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Ética e bem estar animal- bem estar animal

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21/11/2022 08:56 Ética e Bem-estar Animal
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23962 1/43
Autoria: Dra. Kelly Caselani Arantes 
Revisão técnica: Dr. Neimar Vanderlei Roncati
ÉTICA E BEM-ESTAR ANIMAL
BEM-ESTAR DOS
ANIMAIS
21/11/2022 08:56 Ética e Bem-estar Animal
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23962 2/43
Introdução
Nesta unidade, vamos explorar um pouco mais sobre o bem-estar animal,
abordando os aspectos mais importantes relacionados aos dois principais
grupos de interesse em medicina veterinária: animais de companhia,
representados pelo cão e gato, e animais de produção. Apesar de ser
considerada uma ciência relativamente nova, o estudo do bem-estar animal se
mostra muito útil não só para evitar o sofrimento desnecessário dos animais
mas também para promover experiências positivas ou até mesmo como
ferramenta diagnóstica na identi�cação de algumas patologias.  Você sabia que
um cão que de repente começa a choramingar e sacudir a cabeça de um lado
para o outro pode estar com otite? E que um gato que começa a fazer xixi fora
da caixa pode estar incomodado com a presença de um novo integrante no
ambiente? E que um bovino que procura uma área sombreada para descansar
está com calor?
Vamos começar estudando as fases de desenvolvimento do comportamento
animal nas espécies canina e felina. Na sequência iremos explorar as
características do comportamento natural de cães e gatos e suas implicações
no bem-estar animal.  A partir desse conteúdo compreenderemos que a
ausência e a de�ciência em experiências ou a presença de traumas em
determinada fase do desenvolvimento terá in�uência no comportamento futuro.
Com relação ao  tema do bem-estar em animais de produção, conheceremos os
principais desa�os enfrentados durante o transporte dos animais até o
abatedouro frigorí�co de forma a amenizar o estresse inevitável causado pelo
manejo pré-abate e pelo trajeto em si. Por �m, iremos estudar os métodos de
insensibilização imediata utilizados no abate destes animais, de forma a
conseguirmos diferenciar uma insensibilização adequada de uma insatisfatória,
imprescindível no abate humanitário.
Bons estudos!
Tempo estimado de leitura: 79 minutos.
2.1 Bem-estar dos animais de companhia
21/11/2022 08:56 Ética e Bem-estar Animal
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23962 3/43
Atualmente, observa-se uma mudança comportamental muito importante em
nossa sociedade. Os casais estão tendo cada vez menos �lhos e com isso
dispondo de mais recursos, ao mesmo tempo que a relação entre o ser humano
e os animais de companhia está se desenvolvendo e se tornando cada vez mais
próxima. Neste cenário, animais de companhia como cães e gatos estão
conquistando o status de membros da família, vivendo mais dentro de casa com
seus donos, ganhando espaço, fazendo parte do orçamento familiar, sendo
assistidos ao longo de toda a sua vida (SANTANA e OLIVEIRA, 2006).
Embora a convivência entre seres humanos e animais de companhia seja cada
vez mais comum, a guarda de um animal implica em responsabilidades dos
tutores conforme os dispositivos legais vigentes, compromisso ético de
desenvolver e manter hábitos e posturas de promoção e preservação da saúde,
preservação do meio ambiente e também promoção da saúde e do bem-estar
animal (CCD, 2009; ALMEIDA et al., 2014).
Há várias de�nições para bem-estar animal, porém uma bastante completa
engloba três aspectos diferentes. Do ponto de vista físico, o bem-estar estaria
relacionado ao funcionamento biológico do organismo animal e sua capacidade
de adaptação ao meio em que está inserido. Na esfera mental, compreenderia a
capacidade mental, psicológica e cognitiva do animal como seres senscientes
que são. Por �m, sob o aspecto natural, o bem-estar estaria relacionado à
capacidade do animal em expressar seu comportamento natural, como se
estivesse na natureza desempenhando seu papel biológico e satisfazendo suas
necessidades comportamentais (CALDERON, 2010).
Por meio de sinais e sintomas podemos identi�car alterações no nível de bem-
estar dos animais de companhia, relacionados tanto com o indivíduo quanto
com o coletivo. Estes sinais são importantes na busca por um diagnóstico,
tratamento de patologia ou para modi�cações no manejo ou ambiente, quando
pertinente. Eles podem ser divididos em mentais, físicos e comportamentais. 
Para a identi�cação dos sinais e sintomas mentais, o clínico veterinário precisa
conhecer primeiramente o comportamento natural da espécie em questão, além
de desenvolver suas habilidades a �m de reconhecer tal linguagem. Quanto ao
aspecto físico é possível identi�car doenças pela simples inspeção individual ou
coletiva realizada pelo veterinário, com o auxílio ou não de exames
complementares para sua con�rmação. Já na esfera comportamental, muitos
sinais e sintomas possuem íntima relação com o estado emocional do animal, e
portanto, são indicadores claros de transtornos comportamentais (MALDONADO
e GARCIA, 2019).
Uma importante causa do comprometimento do bem-estar em animais de
companhia como cães e gatos é a de�ciência no entendimento do
comportamento natural e das necessidades especí�cas destas espécies. Isso
21/11/2022 08:56 Ética e Bem-estar Animal
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23962 4/43
porque muitas pessoas adquirem animais impulsionadas por um �lme ou
novela, pela beleza de um �lhote no pet shop ou pela in�uência de algum
famoso que possui um lindo bichinho de estimação. Em consequência deste ato
impensado e pela di�culdade em lidar com as necessidades e comportamento
natural do animal, é observado com frequência casos de abandono, negligência
ou maus-tratos (LIMA e LUNA, 2012).
Em animais de companhia, a ciência do bem-estar animal está se desenvolvendo
a passos mais lentos quando comparado aos animais de produção. Embora haja
abordagens diferentes entre autores sobre o assunto, são comuns os pontos
críticos relacionados aos problemas de bem-estar em cães e gatos citados em
materiais especí�cos da área. Em gatos, os principais pontos críticos
mencionados são doenças, superpopulação felina em áreas urbanas, qualidade
de vida de gatos ferais, nutrição e seleção arti�cial. Já para cães, os problemas
de bem-estar mais importantes são negligência e crueldade, seleção arti�cial,
cirurgias mutilantes, humanização e cuidados mal orientados por parte dos
tutores, presença de cães errantes em centros urbanos, utilização de cães em
laboratórios e como animais de trabalho (HUBRECHT, 2005; MOLENTO, 2007;
ROCHLITZ, 2007).
Durante o desenvolvimento, a expressão dos genes e os processos sintéticos
que levam ao crescimento das células e aos órgãos até um formato especí�co
são dependentes de fatores ambientais. Na vida adulta, muitos genes
permanecem ativos, uma ampla variedade de processos corporais é modi�cada
a partir de sinais de outras partes do organismo e do mundo externo. O
comportamento então é controlado pelo sistema nervoso e executado pelos
músculos, ossos etc., do organismo (BROOM e FRASER, 2010).
O comportamento dos animais é o resultado do modo como os vários
subsistemas nervosos e hormonais interagem entre si e com o mundo externo,
sendo importante observar que as características comportamentais próprias de
cada espécie auxiliam os animais a satisfazerem suas necessidades biológicas
(ZANELLA, 1995; LANTZMAN, 2004).
As pessoas que utilizam animais como companhia para alguma forma de
trabalho ou lazer, são cientes do comportamento dos animais. Em alguns casos,
o comportamento não é aquele que as pessoas desejam, e isso é visto como um
problema.  Em outros casos, o comportamento é a razão pela qual o animal é
útil, tendo resultado positivo ou não para o bem-estar dele (BROOM e FRASER,
2010).
2.1.1 Fases do desenvolvimento
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Figura 1 - Gato arranhando o braço do sofá
Fonte: MTS_Photo, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem um gato rajado deitado sobre o
braço de um sofámarrom arranhado.
Como já mencionado anteriormente, para que um problema de bem-estar seja
solucionado, ou ao menos minimizado, é fundamental que se conheça o
comportamento normal da espécie, como funciona o processo de aprendizagem
e os fatores que causam ou agravam um comportamento inadequado. Este
conhecimento é importante tanto para o clínico veterinário que investigará e
conduzirá o caso quanto para o tutor que, a partir da compreensão da causa da
alteração no comportamento do seu animal, será uma peça chave na resolução
do problema (HORWITZ e LANDSBERG, 2008). 
A de�ciência ou ausência de experiências no desenvolvimento do
comportamento de animais de companhia in�uenciam o animal no futuro. Isso
porque após o nascimento o desenvolvimento do sistema sensorial é
determinado pelas experiências vividas. No cão, os momentos sensíveis do
desenvolvimento compreendem: período neonatal (até 12 dias de vida), período
de transição (13 a 21 dias de vida), período de socialização (entre 3 semana e
3 mês de vida) e período juvenil (12 semana de vida à puberdade - entre 6 e
12 mês de vida). A socialização pode acontecer após estas fases, porém será
mais di�cultosa e desa�adora (HOUPT, 2005; FARACO e SOARES, 2013).
o o a
o a o
o
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23962 6/43
Vamos conhecer um pouco mais essas fases, compreendendo os principais
acontecimentos relacionados ao desenvolvimento do comportamento natural do
cão (HOUPT, 2005; FARACO e SOARES, 2013). Vejamos, a seguir.
Período neonatal
1
 
Nesta fase o �lhote apresenta imaturidade dos
sistemas �siológicos básicos e dos órgãos
sensoriais. Há limitações motoras e perceptivas
e normalmente seu comportamento é re�exo,
passando a maior parte do tempo se
alimentando ou dormindo. Ainda não é possível
enxergar e ouvir, portanto a busca por alimentos
é feita por meio do tato e olfato; e a micção e
defecção não espontâneas são dependentes de
estimulação nas zonas genital e anal,
frequentemente realizada pela mãe ao lambê-
los. Já a locomoção é realizada com o
recrutamento dos membros anteriores que
tracionam os posteriores.  
 
Período de transição
2
 
Fase caracterizada pelo desenvolvimento dos
órgãos sensoriais. Comportamentos do período
neonatal são substituídos por comportamento
exploratório e as habilidades motoras começam
a se desenvolver. Surgem os primeiros dentes e
os cães brincam se mordendo e rosnando. 
Micção e defecação agora são espontâneas e o
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cão começa a abandonar o ninho e utilizar o
mesmo local que a mãe para fazer as suas
necessidades.
 
Período de socialização 
3
 
Nesta fase mais importante no
desenvolvimento comportamental do cão, já
que experiências ocorridas nesse período
determinarão comportamentos da fase adulta.
O �lhote aprende tudo sobre o ambiente que o
cerca, sobre sua mãe e irmãos e sobre as
pessoas, conseguindo diferenciar estímulos
ambientais ameaçadores dos não
ameaçadores. Habilidades comunicativas e de
organização social, essenciais para a
capacidade de adaptação e interação, são
adquiridas e por isso é o momento indicado
para o início da educação dos �lhotes. O
desmame precoce, antes desta fase, e privação
da companhia de outros cães resultará em
problemas de comportamento, como medo
excessivo e dependência das pessoas. A
dependência das pessoas também pode ser
causada pela privação de alimentos e esta, por
sua vez, resultará em maior ingestão de
alimentos pelo animal no futuro.
 
Período juvenil 
4
 
Caracterizado principalmente pelo
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Veja a imagem a seguir relacionada com o conteúdo.
Figura 2 - Filhotes de cães amamentando
Fonte: Marsan, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem filhotes de cães de pelagem marrom
enfileirados amamentando na mãe.
No que se refere à espécie felina, de acordo com o estudo clássico sobre o gato
doméstico foram reconhecidos cinco períodos no desenvolvimento do seu
comportamento que podem ser conferidos a seguir. Apesar do período pré-natal
não ser mencionado, observa-se que gatas que sofreram de subnutrição durante
amadurecimento das capacidades motoras e
pelo processo de inserção social. Fase em que
se observa rápido desenvolvimento físico e
crescente independência. Um ambiente
enriquecido neste período é possível
proporcionar melhor desenvolvimento da
capacidade cognitiva do cão. 
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a gestação tendem a dedicar menos tempo ao cuidado das crias, além de
gerarem machos mais agressivos e tanto machos quanto fêmeas com alguma
de�ciência motora (SEKSEL, 2004). 
- Período neonatal (primeiras duas semanas de vida): assim como no cão, nesta
fase o gato permanece grande parte do tempo se alimentando e dormindo,
sendo totalmente dependente dos cuidados maternos. Micção e defecação
também são dependentes de estimulação perineal, normalmente realizada pela
mãe. Tato, olfato e capacidade de detectar o calor auxiliam o �lhote a regular a
temperatura corporal, uma vez que esta capacidade ainda não está presente.
Apesar das almofadas plantares serem muito sensíveis ao toque e vibração, as
mesmas não são à temperatura, detectada com precisão somente pelo nariz e
lábio superior.
- Período de transição (entre 2 e 3 semanas de vida): fase caracterizada por
rápidas mudanças físicas e comportamentais, em que o �lhote torna-se menos
dependente da mãe. Olhos e ouvidos estão em desenvolvimento, embora
totalmente abertos; olfato já se encontra desenvolvido e dentes começam a
aparecer, possibilitando o início da ingestão de alimentos sólidos. Neste período
também se inicia o desenvolvimento da capacidade de regulação da
temperatura corporal.
- Período de socialização (entre 3 e 10 semanas de vida): fase importante
para o desenvolvimento do comportamento social da espécie. A privação do
contato com a mãe neste período pode causar de�ciências emocionais e
comportamentais, gerando normalmente gatos hiperativos, anti-sociais e
tímidos, tanto com outros gatos quanto com pessoas.  O gato torna-se mais
independente, com o ouvido totalmente desenvolvido, capacidade de regular a
temperatura corporal equivalente a de um adulto, além da capacidade de se
endireitar no ar. As brincadeiras evoluem, sendo reconhecidas três tipos: com
objetos, sociais e locomotoras.
- Período juvenil (entre 10 semana de vida e maturidade sexual): o gato torna-
se ainda mais independente. Capacidades motora e de coordenação se
desenvolvem cada vez mais, já comportamentos básicos não sofrem alterações
signi�cativas.
O sucesso do cão doméstico como espécie depende de sua capacidade de
interagir socialmente com os membros de sua própria espécie e, crucialmente,
com a humanidade. A interação e�caz depende de um repertório de sinais pelos
quais as intenções sociais podem ser expressas, e também a capacidade
cognitiva de interpretar o comportamento dos outros (BRADSHAW e ROONEY,
2016).
a a
a a
a
2.1.2 Comportamento social canino
21/11/2022 08:56 Ética e Bem-estar Animal
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Baseado em estudos de variabilidade genética, muitos pesquisadores acreditam
que a espécie canina seja descendente do lobo cinzento (Canis lupus) e que a
sua domesticação tenha acontecido há 15 mil anos (GRAMINHANI, 2007). Em
relação ao seu comportamento, o cão é um animal muito sociável e
comunicativo. De natureza gregária, cooperativa, a�liativa e afetiva, o cão
desenvolve mais vínculos afetivos com o grupo do que com o ambiente em que
vive (CALDERON et al., 2008).
Como as condições de criação e domesticação eliminaram as principais fontes
de competição dos cães, suas relações sociais com outros da mesma espécie
que habitam o mesmo local são espontâneas e pouco hierárquicas (CASE,2008;
EATON, 2011). Apesar disso, a ausência na organização dos recursos oferecidos
pelo proprietário pode ocasionar pequenas disputas entre os animais que
convivem juntos (SILVEIRA et al., 2016).  
Um apanhado sobre o comportamento social dos cães descreve que eles
gostam de brincar, roer, cavar para esconder comida, arranhar o solo para deixar
uma marca visual e o cheiro de suas glândulas sudoríparas, morder (mesmo que
por brincadeira), se deitar na terra e demarcar o território com urina. Os machos
procuram ininterruptamente por fêmeas no cio e estas, por sua vez, tendem a
cruzar com mais de um animal para que a cria tenha múltipla paternidade e,
assim, aumente a variabilidade genética (MCGREEVY, 2010).
Na natureza os cães vivem em matilhas e seguem um líder. Haverá sempre uma
hierarquia independentemente do tamanho da matilha e esta não
necessariamente estará relacionada ao porte do animal, ou seja, poderão ser
encontrados líderes de porte menor do que seus liderados. Nos lares, o papel do
líder é desempenhado pelo tutor e o cão tende a estabelecer uma forte relação
de con�ança e companheirismo com ele, tanto que prezam pela sua companhia
e sentem sua ausência (GRAMINHANI, 2007). 
Quanto às manifestações de dominância-submissão, caracterizadas por um
repertório de sinais formais, estas não são com o propósito de alcançar uma
posição social superior, pois os indivíduos podem partilhar a mesma posição
social no contexto doméstico. Um cão, por exemplo, pode ser dominante ao
acesso a determinado alimento, mas subordinado a outro em relação aos
espaços para dormir. Um cão não necessariamente é dominante por ter melhor
controle de alguns recursos oferecidos, porque ele pode estar mais interessado
e motivado que o outro cão, sem precisar de qualquer disputa (VAN KERKHOVE,
2004; CASE, 2008; EATON, 2010). 
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Figura 3 - Filhotes de cães brincando
Fonte: Otsphoto, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem três filhotes de cães de pelagem
branca e marrom brincando em um gramado.
O temperamento do cão varia de acordo com a raça e, principalmente, com a
forma como é educado. A pessoa que lida com o animal exerce sobre ele grande
in�uência e é pelo temperamento do proprietário que o animal baseia sua forma
de se comportar (ANDRADE, 1999). 
Apesar de sociável, alguns comportamentos instintivos do cão podem causar
problemas para o tutor. Desta forma, torna-se importante alterar a forma pré-
programada que o cão possui para entender certas coisas. Uma atitude perigosa
deve ser inibida e técnicas comportamentais podem auxiliar neste processo
(ROSSI, 2008.)
Os conceitos etológicos também se fazem úteis na garantia do bem-estar
animal em situações de convívio coletivo de cães. Utilizando o comportamento
animal como ferramenta de trabalho é possível avaliar o estado emocional dos
animais de forma individual e coletiva, as interações com outros animais e com
humanos, bem como identi�car comportamentos indesejáveis a �m de corrigi-
los ou minimizá-los (BARNARD et al., 2014).
2.1.3 Etologia felina: comportamento normal dos gatos
domésticos
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O comportamento apresentado por um gato é o resultado da inter-relação entre
predisposição genética, o que o gato aprendeu de experiências pregressas e o
meio atual em que ele se encontra. Embora alguns padrões comportamentais
sejam comuns a todos os membros de uma espécie, outros são exclusivos de
cada indivíduo. É essencial compreender os padrões normais ou comuns dos
gatos, a �m de avaliar os comportamentos que preocupam os proprietários (LEY;
SEKSEL, 2018).
O gato doméstico, Felis silvestris catus, tem como seu ancestral o gato
selvagem africano, Felis silvestris libyca (CROWELL-DAVIS, 2007). O gato
doméstico é um pequeno caçador solitário, crepuscular, da família dos felídeos.
Os gatos evoluíram em áreas áridas e caçam pequenos animais, como:
roedores; rãs; pássaros; e répteis. São caçadores de emboscada, localizam a
presa usando a visão e o olfato sensíveis. Depois, aproximam-se da presa
silenciosamente até estarem perto o su�ciente para corrida e apreensão súbitas
(FOGLE, 1991; LEY e SEKSEL, 2018).
O grupo social dos gatos é formado pela fêmea e seus �lhotes. Estes vivem com
a mãe por várias semanas após o nascimento até serem maduros o su�ciente
para caçarem sozinhos. Caso os �lhotes sejam criados em um ambiente onde
os recursos alimentares estejam amplamente distribuídos ou não haja recursos
alimentares su�cientes para sustentar muitos adultos, o grupo familiar se
dispersará quando os �lhotes estiverem maduros (CROWELL-DAVIS, 2007).
A organização social normal de gatos é variável, o que pode ser um dos motivos
pelos quais os gatos são tão bem-sucedidos como espécie. Em vez de serem
facilmente descritos como um sistema social, são muito variáveis quanto ao
modo de viver e se organizar socialmente. Os gatos podem ser encontrados
vivendo como animais solitários, intolerantes a outros gatos; como membros de
grandes comunidades populosas; e também em qualquer variação entre esses
extremos. A composição dos grupos varia conforme a distribuição e a
abundância de alimento e o sexo dos gatos. Onde o alimento é abundante, os
gatos se juntam e formam grupos estruturados (LEY e SEKSEL, 2018).
Grupos de gatos menores são normalmente formados pela mãe e seus �lhotes.
Por outro lado, grupos maiores são constituídos por várias fêmeas também
acompanhadas pelos seus gatinhos. Um fato curioso é que muitas vezes estas
fêmeas possuem parentesco e ajudam umas às outras no cuidado dos �lhotes,
na tentativa de facilitar a sua sobrevivência (LIBERG e SANDELL, 1988;
MACDONALD et al., 2000). Diferentemente das fêmeas, os gatos machos são
classi�cados em centrais ou periféricos. Apesar de não terem o costume de se
associarem às fêmeas, alguns estabelecem relação temporária com uma família
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de gatas, enquanto outros se relacionam com vários grupos de gatas ao mesmo
tempo, sendo o centro das atenções das fêmeas de cada família (CROWELL-
DAVIS, 2007).
Gatos que vivem em grupos, como em colônias ou residências possuem um
padrão de ordem social único com ausência de hierarquia completa e estável:
um gato macho assume certa dominância sobre outros gatos a partir do
território dominado por ele, e estes não diferem em status. No entanto, quando
um gato se aproxima de outro com agressividade, a reação deste é defensiva e
não submissa como acontece na espécie canina (BRADSHAW, 2002; BEAVER,
2003).
É através do corpo que os gatos enviam mensagens a outros gatos, a outros
animais e a seres humanos. O tamanho do corpo, sua forma, a posição das
orelhas, o tamanho das pupilas, o tamanho e a posição da cauda e a visibilidade
de armas, como os dentes, transmitem mensagens importantes aos outros
animais. Em termos gerais, um gato con�ante �ca de pé e igualmente distribuído
nas quatro patas, com a cauda para cima ou no nível das costas e as orelhas
voltadas para frente. Um gato que vai atacar, em geral, faz-se parecer maior
�cando de pé e arrepiando os pelos. A cauda também se eleva, e seus pelos
�cam eriçados. Quando um gato realmente quer transmitir uma mensagem a um
oponente que já está pronto para lutar se o outro não bater em retirada, ele
arqueará as costas. Já quanto mais amedrontado estiver um gato, mais próximo
do chão seu corpo estará, sendo que um gato inseguro pode recuar, com
frequência baixando o dorso e, ao mesmo tempo, mantendo as pernas dianteiras
prontas para lutar (LEY e SEKSEL, 2018).
21/11/2022 08:56 Ética e Bem-estar Animal
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Figura 4 - Gato amedrontado
Fonte: Elena Rozhenok, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem um gato rajado deitado no chão com
a cabeça baixa, orelhas voltadas para frente,
olhosatentos e testa franzida, demonstrando
medo.
Em se tratando de situações em que o gato assume postura ofensiva em relação
a outro animal ou pessoa, como comentado anteriormente, ele emite sinais por
meio de mudanças características na expressão facial, como: bigodes
rotacionados para frente; boca fechada; orelhas rotacionadas lateralmente;
contração de pupilas; abertura de pálpebras; olhar �xo; e intenso ou até mesmo
indiferente. Estas alterações fazem então com que sua face tome um formato
triangular (VIRGA, 2005).      
21/11/2022 08:56 Ética e Bem-estar Animal
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A reputação tradicional do gato é ser uma espécie solitária e
altamente simplista. Grande parte do comportamento desse
animal é dedicado à sua relação com outros indivíduos.
Segundo Jensen (2002, p.215) “[...] o gato mostra uma variação
no seu comportamento social, desde viver solitário, até viver em
grandes grupos, em uma gama de densidades populacionais.” 
Fonte: JENSEN, P. The ethology of domestic animals: an
introductory text. Paperback: CABI Publishing, 2002. 215p.
Considerando o conhecimento sobre o comportamento social
felino é correto a�rmar que:
a. Grupos de gatos formados e estabelecidos resistem à
introdução de novos gatos.
b. Grupos de gatos são normalmente formados por fêmeas
adultas, �lhotes e machos adultos.
c. Gatos reagem de forma submissa à aproximação agressiva de
outros gatos.
d. Filhotes de gatos aprendem a caçar observando os pais.
e. Gatos jovens se socializam mais facilmente com humanos na
ausência das mães.
(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)
TESTE SEUS CONHECIMENTOS
21/11/2022 08:56 Ética e Bem-estar Animal
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Os gatos também criam sinais visuais de longo prazo que permanecem mesmo
após eles deixarem o local. O mais comum e proeminente deles é o ato de
arranhar superfícies, incluindo troncos de árvore, postes, e objetos semelhantes.
A área arranhada deixa a informação de que o indivíduo que fez a marca era
su�cientemente forte e saudável para ter causado o dano (CROWELL-DAVIS,
2007).
Quanto à comunicação vocal dos gatos, observa-se que ela está presente em
três situações distintas da vida do animal, cada qual com suas particularidades:
na comunicação com humanos, na comunicação com �lhotes ou no período
reprodutivo (CARVALHO et al., 2016). Apesar das inúmeras variações, são três
principais tipos de sons produzidos pelos gatos (CROWELL-DAVIS, 2007; LEY e
SEKSEL, 2018). Vejamos a seguir.
- Sons feitos com a boca fechada: ronronado - saudação amigável, solicitação
de cuidados ou em menor frequência, indicando dor extrema; e trinado -
saudação;
- Sons produzidos com a boca inicialmente aberta e depois fechada: miado - de
muitas formas diferentes, ocorre durante interações amistosas com outros
gatos. Em relação a interação com os humanos, por estes serem muito
receptivos ao miado, muitas vezes ele se torna o sinal utilizado pelo gato para
indicar que deseja ser alimentado, acariciado, ou receber outro tipo de cuidado;
- Sons mantidos com a boca aberta: rugido, uivo, rosnado, sibilo e som de cuspir
- agressão, sendo que os três primeiros são utilizados para sinalizar que estão
ameaçando ou atacando ativamente e os dois últimos, quando são ameaçados
ou atacados.
Em relação à comunicação olfativa dos gatos, ela é feita principalmente por
meio dos feromônios. Os feromônios são substâncias especí�cas liberadas,
especialmente, pelas glândulas sebáceas dos gatos localizadas nas regiões da
cabeça, entre os dedos e perianal. Esta comunicação parece ser importante para
eles, já que a frequência com que se esfregam e se cheiram nestes locais é alta.
Além disso, os feromônios ajudam na marcação territorial criando mecanismos
de alerta ou segurança para animais conhecidos, invasores ou ainda, para o
próprio reconhecimento (CROWELL-DAVIS, 2007).
A urina e as fezes também parecem ser utilizadas na comunicação olfativa
(CROWELL-DAVIS, 2007). A urina borrifada em superfícies verticais pode ser de
odor bem forte e funciona para informar aos outros gatos quanto ao sexo e à
VERIFICAR
21/11/2022 08:56 Ética e Bem-estar Animal
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condição sexual do gato que reclama o território. Antes de borrifar a urina, o gato
pode cheirar a área e mostrar uma resposta �ehmen (enrugamento do lábio
superior com abertura da boca). A seguir, voltará as costas para a superfície
vertical e ejetará um pequeno e forte jato de urina na superfície. O animal
costuma manter a cauda ereta e agitá-la, conforme a urina é eliminada (LEY e
SEKSEL, 2018).
Quanto à organização do tempo, embora se acredite que os gatos tenham
comportamento noturno, eles são mais bem classi�cados como animais
crepusculares, já que são mais ativos ao amanhecer e ao anoitecer. Tendem a
passar mais tempo descansando. Durante o tempo quente, os gatos despendem
mais tempo deitados estirados, enquanto, em dias mais frios, passam mais
tempo enrolados (LEY e SEKSEL, 2018). Os comportamentos de autolimpeza e
autocuidados de sobrevivência como caça, pilhagem e alimentação consomem
50% do tempo do gato (ECKSTEIN e HART, 2000).
Com a valorização da produção, alguns sistemas produtivos desenvolveram
sistemas de criação que priorizaram essa prática de tal forma que os animais
deixaram de ser tratados como seres vivos, transformando-se em
pseudomáquinas. Isso causou enormes males a muitos deles, que passam suas
vidas em espaços insigni�cantes, muitas vezes podendo somente levantar-se e
deitar-se, sem qualquer contato social com outros de sua espécie, contrariando
totalmente a sua natureza (ROLIM, 2014).
2.1 Bem-estar dos animais de produção
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O conceito de bem-estar animal em animais de produção surgiu no Reino Unido,
em 1965, após pressão popular em consequência à indignação da população
com a publicação do livro Animal Machines (Animais Máquina) de Ruth Harrison
(1964). Em seu livro, a jornalista e escritora inglesa denunciou situações de
maus-tratos vividas por animais criados em sistemas de con�namento. Na
ocasião, um comitê nomeado Comitê Brambell, foi formado por um grupo de
pro�ssionais das áreas de agricultura e pecuária com o intuito de aprofundarem
os estudos a respeito do tema.
De acordo com os pesquisadores, as práticas restritivas de manejo comumente
utilizadas em sistemas intensivos de criação estavam provocando distúrbios
físicos e emocionais nos animais. Por isso, houve uma recomendação de que se
O artigo Consequências da Seleção Arti�cial para o Bem-estar Animal, de
Sans et al. (2018), publicado na Revista Ciência Animal apresenta o
impacto da seleção arti�cial sobre a qualidade de vida dos animais de
companhia e de produção, estimulando uma re�exão relevante e atual
sobre o tema. Clique no botão a seguir.  
Acesse
(https://periodicos.pucpr.br/index.php/cienciaanimal/article/view/23742.)
VOCÊ QUER LER?
Foi no Reino Unido, em 1822, que surgiu a primeira lei em relação ao bem-
estar animal, preocupada com o desenvolvimento de técnicas para
melhoria das condições de criação animal da época.
VOCÊ O CONHECE?
https://periodicos.pucpr.br/index.php/cienciaanimal/article/view/23742.
21/11/2022 08:56 Ética e Bem-estar Animal
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revisasse a legislação de proteção animal para assegurar a cada um,
independentemente da espécie ou do sistema de produção, a liberdade para se
levantar, deitar, virar, esticar os membros e realizar cuidados corporais. Essas
recomendações, que �caram conhecidas como as cinco liberdades,
impulsionaram novas pesquisas, iniciativas políticas e legislativas para
promover o bem-estar dos animais, não se restringindo apenas em prevenir
situações críticas de sofrimento, mas buscando também propiciar condições
para que os animais desfrutem de uma boa qualidade de vida (BRASIL, 2019).
Figura 5 - Vacas deleite se alimentando em sistema de confinamento
Fonte: Rafapress, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem uma fileira de vacas de leite pretas e
brancas se alimentando em cocho com feno.
Os princípios das cinco liberdades são válidos até hoje, porém somente agora
vêm sendo aplicados efetivamente. Isso graças a ações mercadológicas
impulsionadas por um movimento de caráter humanitário, que se utiliza de
ferramentas de mercado, propondo que somente sejam consumidos produtos
originários de sistemas que adotam os princípios de respeito à vida, ou melhor,
às condições mínimas da vida animal com qualidade. Infelizmente, as pressões
mercadológica acabam sendo mais e�cientes para a obtenção de resultados
que a razão e percepção humanas (ROLIM, 2014). 
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Em razão deste cenário, normas e padrões internacionais têm sido
estabelecidos por várias organizações internacionais relacionadas a segurança
alimentar e saúde animal, visando a garantia do bem-estar animal. Estas
organizações têm tratado o tema bem-estar animal como questão prioritária.
Algumas delas são:  FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação), OIE (Organização Mundial da Saúde Animal) e EFSA (European
Food Safety Authority) (OIE, 2017).
No Brasil, a legislação de bem-estar animal teve início com o Decreto n. 24.645
de 1934, que estabelece medidas de proteção animal. A Constituição Federal de
1988, no seu artigo n. 225, dota o poder público de competência para proteger a
fauna e a �ora, vedando práticas que submetam os animais à crueldade.
Adicionalmente, a Coordenação de Boas Práticas e Bem-estar Animal (CBPA)
busca fomentar o desenvolvimento e o conhecimento técnico sobre o tema de
forma a promover o aprimoramento das legislações nacionais em conjunto com
demais unidades do Ministério da Agricultura (BRASIL, 2016).
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No cenário da produção, segundo Grandin (2014, online), “[...] existem dois
principais tipos de problemas de bem-estar animal, um associado às ações
humanas, o qual inclui o abuso e a negligência, e o outro relacionado à
inadequação de processos e/ou equipamentos, os quais devem ser modi�cados
para melhorar o bem-estar dos animais.”
Um estudo com o objetivo de avaliar o valor preditivo positivo de
Campylobacter spp. em frangos de corte quando parâmetros
relacionados aos animais como dermatite na planta do pé, queimaduras
de jarrete, lesões corporais e artrite são identi�cados em condições
comerciais (alta densidade) foi realizado na França.
Para isso, foram analisados 32 lotes de aves na granja e no abatedouro-
frigorí�co, abatidos entre abril e agosto de 2008, em seis diferentes
frigorí�cos. As amostras foram obtidas a partir de conteúdos fecais e de
pele do conjunto peito-pescoço.
Na granja, lotes com mais de 25% dos animais com lesões graves entre
25% e 50% na planta do pé foram preditivos positivos para
Campylobacter, enquanto que lotes onde menos de 13 indivíduos tinham
artrite foram considerados Campylobacter-negativo.
Segundo Alpigiani et al. (2017) um ambiente pobre em bem-estar pode
resultar em estresse, reduzindo a imunocompetência das aves e
tornando-as mais suscetíveis a Campylobacter spp. Além disso, a
infecção por Campylobacter spp. pode levar ao comprometimento da
defesa e a suscetibilidade a outros patógenos, resultando em maior
excreção intestinal. O baixo bem-estar e a alta taxa de crescimento levam
a problemas digestivos que resultam em umidade da cama de frango. Por
�m, a umidade da cama que, entre outros fatores, causa dermatite na
planta do pé também pode in�uenciar a transmissão horizontal de
Campylobacter spp. devido ao comportamento coprofágico normal das
aves.
Como conclusão, os autores sugerem reduzir os problemas de bem-estar
por meio de um melhor manejo das condições de criação. Isso não só
melhoraria o bem-estar das aves, mas, também, diminuiria os riscos de
contaminação por Campylobacter, de condenação de carcaças e de perda
econômica para a indústria avícola (ALPIGIANI et al., 2017). 
ESTUDO DE CASO
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O sistema de produção mais criticado é a criação das poedeiras comerciais,
devido principalmente à debicagem e à criação das aves em gaiolas. Já na
criação de frangos de corte, a densidade, a ambiência e o manejo pré-abate são
considerados os principais fatores que in�uenciam o bem-estar dos frangos
(ROCHA et al., 2008). Em suínos, comportamentos anormais, tais como as
estereotipias, a automutilação, o canibalismo, a agressividade excessiva e a
apatia indicam condições desfavoráveis ao seu bem-estar (ZANELLA, 1995;
BROOM e MOLENTO, 2004). Na produção leiteira, pontos críticos de bem-estar
são as restrições comportamentais, decorrentes do con�namento, decréscimo
da fertilidade e longevidade em consequência da seleção genética para alta
produção, além do aumento nos índices de doenças inerentes à produção
(GREGORY, 1998; OLTENACU e ALGERS, 2005).
Entretanto, é possível aliar sistemas de produção e�cientes e bem-estar animal.
Muitas vezes os con�itos existentes entre os dois setores podem ser resolvidos
ou pelo menos minimizados. Dentre os benefícios �nanceiros diretos ou
indiretos que a ciência do bem-estar pode proporcionar para os sistemas
produtivos são: redução no uso de medicamentos, melhoria na qualidade dos
produtos, redução nos índices de mortalidade e morbidade, aumento da
resistência às doenças, e consequente satisfação dos trabalhadores e
produtores rurais envolvidos por agregarem valor nestes produtos (DAWKINS,
2017).
2.1.1 Transporte de animais de produção: principais desafios
Uma reportagem realizada em uma fazenda do interior de São Paulo
mostra o trabalho do Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e
Ecologia Animal (ETCO) liderado pelo pesquisador e professor Matheus J.
R. Paranhos da Costa acerca do bem-estar no manejo de bezerros da
bovinocultura de leite. Clique no botão a seguir.
Acesse (http://www.grupoetco.org.br/videos2.html)
VOCÊ QUER VER?
http://www.grupoetco.org.br/videos2.html
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O transporte e a espera no frigorí�co constituem fatores chave na cadeia de
produção, tanto do ponto de vista do bem-estar animal quanto da qualidade do
produto. Um mau manejo dos animais nestes momentos pode gerar perdas
importantes no que se refere à qualidade de carcaça (perda de peso vivo por
desidratação, hematomas, lesões, petéquias, descartes por injeções ou outros) e
de carne (carnes DFD - dark, �rm and dry e PSE - pale, soft and exudative) (DEL
CAMPO, 2016).
Von Borell (2001) a�rma que o transporte é considerado o principal estressor
para animais de produção, podendo ter efeitos deletérios na saúde, bem-estar,
desempenho e, em última análise, na qualidade do produto.
Figura 6 - Transporte de suínos em caminhão próprio
Fonte: Bruce Raynor, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem um caminhão com três andares de
suínos agrupados em sua carroceria.
Tarrant e Grandin (2000) caracterizaram o processo de transporte e a�rmam que
ele se inicia com a sua preparação, o que inclui carregamento, con�namento
(com e sem movimento), descarregamento e con�namento em ambiente novo e
desconhecido. Os autores ainda mencionam que o transporte, pela sua própria
natureza, é um evento desconhecido e ameaçador na vida de um animal, já que
envolve uma série de situações de manejo e con�namento que são
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inevitavelmente estressantes e podem causar angústia, ferimentos ou mesmo a
morte do animal. Durante o transporte os animais são expostos a estresses
ambientais, como calor, frio, umidade, ruído, movimento e reagrupamento social. 
O primeiroestágio do transporte é a seleção e inspeção dos animais para
veri�car se eles estão aptos a viajar, uma vez que é impossível garantir um bom
bem-estar animal durante o transporte se o animal estiver inapto (GRANDIN,
2001).
Sobre a aptidão dos animais para o transporte, Grandin (2001) recomenda
algumas precauções para cada situação que se encontra o animal. Vejamos, a
seguir.
Animais enfraquecidos, doentes ou gravemente coxos não
devem ser transportados a menos que sejam con�nados em
uma área separada do veículo.
 
Animais que estão nos estágios �nais da gravidez com
probabilidade de dar à luz enquanto estiverem no veículo não
devem ser transportados.  Os animais não devem ser
transportados para longas distâncias (mais de uma hora)
imediatamente após o desmame.  Os animais não vacinados
não devem ser transportados para fora do local de
origem.  Arrastar animais que não podem andar deve ser
proibido (SMITH et al., 2004).
Animais adoecidos 
Animais na gravidez 
Animais em longa distância 
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Os animais devem então ser embarcados no veículo de transporte, que pode ser
um veículo de estrada, de ferrovia ou uma embarcação. Todos, exceto os piores
veículos, oferecem alguma sombra e algum abrigo para chuva ou outro
fenômeno climático, importantes no bem-estar da viagem. O conforto dos
animais durante o transporte é altamente dependente do modelo do veículo, da
técnica ao dirigir e das estradas a serem utilizadas. Bovinos são normalmente
transportados em veículos de piso único, mas suínos e ovinos podem ser
transportados em veículos de dois ou três andares. Já as aves são em geral
carregadas em caixas (BROOM e FRASER, 2010).
De acordo com Broom e Fraser (2010), veículos com rampas de embarque muito
inclinadas causam baixo grau de bem-estar em todos os animais embarcados.
Uma pessoa, em razão de suas atitudes, também pode causar altos níveis de
estresse nos animais. Para todas as espécies, amarrar os animais dentro de um
veículo em movimento pode causar grandes problemas e, para bovinos e suínos,
qualquer mistura de animais pode causar um grau de bem-estar muito baixo.
A falta de responsabilidade �nanceira por ferimentos, hematomas e outras
perdas que ocorram durante os procedimentos de transporte é um dos fatores
que contribuem para os problemas mais graves de bem-estar animal nesta
etapa. Segundo Grandin (2001) é altamente recomendável que os programas de
seguro e contratos de transporte sejam estruturados a �m de recompensar tanto
os motoristas quanto os manipuladores por reduções em hematomas, lesões e
perdas por retirada de partes prejudicadas por problemas durante o transporte.
No planejamento do transporte, também deve-se levar em consideração a
temperatura, a umidade e os riscos de transmissão de doenças. As condições
físicas reais, como temperatura e umidade, podem se alterar durante a viagem e
requerem ação por parte da pessoa responsável pelos animais. Já a doença é
uma das causas principais de baixo grau de bem-estar em animais
Os animais não devem ser transportados para longas distâncias
(mais de uma hora) imediatamente após o desmame.
Os animais não vacinados não devem ser transportados para
fora do local de origem.
Animais sem vacina 
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transportados. Danos e mau funcionamento tecidual, efeitos patológicos
resultantes de patógenos presentes anteriormente e transmissão de patógenos
podem levar ao aumento de doenças e devem ser considerados (BROOM e
FRASER, 2010).
Como já dito anteriormente, oferecer boas condições durante o transporte de
animais de produção minimiza o estresse da viagem, portanto proporcionar um
clima ou microclima adequado no interior do caminhão é fundamental. Altas
densidades não são indicadas, podendo causar estresse térmico nos animais,
uma vez que provocam aumento de temperatura, brigas, além de cansaço
adicional por falta de espaço (DEL CAMPO, 2016). 
Complementarmente, no transporte de aves, a ausência no fornecimento de
água associada ao espaço limitado, impede a abertura de asas, importante na
dissipação do calor, podendo inclusive causar mortalidade (BRAGA et al., 2018).
Já quanto aos intervalos para alimentação, estes devem ser feitos somente para
viagens longas para atender às necessidades �siológicas e comportamentais
dos animais. A ingestão de alimentos durante o trajeto pode levar a enjoos e
aumento da contaminação da carcaça no abate em decorrência do conteúdo
gastrointestinal presente (DEL CAMPO, 2016).
Em relação à in�uência da genética no transporte dos animais, a seleção de
animais de produção para reprodução foi dirigida especialmente para a
maximização da produtividade, o que, em algumas espécies, causou
consequências para o bem-estar. Por exemplo, alguns bovinos de alta taxa de
crescimento apresentam desordens nas articulações que resultam em dor
durante o transporte. O mesmo ocorre com frangos de corte de alta taxa de
crescimento que podem apresentar uma alta incidência de desordens nas patas
(BROOM, 1994).
Desde que as condições de transporte sejam boas e a viagem não seja
prolongada, os principais problemas de bem-estar causados pelo transporte são
resultantes do embarque (KNOWLES et al., 1995; BROOM et al., 1996).
Um dos estressores do embarque é o exercício físico forçado à medida que os
animais são conduzidos ao veículo. Em segundo lugar, há o estresse psicológico
causado pela novidade do animal ser conduzido a um local desconhecido. Por
�m, a dor em consequência do manejo inadequado pode levar ao estresse dos
animais. O manejo sem a utilização de varas ou bastões elétricos resulta em
maior grau de bem-estar e menor risco de problemas (BROOM e FRASER, 2010).
2.1.2 Abate de animais de produção: mecanismos de
insensibilização imediata
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Antigamente, o homem se preocupava, principalmente, com o lucro e a
exploração de animais, no entanto as visões da sociedade estão cada vez mais
caracterizadas por sentimento de solidariedade e pelo reconhecimento de que
os animais têm direitos e que estes devem ser respeitados. Geralmente o nível
de cuidado tende a reduzir próximo ao abate, entretanto o homem tem a
obrigação de garantir que as melhores condições possíveis sejam fornecidas a
todos os animais que são destinados a ele (CORTESI, 1994).
Abate humanitário é de�nido como aquele conjunto de operações técnicas e
cientí�cas que promovem o bem-estar dos animais desde que são embarcados
na propriedade até a operação de sangria já dentro das dependências do
frigorí�co. Somente é permitido o abate de animais com o emprego de métodos
humanitários, com prévia insensibilização, baseada em princípios cientí�cos,
seguida de imediata sangria (GOMIDE e RAMOS, 2014; BRASIL, 2017).
A insensibilização ou o atordoamento pode ser considerado a primeira operação
do abate propriamente dito. Determinado pelo processo adequado, a
insensibilização consiste em colocar o animal em um estado de inconsciência,
que perdura até o �m da sangria, não causando sofrimento desnecessário e
promovendo uma sangria tão completa quanto possível (GIL e DURÃO, 1985).
O abate humanitário engloba desde o manejo dos animais na
fazenda, transporte, até o manejo dentro do abatedouro,
contemplando a recepção dos animais, insensibilização e
sangria. Além disso, é necessário que haja a preocupação com
todos esses segmentos para que o bem-estar animal adequado
seja garantido no manejo pré-abate e abate. 
A respeito do abate humanitário, avalie as a�rmativas, a seguir.
(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)
TESTE SEUS CONHECIMENTOS
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De acordo com Grandin (2017), os sinais mais importantes a serem observados
à distância em um animal devidamente atordoado independentemente da
espéciesão: cabeça relaxada, língua relaxada e pendurada para fora, e em
bovinos e suínos costas e cabeça inclinadas para baixo sem arqueamento para
trás. A autora ainda menciona que animais apresentando estes sinais estarão
I. Os animais devem estar em jejum para serem transportados.
II. O transporte é uma das etapas mais importantes do abate
humanitário e se realizado de forma inadequada pode
comprometer a qualidade da carcaça.
III. O uso de bastão elétrico é indicado no desembarque dos
animais no abatedouro-frigorí�co para que os animais se
movam com mais rapidez.
IV. A insensibilização é uma etapa imprescindível do abate
humanitário, sendo responsável por deixar o animal
inconsciente até o início da sangria.
V. A insensibilização com pistola de dardo cativo penetrativo é a
mais utilizada no abate de aves.
Com base no conhecimento adquirido, assinale a opção que
apresenta apenas as assertivas corretas.
a. I, III.
b. II, IV, V.
c. I, II.
d. III, IV, V.
e. IV, V.
VERIFICAR
21/11/2022 08:56 Ética e Bem-estar Animal
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insensíveis e piscarão, mas que outros re�exos oculares estarão ausentes e que
o movimento dos membros para todos os métodos de atordoamento deve ser
ignorado, atentando-se para a observação da cabeça.
Os métodos de insensibilização imediata para abate humanitário no Brasil
classi�cam-se em: métodos mecânicos e métodos elétricos. (BRASIL, 2000).
Vejamos cada um, detalhadamente, a seguir.
Percussivo penetrativo: realizado com pistola
com dardo cativo, acionado por ar comprimido
(pneumáticas) ou cartucho de explosão;
percussivo não-penetrativo: apenas realizado por
pistolas de dardos de percussão, que causam a
concussão com o impacto, sem a penetração do
dardo no crânio do animal. 
Métod
os
mecân
icos
(concu
ssão) 
Temple Grandin é a mais bem sucedida e célebre pro�ssional norte-
americana com autismo, altamente respeitada no segmento de manejo
pecuário/bem-estar animal. Ela revolucionou as práticas para o
tratamento racional de animais vivos em fazendas e abatedouros. É
autora de mais de 400 artigos publicados em revistas cientí�cas e
periódicos especializados, tratando de manejo de rebanho, instalações e
cuidados dos animais/bem-estar animal.
VOCÊ O CONHECE?
21/11/2022 08:56 Ética e Bem-estar Animal
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De forma geral, a insensibilização por concussão é um método que provoca um
choque físico no cérebro. A concussão cerebral é geralmente caracterizada por
um curto distúrbio da função cerebral normal que resulta em: comprometimento
repentino e relativamente breve da consciência, paralisação da atividade neural e
perda da memória (LUDTKE et al., 2015).
Como vimos anteriormente, há dois tipos de pistola com dardo cativo:
penetrativas e não-penetrativas, podendo ser acionadas manualmente, através
do gatilho ou com disparo automático, quando em contato com o crânio do
bovino. A fonte de energia que lança o dardo cativo, também em ambos os tipos,
pode ser obtida por cartucho de explosão ou por ar comprimido (pistolas
pneumáticas). O princípio de funcionamento é parecido com o de uma arma. Ao
ser acionada, o dardo é lançado e contido pela �ange e, após atingir o crânio do
animal, a energia propulsora é absorvida pelos anéis extratores fazendo com que
o dardo retorne a posição inicial  (LUDTKE et al., 2012).
Uso de corrente elétrica, que deve atravessar o
cérebro do animal. Deve ser realizado pelo uso
de eletrodos (animais maiores) especiais que
garantam o perfeito contato com a pele, sendo,
no entanto, permitido o uso de equipamentos de
imersão quando da insensibilização de aves. 
Métod
o
elétric
o
(eletro
narcos
e) 
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Figura 7 - Dardo cativo e pistola utilizados para insensibilização mecânica
Fonte: Elaborada pela autora, 2021.
#PraCegoVer
Na figura há um dardo cativo de aço,
demonstrando suas partes: haste, flange e
êmbolo e de uma pistola onde o dardo cativo é
inserido, também evidenciado suas partes,
dentre elas: haste, anéis, extratores, flange,
êmbolo, cartucho e gatilho. A - haste do dardo
cativo; B - arruela frontal; C - anéis extratores da
arruela traseira e arruela do flange; E - flange; F -
êmbolo cativo; G - câmara de combustão; H -
culatra; I - cartucho; J - martelo ou bloco
percussor; K - cão; L- câmara do flange; M –
gatilho.
No Brasil, a pistola de dardo cativo penetrativa é a mais utilizada na
insensibilização de bovinos. Ela provoca concussão cerebral, sendo que a
penetração do dardo lançado por ela causa hemorragia, lesão com perda de
tecido neural e, portanto, danos irreversíveis. A respiração e os movimentos
voluntários cessam após a insensibilização, porém podem ser observados
movimentos involuntários dos membros, denominadas “pedaladas” (TREVIÑO et
al., 2010). 
Por outro lado, as pistolas de dardo cativo não-penetrativas causam depressão
no osso frontal, mas sem perfuração. O impacto causa hemorragias, alteração
na pressão intracraniana e formação de vacúolos no tecido cerebral, podendo
provocar perda temporária ou permanente da consciência. Como não há
perfuração do crânio, a perda da consciência pode ser curta, por isso o tempo
entre o disparo da pistola e a sangria deve ser o mais rápido possível, não
ultrapassando 30s (LUDKE et al., 2015)
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Independentemente do tipo de pistola utilizada, a mesma deve ser posicionada
corretamente de acordo com a espécie animal, conforme podemos observar
abaixo (CHAMBERS e GRANDIN, 2001). A pistola deve �car perpendicular à
cabeça e em contato com o crânio na hora do disparo, assim, o dardo penetrará
totalmente e atingirá as principais estruturas cerebrais responsáveis por deixar o
animal inconsciente. Caso opte-se utilizar a pistola não penetrativa a posição
para a insensibilização deverá ser 2 cm acima do local indicado (LUDTKE et al.,
2012).
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Figura 8 - Posicionamento correto da pistola de dardo cativo utilizada na insensibilização das diferentes
espécies animais
Fonte: Elaborada pela autora, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem a cabeça das espécies bovina,
caprina, ovina e suína vista de frente e
lateralmente, com a indicação correta do
posicionamento da pistola de dardo cativo
demonstrado por meio de uma seta.
A eletronarcose, método elétrico de insensibilização, é o mais utilizado para
suínos, caprinos e aves no Brasil (HENCKEL, 1998; PRÄNDL et al., 1994). É um
método que induz choque elétrico ou estado epiléptico no cérebro e deve durar o
tempo necessário para que a sangria seja realizada e o animal morra de anoxia
cerebral. A corrente elétrica alternada de baixa voltagem é aplicada através dos
eletrodos posicionados por meio de pinças em ambos os lados do cérebro e
estes nunca devem ser colocados em áreas sensíveis, como olhos, interior dos
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ouvidos ou reto. Uma vez que o cérebro destes animais é pequeno, os eletrodos
devem ser posicionados com precisão e �rmeza no alto das laterais da cabeça
(CHAMBERS e GRANDIN, 2001). 
Outra forma de posicionar os eletrodos é colocando um sob a mandíbula e outro
na lateral do pescoço, atrás da orelha. Por este tipo de insensibilização ser
reversível e o animal recuperar a consciência, a sangria deve ser realizada
imediatamente após o atordoamento (CHAMBERS e GRANDIN, 2001).
As aves ainda podem ser insensibilizadas eletricamente utilizando um
dispositivo operado manualmente ou uma cuba de imersão automática. A
intensidade da corrente é uma combinação da amperagem com a voltagem e a
instalação de um medidor de corrente é importante para garantir a combinação
correta (CHAMBERS e GRANDIN, 2001).
Durante o choque, suínos, ovinose caprinos apresentam membros estendidos,
costas e cabeça arqueadas e olhos fechados. Após 10 segundos ou mais, os
músculos relaxam gradualmente, seguido de movimentos de “pedalada”. Neste
estágio os eletrodos devem ser removidos, uma vez que a insensibilização está
completa (CHAMBERS e GRANDIN, 2001).
Uma revisão de literatura de estudos realizados em plantas de abate sustenta o
conceito de uma zona de transição entre a consciência e a inconsciência. Para
elucidar esta avaliação é recomendado separar os sinais de consciência
de�nitiva dos sinais de inconsciência ou morte. Sendo assim, qualquer um dos
seguintes sinais é um indício de que o animal está consciente e precisa ser
imediatamente atordoado: postura em pé, re�exo de endireitamento de cabeça
ou corpo, vocalização voluntária, piscar de olhos espontâneo (sem toque) - não
confundir com nistagmo (olhos vibrando), perseguição ocular e, resposta à
ameaça ou teste de ameaça (sem toque) - acenar na frente dos olhos e não
confundir com nistagmo (TERLOUW et al., 2016).
A má manutenção de equipamentos é a principal causa de insensibilização
insatisfatória, portanto os instrumentos de atordoamento devem ser limpos e
inspecionados regularmente, de acordo com as instruções do fabricante
(CHAMBERS e GRANDIN, 2001). Além disso, para evitar ou mitigar efeitos
negativos provenientes do manejo no momento do abate, o frigorí�co deve
oferecer treinamento aos seus funcionários, para que sejam capazes de
desenvolver seu trabalho com segurança, reduzindo situações de risco que
possam levar ao sofrimento dos animais (HSA, 2013).
CONCLUSÃO
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Nesta unidade abordamos os principais conceitos, questões e desa�os na área
de bem-estar animal relacionados às espécies de animais de companhia mais
relevantes, além dos animais de produção.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
conhecer as diferentes fases do desenvolvimento do
comportamento animal natural de animais de companhia;
aprender e diferenciar os comportamentos das principais
espécies de animais de companhia a saber: cães e gatos;
identi�car os principais desa�os no bem-estar do
transporte de animais de produção;
conhecer os diferentes métodos de insensibilização
imediata utilizados no Brasil no abate humanitário de
animais de produção.
Clique para baixar conteúdo deste tema.
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