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QUARTA A OITAVA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO PERÍODO DA ORGANOGÊNESE É durante a quarta até a oitava semana que todas as principais estruturas externas e internas são estabelecidas no embrião, ao final desse período de organogênese, todos os principais sistemas e órgãos começaram a se desenvolver, mas, a função da maioria desses órgãos é mínima, exceto do sistema cardiovascular. Entre a quarta e a oitava semana do desenvolvimento humano, a exposição dos embriões aos teratógenos, que são agentes como vírus e drogas, podem causar graves anomalias congênitas. DOBRAMENTO DO EMBRIÃO O dobramento ocorre no plano mediano e horizontal, resultando em um rápido crescimento do embrião, principalmente do Sistema Nervoso Central, da medula espinhal e do encéfalo. PREGA CEFÁLICA O primórdio do encéfalo é formado no início da quarta semana, esse se projeta dorsalmente para dentro da cavidade amniótica. Logo após o prosencéfalo cresce cefalicamente, ultrapassando a membrana bucofaríngea, recobrindo o coração em desenvolvimento. Ao mesmo tempo, o septo transverso, o coração primitivo, o celoma pericárdico e a membrana bucofaríngea deslocam para a superfície ventral do embrião. Parte do endoderma do saco vitelino é incorporado ao embrião como intestino anterior, como faringe e esôfago, durante o dobramento longitudinal, que fica localizado entre o encéfalo e o coração, e a membrana bucofaríngea separa o intestino anterior do estomodeu, que é uma invaginação do ectoderma que forma a cavidade bucal. Após o dobramento, o septo transverso situado caudalmente do coração, que se transformara em um tendão central do diafragma, ou seja, uma separação entre a cavidade abdominal e torácica, além disso, o celoma pericárdico fica em posição caudal ao coração e cefálica ao septo transverso. Nesse estágio, o celoma intra-embrionário se comunica amplamente com o celoma extra-embrionário, em ambos os lados. PREGA CAUDAL O dobramento da extremidade caudal do embrião, resultando no crescimento distal do tubo neural, sendo o primórdio da medula espinhal. A medida que o embrião cresce, a região caudal se projeta sobre a membrana cloacal. Durante o dobramento, parte do endoderma é incorporado ao intestino posterior, que dá origem ao colón descendente. Para formar a cloaca, a porção terminal do intestino posterior se dilata, originando bexiga urinária e o reto. Após o dobramento, a linha primitiva se coloca caudalmente a membrana cloacal, já o pedículo fica preso a superfície ventral do embrião, enquanto o alantoide é parcialmente incorporado ao embrião. PREGAS LATERAIS As pregas laterais direita e esquerda são produzidas pelo rápido crescimento da medula espinhal e somitos. Como as paredes do corpo do embrião se dobram em direção ao plano mediano, formando um embrião aproximadamente cilíndrico. Ao se formarem as paredes abdominais o endoderma é incorporado ao embrião como intestino médio, dando origem ao intestino delgado. Após o dobramento a conexão entre o intestino médio e o saco vitelino fica reduzida a um canal vitelino. A região de fixação do âmnio à superfície ventral do embrião é reduzida a uma região umbilical estreita. A fusão ventral das pregas laterais reduz a comunicação entre as cavidades celômicas intra- embrionária e extra-embrionária a uma comunicação estreita. Já o âmnio forma o revestimento epitelial do coração umbilical. DERIVADOS DOS FOLHETOS GERMINATIVOS Durante a gastrulação, são formados três folhetos germinativos que dão origem a todos os tecidos e os órgãos. Os principais derivados dos folhetos germinativos são: ECTODERMA: SNC (encéfalo e medula espinhal), SNP, epitélio sensorial do ouvido, do nariz e do olho, epiderme (pêlos e unhas), glândulas mamárias, hipófise, glândulas subcutâneas e o esmalte dos dentes. MESODERMA: tecido conjuntivo, cartilagem, osso, músculos estriado e liso, coração, vaso sanguíneos e linfático, rins, ovários e testículos, pericárdio; pleura e membrana peritoneal. ENDODERMA: revestimento epitelial dos tratos digestórios e respiratórios, glândulas tireoides e paratireoides, timo, fígado e pâncreas, revestimento epitelial da bexiga urinária e a maior parte da uretra. CONTROLE DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO O desenvolvimento embrionário é essencialmente um processo de crescimento e de complexidade crescente de estrutura e função, isso ocorre com o crescimento resultante de mitoses, sendo a morfogênese e a diferenciação. PRINCIPAIS EVENTOS DA QUARTA A OITAVA SEMANA 4ª SEMANA Ocorrem modificações importantes na forma do corpo do embrião, esse possui 4 a 12 somitos. O tubo neural é amplamente aberto nos neuroporos anterior e posterior. Já no dia 24, surgem arcos braquiais, sendo o primeiro arco mandibular e o segundo arco hioideo, enquanto o coração forma uma grande saliência ventral e bombeia sangue. No 26º dia surgem os botos dos membros superiores, além disso, a fosseta ótica, primórdio da orelha interna também surge. Enquanto o quarto par de arcos faríngeos e os brotos dos membros inferiores são visíveis ao final da quarta semana. Por fim, no final da 4ª semana o neuroporo caudal está fechado. 5ª SEMANA O crescimento da cabeça excede o das outras regiões, esse aumento é causado pelo rápido desenvolvimento do encéfalo e das proeminências faciais, que logo fica em contato com a eminência cardíaca. O segundo arco faríngeo, superpõe ao 3º e 4º arcos, formando o seio cervical. 6ª SEMANA Os membros superiores começam a mostrar diferenciação regional do cotovelo, além de indicação da formação dos dedos. Há relatos de movimentos espontâneos. A cabeça é agora muito maior em relação ao tronco e se dobra sobre a grande saliência cardíaca, esta posição acarreta o encurtamento da região cervical, ou seja, pescoço. 7ª SEMANA Nas placas da mão aparecem depressões entre os raios digitais que separam, parcialmente, os futuros dedos. 8ª SEMANA Os primeiros movimentos propositados dos membros ocorrem durante esta semana. Ademais, a ossificação começa nos membros inferiores. E os sinais da cauda desaparecem no final da oitava semana, as mãos e os pés se aproximam ventralmente. A cabeça ainda é desproporcional, sendo quase metade do embrião. Existem diferenças na genitália externa do embrião, ainda não é distinguível para identificação sexual precisa. ESTIMATIVA DA IDADE DO EMBRIÃO As estimativas da idade dos embriões são estabelecidas a partir de suas características externas e das medidas de seu comprimento.