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DOENÇA HEMOLÍTICA PERINATAL (DHPN) AUTOR: PEDRO V.F. MEDRADO - É a transferência de elementos figurados do sangue fetal para o materno, sendo uma doença do feto e do recém-nascido por incompatibilidade entre o Rh da mãe e do descendente. · Também é conhecida como eritroblastose fetal, antigamente, medula óssea começa a produção de série vermelha (eritroblasto) compensando - Cerca de 98% dos casos de isoimunização são decorrentes da incompatibilidade Rh (antígeno D). · Mais frequente e mais grave – hidropsia e morte fetal - Incidência de 1-10% das gestações de mulheres Rh negativas - Risco de sensibilização aumenta com a paridade · Risco da 1ª gestação mãe Rh- e feto Rh+ é de 0,8% (0,3 a 5,6%) - Complexo Rh (3 pares de antígenos) – Dd (é o mais comum e mais grave), Cc e Ee - Ausência de D – Rh negativo FISIOPATOGENIA - O sistema Rh é complexo e inclui vários antígenos com diferentes graus de antigenicidade, dentre os antígenos Rh estão o Dd, Ee e o Cc. - Os genes para estes antígenos são herdados independentemente de outros grupos sanguíneos · Estes genes se localizam no braço curto do cromossomo 1 - O Rh positivo – são os indivíduos cujas células apresentam o antígeno D, cujos genótipos são DD e Dd - O Rh negativo – são os indivíduos cujas células não possuem os antígenos D, e o genótipo é dd (homozigoto), isso se deve a ausência do antígeno D. - Sensibilização – é a paciente que produz Anticorpos-Anti-Rh positivo · Ocorre pela exposição aos antígenos eritrocitários não compatíveis, e o contato do antígeno com o sistema reticulo-endotelial materno, resulta numa reação de formação de anticorpos IgM e 2-3 meses depois IgG que possa exercer efeito sobre o feto. Por isso não ocorre a reação num primeiro momento de gestação. · Lembre-se que é o IgG que atravessa a membrana placentária e que resulta nos efeitos patológicos da doença. · A sensibilização também pode ocorrer após transfusão de sangue ou componentes incompatíveis ou por hemorragia feto materna. - Fatores predisponentes, ou quais situações tem o potencial de sensibilização? · Placenta prévia · Traumatismo abdominal ou uterino – acidente/trauma · Remoção manual da placenta · Abortamentos ou ameaça · Gestação ectópica (principalmente rota) · Descolamento prematuro de placenta · Procedimentos invasivos – amniocentese e cordocentese - Nesses casos de sensibilização, é feito a profilaxia de sensibilização - Risco de sensibilização? · 72% Parto · 12% Aborto · 12% Transfusões de heterogrupo · 4% Gestações - A passagem de anticorpos pode resultar em · Anemia grave por hemólise de células fetais, já que o feto é um aloenxerto · Eritropoiese · Como uma resposta da medula óssea fetal compensatória à anemia grave, essa elevação dos eritroblastos resultando na eritroblastose fetal. · Insuficiência Cardíaca de Alto débito do feto devido a essa anemia grave progressiva como uma forma compensatória. · Como resultado final da IC – Insuficiência hepática com hipertensão portal o que explica a hidropsia (edema generalizado) · É comum que esses fetos sejam acometidos na 2ª metade da gestação, quando os anticorpos atingem a circulação do feto. DIAGNÓSTICO - 1º exame determinação do fator Rh e do grupo sanguíneo da mãe · Se a mãe for Rh negativo, já é indicado o teste de Coombs indireto - 2º exame o Teste de Coombs indireto · Inespecífico · Detecta a presença de IgG materna anti-eritrócito · A sensibilidade de 65% para prever o grau de comprometimento fetal · O resultado se associa com o risco de hidropisia fetal – quanto maior o CI, maior o risco, embora seja algo controverso, pois não é algo preciso · <1:16 sem história fetal de hidropsia = sem risco · 1:16 = risco de 10% · 1:32 = risco de 25% · 1:64 = risco de 50% · 1:128 = risco de 75% · Em geral – Coombs de 1:8 para cima, já há uma preocupação quanto ao desenvolvimento de complicações, por isso a maioria dos protocolos orienta a investigação do feto. - Classificação sanguínea da mãe com DU · É um fator que atenua, se DU positivo é porque a mãe se comportaria como Rh+ e não produz anticorpos anti-Rh · Não é feito de rotina - Teste Coombs indireto da mãe - E caso Rh negativo, fazer a tipagem do genitor – se o pai for Rh negativo, a chance DHPN é nula. - Genotipagem paterna – para saber se o pai é heterozigoto ou homozigoto - Pesquisa da classificação sanguínea fetal em sangue materno · A partir de 10 semanas de gestação, posso coletar no sangue da mãe o tipo que será o sangue do bebê. - Testes de screening de baixo custo · % de pacientes Rh negativos 15% · Chance de sensibilização de 30-70% · Existe prevenção adequada (IgG anti-D) · Custos elevados da terapia da DHPN PROPEDÊUTICA Condução materna - Mãe Rh- · Coombs positivo – Titulação (a mãe já é sensibilizada) · Títulos >1:8 = interna · Títulos <1:8 = Coombs mensal · Coombs negativo – Coombs mensal · Imunoglobulinas – prevenção após o parto (Se o RN tiver o RH positivo) Condução fetal - Uma vez que a mulher é internada na enfermaria de alto risco · Anamnese e Coombs quantitativo · Pesquisa de anticorpos irregulares (Kell, Duffy, Kidd...) · USG morfológica (Doppler) no feto – identificar os fetos com risco de anemia · Espectrofotometria do líquido amniótico – excreta a bilirrubina na urina, para isso era feito uma punção do liquido amniótico e dosava a bilirrubina. O problema é que é um exame invasivo, mas que hoje foi substituído pelo Doppler. - Doppler da Artéria Cerebral Média (ACM) · Resultados – sensibilidade de 100% e cerca de 12% de falsos positivos · Anemia grave · Anemia moderada · Avalia o pico sistólico da ACM – e à medida que o feto permanece anêmico o pico aumenta, uma queda da massa eritrocitária de da Hb, o fluxo aumenta. - Como confirmar a anemia moderada e grave? · Cordocentese “armada” guiada por USG – serve para diagnóstico e tratamento, no mesmo acesso faço a transfusão · Hematimetria · Classificação e Coombs direto (no RN) · Bilirrubinas (Kernicterius com impregnação da Bilirrubina nos núcleos da base isso no RN, no feto isso não ocorre porque a mãe faz “diálise pelo feto”) e hemocultura · E como é feito o tratamento fetal? · Tipos de transfusões – EXTIU/TIV/Intra-peritonial · Sangue da transfusão é O Rh negativo (lavado e irradiado) · Volume administrado é baseado no peso estimado do bebê 50-70mg com infusões aos poucos · O procedimento é feito na sala cirúrgica com antissepsia e colocação de campos estéreis, guiados por FCF e Doppler · Antibióticos nem sempre são necessários, nem mesmo tocolíticos. Mas os corticoides são sempre usados de rotina, para indução da maturidade pulmonar fetal. · Procedimento · Ângulo de inserção em uma placenta anterior o acesso é mais fácil do cordão, acertar a agulha na alça livre é mais difícil. · O tratamento é baseado nas transfusões seriadas – Então como vou saber que vou precisar repetir as transfusões? · Estudos ecográficos (ultrassons) e pico sistólico da ACM (é melhor para saber da 1ª transfusão), e ajuda muito saber o Hb/Ht final, sabendo que a queda é de 1 ponto semanal · Qual a idade gestacional esperada? · Quando fazemos as gestações seriada, pretendemos chegar até umas 34 semanas que é uma idade mais segura para nascimento. · Começa a programar o parto e a resolução da gravidez a partir da 34ª semana. Poderia ser parto normal, mas normalmente não é feito, por uma questão de logística com a UTI ou berçário neonatal e a equipe de neonatologia. Profilaxia - É feita com imunoglobulina (anti-IgG) que se fixa nos antígenos Rh da superfície das hemácias, permitindo sua retirada da circulação materna. - Indicações · Todo pós-parto de mãe Rh negativas, com 1º filho Rh positivo · Síndromes hemorrágicas – abortamento, ameaça de abortamento, gestação ectópica, placenta prévia, descolamento prematuro de placenta, trauma abdominal ou uterino · Procedimentos invasivo – amniocentese, cordocentese, biópsia de vilo corial · Transfusão de sangue e plaquetas - Quando devo realizar? · Nas primeiras 72horas após o parto do recém-nascido Rh positivo, sendo que a eficácia é maior nas primeiras 72 horas, mas em casosde não realização nesse período, pode ser feita até 30 dias - Qual a dose? 300mg
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