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55 Fonte: adfas.org.br/2020/11/06 Todas as formas de governo têm os seus prós e contras e, com a democracia representativa, não poderia ser diferente. Podemos começar destacando a vantagem que a representatividade tem em relação à democracia direta, pois a tomada de decisão é muito mais simples e rápida, visto estar centralizada em apenas algumas pessoas, não em todas as pessoas que compõem um país. Devemos considerar também que, ao delegar o exercício do poder aos seus representantes, o povo entrega nas mãos de pessoas teoricamente mais preparadas e mais experientes a tomada de decisões sobre temas importantes e com impacto em toda a sociedade. Esse mesmo fato de o poder ser entregue nas mãos de poucos pode gerar a dúvida da facilidade de manipulação na busca de determinados interesses. Nesse tipo de sistema representativo, são deflagrados os maiores casos de corrupção, chegando o povo, em algumas situações, a ser prejudicado por aqueles que deveriam defender seus interesses. (PORTELLA, 2009) Enfim, para que o regime democrático representativo tenha o efeito esperado, os representantes que ocupam cargos públicos por meio de voto popular devem ser constantemente renovados, por isso, existe a previsão de um período específico para exercício do mandato, cabendo ainda aqui uma reflexão acerca das reeleições. 56 12.3 Especificidades da democracia participativa A democracia participativa está colocada entre a democracia direta e a representativa, pois ela se apresenta por meio da manifestação de instrumentos característicos de cada uma delas (PORTELLA, 2009). Fonte: www.slideshare.net/gwathsule/democracia-representativa-e-direta O principal objetivo da democracia participativa é fazer o cidadão participar, cada vez mais e de forma mais intensa, das questões políticas. Outra importante fi nalidade é fazer o maior número de pessoas ser ouvido, uma vez que a democracia representativa possui essa barreira na sua concepção, para que sejam desenvolvidas ações para atender à necessidade de todos. Ou seja, por meio desse modelo, aplicável às sociedades modernas e contemporâneas, não se tenta reunir toda a população em uma assembleia, ao passo que não fi cam todas as decisões por conta dos representantes do povo. Esse modelo se apresenta como uma alternativa ao modelo representativo, que, com o passar do tempo, vem dando indícios de que não consegue mais abranger tantas demandas da sociedade. Cada vez mais, existe na democracia brasileira o desejo de que a população participe das questões políticas do País, colocando em prática a definição de democracia, que diz que todo poder emana do povo, por meio de um modelo que valoriza o princípio básico da democracia, deixando o povo como protagonista de importantes decisões que impactam a sociedade. A democracia participativa se utiliza de instrumentos — como referendos, plebiscitos, iniciativa popular e orçamentos participativos — para engajar a população nas questões políticas. 57 Para Antonio Lambertucci (2009, p. 71): A participação social [...] amplia e fortalece a democracia, contribui para a cultura da paz, do diálogo e da coesão social e é a espinha dorsal do desenvolvimento social, da equidade e da justiça. Acreditamos que a democracia participativa se revela um excelente método para enfrentar e resolver problemas fundamentais da sociedade brasileira. José Moroni (2009) aponta alguns mitos e desafios relacionados ao modelo participativo. Observe o Quadro 1. Atualmente, busca-se a gestão democrática como forma de viabilizar a participação popular junto às políticas públicas, que devem ser formadas com a participação direta da sociedade. A gestão democrática se caracteriza pela relação entre a sociedade e o governo, com base no modelo participativo, valorizando a função da sociedade também como gestora, colocando em destaque o princípio fundamental da democracia, que é a participação popular. É importante mencionarmos que a tecnologia é uma grande aliada da democracia representativa. As novas tecnologias que possibilitam a informação e a comunicação, especialmente a internet, prestam um grande favor à sociedade ao disseminar, de forma rápida, informações relevantes e urgentes, e também ao permitir a reunião de um grande número de pessoas em torno de uma mesma discussão, mesmo que as pessoas estejam longe ou espalhadas. (PORTELLA, 2009) 58 13 POLÍTICA CONTEMPORÂNEA Atualmente, o regime neoliberal é adotado por vários países no mundo. No entanto, há várias abordagens de liberalismo e o seu maior paradoxo é: como garantir a liberdade individual e, ao mesmo tempo, combater a desigualdade social? Todas as correntes de pensamento visam a elaborar uma solução para tal paradoxo. Há as correntes que defendem que a própria competitividade neoliberal e a liberdade econômica seriam por si só suficientes para sanar as questões sociais. De outro lado, há os liberais que defendem que haja alguma regulação do Estado em relação à economia, mesmo que em um regime neoliberal. Neste capítulo, você conhecerá as questões que abordam as teorias liberais, bem como a necessidade de reelaboração do capitalismo clássico. Verá também como o liberalismo pode ter um aspecto social, de apoio às questões de condição básicas aos indivíduos. E poderá, ainda, acompanhar como se deu a adesão ao neoliberalismo por parte de alguns governos. Por fim, poderá compreender o cenário democrático atual. 13.1 Liberalismo social Há uma notória diferença entre o liberalismo clássico e o liberalismo social, que consiste na concepção de liberdade. Contrariamente ao que pensavam os liberais clássicos — que deve ser garantida a liberdade individual e, consequentemente, um Estado que não fosse intervencionista —, os liberais sociais defendiam o ideal de “liberdades positivas”. Assim, no liberalismo social, a falta de condições básicas, como, por exemplo, educação, alimentação e saúde, poderia ser considerada um risco à liberdade do indivíduo. Ou seja, ambas as teorias identificam que o maior foco da teoria liberal deve ser garantir a liberdade individual, entretanto, discordam sobre o que seja liberdade. Os principais teóricos dessa corrente social do liberalismo foram os britânicos Leonard Trelawny Hobhouse (1864-1929) e Thomas Hill Green (1836- 1882) conhecidos como os “novos liberais”. O principal argumento desses pensadores é que, para se atingir a liberdade que a teoria liberal almeja, é necessário que o indivíduo tenha apoio do Estado, dito 59 de outra maneira: é necessário que o Estado intervenha na cultura, na economia e na sociedade. Por pensar o liberalismo dessa forma, esse movimento ficou conhecido como centro-esquerda. Entretanto, essa teoria não defende que o Estado seja responsável por prover os serviços públicos, mas sim por se responsabilizar para garantir que os indivíduos tenham acesso. Dessa forma, o Estado deve estimular a colaboração de instituições privadas com políticas públicas que visem à melhoria da vida de pessoas que não têm acesso à cultura, à educação e à saúde, entre outras necessidades básicas. Assim, as instituições privadas devem estar a serviço da sociedade e promover oportunidades para que os indivíduos possam ter condições básicas de vida. Assim, pode-se ver várias pautas que normalmente são vinculadas ao socialismo, ou política de esquerda, na agenda do liberalismo social. Por exemplo: apesar de defenderem a economia com base no mercado, os liberais sociais defendem que o Estado pode intervir na economia, com a finalidade de regulá-la; defendem que o Estado deve pagar serviços de saúde básica; a existência de um salário mínimo. Já em relação ao liberalismo conservador, a discordância principal com o liberalismo social é sobre o papel do Estado. Para os conservadores, o Estado deve ser mínimo, ou seja, deveintervir minimamente na economia. Portanto, o indivíduo teria poder sobre o Estado, e não o contrário. De outro modo, os liberais sociais não acreditam em um Estado totalitário/tirano, mas, na medida que as instituições podem entrar em conflito, ou, ainda, estabelecer uma vantagem absurda sobre a outra, ou mesmo não cumprirem seu papel de colaboração com a sociedade, deve haver um Estado que possa intervir. Outro aspecto que é comum é a confusão entre liberalismo social e social- - democracia. O liberalismo social defende que o indivíduo deve ter sua liberdade individual promovida pelo Estado e que este só consegue ser legítimo ao ponto que legitima a liberdade do indivíduo. Já a socialdemocracia, que parte das ideologias socialistas, defende que, para o indivíduo atingir a liberdade individual, é necessário que o Estado seja reformado para uma base comunitária. Nesse sentido, é de extrema importância 60 que o Estado regule a economia, a fim de estabelecer a igualdade entre os indivíduos. Dessa forma, pode-se sintetizar os ideais do liberalismo social em três fundamentos: 1) liberdade individual, que garante ao indivíduo autonomia e direito à propriedade privada, tendo direito garantido de divergir dos demais ou concordar, se reunir em grupos, sindicatos, organizações, desde que essas não limitem a liberdade de nenhum de seus membros; 2) a regulação do Estado, para que a liberdade de uma instituição e de um indivíduo seja respeitada e que, portanto, o respeito às divergências e a possibilidade democrática sejam garantidos; 3) a compreensão sobre a justiça, que prevê igualdade para todos os indivíduos, bem como diminuição das desigualdades sociais, para que o indivíduo possa alcançar sua liberdade individual e adentrar no mercado de trabalho, visando sempre à realização desse indivíduo. 13.2 Neoliberalismo Neoliberalismo é um termo que designa o ressurgimento de teorias clássicas do liberalismo por volta dos anos 1970 e 1980. O conceito de capitalismo laissez-faire é reimplementado ao resgate dessa teoria, ou seja, a liberdade reivindicada ao mercado econômico passa a se valer da expressão francesa de “deixar fazer”. Justamente essa noção de “neo” designa a retomada, nesse caso, de alguns fundamentos presentes no Liberalismo clássico. Pode-se atribuir a origem do neoliberalismo ao pensador americano Ludwig Heinrich Edler von Mises (1881-1973) que, em seu livro Ação humana: um tratado sobre a economia (1949), defende uma concepção de praxeologia, metodologia que visa a explicar a economia como parte ação humana. Para Mises (2010), o Estado e suas estruturas de poder não são confiáveis, principalmente no que compete à garantia dos direitos e das liberdades individuais dos cidadãos. Ou seja, toda a fundamentação, ainda que de diferentes correntes do liberalismo, é sempre a garantia de liberdade e, principalmente, individual. É propriamente na Escola Austríaca, no século XX, que surgem os teóricos mais importantes do neoliberalismo. Apesar do protagonismo inicial de Mises, outros pensadores contribuíram significativamente para o desenvolvimento dessa teoria. 61 Friedrich Hayek (1989-1992), um filósofo e economista alemão, foi um dos grandes responsáveis por adaptar as teorias liberais clássicas ao neoliberalismo do século XX, e compôs também o conselho da primeira ministra Margaret Thatcher, por indicação da Rainha Elizabeth II. Em sua obra mais famosa, intitulada O caminho da servidão (1944), Hayek (1990) defende que a intervenção do Estado leva à total falta de liberdade, e chega a comparar o intervencionismo, em seu último estágio, com a ascensão nazista. Ao longo do século XX, pode-se observar a ascensão e o declínio de alguns governos que adotaram o neoliberalismo. O de maior destaque é o de Margaret Thatcher, que conseguiu estabilizar a libra esterlina e reduzir a carga tributária, entretanto, a desigualdade aumentou, uma vez que os mais ricos aumentaram a renda, ao passo que os mais pobres, não. Thatcher renuncia, em 1990, quando não consegue representar o partido dos conservadores. Outro exemplo de adesão ao neoliberalismo foi o governo de Augusto Pinochet, que, por meio de um golpe militar contra o presidente Salvador Allende, assumiu a presidência. Suas propostas neoliberais, que foram elaboradas conspiratoriamente pela oposição ao governo de Salvador e compiladas em um documento chamado El Ladrillo, propunha a reforma da economia, contando com a colaboração das instituições privadas chilenas. O governo Pinochet foi marcado por abusos e violações aos direitos humanos, torturas e assassinatos. Em 1988, Pinochet perdeu seu cargo mediante a votação do plebiscito. Pinochet teve apoio da Escola de Chicago e de Hayeck para a sua reforma econômica. Outro polo de desenvolvimento das teorias neoliberais foi a Escola de Chicago, que era dirigida pelo professor Milton Friedman. O envolvimento da escola, bem como de Friedman, se deu pela crítica ao respaldo intervencionista do Estado na economia no governo de Roosevelt. Para Friedman, as políticas econômicas de Roosevelt, a fim de superar a Grande Depressão, acabaram por prejudicar ainda mais o país. Portanto, Friedman concluiu que qualquer regulamentação econômica sobre as empresas era algo maléfico para a economia e a produtividade de um país, como, por exemplo, o estabelecimento de um salário mínimo, que seria, segundo ele, responsável por distorcer os custos de produção. O modelo neoliberal de governo é constantemente criticado, principalmente pela separação da economia dos problemas sociais. Ou seja, o modelo econômico traz consigo todo um enredo de problemas que são alvo de 62 críticos defensores dos direitos humanos, trabalhistas, sociais. Um dos grandes críticos é o filósofo francês Pierre Brodieu, que defende que esse modelo econômico é responsável por destruir o coletivo e distanciar a economia dos problemas sociais de uma sociedade, principalmente por investir totalmente na ideia de consumo acima de qualquer coletividade. (DIONIZIO,1990) 14 CENÁRIO DEMOCRÁTICO CONTEMPORÂNEO O cenário democrático contemporâneo é marcado fortemente pelo modelo neoliberalista. Entretanto, é necessário compreender as diversidades entre os países. Com forte adesão ao sistema democrático pelo mundo, pode-se ver também as falhas desse sistema, apesar de ser o melhor entre os outros. Fonte: www.aryramos.pro.br/democracia Após a queda do muro de Berlim, em 1989, vários países europeus aderiram ao sistema democrático. Atualmente, a maioria dos países democráticos têm apresentado preocupações em relação à onda crescente de conservadorismo e fascismo. Por exemplo, na Alemanha, recentemente, ocorreram várias manifestações e conflitos por parte de grupos neonazistas que se opõem à entrada de imigrantes no país. Do mesmo modo, um tribunal na cidade de Themar, na Alemanha, deliberou a favor de um festival neonazista. Isso, como apontam alguns teóricos, como Yascha Mounk, Noam Chomsky, entre outros, é o indício de uma crise democrática que é possível observar em todo o mundo. Pode-se dizer que, atualmente, o paradoxo 63 democrático é o de se poder eleger um líder autoritário, tal como houve com a ascensão nazista. A exemplo disso, têm-se a Venezuela, que elegeu o presidente Hugo Chavez, o qual instaurou uma ditadura que tem continuidade com o governo de Nícolas Maduro. Outro aspecto ascendente mundialmente, mas fortemente no Brasil, é a judicialização da política e a politização do judiciário. Ou seja, assim como o exemplo do tribunal que deferiu um festival nazista, lidamos com um paradoxo em relação aos três poderes. No Brasil, vê-se um forte envolvimento do judiciário na arena pública, uma espécie de ativismo político que faz manobras com a constituição de 1988. Tal ativismo teve início com a constituinte de 1988, quandose acreditava que o movimento desse poder poderia significar um favorecimento da democracia. Atualmente, vê-se uma crise entre os três poderes, de modo que o judiciário ocupa ampla influência e vantagem em relação ao legislativo e ao executivo e não há lei, ou controle, que regule a participação e a relação entre tais poderes, o que influencia totalmente o Estado democrático. Há também a relação com a mídia, que já demonstrou, desde a campanha nazista, sua eficácia. Com o advento da tecnologia, os indivíduos têm acesso a informações constantemente. Os partidos utilizam essa ferramenta, a fim de propagar suas propostas de campanha, mas nem tudo que chega ao eleitor pode ser tomado como verdade. Há, atualmente, uma forte rede de produção de conteúdos falsos, chamados de fake news, sobre opositores em uma eleição. Isso acaba por confundir os eleitores das reais intenções de seus candidatos. Outra pauta incontornável do cenário democrático atual são as minorias. Pode-se ver a crescente luta de grupos em busca de direitos, ao contrário das lutas do início do século, das sufragistas por direito ao voto, temos hoje vários movimentos de vários grupos em busca de direitos e reconhecimento. Atualmente, as mulheres, cada vez mais, se manifestam e ganham visibilidade, reivindicando respeito, salários iguais aos dos homens, a não cultura machista, que prega a inferioridade, e contra a cultura do estupro. Outro grupo que tem bastante visibilidade são os grupos LGBT, que reivindicam reconhecimento social, medidas contra a violência física e discursiva da homofobia, entre outros. A população negra também luta por maiores repreensões ao racismo e busca por igualdade. O que se pode concluir é que a democracia, por ser um regime que proporciona escolhas aos cidadãos, apesar de ser a melhor forma de governo, apresenta falhas, pois há várias 64 demandas que precisam ser supridas, bem como estão constantemente surgindo outras. De todo modo, as maiores conquistas de direitos aconteceram em manifestação e contraposição ao governo vigente. Dessa forma, a democracia garante a liberdade de oposição, e, por isso, é a melhor entre as formas de governo. (DIONIZIO,1990) 15 A EDUCAÇÃO COMO INSTRUMENTO DO ESTADO Para que a sociedade capitalista continue existindo, é preciso reproduzir os meios de produção. Um deles é o trabalhador assalariado, que é produzido no meio escolar, onde aprende, além de ler e escrever, a submeter-se à ideologia dominante na sociedade. O Estado utiliza vários meios para popularizar a ideologia da classe dominante, e um desses meios é a educação. Neste capítulo, você vai estudar sobre como o Estado utiliza a educação como aparelho ideológico para ensinar e difundir a ideologia da classe dominante entre toda a população. Também vai aprender a respeito dos meios/ferramentas que o Estado utiliza para fazer com que a educação trabalhe como um instrumento ideológico, e verá como isso impactou na construção do processo educacional brasileiro. (LOPES, 2014) 15.1 A educação como instrumento ideológico do Estado Atualmente, a palavra ideologia é definida pelos dicionários como um conjunto de ideias, princípios e valores de um indivíduo ou de um grupo, sendo a base para a visão de mundo desse indivíduo ou do grupo. Para Karl Marx, no entanto, na sociedade capitalista a ideologia é uma falsa ideia, uma ilusão da realidade construída por uma classe para servir como meio de dominação. [...] a ideologia tem precisamente por função, ao contrário da ciência, ocultar as contradições reais, reconstituir, num plano imaginário, um discurso relativamente coerente que serve de horizonte ao “vivido” dos agentes, moldando as suas representações nas relações reais e inserindo-as na unidade das relações de sua formação (POULANTZAS, 1971, p. 31 apud BARROS, 2009, documento on-line). 65 Essa ideologia da classe dominante não é reconhecida pela classe dominada como uma deturpação das verdadeiras relações sociais; dessa forma, o proletariado não consegue identificar e opor-se a isso. Posteriormente, no livro “A Ideologia Alemã” (2007), Engel e Marx trabalham o conceito de ideologia e chegam à conclusão de que a ideologia não é uma imagem distorcida da realidade, mas sim uma imagem invertida da realidade. (LOPES, 2014) Mais tarde, com Lênin e outros autores marxistas, a ideologia perde a conotação negativa e passa a ser encarada como um conjunto de ideias de uma classe, no qual o próprio marxismo é uma ideologia. Esses autores afirmam que existe a ideologia do proletariado e a ideologia da burguesia. A ideologia burguesa é legitimada como a ideologia dominante e, por mais que agora o proletariado possa de ter uma visão de mundo diferente, a ideologia burguesa, por ser dominante, interfere nas ações do proletariado. Uma classe justamente se transforma em classe dominante quando impõe a sua ideologia como universal para as outras classes, ou seja, quando a sua ideologia é apresentada como a forma correta de ver o mundo. [...] o papel político da ideologia dominante burguesa, dominada pela região jurídico-política, consiste no fato de tentar impor ao conjunto da sociedade um “modo de vida” através do qual o Estado será vivido como representante do “interesse geral” da sociedade, como detentor das chaves do universal, face a indivíduos privados (POULANTZAS 1971, p. 39 apud BARROS, 2009, documento on-line). Assim, segundo Barros (2009), a ideologia não é uma realidade invertida, mas o entendimento de uma realidade apresentada de maneira invertida e utilizada para manter a coesão social já estabelecida. Dentro de uma economia capitalista, o Estado utiliza seus aparelhos para garantir a manutenção e a apresentação da ideologia da classe hegemônica. (LOPES, 2014) Existem dois tipos de aparelhos do Estado, os de repressão e os de cunho ideológico, como explica Santos (1980, p. 24) ao mencionar Althusser: Os aparelhos de Estado exercem, junto à sociedade, uma ação eminentemente repressora. Como exemplo, poderíamos lembrar algumas instituições como: a polícia, a justiça, a burocracia, etc. Já os aparelhos ideológicos de Estado atuam mais no sentido de inculcar nos indivíduos uma ideologia “imposta” pela classe dominante, fazendo com que eles a assimilem naturalmente, isto é, espontaneamente. Poderemos dar alguns exemplos de aparelhos ideológicos: Igreja, Escola (educação formal), Família, Imprensa, etc. 66 Portanto, como explicado, o ambiente escolar é um dos aparelhos ideológicos do Estado utilizado para o ensinamento da ideologia dominante, pois, para a existência e manutenção dessa classe dominante, é necessário que se ensine a classe dominada a obedecer e a classe dominante a mandar. Esse ensinamento se torna mais fácil de digerir quando vem a partir da palavra, e não da coerção. A escola funciona para o Estado e, consequentemente, funciona para a ideologia dominante. Ferraro (2014, p. 15) afirma que “A escola é o lugar mais eficaz para inculcação de uma determinada ideologia por vários motivos”, e um desses motivos é o fato de que a escola tenha substituído o papel da igreja na nossa sociedade atual. Anteriormente, o ambiente que dominava o pensamento das crianças e dos jovens era a família e a igreja; hoje, os ambientes em que a criança e o jovem mais estão suscetíveis a receber as ideologias são o familiar e o escolar (LOPES, 2014). Desde a educação primária, ensina-se a criança a reproduzir os princípios, crenças e valores da sociedade. A criança, na fase escolar, está vulnerável e suscetível a receber todo ensinamento que lhe é dado. A escola reproduz a sociedade e a sociedade reproduz a escola. A inculcação de uma ideologia ou arbitrário cultural passa pela estruturação de um sistema educativo baseado nos modos de produção capitalista, mesmo que isto ocorra fora ou acabe por passar ao lado do próprio sistema de produção.Exatamente no sentido de reforçar e perpetuar tal estrutura (FERRARO, 2014, p. 8). A escola atua diretamente na formação do indivíduo, como local em que estudantes passam horas e anos das suas vidas. Por isso, ela é extremamente adequada para ser um instrumento ideológico do Estado: por meio de disciplinas e conteúdo, a escola reproduz a lógica dominante da sociedade ao seu corpo discente. 15.2 Mecanismos adotados pelo Estado para transformar a educação em um instrumento ideológico Como você pôde ver no tópico anterior, o Estado utiliza a educação como um instrumento para ensinar e expandir a ideologia da classe dominante. Mas como efetivamente o Estado faz isso? Quais são os mecanismos que ele utiliza? A partir de agora é isso que você vai aprender. O primeiro mecanismo que posso apresentar a você é o currículo escolar, que é o conjunto de diretrizes sobre a aprendizagem na escola. Essas diretrizes orientam como as atividades educativas devem ser 67 executadas e quais são as suas finalidades. Esse currículo escolar utilizado pelas escolas está baseado nos comportamentos e costumes dominantes na sociedade. As crianças e os adolescentes que pertencem às classes dominantes facilmente se adequam ao currículo escolar das escolas, pois sempre foram expostas e viveram nessa cultura dominante. O mesmo não ocorre para as crianças e adolescentes das classes dominadas, pois elas não conhecem e nem vivenciam a cultura da classe dominante; o currículo escolar para essas crianças é um código que elas não conseguem decifrar ou compreender. Sendo assim, as crianças das classes dominantes alcançam sucesso na escola, seguindo para a educação superior, e sua cultura é reconhecida e fortalecida pela escola. A cultura da classe dominada, por outro lado, não encontra representatividade. (Jaíza Gomes Duarte Lopes, 2014) O conteúdo e a estrutura pedagógica oferecidos pelas instituições de ensino não conseguem alcançar todos os estudantes da mesma forma. Isso acontece porque cada estudante vive uma realidade diferente e participa de uma classe social diferente, vivenciando, cada um, uma cultura diferente. Aqueles que, fora do ambiente escolar, participam de uma cultura diferente da imposta pela escola sofrem um grande choque cultural e, muitas vezes, não conseguem adaptar-se à realidade imposta, o que os leva a “fracassar” e a manter a estrutura atual da sociedade. O segundo mecanismo seria a segregação já no acesso à educação: embora a mesma ideologia seja repassada a todos, ainda existe uma diferença na educação recebida pelas diferentes classes, de modo que não há equidade no acesso à educação, o que parece ocorrer de maneira proposital para perpetuar a distinção das classes sociais. Existem pessoas que recebem todo o conhecimento de ciências, línguas e filosofia com a maior qualidade e estão preparadas para assumir posições de destaque na sociedade; ao mesmo tempo, existem pessoas que recebem esses conhecimentos de forma básica apenas para se habilitarem a exercer funções específicas. Dessa forma, a educação também reforça as desigualdades sociais, como explica Ferraro (2014, p. 9): [...] o sistema escolar é um formador e reprodutor, mas acaba por atuar no âmbito da desigualdade. A escola também segrega, não apenas no âmbito da fragmentação disciplinar, mas também porque faz uma escolha ideológica. A educação, mais especificamente o acesso à educação, não se dá de igual maneira aos estudantes de classes sociais diferentes, o que deve ser levado em conta em termos de formatação do sistema educativo quando comparamos aspectos da reprodução cultural e social. 68 A formação dos professores também é um mecanismo utilizado: mesmo que inconscientemente, os professores são formados para representar a classe dominante dentro das salas de aulas, defendendo e valorizando apenas os trabalhos “intelectuais” em detrimento dos trabalhos ditos “braçais”. Você não se lembra do ditado popular brasileiro muito utilizado pelos professores: “a caneta é mais leve que a pá”? E dos professores que sempre lhe incentivavam a estudar para ser chefe, e não operário? Por meio de práticas pedagógicas, os professores reforçam a ideia do mérito, com o que a escola reconhece e incentiva os esforços individuais para a conquista de algo. Os próprios professores atribuem a si o mérito pessoal sobre a formação acadêmica que os tornou professores (SAES, 2007). Outro mecanismo que podemos verificar é a ênfase do Estado, principalmente em países subdesenvolvidos como o Brasil, no ensino profissional para formar mão de obra para as empresas. A educação profissionalizante é apresentada à população como um meio de formar cidadãos, tirar os jovens da marginalidade, impulsionar a promoção social e promover o desenvolvimento econômico por meio da ajuda mútua entre todos os agentes da sociedade. (LOPES, 2014) Esse tipo de educação, no entanto, é incentivado pela burguesia porque é uma forma de educar, disciplinar e controlar os futuros trabalhadores para a manutenção dos meios de produção capitalistas. A ideologia é um forte agente educativo na educação profissional: fortalece a hierarquia no ambiente de trabalho e desestimula a organização e o fortalecimento dos trabalhadores diante da hierarquia imposta (BATISTA, 2013). Desenvolver uma cultura de educação técnica e profissional na sociedade é uma estratégia para que a população de maneira sutil aceite, inconscientemente, a dominação da ideologia corrente. 69 15.3 Os efeitos da transformação da educação no Brasil Fonte: site.oatibaiense.com.br Para entender a transformação da educação em um instrumento ideológico no Brasil, vamos analisar a formação da educação a partir da década de 1920, com o fim da República Velha e o início da República Nova – período que foi a base para a formação do sistema educacional do século XX no Brasil. Nas décadas de 1920 e 1930, a educação brasileira passou por um processo de renovação por meio da chamada Escola Nova. Foram propostas modernizações nas estruturas de ensino (administração, conteúdos e métodos) frente às tradicionais formas de ensino vigentes na época. Os educadores envolvidos nesse movimento acreditavam que a educação poderia colocar as pessoas em uma nova ordem social. Nesse período, foi apresentado, pela primeira vez, um programa educacional de forma unificada para todo o Brasil: em 1924, foi criada a Associação Brasileira de Educação e, em 1930, foi criado o Ministério da Educação e da Saúde, dando à educação a maior importância já vista. É claro que essas mudanças na educação são consequências das mudanças que estavam ocorrendo no Estado brasileiro: a República velha entrava em crise e o país buscava por modernização em todas as áreas – social, política, cultura, etc. Ou seja, essas mudanças na educação estavam embasadas por uma ideologia de Estado. (LOPES, 2014) Os agentes dessa transformação nas escolas entendiam que a educação deveria ser feita para responder aos desafios da sociedade de forma crítica e a partir de diálogo. Gonçalves (2002, p. 142) nos mostra que esse movimento educacional era 70 progressista, mas politicamente ingênuo, porque a maior parte dos educadores envolvidos nesse projeto pertenciam à elite e sua intenção era educar a população para que participasse do progresso brasileiro – eles acreditavam que uma educação universal teria o poder de acabar com as diferenças e construir uma sociedade brasileira igualitária e unificada. Na verdade, eles estavam contribuindo com governos autoritários que não tinham o menor interesse em educar para a cidadania. Por trás do discurso desses educadores progressistas em educar o povo, “[...] o que se queria da escola, nesse momento, era que ela fosse capaz de refazer o pobre, fazê-lo digno, laborioso e disciplinado, saudável, ou seja, que fosse outro” (GONÇALVES, 2002, p.148). Em 1932, é lançado o Manifesto dos Pioneiros, considerado um marco na educação brasileira. Esse documento reunia a proposta das principais orientações sobre sociedade, política, filosofia e educação da Escola Nova, defendendo e argumentando que a escola não deveria servir ao interesse de uma classe, mas sim ao interesse das pessoas, e, por isso, a escola deveria estar relacionada ao meio social. Observe o que, no entanto, afirma Gonçalves (2002, p. 145-146): O Manifesto reflete muito mais uma visão dos educadores do que um ato de efetiva possibilidade de aplicação, já que o Estado publicava, no mesmo ano em que se reuniam os educadores para a IV Conferência Nacional de Educação, em dezembro de 1931, importantes reformas da legislação do ensino. Em apenas dois meses, o governo provisório de Getúlio Vargas mudou a face da educação, alterando de forma profunda o ensino secundário, o ensino superior, o ensino comercial, criando o Conselho Nacional de Educação e, como já falamos, incluindo o ensino religioso nos currículos. Mas é claro que o Manifesto se colocou contra a divisão da educação, entre a escola para o pobre, o primário e o profissional e, para a elite, o secundário. Essa divisão reflete uma valoração do trabalho como “coisa” para pobre e, para o rico, a divagação de um curso propedêutico. A escola primária e a profissional serviriam às classes populares, enquanto o secundário e o superior seriam para a burguesia [...]. Por mais que os educadores da Escola Nova tivessem importância e influência, eles não conseguiram transformar suas ideias em diretrizes reais para a educação brasileira, e o Estado continuou a utilizar a escola como meio manutenção da ideologia burguesa. O governo de Getúlio Vargas montou um sistema educacional estruturado para formar trabalhadores, de modo que a escola servia ao ideal de industrialização da economia. (LOPES, 2014) 71 O Estado endossava a exclusão por meio da educação, pois oferecia uma educação profissional ao pobre, preparava a classe média para o ensino superior e restringia o acesso da mulher somente a instituições exclusivamente femininas ou em turmas exclusivamente femininas. A proposta para a educação pública na Era Vargas era preparar o povo para o trabalho, principalmente para o trabalho na embrionária indústria brasileira. Não se tinha nenhum objetivo em moldar uma identidade nacional a partir de uma educação democrática e nem em formar cidadãos capazes de transformar a sociedade. Ao contrário disso: O espaço escolar se torna o lugar da educação, mas também, e principalmente, o lugar da palavra oficial. Não apenas a escola, mas todo o aparato público estatal se articula no Brasil não para desenvolver e fecundar a cidadania, mas como lugar de onde se profere a palavra da autoridade, que, em vez de incorporar a noção de representatividade, torna-se o oráculo da vontade de grupos privados ou mesmo de vontades individuais. A construção da educação pública, que representaria uma modernização das estruturas culturais e políticas no Brasil, torna-se, de um lado, a demonstração de como o pensamento conservador e a questão nacional trataram a modernidade como valor em si, sem ser questionada, e de outro, a produção de uma modernidade marcadamente às avessas, em que as conquistas sociais advindas de uma forma nova de fazer política não se fizeram presentes até bem pouco tempo (como exemplo, o acesso à escola pública e sua democratização) (GONÇALVES, 2002, p. 149). Em 1964, com a instituição do governo militar, o autoritarismo nas escolas foi ainda mais reforçado. Os militares realizaram inúmeras reformas na educação, mas sem escutar os professores e diretores das escolas. O ensino público foi ampliado, mas os recursos para a educação não acompanharam o mesmo ritmo, o que levou a educação a péssimos resultados, como a baixa remuneração dos professores, a evasão escolar e recursos materiais limitados. Em 1968, os militares propuseram uma reforma universitária, o que apenas acentuou o acesso elitista às universidades públicas. A crise econômica enfrentada pelo Brasil nas décadas de 1980 e 1990 tornou o ensino de qualidade ainda mais elitista, e o pouco investimento na escola pública deixou o ensino, para a população mais pobre, defasado e com menor qualidade. O governo de FHC continuou a utilizar a escola como um instrumento ideológico, com a propagação e utilização da educação para seguir a lógica do mercado, organizando a estrutura escolar para atender a nova divisão internacional do trabalho: 72 O Governo Fernando H. Cardoso [...] adotou o pensamento pedagógico empresarial e as diretrizes dos organismos e das agências internacionais e regionais, dominantemente a serviço desse pensamento como diretriz e concepção educacional do Estado (FRIGOTTO; CIAVATTA, 2003, p. 108). Observe o que diz a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), promulgada em 1996 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso: Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, as seguintes diretrizes: I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática; II – consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento; III - orientação para o trabalho; IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não formais (BRASIL, 1996). Essa lei está em vigor até os dias de hoje e rege todos as modalidades da educação no Brasil, desde a educação infantil até a educação superior, passando pela educação profissional e especial. Portanto, constatamos que independentemente do partido político vencedor, da forma de governo, democrática ou ditatorial ou, ainda, da situação econômica, próspera ou estagnada, a educação brasileira foi estabelecida para atender os interesses sociais dominantes. (LOPES, 2014) 73 16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIBLIOGRAFIA BÁSICA: BOBBIO, N. O conceito de sociedade civil. Rio de Janeiro: Graal, 1994. FERREIRA, Ruth Vasconcelos Lopes. Reflexões sobre o Estado na modernidade. Maceió: EDUFAL, 2000. WEFFORT, Francisco C. (Org.). Os clássicos da política: Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu, Rousseau, “O Federalista”. 2ª M. São Paulo: Ática, 1991. Vol.1 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: BARBOSA, M. I. A contribuição de Bossuet à glória do rei sol. Akropólis, v. 15, n. 1-2, p. 61-72, 2007. 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