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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA JOSÉ MARIA LAUNÉ FONSECA JUNIOR SISTEMA AUTOMATIZADO PARA O AUMENTO DA EFICIÊNCIA DA CAPTAÇÃO SOLAR DE PLACAS FOTOVOLTAICAS NA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA. Manaus 2013 JOSÉ MARIA LAUNÉ FONSECA JUNIOR SISTEMA AUTOMATIZADO PARA O AUMENTO DA EFICIÊNCIA DA CAPTAÇÃO SOLAR DE PLACAS FOTOVOLTAICAS NA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA. Monografia desenvolvida durante a disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II e apresentada à banca avaliadora do Curso de Engenharia Elétrica da Escola Superior de Tecnologia – EST, da Universidade do Estado do Amazonas - UEA, como pré-requisito para a obtenção do título de Engenheiro Eletricista. Orientador: Charles Luiz Silva de Melo, Msc. Manaus 2013 Universidade do Estado do Amazonas – UEA Escola Superior de Tecnologia - EST Reitor: Cleinaldo de Almeida Costa Vice-Reitor: Raimundo de Jesus Teixeira Barradas Diretor da Escola Superior de Tecnologia: Cleto Cavalcante de Souza Leal Coordenador do Curso de Engenharia Elétrica: Victor Enrique Vermehren Valenzuela Banca Avaliadora composta por: Data da defesa: 09/12/2013 Prof. Charles Luiz Silva de Melo, Msc. (Orientador) Prof. Jozias Parente de Oliveira, Dr. Prof. Angilberto Muniz Ferreira Sobrinho, Msc. CIP – Catalogação na Publicação Fonseca Junior, José Maria Launé Sistema automatizado para o aumento da eficiência da captação solar de placas fotovoltaicas na geração de energia elétrica / José Maria Launé Fonseca Junior; [orientado por] Charles Luiz Silva de Melo – Manaus: 2013. <número de páginas> p.: il. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Elétrica). Universidade do Estado do Amazonas, 2013. 1. Controlador de carga. 2. Arduino. 3. Fluxo de energia. 4. Sensores. I. Cardoso, Fábio de Sousa. JOSÉ MARIA LAUNÉ FONSECA JUNIOR SISTEMA AUTOMATIZADO PARA O AUMENTO DA EFICIÊNCIA DA CAPTAÇÃO SOLAR DE PLACAS FOTOVOLTAICAS NA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA Monografia desenvolvida durante a disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II e apresentada à banca avaliadora do Curso de Engenharia Elétrica da Escola Superior de Tecnologia – EST, da Universidade do Estado do Amazonas - UEA, como pré-requisito para a obtenção do título de Engenheiro Eletricista. Aprovada em _____/_____/_____. BANCA EXAMINADORA _________________________________ Orientador: Charles Luiz Silva de Melo, Msc. _________________________________ Avaliador: Jozias Parente de Oliveira, Dr. ________________________________ Avaliador: Angilberto Muniz Ferreira Sobrinho, Msc Manaus 2013 RESUMO Esta monografia tem como objetivo apresentar o desenvolvimento de um sistema a automatizado para o aumento da eficiência da captação solar de placas fotovoltaicas na geração de energia elétrica, construído com a plataforma Arduíno, motor DC, sensores fotoelétricos, relés e placas fotovoltaicas. Ela se inicia com uma breve introdução do trabalho a ser construído, seguida das explanações teóricas referentes às tecnologias que serão utilizadas no projeto, dando sequência com a metodologia aplicada, a implementação do projeto e os resultados obtidos. Finaliza com a conclusão, onde se analisa a relevância da construção deste projeto implementado e o que se espera com o desenvolvimento de futuros trabalhos. Palavras-chaves: placas fotovoltaicas. Arduíno. motor DC. sensores fotoelétricos. ABSTRACT This monograph will present the development of an automated system to increase capture efficiency solar photovoltaic panels to generate electricity, built with the Arduino platform, dc motor, photoelectric sensors, relays and photovoltaic panels. It begins with a brief introduction of the work to be constructed, then the theoretical explanations regarding the technologies that will be used in the project, continuing with the methodology, project implementation and results. It ends with the conclusion, where we analyze the relevance of this construction project implemented and what is expected with the development of future work. Key-words: photovoltaic panels. Arduíno. DC motor. photoelectric sensors. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Componentes de um sistema fotovoltaico isolado. .................................................. 11 Figura 2 - Ângulos entre placa fotovoltaica, raio incidente do sol e eixos cardeais. ............... 12 Figura 3 - Sistema fotovoltaico de geração de energia fixado ao solo. .................................... 12 Figura 4 - Sistema fixo, com rastreamento de um eixo e dois eixos. ....................................... 13 Figura 5 - Trajetória do sol. ...................................................................................................... 13 Figura 6 - Efeito Fotovoltaico .................................................................................................. 14 Figura 7 - Placa Solar Monocristalina ...................................................................................... 15 Figura 8 - Placa Solar Policristalina ......................................................................................... 15 Figura 9 - Placa Solar Amorfo .................................................................................................. 16 Figura 10 - Componentes de um módulo fotovoltaico de silício cristalino.............................. 16 Figura 11 - Exemplo dos dados fornecidos por um fabricante de módulos fotovoltaicos. ...... 17 Figura 12 - Arranjo misto das células fotovoltaicas ................................................................. 17 Figura 13 - Tensão (V) x Corrente (A) de acordo com os 3 tipos de arranjo. .......................... 18 Figura 14 - Ilustração das formas de Energia em um Sensor ................................................... 18 Figura 15 - Resistor Dependente de Luz – LDR. ..................................................................... 19 Figura 16 – Portadores de carga produzidos pelo fóton ........................................................... 19 Figura 17 - A variação de resistência com a luz. ...................................................................... 20 Figura 18 - LDR, aspecto e símbolo. ........................................................................................ 20 Figura 19 - Alguns tipos comuns de LDRs encontrados no comércio. .................................... 21 Figura 20 - Faixa de operação do LDR .................................................................................... 21 Figura 21 - Motor CC de um limpador de para-brisas do Fusca. ............................................. 22 Figura 22 - Esquema em diagrama de blocos do funcionamento básico do Arduíno. ............. 23 Figura 23 - Plataforma Arduíno Uno. ....................................................................................... 24 Figura 24 - Esquema em blocos do funcionamento do projeto ................................................ 26 Figura 25 - Chegada dos módulos fotovoltaicos ...................................................................... 27 Figura 26 - Um módulo fotovoltaico. ....................................................................................... 27 Figura 27 - Processo de soldagem dos módulos: lado positivo. ............................................... 28 Figura 28 - Processo de soldagem dos módulos: lado negativo. ..............................................28 Figura 29 - Comportamento das placas expostas ao sol: tempo fechado. ................................ 29 Figura 30 - Comportamento das placas expostas ao sol: tempo ensolarado. ........................... 29 Figura 31 - Sensores Fotoelétricos - LDRs. ............................................................................. 30 Figura 32 - Sensores Fotoelétricos - LDRs. ............................................................................. 31 Figura 33 - Ponte H com relé. .................................................................................................. 32 Figura 35 - Comportamento de um módulo exposto ao sol: tempo fechado.Erro! Indicador não definido. Figura 36 - Comportamento de um módulo exposto ao sol: tempo ensolaradoErro! Indicador não definido. Figura 34 - Suporte para as placas. ........................................................................................... 36 Figura 37 - Esquema elétrico do sistema no PROTEUS .......................................................... 42 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 8 1 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 11 1.1 SISTEMA FOTOVOLTAICO ........................................................................................ 11 1.1.1 ESTRUTURA DO SUPORTE PARA AS PLACAS SOLARES ............................... 12 1.2 CÉLULAS FOTOVOLTAICAS ..................................................................................... 13 1.2.1 TIPOS DE CÉLULAS ................................................................................................... 14 1.2.2 EFEITO DA TEMPERATURA ................................................................................... 16 1.2.3 ARRANJO DE CÉLULAS FOTOVOLTAICAS ....................................................... 17 1.3 SENSORES ....................................................................................................................... 18 1.3.1 SENSORES FOTOELÉTRICOS ................................................................................. 19 1.4 MOTORES CC ................................................................................................................. 22 1.5 MICROCONTROLADORES ......................................................................................... 23 1.5.1 PLATAFORMA ARDUÍNO ........................................................................................ 23 2 MÉTODO PROPOSTO ...................................................................................................... 25 3 IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO ............................................................................... 26 3.1 PROJETO PROPOSTO .................................................................................................. 26 3.1.1 CÉLULAS FOTOVOLTAICAS .................................................................................. 26 3.1.2 SENSORES FOTOELÉTRICOS ................................................................................. 30 3.1.3 MICROCONTROLADOR ........................................................................................... 31 3.1.4 MOTOR CC ................................................................................................................... 32 3.1.5 LEVANTAMENTO DO VALOR TOTAL DO SISTEMA ....................................... 33 4 RESULTADOS OBTIDOS ................................................................................................. 35 CONCLUSÃO......................................................................................................................... 37 APÊNDICE A – PROGRAMAÇÃO DO SISTEMA AUTOMATIZADO COM A PLATAFORMA ARDUÍNO. ................................................................................................ 40 APÊNDICE B – ESQUEMA ELÉTRICO UTILIZADO NO PROTEUS PARA SIMULAÇÃO. ........................................................................................................................ 42 APÊNDICE C – PROGRAMAÇÃO PARA CALIBRAÇÃO DO LDR ............................ 43 8 INTRODUÇÃO A radiação solar está disponível em quase toda superfície do planeta possuindo uma radiação média de 5.600 W/m² somente em Manaus. A energia total incidente sobre a superfície terrestre depende das condições atmosféricas como nebulosidade, umidade relativa do ar etc., da latitude local e, também, da posição no tempo como hora do dia e dia do ano. Obviamente, esse tipo de energia não é constante ao longo do dia. Segundo Rosemback (2004), o Sol fornece kWh de energia anualmente a Terra em forma de luz e calor, o que corresponde a 10.000 vezes o consumo mundial no mesmo período. Uma característica desta fonte renovável é a sua “baixa densidade energética” em comparação aos combustíveis fósseis, oferecendo desafios para sua utilização nos padrões de consumo da sociedade. Por apresentar vantagem, como a de trazer o mínimo impacto ambiental em sua utilização, essa energia vem sendo aproveitada de duas maneiras: para finalidades térmicas, através de coletores solares e na geração de energia, por meio de placas fotovoltaicas. No entanto, no campo da geração de energia elétrica, existem barreiras técnicas a serem enfrentadas em relação à eficiência dessas placas solares. Elas apresentam em torno 8,84% da capacidade de conversão de energia solar em elétrica. Em outras palavras, elas possuem baixo aproveitamento da luz solar incidente para produção de energia elétrica (TESSARO, 2006). De acordo com Levitan (2012), estudos já foram realizados para melhorar o desempenho dessas placas, chegando a resultados de 24% no aperfeiçoamento desses módulos fotovoltaicos. 9 Utilizadas em modo convencional, fixadas ao solo, esses módulos fotovoltaicos possuem um baixo aproveitamento da energia solar incidente, o que nada contribui na geração de energia elétrica. Uma das alternativas seria a adoção de um sistema automatizado que as auxiliassem na captura da luz solar incidente. Essa alternativa é pouco adotada, uma vez que o sistema se torna caro, pois é projetado e construído com materiais de difícil acesso, como o piranômetro e o pireliômetro, encarecendo tanto a sua aquisição como, também, a manutenção do sistema, e impossibilitando a produção nacional. Desta forma, o problema encontrado seria a ausência de um sistema automatizado, de produção nacional, que auxilie as placas na captação da luz solar incidente, e que utilize componentes de fácil acesso para manutenção. O presente projeto vem testar a hipótese de que seria possível a construção de um sistema automatizado que auxilie as placas solares na procura do melhor ângulo inclinação para receber a luz solar incidente, utilizando componentes de fácil acesso em sua construção e que contribuam na inserção do mesmo na produção nacional. Esse projeto tem como objetivo desenvolver um sistema automatizado, utilizando materiais de fácil acesso como microcontrolador, motor, relés e resistores em sua construção, e que tenha a capacidade de auxiliar essas placas fotovoltaicas, buscando melhor o ângulo de inclinação, em relação ao solo, para que recebam essa incidência solar de forma perpendicular, favorecendo em sua capacidade de produção de energia elétrica. A justificativa para realização deste projeto é a abordagem dos mais variados temas na área de microcontroladores, eletrônica de potência e eletrônica analógica, além de estudar, ainda que de forma discreta, as fontes alternativas de geração de energia. Além de trazer benefícios ao sistema de geração de energia elétrica utilizando placas solares, esse sistema fornecerá uma alternativa para a inserção do mesmo no mercadonacional, já que são fabricados internacionalmente, inviabilizando a sua aquisição e dificultando a sua assistência técnica. O Trabalho apresentado será uma Pesquisa Aplicada, e terá como objetivo a realização de Pesquisa Exploratória sobre o material Bibliográfico, de laboratório e de campo colhido sobre o assunto. Serão utilizados os procedimentos técnicos de pesquisa bibliográfica e experimental. Será utilizado o método de abordagem hipotético-dedutivo e o método de procedimento monográfico em sua elaboração. Para coleta de dados será utilizada documentação indireta e a análise e interpretação de seus dados, qualitativos, ocorrerá globalmente. 10 O presente trabalho está estruturado da seguinte forma: Capítulo 1 – Referencial Teórico – explica os conceitos fundamentais, para o entendimento e desenvolvimento do projeto. Capítulo 2 - Método proposto – neste capítulo, são descritas as etapas que foram planejadas para se chegar à construção do protótipo. Capítulo 3 – Implementação do projeto – é exposto neste capítulo o que realmente foi desenvolvido na elaboração do projeto Capítulo 4 – Resultados Obtidos – neste veremos os resultados obtidos provenientes da aplicação do sistema para, então, o trabalho ser concluído. Com isso, o presente trabalho apresenta o desenvolvimento de um sistema automatizado, tendo como objetivo auxiliar as placas fotovoltaicas a encontrar o melhor ponto de incidência solar, a fim de que se obtenha um aumento considerável quanto à produção de energia elétrica. 11 1 REFERENCIAL TEÓRICO Neste capítulo serão apresentadas as tecnologias utilizadas no desenvolvimento do sistema proposto, bem como uma breve apresentação a respeito do aproveitamento da energia solar na produção de energia elétrica (sistema fotovoltaico). 1.1 SISTEMA FOTOVOLTAICO Os sistemas fotovoltaicos são compostos por módulos, inversores, dispositivos de proteção, sistema de fixação e suporte dos módulos, cabos e opcionalmente, baterias e controladores de carga, sendo estes usuais em sistemas isolados. Segundo Perlotti et al. (2012), em sistemas isolados, é indispensável o uso de baterias e controladores de carga/descarga de baterias. Estes dois equipamentos fornecem suporte ao sistema de geração de energia no momento em que houver pouca ou nenhuma irradiação solar (à noite), ou ainda, um alto perfil de consumo local. Figura 1 - Componentes de um sistema fotovoltaico isolado. (Fonte: Perlotti et al.) No caso de um sistema interligado à rede que pretende deixar a edificação autossuficiente, o perfil do sistema de geração de energia elétrica, através de placas apresenta algumas características diferentes, daquelas supracitadas. À primeira vista, nota-se que o mesmo não precisa ser superdimensionado. O dimensionamento é feito para que a energia fotovoltaica gerada na base anual atenda ao consumo anual da unidade consumidora. 12 A figura a seguir demonstra os variados ângulos formados entre uma placa solar fotovoltaica instalada para gerar energia elétrica no Hemisfério Sul, o raio incidente do Sol e os eixos cardeais Leste-Oeste e Norte-Sul. Figura 2 - Ângulos entre placa fotovoltaica, raio incidente do sol e eixos cardeais. (Fonte: SOlARTERRA) O ângulo de incidência i é formado pela normal ao plano da placa fotovoltaica e os raios solares incidentes. É fácil perceber que o objetivo principal do sistema a ser implementado, é diminuir o ângulo i formado a partir da incidência solar sobre as placas fotovoltaicas. 1.1.1 Estrutura do suporte para as placas solares “Normalmente estruturas metálicas (alumínio anodizado ou aço inox) são utilizados para a fixação dos módulos nos telhado ou no solo”. (Perlotti et al., p. 142, 2012). Figura 3 - Sistema fotovoltaico de geração de energia fixado ao solo. (Fonte: Perlotti et al.) Em alguns casos, estes suportes podem estar acoplados a dispositivos projetados para acompanhar movimento aparente do sol para maximizar a produção de energia. De acordo 13 com Pelotti et al.(2012), o ganho econômico decorrente do aumento na produção de energia deve superar o incremento no custo decorrente da instalação dos eixos móveis (um dois eixos) somado ao incremento no custo de operação e manutenção do sistema. Figura 4 - Sistema fixo, com rastreamento de um eixo e dois eixos. (Fonte: Perlotti et al.) No mercado existem dois tipos de sistemas automatizados, com a mesma finalidade do projeto a ser implementado: um eixo e dois eixos. O presente trabalho irá ser construído com base na movimentação das placas num único sentido (um eixo), ou seja, será utilizado em sua construção somente um motor DC para orientar essas placas no sentido Leste-Oeste. Por esse motivo, seria importante conhecer o movimento do sol onde será instalado o sistema, a fim de que deixe as placas previamente orientadas ao sol. Figura 5 - Trajetória do sol. (Fonte: sombrasdotempo.com) 1.2 CÉLULAS FOTOVOLTAICAS Segundo Perlotti et al.(2012), em1883 foi construída por Charles Fritts a primeira célula fotovoltaica. Revestida de selênio (material semicondutor), esta célula apresentava somente 1% de eficiência na conversão de energia solar em eletricidade. 14 Esta conversão solar em elétrica é chamada de efeito fotovoltaico e foi verificado pela primeira vez pelo físico francês Alexandre-Edmond Becquerel em 1839 num eletrodo imerso em líquido condutor. Assim, [...] embora o efeito fotovoltaico esteja diretamente relacionado com o efeito fotoelétrico, trata-se de processos diferentes. No efeito fotoelétrico, elétrons são ejetados de um material após sua exposição à radiação e consequentemente absorção de energia eletromagnética. Já no efeito fotovoltaico, os elétrons gerados são transferidos entre bandas diferentes [..], resultando no desenvolvimento de uma tensão elétrica entre dois eletrodos (Perlotti et al, 2012). As células fotovoltaicas são fabricadas de materiais semicondutores. Segundo Cometta (1986), elas funcionam da seguinte maneira, [...] células fotovoltaicas trabalham conforme o principio de que os fótons incidentes, colidindo com os átomos de certos materiais, provocam um deslocamento de elétrons, carregados negativamente. Se estes elétrons podem ser capturados antes de retornarem aos seus orbitais atômicos, podem ser aproveitados livres como corrente elétrica. As lacunas criadas quando os elétrons se deslocam, são cargas positivas, e conduzem a corrente elétrica. Figura 6 - Efeito Fotovoltaico (Fonte: CRESES/BCEPEL) 1.2.1 Tipos de Células Segundo SENAI (2010), as células fotovoltaicas são fabricadas, em sua grande maioria, usando silício (Si) e podendo ser constituída de cristais monocristalinos, policristalinos ou de silício amorfo, como se observa a seguir: 15 - Silício Monocristalino: Conforme SENAI (2010), por ter um processo fabricação básico e simplificado, a placa solar de silício monocristalino é a mais usada e comercializada. Em modo geral, a utilização do silício na indústria eletrônica necessita de um grau de pureza, e para isto este material deve ter uma estrutura monocristalina. Figura 7 - Placa Solar Monocristalina (Fonte: SOLARTERRA) Dentre as células fotovoltaicas que utilizam o silício como material base, as células monocristalinas são, em geral, as que apresentam maiores eficiências. - Silício Policristalino: Ainda segundo SENAI (2010), as células de silício policristalino são as mais baratas que as de silício monocristalino por exigirem um processo menos rigoroso em sua preparação. Figura 8 - Placa Solar Policristalina (Fonte: SOLARTERRA) Porém, apresentam uma eficiência menor se comparadas as de silício monocristalino. - Silício Amorfo: Esta se difere das demais uma vez que apresentam um alto grau de desordem na estrutura de átomos.Atualmente este tipo de célula vem se destacando devido ao fato das vantagens existentes tanto em seu processo de fabricação, quanto em suas propriedades elétricas. 16 Figura 9 - Placa Solar Amorfo (Fonte: SOLARTERRA) Contudo apresentam baixa eficiência de conversão, se comparada às outras, e suas células serem afetadas por um processo de degradação logo nos primeiros meses de operação, reduzindo ainda mais a sua eficiência ao longo dos anos. Figura 10 - Componentes de um módulo fotovoltaico de silício cristalino. (Fonte: Perlotti et al.) 1.2.2 Efeito da Temperatura Segundo Perlotti et al. (2012), a tensão é a variável mais afetada pela temperatura, em comparação a corrente. Ela se comporta da seguinte forma: a tensão diminui significativamente com o aumento da temperatura enquanto a corrente sofre pequena elevação. Assim, o aumento da intensidade da luz incidente no módulo aumenta a temperatura das células, diminuindo sua eficiência. 17 Os fabricantes dos módulos fotovoltaicos indicam o máximo de potência, tensão e corrente (com os dados de tensão de circuito aberto e corrente de curto circuito) que se perde de acordo com a temperatura em que se encontram suas placas. Figura 11 - Exemplo dos dados fornecidos por um fabricante de módulos fotovoltaicos. (Fonte: Perlotti et al.) No Brasil, de acordo com Perlotti et al. (2012), as células podem facilmente alcançar 70˚C, o que implica, com base nos dados anteriores, em redução na potência máxima de cerca de 20% para os módulos policristalinos e de 10% para os módulos de silício amorfo. 1.2.3 Arranjo de Células Fotovoltaicas Se um módulo fotovoltaico possuir valores de tensão e corrente baixas, ou seja, muito menores que o necessário para alimentar uma determinada carga que necessite de valores maiores, devemos arranjá-las nas condições necessárias em que se deseja. Este arranjo será alcançado colocando-se as células fotovoltaicas em série, em paralelo ou juntando as duas situações, o que chamamos de arranjo misto. Figura 12 - Arranjo misto das células fotovoltaicas (Fonte: O próprio autor) O arranjo misto dos módulos fotovoltaicos, representado pela figura acima, apresenta características encontradas tanto no arranjo em série, fornecendo maior tensão, quanto no arranjo em paralelo, fornecendo maior corrente. 18 O módulo fotovoltaico é a menor unidade do ponto de vista comercial. Cada módulo mede cerca de 50 cm de largura e 1 metro de comprimento. A figura abaixo mostra o comportamento, em gráficos, da tensão e corrente dos módulos e placas fotovoltaicas, de acordo com a combinação das células solares: série, paralela e mista. Figura 13 - Tensão (V) x Corrente (A) de acordo com os 3 tipos de arranjo. (Fonte: SENAI) 1.3 SENSORES De acordo com Thomazini (2005), o sensor é o significado correto para definir dispositivos sensíveis a alguma forma de energia ambiente que pode ser luminosa, térmica, cinética, relacionando informações sobre uma grandeza que precisa ser media, como: temperatura, pressão, velocidade, corrente, aceleração, posição e lumens. Ainda de acordo com Thomazini (2005), um sensor nem toda vez apresenta comportamento elétrico necessário para ser utilizado em um sistema de controle. Geralmente o sinal de saída deve ser manipulado antes da sua leitura no sistema de controle. Para um sensor, independente de sua natureza, que tenha um sinal de saída de tensão muito baixo, necessita-se, desta forma, um amplificador para aumentar este nível de tensão a um considerável patamar a fim de que se obtenha um sinal de saída interpretável. Figura 14 - Ilustração das formas de Energia em um Sensor (Fonte: O próprio autor) 19 1.3.1 Sensores Fotoelétricos “A finalidade de um sensor fotoelétrico é converter um sinal luminoso (luz ou sombra) num sinal elétrico que possa ser processado por um circuito eletrônico” (BRAGA, 2008). Atualmente, encontramos variados tipos de sensores para diferentes finalidades (LDRs, foto-células, foto-diodos e foto-transistores). Assim, o projetista deve escolher o sensor de melhor utilidade pra o seu projeto. O profissional da eletrônica deve conhecer essas características de modo a fazer a escolha certa. O dispositivo LDR (Resistor Dependente de Luz) ou simplesmente fotorresistor, por apresentar fácil aplicação, vem sendo utilizado numa infinidade de aplicações. Figura 15 - Resistor Dependente de Luz – LDR. (Fonte: Newton C. Braga) Segundo Thomazini (2005), a luz incidente em determinados dispositivos dependentes de luz faz com que ocorra a liberação de portadores de carga que ajudam na condução de corrente elétrica, conforme a figura abaixo: Figura 16 – Portadores de carga produzidos pelo fóton (Fonte: Sensores Industriais - Daniel Thomazini & Pedro de Albuquerque) Observando as características deste dispositivo, nota-se que o mesmo é indispensável ao projeto uma vez que o sistema precisa de um dispositivo que realize a leitura da intensidade solar e permita levar esta informação ao microcontrolador, para movimentar a 20 placa solar fotovoltaica na busca do melhor ângulo de inclinação, para que se produza energia elétrica. O sulfato de cádmio, cuja fórmula química é CdS, é utilizado na construção dos LDRs. Podem ser chamados de fotocélulas de sulfato de cádmio ou simplesmente células de CdS. Este dispositivo apresenta uma resistência extremamente elevada no escuro, da ordem de milhões de ohms e esta resistência é diminuída para algumas centenas de milhares de ohms quando recebe iluminação direta, a luz forte, uma lâmpada próxima ou a luz do sol. A figura abaixo ilustra a variação da resistência em função da incidência luminosa sobre o fotorresistor. Figura 17 - A variação de resistência com a luz. (Fonte: Sensores Industriais - Daniel Thomazini & Pedro de Albuquerque) Ainda segundo Thomazini (2005), a superfície é composta de sulfato de cádmio. Pequenas trilhas do material condutor se entrelaçam com o material condutor de modo a aumentar a superfície de contato para se obter maior capacidade de corrente e maior sensibilidade. O meio de contato com a luz se dá por uma janela de plástico sensível transparente no próprio invólucro. Dois terminais dão acesso ao sensor para sua ligação a um circuito externo. A figura abaixo mostra um dos tipos de encapsulamento do fotorresitor ou LDR, e sua simbologia. Figura 18 - LDR, aspecto e símbolo. (Fonte: Sensores Industriais - Daniel Thomazini & Pedro de Albuquerque) 21 Os LDRs não são polarizados, o que significa que a corrente pode circular nos dois sentidos. A próxima figura mostra os tipos de LDRs mais comuns, os de 1 cm e 2,5 cm de diâmetro que se diferenciam pela capacidade da corrente. Figura 19 - Alguns tipos comuns de LDRs encontrados no comércio. (Fonte: Sensores Industriais - Daniel Thomazini & Pedro de Albuquerque) O LDR com superfície maior apresenta uma maior sensibilidade, como também uma capacidade maior de dissipar calor. Este tipo de dispositivo consegue controlar as correntes mais intensas. De acordo com Thomazini (2005), um LDR do tipo grande (2,5 cm), por exemplo, consegue controlar diretamente alguns dispositivos como relés sensíveis e até mesmo lâmpadas de baixa potência. Já os LDRs de pequenas dimensões devem trabalhar com correntes muito pequenas, os quais devem ser usados com circuitos amplificadores. O tempo de resposta de um fotorresistor é representado como o tempo necessário para condutância subir a 63% dovalor de pico após a célula ter sido iluminada (tempo de subida), e o tempo necessário para condutância descer a 37% do valor de pico após ter sido removida a luz (tempo de descida). (Thomazini, 200, p. 64). O LDR, em comparação com outros tipos de sensores como fotodiodo e fototransistores,apresenta uma percepção de variação de luz muito baixa. Estando totalmente iluminado e sendo a luz cortada, ocorre um determinado intervalo de tempo para que a resistência, inicialmente no valor mínimo, volte ao valor máximo, como mostra a figura abaixo. Figura 20 - Faixa de operação do LDR (Fonte: Sensores Industriais - Daniel Thomazini & Pedro de Albuquerque) Para Thomazini (2005), com o sulfeto de cádmio essa recuperação tem uma taxa na ordem de 200 kΩ/s para os primeiros 20 segundos, com uma luz de 1.000 lux. Assim, o LDR 22 demora aproximadamente cinco segundos para que sua resistência atinja 1MΩ. O inverso acontece quando o dispositivo está sendo iluminado, chegando a atingir o valor de menor resistência em poucos dez milissegundos. Observando a necessidade do projeto de ter um dispositivo que realize a leitura da intensidade solar e permita levar esta informação ao microcontrolador, a fim de que se tenha a movimentação da placa solar fotovoltaica na busca do melhor ângulo de inclinação, para que se produza energia elétrica. 1.4 MOTORES CC Para entender o funcionamento de um motor CC é necessário saber que ele está fundamentado nos princípios de atração e repulsão dos polos magnéticos, fluxo magnético e indução de tensão elétrica. Figura 21 - Motor CC de um limpador de para-brisas do Fusca. (Fonte: Volkswagen) De acordo com Mori (2011), para uma espira sofrer indução de tensão elétrica é preciso esta entrar em contato com um fluxo magnético para então provocar uma rotação da espira em seu próprio eixo. Com a rotação, o inversor localizado nas extremidades da espira alterna a direção da tensão elétrica que consequentemente repete a ação de atração do campo eletromagnético da espira com o campo magnético do ímã permanente e assim o processo repete-se continuamente gerando uma rotação contínua no eixo da espira. A direção do fluxo magnético e a direção da corrente elétrica irão definir o sentido de rotação do eixo. Devido à facilidade com que podem ser controladas, sistemas de máquinas CC têm sido usados frequentemente em aplicações que exigem uma ampla faixa de velocidades ou de controle preciso da saída do motor. [...] a versatilidade 23 das máquinas CC, em combinação com a relativa simplicidade dos seus sistemas de acionamento, irá assegurar o seu uso continuado em uma ampla variedade de aplicações. (FITZGERALD, 2006). A alimentação do sistema será de 12 V, proveniente de uma fonte externa assim, o motor utilizado para movimentá-la será o de corrente contínua, conforme o comando do microcontrolador. 1.5 MICROCONTROLADORES De acordo com Nicolosi (2000), o microcontrolador é um elemento eletrônico desenvolvido para executar tarefas específicas, com linguagens de comando específicas. Para ler as instruções que devem ser executadas utiliza a Memória de Programa (Code Memory – ROM) e para armazenar temporariamente informações de uso próprio das instruções, enquanto essas informações devem ser armazenadas, utiliza a Memória de Dados (Data Memory – RAM). Ainda segundo Nicolosi (2000), o propósito do microcontrolodar é executar tarefa específica gravada em sua memória de código, e em geral se comunica com o mundo real para sentir informações do meio ambiente e também para atuar nele. 1.5.1 Plataforma Arduíno Com a plataforma Arduíno não é diferente. Segundo Fonseca (2010), o Arduíno é uma plataforma de composição física, formada por uma simples placa de Entrada/Saída microcontrolada e desenvolvida através de uma biblioteca que facilita a escrita da programação em C/C++. Além disso, ele também pode ser usado para desenvolver artefatos interativos ou conectados ao computador através de Adobe Flash, Processing, Max/MSP, Pure Data ou SuperColider. Abaixo uma figura que exemplifica melhor o funcionamento e interação do Arduíno com o meio externo, resultando em sua atuação: Figura 22 - Esquema em diagrama de blocos do funcionamento básico do Arduíno. (Fonte: Apostila Arduíno - Erika da Fonseca & Marthyan Beppu) 24 O Arduíno possui o microcontrolador (Atmega328), e este é logicamente programável, utilizando uma linguagem própria baseada em C/C++, fazendo com que o Arduíno interprete e execute determinadas funções, por etapas, conforme desejo do programador. Figura 23 - Plataforma Arduíno Uno. (Fonte: Arduino.cc) Este ATmega328, segundo o fabricante, possui 32 KB de memória flash (onde é armazenado o software), além de 2 KB de SRAM (onde ficam as variáveis) e 1 KB de EEPROM (esta última pode ser lida e escrita a través da biblioteca EEPROM e guarda os dados permanentemente, mesmo que desliguemos a placa). A memória SRAM é apagada toda vez que desligamos o circuito. O Arduíno Uno (o que será utilizado no projeto) possui 14 pinos digitais. Estes podem ser usados como entrada e saída se usarmos as funções pinMode(), digitalWrite(), e digitalRead (). Eles operam com 5 V. Cada pino pode fornecer ou receber um máximo de 40 mA e tem um resistor. Além disso, alguns pinos têm funções específicas especializadas: Serial: 0 (RX) e 1 (TX). Usados para receber (RX) e Trnsmitir (TX) dados seriais TTL. PWM: os pinos 3, 5, 6, 9, 10 e 11 exercem essa função. Fornecem uma saída analógica de 8-bit com função analogWrite(). Com esta definição, espera-se o uso desta tecnologia neste projeto pela necessidade de se ter um elemento responsável pela leitura de fatores externos e pelo acionamento de motores para movimentar a placa fotovoltaica. 25 2 MÉTODO PROPOSTO Serão feitas pesquisas bibliográficas na área de eletrônica de potência, eletrônica analógica, microcontroladores, microprocessadores, além de estudos baseados na geração de energia elétrica provenientes de energias renováveis, principalmente de placas solares. Os componentes eletrônicos necessários para a implementação do protótipo serão listados levando atenção quanto ao preço, relevância quanto à utilização e número de componentes comprados. Os componentes serão: Sensor fotoelétrico (LDR), motor DC, placas fotovoltaicas, microcontrolador, além de outros materiais para construir o suporte onde ficarão as placas. Serão realizadas pesquisas com o intuito de se obter o conhecimento sobre tecnologias já existentes e que estão relacionadas ao tema em questão, a fim de que se confirme a hipótese já apresentada. Desta forma, teremos o valor do sistema já comercializado no mercado, com o que será elaborado e construído. Antes da implementação do sistema, será utilizado o recurso da simulação de um software (PROTEUS, ORCAD ou MULTISIM) que forneça ferramentas necessárias para a verificação de possíveis erros que venham a ser cometidos antes da sua construção. Evitando prejuízos na compra de novos materiais. Após as simulações, implementar o protótipo no laboratório da Escola Superior de Tecnologia da UEA, montar as placas solares utilizando o sistema automatizado, e com o uso de instrumentos de medição, coletar a tensão produzida. O mesmo será feito fixando as placas solares ao solo, a fim de que se prove a relevância da utilização deste auxilio na geração de energia elétrica, mostrando também a sua eficiência. 26 3 IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO Neste capítulo serão descritos os processos de implementação das tecnologias supracitadas no capítulo anterior, para o desenvolvimento do projeto proposto. 3.1 PROJETO PROPOSTO Para o desenvolvimento do sistema automatizado proposto, são necessários os seguintes componentes: motor, microcontrolador e sensores fotoelétricos. Como mostra a figura 24. Figura 24 - Esquema em blocos do funcionamento do projeto (Fonte: O próprio Autor) A figura 24 mostra como será o funcionamento do sistema a ser implementado. Observando que a função do motor será movimentar as células fotovoltaicas. Estas serãoacionadas conforme comando dado pelo microcontrolador. E para que se estabeleça uma comunicação entre o microcontrolador e as células fotovoltaicas, serão necessários os sensores fotoelétricos. 3.1.1 Células Fotovoltaicas Com a chegada dos módulos fotovoltaicos, foi possível dar início às atividades para o desenvolvimento do projeto proposto. Vide figuras 25 e 26. Células Fotovoltaicas Microcontrolador Motor Sensores Fotoelétricos 27 Figura 25 - Chegada dos módulos fotovoltaicos (Fonte: O próprio autor) Figura 26 - Um módulo fotovoltaico. (Fonte: O próprio autor) Cada módulo fotovoltaico possui as seguintes características: Potência Média (Watts): 0,75 Wp; Corrente Média (Amps): 1,5 Imax; Tensão Média (Volts): 0,5 V. Observando as características acima que cada módulo possui, foi necessária a junção dos mesmos em série e paralelo a fim de que se realize teste do sistema, conforme embasamento teórico realizado no capítulo sobre arranjo de células fotovoltaicas. Foi feito então a soldagem das placas, como mostram as figuras 27 e 28. 28 Figura 27 - Processo de soldagem dos módulos: lado positivo. (Fonte: O próprio autor) Figura 28 - Processo de soldagem dos módulos: lado negativo. (Fonte: O próprio auto) Conforme estudo bibliográfico realizado a respeito de arranjo de células, ou módulos fotovoltaicos, necessitou dispô-las em arranjo misto. Esses módulos fotovoltaicos dispostos em série apresentaram as seguintes características quando expostos ao sol: 29 Figura 29 - Comportamento das placas expostas ao sol: tempo fechado. (Fonte: O próprio autor) Figura 30 - Comportamento das placas expostas ao sol: tempo ensolarado. (Fonte: O próprio autor) Conforme figuras acima, foram obtidos os seguintes resultados de tensão: 1,76 V em tempo fechado, e chegando a 2,12 V em tempo ensolarado. Depois de o arranjo em série apresentar essas características, o mesmo foi feito com o arranjo em paralelo para se obter a corrente desejada. O ensaio com 3 módulos em paralelo apresentou uma corrente de no máximo 1,5 A. 30 3.1.2 Sensores Fotoelétricos Para interpretação da intensidade dos raios solares pelo sistema, foram utilizados os sensores fotoelétricos. O sensor escolhido foi o LDR (Resistor dependente de Luz), por apresentar características favoráveis que atendem às necessidades do projeto e também pelo preço. Figura 31 - Sensores Fotoelétricos - LDRs. (Fonte: O próprio autor) A figura 31 demonstra como os sensores foram utilizados. Os dois LDRs tiveram que ser colocados dentro de um objeto que os envolvessem para que os mesmos não sofram nenhum tipo de interferência da luz solar indireta durante a leitura. Pois, lembrando, esses sensores fotoelétricos terão o papel de “ler”, somente, a luz direta dos raios solares. O material que envolve os sensores tem, cada um, 9,5cm de comprimento. Esse tamanho foi definido depois de vários experimentos (empirismo), para que se entrasse um tamanho ideal para os sensores. A figura a seguir, mostra como se encontram os sensores por dentro do material. Nota-se que o LDR tem certa distância da borda (exatamente 1,5cm), com o mesmo motivo explicado no parágrafo anterior. Esses sensores serão fixados de tal forma que permaneça 4cm do material acima do suporte que sustentará as placas. 31 Figura 32 - Sensores Fotoelétricos - LDRs. Fonte: O próprio autor. O circuito equivalente que utiliza este dispositivo se encontra no Anexo B deste trabalho. Basicamente é constituído de um resistor de 10kΩ e do próprio sensor LDR. Nota-se que neste circuito, um dos terminais do LDR está em comum com o resistor de 10kΩ e com a porta/entrada analógica da plataforma Arduíno, a fim de que se obtenha a leitura do sensor fotoelétrico. O outro terminal do sensor é conectado a porta de 5V do Arduíno, já o resistor de 10k, serve para proteção do circuito. O Arduíno interpreta a leitura da iluminação realizada pelo sensor fotoelétrico numa escala de 0 a 1023 lumens, e com uma programação estabelecida, poderá acionar o motor para irar o suporte até a posição correta de maior incidência solar. 3.1.3 Microcontrolador Ainda seguindo o fluxograma, nos deparamos com o microcontrolador. Este tem papel fundamental no sistema, pois estará encarregado de “traduzir” a informação recebida do LDR para então decidir o melhor momento ou estado em que se deve movimentar o suporte, através do motor. As características desta plataforma Arduíno UNO R3 utilizada são: microcontrolador: ATmega328, tensão de operação: 5V, tensão de entrada: 7-12V, pinos de entrada/saída (I/O) digitais: 14 (6 podem ser saídas PWM), pinos de entrada analógicas: 6 e velocidade de clock: 16MHZ. 32 A linguagem de programação utilizada no projeto é a C e ela se encontra no Anexo A. Nota-se que nesta programação, após o Arduíno receber as informações enviadas pelo sensor fotoelétrico, faz a seguinte decisão: movimentar o motor (de leste a oeste ou de oeste a leste) se houver uma diferença maior que 4 lumens entre os dois sensores. Esta diferença de 4 lumens foi descoberta depois de vários experimentos (empirismo), por vários dias, onde foi observado que os sensores mantinham uma diferença constante entre 0 e 4 lumens quando ficavam expostos ao sol de forma direta, e essa diferença aumentava se um desses dos dois sensores não estivessem direcionados diretamente ao sol. Para obter veracidade no que foi dito, foi utilizado, antes do programa principal do projeto que se encontra no Anexo A, o programa de calibração do LDR que podemos encontrar no Anexo C. 3.1.4 Motor CC E por último, o motor CC tem a finalidade de realizar o movimento do suporte onde ficarão as placas solares. Ele tem como características: tensão 12V e corrente de, no mínimo, 10A. Mas para este projeto, o motor deve ser acionado com uma corrente menor que a sugerida, para que o suporte não se movimente de forma brusca ultrapassando o ponto ideal de incidência. Para o acionamento do motor, foi construída e utilizada a ponte H com relé. Para a construção da mesma, utilizou-se 4 relés de 5 V, 4 transistores BC 548, e 4 diodos 1N4148. Alcançando desta forma o esperado. Figura 33 - Ponte H com relé. Fonte: O próprio autor) 33 Pela robustez do motor e por ele ser de corrente contínua, o mesmo poderia ser utilizado para movimentar placas maiores e que sustentassem todo o sistema independente de fonte externa. Bastava estas placas serem capazes de alimentar tanto o sistema geral como, também, o motor de 12V. Antes da implementação do sistema, foi utilizado o recurso de simulação PROTEUS, pois, este, dentre tantos, atendia as necessidades do projeto. O esquema do programa se encontra no Apêndice B. O programa elaborado para simular o sistema se encontra no Apêndice A. 3.1.5 Levantamento do Valor Total do Sistema Com isso, o valor total gasto pelo sistema fica em torno de R$ 354,08. Mais detalhes, na tabela a seguir: Materiais/Componentes Utilizados Qtd. Componente/Material Valor Unitário Valor Total 2 Resistores LDR R$ 2,00 R$ 4,00 1 Motor DC (motor de para-brisas do fusca) R$ 150,00 R$ 150,00 1 lote Módulos Fotovoltaicos 1 lote = 40 módulos fotovoltaicos US$ 24,99/lot ≈ R$ 50 R$ 50,00 4 Relés de 5V R$ 4,20 R$ 16,80 4 Resistores de 10KΩ R$ 0,22 R$ 0,88 4 Transistores BC 548 R$ 0,55 R$ 2,20 4 Diodo 1N4148 R$ 0,30 R$ 1,20 1 Suporte para placas (incluindo mão de obra) R$ 50,00 R$ 50,00 1 Plataforma Arduíno UNO R3 R$ 79,00 R$ 79,00 Total R$ 354,08 Tabela 1 - Valores dos componentes e materiais utilizados Foram feitas também pesquisas com o intuito de localizar tecnologias existentes com a mesma finalidade do presente trabalho. Descobriu-se com essa pesquisa que existemempresas que fabricam essa tecnologia na América do Norte e na Europa, onde o conceito de energia renovável é mais difundido. Por este motivo, comprar o seguidor solar ou solar tracker (como é chamado na Portugal e nos Estados Unidos) fora do Brasil não é viável. Estes sistemas fabricados no 34 exterior utilizam de tecnologias avançadas na captura de informações sobre a incidência solar como o pireliômetro e o piranômetro. A seguir, veremos a tabela 2 com os preços encontrados nos demais mercados disponíveis para compra desta tecnologia. Nome Fabricante Preço Solar Tracker Lorentz ETATRACK 1500 Lorentz R$ 8.620,00 Seguidor Solar de 2 eixos Feina € 277,58 Seguidor ETAtrack Active 400 Lorentz € 740,16 Tabela 2 - Valores dos sistemas automatizados fabricados no exterior (Fonte: Merkasol.com) 35 4 RESULTADOS OBTIDOS Neste capítulo serão expostos os resultados obtidos durante a aplicação do sistema proposto. Serão também demonstrados os resultados comparativos encontrados com a utilização do sistema e sem a utilização (placas fixas), a fim de que se comprove a relevância da adoção deste sistema. 4.1 SIMULAÇÃO NO PROTEUS Antes da implementação do projeto proposto, foram realizadas simulações com o software PROTEUS. Essas simulações foram importantes, pois dessa forma foi possível verificar o funcionamento do projeto e o comportamento da plataforma Arduíno, com o andamento da execução da lógica de programação construída. A programação foi realizada, compilada e gravada na plataforma com o software ARDUINO. O esquema do programa simulado se encontra no Anexo B. Vale destacar que a interface do Arduíno encontrado na simulação foi encontrada na internet, pois, o mesmo, não se encontra na versão (7.7) do software utilizado. Nesta simulação foi adicionado o componente terminal virtual que tem a mesma função da comunicação serial que se estabelece entre o Arduíno e o computador, quando rodamos o software de compilação. Após rodar o circuito cria-se uma janela, como a figura 34, onde se fornece a intensidade solar dos sensores Leste e Oeste. Figura 34 - Janela aberta do terminal virtual no Proteus Fonte: O próprio autor. Essa intensidade pode variar a medida que se muda a luminosidade dos sensores LDR1 e LDR2 do circuito., até que a diferença entre os dois seja maior que 4 e movimente o motor com a ajuda da ponte H com relé de 5V. 36 Figura 35 - Suporte para as placas. (Fonte: O próprio auto)r 37 CONCLUSÃO Com base nos resultados obtidos, o intuito da construção do presente projeto foi atingido, comprovando a hipótese no início citada. A utilização de um sistema automatizado com o propósito de melhorar a eficiência dos módulos fotovoltaicos, no que diz respeito à captação dos raios solares, tornou-se bastante útil, pois auxilia consumidores que usufruem desses módulos solares para geração de energia, uma vez que já não precisam recorrer a tabela de consulta de coordenadas solares. Mesmo que o sistema tenha sido construído com apenas um eixo (Leste-Oeste), o mesmo não apresentou ineficiência na realização das medições, seguindo os critérios adotados em sua elaboração. O principal diferencial encontrado após a elaboração deste sistema foi quanto a utilização de componentes de fácil acesso em sua construção, favorecendo o usuário na manutenção do sistema. As paradas do sistema não provocam perdas significativas na irradiação coletada pelos sensores fotovoltaicos, para então serem passados ao microcontrolador. Os ganhos na irradiação diária variaram de acordo com os valores de irradiância registrados. Em dias muito nublados, o ganho em energia do rastreador torna-se baixo, e em dias com céu limpo, o ganho torna-se máximo. Espera-se que este trabalho sirva de base para a realização de projetos futuros e que estes busquem utilizar outros tipos de tecnologia que substituam, principalmente, o sensor fotoelétrico LDR, para que se aumente a precisão no rastreamento dos raios solares. 38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRAGA, N. C. Como funcionam os sensores fotoelétricos (ART644). Disponível em: < http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/como-funciona/4883-art644> Acesso em: 20 set. 2013. COMETTA, E. Energia Solar: utilização e emprego pratico. São Paulo: Hemus, 1982. FONSECA, E. G. P.; BEPPU, M. M. Apostila Arduino. Niterói: UFF, 2010 LEVITAN, D. The solar efficiency gap. IEEE Spectrum. Disponível em: < http://spectrum.ieee.org/green-tech/solar/the-solar-efficiency-gap>. Acesso em: 11 set. 2013. MORI, N.. Princípio básico de funcionamento de um motor DC. Disponível em: <http://nilsonmori.blogspot.com.br/2011/05/principio-basico-de-funcionamento-de-um.html> Acesso em: 21 set. 2013. Nicolosi, D.. Microcontrolador 8051 detalhado. 6ed. Rio de Janeiro: Erica, 2000. PERLOTTI, Edgar. et al. Proposta para inserção da Energia Solar fotovoltaica na Matriz Elética Brasileira. São Paulo: ABINEE, 2012. Relatório. ROSEMBACK, R. H. Conversor CC-CC Bidirecional Buck-Boost Atuando como Controlador de Carga de Baterias em um Sistema Fotovoltaico. 2004. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2004 SOLARTERRA. Energia solar fotovoltaica: guia prático. São Paulo, 2008. Disponível em: < http://mbecovilas.files.wordpress.com/2011/06/energia-solar-fotovoltaica.pdf >. Acesso em 25 ago. 2013. SILVA, L. M. G. Mini-curso Arduíno. Brasil Robotics, 2010. Disponível em: < http://brasilrobotics.blogspot.com.br/2010/09/start-no-arduino-iniciar.html>. Acesso em: 10 set. 2013 TESSARO, A. R.. Desempenho de um painel fotovoltaico acoplado a um rastreador solar. 2006. Dissertação (Mestrado de Engenharia Agrícola), Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, 2006. http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/como-funciona/4883-art644 39 THOMAZINI, D. Sensores Industriais: Fundamentos e Aplicação. São Paulo: Érica. 2005. 40 APÊNDICE A – PROGRAMAÇÃO DO SISTEMA AUTOMATIZADO COM A PLATAFORMA ARDUÍNO. /*Sistema Automatizado para o Aumento da Eficiência da Captação Solar de Placas Fotovoltaicas na Geração de Energia Elétrica. Autor: José Maria Launé Fonseca Junior*/ int sensor_leste = 0; //Pino analógico em que o sensor_leste está conectado. int valorSensor_leste = 0; //variável usada para ler o valor do sensor_leste em tempo real. int sensor_oeste = 1; //Pino analógico em que o sensor_oeste está conectado. int valorSensor_oeste = 0; //variável usada para ler o valor do sensor_oeste em tempo real. int motorSent_leste = 7; int motorSent_oeste = 8; //------Função setup, executado uma vez ao ligar o Arduino------------------------------------// void setup(){ Serial.begin(9600); //Ativando o serial monitor que exibirá os valores lidos nos sensores. pinMode(motorSent_leste, OUTPUT); //Definindo pinos digitais do motor como de saída. pinMode(motorSent_oeste, OUTPUT); } //---------------------------Função loop, executado enquanto o Arduino estiver ligado--------// void loop(){ int valorSensor_leste = analogRead(sensor_leste); //Lendo o valor do sensor_leste. int valorSensor_oeste = analogRead(sensor_oeste); //Lendo o valor do sensor_oeste. //Exibindo o valor do sensor no serial monitor do notebook. Serial.println(valorSensor_leste); Serial.println(valorSensor_oeste); //Os valores da luminosidade podem ser alterados conforme a necessidade. if ((valorSensor_leste - valorSensor_oeste) > 4 || (valorSensor_oeste - valorSensor_leste) > 4) { if (valorSensor_leste < valorSensor_oeste){ ligamotorleste(); } else if (valorSensor_oeste < valorSensor_leste){ ligamotoroeste (); } } else{ paramotor();//para o motor antes de girar; } } //---------------------------------Função criada para parar motor------------------------------// void paramotor() { digitalWrite(motorSent_leste,LOW); 41 digitalWrite(motorSent_oeste,LOW); delay(50); } //-----------------------------------------------Função gira o lado leste--------------------------// void ligamotorleste() { digitalWrite(motorSent_leste,HIGH); } //-----------------------------------------------Função gira o lado oeste--------------------------// void ligamotoroeste() { digitalWrite(motorSent_oeste,HIGH); } 42 APÊNDICE B – ESQUEMA ELÉTRICO UTILIZADO NO PROTEUS PARA SIMULAÇÃO. Figura 36 - Esquema elétrico do sistema no PROTEUS 43 APÊNDICE C – PROGRAMAÇÃO PARA CALIBRAÇÃO DO LDR int sensor1 = 0; //Pino analógico em que o sensor está conectado. int valorSensor1 = 0; //variável usada para ler o valor do sensor em tempo real. int sensor2 = 2; //Pino analógico em que o sensor está conectado. int valorSensor2 = 0; //variável usada para ler o valor do sensor em tempo real. //Função setup, executado uma vez ao ligar o Arduino. void setup(){ //Ativando o serial monitor que exibirá os valores lidos no sensor. Serial.begin(9600); } //Função loop, executado enquanto o Arduino estiver ligado. void loop(){ int valorSensor1 = analogRead(sensor1); int valorSensor2 = analogRead(sensor2); Serial.print("Valor lido pelo LDR1 = "); Serial.println(valorSensor1); Serial.print("Valor lido pelo LDR2 = "); Serial.println(valorSensor2); delay(500); }
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