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Catharina Moura Parasitologia: Caso 11, 3º semestre – Medicina | UNIDOM. morfologia O Trichomonas vaginalis é uma protozoário polimorfo, elipsóide ou oval, com alta plasticidade e capacidade de formar pseudópodes, que são utilizados para capturar os alimentos e se fixar em partículas sólidas. A espécie possui quatro flagelos anteriores livres, desiguais de tamanhos, que se original do complexo citossomal. O núcleo é elipsóide próximo a extremidade anterior, com uma dupla membrana nuclear e frequentemente apresenta um pequeno nucléolo. Como todos os tricomonanídeos, não possui forma cística, somente trofozoítica! As condições físico-químicas (pH, temperatura, tensão de O2 e força iônica) afetam o aspecto do tricomonas! biologia ▪ Local da infecção: O T. vaginalis habita o trato genitourinário do homem e da mulher, sítio onde produz infecção - não é capaz de sobreviver fora do sistema urogenital! ▪ Reprodução: A multiplicação se dá por divisão binária longitudinal, sendo a divisão nuclear do tipo criptopleuromitótica - não há formação de cistos! ▪ Fisiologia: É um organismo anaeróbio facultativo – cresce perfeitamente bem na ausência de O2, em meio de cultura com pH entre 5 a 7,5 e em temperaturas entre 20 a 30ºC. O protozoário utiliza como fonte de energia a glicose, frutose, maltose, glicogênio e amido. Além disso, ele é rico em diversas enzimas glicolíticas,, que permitem a utilização de glicídeos. Não possui mitocôndrias, são portadores de hidrogenossomos, da piruvato ferrodoxina- oxidorredutase, enzima capaz de transformar piruvato em acetato, liberar ATP e hidrogênio. ▪ Transmissão: É uma doença venérea – o T. vaginalis é transmitido através da relação sexual e pode sobreviver por mais de uma semana sob o prepúcio do home sadio, após o coito com a mulher infectada. O homem é o vetor da doença – com a ejaculação, os tricomonas presentes na mucosa da uretra são levados à vagina pelo esperma. patologia O T. vaginalis é associado a uma série de complicações de saúde, sendo elas: (1) favorece a transmissão do vírus da imunodeficiência humana (HV), (2) prematuridade e baixo peso ao nascer, (3) predispõe a doença inflamatória pélvica atípica, câncer cervical e infertilidade. ▪ Problemas relacionados a gravidez: Alguns estudos relacionam a tricomoníase com a ruptura prematura de membrana, parto prematuro, baixo peso do RN em grávidas com ruptura espontânea da bolsa, baixo peso ao nascer associado a prematuridade, endometrite pós parto e morte neonatal. ▪ Problemas relacionados com a fertilidade: O risco de infertilidade é quase duas vezes maior em mulheres com história de tricomoníase comparado as que nunca tiveram a infecção. O T. vaginalis está relacionado com a DIP pois infecta o trato genital superior, causando uma resposta inflamatória que resulta em destruição da estrutura tubária e dano as células ciliadas da mucosa dessa estrutura, inibindo a passagem do espermatozoide ou óvulo pela tuba. Mulheres com > 1 episódio de tricomoníase tem mais risco de infertilidade do que as que tiveram apenas 1 episódio. ▪ Transmissão do HIV: A infecção por T. vaginalis faz surgir uma agressiva resposta imune celular local com inflamação do epitélio vaginal e exocérvice em mulheres e da uretra em homens – essa resposta inflamatória induz infiltrado leucocitário, inclusive de células alvo do HIV, como os linfócitos TCD4 e macrófagos, aos quais o HIV pode se ligar e ganhar acesso. Além disso, a infecção frequentemente causa pontos hemorrágicos na mucosa, favorecendo o acesso direto do vírus para a corrente sanguínea. Dessa forma, há um aumento da porta de entrada para o vírus em indivíduos HIV-negativos. ▪ Mecanismos de patogênese: A infecção pelo parasita induz um aumento do pH vaginal, já que o pH da vagina normal é ácido (3,8 – 4,5) e o organismo cresce em pH maior que 5. A elevação do pH está relacionada com a redução concomitante de lactobacillus acidophilus e um aumento da proporção de bactérias anaeróbias. tricomoníase Trichomonas vaginalis Catharina Moura Parasitologia: Caso 11, 3º semestre – Medicina | UNIDOM. manifestações clínicas ▪ Mulheres: A infecção pode variar desde assintomática até um estado agudo - o período de incubação é de 3 a 20 dias. A infecção por tricomoníase não causa corrimento endocervical purulento – ela causa uma vaginite caracterizada por corrimento vaginal fluído abundante de coloração amarelo-esverdeada, aspecto bolhoso, odor fétido, comum no período pós-menstrual. O processo infeccioso é acompanhado de prurido ou irritação vulvovaginal de intensidade variável, dor no baixo ventre, dispareunia (dor e dificuldade para relação sexual), desconforto na genitália externa, disúria, poliúria. A vagina e a cérvice podem estar edemaciadas e eritematosas, com pontos hemorrágicos – aspecto de morango. ▪ Homens: No homem é comumente assintomática ou apresenta-se como uma uretrite com fluxo leitoso ou purulento e uma leve sensação de prurido na uretra. As seguintes complicações são atribuídas a essa infecção: prostatite, balanopostite e cistite. diagnóstico Clínico + laboratorial. Olhar! profilaxia Por ser transmitida pela relação sexual, o controle da doença é realizado com base nas medidas preventivas para às outras infecções sexualmente transmissíveis. 1. Prática do sexo seguro; 2. Uso de preservativos; 3. Abstinência de contatos sexuais com pessoas infectadas; 4. Limitação das complicações patológicas mediante a administração do tratamento imediato e eficaz – tratar parceiros sexuais simultaneamente, mesmo que a infecção tenha sido identificada em apenas um membro. tratamento Metronidazol, Tinidazol, Ornidazol, Nimorazol, Carnidazol, Secnidazol.
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