: ● 𝑷 é a potência dada em Watts29; ● 𝑽 é a tensão dada em Volts; ● 𝑰 é a corrente elétrica dada em Amperes. Já em sistemas onde a corrente e a tensão variam no tempo, a potência média é determinada através da relação entre o trabalho e o tempo gasto para executar tal trabalho (VIANA et al., 2012). Em sistemas de corrente alternada (CA), onde há a possibilidade de termos cargas indutivas e/ou capacitivas, os valores de tensão e corrente acabam sofrendo uma defasagem. Este fator nos faz considerar três tipos de potência: potência ativa (Pa), potência reativa (Q) e potência aparente (S). 2.4.1 Potência Ativa Trata-se da potência que é utilizada nos sistemas elétricos para geração de trabalho. Nos casos de potência alternada senoidal, os valores de potência elétrica de um dispositivo com dois terminais podem ser obtidos através do produto dos valores eficazes da diferença de potencial entre os dois terminais, e da corrente que flui através do dispositivo com o cosseno do ângulo de defasagem entre a tensão e a corrente (fator de potência). Vale ainda ressaltar: Potência ativa é aquela correspondente ao produto da corrente com a parcela da tensão que está em fase com ela [...] “Em um circuito, a potência ativa total fornecida pelo gerador é a soma das potências ativas dissipadas pelas componentes 29 Homenagem ao engenheiro escocês James Watt. James Watt (1736-1819) foi um engenheiro mecânico e matemático escocês. Aperfeiçoou a máquina a vapor inaugurando “a era do vapor na Revolução Industrial na Inglaterra”. Seu nome foi dado à unidade de potência de energia – “o watt” HART, 2002). 35 resistivas do circuito” [...]. (MARKUS, 2011). A quantização da potência ativa pode ser obtida a partir da equação abaixo: 𝑃𝑎 = 𝑈. 𝐼. cos(𝜃𝑣 − 𝜃𝑖) Onde: ● 𝑃𝑎 é a potência ativa dada em Watts; ● 𝑈 é a tensão dada em Volts; ● 𝐼 é a corrente elétrica dada em Ampères; ● 𝜃𝑣 é o ângulo de fase da tensão; ● 𝜃𝑖 é o ângulo de fase da corrente elétrica. (NIELSON, 2003). 2.4.2 Potência Reativa A potência reativa é a potência que não é utilizada nos sistemas elétricos para produção de trabalho, ela é medida em Volt-Ampère reativo (VAr). Quando uma instalação possui apenas potência reativa, o valor da potência ativa é nulo, pois não é produzido trabalho nenhum. A potência reativa pode ser armazenada no campo magnético de um indutor, como ocorre nos motores e cargas indutivas ou armazenada também no campo elétrico de um capacitor (PAULA, 2013). A quantização da potência reativa pode ser obtida a partir da equação abaixo: 𝑄 = 𝑈. 𝐼. 𝑠𝑒𝑛 (𝜃𝑣 − 𝜃𝑖) Onde: ● 𝑄 é a potência reativa, dada em VAr; ● 𝑈 é a tensão dada em Volts; ● 𝐼 é a corrente elétrica dada em Amperes; ● 𝜃𝑣 é o ângulo de fase da tensão; ● 𝜃𝑖 é o ângulo de fase da corrente elétrica. (PAULA, 2013). 2.4.3 Potência Aparente A potência aparente ou teórica é a raiz quadrada da soma dos quadrados das potências ativas e reativas - ou seja, é a potência total entregue pelo gerador à 36 instalação - e é dada em Volt-Ampère (VA) (TECNOGERA, 2014). Sua obtenção é feita através do produto do valor da tensão eficaz pelo valor do conjugado da corrente eficaz. A quantização da potência aparente pode ser obtida a partir da equação abaixo: |𝑆| = √𝑃𝑎 2 + 𝑄2 Onde: ● 𝑆 é a potência aparente, dada em VA; ● 𝑃𝑎 é a potência ativa dada em Watts; ● 𝑄 é a potência reativa, dada em VAr. (TECNOGERA, 2014). Na figura abaixo é mostrada a relação entre potência ativa, reativa e aparente, sendo representadas por um triângulo de potências. Figura 14: Triângulo de potências Fonte: Elaborada pelos autores 2.4.4 Fator de Potência O fator de potência (FP) é a medida da eficiência de uma instalação elétrica, ou seja, ele nos mostra qual a porcentagem da potência aparente está sendo aproveitada em forma de potência ativa e sendo convertida em trabalho. O fator de potência (FP) é dado pela razão entre a potência ativa e a potência aparente. Pode ser determinado matematicamente na expressão a seguir pelo triângulo de potências. (PAULA, 2013). 𝑭𝑷 = 𝑷𝒂 𝑺 P o tê n ci a R ea ti v a (V A r) ( V A r( V A r) Potência Ativa (W) θ = Ângulo de fase entre a tensão e a corrente 𝜃 37 Onde: ● 𝐹𝑃 é o fator de potência; ● 𝑃𝑎 é a potência ativa dada em Watts; ● 𝑆 é a potência aparente, dada em VA. Por definição o fator de potência será um número adimensional entre 0 e 1. Quando seu valor for igual a 0, o fluxo de energia será inteiramente reativo e a energia será devolvida a fonte em cada novo ciclo. Quando o valor for igual a 1, a energia fornecida pela fonte será consumida totalmente pela carga. Um fator de potência elevado indica uma alta eficiência no consumo de energia e um fator de potência baixo indica baixa eficiência energética (BELCHIOR, 2014). Quando estamos falando de circuitos puramente resistivos as senóides que representam os valores de tensão e corrente estão em fase, ou seja, mudam sua polaridade ao mesmo tempo a cada novo ciclo. Agora quando falamos em circuitos com cargas reativas, como capacitores e indutores, que armazenam a energia neles, ocorre uma diferença entre as senóides de corrente e tensão, causando assim a chamada defasagem. O cosseno do ângulo de fase entre a tensão e a corrente (defasagem) também é uma forma de calcular o fator de potência: 𝐹𝑃 = 𝑐𝑜𝑠 (𝜃𝑣 − 𝜃𝑖) Onde: ● 𝐹𝑃 é o fator de potência; ● 𝜃𝑣 é o ângulo de fase da tensão; ● 𝜃𝑖 é o ângulo de fase da corrente elétrica. (PAULA, 2013). 2.5 SISTEMAS EMBARCADOS Graças ao modo intenso pelo qual os circuitos digitais e suas técnicas digitais passaram a ser utilizados em quase todas as áreas como a computação, automação, robótica, ciências médicas, transportes, telecomunicações e assim por diante, é irrefutável dizer que os sistemas digitais se tornaram parte do nosso dia-a-dia. (TOCCI et al., 2003). 38 Para alcançar essa condição atual, os sistemas digitais passaram por uma evolução desde as grandes válvulas eletrônicas, passando pelo transistor que causou uma revolução na eletrônica, até os circuitos integrados digitais constituídos pordispositivos que podem ter dimensões nanométricas. Assim foi aumentada a complexidade dos sistemas e diminuída suas dimensões físicas (PEIXOTO et al., [s.d]). Assim, surgiram os dispositivos lógicos programáveis (PLDS) que diferentemente dos circuitos lógicos tradicionais que possuem um funcionamento fixo, os PLDS, quando fabricados, não possuem essa característica, podendo ser programados pelos desenvolvedores de acordo com suas necessidades. Dessa forma, podemos conceituar um PLD como um componente eletrônico usado na construção de circuitos digitais reconfiguráveis. Advindo da evolução natural dos circuitos digitais devido ao aumento da complexidade dos mesmos. Chegou-se um ponto em que é mais simples, mais barato e mais compacto, substituir a lógica das portas digitais por um conjunto de processador e software. Assim surge o microcontrolador, que é um computador em um único chip. Este contém um processador (Unidade Lógica e Aritmética – ULA), memória, periféricos de entrada e de saída, temporizadores, dispositivos de comunicação serial, dentre outros (PENIDO; TRINDADE, 2013). Como é o caso do Arduino, alguns microcontroladores são acoplados a plataformas de prototipagem que facilitam a sua utilização. 2.5.1 O Arduino O site oficial da plataforma Arduino o define como sendo uma plataforma de prototipagem eletrônica projetada com o objetivo principal de permitir o desenvolvimento de controle de sistemas interativos de baixo custo e de uma forma acessível a todos. O componente principal é o microcontrolador Atmel ATMEGA328 um dispositivo de 8 bits da família AVR30 com arquitetura RISC avançada e com encapsulamento DIP28. Ele conta com 32 KB de Flash, 2 KB de SRAM e 1 KB de EEPROM. Possui um clock de processamento que opera em uma frequência de 30 AVR é um microcontrolador RISC de chip único com uma arquitetura Harvard modificada de 8-bit (µC), desenvolvido pela Atmel em 1996. Foi um dos primeiros da família de microcontroladores a utilizar uma memória flash com o intuito de armazenar a programação, diferentemente de seus concorrentes da época, que utilizavam memórias do tipo PROM, EPROM ou EEPROM (ARDUINO, 2015). 39 oscilação a partir de um cristal de 16 MHz, além de pinos de entrada e saídas digitais, assim como pinos de entradas e saídas analógicas (ARDUINO, 2015). A linguagem de programação é essencialmente C/C++. As placas da linha Arduino são mais acessíveis devido a seu baixo custo de produção, são flexíveis e expansíveis, pois seguem a filosofia de expansão de periféricos modulares, moldando-se assim ao objetivo de sua utilização capazes de estender a capacidade da placa, além de serem fáceis de se utilizar se comparadas a microcontroladores mais sofisticados presentes no mercado (SIQUEIRA, 2016). O Arduino UNO (plataforma utilizada nesta pesquisa) pode ser alimentado através da conexão USB, com uma fonte de alimentação externa não regulada 6-20V (valores limites - recomendado de 7-12V) ou fonte de alimentação externa regulada de 5V. A fonte de energia é automaticamente selecionada para a fonte de tensão mais alta. Além disso é programada através da comunicação serial USB, pois o microcontrolador vem programado com o bootloader. Desta feita, não há a necessidade de um programador de hardware externo para fazer a gravação do binário na placa. A comunicação é feita através do protocolo STK500 (ARDUINO, 2015). O UNO possui 14 pinos de entrada/saída digital (dos quais 6 podem ser usados como saídas PWM), 6 entradas analógicas, um cristal oscilador de 16MHz, uma conexão USB, uma entrada de alimentação uma conexão ICSP e um botão de reset. Cada uma das entradas analógicas fornece 10 bits de resolução (ou seja, 1024 valores diferentes). Por padrão, eles medem de 0 a 5 volts, embora seja possível alterar a extremidade superior de sua faixa usando a função analogReference(). Além disso, alguns pinos possuem funcionalidades especializadas: ● I2C: 4 (SDA) e 5 (SCL). Suporte a comunicação I2C (TWI); ● AREF. Voltagem de referência para as entradas analógicas. Usado com analogReference(). Acerca da pinagem digital, no UNO cada um dos 14 pinos digitais pode ser usado como entrada ou saída, usando as funções pinMode(), digitalWrite() e digitalRead(). Eles operam a 5 volts. Cada pino pode fornecer ou receber um máximo de 40 mA e tem um resistor de pull-up interno (desconectado por padrão) de 20-50 kΩ. Além disso, alguns pinos possuem funções especializadas: 40 ● Serial: 0 (RX) e 1 (TX). Usados para receber (RX) e transmitir (TX) dados seriais TTL. Estes pinos são conectados aos pinos correspondentes do chip serial USB-para-TL ATmega8U2; ● Interrupções externas: 2 e 3. Estes pinos podem ser configurados para disparar uma interrupção em um valor baixo, uma borda ascendente ou descendente ou uma mudança de valor. Veja a função attachInterrupt () para obter detalhes; ● PWM: 3, 5, 6, 9, 10 e 11. Fornecer saída PWM de 8 bits com a função analogWrite (); ● SPI: 10 (SS), 11 (MOSI), 12 (MISO), 13 (SCK). Esses pinos suportam a comunicação SPI utilizando a biblioteca SPI; ● LED: Há um LED interno conectado ao pino digital 13. Quando o pino é de valor ALTO, o LED está ligado, quando o pino é BAIXO, está desligado. As especificações técnicas acerca do Arduino UNO podem ser melhor visualizadas na tabela 2, com os dados fornecidos pelo site oficial do Arduino. Juntamente com a Figura 15 que mostra esse dispositivo. Tabela 2: Especificações Técnicas do Arduino UNO Fonte: Arduino31 31 Disponível em: https://store.arduino.cc/usa/arduino-uno-rev3-with-long-pins. Acesso em outubro de 2017. 41 Figura 15: Arduino UNO Fonte: Arduino 2.5.2 IDE do Arduino O IDE (Integrated Development Environment ou Ambiente de Desenvolvimento Integrado) do Arduino (Figura 16) é uma aplicação multiplataforma - ou seja, pode ser utilizada em mais de uma plataforma como Windows, Ubuntu, MacOSX. Foi escrita com a linguagem de programação interpretada orientada a objetos, Java, na qual é derivada dos projetos Processing32 e Wiring33. Visando facilitar o desenvolvimento de softwares por pessoas leigas na área, o IDE Arduino é construído de maneira a introduzir a programação C/C++. Apresenta um editor de código com recursos de realce de sintaxe, parênteses correspondentes e indentação automática, sendo capaz de compilar e carregar programas para a placa. Isso faz com que seja possível compreender de maneira facilitada o funcionamento/construção de um código. 32 Processing é uma linguagem de programação de código aberto e ambiente de desenvolvimento integrado (IDE), construído para as artes eletrônicas e comunidades de projetos visuais com o objetivo de ensinar noções básicas de programação de computador em um contexto visual e para servir como base para cadernos eletrônicos. 33 Wiring é uma plataforma de prototipagem eletrônica de hardware livre composta por uma linguagem de programação, um ambiente de desenvolvimento integrado (IDE) e um microcontrolador de placa única. 42 Figura 16: IDE Arduino Fonte: print screen da IDE Arduino 43 3 MATERIAIS E MÉTODOS Este trabalho teve início no dia 19 de agosto de 2016 e tem término de execução previsto para o dia 30 de novembro de 2017. A pesquisa foi desenvolvida no Núcleo de Pesquisa em Eletrônica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte. 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA Os procedimentos metodológicos visando atingir os objetivos colocados neste estudo adotaram uma pesquisa de natureza aplicada com procedimentos experimentais. Aplicada pois apresenta como característica principal a aplicação dos conhecimentos, a utilização e consequências práticasdestes. Iniciou-se com o desenvolvimento das atividades de estudos e de planejamento das ações para realização do projeto. Além disso, foi realizada uma pesquisa acerca da conscientização das pessoas perante o consumo de energia elétrica para assim demonstrar, de forma quantitativa, a necessidade de implementação deste projeto. Dentre as atividades de estudo, houve uma continuidade do levantamento bibliográfico, de forma mais aprofundada, para subsidiar com mais propriedade o tema deste trabalho. Entre os temas de estudo, destacam-se: Medição de Energia Elétrica, Programação e Sustentabilidade Ambiental. Em seguida, foram realizados o projeto e desenvolvimento do circuito de medição, programação do microcontrolador, projeto e programação do banco de dados e desenvolvimento da interface web. 3.2 DESCRIÇÃO DO SISTEMA PROPOSTO Como pode ser observado na Figura 17, o sistema é composto por duas partes: o hardware e o software. A parte física é composta por um sensor de corrente invasivo (ACS712) que fica conectado em série à linha de fase da rede elétrica, podendo ser utilizado para analisar a corrente total ou simplesmente de um componente específico; um sensor de tensão (ZMPT101B) que fica conectado em paralelo à rede elétrica; o Arduino que é responsável por realizar o processamento dos dados e cálculo dos parâmetros elétricos desejados pelo usuário e um display que é a interface do hardware; além de uma bateria que fica responsável pela alimentação 44 elétrica do Arduino. A parte virtual é um software que é desenvolvido e utilizado para processamento dos dados e exibição dos resultados. Este software recebe os dados através de uma interface de comunicação ethernet conectada ao computador. Figura 17: Esquemático do sistema proposto Fonte: Elaborada pelos autores 3.3 SENSOR ACS712 Na grande maioria dos circuitos eletrônicos, não é possível aplicar diretamente os sinais elétricos a serem analisados a um microcontrolador. Então, é necessário o uso de sensores para possibilitar a leitura desses valores que serão tratados por uma ferramenta de processamento de dados (TEIXEIRA, 2009). Os sensores de corrente são responsáveis por fornecer às entradas analógicas do microcontrolador um nível de tensão proporcional ao valor de corrente medido nos seus bornes de potência. O sensor de corrente utilizado neste trabalho foi o ACS712 (Figura 18), desenvolvido pela Allegro Micro Systems. É um dispositivo que mede corrente elétrica a partir do princípio de funcionamento de efeito Hall. Este sensor pode medir tanto corrente CA quanto CC, pois ambas geram um campo magnético. Figura 18: Sensor ACS712 Fonte: Elaborada pelos autores 45 O ACS712 foi escolhido neste projeto por apresentar uma boa linearidade, baixo custo, um isolamento satisfatório entre a parte de potência e a parte de tratamento de dados, e um tamanho reduzido em um encapsulamento SOIC8. (ALLEGRO MICROSYSTEMS, INC., 2010). Outras especificações técnicas abaixo: ● baixa interferência devido ao seu filtro capacitivo; ● alta velocidade de resposta (5 µs); ● erro de 1,5% a temperatura de 25°C; ● 2,1 KVRMS de isolação de tensão entre os pinos 1-4 para os pinos 5-8;e ● Sensibilidade da saída de 66 a 185 mV/A. 3.4 SENSOR ZMPT101B O módulo do sensor de tensão ZMPT101B (Figura 19) é um sensor de tensão feito a partir do transformador de tensão ZMPT101B. Capaz de detectar tensão alternada. Possui diversas aplicações nas mais diversas áreas, sendo principalmente utilizado na automação residencial por ser capaz de ser aplicado em projetos de monitoramento de tensão CA. Figura 19: Sensor ZMPT101B Fonte: Elaborada pelos autores Foi escolhido nesta pesquisa por apresentar alta precisão, boa consistência para medição de tensão e pode medir até 250VAC. É simples de usar e vem com um potenciômetro de corte múltiplo para ajustar o ganho de saída do sensor. A saída do sensor é ajustada usando o trimpot para um valor apropriado a partir de uma entrada de referência. As características de ZMPT101B são consideradas como lineares nas quais a tensão de entrada correspondente tem uma relação linear com o valor ADC. A linearidade do sensor cobre até 1000V. Ao contrário dos sensores de corrente onde a sensibilidade é fornecida pelo fabricante, o sensor ZMPT101B deve ser amostrado e 46 calibrado pelo usuário. Utilizou-se a análise de regressão polinomial, método dos mínimos quadrados, para obter os coeficientes linear e angular do sensor. Algumas de suas especificações técnicas podem ser vistas abaixo: ● Transformador: ZMPT101B; ● Tensão de Alimentação do Módulo: 5 - 30VDC; ● Tensão de Entrada: 0 - 250VAC; ● Corrente de Entrada Nominal: 2mA; ● Corrente de Saída Nominal: 2mA; ● Proporção: 1000:1000; ● Faixa Linear: 0-1000V; ● Linearidade: 0,2%; ● Isolamento Tensão: 4000V; ● Precisão de Leitura: ±0,5%; e ● Temperatura de Operação: -40º a 70ºC. 3.5 ETHERNET SHIELD O Arduino Ethernet Shield, Figura 20, permite que uma placa Arduino se conecte à internet. Ele se baseia na W5100 Wiznetchip ethernet. Além de possibilitar o acesso às informações na sua rede local, ainda pode ser conectado à internet e permitir o seu monitoramento de qualquer lugar do mundo. O Wiznet W5100 fornece uma pilha com suporte aos protocolos de rede TCP34 e UDP35 (IP - Internet Protocol). Ele suporta até quatro conexões simultâneas. O Shield ethernet se conecta a uma placa Arduino usando conectores barra de pinos longos que se estendem através do Shield permitindo que outros shields possam ser empilhados em cima. O shield também inclui um controlador de reset, para garantir que o módulo Ethernet W5100 seja devidamente reiniciado quando necessário. O botão de reinicialização no shield reseta o W5100 e a placa Arduino. 34 TCP é uma sigla que significa Transmission Control Protocol (Protocolo de Controle de Transmissões, em uma tradução livre), que faz referência ao sistema de envio de pacotes mais comum da internet. 35 O UDP (User Datagram Protocol) também se baseia no envio de pacotes de informações, mas remove toda a parte de verificação de erros da outra tecnologia. O objetivo dessa opção é acelerar o processo de envio de dados, visto que todas as etapas de comunicação necessárias para verificar a integridade de um pacote (e para reenviá-lo, se necessário) contribuem para deixá-lo mais lento. 47 Figura 20: Ethernet Shield Fonte: Elaborada pelos autores O shield possui uma sequência de leds informativos: ● PWR: indica que a placa e o shield estão alimentados; ● LINK: indica a presença de um link de rede e pisca quando o shield transmite ou recebe dados; ● FULLD: indica que a conexão de rede é full duplex; ● 100M: indica a presença de uma ligação de rede 100 Mb; ● RX: pisca quando o shield recebe dados; ● TX: pisca quando o shield envia dados; ● COLL: pisca quando são detectadas colisões de rede. 3.6 DISPLAY DE CRISTAL LÍQUIDO O LCD (liquid crystal display) utilizado nesse projeto consiste (Figura 21) em uma matriz 16X2 e é composta por um líquido polarizador de luz comprimido, controlado eletricamente, localizado entre lâminas transparentes (Figura 22). É um dos periféricos mais utilizados como dispositivo de saída em sistemas eletrônicos. Ele contém um microprocessador de controle, uma RAM interna que mantêm escritos no display (DDRAM) os dados enviados pelo microcontrolador e uma RAM de construção de caracteres especiais (CGRAM). Figura 21: Display de Cristal Líquido Fonte: Elaborada pelos autores 48 Figura 22: Camadas dos monitores LCD Fonte: Canaltech36 Sua pinagem é melhor descrita na tabela abaixo: Tabela 3: Pinagem do LCD utilizado Fonte: Materiais de Aula da Disciplina de Sistemas Microcontrolados no SUAP-EDU373.7 MÓDULO I2C I2C é a sigla de Inter-Integrated Circuit, e basicamente é um protocolo de comunicação entre dispositivos. O protocolo I2C tem dois tipos de dispositivos: Master e Slave. Onde o Master (mestre em português), é a unidade de controle responsável por coordenar todos os periféricos (slaves, escravos em português). O barramento I2C é composto de dois fios, SDA e SCL, e alimentação (VDD), tipicamente de 3.3V ou 5V (PROTOCOLO I2C, 2013). 36 Disponível em: https://canaltech.com.br/produtos/Como-funcionam-os-monitores-LCDs/. Acesso em outubro de 2017. 37 Disponível em: https://suap.ifrn.edu.br/media/edu/material_aula/lcd.pdf. Acesso em Outubro de 2017 49 SDA significa Serial Data e SCL significa Serial Clock. SDA é o pino que efetivamente transfere os dados, e SCL serve para temporização entre os dispositivos, de modo que a comunicação pela SDA possa ter confiabilidade. Tanto o envio quanto a recepção de dados são realizados utilizando a linha SDA, ou seja, é uma linha bidirecional de comunicação, ora estamos enviando dados por este pino, ora estamos recebendo dados. Na Figura 23, é possível observar o módulo I2C. Figura 23: Módulo I2C Fonte: FilipeFlop38 3.8 CALIBRAÇÃO DOS SENSORES 3.8.1 Calibração do ZMPT101B Nas pesquisas realizadas no período de levantamento bibliográfico não foi encontrado um datasheet que mostrasse, especificamente, o coeficiente angular da curva de resposta do sensor tensão, valor que representa a sensibilidade do transdutor. Para a definição desse coeficiente e para comprovação da linearidade do sensor foi realizada a medição da tensão de saída mediante variação da tensão (realizada por um Varivolt Variac39 - Figura 24) de entrada do sensor, conforme mostra o gráfico da Figura 25. Figura 24: Varivolt Variac Fonte: Elaborada pelos autores 38 Disponível em: https://www.filipeflop.com/produto/modulo-serial-i2c-para-display-lcd-arduino/. Acesso em outubro de 2017 39 É um equipamento eletromecânico baseado em uma bobina variável que recebe em sua entrada uma tensão CA fixa. A partir da variação da bobina interna é possível se obter uma tensão CA ajustável. Basicamente, sua estrutura interna consiste em um transformador cujo seu secundário é variável de acordo com o usuário. 50 Figura 25: Curva de resposta do sensor de tensão Fonte: Elaborada pelos autores Para achar o coeficiente angular foi utilizado o método dos mínimos quadrados. A metodologia consiste na análise dos valores de saída do sensor, Vdc e Vac, durante a variação da tensão de entrada de 0 a 220 Vrms. Obtidos esses dados, os resultados, são aplicados ao método dos mínimos quadrados (caso linear) como apresentado no seguinte sistema de equações: { 𝑁 ∙ 𝑏 + 𝑎 ∙∑𝑋𝐽 𝑁 𝑗=1 =∑𝑌𝐽 𝑁 𝐽=1 𝑏 ∙∑𝑋𝐽 𝑁 𝐽=1 + 𝑎 ∙∑𝑋𝐽 2 𝑁 𝐽=1 =∑(𝑋𝐽 ∙ 𝑌𝐽) 𝑁 𝐽=1 Onde: ● N: Número de amostras; ● b: Coeficiente linear; ● a: Coeficiente Angular; ● XJ: Valores de tensão de entrada do sensor; e ● YJ: Valores de tensão de saída do sensor. 51 Aplicadas esse sistema pôde-se retirar o coeficiente linear e angular da reta. Posteriormente, pegou-se um instrumento já calibrado e realizou-se uma comparação entre os resultados. 3.8.2 Calibração do ACS712 O sensor ACS712 possui um datasheet de fácil acesso e de fácil compreensão. Devido a isso, foi possível elaborar um método de calibração mais simples que o do sensor ZMPT101B. Para calibração deste sensor, foi montado o circuito presente no esquemático da Figura 26 utilizando um Arduino UNO, juntamente com o ACS712 devidamente alimentado com 5 V e seu terminal de dados conectado ao terminal A0 do Arduino Figura 26: Circuito de calibração do ACS712 Fonte: BlogdoJoséCintra40 Utilizou-se o código apresentado no Apêndice B para realizar a calibração. Um instrumento já calibrado foi utilizado para realizar uma comparação entre os resultados. 40 Disponível em: http://josecintra.com/blog/medindo-corrente-alternada-arduino-acs712/. Acesso em Outubro de 2017. 52 3.9 MONTAGEM DO PROTÓTIPO Para montagem do protótipo foi utilizado uma placa de madeira com dimensões de 17 por 25 centímetros com objetivo de fixar os componentes utilizados sendo eles: uma extensão com três tomadas, uma mini placa de circuito impresso, um Arduino UNO, um Shield ethernet, um display e os sensores ACS712 e ZMPT101B. Realizou-se a montagem dos componentes sobre a placa. Toda a parte do circuito de potência foi feita com uma fiação elétrica residencial para simular a instalação elétrica de uma casa, enquanto que a parte do circuito de controle foi feita com uma fiação elétrica utilizada em práticas laboratoriais. Terminado o sistema elétrico, iniciou-se os testes do protótipo e também os testes em conjunto com o software. A Figura 27 mostra o esquema das ligações elétricas entre os componentes. 53 Figura 27: Esquema elétrico do sistema Fonte: Elaborada pelos autores 54 Para verificar a efetividade do circuito montado em protoboard e do protótipo final, utilizamos cargas com valores de potência nominal conhecidos. As cargas utilizadas foram: ● Conjunto de 4 lâmpadas incandescentes, 25 W cada, em paralelo, potência aparente de 100 VA (Figura 28); ● Aspirador do modelo Electrolux A10 Smart, potência aparente de 968 VA (Figura 29); ● Projetor do modelo Epson Powerlite S12, potência aparente de 418 VA (Figura 30). Figura 28: Conjunto de lâmpadas incandescentes Fonte: Elaborada pelos autores Figura 29: Aspirador Electrolux Fonte: Elaborada pelos autores Figura 30: Projetor Epson Fonte: Elaborada pelos autores 55 3.10 CALIBRAÇÃO DO SISTEMA DESENVOLVIDO Foram realizados testes para comparar a medida feita no sistema com leituras feitas em equipamentos semelhantes existentes no mercado. Neste foram utilizados um multímetro e um alicate amperímetro. Utilizando-se do multímetro digital HM-2030 da Hikari (Figura 31.a), realizamos a medições de tensão (em Volts) e corrente (em Ampères) utilizando como carga o conjunto de lâmpadas para comparar com as medições feitas pelo sistema desenvolvido. Com o objetivo de se estabelecer às características reais de funcionamento do medidor proposto, foram determinadas algumas condições de teste e avaliados seus resultados em termos de erro percentual, comparando o protótipo a um registrador comercial de energia elétrica. • Sinais de tensão e corrente senoidais e de mesma frequência igual a 60Hz; • Carga Resistiva Fixa; • Energia calculada a partir do produto das tensões e correntes V e I; e • Frequência de amostragem de 1 amostras/segundo; Os testes realizados com o Alicate Wattimetro Minipa ET 4050 (Figura 31.b) foram realizados com as cargas Aspirador e Projetor para analisar além da corrente e da tensão, verificar e comparar os parâmetros de potência aparente, ativa, reativa e fator de potência. Foram medidos com o sistema desenvolvido os valores máximo e mínimos de cada parâmetro para se obter um valor médio enquanto que com o medidor comercial, foi medido um valor fixo. (a) (b) Figura 31: Multímetro (a) e Alicate Wattímetro (b) Fonte: Elaborada pelos autores https://lista.mercadolivre.com.br/medicoes-instrumentacao/alicate-wattimetro-minipa-et-4050 56 3.11 PROGRAMAÇÃO DO SISTEMA DE INTERAÇÃO COM O USUÁRIO A criação do sistema WEB se deu, basicamente, em três etapas: • Criar uma API REST com rotas (URLs) para receber os dados do Arduino, armazená-los no banco de dados e amostrá-los (pegar do banco de dados e retornar); • Modelar o banco de dados para receber essas entradas; • Criar uma interface que requisitasse da API os dados e os mostrasse em
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