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Funcionamento e a Sociologia de Durkhein Wellisson Ferreira Vieira Funcionalismo: como a sociologia deve proceder para explicar seu objeto de estudo? Módulo 2 A teoria do FUNCIONALISMO surge porque, segundo Durkheim, os fatos sociais, isto é, as maneiras padronizadas como agimos na sociedade, não existiriam por acaso, e sim por cumprirem uma FUNÇÃO. Assim como no corpo humano, onde cada órgão tem sua função. Qual seria a metodologia ou o método necessário para explicar os fatos sociais? Durkheim defendia uma sociologia que realizasse uma análise objetiva dos fatos sociais. Nela, o investigador deveria manter uma relação de objetividade com o objeto, desfazendo-se sempre de qualquer pré- noção em relação a eles. Módulo 3 Coesão, Solidariedade e Consciência Coletiva Durkheim criou conceitos básicos para o estudo da sociedade, como, por exemplo, a consciência individual e a coletiva, assim como a solidariedade mecânica e a orgânica. Consciência Coletiva A consciência coletiva é definida como sendo o conjunto de regras e crenças que deve ser seguido por toda a sociedade. Formam maneiras de agir comum a todos, por exemplo usar roupas. Consciência Individual São as vontades e gostos que pertencem a cada indivíduo e que transformam cada ser em único e com sentimentos pessoais próprios. Já que a consciência coletiva nos impõe o uso de roupas, a consciência individual nos permite escolher o que usar e de que maneira combinar os trajes. Durkheim buscava em sua obra identificar os elementos responsáveis pela coesão entre os homens. Ele realizou isso pelo conceito de consciência coletiva, como acabamos de ver, mas também por meio da noção de solidariedade social. Usando o termo solidariedade no sentido de formar de organização social, e não de bondade, como costumamos utilizar esta palavra. Formas de Organização Social: Mecânica ou Orgânica Durkheim afirma que a existência da coesão social, assim como a da própria sociedade, está baseada no consenso existente entre os indivíduos. • Na sociedades pré capitalistas (arcaicas), prevalece a solidariedade mecânica, na qual os indivíduos compartilham das mesmas crenças e valores e, a partir disso, garantem a coesão. • Nesse modelo social, não existe ainda acentuada divisão do trabalho. Todos trabalham na agricultura ou pecuária, por exemplo. Há apenas a divisão de tarefas. • Nas sociedades modernas, predomina a solidariedade orgânica. Os indivíduos não compartilham dos mesmos valores individuais, e as relações de trabalho e socialização são mais complexas. • Há variedade de profissões, mas os indivíduos dependem bastante um do outro. s Outro item fundamental abordado por Durkheim como indicador dos tipos de solidariedade diz respeito às sanções aplicadas aos indivíduos. • Na sociedade mecânica o tipo de punição está baseado na questão cultural e nos costumes. • Em contrapartida, nas sociedades orgânicas, haveria a classe de sanções impostas aos que violam as normas. Seriam as restitutivas, visando a restabelecer as relações perturbadas e retornar ao estado anterior. Isso ocorreria por meio de ações do culpado para promover a reparação do dano causado. Anomia e o Suicídio Ocorre na sociedade aquilo que Durkheim chamou de anomia, ou seja, uma doença que atinge esse “corpo social”. Dessa forma, o autor definia anomia como a ausência, desintegração ou inversão das normas vigentes em uma sociedade. Para ele, esse estado de anomia ocorreria em momentos extremos, como guerras e desastres ecológicos e econômicos – ou em uma pandemia. Quando isso acontecesse, a consciência coletiva “perderia” os parâmetros de julgamento da realidade. O que acontece quando falham as instituições com funções específicas e determinantes para o funcionamento da sociedade, como a família, a igreja, o Estado ou a escola? Para Durkheim, o suicídio é um fenômeno social, e não individual. • O autor constrói um esquema de análise com base em dados estatísticos sobre a sociedade francesa (que ele denomina de "taxa social de suicídio") e que mede "a relação entre o número global de mortes voluntárias e a população de qualquer idade e de ambos os sexos. • Ele acreditava que o indivíduo se mata devido a imperativos sociais, sem sequer pensar em fazer valer seu direito à vida. Trata-se daqueles indivíduos que se identificam tanto com a coletividade que são capazes de tirar suas vidas por ela. • Para Émile Durkheim, eles poderiam ser classificados como suicidas altruístas. Podemos mencionar ainda mártires de guerras, pilotos kamikazes ou os “homens-bomba”. • Mas o inverso também pode acontecer. Os indivíduos que não estão integrados a um grupo social estariam mais propensos ao suicídio, fenômeno que Durkheim chamou de suicídio egoísta. Para ele, a falta de redes de convívio ou de limites para a ação levariam a pessoa a desejar ilimitadas coisas, que, ao não serem realizadas, gerariam a frustração e um possível suicídio. Neste caso, ele se refere aos suicídios que aconteceriam devido ao aumento do individualismo. • A última classificação que ele propôs foi a do suicídio anômico, que estaria ligado a um estado de desregramento social no qual as normas estariam ausentes ou seriam sem sentido. Sobre esse tipo, Durkheim destacava que ele é mais propenso a isso em momentos nos quais os laços que prendem os indivíduos aos grupos se afrouxam, ou seja, quando ocorre alguma crise social, como em situações de abandono parental. Considerações Finais Durkheim acredita que dentro dos grupos sociais o que prevalece é a consciência coletiva, ou seja, o conjunto de crenças e sentimentos de uma mesma sociedade que serve para orientar a conduta de cada um de nós. Portanto, os fenômenos individuais podem ser explicados a partir da coletividade
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