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Fonte: adfas.org.br/2020/11/06 
Todas as formas de governo têm os seus prós e contras e, com a democracia 
representativa, não poderia ser diferente. Podemos começar destacando a vantagem 
que a representatividade tem em relação à democracia direta, pois a tomada de 
decisão é muito mais simples e rápida, visto estar centralizada em apenas algumas 
pessoas, não em todas as pessoas que compõem um país. Devemos considerar 
também que, ao delegar o exercício do poder aos seus representantes, o povo entrega 
nas mãos de pessoas teoricamente mais preparadas e mais experientes a tomada de 
decisões sobre temas importantes e com impacto em toda a sociedade. Esse mesmo 
fato de o poder ser entregue nas mãos de poucos pode gerar a dúvida da facilidade 
de manipulação na busca de determinados interesses. Nesse tipo de sistema 
representativo, são deflagrados os maiores casos de corrupção, chegando o povo, em 
algumas situações, a ser prejudicado por aqueles que deveriam defender seus 
interesses. (PORTELLA, 2009) 
Enfim, para que o regime democrático representativo tenha o efeito esperado, 
os representantes que ocupam cargos públicos por meio de voto popular devem ser 
constantemente renovados, por isso, existe a previsão de um período específico para 
exercício do mandato, cabendo ainda aqui uma reflexão acerca das reeleições. 
 
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12.3 Especificidades da democracia participativa 
A democracia participativa está colocada entre a democracia direta e a 
representativa, pois ela se apresenta por meio da manifestação de instrumentos 
característicos de cada uma delas (PORTELLA, 2009). 
 
Fonte: www.slideshare.net/gwathsule/democracia-representativa-e-direta 
 O principal objetivo da democracia participativa é fazer o cidadão participar, 
cada vez mais e de forma mais intensa, das questões políticas. Outra importante fi 
nalidade é fazer o maior número de pessoas ser ouvido, uma vez que a democracia 
representativa possui essa barreira na sua concepção, para que sejam desenvolvidas 
ações para atender à necessidade de todos. Ou seja, por meio desse modelo, 
aplicável às sociedades modernas e contemporâneas, não se tenta reunir toda a 
população em uma assembleia, ao passo que não fi cam todas as decisões por conta 
dos representantes do povo. Esse modelo se apresenta como uma alternativa ao 
modelo representativo, que, com o passar do tempo, vem dando indícios de que não 
consegue mais abranger tantas demandas da sociedade. Cada vez mais, existe na 
democracia brasileira o desejo de que a população participe das questões políticas do 
País, colocando em prática a definição de democracia, que diz que todo poder emana 
do povo, por meio de um modelo que valoriza o princípio básico da democracia, 
deixando o povo como protagonista de importantes decisões que impactam a 
sociedade. A democracia participativa se utiliza de instrumentos — como referendos, 
plebiscitos, iniciativa popular e orçamentos participativos — para engajar a população 
nas questões políticas. 
 
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Para Antonio Lambertucci (2009, p. 71): 
A participação social [...] amplia e fortalece a democracia, contribui para a 
cultura da paz, do diálogo e da coesão social e é a espinha dorsal do 
desenvolvimento social, da equidade e da justiça. Acreditamos que a 
democracia participativa se revela um excelente método para enfrentar e 
resolver problemas fundamentais da sociedade brasileira. 
José Moroni (2009) aponta alguns mitos e desafios relacionados ao modelo 
participativo. Observe o Quadro 1. 
 
Atualmente, busca-se a gestão democrática como forma de viabilizar a 
participação popular junto às políticas públicas, que devem ser formadas com a 
participação direta da sociedade. A gestão democrática se caracteriza pela relação 
entre a sociedade e o governo, com base no modelo participativo, valorizando a 
função da sociedade também como gestora, colocando em destaque o princípio 
fundamental da democracia, que é a participação popular. É importante 
mencionarmos que a tecnologia é uma grande aliada da democracia representativa. 
As novas tecnologias que possibilitam a informação e a comunicação, especialmente 
a internet, prestam um grande favor à sociedade ao disseminar, de forma rápida, 
informações relevantes e urgentes, e também ao permitir a reunião de um grande 
número de pessoas em torno de uma mesma discussão, mesmo que as pessoas 
estejam longe ou espalhadas. (PORTELLA, 2009) 
 
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13 POLÍTICA CONTEMPORÂNEA 
Atualmente, o regime neoliberal é adotado por vários países no mundo. No 
entanto, há várias abordagens de liberalismo e o seu maior paradoxo é: como garantir 
a liberdade individual e, ao mesmo tempo, combater a desigualdade social? 
Todas as correntes de pensamento visam a elaborar uma solução para tal 
paradoxo. Há as correntes que defendem que a própria competitividade neoliberal e 
a liberdade econômica seriam por si só suficientes para sanar as questões sociais. De 
outro lado, há os liberais que defendem que haja alguma regulação do Estado em 
relação à economia, mesmo que em um regime neoliberal. Neste capítulo, você 
conhecerá as questões que abordam as teorias liberais, bem como a necessidade de 
reelaboração do capitalismo clássico. 
Verá também como o liberalismo pode ter um aspecto social, de apoio às 
questões de condição básicas aos indivíduos. E poderá, ainda, acompanhar como se 
deu a adesão ao neoliberalismo por parte de alguns governos. Por fim, poderá 
compreender o cenário democrático atual. 
13.1 Liberalismo social 
Há uma notória diferença entre o liberalismo clássico e o liberalismo social, que 
consiste na concepção de liberdade. Contrariamente ao que pensavam os liberais 
clássicos — que deve ser garantida a liberdade individual e, consequentemente, um 
Estado que não fosse intervencionista —, os liberais sociais defendiam o ideal de 
“liberdades positivas”. Assim, no liberalismo social, a falta de condições básicas, 
como, por exemplo, educação, alimentação e saúde, poderia ser considerada um risco 
à liberdade do indivíduo. 
Ou seja, ambas as teorias identificam que o maior foco da teoria liberal deve 
ser garantir a liberdade individual, entretanto, discordam sobre o que seja liberdade. 
Os principais teóricos dessa corrente social do liberalismo foram os britânicos Leonard 
Trelawny Hobhouse (1864-1929) e Thomas Hill Green (1836- 1882) conhecidos como 
os “novos liberais”. 
O principal argumento desses pensadores é que, para se atingir a liberdade 
que a teoria liberal almeja, é necessário que o indivíduo tenha apoio do Estado, dito 
 
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de outra maneira: é necessário que o Estado intervenha na cultura, na economia e na 
sociedade. 
Por pensar o liberalismo dessa forma, esse movimento ficou conhecido como 
centro-esquerda. Entretanto, essa teoria não defende que o Estado seja responsável 
por prover os serviços públicos, mas sim por se responsabilizar para garantir que os 
indivíduos tenham acesso. 
Dessa forma, o Estado deve estimular a colaboração de instituições privadas 
com políticas públicas que visem à melhoria da vida de pessoas que não têm acesso 
à cultura, à educação e à saúde, entre outras necessidades básicas. Assim, as 
instituições privadas devem estar a serviço da sociedade e promover oportunidades 
para que os indivíduos possam ter condições básicas de vida. 
Assim, pode-se ver várias pautas que normalmente são vinculadas ao 
socialismo, ou política de esquerda, na agenda do liberalismo social. Por exemplo: 
apesar de defenderem a economia com base no mercado, os liberais sociais 
defendem que o Estado pode intervir na economia, com a finalidade de regulá-la; 
defendem que o Estado deve pagar serviços de saúde básica; a existência de um 
salário mínimo. 
Já em relação ao liberalismo conservador, a discordância principal com o 
liberalismo social é sobre o papel do Estado. Para os conservadores, o Estado deve 
ser mínimo, ou seja, deveintervir minimamente na economia. Portanto, o indivíduo 
teria poder sobre o Estado, e não o contrário. 
De outro modo, os liberais sociais não acreditam em um Estado 
totalitário/tirano, mas, na medida que as instituições podem entrar em conflito, ou, 
ainda, estabelecer uma vantagem absurda sobre a outra, ou mesmo não cumprirem 
seu papel de colaboração com a sociedade, deve haver um Estado que possa intervir. 
Outro aspecto que é comum é a confusão entre liberalismo social e social- -
democracia. 
O liberalismo social defende que o indivíduo deve ter sua liberdade individual 
promovida pelo Estado e que este só consegue ser legítimo ao ponto que legitima a 
liberdade do indivíduo. Já a socialdemocracia, que parte das ideologias socialistas, 
defende que, para o indivíduo atingir a liberdade individual, é necessário que o Estado 
seja reformado para uma base comunitária. Nesse sentido, é de extrema importância 
 
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que o Estado regule a economia, a fim de estabelecer a igualdade entre os indivíduos. 
Dessa forma, pode-se sintetizar os ideais do liberalismo social em três fundamentos: 
 1) liberdade individual, que garante ao indivíduo autonomia e direito à 
propriedade privada, tendo direito garantido de divergir dos demais ou concordar, se 
reunir em grupos, sindicatos, organizações, desde que essas não limitem a liberdade 
de nenhum de seus membros; 
 2) a regulação do Estado, para que a liberdade de uma instituição e de um 
indivíduo seja respeitada e que, portanto, o respeito às divergências e a possibilidade 
democrática sejam garantidos; 
3) a compreensão sobre a justiça, que prevê igualdade para todos os 
indivíduos, bem como diminuição das desigualdades sociais, para que o indivíduo 
possa alcançar sua liberdade individual e adentrar no mercado de trabalho, visando 
sempre à realização desse indivíduo. 
13.2 Neoliberalismo 
Neoliberalismo é um termo que designa o ressurgimento de teorias clássicas 
do liberalismo por volta dos anos 1970 e 1980. O conceito de capitalismo laissez-faire 
é reimplementado ao resgate dessa teoria, ou seja, a liberdade reivindicada ao 
mercado econômico passa a se valer da expressão francesa de “deixar fazer”. 
Justamente essa noção de “neo” designa a retomada, nesse caso, de alguns 
fundamentos presentes no Liberalismo clássico. Pode-se atribuir a origem do 
neoliberalismo ao pensador americano Ludwig Heinrich Edler von Mises (1881-1973) 
que, em seu livro Ação humana: um tratado sobre a economia (1949), defende uma 
concepção de praxeologia, metodologia que visa a explicar a economia como parte 
ação humana. 
Para Mises (2010), o Estado e suas estruturas de poder não são confiáveis, 
principalmente no que compete à garantia dos direitos e das liberdades individuais 
dos cidadãos. Ou seja, toda a fundamentação, ainda que de diferentes correntes do 
liberalismo, é sempre a garantia de liberdade e, principalmente, individual. É 
propriamente na Escola Austríaca, no século XX, que surgem os teóricos mais 
importantes do neoliberalismo. Apesar do protagonismo inicial de Mises, outros 
pensadores contribuíram significativamente para o desenvolvimento dessa teoria. 
 
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Friedrich Hayek (1989-1992), um filósofo e economista alemão, foi um dos grandes 
responsáveis por adaptar as teorias liberais clássicas ao neoliberalismo do século XX, 
e compôs também o conselho da primeira ministra Margaret Thatcher, por indicação 
da Rainha Elizabeth II. Em sua obra mais famosa, intitulada O caminho da servidão 
(1944), Hayek (1990) defende que a intervenção do Estado leva à total falta de 
liberdade, e chega a comparar o intervencionismo, em seu último estágio, com a 
ascensão nazista. 
Ao longo do século XX, pode-se observar a ascensão e o declínio de alguns 
governos que adotaram o neoliberalismo. O de maior destaque é o de Margaret 
Thatcher, que conseguiu estabilizar a libra esterlina e reduzir a carga tributária, 
entretanto, a desigualdade aumentou, uma vez que os mais ricos aumentaram a 
renda, ao passo que os mais pobres, não. Thatcher renuncia, em 1990, quando não 
consegue representar o partido dos conservadores. Outro exemplo de adesão ao 
neoliberalismo foi o governo de Augusto Pinochet, que, por meio de um golpe militar 
contra o presidente Salvador Allende, assumiu a presidência. Suas propostas 
neoliberais, que foram elaboradas conspiratoriamente pela oposição ao governo de 
Salvador e compiladas em um documento chamado El Ladrillo, propunha a reforma 
da economia, contando com a colaboração das instituições privadas chilenas. O 
governo Pinochet foi marcado por abusos e violações aos direitos humanos, torturas 
e assassinatos. 
Em 1988, Pinochet perdeu seu cargo mediante a votação do plebiscito. 
Pinochet teve apoio da Escola de Chicago e de Hayeck para a sua reforma econômica. 
Outro polo de desenvolvimento das teorias neoliberais foi a Escola de Chicago, que 
era dirigida pelo professor Milton Friedman. O envolvimento da escola, bem como de 
Friedman, se deu pela crítica ao respaldo intervencionista do Estado na economia no 
governo de Roosevelt. Para Friedman, as políticas econômicas de Roosevelt, a fim 
de superar a Grande Depressão, acabaram por prejudicar ainda mais o país. Portanto, 
Friedman concluiu que qualquer regulamentação econômica sobre as empresas era 
algo maléfico para a economia e a produtividade de um país, como, por exemplo, o 
estabelecimento de um salário mínimo, que seria, segundo ele, responsável por 
distorcer os custos de produção. O modelo neoliberal de governo é constantemente 
criticado, principalmente pela separação da economia dos problemas sociais. Ou seja, 
o modelo econômico traz consigo todo um enredo de problemas que são alvo de 
 
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críticos defensores dos direitos humanos, trabalhistas, sociais. Um dos grandes 
críticos é o filósofo francês Pierre Brodieu, que defende que esse modelo econômico 
é responsável por destruir o coletivo e distanciar a economia dos problemas sociais 
de uma sociedade, principalmente por investir totalmente na ideia de consumo acima 
de qualquer coletividade. (DIONIZIO,1990) 
14 CENÁRIO DEMOCRÁTICO CONTEMPORÂNEO 
O cenário democrático contemporâneo é marcado fortemente pelo modelo 
neoliberalista. Entretanto, é necessário compreender as diversidades entre os países. 
Com forte adesão ao sistema democrático pelo mundo, pode-se ver também as falhas 
desse sistema, apesar de ser o melhor entre os outros. 
 
Fonte: www.aryramos.pro.br/democracia 
Após a queda do muro de Berlim, em 1989, vários países europeus aderiram 
ao sistema democrático. Atualmente, a maioria dos países democráticos têm 
apresentado preocupações em relação à onda crescente de conservadorismo e 
fascismo. Por exemplo, na Alemanha, recentemente, ocorreram várias manifestações 
e conflitos por parte de grupos neonazistas que se opõem à entrada de imigrantes no 
país. Do mesmo modo, um tribunal na cidade de Themar, na Alemanha, deliberou a 
favor de um festival neonazista. Isso, como apontam alguns teóricos, como Yascha 
Mounk, Noam Chomsky, entre outros, é o indício de uma crise democrática que é 
possível observar em todo o mundo. Pode-se dizer que, atualmente, o paradoxo 
 
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democrático é o de se poder eleger um líder autoritário, tal como houve com a 
ascensão nazista. A exemplo disso, têm-se a Venezuela, que elegeu o presidente 
Hugo Chavez, o qual instaurou uma ditadura que tem continuidade com o governo de 
Nícolas Maduro. Outro aspecto ascendente mundialmente, mas fortemente no Brasil, 
é a judicialização da política e a politização do judiciário. Ou seja, assim como o 
exemplo do tribunal que deferiu um festival nazista, lidamos com um paradoxo em 
relação aos três poderes. 
No Brasil, vê-se um forte envolvimento do judiciário na arena pública, uma 
espécie de ativismo político que faz manobras com a constituição de 1988. Tal 
ativismo teve início com a constituinte de 1988, quandose acreditava que o 
movimento desse poder poderia significar um favorecimento da democracia. 
Atualmente, vê-se uma crise entre os três poderes, de modo que o judiciário ocupa 
ampla influência e vantagem em relação ao legislativo e ao executivo e não há lei, ou 
controle, que regule a participação e a relação entre tais poderes, o que influencia 
totalmente o Estado democrático. Há também a relação com a mídia, que já 
demonstrou, desde a campanha nazista, sua eficácia. Com o advento da tecnologia, 
os indivíduos têm acesso a informações constantemente. 
Os partidos utilizam essa ferramenta, a fim de propagar suas propostas de 
campanha, mas nem tudo que chega ao eleitor pode ser tomado como verdade. Há, 
atualmente, uma forte rede de produção de conteúdos falsos, chamados de fake 
news, sobre opositores em uma eleição. Isso acaba por confundir os eleitores das 
reais intenções de seus candidatos. Outra pauta incontornável do cenário democrático 
atual são as minorias. Pode-se ver a crescente luta de grupos em busca de direitos, 
ao contrário das lutas do início do século, das sufragistas por direito ao voto, temos 
hoje vários movimentos de vários grupos em busca de direitos e reconhecimento. 
Atualmente, as mulheres, cada vez mais, se manifestam e ganham visibilidade, 
reivindicando respeito, salários iguais aos dos homens, a não cultura machista, que 
prega a inferioridade, e contra a cultura do estupro. Outro grupo que tem bastante 
visibilidade são os grupos LGBT, que reivindicam reconhecimento social, medidas 
contra a violência física e discursiva da homofobia, entre outros. A população negra 
também luta por maiores repreensões ao racismo e busca por igualdade. O que se 
pode concluir é que a democracia, por ser um regime que proporciona escolhas aos 
cidadãos, apesar de ser a melhor forma de governo, apresenta falhas, pois há várias 
 
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demandas que precisam ser supridas, bem como estão constantemente surgindo 
outras. 
De todo modo, as maiores conquistas de direitos aconteceram em 
manifestação e contraposição ao governo vigente. Dessa forma, a democracia 
garante a liberdade de oposição, e, por isso, é a melhor entre as formas de governo. 
(DIONIZIO,1990) 
15 A EDUCAÇÃO COMO INSTRUMENTO DO ESTADO 
Para que a sociedade capitalista continue existindo, é preciso reproduzir os 
meios de produção. Um deles é o trabalhador assalariado, que é produzido no meio 
escolar, onde aprende, além de ler e escrever, a submeter-se à ideologia dominante 
na sociedade. O Estado utiliza vários meios para popularizar a ideologia da classe 
dominante, e um desses meios é a educação. Neste capítulo, você vai estudar sobre 
como o Estado utiliza a educação como aparelho ideológico para ensinar e difundir a 
ideologia da classe dominante entre toda a população. Também vai aprender a 
respeito dos meios/ferramentas que o Estado utiliza para fazer com que a educação 
trabalhe como um instrumento ideológico, e verá como isso impactou na construção 
do processo educacional brasileiro. (LOPES, 2014) 
15.1 A educação como instrumento ideológico do Estado 
Atualmente, a palavra ideologia é definida pelos dicionários como um conjunto 
de ideias, princípios e valores de um indivíduo ou de um grupo, sendo a base para a 
visão de mundo desse indivíduo ou do grupo. Para Karl Marx, no entanto, na 
sociedade capitalista a ideologia é uma falsa ideia, uma ilusão da realidade construída 
por uma classe para servir como meio de dominação. 
[...] a ideologia tem precisamente por função, ao contrário da ciência, ocultar 
as contradições reais, reconstituir, num plano imaginário, um discurso 
relativamente coerente que serve de horizonte ao “vivido” dos agentes, 
moldando as suas representações nas relações reais e inserindo-as na 
unidade das relações de sua formação (POULANTZAS, 1971, p. 31 apud 
BARROS, 2009, documento on-line). 
 
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Essa ideologia da classe dominante não é reconhecida pela classe dominada 
como uma deturpação das verdadeiras relações sociais; dessa forma, o proletariado 
não consegue identificar e opor-se a isso. Posteriormente, no livro “A Ideologia Alemã” 
(2007), Engel e Marx trabalham o conceito de ideologia e chegam à conclusão de que 
a ideologia não é uma imagem distorcida da realidade, mas sim uma imagem invertida 
da realidade. (LOPES, 2014) 
Mais tarde, com Lênin e outros autores marxistas, a ideologia perde a 
conotação negativa e passa a ser encarada como um conjunto de ideias de uma 
classe, no qual o próprio marxismo é uma ideologia. Esses autores afirmam que existe 
a ideologia do proletariado e a ideologia da burguesia. A ideologia burguesa é 
legitimada como a ideologia dominante e, por mais que agora o proletariado possa de 
ter uma visão de mundo diferente, a ideologia burguesa, por ser dominante, interfere 
nas ações do proletariado. Uma classe justamente se transforma em classe 
dominante quando impõe a sua ideologia como universal para as outras classes, ou 
seja, quando a sua ideologia é apresentada como a forma correta de ver o mundo. 
[...] o papel político da ideologia dominante burguesa, dominada pela região 
jurídico-política, consiste no fato de tentar impor ao conjunto da sociedade 
um “modo de vida” através do qual o Estado será vivido como representante 
do “interesse geral” da sociedade, como detentor das chaves do universal, 
face a indivíduos privados (POULANTZAS 1971, p. 39 apud BARROS, 2009, 
documento on-line). 
Assim, segundo Barros (2009), a ideologia não é uma realidade invertida, mas 
o entendimento de uma realidade apresentada de maneira invertida e utilizada para 
manter a coesão social já estabelecida. Dentro de uma economia capitalista, o Estado 
utiliza seus aparelhos para garantir a manutenção e a apresentação da ideologia da 
classe hegemônica. (LOPES, 2014) 
Existem dois tipos de aparelhos do Estado, os de repressão e os de cunho ideológico, 
como explica Santos (1980, p. 24) ao mencionar Althusser: 
Os aparelhos de Estado exercem, junto à sociedade, uma ação 
eminentemente repressora. Como exemplo, poderíamos lembrar algumas 
instituições como: a polícia, a justiça, a burocracia, etc. Já os aparelhos 
ideológicos de Estado atuam mais no sentido de inculcar nos indivíduos uma 
ideologia “imposta” pela classe dominante, fazendo com que eles a assimilem 
naturalmente, isto é, espontaneamente. Poderemos dar alguns exemplos de 
aparelhos ideológicos: Igreja, Escola (educação formal), Família, Imprensa, 
etc. 
 
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Portanto, como explicado, o ambiente escolar é um dos aparelhos ideológicos 
do Estado utilizado para o ensinamento da ideologia dominante, pois, para a 
existência e manutenção dessa classe dominante, é necessário que se ensine a 
classe dominada a obedecer e a classe dominante a mandar. Esse ensinamento se 
torna mais fácil de digerir quando vem a partir da palavra, e não da coerção. A escola 
funciona para o Estado e, consequentemente, funciona para a ideologia dominante. 
Ferraro (2014, p. 15) afirma que “A escola é o lugar mais eficaz para inculcação de 
uma determinada ideologia por vários motivos”, e um desses motivos é o fato de que 
a escola tenha substituído o papel da igreja na nossa sociedade atual. Anteriormente, 
o ambiente que dominava o pensamento das crianças e dos jovens era a família e a 
igreja; hoje, os ambientes em que a criança e o jovem mais estão suscetíveis a receber 
as ideologias são o familiar e o escolar (LOPES, 2014). 
 Desde a educação primária, ensina-se a criança a reproduzir os princípios, crenças 
e valores da sociedade. A criança, na fase escolar, está vulnerável e suscetível a 
receber todo ensinamento que lhe é dado. 
A escola reproduz a sociedade e a sociedade reproduz a escola. A inculcação 
de uma ideologia ou arbitrário cultural passa pela estruturação de um sistema 
educativo baseado nos modos de produção capitalista, mesmo que isto 
ocorra fora ou acabe por passar ao lado do próprio sistema de produção.Exatamente no sentido de reforçar e perpetuar tal estrutura (FERRARO, 
2014, p. 8). 
A escola atua diretamente na formação do indivíduo, como local em que 
estudantes passam horas e anos das suas vidas. Por isso, ela é extremamente 
adequada para ser um instrumento ideológico do Estado: por meio de disciplinas e 
conteúdo, a escola reproduz a lógica dominante da sociedade ao seu corpo discente. 
15.2 Mecanismos adotados pelo Estado para transformar a educação em um 
instrumento ideológico 
Como você pôde ver no tópico anterior, o Estado utiliza a educação como um 
instrumento para ensinar e expandir a ideologia da classe dominante. Mas como 
efetivamente o Estado faz isso? Quais são os mecanismos que ele utiliza? A partir de 
agora é isso que você vai aprender. O primeiro mecanismo que posso apresentar a 
você é o currículo escolar, que é o conjunto de diretrizes sobre a aprendizagem na 
escola. Essas diretrizes orientam como as atividades educativas devem ser 
 
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executadas e quais são as suas finalidades. Esse currículo escolar utilizado pelas 
escolas está baseado nos comportamentos e costumes dominantes na sociedade. As 
crianças e os adolescentes que pertencem às classes dominantes facilmente se 
adequam ao currículo escolar das escolas, pois sempre foram expostas e viveram 
nessa cultura dominante. O mesmo não ocorre para as crianças e adolescentes das 
classes dominadas, pois elas não conhecem e nem vivenciam a cultura da classe 
dominante; o currículo escolar para essas crianças é um código que elas não 
conseguem decifrar ou compreender. Sendo assim, as crianças das classes 
dominantes alcançam sucesso na escola, seguindo para a educação superior, e sua 
cultura é reconhecida e fortalecida pela escola. A cultura da classe dominada, por 
outro lado, não encontra representatividade. (Jaíza Gomes Duarte Lopes, 2014) 
O conteúdo e a estrutura pedagógica oferecidos pelas instituições de ensino 
não conseguem alcançar todos os estudantes da mesma forma. Isso acontece porque 
cada estudante vive uma realidade diferente e participa de uma classe social diferente, 
vivenciando, cada um, uma cultura diferente. Aqueles que, fora do ambiente escolar, 
participam de uma cultura diferente da imposta pela escola sofrem um grande choque 
cultural e, muitas vezes, não conseguem adaptar-se à realidade imposta, o que os 
leva a “fracassar” e a manter a estrutura atual da sociedade. O segundo mecanismo 
seria a segregação já no acesso à educação: embora a mesma ideologia seja 
repassada a todos, ainda existe uma diferença na educação recebida pelas diferentes 
classes, de modo que não há equidade no acesso à educação, o que parece ocorrer 
de maneira proposital para perpetuar a distinção das classes sociais. 
Existem pessoas que recebem todo o conhecimento de ciências, línguas e 
filosofia com a maior qualidade e estão preparadas para assumir posições de 
destaque na sociedade; ao mesmo tempo, existem pessoas que recebem esses 
conhecimentos de forma básica apenas para se habilitarem a exercer funções 
específicas. Dessa forma, a educação também reforça as desigualdades sociais, 
como explica Ferraro (2014, p. 9): 
[...] o sistema escolar é um formador e reprodutor, mas acaba por atuar no 
âmbito da desigualdade. A escola também segrega, não apenas no âmbito 
da fragmentação disciplinar, mas também porque faz uma escolha ideológica. 
A educação, mais especificamente o acesso à educação, não se dá de igual 
maneira aos estudantes de classes sociais diferentes, o que deve ser levado 
em conta em termos de formatação do sistema educativo quando 
comparamos aspectos da reprodução cultural e social. 
 
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A formação dos professores também é um mecanismo utilizado: mesmo que 
inconscientemente, os professores são formados para representar a classe dominante 
dentro das salas de aulas, defendendo e valorizando apenas os trabalhos 
“intelectuais” em detrimento dos trabalhos ditos “braçais”. Você não se lembra do 
ditado popular brasileiro muito utilizado pelos professores: “a caneta é mais leve que 
a pá”? E dos professores que sempre lhe incentivavam a estudar para ser chefe, e 
não operário? Por meio de práticas pedagógicas, os professores reforçam a ideia do 
mérito, com o que a escola reconhece e incentiva os esforços individuais para a 
conquista de algo. Os próprios professores atribuem a si o mérito pessoal sobre a 
formação acadêmica que os tornou professores (SAES, 2007). Outro mecanismo que 
podemos verificar é a ênfase do Estado, principalmente em países subdesenvolvidos 
como o Brasil, no ensino profissional para formar mão de obra para as empresas. A 
educação profissionalizante é apresentada à população como um meio de formar 
cidadãos, tirar os jovens da marginalidade, impulsionar a promoção social e promover 
o desenvolvimento econômico por meio da ajuda mútua entre todos os agentes da 
sociedade. (LOPES, 2014) 
Esse tipo de educação, no entanto, é incentivado pela burguesia porque é uma 
forma de educar, disciplinar e controlar os futuros trabalhadores para a manutenção 
dos meios de produção capitalistas. A ideologia é um forte agente educativo na 
educação profissional: fortalece a hierarquia no ambiente de trabalho e desestimula a 
organização e o fortalecimento dos trabalhadores diante da hierarquia imposta 
(BATISTA, 2013). Desenvolver uma cultura de educação técnica e profissional na 
sociedade é uma estratégia para que a população de maneira sutil aceite, 
inconscientemente, a dominação da ideologia corrente. 
 
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15.3 Os efeitos da transformação da educação no Brasil 
 
Fonte: site.oatibaiense.com.br 
Para entender a transformação da educação em um instrumento ideológico no 
Brasil, vamos analisar a formação da educação a partir da década de 1920, com o fim 
da República Velha e o início da República Nova – período que foi a base para a 
formação do sistema educacional do século XX no Brasil. Nas décadas de 1920 e 
1930, a educação brasileira passou por um processo de renovação por meio da 
chamada Escola Nova. Foram propostas modernizações nas estruturas de ensino 
(administração, conteúdos e métodos) frente às tradicionais formas de ensino vigentes 
na época. Os educadores envolvidos nesse movimento acreditavam que a educação 
poderia colocar as pessoas em uma nova ordem social. Nesse período, foi 
apresentado, pela primeira vez, um programa educacional de forma unificada para 
todo o Brasil: em 1924, foi criada a Associação Brasileira de Educação e, em 1930, 
foi criado o Ministério da Educação e da Saúde, dando à educação a maior 
importância já vista. É claro que essas mudanças na educação são consequências 
das mudanças que estavam ocorrendo no Estado brasileiro: a República velha entrava 
em crise e o país buscava por modernização em todas as áreas – social, política, 
cultura, etc. Ou seja, essas mudanças na educação estavam embasadas por uma 
ideologia de Estado. (LOPES, 2014) 
Os agentes dessa transformação nas escolas entendiam que a educação deveria ser 
feita para responder aos desafios da sociedade de forma crítica e a partir de diálogo. 
Gonçalves (2002, p. 142) nos mostra que esse movimento educacional era 
 
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progressista, mas politicamente ingênuo, porque a maior parte dos educadores 
envolvidos nesse projeto pertenciam à elite e sua intenção era educar a população 
para que participasse do progresso brasileiro – eles acreditavam que uma educação 
universal teria o poder de acabar com as diferenças e construir uma sociedade 
brasileira igualitária e unificada. Na verdade, eles estavam contribuindo com governos 
autoritários que não tinham o menor interesse em educar para a cidadania. Por trás 
do discurso desses educadores progressistas em educar o povo, “[...] o que se queria 
da escola, nesse momento, era que ela fosse capaz de refazer o pobre, fazê-lo digno, 
laborioso e disciplinado, saudável, ou seja, que fosse outro” (GONÇALVES, 2002, p.148). 
Em 1932, é lançado o Manifesto dos Pioneiros, considerado um marco na 
educação brasileira. Esse documento reunia a proposta das principais orientações 
sobre sociedade, política, filosofia e educação da Escola Nova, defendendo e 
argumentando que a escola não deveria servir ao interesse de uma classe, mas sim 
ao interesse das pessoas, e, por isso, a escola deveria estar relacionada ao meio 
social. 
Observe o que, no entanto, afirma Gonçalves (2002, p. 145-146): 
O Manifesto reflete muito mais uma visão dos educadores do que um ato de 
efetiva possibilidade de aplicação, já que o Estado publicava, no mesmo ano 
em que se reuniam os educadores para a IV Conferência Nacional de 
Educação, em dezembro de 1931, importantes reformas da legislação do 
ensino. Em apenas dois meses, o governo provisório de Getúlio Vargas 
mudou a face da educação, alterando de forma profunda o ensino secundário, 
o ensino superior, o ensino comercial, criando o Conselho Nacional de 
Educação e, como já falamos, incluindo o ensino religioso nos currículos. Mas 
é claro que o Manifesto se colocou contra a divisão da educação, entre a 
escola para o pobre, o primário e o profissional e, para a elite, o secundário. 
Essa divisão reflete uma valoração do trabalho como “coisa” para pobre e, 
para o rico, a divagação de um curso propedêutico. A escola primária e a 
profissional serviriam às classes populares, enquanto o secundário e o 
superior seriam para a burguesia [...]. 
Por mais que os educadores da Escola Nova tivessem importância e influência, 
eles não conseguiram transformar suas ideias em diretrizes reais para a educação 
brasileira, e o Estado continuou a utilizar a escola como meio manutenção da ideologia 
burguesa. O governo de Getúlio Vargas montou um sistema educacional estruturado 
para formar trabalhadores, de modo que a escola servia ao ideal de industrialização 
da economia. (LOPES, 2014) 
 
71 
 
O Estado endossava a exclusão por meio da educação, pois oferecia uma 
educação profissional ao pobre, preparava a classe média para o ensino superior e 
restringia o acesso da mulher somente a instituições exclusivamente femininas ou em 
turmas exclusivamente femininas. A proposta para a educação pública na Era Vargas 
era preparar o povo para o trabalho, principalmente para o trabalho na embrionária 
indústria brasileira. Não se tinha nenhum objetivo em moldar uma identidade nacional 
a partir de uma educação democrática e nem em formar cidadãos capazes de 
transformar a sociedade. Ao contrário disso: 
O espaço escolar se torna o lugar da educação, mas também, e 
principalmente, o lugar da palavra oficial. Não apenas a escola, mas todo o 
aparato público estatal se articula no Brasil não para desenvolver e fecundar 
a cidadania, mas como lugar de onde se profere a palavra da autoridade, que, 
em vez de incorporar a noção de representatividade, torna-se o oráculo da 
vontade de grupos privados ou mesmo de vontades individuais. A construção 
da educação pública, que representaria uma modernização das estruturas 
culturais e políticas no Brasil, torna-se, de um lado, a demonstração de como 
o pensamento conservador e a questão nacional trataram a modernidade 
como valor em si, sem ser questionada, e de outro, a produção de uma 
modernidade marcadamente às avessas, em que as conquistas sociais 
advindas de uma forma nova de fazer política não se fizeram presentes até 
bem pouco tempo (como exemplo, o acesso à escola pública e sua 
democratização) (GONÇALVES, 2002, p. 149). 
Em 1964, com a instituição do governo militar, o autoritarismo nas escolas foi 
ainda mais reforçado. Os militares realizaram inúmeras reformas na educação, mas 
sem escutar os professores e diretores das escolas. O ensino público foi ampliado, 
mas os recursos para a educação não acompanharam o mesmo ritmo, o que levou a 
educação a péssimos resultados, como a baixa remuneração dos professores, a 
evasão escolar e recursos materiais limitados. Em 1968, os militares propuseram uma 
reforma universitária, o que apenas acentuou o acesso elitista às universidades 
públicas. A crise econômica enfrentada pelo Brasil nas décadas de 1980 e 1990 tornou 
o ensino de qualidade ainda mais elitista, e o pouco investimento na escola pública 
deixou o ensino, para a população mais pobre, defasado e com menor qualidade. 
O governo de FHC continuou a utilizar a escola como um instrumento 
ideológico, com a propagação e utilização da educação para seguir a lógica do 
mercado, organizando a estrutura escolar para atender a nova divisão internacional 
do trabalho: 
 
 
 
72 
 
O Governo Fernando H. Cardoso [...] adotou o pensamento pedagógico 
empresarial e as diretrizes dos organismos e das agências internacionais e 
regionais, dominantemente a serviço desse pensamento como diretriz e 
concepção educacional do Estado (FRIGOTTO; CIAVATTA, 2003, p. 108). 
Observe o que diz a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), 
promulgada em 1996 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso: 
Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, as 
seguintes diretrizes: 
 I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres 
dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática; 
 II – consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada 
estabelecimento; 
III - orientação para o trabalho; 
IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não 
formais (BRASIL, 1996). 
Essa lei está em vigor até os dias de hoje e rege todos as modalidades da 
educação no Brasil, desde a educação infantil até a educação superior, passando pela 
educação profissional e especial. 
Portanto, constatamos que independentemente do partido político vencedor, da 
forma de governo, democrática ou ditatorial ou, ainda, da situação econômica, 
próspera ou estagnada, a educação brasileira foi estabelecida para atender os 
interesses sociais dominantes. (LOPES, 2014) 
 
 
 
 
 
 
 
73 
 
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